maria-do-contra

Post on 05-Dec-2014

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Category:

Entertainment & Humor

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Livro infantil

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 Todas as casas daquela rua tinham um cachorro. E tinha cachorro de tudo quanto é tipo:

Branco, amarelo, vermelho, marrom, preto...

 Malhado, manchado, rajado, pintado... Grande, pequeno, gordo, magro, velho,

novo, de raça e vira-lata.

 Tinha cachorro de orelha grande e rabo pequeno e tinha cachorro de orelha pequena e rabo grande...

 Tinha cachorro comprido de perna curta e tinha cachorro curto de perna comprida.

E tinha até cachorro de pelo curto, perna longa, orelha caída e um monte de pintinhas.

Era uma cachorrada só!

 Mas no meio de tantos cachorros de tantos tipos, uma era bem diferente. Na verdade, ela era meio “do contra”. Por isso que todo mundo a chamava de “Maria-do-contra”.

 Maria-do-contra era uma cachorrinha muito safada e muito esperta. Ela fazia festa para o carteiro, não tinha medo do veterinário, tomava sol deitada na rede, assistia televisão e adorava sorvete e brigadeiro. Em vez de pedir comida

como os outros cachorros faziam quando estavam com f ome , Ma r i a ab r i a a g e l a d e i r a d a c o z i n h a sozinha. E ela nem queria saber de carne , não ! Preferia um bom prato de macarrão.

   

 Enquanto os outros cachorros ficavam de guarda à noite no portão, ela preferia ficar dentro de casa, deitada no sofá da sala, assistindo televisão.

  E na hora de tomar banho, enquanto todos os outros cachorros da rua se escondiam debaixo da cama, ela ia toda feliz, e até levava a toalha.

  Os outros cachorros da rua viviam convidando Maria para fazer um monte de coisas, mas ela sempre preferia fazer uma coisa diferente.

- Ei, Maria, vamos latir no portão?

- Não, eu não. Prefiro ir dormir na almofada.

- Ei, Maria, vamos comer ração?

- Não, eu não. Prefiro um pedaço de goiabada.

- Ei, Maria, vamos brincar de buscar bolinha?

- Não, eu não. Prefiro assistir o jogo aqui da escada.

  Os outros cachorros da rua não ficavam bravos com ela, não. Na verdade, todo mundo adorava aquele jeitinho diferente dela fazer as coisas e se divertiam muito quando ela bancava a sapeca e aprontava alguma.

 Até que um dia ela começou a ficar mais quieta e nem aparecia pra conversar no portão. Todo mundo ficou muito preocupado e se perguntando o que tinha acontecido com a Maria-do-contra. Como a rua ficou mais silenciosa e mais triste sem a Maria!

  Depois de dois meses, em uma bonita tarde sol, a Maria-do-contra saiu de casa chacoalhando as orelhas cacheadas e fazendo cara de safada. O cachorro da casa da frente viu e chamou seu amigo da casa do lado, que chamou o da casa do outro lado, que chamou o da casa do fundo, que chamou o da casa do fim da rua...

 Em um minuto, todos os cachorros da rua estavam no portão, felizes por verem Maria de volta. E eles ficaram ainda mais felizes quando de trás dela apareceram seis filhotinhos pequenininhos, fofinhos e com o mesmo jeitinho sapeca da mãe.

  Quando os vizinhos ficaram sabendo, todos queriam ficar com um filhotinho da Maria-do-contra. E em pouco tempo os filhotes estavam espalhados pela rua toda, brincando e aprontando igual a mãe. E a Maria? Continua do contra, sempre fazendo tudo diferente – e ainda bem!

Fim

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