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MANEJO E CONTROLE DE FORMIGAS

CORTADEIRAS EM PLANTIOS FLORESTAIS

Wilson Reis Filho

Mariane A. Nickele

Susete do R. C. Penteado

Elisiane Castro de Queiroz

ORDEM: HYMENOPTERA

FAMÍLIA: FORMICIDAE

Espécies descritas:

15.328 (no mundo)

No Brasil são 1.492, sendo 525 espécies endêmicas

FORMIGAS

120 a 150 milhões de anosAustrolopithecus africanus

2 a 3 milhões de anos

Tribo Myrmicini

Tribo

Pogonomyrmecini

Tribo Stenammini

Tribo Solenopsidini

Tribo Attini

Tribo Crematogastrini

Myrmicinae - 6 Tribos

FORMIGAS

Acanthognathus, Acromyrmex, Allomerus, Apterostigma, Atta,

Basiceros, Blepharidatta, Cephalotes, Cyatta, Cyphomyrmex, Daceton,

Diaphoromyrma, Eurhopalothrix, Kalathomyrmex, Lachnomyrmex,

Mycetagroicus, Mycetarotes, Mycetophylax, Mycetosoritis, Mycocepurus,

Myrmicocrypta, Ochetomyrmex, Octostruma, Paramycetophylax,

Phalacromyrmex, Pheidole, Procryptocerus, Protalaridris, Rhopalothrix,

Sericomyrmex, Strumigenys, Talaridris, Trachymyrmex, Tranopelta e

Wasmannia.

Tribo Attini: 46 Gêneros, sendo que 35

ocorrem no Brasil

Ciclagem de nutrientes;Polinização e dispersão de sementes;Controle biológico;Mutualismo com insetos sugadores.

Importância das formigas

Pragas florestais e agrícolas;Pragas urbanas;

Causam alergias (lava-pé em creches, escolas,parques, etc.);Infestam aparelhos eletrônicos;Transportam bactérias resistentes de um local para outro em hospitais e clínicas.

Importância das formigas

Formigas cortadeiras

Distribuição geográfica das formigas cortadeiras

FORMIGAS CORTADEIRAS

Atta sp.(Saúvas) Acromyrmex sp.

(Quenquéns)

Fotos: Mariane A. Nickele (Taxonline)

Identificação de algumas

espécies encontradas no

Paraná

Atta sexdens(saúva-limão)

Cabeça é muito pilosa.

Exalam cheiro forte de limão quando esmagadas.

Foto: AntWeb

Monte de terra solta irregular.

Cortam principalmente dicotiledôneas.

Atta sexdens (saúva-limão)

Foto: Mariane A. Nickele

Atta capiguara(saúva parda)

Cabeça com estrutura grosseira, em razão de pontos grossos

e finos muito juntos.

Foto: AntWeb

Atta capiguara(saúva parda)

Ninhos com um grande monte de terra rodeado por

montículos, localizados em áreas abertas.

Cortam principalmente monocotiledôneas.

(Foto: Luiz Carlos Forti )

Atta laevigata(cabeça-de-vidro)

Cabeça brilhante, como se fossem envernizadas.

Foto: AntWeb

Atta laevigata(cabeça-de-vidro)

Monte de terra arredondado, com os olheiros se abrindo

sobre o monte, localizados em áreas sombreadas e abertas.

Cortam plantas dicotiledôneas e monocotiledôneas .

(Foto: Mariane A. Nickele)

(Forti et al., 2011)

Atta laevigata

Acromyrmex niger

Acromyrmex aspersus Acromyrmex coronatus

Acromyrmex disciger Acromyrmex heyeri

Acromyrmex balzani Acromyrmex crassispinus

Acromyrmex hispidus

Acromyrmex rugosus Acromyrmex subterraneus

Acromyrmex - quenquéns

Fotos: Mariane A. Nickele

Ninhos de Acromyrmex

Fotos: Wilson Reis Filho

Acromyrmex crassispinus

Acromyrmex crassispinus

Ninho superficial com uma câmara

Foto: Mariane A. Nickele

Acromyrmex subterraneus

Ninho pouco profundo com algumas câmaras

Foto: Mariane A. Nickele

Atta sexdens

DANOS

• Atacam as plantas em

qualquer fase de

desenvolvimento

• Cortam folhas, flores, brotos e

ramos finos

Fotos: Wilson Reis Filho

Formigas CortadeirasDANOS DE FORMIGAS CORTADEIRAS

CULTURAS AFETADAS

Abacate, Abacaxi, Abóbora, Abobrinha, Acelga, Aipo, Álamo, Alcachofra, Alface, Alfafa,

Algodão, Alho, Alho-porro, Almeirão, Ameixa, Amendoim, Antúrio, Arroz, Aspargo, Aveia,

Aveia preta, Azaléia, Banana, Batata, Begônia, Berinjela, Beterraba, Brócolis, Cacau,

Café, Caju, Camarão-amarelo, Cana-de-açúcar, Caqui, Cebola, Cebolinha,

Cenoura, Centeio, Cevada, Cheirantus, Chicória, Chuchu, Citros, Côco, Couve, Couve-

flor, Cravo, Crisântemo, Dália, Dendê, Ervilha, Espinafre, Eucalipto, Feijão, Feijão

vagem, Figo, Fruta do conde, Fumo, Gérbera, Girassol, Gladíolo, Goiaba, Gramados,

Hortência, Íris, Jabuticaba, Jiló, Linho, Maçã, Mamão, Mandioca, Manga, Maracujá,

Marantas, Marmelo, Melancia, Melão, Menta, Milheto, Milho, Miosoti, Morango, Nabo,

Nectarina, Nespera, Noz Pecã, Oliveira, Orquídea, Palmeira-da-califórnia, Pastagens,

Pepino, Pêra, Pêssego, Pimenta, Pimenta-do-reino, Pimentão, Pinus, Poinsétia,

Quiabo, Rabanete, Repolho, Rosa, Seringueira, Sisal, Soja, Sorgo, Tomate, Trevo, Trigo,

Triticale, Tulipa, Uva, Verônica, Violeta.

Os prejuízos em eucalipto podem atingir 14% numa

densidade de 4 ninhos/ha (AMANTE, 1967).

Um sauveiro adulto necessita de 1 tonelada de folhas por

ano ou 86 árvores eucaliptos (MENDES FILHO, 1979).

Fotos: Wilson Reis Filho e Mariane A. Nickele

Caracterização do ataque deA. crassispinus em plantio de P. taeda

Formigas cortadeiras em plantios

florestais na Região Sul do Brasil

Espécies associadas aos plantios florestais no PR e SC (n = 885)

Fre

qu

en

cia

(%

)

Espécies associadas aos plantios florestais no PR e SC

Arapoti, PR Campo do Tenente, PRJaguariaíva, PR

Rio Negrinho-SC Três Barras-SCCampo Belo do Sul, SC

Acromyrmex crassispinus

Fotos: Mariane A. Nickele; Wilson Reis Filho

1 2 3

1) recém-plantado; 2) três anos; 3) seis anos de idade

1 2 3

Estudos em Pinus taeda com diferentes manejos florestais

(Fotos: Wilson Reis Filho)

Densid

ade d

e n

inhos h

a-1

Com poda e desbaste Sem poda e desbaste

(Fonte: Nickele et al., 2009, Fotos: Wilson Reis Filho).

Densidade de ninhos de Acromyrmex crassispinus

em Pinus taeda

(Fonte: Nickele et al., 2015).

NINHOS DE Acromyrmex crassispinus

EM Pinus taeda

Nin

ho

s p

or

he

cta

re

Meses após o plantio

Fre

qu

en

cia

(%

)

Meses após o plantio

< 30 cm 31-60 cm > 60 cm

Densidade de ninhos Tamanho dos ninhos

Plantio anterior de pinus sem poda e sem desbaste

Corte-raso e novo plantio ocorreu no inverno

Não houve ataques de formigas cortadeiras nessa área

(Fotos: Wilson Reis Filho).

ATAQUE EM PINUS RECÉM-PLANTADO

N1: 50% de

desfolhaN2: 75% de

desfolha

N3: 100% de

desfolha

N4: 100% de desfolha,

mais corte da gema

apical

(Fonte: Nickele et al., 2018; Fotos: Wilson Reis Filho).

% d

e a

taque

Meses após o plantio

N1 N2 N3 N4 MF Total

ATAQUE EM Pinus taeda AO LONGO DO TEMPO

Corte-raso e novo plantio ocorreu

no verão

(Fotos: Wilson Reis Filho).

Os ataques de A. crassispinus diminuem ao longo do tempo em

plantios sem o uso de herbicidas

INFLUÊNCIA DO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

EM PLANTIOS DE PINUS

Uso de herbicidas X Uso de roçadas

Fotos: Wilson Reis Filho

(Fonte: Nickele et al., 2018).

% d

e a

taq

ue

Meses após o plantio

N1 N2 N3 N4 MF Total

Sem uso de herbicidas

Influência do manejo de plantas daninhas no ataque de

A. crassispinus em Pinus taeda

Corte-raso e novo plantio ocorreu na primavera/verão

(Fonte: Nickele et al., 2018).

% d

e at

aque

Meses após o plantio

N1 N2 N3 N4 MF Total

Com uso de herbicidas

Influência do manejo de plantas daninhas no ataque de

A. crassispinus em Pinus taeda

Corte-raso e novo plantio ocorreu na primavera/verão

(Fotos: Mariane A. Nickele)

ESTUDOS EM PLANTIOS DE EUCALIPTO

1 mês 6 meses 12 meses

18 meses 24 meses 36 meses

Arapoti, PR – Eucalipto – plantio set/13

% d

e p

lanta

s

T1 T2 T3 T4 T5

Ninhos de saúvas Ninhos de

quenquéns

Plantas de eucalipto atacadas Plantas de eucalipto mortas por formiga Espécies de formigas cortadeiras

Tamanho dos

ninhos

% d

e a

taque

Meses após o plantio

T1 T2 T3T4 T5

Meses após o plantio

T1 T2 T3 T4 T5

Fre

quência

(%

)

Meses após o plantio

Classe I Classe II

Fre

quência

(%

)

SENGÉS, PR – Eucalipto – plantio out/13

% d

e p

lanta

s

T1 T2 T3T4 T5

Ninhos de saúvas Ninhos de

quenquéns

Espécies de formigas cortadeiras

Tamanho dos

ninhos

Plantas de eucalipto atacadas Plantas de eucalipto mortas por formiga

Fre

quên

cia

(%

)

Meses após o plantio

Classe I Classe II Classe III Classe IV

Meses após o plantioT1 T2 T3 T4 T5 Meses após o plantioT1 T2 T3 T4 T5

% d

e a

taque

Meses após o plantio

T1 T2 T3T4 T5

Fre

quência

(%

)

(Fonte: Nickele et al., 2018).

DENSIDADE DE NINHOS DE Acromyrmex crassispinus

EM PLANTIO DE EUCALIPTO

Densid

ade d

e n

inhos h

a-1

Meses após o plantio

Fre

quencia

(%

)Meses após o plantio

< 30 cm 31-60 cm > 60 cm

Densidade de ninhos Tamanho dos ninhos

(Fotos: Mariane Aparecida Nickele)

ATAQUE EM EUCALIPTO RECÉM-PLANTADO

N1: 50% de

desfolha

N2: 75% de

desfolhaN3: 100% de

desfolha

DANOS DE Acromyrmex crassispinus EM PLANTIO DE

EUCALIPTO

Foto: Wilson Reis Filho

% d

e p

lanta

s a

tacadas

Meses após o plantio

N1 N2 N3 MF TOTAL

MANEJO DE FORMIGAS

CORTADEIRAS

- . Amostragens visuais – ninhos

- . Plantas desfolhadas

MONITORAMENTO DE

(Foto: Equilibrio Proteção Florestal)

MONITORAMENTO

Predação no período da revoada

CONTROLE BIOLÓGICO

(Fotos: Flávio Cruvinel Brandão; M. S. Araujo)

Besouro Canthon virensPássaros

Destruição direta dos insetos com uma enxada ou enxadão.

CONTROLE MECÂNICO

(Fotos: (Mariane A. Nickele, Wilson Reis Filho)

Formigas cortadeiras

- Pós secos (Deltametrina)

- Termonebulização (Permetrina)

- Iscas granuladas (Fipronil, Sulfluramida)

CONTROLE QUÍMICO

PÓ SECO

(Foto: Mariane A. Nickele)

Só devem ser usados em ninhos pouco profundos, já que não são capazes

de atingir o interior de colônias muito grandes.

PÓ SECO

ATENÇÃO:

Se o solo estiver muito úmido não deve ser utilizado, pois o

produto pode ficar aderido às paredes do formigueiro.

TERMONEBULIZAÇÃO

(Foto: Luiz Carlos Forti)

Consiste em transformar o formicida líquido em fumaça, introduzindo-a no

interior dos formigueiros, através de um termonebulizador.

TERMONEBULIZAÇÃO

ATENÇÃO:

Apesar da alta eficiência, apresenta grandes desvantagens

operacional e econômica, pois requer o transporte e

manutenção do equipamento e formulação especial do

formicida.

Apresenta alto risco de intoxicação dos operadores e riscos

ambientais de contaminação do solo.

Iscas granuladas

(Foto: Zig Kock - Arauco)

Técnica mais comum, por apresentar baixo custo e boa eficiência quando

bem aplicadas, além de maior rendimento em campo.

Iscas granuladas

(Foto: Luiz Carlos Forti)

Medição da área do ninho, para o cálculo da dose de iscas

A dosagem de isca para o controle de quenquéns que

fazem ninhos de monte-de-ciscos é de 5 gramas/ninho.

Iscas granuladas

(Foto: Wilson Reis Filho)

(Fotos: Wilson Reis Filho)

A aplicação das iscas granuladas deve ser ao lado da trilha,

próximo dos olheiros de alimentação. Nunca em cima da trilha

ou do ninho, nem colocar diretamente dentro do ninho.

Iscas granuladas

Atenção

• As iscas não toleram umidade e uma chuva

após a sua distribuição pode afetar o combate.

Iscas granuladas

(Foto: Mariane A. Nickele)

MIPIs - Micro Porta-iscas

• Redução da quantidade aplicada;

• Redução da mão-de-obra para localização de ninhos;

• Redução de perdas de iscas pelas chuvas.

Iscas granuladas

(Foto: Mariane A. Nickele)

Armazenamento adequado das iscas

• É importante preservar a sua qualidade, armazenando

em lugar seco, ventilado e coberto, evitando o contato

direto com o piso.

• Manter o produto em sua embalagem original e fechada;

• Não armazenar as iscas junto com outros produtos

químicos (inseticidas, combustíveis, etc)

Iscas granuladas

CUIDADO COM FORMICIDAS ILEGAIS

Os formicidas irregulares em geral são

produtos registrados no Ministério da Saúde

para a jardinagem amadora, mas vendidos

irregularmente para o uso na área rural.

Recomendações para o manejo integrado

de formigas cortadeiras em plantio de Pinus

Recomendações para o manejo integrado de

formigas cortadeiras em plantio de Eucalyptus

OBRIGADO PELA ATENÇÃO

Wilson.reis@colaborador.embrapa.br

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