mahalamba (biodiversidade)
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ÍndiceCapítulo I...........................................................................................................................6
1. Introdução......................................................................................................................6
1.1. Objectivos...................................................................................................................7
1.2. Metodologia................................................................................................................7
1.3. Questões científicas....................................................................................................8
2. Localização e Características Agro – ecológicas da Localidade de Mahalamba..........9
2.1. Descrição das actividades realizadas em torno de Botânica, Zoologia, Ecologia, e
Hidrobiologia. 10
2.1.1. Massala ou Maciela (Strychnus spinosa)..............................................................10
2.1.2. Annona selegalencis..............................................................................................10
2.1.3. Tabernamontana elegans.......................................................................................11
2.1.4. Polipódio (Polypodium vulgare)...........................................................................12
2.1.4. Aloé vera...............................................................................................................12
2.1.5. Líquenes................................................................................................................13
2.2. Em torno da Zoologia...............................................................................................15
2.2.1. Murmuché..............................................................................................................16
2.2.2. Libélula (Sympetrum fonscolombii).....................................................................16
2.2.3. Vespas....................................................................................................................16
2.2.4. Borboletas..............................................................................................................17
2.2.5. Joaninhas...............................................................................................................18
2.2.6. Louva-a-deus e outros gafanhotos.........................................................................18
Capítulo III......................................................................................................................20
3. Microbiologia/parasitologia........................................................................................20
3.1. Visita aos campos agrícolas......................................................................................20
3.1.1. Amostras................................................................................................................22
Capítulo IV......................................................................................................................23
4. Didáctica de Biologia e Interacção com a comunidade Local....................................23
5
4.1. Role playing..............................................................................................................23
4.2. Encontro como os médicos.......................................................................................23
Capítulo V.......................................................................................................................26
5. Conclusões e Recomendações.....................................................................................26
5.1. Conclusões................................................................................................................26
5.2. Recomendações........................................................................................................27
Capítulo VI......................................................................................................................28
6. Proposta de projecto: Ma nutrição em crianças da comunidade de Mahalamba.........28
6.1. Introdução.................................................................................................................28
6.2. Problema...................................................................................................................28
6.3. Justificativa...............................................................................................................29
6.4. Objectivos.................................................................................................................30
6.5. Hipóteses..................................................................................................................30
6.6. Metodologia..............................................................................................................30
6.7. Escolha de amostra da População-alvo....................................................................31
6.8. Delimitação do tema.................................................................................................31
6.9. Objecto de estudo.....................................................................................................31
Referências Bibliográficas...............................................................................................32
6
Capítulo I
1. Introdução
O ensino de biologia é um dos cursos que para sua efectivação requer a conciliação da
teoria e da prática, de forma a reduzir os níveis de abstracção dos conteúdos tratados na
sala de aula. Neste âmbito surge o presente relatório referente a cadeira de Trabalho de
Campo, realizado na localidade de Mahalamba, posto administrativo de Mucumbine,
distrito de Inharrime. O Trabalho de campo surge com objectivo principal colocar o
estudante em contacto directo com a realidade, traduzindo o aprendido na sala de aula
numa realidade concreta com a natureza.
E sem ficar aquém1 a esta finalidade, o desenvolvimento de habilidades alia-se também
ao envolvimento em actividades motivadoras para a aprendizagem, desta forma tornava-
se fácil interagir livremente e sem limitações sobre aspectos científicos, o que propicia o
desenvolvimento de mais vontade ao aprendizado.
A visita foi realizada entre os dias 16 e 22 do mês de Maio de 2013, por estudantes do
4o ano de biologia e os respectivos docentes do curso. Teve como destaque as seguintes
actividades: visita à floresta local identificando as espécies com utilidade medicinal,
alimentar e outras; visita ao rio Nhaliuaue; aos campos agrícolas da baixa do rio;
identificação de espécies invertebradas e vertebradas existentes na localidade.
A descrição das características da biodiversidade existente na localidade, o estudo da
relação comunidade e a natureza que a rodeia, a compreensão sobre o compromisso que
esta tem com o ambiente, foram alguns dos principais propósitos que levaram a
excursão desta excursão biológica.
A concretização dos objectivos pré traçados foi graças a observação directa dos dados,
seguida da sua confrontação nos manuais cujas referências bibliográficas constam na
última página do presente relatório que é composto por elementos pré-textuais (capas,
resumo, índice de tabelas e conteúdos), o desenvolvimento que compreende a presente
introdução, seguida pela descrição das actividades em torno das cadeiras já frequentadas
desde o início do curso, logo a seguir as conclusões e recomendações que culminam
com a bibliografia das fontes consultadas.
1 Próximo
7
1.1. Objectivos
Geral:
Estudar a biodiversidade da localidade de Mahalamba como campo alvo para a
realização de estudo científico.
Específicos:
Descrever as características agro-ecológicas da localidade de Mahalamba;
Identificar os possíveis ecossistemas existentes ao nível do local de estudo;
Indicar as espécies vegetais e faunísticas predominantes no ambiente natural da
localidade de Mahalmba;
Caracterizar as espécies identificadas de modo a descobrir mais potencialidades
medicinais e alimentares para o uso local;
Propor o projecto de pesquisa a cerca de Má nutrição em particular nas crianças,
um aspecto que merece uma pesquisa atenciosa, tendo em conta as
potencialidades agrícolas que a localidade oferece.
1.2. Metodologia
Este trabalho teve como base de aquisição de dados, a observação, que constitui um dos
métodos práticos e indispensáveis para a realização de uma pesquisa.
Para além da revisão bibliográfica, auxiliou-se das técnicas de transetos e quadrículas
para a delimitação das áreas de estudo. A observação permitiu a identificação,
descrição, determinação das espécies existentes em todas áreas de estudo, e recolha de
amostras de plantas e insectos observados.
Para insectos e plantas usou-se manuais e chave dicotómica para a respectiva
identificação.
A recolha de amostras de água, solo, e algumas plantas para facilitar a identificação das
espécies na chave dicotómica. O estudo era feito em grupos de (três) estudantes, onde
usou-se material auxiliar o estudo tais como: cordas, garrafas vazias, fita métricas, bloco
de notas canetas, máquinas fotográficas.
Houve um diálogo que com os Praticantes da Medicina Tradicional local, que permitiu
obter mais conhecimentos sobre a medicina tradicional, e também deixar algumas notas
a cerca do uso de algumas plantas com toxicidade elevada e suregir ainda outras plantas
com aplicabilidades alimentares.
8
Os dados recolhidos eram discutidos em grupos de trabalho e as vezes envolvia se mais
estudante na discussão dos assuntos, caso fosse necessário mais elementos.
1.3. Questões científicas
1. Qual é o clima predominante na localidade de Mhalamba?
2. Tendo em conta a localização geográfica de mahalamba, qual é a vegetação,
bem como a fauna mais predominante?
3. Que nível de conhecimento a comunidade de Mahalamba possui no que diz
respeito as plantas medicinais?
4. Qual é o nível de biodiversidade que esta localidade apresenta. E a que nível é
explorada esta riqueza natural?
5. Quais são as características agro-ecologicas de Localidade?
6. Quais são as espécies de animais mais notáveis e que povoam este ambiente.
7. Quais as características vegetais?
8. Existem algumas espécies medicinais possíveis de serem exploradas localmente?
9. Quais são os riscos prováveis pelo uso de plantas medicinais fora da analise
científica?
9
Capítulo II
2. Localização e Características Agro – ecológicas da Localidade de Mahalamba.
A localidade de Mahalamba é uma região o Distrito de Inharrime que dista cerca de 30
Km da Vila – Sede do distrito. A Oeste, é banhada pelo rio Nhaliuaue, que também
marca o limite ao Sul.
Esta localidade, apresenta um clima tropical húmido, e as relações vitais estão em torno
dos dois tipos de ecossistemas lá existentes, aquático e terrestre. Acordando ao
MINISTÉRIO DA ADMINISTRACAO ESTATAL (2005: 02), o clima do distrito de
Inharrime é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido, à medida
que se caminha para a costa, com duas estações, a quente ou chuvosa que vai de
Outubro a Março e a fresca ou seca de Abril a Setembro.
O solo sem muitas variações, é predomGinantemente arenoso, com uma atmosfera
provavelmente são e isento de níveis exagerados de poluintes atmosféricos, isto foi fácil
notar pela colonizacao de líquenes que decorravam as os troncos e caules de plantas
observadas ao longo da floresta. De acordo com SILVA (2012) os líquenes são muito
sensíveis a pequenas modificações ambientais e funcionam como excelentes indicadores
ecológicos em muitos casos.
Nos ecossistemas terrestres encontra se lá presente uma floresta densa onde há
predominância de varias espécies de plantas de grande importância medicinal bem
como alimentar para o ser humano e para alguns animais tendo como maior
predominância as seguintes plantas Tambeiras e Licopodios para alem de ervas como
Panicus vulgaris e uma comunidade faunística onde há maior predominância de
insectos tais como escaravelho formigas e gafanhotos, e nos ecossistemas aquáticos o
distrito banha se por um rio Nhaliuaue.
Fig. 1. Representação geral do ambiente natural de Mahalamba.
10
2.1. Descrição das actividades realizadas em torno de Botânica, Zoologia,
Ecologia, e Hidrobiologia.
O primeiro dia do trabalho de dedicou-se uma visita a floresta de Mahalamba onde
observou-se a presença de várias plantas de grande importância medicinal e até mesmo
para o consumo. Fora da observação fez se a identificação das mesmas. Das espécies
identificadas, destacam-se:
2.1.1. Massala ou Maciela (Strychnus spinosa)
Uma planta pertencente a família das Strychnaceae, de origem africana, que
normalmente desenvolve em ambientes de clima tropical, podendo adaptar-se também a
clima sub-tropical.
De acordo com o FUNEP, FCAV/Unesp (2006), a sua polpa é utilizada para consumo
natural e, na África, serve para quando fermentada, produzir uma bebida alcoólica. O
sabor é subácido.
Porém a variedade observada no local é venenosa que é muito usada pelos caçadores,
eles colocam a essência da planta na ponta de suas flechas para quando injectada em
animais durante a caça, causa se a perda automática de seus sentidos e
consequentemente a possível captura.
2.1.2. Annona selegalencis
Uma planta silvestre de extrema importância alimentar, os seus frutos são muito úteis
para a dieta alimentar. Pertence a família das Annonaceae, este representa uma espécie
vulgarmente conhecida como ateria selvagem.
Fig. 2. Annona selegalencis
Foto extraída no Campo de Mahalamba, na rua que leva ao Rio Nhaliuaue
11
Agave sisalana, conhecida vulgarmente por sisal, pertence a família das Agavaceae é
uma planta usada principalmente para fins comerciais, no fabrico de cordas, tapetes
através das suas fibras que oferecem uma resistência extrema.
Esta planta é original do México. Esta confunde-se tanto com a Agave americana
devido a semelhanças que existe entre elas.
As fibras apresentam apenas 4 a 5 % da massa bruta da folha do Sisal. É uma planta
resistente à acidez e ao sol intenso (SILVA 2012).
2.1.3. Tabernamontana elegans
É uma espécie botânica pertencente a família Apocynaceae. É de extrema
importância alimentar usa se a sua seiva para o fabrico de iogurte misturando a seiva
com o leite, mas a seiva deve estar em quantidades equilibrada para não criar um sabor
amargo no iogurte.
Tambeira – usa se parte desta planta para fazer se cordas. Observou se nestas plantas
maior presença de Líquenes nesta planta, estes líquenes são resulta da associação
existentes entre as cianofíceas em simbiose com os fungos, formam uma interacção
Fig. 3. Agave sisalana
Foto extraída no Campo de Mahalamba, na rua que leva ao Rio Nhaliuaue.
Fig. 4. Tabernamontana elegans
12
entre bactérias e fungos encontrar os foliosos e portastes (mancha), os líquenes servem
de indicadores de pureza do ar.
2.1.4. Polipódio (Polypodium vulgare)
É um feto pertencente ao género Polypodium, com soros redondos nus e
dorsaisnuma ou mais fileiras em cada lado da nervura central ou espalhados
irregularmente. As folhas contendo soros são denominadas reprodutoras e as que não
portam, estas estruturas, são as fotossintéticas. Para além desta espécie de polipódio,
observou-se também o Polipodium nippodicum.
2.1.4. Aloé vera
De acordo com PURA VIDA, (2010), Aloe vera é realmente uma das principais do
reino vegetal. Se todos soubessem os importantes benefícios nutricionais e medicinais
que esta planta guarda dentro das suas suculentas folhas, provavelmente haveria um
pequeno jardim de Aloe em cada residência e definitivamente as farmácias venderiam
menos medicamentos.
A existência desta planta na Localidade de Mahalamba é uma realidade, e a sua
distribuição não é menos que toda parte da floresta. Contudo, os residentes poucas vezes
usam esta magnífica planta, recorrendo a uma do mesmo género mas com muita
concentração de essência e com um alto nível de toxicidade, a Aloé ferox.
Fig. 5. Polypodium vulgare. (A) – Folha
fotossintética; (B) – folha reprodutora (soros).
A B
13
Ainda ao longo da caminhada ao longo da floresta, observou-se a existência de
musgos que formavam um tapete verde nos troncos e por baixo de plantas que
proporcionavam sobras bem fechadas e favoráveis da ocorrência destas espécies.
Musgos são representantes do grupo das briófitas e como tal são desprovidos de
vasos condutores e tecidos. São constituídos por rizóides, caulóides e filóides. São
plantas criptogâmicas, isto é, possuem os órgãos reprodutivos escondidos, ou que não
possuem flores (SILVA, 2011).
Devido a falta de vasos condutores, preferem lugares húmidos (são dependentes da
água para a sua reprodução, cuja fase dominante é a gametófita, um dos exemplos é a
funária que é mais notável nesta localidade.
2.1.5. Líquenes
Os líquenes na localidade de Mahalamba, são a forma de interacção simbiótica mais
dominante e facilmente notável, pois é possível observar a cada árvore encontrada.
Fig. 6. Aloe ferux
Fig. 8. Musgos (Briofitas) – Funaria hygrometrica
Fig. 7. Aloe vera
14
Um líquen é formado por um fungo (responsável pela sua estrutura, obtenção de
água e sais minerais, além de proteger o líquen dos raios solares) e por uma alga (que
forma uma camada paralela à superfície superior e metaboliza os carboidratos). O
líquen prolifera nos substratos mais variados: rochas, solo, casca de árvores e madeira.
Vivem em ambientes onde nem fungos, nem algas sobreviveriam, tolerando condições
climáticas extremas (de –196°C a 60°C). Apesar disso são sensíveis à poluição, não se
desenvolvendo em cidades
Os líquenes são associações de duas plantas: fungos e algas, por isso são mais
resistentes a variações ambientais e auxiliam no equilíbrio da natureza. Os líquenes
aquáticos auxiliam na transformação do monóxido de carbono em oxigénio,
desintoxicando ambientes aquáticos e equilibrando o ecossistema.
Após a observação de espécies ao longo da caminhada na mata, delimitaram-se
áreas de estudo onde com o auxílio das técnicas de tracetos e quadrículas identificou-se
o nível de biodiversidade vegetal presente na área de estudo. Cada grupo tinha sua área
de estudo. A seguir vem a descrição dos dados analíticos da quantidade da
biodiversidade em tabelas que representa dados sobre cada uma das quadrículas feitas.
Tabela da lista de plantas observadas em cada quadrícula
No de Quadrículas
No de indivíduos de cada espécie por quadrículaSp1 Sp2 Sp3 Sp4 Sp5 Sp6 Sp7 Sp8 Sp9 total
Q1Indeterminado
2 0 1 Indeterminado
0 0 1 0 4
Q2 1 0 2 2 2 0 1 8Q3 6 1 0 0 6 0 0 13Q4 5 0 3 1 0 2 1 12Q5 9 3 0 0 0 0 0 12Q6 18 2 2 2 0 1 0 25Total ---------- 41 6 8 ----------- 5 8 4 2 74
Fig. 9. Líquenes (associação simbiótica entre fungos e algas)
15
2.2. Em torno da Zoologia
Com a mesma orientação e organização feita na descrição de características
botânicas do local, desenvolveu-se outro estudo em torno da Zoologia, com o objectivo
de identificar as espécies de animais existentes em cada quadrícula. Durante este estudo
foram identificadas várias espécies de insectos e de alguns vertebrados, que passam a se
destacar, insectos na maioria e alguns lagartos que representavam os vertebrados.
Tabela de indivíduos observados nas quadrículas animais
No de Quadríc-ulas
No de indivíduos de cada espécie por quadrícula
Sp1
Sp2 Sp3
Sp4 Sp5
Sp6
Sp7
Sp8
Sp9
Sp10
Sp11
Sp12
Sp13
Sp14
total
Q1 1 2 3 0 0 2 0 2 4 0 0 0 0 2 16Q2 0 1 0 1 2 0 3 0 0 0 1 2 1 0 11Q3 0 0 0 0 4 0 0 0 1 1 0 0 2 1 9Q4 2 0 1 2 5 1 1 1 0 1 0 0 1 0 15Q5 0 1 1 0 2 1 2 0 1 2 0 1 2 0 13Q6 1 2 0 3 0 2 3 2 0 0 0 0 0 1 14
Total 4 6 5 6 13 6 9 5 6 4 1 3 6 4 78
Tabela de Totais de Indivíduos por Quadricula e no Tranceto animais
No de Quadríc-ulas
No de indivíduos de cada espécie por quadrícula
Sp1 Sp2
Sp3
Sp4 Sp5
Sp6
Sp7
Sp8
Sp9
Sp10
Sp11
Sp12
Sp13
Sp14
total
Total .I .T
4 6 5 6 13 6 9 5 6 4 1 3 6 4 78
T.Q Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q616 11 9 15 13 14
Sendo que as espécies 1, 2, 7 e 8 representadas por borboletas, sp5 e sp6
representadas por gafanhotos e por fim sp11 e sp12 representadas por espécies
vertebradas, (os lagartos).
A etimologia florestal realizou-se no dia 18.08.13, na floresta de Mahalamba, com o
objectivo de observar se e descrever-se algumas espécies de insectos lá existentes.
Observou se os seguintes insectos:
16
2.2.1. Murmuché
Uma relação ecológica estabelecida entre insectos da ordem das térmitas que faz
escavações em compartimentos que carregando a areia para a superfície, esta servindo
de cobertor, isto resulta num entulho, que usam para fim reprodutivos e quando já na
fase adulta, abandonam a residência, que pode passar a servir de abrigo para animais
como répteis, cobra, rato.
2.2.2. Libélula (Sympetrum fonscolombii)
Um insecto da subordem Anisoptera, de corpo fusiforme, com o abdómen muito
alongado, olhos compostos e dois pares de asas semitransparentes. As libélulas são
predadoras e alimentam-se de outros insectos, nomeadamente mosquitos, e moscas. Esta
espécie tem distribuição mundial e tem preferência por habitats nas imediações de
corpos de água dos riachos, estagnada (poças ou lagos temporários), zonas pantanosas
ou perto de ribeiros e riachos (SILVA, 2010). Em Mahalamba, foi possível observar a
presença desta espécie, que inicialmente confundiu-se a sua identidade, tendo sido
comparada a um adulto de formiga-leão, mas que esta confusão teve seu fim logo após a
confrontação das obras.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Família: Aeshnidae
Ordem: Odonata
Subordem: Anisoptera
Género: Sympetrum
Espécie: Sympetrum fonscolombii
2.2.3. Vespas
As vespas são insectos pertencentes a ordem dos Himenópteros, responsáveis pela
polinização de diversas espécies de plantas. Dividem-se nas subordens Apocrita e
Symphyta. As larvas da Apocrita são usualmente carnívoras ou parasitoides, enquanto
as da Symphyta são herbívoras.
Fig. 10. Sympetrum fonscolombii
17
Com a ajuda de confrontações bibliográficas, identificou-se a espécie observada sendo
pertencente a subordem Symphyta, pois alimentam-se de ervas.
Classificação científica
Vespa comumReino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Subordem: Symphyta
Familia: Vespidae
Genero: Vespula
Espécie: Vespula vulgaris
2.2.4. Borboletas
Várias espécies de borboletas foram observadas no campo delimitado pelo grupo
para o estudo da biodiversidade animal. A diversidade das espécies era notável com
base nas suas características físicas, tal como a cor, a disposição das asas e o carácter
ecológico. Das espécies observadas, foi notável a variação das cores de castanho, azul,
branco, e cinzentas apesar de muitas delas possuírem misturas para permitir a
camuflagem.
A borboleta azul representada em (A), apresenta algumas analogias em relacao à
lagarta representada por (B), representando um estágio do seu ciclo de vida. Pressupos-
se que a pertença da lagarta, devido a presença de cores com disposição semelhante.
Fig. 11. Vespa (Vespula vulgaris)
A BFig. 12. Evidência de lagartas como fase do seu ciclo vital.
18
2.2.5. Joaninhas
São insetos comuns de jardim, visto que são predadores vorazes de outros insetos.
Vendidos como agente de controle biológico por empresas fornecedoras de produtos
para jardins, por serem muito eficazes. Na sua maioria , são vermelho, alaranjados ou
amarelos com pontos pretos. Quando manipulados ou atacados por predadores, expelem
um fluido de cheiro forte. As larvas são tão voraveis quanto os adultos. Dormem todo o
inverno, em grandes enxames, sob a casca de árvores e cama de folhas para se
manterem aquecidos (MÁRCIO, 2009).
Classifica,cão científica
Ordem: Coleoptera.
Nome Científico: Coccinella punctata.
Tamanho: 9 mm.
2.2.6. Louva-a-deus e outros gafanhotos
O louva-a-deus ou cavalinho-de-deus é um insecto da ordem Mantodea. Há cerca de
2400 espécies de louva-a-deus, a maioria das quais em ambiente tropical e subtropical.
Seu nome popular decorre do fato de que, quando está pousado, o insecto lembra uma
pessoa orando. Os “louva-a-deus” são insectos relativamente grandes, de cabeça
triangular, tórax estreito com pronoto e abdómen bem desenvolvido. São predadores
agressivos que caçam principalmente moscas e anfíbios.
Fig. 13. Borboleta (A) – com cores mistas, (B) – com cor cinzenta como padrão.
A B
Fig. 14. Coccinella punctata.
19
Fora do Louva-a-deus, foi também possível observar espécies de gafanhotos como
por exemplo: Tropidacris grandis, Anacridium aegyptium com olhos com listras
verticais e um sulco no dorso. Não "canta", voa bem e alimenta-se de vários arbustos e
árvores. As ninfas são de cor verde ou marrom-alaranjado.
Conforme pode se observar, cada insecto encontra-se num ambiente correspondente
a sua cor, o que lhe permite a camuflar contra os seus inimigos. A camuflagem é uma
característica ecológica que alguns animais adoptaram durante a sua evolução com
finalidade de se ocultarem da visibilidade perante seus inimigos ou presas. O mesmo
pôde se observar com as borboletas.
Gafanhoto verde
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Hexapoda
Classe: Insecta
Ordem: Orthoptera
Família: Romaleidae
Género: Tropidacris
Espécie: T. grandis
Fig. 15. Camuflagem de insectos.
Fig. 16. Tropidacris grandis, camuflado em seu ambiente natural
20
Capítulo III
3. Microbiologia/parasitologia
3.1. Visita aos campos agrícolas
No dia 20.05.13 fez se uma visita a baixa localmente conhecida de Nhaliuae, que
localiza-se no distrito de Inharrime, posto administrativo de Mocumbine, localidade de
Mahalamba e faz limite com Limbonde a norte e a sul Marucula.
A visita teve como principal objectivo, estudos demicrorganismos/parasitas que
ocorrem e afectam as culturas naquela região.
A baixa de Nhaliauae apresenta solo preto muito fértil o que permite concluir que o
solo é constituído de muita quantidade de húmus, caracteriza - se com presença de
muitas gramíneas e algumas ervas daninhas que competem o mesmo ambiente com as
culturas que lá existem.
As principais culturas são: couve, alface, batata-doce, alho cebola, cana de acusar
banana, sendo assim as culturas são para consumo e sustento familiar, pois uma
pequena escala é levada para a venda.
Segundo Marcelina Meque, interpelada no local e por coincidência dona da
Machamba visitada, confirmou a não pratica de rotação de cultura para alem do não uso
de produtos químicos como fertilizantes ou ate mesmo para o combate de pragas e
infestações das culturas. A mesma fonte confirmou ainda a existência de gafanhotos
como pragas que fustigam as culturas locais, e que não dispunham de nenhum
conhecimento natural para o combate do mesmo.
As culturas mais atacadas de acordo com Marcelina Meque, para além do feijão
Nhemba encontramos a couve seguida de alface, como referência pois são as que mais
apresentam os efeitos negativos da praga do gafanhoto. Foi possível apurar no terreno,
presença de gorgulho pequeno da batata-doce.
21
De seguida deslocou-se a uma outra área pertencente a um jovem agricultor.
Entretanto, não houve diferença das culturas em relação ao campo observado
anteriormente, possuindo uma variedade de culturas bem desenvolvidas tais como
couve, beringela, tomate e alface.
Facto curioso é que as culturas desenvolviam graças a produtos químicos que são
utilizados pelo pequeno agricultor. O solo apresenta se com pequenos sedimentos, o que
marcava uma diferença ao primeiro visitado.
Dando continuidade, existia uma machamba com feijão Nhemba, quiabo e papaeiras
que eram consumidas pelos pássaros ainda na planta mãe.
A última etapa da visita de culturas, culminou numa machamba dum casal, onde
existiam várias culturas tas como: feijão Nhemba, Feijão jugo, ervilha, matapa, milho,
A B
Fig. 17. Culturas observadas, (A) – Alface, sem infestações; (B) – couve, atacada pela lagarta-da-couve
Fig. 18. Aspecto brilhante das plantações do Campo 2. Culturas sem infestações.
22
para além de presença de ervas daninhas que competiam o mesmo espaço com as
culturas lá existentes.
Das culturas observadas na machamba detectou-se a doença mosaico de vírus da
mandioca, num universo de 80% das plantas.
Informações colhidas no local, o plantio de culturas são feitas numa única época (época
chuvosa) sem alterações de cultura. Sendo que planta se muita variedade de cultura de
uma só vez, numa só época.
Questionando da finalidade de tantas mandioqueiras na machamba, confirmaram
uso somente para sustento familiar.
A doença mais grave da mandioqueira é o
mosaico que é causado por cada uma das
três geminiviroses. Cuja mosca
transmissora está distribuída
essencialmente em quase toda parte do
mundo. Estes vírus perencem a família
Geminiviridae e ao Género Begomovirus
(SILVA, 2010).
E no que diz respeito as formas de combate das pragas e doenças, o nosso
entrevistado confirmou desconhecer das formas de protecção contra esses dois
fenómenos, que afectam culturas mas confirmou ser caso bem notável, que não só
acontece na mandioca mais também em outras culturas tais como: amendoim e milho.
De forma a contribuir no rendimento das culturas presentes, propôs se a este o uso
da cinza, pois sendo uma base esta ajuda a minimizar alguns casos, para alem do uso de
piri-piri e a seringueira o que torno difícil traduzir este ultimo conhecimento devido,
pois o nome local foi difícil.
3.1.1. Amostras
Fez-se a recolha de amostras tais como água do rio, da baixa de Nhaliaue, solos em
diversas partes da baixa. Estas amostras foram colhidas com intuito de chegado à
Massinga observar a presença de possíveis microrganismos que possam habitar nos
ambientes de recolha das amostras.
Fig. 19. Mosaico do vírus da
mandioca.
23
Contudo, não foi possível observar as amostras devido a falta de equipamento
laboratorial favorável para realizar este tipo de observações microscópicas.
Capítulo IV
4. Didáctica de Biologia e Interacção com a comunidade Local
4.1. Role playing
É teatro pedagógico, consiste em trazer para a sala de aula as técnicas do teatro e aplica-
las na comunicação e transmissão de conhecimentos. Este foi utilizado de forma a
consolidar os conhecimentos adquiridos durante o Trabalho de Campo e observados no
local. Nesta actividade a turma foi dividida em 3 grupos, sendo que o primeiro grupo
apresentou o tema cuidados a ter com os rios/poluição do rio. O grupo apresentou em
detalhes as implicações do mau uso dos rios, dando as possíveis soluções para evitar a
poluição do mesmo.
Fim da apresentação do grupo, teceu se algumas criticas que visavam melhorar o tema,
bem como a própria estrutura do role Playing.
A principal recomendação do grupo, foi feita para que a próxima vez não desse soluções
do problema de forma a provocar debate em conjunto. O segundo grupo apresentou um
tema, limpeza da bomba de água, entretanto de forma breve fez algumas críticas que
provocam o mau aspecto da fontenária.
Fim da apresentação, o grupo propôs a ideia da necessidade de limpeza na fontenária
local situado no recinto escolar.
As críticas feitas a este grupo, centralizavam se no facto do grupo ter usado como
personagem um estudante com uma atitude negativa na fontenária.
O terceiro grupo apresentou o tema plantas medicinal utilizado localmente. O grupo
apresentou excedendo o tempo estabelecido, durante a apresentação, o grupo transmitiu
conhecimento das plantas utilizadas localmente e alguns acréscimos de plantas
desconhecidos no tratamento de certas doenças.
4.2. Encontro com os médicos
O encontro com os Praticantes de Medicina Tradicional ocorreu no dia 22 de Maio de
2013. O encontro teve como primeiro passo a intervenção do doutor Elvino Ferrão,
24
dando um espaço a apresentação de possíveis preocupações dos PMT2 na presença dos
docentes. Tendo se como resposta dos PMT que tudo dependeria da nossa abertura,
notando se o surgimento de varias preocupações que originaram o dialogo.
Teve se como objectivo do encontro a recolha de informações dos PMT a cerca de
conhecimentos básicos usados por eles na cura de doenças a partir de plantas e animais
localmente.
No decorrer do diálogo foi possível colher informações de certas plantas e animais mais
utilizadas pelos PMT. Mas não foi possível obter se conhecimentos profundos pois
segundo uma das praticantes a falta de aviso prévio fizeram com que elas desprovessem
de exemplares de plantas que facilitariam a transmissão de conhecimentos.
Entre tanto para o inicio da conversa elas mostraram o interesse em uma conversa
recíproca onde existiria uma troca de experiências entre eles e os estudantes.
O diálogo obedeceu duas fases principais, a explicação do uso de certos animais para
tratamentos de varias doenças, e de plantas sequenciando se da seguinte maneira:
Toupeira localmente conhecida por (Sucunhane)- utilizada no tratamento de filaria.
Segundo o PMT queima-se até que fique em pó (cinza) leva se uma lamina e faz se a
vacinação colocando o pó sobre os locais vacinados esfregando para melhor fixar se o
pó, e de lembra que as vacinas são feitas em locais afectados.
Camaleão é usado no tratamento de asma, para este somente usa se as fezes que depois
de secas são moídas ate formar um pó e de seguida vacina se no peito do paciente com
asma.
Caracol neste animal somente usa-se a carapaça que também é queimada até ficar em pó
(cinza) depois lava se as feridas do paciente, que tenham muito tempo sem sarar? Passa
se a cinza sobre as feridas.
Pombo do mato (rola), segundo eles é usado no tratamento de espíritos maus difíceis e
fortes, para o caso de soldados, sendo que o todo soldado enquanto combatente mata e
que em algumas vezes ficam possuídos de espíritos adquiridos na guerra. Os PMT
confirmaram conhecer e praticar curativos usando plantas e não animais tirando de lado
as galinhas e cabritos também utilizados em caso de espíritos.
2 PRATICANTES DE MEDICINA TRADICIONAL
25
Nas plantas como antes foram referidas que garantiram usar muitas plantas para efeitos
curativos, mas por falta de conhecimento da agenda do encontro com os estudantes
ficaram sem saber que seria necessários alguns exemplares, pois seria difícil falar de
plantas abstractas.
Mesmo assim foi possível ter alguns exemplares de certas plantas conhecidas por alguns
colegas, que conheciam alguns nomes locais de certas planta, discutiu se plantas tais
como:
Aloé ferox (Mangane) é utilizado no aumento da potencia sexual, na qual ferve se ate
tomar a corre de chã e com folha de chã, isto garante a redução da toxidade da planta,
em seguida põe se o liquido no recipiente de dois litros e adiciona se o feijão nhemba e
toma se com uma agua normal durante cite dias.
“Rótula” + “nzula”3 - esmaga-se ou mistura se com água, é utilizada na limpeza de
problemas de vista provocadas de forma mágica e que já leva muito tempo sem curar.
Lavasse as vistas, mas com olhos fechados, pôs as plantas são muito tóxicas. Este
tratamento permite a saída de todos resíduos mágicos, que podem existir na vista sem
uso adicional de espírito.
Língua da sogra+ óleo de rícino – utilizado na massagem de inchaço de qualquer parte
do organismo. Passasse o óleo sobre o local inflamado e massageia se com língua da
sogra também sobre o local.
3 Nomes localmente conhecidos das plantas.
26
Capítulo V
5. Conclusões e Recomendações
5.1. Conclusões
A localidade de Mahalamba é considerada como uma das que mais pratica agricultura e
pesca o que faz com que este seja um dos mais estáveis em termos de segurança
alimentar. Em torno disto, este apresenta uma biodiversidade extremamente rica e um
ambiente favorável para a realização destas actividades. Contudo, este apresenta níveis
de má nutrição muito elevada em crianças, o que estimula a suposição da falta de
conhecimento sobre a potencialidade agrícola e reconhecimento de alimentos com alto
teor nutritivo disponíveis localmente.
Os praticantes da medicina tradicional, possuem um nível considerável em
conhecimento de plantas medicinais, mas que de certo ponto não observam o nível de
toxicidade de certas plantas, bem como as possíveis dosagens aplicadas por eles.
Notou se um aspecto muito importante, que a comunidade local ainda não adoptou o
uso de produtos químicos nas suas culturas de forma notória. E ainda não possuem
conhecimentos do uso de métodos naturais para tratamentos de possíveis doenças e
pragas nas culturas.
Constatou-se ainda que, o ambiente de Mahalamba é naturalmente saudável, isento a
imensas transformações antropogénicas, tendo sido fácil notar esta característica pelo
indicador da pureza da atmosfera, os líquenes, visto que esta associação simbiótica de
organismos, é muito sensível a grandes variações das condições ambientais. Portanto, a
maior existência destes, indica a pureza do ambiente. Contudo, por falta de
conhecimentos sobre a poluição e suas consequências, a comunidade local coloca em
risco o ambiente aquático ao fazer depósito de substâncias químicas provenientes de
detergentes de limpeza como por exemplo o OMO durante a lavagem dos seus tecidos
vestuários. O que de certa forma pode ser fatal aos organismos colonizantes daquele
habitat.
27
5.2. Recomendações
Feitas as constatações, recomenda-se aos PMT, que procurem manter contacto com
mais indivíduos que possam fornecer mais informações sobre a aplicabilidade de
algumas plantas medicinais tendo em conta o nível de toxicidade que podem apresentar,
bem com as possíveis dosagens. E ainda aproveitem no máximo possível o uso das
plantas disponíveis em seu redor.
À comunidade de Mahalamba recomenda-se o uso de recursos localmente disponíveis
para atingirem os objectivos das suas necessidades vitais, em particular, na sua
alimentação. Uma das melhores formas de evitar a insuficiência nutricional, é o uso de
alimentos mais ricos em nutrientes naturais. Esta constitui uma das potencialidades que
a localidade possui, não havendo explicação concorrente para justificar o facto de
carências alimentares.
Em caso de insuficiência alimentar, existe uma das alternativas mais baratas e
localmente disponíveis para a manutenção do nível nutritivo no organismo, para além
de cura de várias doenças através do uso da Moringa.
Aos praticantes da agricultura, para as culturas que registarem ataques por pragas e
infestações virais e bacterianas, recomenda-se o uso de alternativas mais viáveis e
naturais que não influenciam significativamente na alteração das propriedades do solo
(químicos), como é o caso de piripiri que pode ser um controlador de pragas quando o
seu pó é espalhado sobre a cultura. Para além da margosa que possui um alto poder anti-
fúngico.
28
Capítulo VI
6. Proposta de projecto: Má nutrição em crianças da comunidade de Mahalamba
de 02-05 anos.
6.1. Introdução
A alimentação equilibrada torna-se nos dias de hoje um assunto de grande destaque, no
ponto de vista mundial, principalmente na África e em especial na sociedade
moçambicana. Entretanto a comunidade de Mahalamba não foge a regra, e é neste
âmbito que surge o presente projecto intitulado “Ma nutrição em crianças da
comunidade de Mahalamba”.
A desnutrição em Moçambique afecta maioritariamente crianças dos zero aos cinco
anos de idade e o Executivo Moçambicano, através de um plano horizontal mais
avançado, planeia reduzir ainda mais as actuais taxas de desnutrição para pelo menos 15
por cento.
A comunidade de Mahalamba localizada no posto administrativo de Mucumbine, é
potencialmente agrícola e com capacidade de produção de muita variedade frutífera.
O objectivo deste projecto é procurar perceber os motivos da existência de crianças com
problemas de má nutrição num local com muita variedade de culturas produzidas
localmente.
O projecto apresenta como estrutura o seguinte: a presente introdução, seguida do
problema, justificativa, objectivos, questões científicas, hipóteses, metodologia e a
respectiva conclusão.
6.2. Problema
Alimentação constitui a base que garante uma boa saúde, um crescimento e
desenvolvimento rápido assim como passaporte de esperança de vida.
A segurança alimentar é um elemento importante para manter um bom estado
nutricional, e é definida como o acesso físico e económico aos alimentos de qualidade e
em quantidade suficientes que sejam social e culturalmente aceitáveis. (REPÚBLICA
DE MOÇAMBIQUE 2010:14).
No passado maior parte da sociedade pensava que comer bem, era ter acesso a carne,
peixe, batata e outros produtos de difícil acesso. Actualmente diversas individualidades,
entidades governamentais, organizações não governamentais e alguns projectos
trabalham em prol do melhoramento da dieta alimentar das famílias de baixa renda, a
partir dos produtos locais.
29
Segundo o inquérito, o terceiro do género ao nível nacional e que foi realizado em 2011,
cerca de metade das crianças moçambicanas menores de cinco anos sofre de problemas
nutricionais crónicos, quer por falta de alimentação ou por deficiência dos alimentos
dados para sua alimentação. (PORTAL DO GOVERNO: 2010)
Com intervenção conjunta o conceito negativo que se tinha sobre comer bem vai, cada
vez desaparecendo, pois as pessoas já têm na mente que mesmos com produtos
agrícolas de fácil acesso pode se comer bem, desde que saibamos equilibrar a nossa
dieta de acordo com o que cada produto oferece.
Partindo da ideia acima descrita, é preocupante e inaceitável observar-se um número
elevado de crianças com problemas de má nutrição na comunidade de Mahalamba
principalmente na faixa etária dos 02-05 anos de idade. Apresentando um estômago4
com um desenvolvimento fora do normal, o que permite traduz que algo não corre bem
na dieta alimentar dos mesmos menores. Segundo PASAN5 (2010:6) deve-se fortalecer
actividades dirigidas, para a melhoria do acesso e utilização de alimentos de alto valor
nutritivo produzidos localmente e utilizados pelas famílias mais pobres.
Entretanto coloca-se a seguinte questão:
Qual será o motivo que está por detrás da má nutrição das crianças observadas em
Mahalamba?
6.3. Justificativa
A comunidade de Mahalamba é produtora de muitas culturas com um valor nutritivo
elevado, muitas frutas para além de ter a possibilidade de peixe da água doce pescado
localmente. Sendo assim não se justifica que esta mesma passe por problemas ligadas a
má nutrição tendo um potencial agrícola, apesar de praticar apenas agricultura de
sustento familiar. Visto que só pelos produtos locais a população tem acesso a quase
todos aminoácidos essenciais, carbohidratos, minerais, bem como as vitaminas
necessárias para o crescimento e desenvolvimento das crianças locais.
Da pesquisa, espera-se que haja mudança nos hábitos alimentares da população o que
pode reduzir riscos para saúde através da ingestão de alimentos ricos em nutrientes
localmente disponíveis e de fácil acesso. Um outro aspecto que inspira a realização
desta pesquisa foi a constatação de muitos produtos resultantes da agricultura local, que
apresenta muita variedade com um valor muito elevado, para além da disponibilidade de
4 Vulgarmente conhecida de barriga grande5 Acção Multissectorial Paraa Redução Da Desnutrição Crónica Em Moçambique
30
pescado oriunda do rio Nhaliuaue. O que permite variar a dieta alimentar, sem
necessidade de gastar.
É neste âmbito que houve a necessidade de efectuar esta pesquisa sobre “Má nutrição
em crianças da comunidade de Mahalamba”. Caso comunidade de Mahalamba. Com
intuito de analisar as causas, os efeitos e procurar possíveis soluções para mitigar o
problema.
6.4. Objectivos
Geral
Estudar de forma clara como que a relação entre disponibilidade alimentar e a
dieta alimentar pode contribuir na malnutrição das crianças da comunidade de
Mahalamba.
Específicos
Identificar as potencialidades agrícolas da comunidade de Mahalamba;
Descrever o valor nutritivo das culturas produzidas na comunidade de
Mahalamba com base nos tipos de alimento e;
Relacionar a dieta alimentar da comunidade de Mahalamba e a disponibilidade
dos alimentos localmente produzidos segundo os hábitos alimentares locais.
6.5. Hipóteses
Se a comunidade de Mahalamba dispõe de produtos alimentares, pode resumir se na
falta de capacidade de variar a própria dieta alimentar;
Provavelmente as mães sejam menos cuidadosos para com os menores, faltando lhes as
formas de cuidados protecção dos alimentos.
6.6. Metodologia
Para realização deste projecto serão usados os métodos bibliográficos, de pesquisa de
campo, observação e técnicas de entrevistas a população local para apurar a verdade e
permitir alcançar os objectivos pré traçados.
Com o método bibliográfico far-se-á o levantamento de ou conteúdos em varias obras
que já retratam o tema em desenvolvimento. Os métodos qualitativos e qualitativos
serão aplicados em coordenação com as técnicas de recolha de dados tais como as
entrevista, questionário, a população local.
31
Método quantitativo segundo GIL (1991), considera que tudo pode ser quantificável, o
que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-
los. Este método permitira quantificar em percentagem a variedade alimentar e nutritiva
local.
Método qualitativo permite interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados
obtidos no processo de pesquisa quantitativa, isto é agrupar os recursos e técnicas
estatísticas.
A entrevista, de acordo com DIAS et al (2010: 175), podem ser de ser de natureza
interactiva, padronizada ou estruturada em função as perguntas predefinidas. A
entrevista “é uma técnica de colecta de informações sobre um determinado assunto,
directamente solicitadas aos sujeitos pesquisados” (SEVERINO, 2007:124).
Questionário é um “conjunto de questões, sistematicamente articuladas que se
destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a
conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo” (Ibid. 2007:125). Será
elaborado um inquérito/questionário para colecta de dados em torno dos hábitos
alimentares locais.
6.7. Escolha de amostra da População - alvo
Será amostragem não probabilística, da população em geral e, a probabilidade será feita
de forma igual para todos baseados na técnica de estratificação. As variáveis
privilegiadas serão: mães, pais, as próprias crianças.
6.8. Delimitação do tema
O tema é “ Mal nutrição em crianças da comunidade de Mahalamba”, na localidade de
Mahalamba, posto administrativo de Mucumbine, distrito de Inharrime, província de
Inhambane.
6.9. Objecto de estudo
O objecto de estudo é a mal nutrição em criança da comunidade de Mahalamba, isto é
relação existente entre a disponibilidade e os hábitos alimentares da população local
32
Referências Bibliográficas
AMABIS & MARTHO, Fundamentos de Biologia Moderna. 4a edição, S. Paulo. 2009.
DIAS, Ildizina et al. Manual de Práticas e Estágio Pedagógico. Atica. 3a edicao.
Maputo. 2010.
FUNEP, FCAV/UNESP. Frutas Exóticas - Massala. Edição única.2006.
GIL, A. Métodos de Pesquisa - Campo de Estudo. 1a edição, S. Paulo. 1991
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL. Perfil do Distrito de Inharrime –
Provincia de Inhambane. República de Moçambique; Edição 2005. Inharrime. 2005.
ANANDA, MAURO, MÁRCIO [ (1) Apenas 1 comentário] [ envie esta mensagem ],
Disponivel: http://oficinadesociologia.blogspot.com/2007/04/malnutrio-crnica-cresce-
em-moambique-46.html; acesso em 16/06/2013 às 17h09.
33
Lista de Tabelas
Tabela 1 Totais de Indivíduos por Quadricula e no Tranceto animais
Tabela 2 Indivíduos observados nas quadrículas animais
Tabela 3 Lista de plantas observadas em cada quadrícula
III
34
Resumo
O Trabalho de campo surge com objectivo principal colocar o estudante em contacto directo com a realidade, traduzindo o aprendido na sala de aula numa realidade concreta com a natureza.
Retrata a visita realizada na Localidade de Mahalamba, com vista a estudar a biodiversidade que o ambiente daquela localidade disponibiliza para a sociedade do local.
Onde constatou-se existência de diversas espécies vegetais de alto grau medicinal tal como Aloe vera, Aloe ferox, a presença de líquenes que geralmente são considerados como indicadores biológicos da pureza do ar por serem sensíveis grandes variações das condições atmosféricas. Para além uma diversidade entomológica em que destacaram-se algumas espécies como Tropidacris grandis, algumas borboletas que evidenciavam adaptações para se camuflarem dos seus predadores e presas.
Onde depois de registarem-se algumas constatações, recomenda-se aos PMT, que procurem manter contacto com mais indivíduos que possam fornecer mais informações sobre a aplicabilidade de algumas plantas medicinais tendo em conta o nível de toxicidade que podem apresentar, bem com as possíveis dosagens. E ainda aproveitem no máximo possível o uso das plantas disponíveis em seu redor.
II
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