livro proprietario - rotinas de administração de pessoal
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8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal
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autor
JOSÉ LEANDRO CIOFI
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
ROTINAS DEADMINISTRAÇÃODE PESSOAL
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8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal
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Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti;
adriana maria christino
Autor do original josé leandro cioffi
Projeto editorial roberto paes
Coordenação de produção gladis linhares
Coordenação de produção EaD karen fernanda bortoloti
Projeto gráfico paulo vitor bastos
Diagramação bfs media
Revisão linguística amanda carla duarte aguiar
Imagem de capa jakub jirsák | dreamstime.com
todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
C576g Ciofi, José Leandro
Rotinas de administração de pessoal (folha) / José Leandro Ciofi.
Rio de Janeiro : SESES, 2015.
112 p. : il.
isbn: 978-85-60923-69-4
1. Departamento pessoal. 2. Recursos humanos. 3. Rotinas.
4. Folha de pagamento. I. SESES. II. Estácio.
cdd 658.3
Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento
Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj —cep 20261-063
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Sumário
Prefácio 7
1. Conceitos Gerais sobre Folha de Pagamento 9Objetivos 10
1.1 Folha de Pagamento e suas Implicações 11
1.2 Entendendo Salários e Conceitos Complementares 12
1.3 Remuneração Fixa e Variável 14
1.4 Entidades Públicas 141.4.1 FGTSE as Obrigações Acessórias Relacionadas 15
1.4.2 INSS e a GPS 16
1.4.3 IRRF 18
1.5 O Departamento Pessoal 20
1.6 Cálculos Diversos no Contracheque ou Holerite 20
1.7 Holerite 21
1.8 Pensão Judicial 22
1.9 Previdência Privada 241.10 Assistência Médica 25
Atividades 26
Reflexão 27
Referências bibliográficas 27
2. Outras Verbas e Fechamento deFolha de Pagamento 29
Objetivos 30
2.1 Introdução 31
2.2 13º Salário - Pagamento E Incidência 31
2.3 Férias – Panorama Geral 33
2.3.1 Férias Coletivas 39
2.3.2 Férias Proporcionais e Vencidas na Rescisão 40
2.4 Verbas no Fechamento Folha de Pagamento 41
2.5 Etapas Básicas Envolvendo Fechamento de Folha de Pagamento 41
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2.5.1 Fechamento da Folha de Adiantamentos 42
2.5.2 Fechamento da Folha de Pontos 42
2.5.3 Revisão de Férias e Afastamentos 43
2.5.4 Fechamento da Folha de Pagamentos 43
2.5.5 Emissão de Relatórios de Líquidos 442.5.6 Cálculo de Tributos 44
2.5.7 Emissão de Guias de Tributos 45
2.5.8 Transmissão de Informações aos
Órgãos Governamentais Competentes 45
ATIVIDADES 46
2.5.9 Emissão de Outros Relatórios Acessórios 46
2.5.10 Envio de Guias ao Sindicato das Categorias 46
REFLEXÃO 47REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48
3. Simulação de Rotina de Fechamento eIntrodução à Rescisão de Contrato de Trabalho 49
Objetivos 50
3.1 Introdução 513.2 Simulação de Rotina de Fechamento de Folha de Pagamento 51
3.2.1 Folha de Pagamento Sintética e Analítica 56
3.3 Rescisão de Contrato de Trabalho 57
3.3.1 Aviso Prévio Na Rescisão Contratual 57
3.3.2 13.º Proporcional na Rescisão Contratual 61
3.3.3 cálculo do FGTS e GRRF na rescisão contratual 62
3.3.4 Variáveis que Influenciam a Rescisão Contratual 63
Atividades 66Reflexão 67
Referências bibliográficas 68
4. Rescisão e Casos Práticos 69Objetivos 70
4.1 Introdução 71
4.2 Tipos de Rescisão 71
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4.3 Efeitos do FGTS na Rescisão 74
4.4 Rescisão no Holeritee o TRCT –
Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho 76
4.5 Incidência de Impostos na Rescisão - Cálculos 77
4.6 Demissão por Justa Causa 834.7 Homolognet 84
Atividades 86
Reflexão 87
Referências bibliográficas 87
5. Encargos e Obrigações Acessórias 89Objetivos 905.1 Introdução 91
5.2 Principais Encargos Sobre a Folha de Pagamento 92
5.3 Contribuição Sindical 94
5.4 Obrigações Posteriores do Empregador 95
5.5 A Desoneração da Folha de Pagamento 96
5.6 Seguro Desemprego 97
5.7 Carta de Preposição 995.8 O Processo de Fiscalização 100
5.9 Órgãos Regulamentadores 101
5.10 O Trabalho do Auditor Fiscal 101
5.10.1 A Documentação Exigida 103
5.10.2 Demais Documentos Exigidos em Fiscalização 103
5.10.3 Auto de Infração e Penalidades 104
5.10.4 Procedimento da Defesa 105
Atividades 105Reflexão 107
Referências bibliográficas 107
Gabarito 108
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Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
A dinâmica do mercado está cada vez mais complexa, fomentando uma
nova geração de empresas envolvidas no desenvolvimento de bons processos
de gestão. Em meio aos desafios das companhias brasileiras, insta a necessi-
dade de se adotar as melhores práticas e gerar informações fidedignas para o
processo de gestão.
Paralelemente a esta dinâmica, torna-se fundamental investir em capital
humano, em sistemas eficientes de informação e gestão e, a partir destas de-
mandas, profissionais de áreas como recursos humanos passam a ser essen-ciais para o desenvolvimento e evolução das empresas.
A legislação trabalhista brasileira está entre as mais complexas e diversifica-
das no mundo, e as práticas de rotinas relacionadas com recursos humanos e
departamento social são inúmeras e extremamente específicas.
Visando fornecer uma visão de maior amplitude dos processos envolvidos
no fechamento de folha de pagamentos e demais desdobramentos, este mate-
rial reúne os principais conceitos acerca da temática trabalhista e elenca, além
de todas as aplicabilidades, as rotinas necessárias para gestão de departamen-
to social.
Será possível conhecer e realizar cálculos de proventos como salários, fé-
rias, décimo terceiro e impactos de tributos incidentes sobre estes eventos. Adi-
cionalmente, simulações de folha de pagamento e de rescisões de contrato de
trabalho – com diferentes ‘motivos de desligamento’ – e reporte de obrigações
acessórias também são apresentados na mesma linha de prioridade.
Ao concluir a leitura deste material, você estará pronto para entender e cal-
cular tributos, gerar folhas de pagamentos e enviar obrigações acessórias em
conformidade com a legislação brasileira.
Bons estudos!
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Conceitos Geraissobre Folha de
Pagamento
1
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10 • capítulo 1
Os cálculos envolvendo a ‘folha de pagamentos’ são diversos e contemplam
uma série de verbas e implicações. Neste capítulo você vai ser apresentado
aos conceitos iniciais importantes no processo de fechamento de ‘folha’, co-
nhecer as principais entidades públicas, tributos incidentes sobre as princi-pais verbas e incidências.
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo você vai conhecer:
• Conceitos de Folha de Pagamentos e Implicações;
• Pensão Judicial;• Previdência Privada;
• Assistência Medica;
• Conhecer como funciona o processamento da folha de pagamento;
• Entender a composição do holerite e impostos sobre a folha de pagamento.
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capítulo 1 • 11
1.1 Folha de Pagamento e suas Implicações
As empresas, de forma geral, necessitam da mão de obra de seus colabora-
dores para que possam ser executadas tarefas diárias e o negócio possa seroperacionalizado.
A partir desta necessidade básica que é estabelecida a relação entre o em-
pregador e o empregado, celebrada por meio de um contrato de trabalho.
O Contrato de Trabalho passa a existir a partir do momento em que é forma-
lizada a relação entre empregador e empregado, por meio de um documento
oficial contendo cláusulas de deveres e direitos para ambos. Uma vez firmado
o contrato de trabalho, o empregado faz jus ao salário em contrapartida ao tra-
balho desempenhado.Mensalmente e, especialmente no Brasil, as empresas precisam pagar os
seus funcionários e uma série de implicações surge em meio a esta demanda.
É certo que muitas empresas não contratam seus funcionários apenas como
mensalistas, outras contratam por horas de trabalho, outras empresas remune-
ram por dia, e assim sucessivamente. No tocante à forma de pagamento, mui-
tas companhias efetuam pagamentos semanais, outras apenas fazem o paga-
mento dos adiantamentos salariais.
Para que a empresa possa efetuar o pagamento do salário ao seu quadrofuncional, é necessário que seja processada uma rotina de cálculos referente à
“Folha de Pagamentos”. Esta rotina é responsável por efetuar cálculos de ven-
cimentos e descontos dos colaboradores, além de evidenciar de tributos inci-
dentes no processo. A folha de pagamentos é obrigatória para fins trabalhistas
e previdenciários e a sua ausência (ou existência de erros e inconsistências) é
passível de penalidades.
Neste contexto, para que ocorra o fechamento da rotina de folha, é necessá-
rio formalizar um processo de fechamento. Neste processo, o primeiro passo jáocorreu – que é a realização do contrato, já os próximos passos estão relaciona-
dos a uma série de documentações e providências a serem tomadas para conclu-
são do fechamento.
A seguir serão apresentadas, com maior detalhamento, verbas específicas
que fazem parte do cálculo de folha de pagamento como: pensão judicial, pre-
vidência privada, assistência médica, 13º salário; além de casos práticos como
as operações e cálculos com estas verbas, bem como as rotinas associadas a
obrigações acessórias envolvendo estes eventos.
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Em meio a estas diversas possibilidades, as empresas precisam reportar às
entidades públicas os valores que estão sendo pagos aos funcionários, os valo-
res que estão sendo retidos e os impostos que estão sendo confeccionados men-
salmente. Independente da forma de contratação ou dos meios e intervalos depagamentos,a apuração da folha de pagamentos gera uma série de eventos e
controles que precisam ser administrados com o maior refinamento possível.
Este capítulo objetiva apresentar a você os principais conceitos e processos
que envolvem o fechamento da ‘folha de pagamentos’, todavia, antes de se ini-
ciarem as apresentações de rotinas de fechamento, é deveras importante que
você relembre alguns cálculos básicos e efeitos de alguns tributos para que de-
pois sejam realizadas as etapas de fechamento.
As seções a seguir vão abordar cálculos básicos de salários, remuneraçõespor hora, por dia, fixa e variável, comissões e impactos destas verbas na folha. É
certo que você já conhece estes temas, mas esta visão vai ampliar e reavivar seus
conhecimentos para que o fechamento seja mais bem compreendido.
1.2 Entendendo Salários e Conceitos
ComplementaresO salário pode ser mensurado de formas distintas: por horas de trabalho, por
dia, por semana, por mês – caracterizando proporções relacionadas a unidades
de tempo. Além desta medida, também pode ser mensurado com base em uni-
dades produzidas ou por tarefarealizada. Há uma gama de verbas que incidem
na ‘folha de pagamentos’. Nesta seção, serão abordadas algumas delas, sua for-
ma de cálculo e o impacto destas verbas nos impostos
A metodologia mais comum de se calcular salários é a relacionada por tem-po e, geralmente, mensal. Existem outros países em que as empresas remune-
ram seus empregados semanalmente, como o caso dos EUA (Estados Unidos).
Antes de se dar início ao cálculo de salários e apresentar as rotinas de fecha-
mento de folha, é importante frisar que existem algumas diferenças conceitu-
ais, especialmente relacionadas a ‘salário’ e ‘remuneração’.
Entende-se como salário toda a contraprestação efetivamente devida ao empre-
gado pelo trabalho ora desempenhado. Já a remuneração se refere a qualquer ou-
tra forma de pagamento como benefícios, adicionais, etc. Portanto, pode-se dizer
que todo salário é uma remuneração, contudo, nem toda remuneração é salário.
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Além do salário, o empregado também pode receberoutras remunerações
atreladas ao desempenho de tarefas específicas, performance, ou a título be-
nefícios. Em meio a estas remunerações, merecem destaque ‘as comissões’ e
também as ‘horas extras’.O pagamento de comissões está vinculado ao cumprimento, em geral, de
metas de vendas – geralmente vendas líquidas recebidas. As comissões são cal-
culadas e adicionadas do descanso semanal remunerado – DSR.
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
Esta verba é extremamente importante no cálculo dos salários, uma vez que a mesmarepresenta uma remuneração do empregado ainda que ele não esteja trabalhando. Por
exemplo, quando uma empresa contrata um funcionário por um salário de $10.000 re-
ais mensais, ela o remunera, inclusive, nos momentos em que ele estiver em descanso,
por isso o termo ‘descanso semanal remunerado’. Esta verba possui efeitos sobre as
comissões e também sobre as horas extras.
As horas extras, por sua vez, representam a mão de obra suplementar ouextraordinária relacionada ao excedente de trabalho contratado. É importante
destacar que não se faz necessária a realização do trabalho, apenas a disponibi-
lidade do empregado para o empregador já configura a hora extra.
Em meio ao grupo de remunerações existe uma verba conhecida como salá-
rio família. O salário família é um benefício concedido pelo governo brasileiro
desde a década de 60 para aqueles trabalhadores que possuem salários dentro
de um valor limite estabelecido por lei, que varia conforme o número de filhos.
Esta verba é paga pelo empregador juntamente com o salário e é deduzida naguia de INSS do mesmo exercício. Pode-se notar, neste caso, que o governo não
desembolsa, efetivamente o benefício, apenas deixa de receber o valor corres-
pondente na guia de arrecadação.
A tabela atualizada para pagamento de salário família obedece os seguintes
critérios:
SALÁRIOS SALÁRIO FAMÍLIA
Até R$ 682,50 R$ 35,00 por filhoentre R$ 682,51 a R$ 1.025,81 R$ 24,66 por filho
Tabela 1.1 – Fonte: Portaria Interministerial MPS/MF n.º 19, de 10/01/2014.
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É importante destacar que o trabalhador recebe o benefício até que os filhos
completem 14 anos, conforme previsão legal.
1.3 Remuneração Fixa e Variável
Ainda em relação aos conceitos de remuneração, coexistem conceitos relacio-
nados à remuneração fixa e remuneração variável. Entende-se por remuneração
fixa todos os pagamentos efetuados em favor do trabalhador relacionados ao
contrato de trabalho, como salário fixo e benefícios concedidos. A remunera-
ção variável, como sugerido pela própria nomenclatura, é aquela que depende
de outro fato gerador para ocorrer, como por exemplo: pagamentos por perfor-mance, gratificações, participação nos lucros, comissões, bônus, entre outros.
1.4 Entidades Públicas
O processo que envolve o fechamento de ‘folha de pagamentos’ está associa-
do às rotinas estabelecidas pela legislação brasileira. Em verdade, por conta de
uma série de tributos incidirem sobre a folha, há entidades públicas, órgãos einstituições governamentais responsáveis pela fiscalização e recebimento das
informações geradas pelo departamento pessoal.
Mensalmente, as empresas efetuam o cálculo de suas ‘folhas de pagamen-
to’ que compreendem uma rotina que vai muito além da geração de remessas
de pagamentos. Após a realização de cálculos de salários e geração de informa-
ções dos valores líquidos para serem destinados aos colaboradores, os respon-
sáveis pelo departamento pessoal geram uma série de obrigações associadas a
cálculo de tributos, conciliações, geração de guias vinculadas ao Estado e Uniãoe, posteriormente, reportam estas informações por meio de sistemas internos
que são interligados a softwares que coletam, validam e enviam informações a
todos os órgãos responsáveis.
O Brasil possui um conjunto de sistemas e procedimentos específicos que
pesam sobre as atribuições burocráticas dos responsáveis pelo departamento
pessoal. Apesar das rotinas serem exaustivas, pode-se dizer que o sistema fun-
ciona e ampara, especialmente o trabalhador.
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Os principais tributos envolvidos neste processo são o INSS, de responsa-
bilidade do Estado, o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, gerido
pela Caixa Econômica Federal, o IRRF – Imposto de Renda Retido em Fonte, de
responsabilidade da União.Os tópicos a seguir detalham maiores explanações sobre estes tributos.
1.4.1 FGTSE as Obrigações Acessórias Relacionadas
O FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, foi criado pelo Lei 5.107, de
13 Setembro (Brasil, 1966), e hoje é regido por força da Lei 8.036, de 11 de maio
(Brasil, 1990), e suas alterações.
O percentual aplicado ao FGTS corresponde a 8% e deve ser recolhido todoo dia 07 de cada mês por meio da GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de
Informações à Previdência Social (INSS).
A base de cálculo do FGTS é toda a remuneração percebida pelo empregado,
listadas conf. Art. 457 e 458 da CLT (Brasil, 1943).
Para recolher o FGTS, o empregador inicialmente alimenta um sistema de-
nominado SEFIP - Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações
à Previdência Social. Após as validações das informações inseridas neste sis-
tema, a transmissão das mesmas é realizada por um sistema denominadoConectividade Social. Após o envio, o sistema Conectividade emite protocolos
e a guia de recolhimento do FGTS e o SEFIP emite relatórios complementares
como relação de trabalhadores, guias de INSS e outros relatórios de fechamento.
O SEFIP é o programa que deve ser baixado no site da Caixa Econômica
Federal (CEF–www.cef.gov.br) conhecido como “Conectividade Social”. O sis-
tema Conectividade Social – Sefip tem muitas vantagens, é seguro e integrado
com a Previdência Social, a Caixa Econômica Federal e com a Receita Federal,
além de gerar a guia do GPS e FGTS.
CONEXÃOPara saber mais sobre o FGTS e gerido pela Caixa Econômica Federal, acesso o portal da
Caixa: http://www.caixa.gov.br
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1.4.2 INSS e a GPS
O INSS (Instituto Nacional Seguro Social) é uma autarquia do governo federal
responsável pela administração e gestão da previdência social. Este institutopossui as atribuições de prover o benefício da aposentadoria, pensão por mor-
te, auxílio doença para os trabalhadores que contribuem com a previdência.
A previdência social é responsável, mediante as contribuições mensais dos
assegurados, por cuidar do presente e futuro do trabalhador. As contribui-
ções ao INSS asseguram ao empregado a qualquer tempo (durante o trabalho
ou não) que o mesmo seja amparado em caso de acidente, maternidade ou na
aposentadoria.
O imposto associado ao INSS se apresenta de duas formas principais nas re-lações trabalhistas no Brasil: a parcela que é descontada do funcionário no mo-
mento de remuneração do mesmo, que ocorre como uma forma de retenção na
fonte; e a parcela de contribuição realizada pela entidade empregadora, sobre o
percentual fixo1 de 20% sobre o total da folha de pagamento, além de prestado-
res de serviços que porventura tenham fornecido serviços à entidade ao longo
do período de apuração, conforme prevê a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Esta última parcela, comumente denominada patronal, é dispensada, como
forma de incentivo, para algumas empresas a depender de suas opções tributá-rias e atividades em que estão inseridas.
O INSS é pago por meio de uma guia denominada GPS (Guia de Pagamento
da Previdência Social).
O Ministério da Previdência administra a previdência social por meio po-
líticas, sempre visando a melhoria dos segurados, os empregados contribuin-
tes. O Art. 201 da Constituição Federal (Brasil, 1988) prevê o Regime Geral de
Previdência Social. E a Lei 8.212 de 24 de julho (Brasil, 1991)estabelece as dire-
trizes, planos e benefícios concedidos pela previdência social. A tabela abaixodemonstra as bases de cálculo para retenção do INSS dos funcionários:
SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO ALÍCOTAAté $ 1.399,12 8,0%
De $ 1.399, 13 até $ 2.331,88 9,0%De $ 2.331,89 até $ 4.663,75 11,0%
Tabela 1.1 – Tabela de Contribuição INSS dos segurados empregados, empregado domésti-
co e trabalhador avulso. Fonte: INSS (2015).1 Este percentual pode variar dependendo do ramo de atuação da empresa.
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A base de cálculo para o INSS são os vencimentos do empregado da que se-
guem a faixa da tabela acima. Caso o empregado tenha os vencimentos que ul-
trapassem o limite (no caso superior a $4.663,75),o valor a ser descontado não
ultrapassa R$ 513,01. Veja alguns exemplos a seguir.
EXEMPLOSEXEMPLO 1: Calculando INSS, considere um salário de R$ 2.974,00.
Conforme a tabela o empregado está na faixa dos 11%.
Neste exemplo não estão sendo considerados efeitos de outros tributos além do INSS.
SÁLARIO 2.974,00Aliquota de INSS (tabela) 11,00%
INSS a recolher 327,14
LÍQUIDO A RECEBER 2.646,86
EXEMPLO 2: Calculando INSS, considere um salário de R$ 5.325,00.
Conforme a tabela o empregado está na faixa dos 11%. Porém, o montante de salário
ultrapassa o limite de $4.663,75, portanto, o empregado paga somente o teto.
Neste exemplo não estão sendo considerados efeitos de outros tributos além do INSS.
SÁLARIO 5.325,00Aliquota de INSS (tabela) 11,00%
INSS a recolher 513,01
LÍQUIDO A RECEBER 4.811,99
EXEMPLO 3: Calculando INSS, considere um salário de R$ 4.600,00 e um montante de
horas extras no total de $150,00.
Conforme a tabela o empregado está na faixa dos 11%. Porém, ao somar as horas ex-
tras o montante de salário ultrapassa o limite de $4.663,75, portanto, o empregado paga
somente o teto.
Neste exemplo não estão sendo considerados efeitos de outros tributos além do INSS.
SÁLARIO 4.600,00Horas extras 150,00
Aliquota de INSS (tabela) 11,00%INSS a recolher 513,01
LÍQUIDO A RECEBER 4.236,99
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A Previdência Social tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus se-
guradospara substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capa-
cidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego
involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão.
1.4.3 IRRF
O IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte)como próprio nome sugere, tributa
a renda do trabalhador diretamente na fonte. O desconto é efetuado na ‘folha
de pagamentos’ e recolhido ao Governo Federal por meio do DARF(Documentode Arrecadação Fiscal).
O cálculo do IRRF obedece a algumas regras ea base de cálculo para o IRRF,
conforme tabela abaixo, é obtida da seguinte forma:
(+) RENDIMENTO DO PERÍODO(–) Contribuição paga ao INSS
(–) Valor de desconto ref. aos dependentes(–) Pensão Judicial
(–) Recolhimento ref. Previdência Privada(=) Base de Cálculo IRRF> Aplicação Aliquota IR
(–) Parcela a reduzir (tabela
(=) IRRF
A tabela para cálculo do IRRF a ser aplicada sobre a base de cálculo segue
abaixo:
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IR (R$)Até 1.787,77 – –
De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08De 2.679,30 até 3.572,43 15 335,03De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96
Acima de 4.463,81 27,5 826,15Dedução por dependente: R$ 179,91
Tabela 1.3 – Tabela do IRF– Vigência a partir de 01.01.2014Fonte: Receita Federal (2014)
A remuneração líquida das deduções deve ser identificada na tabela con-
forme a classificação da renda, que será associada à alíquota corresponden-
te. Em seguida, deve ser aplicado o percentual o imposto e subtraído o valor
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capítulo 1 • 19
a deduzir. Os valores de descontos da formação da base de cálculo permitidos
pela legislação podem ser encontrados nos. Art. 43 e Art. 74, Art.77 e 78 do RIR
99 – Regulamento do Imposto de Renda (Brasil, 1999).
A seguir são abordados exemplos com maiores detalhamentos sobre os cál-culos envolvendo IRRF.
EXEMPLOSEXEMPLO A: trabalhador com salário de $4.600,00, Pensão Alimentícia de 15% e opção de
Previdência Privada de 6%. Como ficaria o valor a recolher de IRRF?
SALÁRIO 4.600,00INSS 506,00
Prev. Privada (6%) 276,00Pensão Judicial (15%) 690,00Base de cálculo IRRF 3.128,00
Aliquota tabela 15%Nova base IRRF 469,20Parcela a deduzir 335,03
IRRF A RECOLHER 134,17
EXEMPLO B: trabalhador com salário de $2.900,00, Pensão Alimentícia de 25% e opçãopor Previdência Privada de 6%. Como ficaria o valor a recolher de IRRF?
SALÁRIO 2.900,00INSS 319,00
Prev. Privada (6%) 174,00Pensão Judicial (15%) 725,00Base de cálculo IRRF 1.682,00
Aliquota tabela 0%
Nova base IRRF –Parcela a deduzir 335,03
IRRF A RECOLHER –
Neste exemplo pôde-se verificar que o trabalhador, a princípio, tinha rendi-
mentos para tributar o IRRF, contudo, após as deduções de INSS, Previdência
Privada e Pensão Judicial, a base formada de $1.682,00 é inferior ao valor míni-
mo de tributação (que no caso é $1.787,77). Portanto, não há incidência de IRRF.
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1.5 O Departamento Pessoal
O departamento pessoal é o setor da companhia ou escritório contábil respon-
sável pelas: contratações, demissões, registros, prestar informações ao fisco,elaboração da folha de pagamento, prestação de informações aos empregado-
res e aos empregados.
Há pouco tempo atrás, somente as grandes empresas possuiam o departa-
mento pessoal, todavia, este cenário mudou e mesmo as médias e pequenas
empresas estão cientes da necessidade deste departamento. O profissional que
atua nesta área precisa ter um leque de conhecimentos: contábil, fiscal, finan-
ceiro e noções de direito trabalhista. Um departamento eficaz evita problemas
as empresas e processos trabalhistas.
1.6 Cálculos Diversos no Contracheque ouHolerite
Todo empregado, ao receber seu contracheque mensal ou holerite, pode ob-
servar a diferença entre seu salário bruto e o salário líquido. Essa diferençacorresponde aos descontos e aos impostos. A Consolidação das Leis do Tra-
balho – CLT, prevê os descontos possíveis, amparados por lei e aqueles que o
empregador não pode descontar, ou tem limites ao desconto. Neste capítulo
serão mostrados os descontos que podem ver aparecer no contracheque, com
exemplos.
Vejamos alguns dos descontos:
a) INSS – Instituto Nacional do Seguro Social – GPS – Guia da Previdência
Socialb) IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
c) Contribuição Sindical
d) Contribuição Assistencial
e) Contribuição Confederativa
f) Vale Transporte
g) Vale Alimentação
h) Pensão Alimentícia
i) Empréstimo Consignado
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capítulo 1 • 21
j) Faltas e Atrasos
k) Previdência Privada
l) Adiantamento de Salário
m) Assistência Medica e Odontológican) Farmácia
o) Caso de Dano ao patrimônio da empresa, multas de transito e outros
descontos.
1.7 Holerite
O Holerite é o documento que demonstra os proventos, os descontos, e os im-postos incidentes sobre a folha de pagamento. Trata-se de uma formalização da
composição do pagamento realizado pela prestação dos serviços, em um con-
trato entre empregador e empregado.
Em linhas gerais, a empresa efetua o pagamento ao funcionário e disponi-
biliza o holerite. No passado, muitos pagamentos eram realizados em espécie e
o holerite era entregue junto do montante em dinheiro. Com passar dos anos e
a própria evolução dos meios de pagamento, as empresas passaram a pagar via
cheque e, na atualidade, realizam pagamentos via remessa bancária. A figura aseguir exibe um modelo padrão do holerite:
Recibo de pagamento de salárioMinha Empresa S/A
Av. Brasil, 1.000
00.000.000/00010-00
Código nome do funcionário
1 João da Silva 12345CBO
Cód Descrição Referência Vencimentos
Total de Vencimentos
Valor Líquido
Faixa IRRFBase Cálc. IRRFFGTS di NêsBase Cálc. FGTSSal. Contr. INSSSálario Base
Referente ao mês
Declaro ter recebido a importância liquida discriminada neste holerite
Assintura do Funcionário
Banco Agência: C/C:Total de descontos
Descontos
Func. Consultor Contábil
1 Salário do Mês 30,00 3.500,00
3.500,00
3.500,003.500,00 3.500,00 280,00 1.855,00 15,0%
1.779,96
1.720,05
–1.050,00
210,00
70,005,04
385,00
2 Desconto de pensão judicial 2,003 Desconto de Previdência Privada 1,00
Desconto de Assistência Médica 3,00Desconto de IRRF 1,00Desconto de INSS 1,00
456
__/__/__
Figura 1.1 –Modelo Padrão Holerite. Fonte: elaborado pela autor.
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22 • capítulo 1
A via do holerite, muito conhecida por ser um formulário na cor verde, era
frequentemente utilizada pelas empresas. Hoje, porém, muitas companhias já
não disponibilizam este documento fisicamente, colocando-o à disposição em
websites corporativos com ‘login’ e ‘senha’.O termo holerite deriva de Herman Hollerith, o nome de um inventor e em-
presário norte-americano. Hollerith inventou um sistema de registro de infor-
mações em cartões perfurados, que revolucionou o processamento de grandes
quantidades de dados.
Constam no holerite informações importantes como: dados da empre-
sa e/ou empregador, salário bruto, data de admissão, cargo, função, CBO –
Classificação Brasileira de Ocupação, proventos, descontos, e o salário líquido.
Os proventos geralmente ficam no lado esquerdo do holerite e os descontos,por sua vez, do lado direito.
Como é possível notar, muitos são os conceitos envolvendo as rotinas de
folha de pagamento. A importância do conhecimento nesta área leva o res-
ponsável pelo departamento pessoal a uma demanda que vai, desde os conhe-
cimentos da operação, até o conhecimento mais profundo quanto a verbas
principais, verbas complementares, entendimento do funcionamento das en-
tidades públicas fiscalizadoras. Até este presente momento você já está dian-
te dos primeiros degraus que vão desencadear ações práticas que envolvem oentendimento da guias de recolhimento, o comportamento dos tributos, entre
outros fatores.
Além da compreensão acerca destes elementos fundamentais (e ainda preli-
minares), existem outros componentes envolvidos no processo de fechamento
de folha que impactam nas operações e nos cálculos. Entre estes componentes,
existe a Pensão Judicial, que é descontada diretamente na fonte e gera efeitos
no cálculo de tributos, a Previdência Privada, que é recolhida de forma opcio-
nal por muitos colaboradores e empregadores e, assim como a Pensão Judicial,implica efeitos no cálculo do imposto de renda. Os tópicos a seguir descrevem
com maior detalhamento o funcionamento destes componentes.
1.8 Pensão Judicial
A pensão judicial é uma obrigação tanto do pai quanto da mãe. Em um proces-
so de divórcio, na sua maioria a guarda dos filhos é da mãe, mas atualmente a
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capítulo 1 • 23
opção pela guarda compartilhada, ou seja, dividida entre o pai e mãe tem cres-
cido nos últimos anos.
A pensão judicial tem suas bases na legislação, Artigo 327 do Código Civil
(Brasil,1916), o Artigo 13 da Lei do Divórcio (Brasil,1977), e o Artigo 21 doEstatuto da Criança e do Adolescente (Brasil,1990). A Lei 5.478 (Brasil, 1968)
dispõe sobre a ação de alimentos e outros direcionamentos.
A criança beneficiária da pensão judicial tem o direito a recebê-la até com-
pletar a maioridade civil, ou seja aos 18 anos. Este prazo poderá ser prorrogado
caso o beneficiário estiver cursando ensino superior.
O percentual que será descontado em folha de pagamento é determinado
no processo judicial pelo juiz. Para efetuar o desconto da pensão judicial em
meio aos vencimentos do empregado, não é necessária autorização do empre-gado, uma vez que o desconto é involuntário e possui amparo pelo Art. 462 da
CLT (Brasil, 1943).
Veja o exemplo abaixo de cálculo de pensão judicial, supondo um desconto
de 22% conforme a sentença do juiz:
VENCIMENTO DESCONTOSSalário R$ 5.000,00 Pensão Judicial (22%) R$ 1.409,32
Hora extra R$ 652,00 INSS 11% (Teto) R$ 513,01
Comissão R$ 754,00 IRRF R$ 406,86TOTAL PROVENTOS R$ 6.406,00 TOTAL DESCONTOS R$ 2.329,19
LÍQUIDO A RECEBER R$ 4.076,81
Tabela 1.4 – Calculo de Pensão Judicial. Fonte: elaborado pela autor.
Sob o aspecto fiscal, pode-se notar na tabela acima que a pensão judicial é
totalmente dedutível para o cálculo do IRRF – Imposto de Renda Retido Fonte,
em se tratando de uma decisão judicial, como prevê o Art. 1.124-A da Lei 5.869
– Código de Processo Civil (Brasil, 1973). Ainda sob a ótica do IRRF, as impor-tâncias pagas a título de pensão judicial são dedutíveis para quem paga, e, tri-
butáveis para quem recebe. Outro aspecto importante sobre a pensão judicial
é o cálculo: no processo judicial o juiz vai determinar a forma para se chegar ao
valor, se serão pelos rendimentos líquidos ou pelos rendimentos brutos.
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24 • capítulo 1
1.9 Previdência Privada
A previdência privada é uma ‘aposentadoria’ similar à previdência social.
O titular deste plano de benefício pode efetuar recolhimentos por contaprópria ou por meio de um benefício concedido por uma empresa (que pode
ser recolhido integralmente ou parcialmente pela mesma). Esta modali-
dade de previdência não está ligada à previdência social, e é fiscalizada pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal. O va-
lor a ser recolhido vai depender das características contratadas no plano.
A previdência privada tem caráter complementar à previdência social con-
vencional. Em geral, o empregador contribui com um percentual e o emprega-
do com outro percentual, sendo um benefício que empresas do setor públicoou privado oferecem aos seus empregados. Basicamente, existem dois tipos de
modalidade:
PGPL Esta modalidade é indicada para pessoas que tem renda mais alta e que
façam declaração de IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) completa,
pois é dedutível para o imposto de renda;
VGBLEsta modalidade é não é dedutível do na declaração de IRPF (imposto
de renda pessoa física), portanto para as pessoas que façam declaração
simplificada.
É importante destacar que existem dois tipos de previdência complemen-
tar (ou previdência privada): a aberta e a fechada. A previdência complementar
aberta é aquela comumente recolhida por qualquer pessoa física ou jurídica,
geralmente oferecida por instituições financeiras como Brasilprev, BradescoPrevidência, etc. Esta modalidade, conforme mencionado acima é fiscaliza-
da pela SUSEP. Já a previdência complementar fechada é aquela que funcio-
na apenas internamente em algumas empresas e são operacionalizados ‘fun-
dos de pensão’. Esta modalidade é fiscalizada pela Secretaria da Previdência
Complementar.
Serão apresentados, a seguir, visando facilitar o entendimento prático,
exemplos de cálculos e dedução de previdência privada com impacto no IRRF –
Imposto de Renda Retido na Fonte.
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capítulo 1 • 25
VENCIMENTO DESCONTOSSalário R$ 5.000,00 INSS 11% (Teto) R$ 513,01
Hora extra R$ 652,00 Previdência Privada 5% R$ 250,00Comissão R$ 754,00 IRRF R$ 725,67
TOTAL PROVENTOS R$ 6.406,00 TOTAL DESCONTOS R$ 1.488,68LÍQUIDO A RECEBER R$ 4.917,32
Tabela 1.5 – Cálculo Previdência Privada. Fonte: elaborado pela autor
No exemplo anterior, considera-se um empregado com salário de $5.000,00
reais mensais que recolhe 5% de previdência privada. Nesta contratação, a em-
presa se compromete a pagar mais 5% de previdência complementar. O valor
deduzido dos vencimentos do colaborador é redutor da base de cálculo de im-
posto de renda2
.
CONEXÃOSaiba mais sobre a Previdência Privada Aberta!
http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-
complementar-aberta
1.10 Assistência Médica
A assistência medica é um benefício destinado aos empregados que pode ser
estendido aos seus dependentes. Basicamente, um contrato de prestação de
serviço médico hospitalar entre a pessoa jurídica do empregador e a empresa
prestadora do serviço médico é firmado e oferecido aos empregados.
A legislação do imposto de renda permite que seja deduzido da base de cál-culo da companhia o pagamento deste benefício em sua totalidade, desde que
o mesmo seja concedido indistintamente a todos os empregados.
O desconto parcial do benefício em folha de pagamento é uma pratica usual
e aceita pelo fisco. Entretanto, algumas empresas também optam por não pro-
ceder os descontos em folha. É imperativo destacar que mesmo que a empresa
realize os descontos deste benefício em folha, ele não é dedutível da base cálcu-
lo de INSS e IRRF do empregado, sendo apenas descontado dos vencimentos do
2 A Tabela de imposto de renda para cálculo do exercício foi considerada a vigente no exercício de 2014.
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26 • capítulo 1
funcionário. Entretanto, na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física
anual, o funcionário precisa informar à Receita Federal os valores descontados
em folha relacionados à ‘assistência média’. Nesta declaração de ajuste anual,
os valores já pagos referentes à com assistência médica são deduzidos do saldoremanescente de imposto de renda a pagar. As informações prestadas pelo em-
pregado são confrontadas por aquelas informadas pela empresa por ocasião de
envio da DIRF (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte). Esta decla-
ração, por sua vez, é entregue anualmente pelas empresas, contendo o informe
de rendimentos do quadro funcional.
O informe de rendimentos é o documento hábil para o empregado fazer uso
dos valores pagas a título de assistência medica e abater do IRPF – Imposto de
Renda Pessoa Física que pagamos anualmente, porém, esta discussão não sefaz importante para este capítulo.
ATIVIDADES01. Cite três descontos que podem aparecer no holerite. Explique.
02. O benefício de assistência medica é um desconto permitido para cálculo de IRRF?
03. O que são as siglas IRRF, GPS, FGTS?
04. O que é DSR?
05. Analise a frase a seguir e faça correções, caso esteja incorreta:
“O salário família é um benefício concedido ao trabalhador afastado, por um período
de 30 dias, calculado com base no número de folhos menores de 14 anos”.
06. Qual a diferença entre remuneração fixa e remuneração variável?
07. Considerando que o sr. Júlio tenha um salário mensal de R$1.500,00, qual seria o valor
apropriado a ser descontado em ‘folha’ referente ao INSS do empregado?
08. Considerando o sr. José Silva, um colaborador que recebe salário mensal de R$ 4.600,00,
qual seria o valor a ser descontado em ‘folha’ referente ao IRRF (o colaborador possui um
dependente).
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capítulo 1 • 27
09. Qual a diferença entre PGBL e VGBL? Explique.
10. Descontos em ‘folha’ relacionados à Assistência Médica pode abater a base de cálculo
de IRRF?
11. A assistente de departamento social realizou o cálculo de folha e descontou dos funcio-
nário 8% a título de FGTS. Este procedimento foi correto? Explique.
REFLEXÃO
Muitas sãs as leis, os impostos, as siglas, os programas e ferramentas utilizadas para o cál-culo da folha de pagamento. O conhecimento dos processos envolvidos na ‘folha de paga-
mentos’facilita as decisões envolvendo os aspectos entre o empregado versus empregador
e também para o fisco, que obtém as informações com a maior eficiência e transparência.
Neste capítulo foram elencados os principais pontos acerca da ‘folha de pagamentos’
envolvendo os impostos e casos práticos. Apesar de serem apresentadas muitas explana-
ções sobre esta área, ainda há muito para se discutir e aprender. O que foi apresentadones-
tecapítulo é apenasa “ponta do iceberg ” de conhecimento neste tema. Vamos prosseguir nos
estudos!
LEITURAAZEVEDO, Marcia Carvalho deand TONELLI, Maria José. Os diferentes contratos de traba-
lho entre trabalhadores qualificados brasileiros. RAM, Rev. Adm. Mackenzie [online]. 2014,
vol.15, n.3, pp. 191-220. ISSN 1678-6971.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASTabela do INSS Vigente em 2015 – Website. Disponível em: http://www.portaltributario.com.br/
guia/tabela_inss_empregados.html acesso em 13-01-2015
Tabela do IRRF Vigente em 2015 – Website. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/
Aliquotas/ContribFont2012a2015.htmacesso em 15-01-2015
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal.
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28 • capítulo 1
BRASIL. Lei nº 5.478, de 25 de Julho de 1968. Dispõe sobre ação de alimentos e dá outras
providências.
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de Julho de 1991. Consolidação da Legislação Previdenciária – CLP.
BRASIL.Lei nº 6.515, de 26 de Dezembro de 1977
. Regula os casos de dissolução da sociedadeconjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e dá outras providências.
BRASIL. Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
dá outras providências.
BRASIL. Lei 11.698, de 13 de julho de 2008. Altera os arts. 1.583 e 1.584 da Lei no 10.406, de
10 de janeiro de 2002 – Código Civil, para instituir e disciplinar a guarda compartilhada.
BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.
BRASIL. Lei 8.036, de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
e dá outras providências.BRASIL. RIR 99 – Regulamento do Imposto de Renda, 1999.
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Outras Verbas eFechamento de
Folha de Pagamento
2
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30 • capítulo 2
Este capítulo discute verbas como 13º Salário e Férias, bem como os impac-
tos tributários e efeitos nos cálculos para diferentes casos. Em meio às dis-
cussões propostas, você vai compreender com maior detalhamento as etapas
preliminares de fechamento de folha de pagamento, as rotinas iniciais quedevem ser conduzidas pelo responsável pelo departamentopessoal.
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo você vai conhecer:
• Cálculo de 13o Salário e Impactos nos Tributos;
• Cálculo de Férias e Impactos nos Tributos;• Estudos de casos, exemplos envolvendo cálculos de Férias e 13.º Salário;
• O funcionamento do processo de ‘folha de pagamentos’;
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capítulo 2 • 31
2.1 Introdução
Uma vez que você já conhece conceitos preliminares essenciais para entendi-
mento das rotinas envolvendo o departamentopessoal, também se faz impor-tante compreender processos complementares que se relacionam com verbas
como 13º salário e incidências, cálculo de férias, férias normais, verbas pro-
porcionais que possuem efeitos na rescisão. Neste capítulo, portanto, serão
abordados detalhes sobre cálculos e pagamentos de férias de 13º salário e as
incidências de impostos sobre os mesmos.
Em uma visão complementar, vamos dar início às rotinas de fechamento
de folha de pagamento. Serão expostas algumas tarefas em âmbito preliminar
para que você possa compreender o passo-a-passo do processamento de folha,cicliação e geração de guias e tributos.
2.2 13º Salário - Pagamento E Incidência
O décimo terceiro salário foi instituído pela Lei 4.090 (Brasil, 1962), que conce-
de ao empregado o benefíciode recebermais um salário no exercício de dezem-
bro, perfazendo 1/12 avos do seu salário atualizado por cada mês efetivamentetrabalhado. Este benefício é divido em duas parcelas, sendo a primeira paga
entre fevereiro a novembro e a segunda parcela em dezembro.
O trabalhador também tem o direito a receber o 13º salário quando do tér-
mino de contrato por prazo determinado, por pedido de dispensa do emprega-
do ou empregador, ainda que a saída do empregado seja antes do mês de de-
zembro - neste caso receberá os avos (meses) trabalhados. Em havendo rescisão
por justa causa, o pagamento do 13º salário não é devido ao empregado.
O empregado também pode receber a primeira parcela do 13º salário juntocom as férias, conforme prevê o Art. 4 do Decreto nº 57.155 (Brasil, 1965), desde
de que faça o pedido no mês de janeiro do ano corrente. Tendo o empregado
recebido as férias de fevereiro a novembro, o empregador fará em dezembro o
pagamento da segunda parcela com os descontos de IRRF e INSS.
O 13º salário deve ser calculado com base no salário base de dezembro. Se
o empregador antecipar o pagamento, deve se atentar a este fato e ser recalcu-
lado o 13º salário pelo valor atualizado. Os impostos INSS e IRRF devem ser
recolhidos nas competências corretas e pagos nos vencimentos determinados
por lei: o INSS é recolhido na competência de dezembro, com vencimento em
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32 • capítulo 2
20 de dezembro. Os efeitos tributários sobre o 13º terceiro salário podem ser
mais bem entendidos no quadro abaixo:
13º SALÁRIO PERÍODO PAGAMENTO INSS IRRF FGTS
1ª parcela entre 1/02 a 30/11 Não incide Não incide Incide2ª parcela dezembro Incide Incide Incide
Tabela 2.1 – Pagamentos e Incidências 13.º Salário. Fonte: elaborado pela autor.
Convém frisar que o pagamento da primeira parcela implica pagamento
imediato, junto do cálculo da folha de pagamento corrente, do FGTS. Os de-
mais impostos INSS e IRRF serão pagos (e deduzidos seus percentuais do em-
pregado) somente na segunda parcela.
A incidência deste impostos é sobre o valor total, no caso do FGTS, deve-sededuzir o valor já pago (se houve) ao longo do ano.
O FGTS incidente sobre o 13º salário pago em dezembro deve ser recolhido em
7 de janeiro, já o IRRF incidente sobre a renda percebida, se for pago 100% em no-
vembro, será recolhido em dezembro, do contrário, será pago em janeiro. O INSS
incidente no 13º salário calculado em dezembro deve ser pago em 20 de dezembro.
Tem direito ao 13º salário todo empregado devidamente registrado com
carteira assinada. A partir de quinze (15 dias) trabalhados o empregado faz jus
a 1/12 avos, contando com mês integral.
EXEMPLOSEXEMPLO 1:
a) Empregado admitido em 19/10/XX
Dias trabalhados: 12 dias, no mês de Outubro.
O empregado não tem direito a 1/12 avos do mês de outubro;
EXEMPLO 2:
b) Empregado admitido em 10/11/XX
Dias trabalhados: 20 dias, no mês de Novembro.
O empregado tem direito a 1/12 avo do mês de novembro;
O 13º Salário também é regido pelo Art. 473 da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT (Brasil, 1943) e, assim como ocorre com os salários, ausên-
cias legais e faltas injustificadas reduzem o salário ser recebido e podem ser
descontados.
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capítulo 2 • 33
Outros valores recebidos pelo empregado, como por exemplo comissões, gorjetas, gra-
tificações, conforme prevê o Art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
(Brasil, 1943), integram a base de cálculo do décimo 13º Salário.
2.3 Férias – Panorama Geral
O descanso remunerado, que chamamos de ‘férias’ é um direito do empregado,
sem prejuízo de sua remuneração, oferecido a cada 12 meses trabalhados con-
forme prevê o Art. 130 – CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Leinº 5.452 (Brasil,1943). Não existe na legislação a possibilidade de férias antes
dos 12 meses completos, exceto férias coletivas exposto nos tópicos a seguir.
O Empregado deve ser informado das férias com antecedência mínima de
30 dias, por escrito no documento nomeado – Aviso de Férias -, e antes que
comecem as férias, deve constar da CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência
Social a anotação do período aquisitivo e período de gozo.
O início do gozo das férias conforme prevê a legislação não pode iniciar nos
sábados, domingos, feriados ou dia de compensação semanal de descanso.Também é sempre prudente consultar a Convenção Coletiva da categoria, pois
lá podemos encontrar outras deliberações, por exemplo o dia 25 de dezembro e
01 de janeiro, muitas vezes não são contados no período de férias em dezembro
e janeiro.
Na concessão das férias, o empregado pode solicitar o adiantamento da pri-
meira parcela do 13º Salário, para tanto deve fazê-lo durante o mês de janeiro,
até o dia 31 de Janeiro. Para que o empregado tenha o direito a primeira parce-
la do 13º salário, as férias precisam ser gozadas de fevereiro a novembro, se oempregado tirar férias no mês de janeiro, não terá direito a pleitear a primeira
parcela do 13º salário.
Também por ocasião das férias o empregado pode solicitar o abono pecu-
niário, conforme prevê o art. 143 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho –
Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), pode solicitar com 15 dias de antecedência
do término do período aquisitivo, o empregador converte 1/3 das férias em abo-
no pecuniário, na prática o empregado goza 20 dias de férias e recebe 10 dias.
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34 • capítulo 2
O pagamento das férias deve ocorrer com dois dias de antecedência do seu
início, o empregado pode receber em espécie ou deposito bancário, desde de
que respeitado a antecedência de 02 dias. Antes da saída das férias o emprega-
do deve receber os documentos para assinatura e conferência:a) Aviso de férias;
b) Solicitação de Férias em abono pecuniário (se solicitado);
c) Solicitação da 1º parcela do 13º Salario (se solicitado);
d) Recibo de Férias;
Vejamos alguns exemplos demonstrativos de Férias, conforme segue:
Demonstrativo do Cálculo das Férias
Empresa: Mundo Novo S.A CNPJ 00.000.000/0000-00
Cidade: SantanaEndereço: Rua Nova s/n
Nome do Empregado: João Da SilvaCarteira de Trabalho Série
Cargoxxxxxx
xxxxxx
Recibo de Férias - c/ Abono Pecuniario - 1ª parecela 13º salário
xxxxxx
xxxxxx
Departamento
Perído Aquisitivo
Período de GozoPeríodo de Abono
Retorno ao Trabalho
Férias Gozadas R$ 3.333,33R$ 1.111,11
R$ 1.666,67
R$ 555,56
488,89
246,60
R$
R$ 9.166,67
735,49
8.431,18
R$
R$
R$
R$
2.500,00
Adicional de 1/3 de férias gozadas
Adicional de 1/3 do abono pecuriario
Adiantamento 1ª parcela do 13º salário
Valor bruto das férias
INSS
IRRF 1 Dependentes
Valor Desconto
Valor líquido das Férias
Recebi da empresa: Mundo S.A, a importânica líquida R$Conforme demonstrativo acima, referente as férias
Local e data
Abono Pecuriario de Férias
21/03/2014
01/01/2013 a 31/12/2013
01/03/2014 a 20/03/201421/03/2014 a 31/03/2014
Figura 2.1 – Recibo Férias com Abono Pecuniário e 1º Parcela 13º Salario. Fonte: Elaborado
pelo autor.
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Note, na demonstração acima, que a empresa concede ao funcionário a re-
muneração das férias e seus adicionais, junto da primeira parcela de 13º salá-
rio – que foi solicitada com antecedência em conformidade com os parâmetros
legais pelo funcionário – e também o abono pecuniário.
Demonstrativo do Cálculo das Férias
Empresa: Mundo Novo S.A CNPJ 00.000.000/0000-00
Cidade: SantanaEndereço: Rua Nova s/n
Nome do Empregado: João Da SilvaCarteira de Trabalho Série
Cargoxxxxxxxxxxxx
Recibo de Férias - c/ Abono Pecuniario - 1ª parecela 13º salário
xxxxxx
xxxxxx
Departamento
Perído Aquisitivo
Período de GozoPeríodo de Abono
Retorno ao Trabalho
Férias Gozadas R$ 5.000,00R$ 1.666,67
513,01
816,69
R$ 6.666,67
1.329,70
5.336,97
R$R$
R$
R$
Adicional de 1/3 de férias gozadas
Valor bruto das férias
INSS
IRRF 1 Dependentes
Valor Desconto
Valor líquido das Férias
Recebi da empresa: Mundo S.A, a importânica líquida R$Conforme demonstrativo acima, referente as férias
Local e data
1/04/2014
01/01/2013 a 31/12/2013
01/03/2014 a 20/03/2014
Figura 2.1– Recibo Férias sem abono pecuniário e sem 1º parcela 13º Salario. Fonte: Ela-
borado pelo autor.
Já neste demonstrativo, convém notar que a empresa paga ao funcionário
apenas os dias correspondentes às suas férias e adicionais previstos em lei, mas
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não qualquer menção ao adiantamento da terceira parcela do 13º salário nem
do abono pecuniário. Neste caso, o funcionário não fez estas solicitações junto
ao departamento pessoal e, por isso, somente as férias são concedidas. Esse
tipo de cálculo costuma ser mais comum no Brasil, uma vez que as empresasacabam por evitar o pagamento de abono pecuniário (em função dos custos) e
também o pagamento antecipado da primeira parcela de 13º salário.
Demonstrativo do Cálculo das Férias
Empresa: Mundo Novo S.A CNPJ 00.000.000/0000-00
Cidade: SantanaEndereço: Rua Nova s/n
Nome do Empregado: João Da SilvaCarteira de Trabalho Série
Cargoxxxxxx
xxxxxx
Recibo de Férias - c/ Abono Pecuniario - 1ª parecela 13º salário
xxxxxx
xxxxxx
Departamento
Perído Aquisitivo
Período de GozoPeríodo de Abono
Retorno ao Trabalho
Férias Gozadas R$ 5.000,00R$ 1.666,67
R$ 2.500,00
513,01
816,69
R$ 9.166,67
1.329,70
7.836,97
R$R$
R$
R$
Adicional de 1/3 de férias gozadas
Valor bruto das férias
INSS
IRRF 1 Dependentes
Valor Desconto
Valor líquido das Férias
Recebi da empresa: Mundo S.A, a importânica líquida R$Conforme demonstrativo acima, referente as férias
Local e data
Adiantamento 1ª parcela do 13º salário
01/04/2014
01/01/2013 a 31/12/2013
01/03/2014 a 20/03/2014
Figura 2.3 – Recibo Férias sem abono pecuniário e com 1º parcela 13º Salário. Fonte: Ela-
borado pelo autor.
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É importante frisar, que 30 dias antes do funcionário sair de férias, a empre-
sa precisa, junto dos demonstrativos de cálculos, notificar o funcionário por
meio do Aviso de Férias, pra que este cuide de sua programação.
A férias devem ser concedidas sem interrupções, dias corridos, conformeprevê o Parágrafo 1º do Art. 134 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho –
Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943). Somente em casos especiais o empregado
pode fracionar as férias, em dois períodos, sendo que um deles não pode ser
inferior a 10 dias.
As férias em dobro é outro direito do empregado, caso o período de gozo
entre no segundo período aquisitivo, se isso acontecer o empregado fara jus às
férias dobradas, deverá receber 60 dias de remuneração e 30 dias de descanso.
Por esse motivo é muito importante um controle efetivo das férias dos empre-gados, para que sejam evitados erros, como dobra de férias.
É terminantemente proibido a prestação de serviço no gozo das férias, con-
forme prevê o Art. 138 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto
Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), exceto se mantiver contrato de trabalho com outro
empregador e que este contrato respeite os horários de trabalho, repouso e
refeições.
As faltas injustificadas são descontas no período de gozo das Férias, que
conforme prevê a lei é de 30 dias. Vide a tabela abaixo retirada do Art. 130 daCLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943):
NÚMERO DE FALTAS INJUSTIFICADAS DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS0 a 5 faltas 30 dias
6 a 14 faltas 24 dias15 a 23 faltas 18 dias24 a32 faltas 12 dias
acima de 32 faltas 0 dias
Tabela 2.2 – Férias Direito de Gozo. Fonte: Elabora pelo autor conforme art. 130-CLT.
O empregado que durante o período aquisitivo de 12 meses de férias, tiver
descontado, em folha de pagamento, de faltas injustificadas fica sujeito ao des-
conto das férias conforme tabela acima. Exemplo: Um empregado que tenha
faltado 9 vezes sem justificativa, o empregador vai conceder 24 dias a título de
férias.
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As faltas injustificadas ou ausências do empregado das suas funções, são
aquelas que acarretam desconto em folha de pagamento e passíveis de desconto
nas férias, e, para que não fique nenhuma dúvida o Art. 473 – CLT Consolidação
das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), descreve as ausênciasou faltas justificadas na concessão das férias individuais, conforme segue:
a) até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascen-
dente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira profissio-
nal, viva sob sua dependência econômica;
b) até três dias consecutivos, em virtude de casamento;
c) por um dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira
semana - Alterado para cinco dias conforme Constituição Federal, Art. 7, XIX
(Brasil, 1988)d) por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntá-
ria de sangue devidamente comprovada;
e) até dois dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos
termos da lei respectiva;
f) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço
Militar referidas na letra “c” do Art. 65 da Lei nº 4.375 (Brasil, 1964) - Lei do
Serviço Militar;
g) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
h) pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a juízo;
i) ausência do empregado, justificada, a critério da administração do es-
tabelecimento, mediante documento por esta fornecido;
j) paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do emprega-
dor, não tenha havido trabalho
k) auxílio-doença, previdenciário ou acidentário, devidamente comprova-
do, até 15 dias;l) durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de ma-
ternidade ou aborto não criminoso, observados os requisitos da legislação pre-
videnciária para percepção do benefício de salário-maternidade;
m) comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente
arrolado ou convocado. Art. 822 – CLT Consolidação das Leis do Trabalho –
Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943);
n) comparecimento como parte à Justiça do Trabalho. Súmula TST nº 155;
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o) período de férias, o qual inclusive, é computado para todos os efeitos
como tempo de serviço. Artigos 129 e 130, § 2º, CLT Consolidação das Leis do
Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), e Súmula TST nº 89;
p) período de afastamento do representante dos empregados quandoconvocado para atuar como conciliador nas Comissões de Conciliação Prévia,
sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa ativida-
de. Art. 625 B, § 2º, da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº
5.452 (Brasil ,1943).
O empregado também perde o direito as férias conforme o descreve o Artigo
133 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil,
1943), ou seja, perde o direito ao período aquisitivo de férias, a contagem de 12
meses, listado abaixo os motivos para a perda:a) deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias subsequentes
à sua saída;
b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais
de 30 dias;
c) deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias em
virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente do traba-
lho ou de auxílio-doença por mais de seis meses, embora descontínuos.Em se tratando da perda do direito das férias, segundo a legislação o em-
pregado não perde o 1/3 de férias, a legislação não deixa explicito o fato, a lei
não menciona o terço, sendo assim o direito já é adquirido e o empregado deve
receber o 1/3 sobre as férias
2.3.1 Férias Coletivas
As férias coletivas são aquelas onde o empregador concede não a um, mas a to-dos os funcionários. O descanso pode ser concedido em dois períodos no ano,
entretanto nenhum período deve ser inferior a 10 dias corridos.
Na concessão das férias, o empregado pode solicitar o abono pecuniário,
conforme prevê o art. 143 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto
Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), deve solicitar com 15 dias de antecedência do ter-
mino do período aquisitivo, o empregador converte 1/3 das férias em abono
pecuniário. No caso de férias coletivas a conversão de 1/3 em abono, precisa
ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato da categoria pro-
fissional, neste caso não prevalece a vontade do empregado, e sim do coletivo.
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2.3.2 Férias Proporcionais e Vencidas na Rescisão
O objetivo das férias está explícito no inciso XVII do art. 7º da Constituição
Federal (Brasil, 1988) onde assegura o direito a férias aos trabalhadores sejamurbanos e rurais, e nos Artigos nº 129 a 153 da CLT Consolidação das Leis do
Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943). As férias são essenciais ao em-
pregado para o descanso físico e mental.
As férias proporcionais o empregado faz jus proporcionalmente aos avos
efetivamente trabalhados, 1/12 avos a cada mês trabalhado, lembrando que no
caso de admissão ou rescisão com mais de 15 dias trabalhados, o empregado
tem direto a 01 avo. Não podemos esquecer, também, que as faltas injustifica-
das diminuem o período aquisitivo, o art. 130 da CLT Consolidação das Leis doTrabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943) demonstra a relação de faltas e
proporcionalidade das férias.
Vejamos abaixo a tabela retirada da lei:
PROPORÇÃO DEAVOS X FÉRIAS
ATÉ 5 FALAS DE 6 A 14 FALTAS DE 15 A 23 FALTASDE 24 A 32
FALTAS1/12 avos 2,5 2 1,5 12/12 avos 5 4 3 23/12 avos 7,5 6 4,5 34/12 avos 10 8 6 45/12 avos 12,5 10 7,5 56/12 avos 15 12 9 67/12 avos 17,5 14 10,5 78/12 avos 20 16 12 89/12 avos 22,5 18 13,5 9
10/12 avos 25 20 15 1011/12 avos 27,5 22 16,5 1112/12 avos 30 24 18 12
Tabela 2.3 – Férias Proporcionais x Faltas (em dias). Elaborado pelo autor com base no art.130 da CLT.
As férias proporcionais são um direito do empregado nos casos de rescisão
sem justa causa, pedido de demissão e no termino de contrato de trabalho,
mesmo que o empregado não tenha um ano de contrato de trabalho. Os casos
em que o empregado não tem direito as férias proporcionais, na rescisão, são:
culpa reciproca e demissão por justa causa.
Em relação aos impostos incidentes sobre as férias proporcionais, não há
incidência de INSS – FGTS e IRRF.
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2.4 Verbas no Fechamento Folha dePagamento
De acordo com Lei 8.212 (Brasil, 1991), CLP – Consolidação da Legislação Pre-
videnciária, a folha de pagamento é obrigatória para o empregador, prevista na
CLT- Consolidação das Leis do o Trabalho, pela Lei nº 5.452 (Brasil, 1943).
O fechamento da folha de pagamento segue uma rotina de cálculos e, men-
salmente é necessária a conferência de todos os proventose descontosde cada
empregado, afim dese evitar erros nos pagamentos dos salários e no cálculo e
recolhimento dos impostos.
O encerramento da folha de pagamento ocorre com a atualização dos im-postos e o pagamento dos salários aos empregados. Os impostos mais comu-
mente conhecidos são também os mais importantes para o empregado e em-
pregador. Nesta capitulo serão abordados estes três impostos: o FGTS –Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço, o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
e o IRRF- Imposto de Renda Retido na Fonte.
CONEXÃOConheça a Lei 8.812/91 acessando o site abaixo:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212orig.htm
2.5 Etapas Básicas Envolvendo Fechamento
de Folha de PagamentoO processo que envolve o fechamento da Folha de Pagamentos, de maneira ge-
ral, é o mesmo em qualquer empresa. Evidentemente em algumas companhias
existem processos mais detalhados relacionados especialmente a políticas bu-
rocráticas de cada entidade, contudo, pode-se dizer que o cerne estrutural dos
cálculos e processos é realizado da mesma forma.
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No intento de se desenvolver um ordenamento didático em meio às eta-
pas, são estabelecidos processos segmentados em ‘passos’ para se completar
o ‘fechamento’:
2.5.1 Fechamento da Folha de Adiantamentos
Na maioria das empresas ocorre, geralmente entre os dias 10 a 20 de cada mês,
pagamentos de ‘vales’ ou simplesmente adiantamento salarial. Em linhas ge-
rais, é concedida aos funcionários uma prévia do salário, que normalmente
corresponde a 40% dos vencimentos. Para que o processo de fechamento de fo-
lha seja completo, é necessário que o responsável pelo departamento de recur-
sos humanos (ou departamento pessoal) gere uma ‘Folha de Adiantamento’ elibere uma relação simples de nomes e os valores correspondentes de ‘adianta-
mento’. Nesta etapa não é descontada nenhuma verba relacionada aos impos-
tos incidentes sobre a folha e somente fazem jus ao recebimento desta remune-
ração os funcionários ativos (não recebem este pagamento os funcionários que
estiverem em período de férias, afastamentos, em suspensão, etc).
2.5.2 Fechamento da Folha de Pontos
Antes se se iniciar o processo de fechamento da ‘Folha de Pagamentos’ se faz
necessário o fechamento dos ‘pontos’ dos funcionários. Muitas empresas, em
decorrência de exigência legal, controlam as horas de trabalho de seus funcio-
nários por meio de ponto eletrônico, ou ponto manual.
As horas trabalhadas são apuradas em um levantamento que, em geral,
não corresponde propriamente aos dias do exercício corrente. Isso ocorre em
virtude de não haver - na maioria dos casos - tempo hábil para processamento
das horas e fechamento do exercício. Por exemplo, visando simplificar o en-tendimento, imagine que uma determinada empresa paga seus funcionários
no quinto dia útil do mês e tenha 100 funcionários. Se o departamento pessoal
for aguardar a apuração dos pontos até o dia 31 do mês corrente, muitas vezes
ficaria impossível pagar os funcionários no quinto dia útil, especialmente se
houver um fim de semana neste intervalo.
Neste contexto e, por esta razão, muitas empresas optam por encerrar suas
apurações de ponto antes do mês ser encerrado, para que haja um maior in-
tervalo de tempo para controle das horas e integração das mesmas na Folha
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de Pagamentos. Supondo que uma empresa sempre encerre o fechamento dos
pontos todo dia 20, o período mensal apurado será sempre do dia 19 do mês
anterior até o 20 do mês corrente (ou seja, compreendendo sempre um período
de 30 dias, sem onerar os funcionários).
2.5.3 Revisão de Férias e Afastamentos
Ao longo de um mês - período em que será apurado o fechamento de folha -
muitos funcionários saem de férias, outros são afastados por doença ou qual-
quer outra razão que pode diferenciar o processo normal de cálculo de folha.
Por exemplo, caso um funcionário esteja de férias, o mesmo só vai receber ‘em
folha’ os dias efetivamente trabalhados no mês, pois os demais dias já forampagos a título de férias. Os funcionários que estiverem afastados por doença,
por exemplo, há mais de 30 dias1, não recebem sua remuneração da empresa,
mas do INSS. Estas exceções afetam diretamente o cálculo da folha de paga-
mentos e também a apuração de tributos. Neste contexto, é fundamental que o
responsável pelo fechamento da folha de pagamentos verifique todas as ocor-
rências de férias, afastamentos e outros eventos que afetam os cálculos de folha
a fim de se evitar distorções e erros nos cálculos de salários e impostos.
2.5.4 Fechamento da Folha de Pagamentos
Normalmente as empresas contam com um software para fechamento de fo-
lha, pois existe uma imensa variedade de verbas que podem contribuir com o
erro de diversos cálculos. Algumas empresas se utilizam de softwares de ‘folha
de pagamento’ e fazem conferências amostrais de cálculos, quando o número
de empregados é significativo. Há outras empresas que fazem todos os cálculos
manualmente, consumindo mais tempo.O processo de fechamento da ‘folha de pagamentos’ é simples, sendo sem-
pre calculado o salário total com base nos dias trabalhados (por isso a impor-
tância do fechamento dos pontos, descontos de faltas, etc), sendo descontadas
verbas como INSS do funcionário, IRRF, adiantamentos realizados, previdên-
cia complementar (quando o caso), pensão (quando o caso), etc.
1 O período de pagamento de afastamentos sob responsabilidade da empresa foi estendido de 15 dias para 30dias por meio da Medida Provisória 664 de Dezembro de 2014.
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Após o cálculo geral de folha, os sistemas emitem relatórios analíticos que
são utilizados para conferência. Nestes relatórios analíticos constam simula-
ções de holerites, contendo nome do funcionário, dados de contrato, proventos
e descontos. Neste relatório deve ser verificado se as férias, afastamentos, faltas(e outros eventos que afetam o calculo) foram integrados no cálculo.
2.5.5 Emissão de Relatórios de Líquidos
Após a geração do cálculo da folha e conferência (total ou amostral) são gera-
dos relatórios diversos como valores de impostos a pagar, provisões de férias e
décimo terceiro (que em muitos sistemas integram o módulo contábil) e outras
informações. Além desses relatórios, existe um relatório específico que iden-tifica o valor líquido a ser pago para cada funcionário. Este relatório é enviado
pelo responsável do departamento pessoal para a tesouraria (ou departamento
financeiro). Em muitas empresas esta relação não exibe o nome dos funcioná-
rios, apenas os dados bancários e documento de identificação, para garantir
sigilo dos valores pagos. As empresas se utilizam deste relatório para iniciar
a impressão dos cheques (prática menos usual), pagamento em dinheiro ou,
como na maioria dos casos, emissão da ‘remessa bancária’ no sistema online
dos bancos.
2.5.6 Cálculo de Tributos
Uma vez gerado o Relatório de Líquidos, o departamento pessoal inicia a emis-
são de guias de recolhimentos. Normalmente são emitidos diversos relatórios
para que seja efetuada a conciliação dos principais tributos: FGTS, IRRF e INSS.
Esta etapa é deveras importante para que se evite o envio de dados incorretos
para a Caixa Econômica Federal.
A Caixa Econômica Federal opera com dois sistemas conhecidos como SEFIP e Conecti-
vidade Social. Estes sistemas permitem às empresas validarem as informações pertinen-
tes à folha de pagamentos e enviar as informações relacionadas à remuneração, INSS do
funcionário, INSS da empresa, FGTS a ser recolhido e confrontação das guias geradas.
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2.5.7 Emissão de Guias de Tributos
Após a conciliação dos tributos gerados em ‘folha de pagamentos’ são emitidas
as guias de recolhimento, que são posteriormente encaminhadas à tesourariaou departamento financeiro. Estas guias são recolhidas em datas distintas: o
IRRF é pago no dia 20 do mês subsequente junto com a guia de INSS. O FGTS é
recolhido muito antes, no dia 7 do mês subsequente.
2.5.8 Transmissão de Informações aos Órgãos GovernamentaisCompetentes
É dever da empresa reportar mensalmente à Caixa Econômica Federal os valo-res pagos relacionados à remuneração dos funcionários, valores relacionados
a férias, rescisão, décimo terceiro salário. Após a geração de todas as guias, o
responsável pelo departamento pessoal deve importar as informações de folha
no sistema SEFIP da Caixa Econômica Federal. Neste programa, que também
pode ser alimentado manualmente, constam dados de todos os funcionários,
situação (se ativos ou inativos), número do PIS para identificação dos mesmos,
valores pagos e impostos retidos e a serem recolhidos.
O programa SEFIP funciona como um validador e gera uma série de relató-rios de fechamentos que devem ser conciliados com aqueles emitidos pelo sis-
tema da empresa. Adicionalmente, o sistema emite também as guias de INSS
(com o INSS Patronal e também a parcela retida dos empregados) e a guia do
FGTS. Esta última guia é gerada após a transmissão das informações. Para que
seja efetuada a transmissão, um arquivo validado é gerado pelo sistema SEFIP e
deve ser transmitido por um sistema online denominado Conectividade Social.
Neste programa, o responsável pela empresa acessa por meio de certificado
digital, integra as informações de folha e gera a guia de FGTS. Concluída estaetapa e as informações são todas arquivadas pela Caixa Econômica Federal. É
extremamente importante que as empresas guardem os protocolos de envio
deste processo, juntamente com a relação de trabalhadores, remunerações e
guias pagas, pois, em muitos casos, podem ocorrer problemas de liberação de
CND2 no futuro por problemas no processamento dos tributos e pagamentos.
2 CND (Certidão Negativa de Débitos) é um documento emitido por órgãos governamentais que comprovam quedeterminada empresa está com suas obrigações tributárias ‘em dia’. Caso haja algum problema de processamento
de alguma guia já paga, é fundamental que a empresa tenha arquivado os cálculos dos tributos e comprovantes depagamentos das guias.
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2.5.9 Emissão de Outros Relatórios Acessórios
Uma vez concluídos os processos acima relacionados à folha de pagamentos,
a empresa possui a obrigação de enviar outras informações correlacionadas aodepartamento pessoal sobre admissões, demissões e outros eventos de folha.
Para isso é necessário alimentar um sistema denominado CAGED – Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados. Caso não haja nenhuma movimenta-
ção no quadro de funcionários, a empresa fica desobrigada a enviar estas infor-
mações, do contrário, é necessário informar o nome do empregado, o evento
ocorrido (admissão ou rescisão) e o motivo (reintegração, demissão por justa
causa, demissão, pedido de demissão, etc). Para proceder o envio destas infor-
mações, a empresa pode contar com seu software de ‘folha de pagamentos’ queem geral possui a rotina de geração de arquivo para o CAGED. Do contrário,
pode usar o sistema do portal e incluir as informações manualmente. Ainda no
site do CAGED é possível verificar/analisar o arquivo e enviá-lo. Os protocolos
devem ser guardados pelo departamento pessoal.
2.5.10 Envio de Guias ao Sindicato das Categorias
Em atendimento ao Art. da 3.º Lei nº 8.870 (Brasil, 1994) as empresas são obri-gadas a enviarem ao sindicato que corresponde à quantia mais numerosa de
colaboradores, a guia de INSS efetivamente paga, comprovando, portanto,a
quitação das contribuições devidas à seguridade social.
CONEXÃOConheça a Lei 8.870/94 acessando o site abaixo:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8870.htm
ATIVIDADES01. O que é Folha de Adiantamento e qual sua relação com fechamento mensal da ‘folha’?
02. Um funcionário trabalhou no mês de março 13 dias. Ele tem direito ao avo correspon-
dente a este mês para efeito de décimo terceiro salário?
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03. Quais as datas oficiais de pagamento de 13.º salário conforme legislação brasileira?
04. Um funcionário teve ao longo do período aquisitivo, 8 faltas. Ele tem direito a quantos
dias de férias segundo a legislação brasileira?
05. Como funcionam as férias coletivas?
06. Qual a importância da Sefip? Como é enviada esta obrigação?
07. O que é o Relatório de Líquidos?
08. O que são férias proporcionais? Quando o funcionário perde este direito?
09. Analise a frase abaixo e aponte os erros, caso haja:
“As férias coletivas podem ser realizadas em até dois períodos no ano, desde que as
férias concedidas sejam pelo período inferior a 15 dias”.
REFLEXÃOEste capítulo abordou os primeiros cálculos envolvendo eventos de ‘folha de pagamentos’como cálculo de férias e impactos tributários e cálculos de 13º salário e impactos tributárias.
Em seguida, os primeiros passos para fechamento de ‘folha’ foram apresentados, ainda em
caráter preliminar.
Apesar de as rotinas envolvidas neste processamento serem semelhantes nas empre-
sas, cada entidade pode ter procedimentos próprios. Contudo, o que estamos apresentando
é uma metodologia simplificada para que você entenda e saiba executar o fechamento de
‘folha de pagamentos’. Ainda há muito para se aprender.
LEITURANOGUEIRA, Arnaldo José França Mazzei. As relações de trabalho em uma empresa global:
um novo paradigma ou neocorporativismo?. Cad. CRH [online]. 2009, vol.22, n.57, pp. 581-
600. ISSN 0103-4979.
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48 • capítulo 2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal.BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.
BRASIL. Lei nº 4.090, de 13 de Julho de 1962. Institui a Gratificação de Natal para os Trabalhadores.
BRASIL. Lei nº 4.375 de 17 de Agosto de 1964. Lei do Serviço Militar.
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de Julho de 1991. Consolidação da Legislação Previdenciária – CLP.
BRASIL. Lei nº 8.870, de 15 de Abril de 1994. Altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, de 24
de julho de 1991, e dá outras providências.
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8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal
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Simulação
de Rotina deFechamento
e Introduçãoà Rescisão de
Contrato deTrabalho
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50 • capítulo 3
Este capítulo aborda uma simulação com detalhes de ‘folha de pagamen-
tos’ no intento de evidenciar o passo-a-passo das rotinas que envolvem o fe-
chamento de folha. São abordadas variáveis que influenciam outras rotinas
de fechamento, como rescisão de contrato de trabalho, efeitos de férias e13º proporcionais.
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo você poderá:
• Conhecer as etapas (práticas) de fechamento de ‘folha’;
• Compreender melhor verbas como 13º proporcional e férias;• Entender o processo de cálculo de rescisão de contrato de trabalho.
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