língua padrão

Post on 23-Jun-2015

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Você ri quando alguém fala "broco" ?

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VOCÊ SABE O QUE É VOCÊ SABE O QUE É LÍNGUA PADRÃO?LÍNGUA PADRÃO?

É o modelo ideal de língua que deve ser usado pelas autoridades, pelos órgãos oficiais, pelas pessoas cultas, pelos escritores e jornalistas, aquele que deve ser ensinado e aprendido nas escolas.

E AGORA VOCÊ SABE COMO E E AGORA VOCÊ SABE COMO E PORQUE UMA LÍNGUA SE TORNA PORQUE UMA LÍNGUA SE TORNA PADRÃO?PADRÃO?

Na Itália a língua que recebeu o título de padrão e que hoje chamamos de italiano é a língua originária de uma região chamada Toscana. Esta região teve grande importância durante vários séculos, tendo como capital política e cultural a cidade de Florença.

Ela foi um dos pólos do Renascimento, lá trabalharam e viveram gênios como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Botticelli. E na língua da Toscana foram escritas alguma das obras-primas da literatura mundial:

a Divina Comédia de Dante Alighiere, as Poesias de Petrarca , o Decamerão de Bocácio.

Além disso a Toscana, contava com uma moeda forte, o florim.

Tamanho prestígio fez com que o toscano se tornasse, pouco a pouco, a língua de cultura de toda a Itália.

Na Espanha, a língua oficial é a que se originou numa região chama Castela, e por isso até hoje o espanhol é chamado de castelhano.

Foram os reis de Castela que, com muitas lutas e guerras, conseguiram expulsar os árabes, que dominaram a Península Ibérica por quase 800 anos.

Pouco a pouco os nobres castelhanos foram alargando seus territórios e quando terminou a Reconquista, os castelhanos já tinham conquistado o mais alto prestígio social. O que fez com que sua língua se impusesse a todos os demais habitantes.

Aqui no Brasil não foi diferente. O Rio de Janeiro assumiu o primeiro lugar em importância econômica-política e cultural por ser o porto mais próximo para levar o ouro descoberto em Minas Gerais para a Europa.

No século XX, a crescente industrialização de São Paulo levou esta cidade a compartilhar com o Rio de Janeiro a importância econômica-política e cultural.

Tudo isso fez com que o português formal empregado pelas classes sociais privilegiadas residentes no triângulo formado por SP, RJ e BH começasse a ser considerado o modelo a ser imitado, a norma a ser seguida o português-padrão do Brasil.

Essa arrogância costuma fazer com que alguns preconceitos sejam solidificados.

Para dizer que certa fala nordestina é "ridícula", por exemplo, falantes de outras regiões apontam o quanto é engraçado aquela variação onde as pessoas dizem "oitcho" e "muitcho" referindo-se às palavras "oito" e "muito".

No entanto, consideram normal quando um carioca, um mineiro ou um capixaba diz "tchia", "tchico-tchico" e "tchigre" quando a grafia registra tia, tico-tico e tigre.

Por que, então, a ocorrência desse fenômeno fonético no "i" é normal mas no "o" é ridículo? Para os linguistas, a questão é política.

“- A língua dominante é – ou tende a ser – sempre a língua daqueles que detém o poder econômico, social e político”.

O que será que contribuiu para essa transformação do Latim para o Português? A resposta é simples:

Existe na língua portuguesa uma tendência natural em transformar em R o L dos encontros consonantais. Fenômeno chamado ROTACISMO.

Quem diz “Craudia ” em lugar de Claudia, não é “burro”, não fala “errado” e nem “engraçado”, mas está somente acompanhando a natural inclinação rotacizante da língua.

Estes são trechos do livro “Os Lusíadas” de Camões, tido até como o verdadeiro inventor da nossa língua literária.

Será que ele era burro?

Por: Leandra NarcisoEditado por: Leandro Apolinário

Fonte: “A língua de Eulália” de Dacanal, José Hidelbrando.

www.lenarciso.blogspot.com

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