jango e o golpe militar - i

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Trabalho da Meta de Leitura de Língua Portuguesa 2012 - Orientado pela professora Lucilene Moura e Hugo Calhau.

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Jango e o golpe de 1964 na caricatura

Língua Portuguesa

IntroduçãoAs caricaturas nem sempre foram motivo de risos e alegrias.

Há alguns séculos atrás os artistas faziam caricaturas dos governantes do período com o intuito de criticar o governo a partir de sua arte.

Geralmente, os governantes não viam tais manifestações com bons olhos. Criticavam tal atitude, pois para eles caricatura era motivo de gozação e estupidez. Uma das retaliações mais sérias foi a prisão de um desenhista que havia feito uma caricatura comparando o rei Luís Felipe, da França, com uma pêra.

Getúlio Vargas gostava de ser informado das caricaturas que faziam dele, pois assim podia medir sua "popularidade''. Esse bom humor não impediu que a caricatura sofresse com a ditadura.

O surgimento do Estado novo fechou todas as formas de manifestação política inclusive o empobrecimento caricaturista. Foi o auge da ditadura Varguista.

Alguns governantes da época, por um lado, fechavam as portas para essa arte. Mas por outro, apoiavam as caricaturas feitas de seus adversários.

Esse incômodo é devido ao poder de propagação dessa arte e também porque toda arte visual tem um efeito muito grande de comunicação, até maior do que o do discurso verbal.

O surgimento desse tipo de desenho permitiu que as classes inferiores tivessem uma aproximação com a política, pois a caricatura traduz os eventos, conflitos, e os grandes personagens políticos para a linguagem popular. Torna os assuntos políticos menos misteriosos e os traz mais perto do povo, porém, deixa os chefes e líderes de Estado um tanto ridículo.

Nas caricaturas também se encontra uma justa posição da imagem e do texto. O texto ajuda o telespectador a entender a imagem (o que ela quer dizer), mas não tirando o foco da imagem.

Personagens O propósito do livro é abordar os acontecimentos no período

pré-1964 com "formato de caricatura". Os atores políticos em cena foram retratados em charges em forma de caricatura.

Jango (João Goulart) e mais alguns personagens políticos da época, devem ser destacados pelo número de caricaturas feitas deles. Carlos Lacerda é um deles e inspirou um movimento de relação de "zombaria" política onde encontrou rápido e fácil acolhimento a uma nova linguagem de caricatura: o corvo.

O corvo foi atribuído a Lacerda, pois ele acabou com a carreira de alguns políticos da época, e o corvo é um animal sinistro e que representa a desgraça alheia.

Lacerda construiu sua carreira política, primeiramente sendo jornalista, e criou um jornal cujas páginas, atacava com agressividade seus inimigos, destacando Getúlio Vargas. Entrou para a política como deputado federal, em 1959. Em 1960 tornou-se governador do Rio de Janeiro, tornou-se a principal voz pública de oposição a João Goulart e aos grupos comunistas que apoiavam o presidente gaúcho.

Lacerda teve uma importante participação no final da Era Vargas.

Leonel Brizola foi um dos grandes personagens políticos e teve uma grande posição na política brasileira, graças ao seu governo gaúcho. Durante seu governo, colocou em destaque a adoção de medidas nacionalistas contra as empresas estrangeiras.

Quando se tornou líder nacional das esquerdas, em 1962, se candidatou para deputado federal pelo estado de Guanabara, e ganhou a eleição. Foi o porta-voz dos defensores de reformas, o que atraiu bastante atenção e colheu admiradores à direita e oponentes à esquerda.

As caricaturas feitas dele, tinham expressão agressiva, pois seu perfil era radical. Em uma delas Brizola aparece brigando com Amaral Netto (entrou na política como seguidor de Lacerda, passou a lutar contra os militantes de esquerda, e em Brizola encontrou um adversário de peso), por isso a briga deles na caricatura, cujo fundo é o Congresso Nacional.

Dantas foi um dos principais assessores, quando Goulart se torna presidente, abriu as portas para o comércio com empresas estrangeiras o que gerou raiva dos políticos de direita. Lançou uma ideia que consistia em reunir forças para apoiar as reformas sociais. O mesmo, era sempre representado nas caricaturas com uma foice e um machado, que significa a presença do comunismo, cujo apoio a Dantas era denunciado por críticos de direita. Era um político que pretendia usar o comunismo, mas era representado como se ele não soubesse manejá-lo

A representação do "gorila" encaixa-se perfeitamente na teorização clássica do riso, pois se trata de uma gozação através do rebaixamento e o político (inimigo) é representado por um animal. Esse nome não foi escolhido aleatóriamente, pelo contrário foi escolhido por ser um animal dotado de força maciça e brutal, mas traz a idéia de rudeza, ignorância, ou seja, tão forte quanto burro.

Um personagem curioso que surgiu nesse período foi o ''gorila''. Surgiu para representar o autoritarismo da ditadura militar, usado nas representações das esquerdas.

Em Março de 1962 a Argentina viu o golpe militar derrubar Arturo Frondizi. Os militares responsáveis pelo golpe começaram a ser chamados de gorilas e o termo parece ter vindo para o Brasil rapidamente.

Augusto Bandeira pode ter trago o tema ''gorila'' através de uma caricatura do golpe na Argentina, mostrando chimpanzés com roupas de militares, atacando a democracia argentina representada por uma mulher.

Contudo não há duvidas que o principal personagem nas caricaturas, representados naqueles anos foi João Goulart.

A arte chamada caricatura consiste em identificar e realçar características consideradas salientes ou defeituosas de forma exagerada, Jango possuía uma deformação na perna que não era realçada pelos artistas, pois ele dizia saber separar o grotesco, o cômico do repulsivo.

O interregno parlamentista

Na época que Jango se candidatou a presidência, vigorava uma lei onde o cargo para presidente e vice eram concorridos separadamente. Jango ganhou a eleição, em 1960 e seu vice foi Jânio Quadros, que era contra suas ideias. Em 1961 Jânio Quadros renunciou o cargo, o que levou uma "rebelião", pois os conservadores e militares declaram-se contrario à posse de Goulart, criando um ambiente de pré-guerra civil.

Os caricaturistas também retratavam a situação do povo, que não era nada boa. Os partidos políticos mandavam e desmandavam no modo de governo, sem ao menos perguntar ao povo o que eles queriam.

Os seguidores de Goulart, apoiaram a constituição que instaurava o parlamentarismo, porque deixava aberta um porta para a volta do presidencialismo com Goulart ainda no poder. Foi feito um plebiscito para ver se a população queria o novo sistema ou o antigo. A ideia do presidencialismo começou a se destacar.

Conseguiram uma confirmação de adiantamento do plebiscito em 1962 e então, depois de muitas crises e revoltas o plebiscito foi precipitado em janeiro de 1963. Essa antecipação da data, favoreceu também os políticos que almejavam à presidência da República.

A volta a presidência ganhou de uma forma esmagadora, 90% das pessoas disseram não ao parlamentarismo.

João Goulart ficou com uma imagem, por um lado, de político esperto e malicioso, e por outro como político desastrado, que promovia eventos que não tinha como controlar.

Com a vitória do presidencialismo, Jango poderia implantar um programa novo de governo. O novo quadro despertou a esperança de que a situação iria melhorar, mas também, suscitou temores de que a crise social iria se agravar, e quem desconfiava do presidente achava que Goulart iria fazer manifestações políticas consideradas "perigosas".

O grande manipuladorCom esse sucesso de Jango, o

número de caricaturas feitas dele aumentou em um número muito grande. Em algumas críticas foi atribuído uma malícia e trapaça a ele, pois a imagem que ele passava era de um homem sem princípios, que queria ficar no poder a todo momento e na frente do Estado a qualquer custo.

Ainda na época do parlamentarismo foi feita muitas caricaturas de Jango manipulando bonecos fantoches, que seriam o povo, o 1°ministro e os políticos atuantes na época. As caricaturas não só queriam retratar Jango como manipulador e mentiroso; mas também revelar ao público as estratégias ocultas de Jango.

Seminário 9°ano Participantes:Mylena LimaBeatriz MartinelliJulia SellaniKauê Stefan

Professores orientadores: Lucilene Moura e Hugo Calhau

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