janelas abertas
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JANELAS ABERTAS
equipe
Grupo PanorâmicasCarolina de Castro Barbosa de Freitas
Maria Inês Vancini Sperandio
Coordenação do “Projeto Janelas Abertas” e organização do livro
Carolina de Castro Barbosa de Freitas
Concepção e elaboração do projeto Carolina de Castro Barbosa de Freitas
Fernanda de Castro Barbosa
MonitoresAna Clara Moreira de Almeida
Brida Camargo Branco CamattaHugo Bello
Larissa RodriguesRikley Bonna
Projeto Gráfi co e editoraçãoCristiano de Rezende
Apresentação
“Quando falo dessas pequenas felicida-des certas, que estão diante de cada
janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante
das minhas janelas e, outros, fi nalmen-te que é preciso aprender a olhar, para
poder vê-las assim.”Cecília Meireles
Uma janela é mais do que uma abertura por onde entra a ventilação e a ilumi-nação da nossa casa. Ela é também a moldura do cotidiano de um lugar, um
espaço por onde se ver a vida passar, se apreende uma realidade. Enfi m, é a nos-
sa brecha de diálogo com o mundo.
Pelas janelas, curiosos observam a vida dos outros, um morador vê quem chega à porta, os casais fl ertam, os vizinhos
conversam.
Uma janela pode dizer muito do lugar onde se vive: as grades que protegem o lar dos inconvenientes da violência, a janela ampla de comunicação com os
parentes, a fresta pequena que dá para o vazio, a cortina de crochê da casa da vó, o vidro quebrado que o dinheiro do mês
não conseguiu consertar.
Observamos da janela os cenários mais diversos: o jogo de futebol das crianças da comunidade, o caminhão de lixo que
passa, a rua deserta de um dia chuvoso, os pedestres correndo para não atrasar os
compromissos.
Uma mesma paisagem, opressora para uns, pode ser bela para outros. O que é monó-tono, pode se tornar dinâmico. Tudo é uma
questão de OLHAR.
O que o jovem vê pela sua janela? Qual paisagem ocupa a moldura do seu cotidia-
no? O que ela diz/representa?
Pensando nessas questões, decidimos organizar o projeto Janelas Abertas com a
proposta de produzir um catálogo fotográfi -co virtual com os registros dos olhares dos estudantes da escola Godofredo Schneider – localizado na Prainha de Vila Velha – so-
bre as paisagens de suas janelas.
Para tanto foram realizadas ofi cinas, onde os jovens tiveram acesso às técnicas bási-cas de fotografi a e participaram de debates sobre percepções. Esse processo foi o pon-to de partida para a discussão do olhar dos estudantes sobre as suas comunidades. É
também uma forma do jovem refl etir sobre o estar no mundo, uma vez que olhar pela janela é também olhar a paisagem interior. Além disso, os jovens ao conhecer a reali-
dade dos outros colegas – num exercício de aproximação e estranhamento – poderão
reconhecer a si mesmo e aos outros.
Os participantes das ofi cinas foram desa-fi ados a olhar a sua janela sob um novo
ponto de vista, revelando nuances e espe-cifi cidades que dão sentido, sabores e vida à sua realidade. Desse modo, este projeto
colaborou para a desautomatização do olhar e o desenvolvimento da criatividade e da criticidade dos participantes. Fomentou
também o respeito e a liberdade de expres-sar o sentir/pensar, princípios tão importan-tes para a valorização do ser humano e o
exercício da cidadania.
Ao estimular o participante a lançar um olhar sobre si mesmo e, sobretudo, para
a sua realidade, o projeto Janelas Abertas contribuiu para a existência e afi rmação das
relações de pertencimento desses jovens com seu mundo.
A realização desse projeto só foi possível devido ao fi nanciamento do Programa Rede Cultura Jovem, da Secretaria do Estado de Cultura do Espírito Santo em parceria com
o Instituto Sincades; com o apoio do diretor da Escola Estadual Godofredo Schneider,
Linderclei Teixeira da Silva, que disponibili-zou o espaço e ofereceu todas as condições
para a realização do projeto e da equipe pedagógica da referida escola. A todos nos-
sos sinceros agradecimentos.
Grupo Panorâmicas
indiceindiceEQUIPE APRESENTAÇAOLARISSA RODRIGUESBRIDA CAMARGO BRANCOJOYCE LEMOSCHRISTOFER DA SILVACRISLAINE DA VITORIAHUGO BELLONEEYWERSON GOMESRIKLEY BONAPRODUÇAO COLETIVA
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LARISSA RODRIGUES, 14 ANOSO que eu vejo?
“Vejo um céu mais do que perfeito, do qual muitos nem ao menos reparam, do qual carrega consigo toda beleza e sig-nifi cância da pureza. É nele que elevo os meus belos olhares, o olhar de admiração pela tão bela natureza, quando olho na minha janela ao amanhecer, ou ao entardecer, seja lá o que for, percebo como é linda a vista, independentementede qual for, pois a beleza está no que você quer enxergar, e assim admirar.”
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BRIDA CAMARGOS BRANCO CAMATTA, 16 ANOS
“A ultima coisa que realmente gostaria de dizer antes de partir seria: Preste atenção nos mais pequeninos detalhes, pois neles estão a mais verdadeira e pura beleza e inocên-cia. Quisera eu poder ter a oportunidade de fotografar tudo que vejo de belo para eternizar alguns detalhes, muitos tem essa oportunidade e não a aproveita.”
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JOYCE LEMOS, 16 ANOS
“Se pararmos para observar uma das visões mais belas que possuímos são aquelas que temos todos os dias e que muitas das vezes não percebemos , não damos valor. Sao as coisas e as forças que formam com a natureza com coisas simples , são coisas que mudam com dias e dias e não com horas , são coisas que podem ser iguais todos os dias mais que toda vez que pa-ramos para observar sentimos e percebemos coisas diferentes!”
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CHRISTOFER DA SILVA, 15 ANOS
A primeira e a segunda foto eu tirei representando que: mesmo sendo difícil chegar a certo objetivo, mesmo com barreiras na nossa frente(nesse caso identifi car o que há através do vidro) com persistência, o objetivo acaba sendo concluído.
Na terceira foto, eu quis demonstrar como algo simples pode se tornar algo muito complexo, sublime. (É a foto da luz de um poste, mas parece um pouco o sol)
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“Mesmo em toda escuridão, há luz.Mesmo em todo o desespero, há esperança.
Mesmo em toda tristeza há um sorrisoMesmo em todo o ódio, há o amor.”
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CRISLAINE DA VITORIA, 16 ANOS
“Não fazemos uma foto apenas com uma câmera; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os fi lmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos”.
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HUGO BELLO, 15 ANOS
“A natureza nos rodeia o tempo a vida toda. Então, por que não ela não pode ser uma musa inspiradora? Essas fotos foram concebidas com base nas curvas dos galhos de ár-vores e na forma translúcida das gotas de chuva. Porque a natureza é a janela aberta da vida.”
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NEEYWERSON GOMES, 15 ANOS
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RIKLEY BONA, 16 ANOS
“O projeto panorâmicas foi criado para ampliar a visão dos alunos sobre fotografi a, não visualizar somente o óbvio, e sim além do óbvio.”
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PRODUÇAO COLETIVA
Durante as ofi cinas de fotografi as várias fotos foram produzidas sobre a temática principal do projeto: o que se olha pela janela. O resultado desse trabalho encontra-se nessas fotografi as, que tiveram vários autores e, por esse motivo, chamamos de produção coletiva.
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