inicial+60+contribuições (3)
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VALDOMIRO VITOR DA SILVA ADVOGADO
OAB/SP 285.985
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA DO
JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DE OSASCO - SP
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO LEI 10.741/2003
DISTRIBUIÇÃO URGENTE
xxxxxxxxxxxx, brasileira, casada, do lar, portadora da
cédula de identidade RG nº xxxxxxxxxxxx e inscrita no CPF/MF sob o nº
xxxxxxxxxxxxxx, (doc J) residente e domiciliada na xxxxxxxxxxxxxxxx , nº
000, Jardim Santo Antonio, CEP cxxxxxxx, Osasco – SP, por seu procurador infra
firmado, conforme instrumento de procuração, (doc J) vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE COM PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA “INAUDITA ALTERA PARS”,
contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, que deverá ser
citado através de seu representante legal, na Praça das Monções nº 111,
Jardim Piratininga , Osasco –SP, CEP 06233-902, pelos motivos de fato e de
direito a seguir articulados:
PRELIMINARMENTE
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Rua Grenoble, nº 03 – Jardim Ipê – Cep. 05797-310 – São Paulo / SP
Tel. (011) 5825-0396 – Celular 8134-7648
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DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer lhe seja deferido o benefício da Justiça Gratuita,
como lhe faculta a lei, para o fim de isentá-la ao pagamento das custas e
eventuais despesas processuais da presente ação, sem que com isso sacrifique
o seu próprio sustento e o de sua família, apresentando para tanto a
declaração de hipossuficiência, para os fins do artigo 4º da lei 1060/50 (doc J).
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A autora requer o direito a tramitação especial, em
conformidade com o Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por ter 69 (sessenta e
nove) anos de idade.
DOS FATOS
Primeiramente, cumpre salientar que a autora
encontra-se hoje com 69 (sessenta e nove) anos de idade, e necessita
urgentemente que seja estabelecido o benefício de aposentadoria por idade
espécie (41), tendo em vista sua necessidade de sobrevivência.
Ocorre que a autora filiou-se à Previdência Social em
16/05/1956, quando de sua admissão, na empresa Fábrica de tecidos Tatuapé
S/A, conforme pode se constatar na cópia de registro de sua Carteira de
Trabalho (doc J).
Vale ressaltar que, ainda, laborou nas empresas e
respectivos períodos abaixo relacionadas:
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- Fábrica de Tecidos Tatuapé S/A de 16/05/1956 rescisão 15/12/1956;
- Micro Eletrônica Ind.Com. Ltda, de 01/02/1958 rescisão 10/04/1958;
- RCA Victor Rádio S.A. de 14/04/1958 rescisão 31/05/1961;
- RCA Eletrônica Brasileira S/A de 01/06/1961 rescisão 02/10/1961;
- Modas a exposição – Cliper S/A de 05/01/1962 rescisão 30/01/1965;
Sendo assim, laborou até o dia 30/01/1965 data de seu
último emprego, realizando 7 anos e 3 meses de contribuição para os cofres
previdenciários (INSS), sendo que tais pagamentos ocorreram antes da edição
da lei 8213/91
Desde seu último emprego, até os dias atuais, não
contribuiu de nenhuma forma para a previdência social, nem como empregada,
nem como facultativa ou autônoma, vertendo para efeitos de aposentadoria o
total de 73 (setenta e três) contribuições.
A autora conta atualmente com 69 anos de idade desta
sorte, foi até a agência da Previdência Social para solicitar sua aposentação,
uma vez que havia cumprido os pressupostos ensejadores sob a égide do
regime anterior ao da lei 8.213/91, o qual narrava que bastaria que o segurado
tivesse 60 contribuições e 60 anos de idade para poder se aposentar por
velhice (atual aposentadoria por idade).
Contudo a Autarquia Ré, nem ao menos deixou que a
autora solicitasse o benefício, sob o argumento de que a autora deveria atingir
a carência mínima de 174 contribuições exigidas para o ano de 2010,
desprezando o fato de que a autora possuía o legitimo direito adquirido a
aposentar-se segundo as disposições legais anteriores.
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Sendo assim, diante da lesão ao seu direito adquirido
não encontra outra saída a não ser socorrer-se à tutela jurisdicional do Estado,
a fim de ver sua pretensão acolhida.
DO DIREITO
Afirma – e demonstra documentalmente – a autora, que
preenche todos os requisitos que autorizam a concessão do benefício de
aposentadoria por velhice.
Importante frisar que, a carência exigida em 2010, ou
seja, 174 (cento e setenta e quatro) meses época em que a autora completou
69 anos, determinada pela Lei 9.032/95, que deu nova redação ao artigo 142
da lei 8.213/91, não se impõe ao caso da autora, pois como bem sabe Vossa
Excelência, em questões previdenciárias “tempus regit actum”.
A Constituição Federal restringe-se em descrever, in verbis:
“ A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada.”
A LICC declara, in verbis:
“Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
seu titular, ou alguém que por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo
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prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.”
Partindo de tal assertiva, pode-se facilmente perceber
que a autora preencheu os pressupostos para se aposentar sob a égide da Lei
Orgânica da Previdência Social, nº 3.807/60, posteriormente modificada pelo
decreto da CLPS nº 89.312, que ratificou os requisitos necessários para a
concessão da aposentadoria por velhice da lei anterior, ou seja, a necessidade
de carência de no mínimo 60 (sessenta) contribuições mensais à Previdência
Social, tendo sido alterada após o advento das atuais leis da previdência social,
infra mencionadas.
Consoante dispunha o decreto nº 83.080 de 24 de
Janeiro de 1979, mas precisamente em seu artigo 46, o segurado que atingisse
idade igual ou maior a 60 (sessenta) anos e tempo de contribuição de 60
contribuições, poderia pleitear o benefício denominado “aposentadoria por
velhice” antiga denominação da atual aposentadoria por idade. Vejamos o
que dispunha a mencionada norma:
Artigo 46 – A aposentadoria por velhice é devida, após 60 (sessenta)
contribuições mensais, ao segurado ou à segurada que completa
(sessenta e cinco) anos ou 60 (sessenta) anos de idade
respectivamente.
Porém, independentemente de qualquer mudança
posterior de lei que viesse a ampliar requisitos mínimos ou majorar a
quantidade de contribuições necessárias à Previdência para concessão de
benefícios, a autora estaria imune, por ter sido filiada na época em que o
regime determinava, certa carência, isto é 60 contribuições mensais, além de
havê-la cumprido integralmente, ainda na vigência da lei antes de sua
alteração para citada tabela progressiva.
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Essa carência exigida, era a regra da época, portanto
podemos denotar que tratava de um contrato entre a segurada e a
previdência, ao qual rezava que o mínimo de contribuições para a concessão
de aposentadoria por velhice, seria 60 contribuições mensais.
Essa filiação é o vínculo jurídico, que se estabelece
entre o segurado e o Regime Geral da Previdência Social, e esse vínculo gera
uma obrigação de ambas as partes, sendo a de um verter contribuições no
mínimo exigido e a de outro, conceder o benefício prometido, e , cumprida a
obrigação por uma das partes a outra deve cumprir a sua, que no caso em tela,
a do Instituto Réu, é a de conceder o benefício.
Tais regras, ao qual o segurado se submete, têm
validade jurídica “ad infinitum”, para aqueles que aderiram a elas, não
importando se posteriormente foram modificadas, até porque se tratava de ato
jurídico perfeito, conquanto cumpriu com a carência exigida antes da
modificação da lei.
Ademais, tanto na legislação anterior como na atual os
pressupostos ensejadores de beneficio não necessitam serem preenchidos de
forma simultânea, senão vejamos o que a jurisprudência unânime narra sobre
a matéria, in verbis:
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP N
º 698.009 - PR (2005/0111210- 7) RELATOR : MINISTRO HÉLIO QUAGLIA
BARBOSA
"PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR
URBANO. ARTIGOS 25, 48 E 142 DA LEI 8.213/91. PERDA DA
QUALIDADE DE SEGURADO. IMPLEMENTAÇÃO SIMULTÂNEA.
PRESCINDIBILIDADE. VERIFICAÇÃO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS.
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IDADE MÍNIMA E RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS.
ARTIGO 102, § 1º DA LEI 8.213/91. PRECEDENTES. AGRAVO INTERNO
DESPROVIDO.
I - A aposentadoria por idade, consoante os termos do artigo 48 da Lei
8.213/91, é devida ao segurado que, cumprida a carência exigida
nesta lei, completar 65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher. II -
O art. 25 da Lei 8.213/91 estipula a carência de 180 (cento e oitenta) meses de
contribuição para obtenção da aposentadoria por idade para o trabalhador
urbano. III - O art. 142 da Lei 8.213/91, por sua vez, estabelece regra
transitória de cumprimento do período de carência, restrito aos segurados
urbanos inscritos na Previdência Social até 24 de julho de 1991, data da
vigência da Lei, conforme tabela inserta no referido dispositivo. IV - A perda da
qualidade de segurado, após o atendimento aos requisitos da idade mínima e
do recolhimento das contribuições previdenciárias devidas, não impede a
concessão da aposentadoria por idade. Precedentes. V - Ademais, os
requisitos exigidos pela legislação previdenciária não precisam ser
preenchidos, simultaneamente, no caso de aposentadoria por idade.
Precedentes. Interpretação do artigo 102, § 1º da Lei 8.213/91. VI - Sobre o
tema, cumpre relembrar que o caráter social da norma previdenciária requer
interpretação finalística, ou seja, em conformidade com os seus objetivos. VII -
Agravo interno desprovido.( fl. 152).”
Destarte, comentar que pelo julgado acima se percebe
claramente que o direito aqui embatido encontra-se absoluto amparo: legal,
doutrinário e jurisprudencial não havendo razão para o INSS, vilipendiá-lo em
inteligência inclusive a pétrea clausus da garantia do direito consolidado
escopada no artigo 5º, inciso XXXVI da Lex Legum.
Ademais, o STJ assim tem entendido, em decisão
recente:
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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR VELHICE. DIREITO
ADQUIRIDO. REQUISITO DA IDADE MÍNIMA PREENCHIDO QUANDO
AUSENTE A CONDIÇÃO DE SEGURADA. IRRELEVÂNCIA. PRECEDENTES
1. Seguindo os rumos fincados pelo extinto Tribunal Federal de Recursos, o
Superior Tribunal de Justiça firmou seu entendimento no sentido de que,
implementada a carência exigida pela lei então vigente, fica resguardado o
direito à concessão da aposentadoria por idade, sendo irrelevante a ausência
da qualidade de segurado quando do preenchimento do requisito etário ou a
posterior majoração do período contributivo necessário.
2. No caso, a Autora, que laborou em atividade urbana, contribuiu para a
previdência social no interregno de 1947 a 1956, ou seja, foi segurada durante
10 (dez) anos e verteu 106 (cento e seis) contribuições mensais, tendo
completado 60 (sessenta) anos de idade em 14 de maio de 1990, razão pela
qual, a teor do exposto, faz jus ao benefício.
3. Recurso especial não conhecido.
STJ - RECURSO ESPECIAL:REsp 513688 RS 2003/0047749- 7Relator( a): Ministra
LAURITA VAZ . Julgamento: 23/06/2003. Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA
Ou ainda no mesmo sentido:
“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. OFENSA A DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. COMPETÊNCIA DO STF. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO
POR ESTA CORTE. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR URBANO.
PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. PREENCHIMENTO NÃO-
SIMULTÂNEO DOS REQUISITOS LEGAIS DE CARÊNCIA E IDADE MÍNIMA.
IRRELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Mostra-se inviável a
apreciação de ofensa a dispositivos constitucionais, uma vez que não cabe a
esta Corte, em sede de recurso especial, o exame de matéria constitucional,
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cuja competência é reservada ao Supremo Tribunal Federal, nos termos do art.
102, inciso III, da Carta Magna. 2. Para a obtenção da aposentadoria por idade,
nos moldes do art. 48 da Lei nº 8.213/91, torna-se imprescindível o
preenchimento de dois requisitos legais, quais sejam: carência e idade mínima.
3. No caso em tela, constata-se que a autora completou 60 (sessenta) anos em
1994, tendo preenchido, portanto, o requisito etário legal. 4. Quanto à
carência, verifica-se que a segurada comprovou o exercício da atividade
urbana e o recolhimento de contribuições superiores ao exigido na tabela
progressiva inserta no art. 142 da Lei nº 8.213/91. 5. Resta incontroverso o
preenchimento dos requisitos legais autorizadores da aposentadoria
por idade, tornando-se irrelevante o fato de a autora ter completado a
idade mínima quando não era mais detentora da qualidade de
segurada. 6. A Terceira Seção deste Superior Tribunal tem posicionamento
consolidado de que não se exige o preenchimento simultâneo das condições
autorizadoras do benefício para a concessão da aposentadoria por idade. 7.
Recurso especial provido para restabelecer os efeitos da sentença”.(STJ - RESP
200501725740. RESP - RECURSO ESPECIAL – 789543. Relatora MARIA THEREZA
DE ASSIS MOURA. SEXTA TURMA. DJ DATA:26/03/2007)
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ERRO MATERIAL E OMISSÃO
EXISTENTES.
I- A lei não exige o preenchimento simultâneo dos
requisitos necessários à aposentação por idade. Precedentes.
II- Tendo contribuído por mais de 9 (nove) anos antes do
advento da Lei 8.213/91 que garantiu o direito à aposentadoria por idade a
quem contribuiu com 60 (sessenta) contribuições, a perda de qualidade de
segurado não importa em perecimento do direito à aposentação ao completar
o implemento da idade.
III- Embargos rejeitados.
(STJ – AC. 5ª T., EDReSP nº 323.903/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, DJU de 8.4.02,
grifou-se).
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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE.
PREENCHIMENTO DO REQUISITO ETÁRIO APÓS A PERDA DA
QUALIDADE DE SEGURADO. IRRELEVÂNCIA. BENEFÍCIO MANTIDO.
PRECEDENTES.
Não se exige a simultaneidade no preenchimento dos requisitos para
percepção de aposentadoria por idade, sendo irrelevante o fato de o obreiro,
ao atingir a idade mínima para concessão do benefício, já ter perdido a
condição de segurado. Embargos acolhido
(STJ – 3ª Seção – EREsp Nº 502.420/SC – Rel. Min.
José Arnaldo da Fonseca, p. DJU de 23.5.2005)
Ainda vale mencionar que a Turma Recursal dos
Juizados Especiais Federais de São Paulo editou súmula a respeito da matéria,
corroborando o entendimento da Corte Superior:
Para a concessão de aposentadoria por idade, desde
que preenchidos os requisitos legais, é irrelevante o fato do requerente, ao
atingir a idade mínima, não mais ostentar a qualidade de segurado.
Nesse sentido vale transcrever o julgado proferido pela
2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal Previdenciário da 3ª Região -
Seção Judiciária de São Paulo – Processo nº 2002.61.84.009036-3/SP:
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“(...) Em relação à aposentadoria por idade, foi construído o entendimento
jurisprudencial em prol da concessão do benefício mesmo quando o
trabalhador não ostente mais a qualidade de segurado na data em que
completar o requisito idade. Tal entendimento jurisprudencial foi inclusive
acolhido pelo legislador através da Lei nº 10.666/03.
Pelo exposto, presentes os requisitos legais, é devida a
concessão do benefício de aposentadoria por idade, nos termos dos artigos 48
e seguintes da Lei nº 8.213/91, respeitando- se a previsão anterior quando do
cumprimento dos requisitos.
DA NÃO NECESSIDADE DE SE PASSAR PELA ESFERA ADMINISTRATIVA
A carta cidadã consagrou em seu artigo 5º, inciso XXXV, o princípio do
amplo acesso à justiça, dispondo assim que a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou
ameaça a direito.
Desta forma a jurisprudência firmou posicionamentoDesta forma a jurisprudência firmou posicionamento
que a alegação do INSS que é necessário o prévio exaurimento da viaque a alegação do INSS que é necessário o prévio exaurimento da via
administrativa para promoção de processo previdenciário, não deve prevaleceradministrativa para promoção de processo previdenciário, não deve prevalecer
frente ao principio do direito de ação ou da inafastabildade do controlefrente ao principio do direito de ação ou da inafastabildade do controle
jurisdicional.jurisdicional.
A jurisprudência também vêm firmando este mesmoA jurisprudência também vêm firmando este mesmo
posicionamento, senão vejamos o que a súmula 9 do TRF3 Região diz:posicionamento, senão vejamos o que a súmula 9 do TRF3 Região diz:
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““ Em matéria previdenciária, torna-se desnecessárioEm matéria previdenciária, torna-se desnecessário
o prévio exaurimento da via administrativa, comoo prévio exaurimento da via administrativa, como
condição de ajuizamento da ação.”condição de ajuizamento da ação.”
As questões previdenciárias podem ser discutidas naAs questões previdenciárias podem ser discutidas na
via administrativa ou judicial, sem que esta tenha que ser precedidavia administrativa ou judicial, sem que esta tenha que ser precedida
obrigatoriamente por aquela, a teor do Princípio da Inafastabilidade doobrigatoriamente por aquela, a teor do Princípio da Inafastabilidade do
Controle Jurisdicional, estabelecido na Constituição Federal, em seu art. 5Controle Jurisdicional, estabelecido na Constituição Federal, em seu art. 5˚,˚,
XXXV. A exigência de esgotamento prévio da via administrativa implica emXXXV. A exigência de esgotamento prévio da via administrativa implica em
restrição que afronta o direito de ação, conforme entendimento da Súmula 213restrição que afronta o direito de ação, conforme entendimento da Súmula 213
do extinto TFR. do extinto TFR.
Portanto, não há que se falar em invasão de Competência pelo Judiciário (TRF2,Portanto, não há que se falar em invasão de Competência pelo Judiciário (TRF2,
AC 96.02.015794-1, 6 Turma).AC 96.02.015794-1, 6 Turma).
DA MEDIDA CAUTELAR
DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA
Ademais, no caso em epígrafe, há vasta
documentação comprovando o direito da autora, ressalta-se a CTPS
com 73 contribuições juntamente com a caderneta de contribuições do
instituto de aposentadoria e pensões dos industriários torna robusta a
prova das contribuições da segurada, ficando demonstrado, claramente, o
fumus boni iuris, elemento indispensável para a concessão da tutela
antecipada.
No mesmo sentido, o periculum in mora, também se
faz presente, tendo em vista que é conditio sine qua non, para fins de
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resguardo da saúde e do sustento da autora e, por via de conseqüência,
proteção do objeto do pedido principal, a concessão do pedido da antecipação
de tutela, assegurando, dessa forma, o respeito ao direito de uma vida
saudável, proveniente da dignidade da pessoa humana, um dos pilares de
nosso Estado Democrático e Social de direito, previsto no artigo 1º, inciso III,
da CF, mormente pelo fato da aposentadoria por idade ter natureza
alimentar.
Enfim, pelas razões aduzidas, e com o preenchimento
dos requisitos previstos no artigo 273 do Código de Processo Civil, requer-se de
imediato a concessão de medida liminar inaudita altera parte para que o Autor
receba desde a propositura da presente o benefício da aposentadoria por
idade.
DO PEDIDO
Posto isto, requer-se a Vossa Excelência:
a) a) O deferimento da TUTELA ANTECIPADA qual
seja, o IMEDIATO ESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO DE
APOSENTADORIA POR IDADE ESPÉCIE (41), para que desta forma consiga
manter a sua subsistência;
Que deferida à tutela antecipada, seja expedido com
urgência, ofício ao INSS, comunicando o deferimento da medida;
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b) Tratando-se de pedido de obrigação de fazer, requer
em caso de desobediência, seja aplicada multa diária – astreintes – no valor de
R$ 1.000,00, na forma prevista no artigo 287 do Código de Processo Civil;
c) Determinar a citação da Autarquia-Ré no endereço
apontado, na pessoa de seu representante legal, com os benefícios do artigo
359 C/C 172, paragrafo 2º do Código de Processo Civil, para que, querendo,
apresente contestação, sob os efeitos da revelia;
d) Requer ainda, que se digne Vossa Excelência a
conceder o benefício da Justiça Gratuita, em face da condição da requerente de
pobreza, não tendo forma de arcar com as custas processuais e demais
despesas sem prejuízo de seu sustento e de sua família.
e) A condenação da Autarquia-Ré ao pagamento das
custas processuais e dos honorários advocatícios, no percentual de 20%;
f) Juros de mora de 1,0% ao mês, a contar da citação,
nos termos da decisão do STJ no RESP nº 450.818, julgado em 22.10.2002;
g) A total procedência do pedido, consistente na
condenação da Autarquia-Ré a conceder o benefício de aposentadoria por
idade, espécie (41)”;
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h) Pagar as parcelas vencidas e vincendas,
monetariamente corrigidas e acrescidas de juros legais moratórios, incidentes
até a data do efetivo pagamento;
i) Requer o direito a tramitação especial, em
conformidade com o Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por ter 69 (sessenta e
nove) anos de idade.
SEJA A PRESENTE AÇÃO JULGADA TOTALMENTE
PROCEDENTE, PARA QUE SE FAÇA JUSTIÇA.
Protesta, e requer provar o alegado, por todos os meios
de prova em direito admitidos, sem exceção e, em especial pelo depoimento
pessoal da ré, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, expedição de
ofícios, perícia, e demais provas que o caso venha a exigir para apuração da
verdade.
Para fins legais, dá-se o valor da causa de à causa o
valor de R$ 6.120,00 (Seis Mil, cento e vinte reais).
Termos em que,
pede e espera deferimento.
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OAB/SP 285.985
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São Paulo 03 de Maio de 2010.
Valdomiro Vitor da Silva
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