história e métodos prof. wilhelm wachholz acadêmico: vanildo luiz zugno
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História e MétodosProf. Wilhelm Wachholz
Acadêmico: Vanildo Luiz Zugno
A História das EstruturasCrzysztof Pomian
Em: LE GOFF, Jacques. A História Nova. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. P. 129-165.
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64) Estruturas A longa duração, a
quase imobilidade
Conjunturas São as oscilações cíclicas
Revolução/o fatual
O tempo das inovações
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AntecedentesFerdinand de Saussure: Curso de linguística geral (1916)
Georges Dumézil: História das religiões e antropologia
Claude Lévy-Strauss: Estruturas elementares do parentesco (1949) e Antropologia Estrutural (1958)a história não é uma ciência social: trata do particular e não pode elaborar leis gerais dos acontecimentos!
5
Fernand Braudel:
História e ciências
sociais: a longa
duração
“...a história, longe de encerrar-se no estudo dos acontecimentos, não apenas é
capaz de individuar as estruturas, como deve se interessar em primeiro lugar por
essa tarefa.” (130)
“Para nós historiadores, uma estrutura é, sem dúvida, montagem, arquitetura, porém, mais ainda,
uma realidade que o tempo gasta mal e veicula muito longamente. Certas estruturas, vivendo muito
tempo, tornam-se elementos estáveis de uma infinidade de gerações: elas atravancam a história, atrapalham, portanto comandam, seu desenrolar
outras tendem a se pulverizar. Contudo, todas são, ao mesmo tempo, esteios e obstáculo. Obstáculos,
elas se assinalam como limites [...] dos quais o homem e suas experiências praticamente não podem
se libertar.” (Braudel, apud Bomian, p. 130)
6
“...uma estrutura [...] é um conjunto coerente de elementos, no qual a transformação de um só deles acaba provocando a de todos os outros.”(132) Esse conjunto deve:
“...se manter durante um período plurissecular, deve ser um fenômeno de longa duração.”(133)
“...fixa limites [...] às flutuações das conjunturas, introduzindo assim repetição à nível microscópico. Ela [a estrutura] tece, portanto, uma rede de injunções, cuja força é proporcional à rigidez.”(133)
7
Estrutura
“...as estruturas [...] são fenômenos geográficos, ecológicos, técnicos, econômicos, sociais, políticos, culturais, psicológicos, que permanecem constantes
durante um longo período ou que só evoluem de maneira quase imperceptível.” (152)
8
Estrutura e conjuntura
“...conjunturas: econômica, cultural, política, social, militar [...] se desenrolam num tempo curto e, também, mais rápido [... e] se articulam sobre as transformações
lentas das próprias estruturas.” (149)
“Em outras palavras, a estrutura é definida implicitamente enquanto conjunto de injunções, de
limites ou de barreiras, que impedem que as diferenças variáveis, cujas flutuações constituem a conjuntura, se
elevam acima de certo teto.” (152)
9
Mudanças no modo do fazer histoiográfico
Mudança do questionário que guia as pesquisas
“O antigo questionário colocava em primeiro plano a questão: o que
aconteceu durante este ou aquele período, neste ou naquele lugar? Tratava-se de constatar: o que aconteceu de novo, de inédito, de inesperado? E, em seguida,
encontrar as causas pertinentes que, obviamente, também deveriam ser
singulares, senão seriam incapazes de explicar o caráter singular de seus efeitos”
(138)
Deslocamento do olhar pousado nas fontes“Vê-se logo que tal questionário [...]
orientava o olhar dos historiadores para os acontecimentos, extraordinários por sua própria definição, e que, por essa
razão, se destacam nitidamente do fundo das ações rotineiras.” (138)
10
Mudanças no modo do fazer histoiográfico
Mudança do questionário que guia as pesquisas“O novo questionário dos
historiadores [...] incita-os a se interessarem prioritariamente pelo que se repete, pelo que retorna de forma periódica, até mesmo pelo
que permanece constante, ou quase, durante um longo intervalo
temporal.” (141)
Deslocamento do olhar pousado nas fontes“Assim, o olhar se desloca do excepcional para o regular, do
extraordinário para o cotidiano, de fatos singulares
para os que aparecem em massa.” (141)
11
Mudanças no modo do fazer histoiográfico
“Era preciso [...] efetuar um novo avanço em nível dos pressupostos teóricos do trabalho de historiador; em outras palavras, em nível do questionário. Era preciso
deslocar o olhar da conjuntura, isto é, das oscilações cíclicas, para as trends seculares, a fim de integrá-las, por sua vez, numa evolução ainda mais lenta. Em outras palavras ainda, era preciso chegar à convicção de que o historiador tem o
direito e o dever de se interessar não apenas pelo que se move, como também pelo que permanece constante, ou quase, durante épocas que podem ser longuíssimas.”
(145)
12
Mudanças no modo do fazer histoiográficoNova compreensão de tempo“No tempo, certos fenômenos se repetem
desde épocas remotíssimas, e trata-se de mostrar essas repetições, destacar seu caráter
constante, descobrir neles um elemento de estrutura.” (149)
Nova compreensão de espaço“No espaço, os vínculos [...] se estendem ao
infinito [...]
Mudança na compreensão do “objeto” da historiografia“...não uma pequena porção do espaço e um
curto intervalo do tempo, mas vastas extensões e períodos longos” (146)“...as fronteiras espaciais e temporais são
necessariamente vagas; não são elas que caracterizam o objeto que [... o historiador] elege, ou antes, elas só o caracterizam na
medida em que se contraem ou se dilatam em função da dinâmica que lhe é própria [ao
objeto].” (149)
13
Características da história estrutural
História das populações totais: não da trata apenas das elites, mas de todos os grupos sociais enquanto
se relacionam entre si. (153)
História psicológica ou das mentalidades: busca “penetrar até as maneiras como essas populações
reagiam às suas condições e desvendar seus comportamentos mais secretos, mais secretos, mais
íntimos” (156)
História antropológica: procura compreender o humano no seu conjunto buscando relacionar todos
os fatores implicados na estrutura e na sua transformação.
História biológica: estuda “as reações dos homens a injunções naturais”. (159)
14
Dois tipos de trabalhos“Trabalhos monográficos, que tratam de uma região
ou de uma cidade durante um período
longo, abrançando em geral vários séculos, no
interior dos quais escolhe-se por vezes um
intervalo mais restrito praa estudá-lo em
detalhe.” (154)
“...estudos que focalizam fenômenos históricos
bastante gerais, a rigor universais, istot é, tal
como se manifestam, de uma aforma ou de outra,
emtoda sociedade humana, ainda que, por
razões práticas, seja necessários apreendê-los num espaço delimitado e durante um perído dado, mesmo que longo” (155)
Ex.: história da peste, sexualidade, morte, meio
ambiente, infância, juventude, corpo...
15
Passos para uma história estrutural: trabalhos monográficos (158)
[1] “...examinar
uma sociedade dada para
individuar e analisar as
suas estruturas;
[2] coloca-se em seguida a questão
da sua formação ou
a da sua deriva lenta a partir de um estado
inicial;
[3] destacam-se
as flutuações
conjunturais que
engendram;
[4] tenta-se mostrar as interações
das estruturas,
em que umas ora reforçam,
ora enfraquece
m as outras.”
16
Passos para uma história estrutural: trabalhos temáticos (158)
“...concentra-se de preferência nos fenômenos que participam, ao mesmo tempo, de estruturas diferentes e de que se estudam
diversoso aspectos para explicitar o vínculo que os une.”
17
Estrutura• A história estrutural “diferencia os
objetivos que elege, em função de seu modo de ser no tempo, e lhes atribui uma importância tanto maior quanto mais longa for a sua duração.” (161)
Revolução• “...esse interesse pelas evoluções
lentíssimas leva a dar uma nova significação a mudanças relativamente rápidas...” (161)
18
“...toda revolução nada mais é que a subversão de uma estrutura e o advento de uma nova estrutura.” (161)
“...ela é, não raro, silenciosa e imperceptível para aqueles que a fazem...”
“...nem sempre ela é rápida; às vezes ela se estende por séculos.” (162)
“Uma revolução não é mais pensada como uma sequência de acontecimentos únicos. Ela é uma onda de inovação, que se propaga a partir de um ponto inicial, através das inumeráveis repetições...” (162)
As revoluções não são feitas por “grupos privilegiados”, mas por “minorias inovadoras”. (163)
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