glossário de termos hidrogeológicos
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Glossário-Hidrogeológico__________________________________________________________________
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Introdução
Numa época caracterizada por uma rápida evolução dos conhecimentos científicos ede inovação tecnológica, o aparecimento de termos novos, muitas vezes de utilizaçãorestrita a uma certa área de actividade, é uma constante do dia a dia. É, pois, de toda aconveniência que aqueles termos sejam de algum modo fixados e definidos por meio deglossários, específicos de cada área de actividade, de forma a que haja a maiorhomogeneidade possível na respectiva literatura.
A hidrogeologia, apesar de ser uma ciência já firmemente estabelecida entre nós,encontra-se bastante carente de um glossário que contemple todo um rico vocabuláriocientífico e tecnológico, usado na literatura da especialidade e no dia a dia profissional.O presente trabalho tem como objectivo contribuir para o preenchimento dessa lacuna.
Na feitura do glossário consideraram-se, tanto quanto possível, apenas termosrelacionados com a hidrogeologia e, para cada termo, apresenta-se uma definiçãosucinta. Assim, não foram considerados termos já consagrados noutras áreas do saber,embora mais ou menos relacionadas com a hidrogeologia, como sejam, a física, aquímica, a matemática, etc. Apenas foram considerados alguns termos do domínio dahidrologia de superfície, pela sua óbvia implicação com o domínio da hidrogeologia.Por outro lado, também não se pretende que o glossário seja um dicionário, pelo quenão foram considerados termos que, além de consagrados, têm uma aplicação muitomais ampla do que aqueles que são objecto deste trabalho. Tão pouco se pretende queo glossário substitua um tratado de hidrogeologia, pelo que as definições são o maissucintas possível.
Para a elaboração do glossário contou-se com a colaboração de vários especialistasligados à hidrogeologia.
No entanto, as definições finais foram revistas, algumas modificadas, outras não,pelo que a responsabilidade final cabe ao editor.
Pensamos que um glossário deve ser uma obra sempre em constante actualização edeve colher a aprovação da maioria da comunidade a que se destina. Por isso,pensamos que, logo que a sua divulgação se faça de forma ampla, e logo que se reúnaum número significativo de propostas de alteração ou de novos termos a introduzir, sedeve proceder à sua reedição.
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Abrandamento
Processo pelo qual se diminui a concentração, ou se eliminam, asespécies que conferem dureza à água, principalmente os iões Cálcio eMagnésio. (Sinónimo: desendurecimento.).
Abrandamento por precipitação química
Método de abrandamento que utiliza compostos químicos como ohidróxido de cálcio, o carbonato de sódio, etc., para precipitar os iõesalcalino-terrosos, principalmente sob a forma de carbonato de cálcio ehidróxido de magnésio.
Abrandamento por troca iónica
Método de abrandamento que utiliza para o efeito substâncias que têm apropriedade de trocar alguns dos iões da sua própria constituição, por outrospresentes na solução que se pretende abrandar.
Absorção
Processo físico que consiste na entrada, a partir de uma solução, de iões,compostos orgânicos ou gases, para o interior dos sólidos que constituemum meio poroso.
Acções externas
Conjunto de acções exercidas sobre um sistema, a partir do exterior,produzindo modificações nas variáveis de estado do mesmo (por exemplorecargas, extracções, injecções de contaminantes, etc.).
Acidez
Capacidade de uma água para neutralizar uma base forte até um dadovalor de pH, geralmente 8,3.
Acidificação
Método de estimulação ou limpeza de um poço, furo ou outro tipo decaptação, através da utilização de um ácido (geralmente ácido clorídricocomercial). Particularmente indicado para maciços carbonatados.
Actividade
Concentração efectiva com que uma dada espécie dissolvida participanuma reacção. Relaciona-se com a concentração (molalidade), com a forçaiónica da solução e temperatura.
Actividade termodinâmica
Ver Actividade
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Adsorção
Processo físico que consiste na fixação de iões ou moléculas, dissolvidosnuma solução, na superfície de colóides que nela se encontram emsuspensão ou dos sólidos que constituem um meio poroso, em contacto coma solução.
Advecção
Transporte de massa ou de calor, causado pelo movimento de um fluidonum meio poroso (= convecção).
Advecção-Dispersão, equação
Equação que descreve matematicamente o transporte de solutos nummeio poroso saturado.
Aeração
Procedimento usado para eliminar o ferro (Fe) por oxigenação da água apartir do ar. Transforma os sais ferrosos em hidróxido férrico (Fe(OH)
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insolúvel.
Aeração, zona de
Ver Vadosa, zona
Água aderente
Água fixada num meio poroso em resultado da atracção molecular dasuperfície dos grãos e da atracção recíproca entre as moléculas de água.
Água agressiva
Água com capacidade de dissolver o carbonato de cálcio.
Água branda
Água com dureza inferior a 50 ppm de CaCO3.
Água capilar
Água situada na franja capilar.
Água congénita
Água contemporânea da formação dos sedimentos e que neles fica retida.
Água de retenção
Água existente num meio poroso ou fissurado que não é drenada poracção da gravidade.
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Água do solo
Parte da água que, natural ou artificialmente, chega à superfície da Terra,penetra através dela, mas não chega a engrossar o volume de águasubterrânea propriamente dita.
Água doce
Água que contém no máximo 1000 a 2000 ppm de substânciasdissolvidas.
Água dura
Água com dureza superior a 200 ppm de CaCO3.
Água fóssil
Água armazenada no terreno e que permanece nele durante milhares deanos.
Água freática
Água existente abaixo da superfície ou do nível freático.
Água gravítica
Água constituinte das reservas subterrâneas, recuperável mediantecaptações e que circula por gravidade.
Água higroscópica
Tipo de água retida no solo por forças não capilares, que só é separávelem forma de vapor.
Água incrustante
Água que tende a precipitar o carbonato de cálcio por se encontrarsobressaturada em relação à calcite.
Água juvenil
Água que provém do interior da terra sem ter estado antes na superfície,resultante da fase final da consolidação de magmas.
Água livre
O mesmo que água gravítica. O termo também tem sido usado paradesignar a água de um aquífero livre, mas este uso deve ser abandonado.
Água marinha
Água do mar que tenha invadido recentemente sedimentos costeiros.
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Água mineral
Água subterrânea cuja mineralização total exceda um grama por litro oucontenha determinados componentes em concentrações superiores aopadrão normal das águas subterrâneas. Sob o ponto de vista legal deveráver-se o Decreto-Lei 90/90.
Água mineroindustrial
Água natural subterrânea que permite a extracção económica desubstâncias que contém.
Água pelicular
Água que rodeia as partículas do terreno.
Água potável
Água que pode ser consumida pelo homem sem nenhum perigo para asua saúde.
Água salgada
Água com um conteúdo de substâncias dissolvidas entre 5000 ppm e40000 ppm.
Água salobra
Água com um conteúdo de substâncias dissolvidas entre 2000 ppm e 5000ppm.
Água subterrânea
Água armazenada nos poros e interstícios das rochas na zona saturada.
Água termal
Água cuja temperatura de emergência é superior em 4 graus centígradosà média anual do lugar onde aparece: (Ver Decreto-Lei 90/90).
Água termomineral
Água subterrânea que pode ser classificada simultaneamente como termale mineral.
Água vadosa
Água do meio não saturado (acima do nível freático), ocasionalmentesaturado devido à água gravítica em circulação descendente.
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Alcalinidade
Capacidade de uma água para neutralizar um ácido forte até um dadovalor de pH.
Alcalinidade TA (título alcalimétrico)
Mede a alcalinidade até pH igual a 8,3 (ponto de viragem da fenolftaleína).
Alcalinidade TAC
Mede a alcalinidade até pH igual a 4,5 (ponto de viragem do alaranjado demetilo).
Algar
Cavidade natural que se inicia por um poço vertical.
Altura piezométrica
Altura de água num ponto do aquífero, referida a uma superfície dereferência.
Amostrador
Dispositivo utilizado para recolha de amostras.
Amostrador de parede dupla
Amostrador em que o testemunho fica isolado do fluido de perfuração quecircula entre as duas paredes no circuito descendente e pelo espaço anelarno circuito ascendente. A parede interior pode ser fixa ou rotativa.
Amostrador especial (wire line)
Consiste, essencialmente, num amostrador de parede dupla rotativo,extraível pelo interior do conjunto de varas de sondagem, através de umcabo lançado da superfície.
Analítico, modelo
Soluções analíticas para as equações de escoamento ou transporte, porexemplo a equação de Theis.
Anisotropia
Condição verificada quando as propriedades vectoriais de um corpo ou deum meio variam com a direcção.
Aproximação de Dupuit-Forcheimer
Aproximação baseada na hipótese de que, no escoamento de um aquíferolivre, o gradiente hidráulico é igual ao pendor da superfície freática, as linhasde fluxo são horizontais e a equipotenciais verticais.
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Aproximação de Ghyben-Herzberg
Equação que relaciona a profundidade da interface água doce/águasalgada, na vertical de um ponto, num aquífero costeiro, com a cota dasuperfície piezométrica (hd) nesse ponto:
dds
d hzρρ
ρ−
=
onde:
z = profundidade da interface
ρs = densidade da água salgada
ρd = densidade da água doce
hd = nível piezométrico
Esta equação foi proposta por Ghyben (1888-1889) e Herzberg (1901)baseando-se aqueles autores no equilíbrio estático entre o peso da colunada água doce num ponto da interface e o peso da coluna da água salgada nomesmo ponto. Fornece uma boa aproximação quando o escoamento éaproximadamente horizontal, tendendo a subavaliar a posição da interface àmedida que nos aproximamos da costa. O mesmo princípio já tinha sidoestabelecido pelo norte-americano DuCommun em 1828 mas sórecentemente essa contribuição foi reconhecida.
Aproximação de Jacob
Aproximação baseada na truncatura da série que permite calcular afunção de poço para aquíferos confinados, quando o respectivo argumento émenor que 0,01:
2
25,2ln)(
SrTt
uW ≅
Na prática, é habitual usar esta aproximação para valores de u<0,05 oumesmo u<0,1.
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Aquicludo
Formação ou corpo geológico que, embora contendo água no seu interior,por vezes até à saturação, não permite a sua circulação, tornando, portanto,impossível a sua exploração.
Aquicluso
O mesmo que aquicludo
Aquífero
Formação ou corpo geológico que contém água e a pode ceder emquantidades economicamente aproveitáveis
Aquífero aluvial (ou aluvionar)
Aquífero presente em depósitos aluviais, geralmente em conexãohidráulica com um curso de água superficial.
Aquífero anisótropo
Aquífero em que algumas das propriedades variam com a direcção.
Aquífero artesiano
Ver aquífero confinado
Aquífero basal
Aquífero presente em algumas ilhas, constituído por uma lentícula de águadoce que flutua sobre a água salgada.
Aquífero cársico
Aquífero que contém cavidades originadas por dissolução da rocha quepermitem uma circulação rápida da água, por vezes em regime turbulento.Geralmente têm por suporte rochas calcárias ou dolomiticas, menosfrequentemente gesso ou outras rochas facilmente solúveis.
Aquífero cativo
Ver aquífero confinado
Aquífero confinado
Aquífero cujo tecto e muro são constituídos por aquicludos. A superfíciepiezométrica situa-se acima do respectivo tecto e a pressão da água ésempre superior à pressão atmosférica.
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Aquífero fracturado
Aquífero cuja porosidade e permeabilidade estão fundamentalmenterelacionadas com fracturas que afectam o material de suporte.
Aquífero freático
Aquífero que não é limitado superiormente por uma camada impermeável.O limite superior é constituído por uma superfície de saturação onde a águaestá à pressão atmosférica: (Sinónimo: aquífero livre).
Aquífero heterogéneo
Aquífero que pode ter espessura variável, mudança lateral de fácies,camadas de diferentes permeabilidades ou lentículas de materiais tambémcom permeabilidade variável.
Aquífero homogéneo
Aquífero cujas propriedades são as mesmas em qualquer parte do mesmo.
Aquífero isotrópo
Aquífero cujas propriedades vectoriais não dependem da orientação.
Aquífero livre
(Veja-se aquífero freático).
Aquífero multicamada
Aquífero constituído por mais de uma camada produtiva, separadas poraquicludos ou aquitardos.
Aquífero semicativo
Ver aquífero semiconfinado
Aquífero semiconfinado
Aquífero cuja tecto e/ou muro é constituído por um material não totalmenteimpermeável (aquitardo), permitindo uma circulação vertical de água, muitolenta, que possibilita a sua alimentação.
Aquífero semilivre
Aquífero livre cuja base é constituída por uma formação semipermeável.
Aquífero suspenso
Porção saturada de uma formação geológica aquífera, normalmenteefémera, sobre uma camada impermeável e com terreno não saturado nasua parte inferior.
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Aquífugo
Formação que nem contém água nem a pode transmitir.
Aquitardo
Formação geológica que contém apreciável quantidade de água mas atransmite muito lentamente, tornando portanto impossível a sua exploraçãodirecta.
Área de alimentação
Área na qual se produz a recarga que vai alimentar um determinadoaquífero.
Área de captação
Área envolvente de uma captação ou de um grupo de captações dentro daqual a água se dirige na direcção da zona de captação.
Armazenamento específico
Razão entre o volume de água, cedido por um volume unitário de aquífero,sob a acção de uma descida do nível piezométrico, e o valor dessa descida.
Artesianismo
No sentido lato é o fenómeno que se verifica quando a água de umacamada aquífera se encontra sob pressão, de tal modo que, quando esta éintersectada por uma sondagem, o nível da água sobe acima do tecto doaquífero.
No sentido restrito é o fenómeno que se verifica quando o nívelpiezométrico se situa acima do cota do terreno.
Artesiano, poço, furo
No sentido lato é todo o poço que intersecta um aquífero artesiano. Nosentido restrito é um poço em que a água sai espontaneamente semnecessidade de bomba (=poço repuxante).
Na linguagem comum, nomeadamente nos media, é habitual designarerradamente todas as captações por furo, como furos artesianos (por vezesescrito sob a forma hertzianos!)
Bacia hidrogeológica
Área na qual as águas subterrâneas dum aquífero, ou de vários aquíferossobrepostos ou adjacentes, se dirigem para uma mesma área de descarga.
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Balanço hídrico
Modelo que estabelece uma igualdade, a menos de um erro de fecho,entre as entradas e as saídas de água de um espaço concreto e num dadoperíodo de tempo, compensada ou não pela correspondente variação dereserva.
Barras de peso
Barras ocas de parede muito grossa, cujo objectivo principal éproporcionar peso á ferramenta de corte, fazendo com que trabalhe nascondições mais adequadas para que o seu avanço seja óptimo em cada tipode terreno.
Barreira
Limite, real ou virtual, que modifica as condições normais de escoamentonum aquífero, ou impedindo-o (barreira negativa), ou dificultando-o, oucedendo água, de modo a manter o potencial constante na interface com oaquífero (barreira positiva).
Barreira de ar
Barreira impermeável, ou pouco permeável, criada por injecção de ar àpressão, para evitar fenómenos de intrusão marinha.
Barreira hidráulica
Limite correspondente a uma divergência de fluxo (linha de partição deáguas subterrâneas). Pode ser natural ou provocado.
Barreira negativa
Limite impermeável que impede o escoamento num aquífero.
Barreira positiva
Limite através do qual se verifica uma recarga do aquífero.
Biodegradação
Conjunto de processos reactivos que leva à degradação de compostosorgânicos, isto é, à sua transformação em substâncias progressivamentemais simples, terminando, eventualmente, na sua oxidação sob a forma dedióxido de carbono.
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Biorremediação
Remediação efectuada por via de reacções promovidas pormicrorganismos.
Calibração
Etapa da modelação que consiste num conjunto de operações tendentes aaproximar, o mais possível, os resultados de um modelo, dos valores reais.Nos modelos de escoamento, a calibração faz-se actuando, quer sob osvalores de transmissividade e/ou coeficiente de armazenamento, quer sobrea recarga. A calibração faz-se por aproximações sucessivas de forma manualou automática.
Camada aquífera
Ver nível aquífero.
Camada confinante
Camada impermeável que limita um aquífero.
Camada freática
O mesmo que aquífero livre.
Capacidade de campo
Grau de humidade de um solo depois de perder toda a água gravítica.
Capacidade de adsorção
Ver Capacidade catiónica de adsorção.
Capacidade catiónica de adsorção
Parâmetro que caracteriza a capacidade de adsorção de um sólido.Normalmente é expresso em número de meq adsorvidos por cada 100 g desólido.
Capacidade de infiltração
É a quantidade máxima de água que um solo pode absorver numa dadaquantidade de tempo e em condições definidas previamente.
Capacidade de retenção específica
Razão entre o volume de água não gravítica que um solo contém ou podeconter, e o volume total do mesmo.
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Captação
Entende-se por captação de água subterrânea, todo o dispositivo quepermita extrair a água contida num sistema aquífero, quer seja por gravidade(caso de galerias), por bombagem ou por qualquer outro sistema deelevação.
Captação completa
Diz-se que uma captação é completa, ou totalmente penetrante, quando azona filtrante abarca a totalidade da espessura saturada do aquífero.
Captação incompleta
Diz-se que uma captação é incompleta se a zona filtrante só abarca umaparte do aquífero.
Captura
Soma do aumento de recarga e diminuição de descarga que tem lugarquando se modificam as condições de exploração de um aquífero em estadode equilíbrio dinâmico.
Carência bioquímica de oxigénio
Quantidade de oxigénio necessário para eliminar a matéria orgânicacontida numa água, mediante processos biológicos aeróbicos. Normalmenterefere-se a cinco dias.
Carência química de oxigénio
Capacidade de uma água para consumir oxidantes em processosquímicos.
Carga hidráulica
Expressão da energia potencial de um fluido, num ponto, expressa emunidades de comprimento [L]. O mesmo que nível piezométrico ou potencialhidráulico, embora alguns autores usem este último termo numa outraacepção.
Carsificação
Processos de dissolução da rocha que conduzem, geralmente, aoaumento da sua permeabilidade. A carsificação actua sobretudo em rochascarbonatadas, gessos e outras rochas muito solúveis (evaporitos).
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Carso
Termo utilizado para descrever regiões, geralmente em rochas calcáriasou dolomíticas, onde são evidentes certos fenómenos que resultam dadissolução da rocha por acção da água: existência de depressões fechadas;drenagem superficial fraca ou inexistente; ocorrência de cavidades naturais,por vezes com circulação activa; nascentes caudalosas situadas perto docontacto com terrenos menos permeáveis. O mesmo que Karst.
Caudal
Volume de um fluido por unidade de tempo.
Caudal crítico
É o caudal máximo a partir do qual se inicia a diminuição da eficiência deuma captação. Marca normalmente a passagem de um regime laminar aturbulento.
Caudal de base
Caudal correspondente à alimentação de um curso de água peloescoamento subterrâneo. Corresponde à água previamente infiltrada nasformações geológicas que constituem a bacia por onde passa a redehidrográfica e que é drenada por esta.
Caudal específico
Razão entre o caudal de água bombeado numa captação e orebaixamento nela produzido para o obter.
Caudal óptimo
Caudal determinado pela optimização (maximização) de uma variávelatravés de determinadas condicionantes hidrogeológicas e económicas.
Caudal permanente
Caudal mínimo de extracção que se pode manter em qualquer condição.
Caudal seguro
Caudal de extracção de um aquífero que pode manter-sepermanentemente sem produzir resultados indesejáveis (económicos,ecológicos ou sociais).
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Cedência específica
Razão entre o volume de água cedido por drenagem gravítica e o volumetotal da amostra.
Célula
Unidade elementar de um modelo de diferenças finitas.
Cloração
Adição de cloro para tratamento bacteriológico da água. Método dedesincrustação de poços ou furos, que consiste em adicionar cloro activo àágua.
Coeficiente de armazenamento
Razão entre o volume de água cedido por uma coluna de aquífero desecção unitária, sob a acção de uma descida do nível piezométrico e o valordessa descida.
Coeficiente de difusão
Parâmetro que estabelece a proporcionalidade entre o gradiente deconcentração e o fluxo de massa através de uma área unitária, num meioonde não existe escoamento. É característico de cada soluto e varia emfunção da temperatura e propriedades do solvente.
Coeficiente de difusão aparente
Coeficiente de difusão observado no seio de um meio poroso. Obtém-semultiplicando o coeficiente de difusão por uma constante, característica decada meio, e que depende da tortuosidade deste. Esta constante situa-se,em geral, entre 0,01 e 0,5 (Freeze & Cherry, 1979).
Coeficiente de dispersão hidrodinâmica
Parâmetro que estabelece a proporcionalidade entre o gradiente deconcentração e o fluxo de massa, excluindo aquele que é devido à advecção,através de uma área unitária, num meio poroso saturado por um fluidoanimado de movimento. Resulta da soma do coeficiente de difusão e docoeficiente de dispersão mecânica.
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Coeficiente de dispersão mecânica
Fracção do coeficiente de dispersão hidrodinâmica que resulta apenas dadispersão devida ao movimento do fluido, isto é, não considerando o fluxo demassa devido à difusão.
Coeficiente de distribuição (Kd)
Coeficiente que estabelece a relação entre a massa de um solutoadsorvida num sólido e a massa dissolvida na água em contacto com omesmo:
águademlpormmolsólidodegpormmol
Kd =
Corresponde ao pendor da recta de uma isotérmica linear. As unidadesmais usadas são ml/g.
Coeficiente de esgotamento
Parâmetro que estabelece a relação entre a variação de caudal de umanascente e o tempo.
Coeficiente de permeabilidade
Ver condutividade hidráulica.
Coeficiente de retenção
Ver capacidade de retenção específica.
Colmatação
Redução progressiva da permeabilidade devido à deposição de sólidos,aparição de lodos orgânicos criados por microrganismos ou às incrustaçõesquímicas.
Coluna de perfuração
Conjunto de equipamentos e/ou ferramentas, utilizado para a perfuraçãodos terrenos. É constituída por um instrumento de corte, varas, uniões ecabos. A composição pormenorizada depende do método de perfuração.
Coluna de revestimento (de um poço ou furo)
Tubo ou conjunto de tubos unidos que reveste um poço ou furo. Pode serprovisória ou definitiva, ter diâmetro constante ou ser telescópica e deconstituição metálica ou plástica.
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Condição de Cauchy
Condição que representa a troca de fluido entre um aquífero e outro meio,em função da diferença de potenciais e da condutância hidráulica. O mesmoque condição do terceiro tipo.
Condição de Dirichlet
Condição de fronteira em que a variável de estado (potencial hidráulico,concentração, temperatura, etc.) permanece constante ao longo do tempo. Omesmo que condição do primeiro tipo.
Condição de fronteira do primeiro tipo
O mesmo que condição de Dirichlet.
Condição de fronteira mista
O mesmo que condição de Cauchy.
Condição de fronteira do segundo tipo
O mesmo que condição de Neuman.
Condição de fronteira do terceiro tipo
O mesmo que condição de Cauchy.
Condição de Neuman
Condição de fronteira em que o fluxo (de um fluido, de calor ou de massa)permanece constante.
Condições iniciais
Conjunto de valores assumidos por uma variável de estado (potencialhidráulico, concentração, etc.) no domínio de um modelo, referidos a umtempo inicial.
Condutância hidráulica
Parâmetro hidráulico que regula a intensidade da entrada ou saída deágua de um aquífero, através de uma fronteira semi-permeável, por exemplo,de, ou para, um aquitardo, de, ou para, uma massa de água superficial, etc.Dimensões: [L2T-1].
Condutividade hidráulica
Parâmetro que expressa a permeabilidade de um meio (entendendo-seesta num sentido qualitativo). Estabelece a relação entre o escoamentoespecífico (=velocidade de Darcy) e o gradiente hidráulico na lei de Darcy. Acondutividade hidráulica é função das propriedades do meio e do fluido,dependendo, portanto, da temperatura. Por vezes é usado o termo
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permeabilidade como sinónimo de condutividade hidráulica, mas esse usodeve ser abandonado. Dimensões: [LT-1].
Cone de água salgada
Empolamento da interface que por vezes ocorre numa captação devido aum bombeamento excessivo.
Cone de chamada
Ver cone de rebaixamento
Cone de rebaixamento
Depressão na superfície piezométrica, com forma aproximada de um coneinvertido, centrada num poço em actividade. Também chamado cone derebaixamentos.
Contaminação
Introdução na água de uma substância indesejável ou modificação dassuas propriedades devido à acção do homem. Quando a sua utilização se vêrestringida para todos ou para alguns daqueles usos para que poderia servirno seu estado normal diz-se poluição.
Contaminação agrícola
Contaminação difusa devida a actividades agrícolas. Resulta da aplicaçãode estrume, adubos, pesticidas ou outro qualquer produto utilizado naagricultura.
Contaminação directa
Contaminação das águas subterrâneas quando se introduz directamente asubstância contaminante, sem diluição, no aquífero.
Contaminação doméstica
Contaminação essencialmente orgânica e biológica, originada por fossassépticas, currais, fugas de sistemas de saneamento, derrame indiscriminadode efluentes, etc..
Contaminação indirecta
Contaminação das águas subterrâneas produzida pela contaminação darecarga natural ou por entrada de águas contaminadas, com diluição, devidoà alteração das condições hidrodinâmicas preexistentes.
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Contaminação industrial
Contaminação produzida por actividades industriais. Pode ser tão variadacomo as indústrias por ela responsáveis. Por exemplo: metais pesados;substâncias orgânicas e inorgânicas; etc.
Contaminação marinha
Contaminação salina. É a forma mais importante de contaminação nasregiões costeiras. É devida aos movimentos laterais ou verticais de águasnaturais, salobras ou salgadas, e ainda por captações mal construídas ouabandonadas.
Contaminação mineira
Contaminação essencialmente inorgânica, geralmente relacionada comefluentes de lavarias, lixiviação de escombreiras e evacuações de água damina.
Corrosão alveolar
Ver corrosão electrolítica.
Corrosão bacteriana
Ataque dos metais, principalmente ferro e manganésio, devido à presençade bactérias na água.
Corrosão bimetálica
Corrosão electrolítica que se dá quando se encontra em contacto doismetais diferentes, tal como sucede em soldaduras, juntas, etc.
Corrosão por correntes vagabundas
As correntes vagabundas nos terrenos, podem ocasionar fenómenos deelectrólise, que aceleram a corrosão do metal da tubagem, que actua comoânodo.
Corrosão electrolítica
Corrosão de metais, nomeadamente do revestimento de captações, devidaa fenómenos electrolíticos.
Corrosão selectiva
Dissolução preferencial de um dos componentes de uma liga metálica,deixando o metal restante debilitado ou poroso. Ex.: dissolução do zincodeixando o cobre, nos latões.
Crista de ascensão salina
O mesmo que cone de água salgada
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Cunha de água salgada
Massa de água salgada de grande comprimento, com secção em forma decunha apoiada na base do aquífero e com o vértice, ou pé, voltado paraterra. É a forma normal das massas de água salgada ao longo de umaquífero costeiro.
Curva característica do poço
Relação gráfica entre o caudal num poço e o rebaixamento necessário àsua obtenção.
Curva de penetração
Curva que representa a concentração de um traçador em função do tempoou distância à fonte. Em geral representa-se a concentração adimensional,isto é, a razão entre a concentração num dado ponto ou tempo e aconcentração na fonte.
Darcy ( lei )
Lei empírica que descreve o movimento da água subterrânea à escalamacroscópica. Estabelece a relação entre o escoamento, a condutividadehidráulica e o gradiente hidráulico.
Darcy (unidade)
Unidade de permeabilidade intrínseca, usada sobretudo em engenharia dopetróleo, correspondente a 9,87 × 10-9 cm2.
Datação
Procedimento que tem o objectivo de determinar o tempo decorrido entre arecarga e a passagem da água por um determinado local de um aquífero.Para datação de águas recorre-se habitualmente a isótopos radioactivosnaturais ou a certas substâncias químicas introduzidas recentemente no ciclohidrológico, por exemplo CFCs.
Deformação elástica
Deformação reversível do material de um aquífero devida a variações depressão. Contribui para a cedência ou armazenamento da água numaquífero.
Depuração da água
Conjunto de processos químicos, físicos e/ou biológicos destinados apurificar a água.
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Desadsorção
Libertação de espécies adsorvidas num determinado meio.
Desarenador
Equipamento que se destina a retirar areia ou detritos às lamas deperfuração.
Descarga natural
Saída de água de uma aquífero através das nascentes subaéreas,subfluviais ou submarinas e, também, por evapotranspiração, se a zonasaturada fica próxima da superfície, numa grande área. Geralmente éexpressa sob a forma de caudal anual ou outro.
Descarregador
Estrutura hidráulica usada para medir caudais.
Desendurecimento
Ver abrandamento.
Desenvolvimento de captações
Procedimento que tem por objectivo melhorar a eficiência de captações.Entre outros métodos, pode-se utilizar a sobrebombagem (com arcomprimido ou bomba), a pistonagem, a acidificação e os explosivos.
Desinfecção do poço
Operação que consiste em eliminar no poço microrganismos nocivos.
Desmineralização
Eliminação ou diminuição da concentração de compostos inorgânicosdissolvidos na água.
Desnitrificação
Processo biogeoquímico de que resulta a redução do nitrato a azotogasoso.
Destravador
Elemento de segurança da linha de perfuração à percussão mecânica,para desencravar prisões do trépano.
Detritos de perfuração
Produtos resultantes da desagregação dos terrenos pela ferramenta deperfuração.
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Difusão
Processo através do qual espécies iónicas ou moleculares dissolvidasnum líquido se movem devido à agitação molecular, resultando um transportedas zonas de maiores concentrações para as de menores.
Dispersão
Processo que origina o espalhamento de um soluto ou de colóides, noseio de uma massa de água, devido ao efeito conjugado da difusão e dediferenças de velocidade com que os filetes de líquido circulam no meioporoso. Depende do coeficiente de difusão aparente, da dispersividade domeio e da velocidade intrínseca da água:
vDD d α+= *
Dispersão hidrodinâmica
Fracção da dispersão que é devida apenas às diferenças de velocidadecom que os filetes de líquido circulam no meio poroso. Resulta do produto dadispersividade pela velocidade intrínseca.
Dispersão longitudinal
Dispersão que se dá no sentido médio do fluxo. Depende do coeficientede difusão aparente, da dispersividade longitudinal do meio e da velocidadeintrínseca da água:
vDD Ld α+= *
Dispersão transversal
Dispersão que se dá perpendicularmente ao sentido médio do fluxo.Depende do coeficiente de difusão aparente, da dispersividade transversaldo meio e da velocidade intrínseca da água:
vDD Td α+= *
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DNAPL
Acrónimo de dense nonaqueous phase liquids, denominação inglesa paralíquidos imiscíveis mais densos do que a água, por exemplo, tricloroetileno,percloroetileno, etc.
Dreno
Captação ou elemento de uma captação, de pequeno diâmetro, comdesenvolvimento horizontal.
Dureza carbonatada
Conteúdo total de cálcio e magnésio de uma água, associados aobicarbonato e carbonato. Também conhecida por dureza temporária.
Dureza permanente
Conteúdo total de cálcio e magnésio de uma água, depois da precipitaçãodos carbonatos por ebulição.
Dureza (=dureza total)
Capacidade de uma água para consumir sabão ou produzir incrustações.As definições actuais, identificam-na, com o conteúdo, na água, de iõesalcalinoterrosos, essencialmente Ca++ e Mg++ .
Durov, diagrama de
Diagrama para a representação da composição química de águas. Permiterepresentar, além dos aniões e catiões principais, o pH e o resíduo seco.
Efeito retardador
Efeito provocado pela estratificação, anisotropia e heterogeneidades doterreno, no fluxo, o qual pode atrasar notavelmente o estabelecimento dascondições de equilíbrio.
Eficiência (rendimento)
Razão entre o rebaixamento teórico e o rebaixamento real, medido nopoço. Geralmente expressa-se em percentagem.
Eficiência barométrica
Quociente entre a variação do nível de água e a variação de pressãoatmosférica expressa em altura de água.
Ensaio de bombagem
Ver ensaio de bombeamento.
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Ensaio de bombeamento
Bombeamento efectuado num poço ou furo a fim de se obtereminformações sobre a capacidade de produção da obra ou sobre osparâmetros hidráulicos do aquífero.
Ensaio a caudal variável
Ensaio de bombeamento em que se produzem mudanças bruscas docaudal extraído (ensaio escalonado) ou graduais. As variações graduaispodem ser produzidas deliberadamente ou serem devidas à diminuição daprodutividade do aquífero ou da capacidade de extracção da bomba.
Ensaio escalonado
Ensaio de bombeamento em que se produzem mudanças bruscas docaudal extraído, a fim de se avaliar a capacidade de produção da captação ese obterem parâmetros que caracterizam as perdas de carga adicionais quese produzem na mesma.
Ensaio de Lugeón
Ensaio que tem por objectivo a avaliação da condutividade hidráulica derochas consolidadas e que consiste na injecção de água a diferentespressões.
Entubamento definitivo
Ver coluna de revestimento.
Entubamento provisório
Ver coluna de revestimento.
Entubamento telescópico
Entubamento que apresenta vários diâmetros em ordem decrescente decima para baixo.
Erro de balanço
Grandeza que quantifica a discrepância entre entradas e saídas de ummodelo ou de um balanço hídrico.
Grandeza que quantifica a discrepância entre o total de aniões e decatiões analisados numa água.
Esbelteza de um poço ou furo
Razão entre o comprimento e o diâmetro da zona filtrante:
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filtrantezonadaEsbeltezarp
=2λ
Escoamento de base
Ver caudal de base
Escoamento subterrâneo, percolação, infiltração
Movimento de água não retida, através do terreno. Caracteriza-se por sernormalmente muito lento, embora envolva grandes volumes e deve-sefundamentalmente à acção da gravidade.
Escorrência subterrânea
Corresponde à água que circula num trajecto mais ou menos longo dentrode um aquífero.
Estavela
Cavidade numa região cársica que é alternadamente emissiva eabsorvente. O mesmo que inversac.
Estimulação de poços
Ver desenvolvimento de captações.
Euleriana, abordagem
Conjunto de métodos de resolução da equação da advecção-dispersão emque a mesma é resolvida numa malha espacial fixa, por exemplo o métododas diferenças finitas ou dos elementos finitos. Estes métodos sãoaconselháveis para a resolução da componente dispersiva do transporte masnão para a componente advectiva devido a serem afectados de dispersãonumérica.
Evapotranspiração
Resultado conjunto dos fenómenos de transpiração (biológico) eevaporação (físico).
Evapotranspiração potencial
Limite superior da evapotranspiração para condições de húmidade do soloóptimas.
Evapotranspiração real
Evapotranspiração efectivamente verificada num dado período.
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Excentricidade relativa da zona filtrante de uma captação
Expressa a posição da zona filtrante relativamente ao aquífero.
ε =−a ab
1 2
2.
Sendo :
a1= distância da parte inferior da zona filtrante à base do aquífero.
a2= distância da parte superior da zona filtrante ao tecto do aquífero.
b=Espessura do aquífero.
Exploração óptima
Exploração de um aquífero, eventualmente conjugada com a exploraçãode águas de superfície, de forma a maximizar ou minimizar uma dada função,função objectivo, que resulta da conjugação de variáveis hidrológicas,económicas, sociais, etc.
Exsurgência
Nascente ou fonte natural. No caso de aquíferos cársicos, chama-seexsurgência à saída de água subterrânea que se infiltrou de forma difusa,reservando-se o termo ressurgência para a água subterrânea proveniente daperda de um curso de água superficial.
Fácies hidrogeoquímica
Expressão da composição química das águas subterrâneas.
Factor de drenância
Parâmetro utilizado em hidráulica de aquíferos semiconfinados e quetraduz a maior ou menor dificuldade do aquífero ser alimentado através doaquitardo semiconfinante. Representa-se por B, e expressa-se por:
BK bK b
=×′ ′/
ou BT
K b=
′ ′/
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Sendo K, a condutividade hidráulica (horizontal) do aquíferosemiconfinado; b, a sua espessura (saturada); K', a condutividade vertical doaquitardo semiconfinante; b', espessura do aquitardo; T a transmissividadedo aquífero semiconfinado. É expresso em unidades de comprimento [L].
Factor de retardamento
Razão entre a velocidade média da água num meio poroso e a velocidademédia com que dada espécie dissolvida se movimenta no mesmo.
Fehlmann
Sistema utilizado na construção de poços com drenos horizontais.
Fick, leis de
Leis que descrevem matematicamente os processos difusivos.
Filtração
Retenção num meio poroso de corpos em suspensão na água.
Filtração, factor
Parâmetro que relaciona a eficiência da filtração num meio poroso e adistância:
xFeCC λ−= 0
Sendo C a concentração num ponto x, C0 a concentração incial, no pontox=0, λF o factor de filtração.
Fonte
Termo utilizado por vezes com o mesmo sentido de nascente. Maisvulgarmente designa uma estrutura construída onde corre água (Chafariz oubica).
Ponto de entrada de água, massa, calor, etc. para um sistema.
Fontes ácidas
Fontes caracterizadas por uma água com pH muito baixo, devido em geralà presença de ácido sulfúrico resultante da oxidação de sulfureto dehidrogénio. Ocorrem em sistemas hidrotermais com fase de vapor dominante,em zonas de vulcanismo activo.
Fracturação hidráulica
Método de estimulação de poços em rochas duras consolidadas. Consisteem produzir a fracturação da rocha por injecção de água a pressão elevada.
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Franja capilar
Zona imediatamente superior à superfície freática na qual a água émantida devida à subida por capilaridade da água subterrânea.
Funil Marsh
Funil com o qual se determina a viscosidade aparente da lama desondagem.
Galeria - poço
Dispositivo de captação adequado a situações em que o nível freático sesitua a pequena altitude e a topografia não permite a construção de poços ougalerias, devido à grande espessura de material não saturado a perfurar. Éconstituída por uma galeria a média altura, situada acima do nível freático,no extremo da qual se perfura um poço que alcança a zona saturada.
Galeria (mina, mina de água)
Perfuração, escavação ou instalação horizontal, de secção rectangular oucircular e com comprimento maior que o diâmetro, feita numa dada formaçãogeológica. A água penetra ao longo da obra, criando um fluxoaproximadamente paralelo e horizontal. Pode acabar num poço colector ouaflorar à superfície.
Galeria de contacto
Galeria que se estende seguindo o contacto entre um materialmoderadamente permeável sobre outro muito pouco permeável.
Galerias de dique
Galerias que progridem atravessando, mais ou menosperpendicularmente, os diques que cortam as formações vulcânicas naszonas de maior intrusão, em busca da chamada "água de dique".
Galeria de infiltração
Sistema de recarga em profundidade.
Geohidrologia
Para alguns autores, geohidrologia corresponde ao estudo das águassubterrâneas com ênfase nos aspectos de hidráulica e hidrodinâmica, emoposição à hidrogeologia que daria ênfase aos aspectos geológicos. Noentanto, este conceito é ambíguo e dispensável, sendo em geral entendidocomo equivalente a hidrogeologia. Não é habitualmente usado pelos autores
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europeus. Custodio e Llmas, no seu livro Hidrología Subterránea consideramgeohidrologia equivalente a hidrologia subterrânea.
Geotermómetro
Em geral é uma expressão analítica que permite avaliar a temperatura daágua num reservatório profundo. O seu uso baseia-se nos seguintespressupostos:
§ existência de reacções que dependam da temperatura
§ que a solução esteja em equilíbrio em relação às reacções escolhidas
§ ascensão rápida da água até à superfície
§ alterações mínimas quando a água passa a temperaturas inferiores
§ ausência de dissolução ou mistura com outras águas
Gradiente hidráulico
Vector, orientado segundo a direcção de maior variação do nívelpiezométrico, cujas componentes, segundo três eixos ortonormados, são asderivadas parciais da superfície piezométrica, em relação às direcçõesdesses eixos. Razão entre a variação do nível piezométrico entre dois pontose a distância entre os mesmos.
Grau de humidade
Percentagem de peso da água contida numa amostra, antes dedessecada, em relação ao peso da amostra depois de seca a 105 ºC.
Hidráulica de captações
Ramo da hidráulica que descreve o escoamento da água subterrânea parauma captação. Tem como objectivos principais:
§ Obter métodos para determinar as características físicas e defuncionamento dos aquíferos
§ Permitir a predição razoável do comportamento a curto e a longo prazode uma captação de água, os caudais que se poderão extrair, o seuregime óptimo de exploração e seus efeitos sobre o aquífero e outrascaptações vizinhas.
§ Fornecer métodos teórico-práticos para o projecto de captações.
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Hidroeconomia
Aplicação da economia à Hidrogeologia de forma a obter soluçõestécnicas que produzam maior beneficio e menor custo.
Hidrogeoquímica
Estudo dos aspectos geoquímicos da água e das suas relações com asrochas da crosta terrestre por onde circula.
Hidrograma
Gráfico que relaciona uma propriedade do escoamento da água (caudal,velocidade, etc.) com o tempo.
Hidrogeologia
Parte da hidrologia que estuda a circulação, armazenamento e distribuiçãodas águas terrestres na zona saturada das formações geológicas, tendo emconta as suas propriedades físicas e químicas, interacções com o meio físicoe biológico e suas reacções à acção do homem.
Hidrologia subterrânea
Ver hidrogeologia
Hipossalina, água
Designação tradicional para águas minerais ou de nascente commineralização baixa.
Humidade do solo
Água retida no solo.
Imagens, Método das
Modelo analítico que permite resolver problemas de escoamento numaquífero limitado por uma, ou mais, barreiras. O nome deriva do facto de seusarem poços imagem para simular determinadas condições de fluxo.
Incrustabilidade
Propriedade que uma água tem de produzir crostas por precipitação desubstâncias dissolvidas ou coloidais que contenha.
Incrustração
Deposição de materiais mais ou menos aderentes em diversas partes dascaptações ou condutas de água. Estas incrustrações podem ser duras oufrágeis, actuando muitas vezes como um cimento (por exemplo, formação de
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carbonatos) e outras vezes como lodos ou depósitos pastosos ou gelatinosos(por exemplo, óxidos de ferro ou colónias de bactérias).
Índice de saturação
Razão entre o produto das actividades iónicas das espécies que resultamda dissolução de um mineral e a respectiva constante de equilíbrio. Tambémse pode considerar o logarítmo da referida razão.
Índice de troca de bases
Índice que tem por objectivo avaliar a intensidade dos processos de trocaiónica entre os iões alcalinos e alcalino-terrosos. É obtido através daexpressão:
rClKNarrCl
itb)( +−
= .
Infiltração
Processo pelo qual a água derivada da precipitação, fusão da neve ouirrigação, penetra no solo, através da superfície topográfica.
Influente (rio influente)
Aquele que cede água para o aquífero.
Interfase, interface
Superfície de separação de duas fases. Zona de contacto e mistura entredois fluidos. Se os líquidos são miscíveis tal como a água doce e a águasalgada, não existe uma interfase brusca pelo que se passa de um fluido aoutro através de uma zona de mistura.
Inversac
Ver Estavela
Isóbata
Linha que une pontos de igual profundidade de uma dada formação emrelação a um plano de referência.
Isolinha
Lugar geométrico dos pontos de igual valor de uma dada grandeza.
Isopacas
Linhas que unem pontos de igual espessura de uma determinadaformação.
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Isopieza
Lugar geométrico dos pontos com o mesmo nível piezométrico.
Isotaca
Lugar geométrico dos pontos de igual velocidade instantânea.
Isotérmica
Linha que se obtém unindo pontos de igual temperatura. Função, obtidaexperimentalmente, que relaciona a concentração de uma espécie adsorvidanum meio poroso e em solução (ver Freundlich, Linear, Langmuir,isotérmicas)
Karst
Ver Carso
Lagrangiana, abordagem
Conjunto de métodos de resolução da equação da advecção-dispersão emque a mesma é resolvida ou numa malha deformável ou em coordenadasdeformáveis numa malha espacial fixa, por exemplo o método do percursoaleatório. Os métodos lagrangianos são aconselháveis para a resolução dacomponente advectiva do transporte por não serem afectados de dispersãonumérica.
Lei de Darcy
Ver Darcy (Lei)
Lençol freático
Massa de água contida num aquífero freático. Geralmente usado comoequivalente a aquífero freático.
Este termo, embora muito usado pelos não especialistas, sobretudo nosmedia, não é utilizado pela comunidade dos hidrogeólogos, sendo o seu usodesaconselhado. Muitas vezes é usado erradamente como sinónimo deaquífero.
Limnígrafo
Aparelho que regista continuamente os níveis de água superficial ousubterrânea.
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Limnigrama
Curva registada por um limnígrafo. Dá-nos a cada instante, o valor donível de água do ponto onde foi registado.
Limpadeira
Instrumento utilizado no trem de sonda à percussão mecânica para sefazer a extracção dos detritos da perfuração.
Linha de corrente
Linha tangente em todos os seus pontos ao vector gradiente. Correspondeà trajectória descrita por uma partícula de água.
Lixiviação
Acção de dissolução provocada pela percolação da água através desólidos (rochas, acumulações de detritos, etc.).
LNAPL
Acrónimo de light nonaqueous phase liquids, denominação inglesa paralíquidos imiscíveis menos densos do que a água, por exemplo, gasolina,gasóleo, etc.
Lodo
Suspensão coloidal de argila em água, com ou sem aditivos, que se fazcircular à pressão durante as operações de sondagem.
Lugeón
Unidade convencional de medida do caudal de água absorvido sobdeterminada pressão, por unidade de comprimento da sondagem, numensaio de Lugéon. Um lugéon corresponde a um litro por minuto por metrosob a pressão de 10 kg/cm2.
Maciço filtrante
Dispositivo constituído por material poroso, móvel e com elementoscalibrados, situado no espaço anular entre as paredes de um poço, ou furo, eo revestimento.
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Manancial, emergência
Local onde emerge água subterrânea. Nascente de água. O termo étambém utilizado para designar aquífero muito produtivo.
Mapa hidrogeológico
Mapa onde se representam as características hidrogeológicas de umazona, nomeadamente, dimensões e litologia dos vários sistemas aquíferos,distribuição da transmissividade e coeficientes de armazenamento,superfícies piezométricas, recarga, variação de parâmetros físico-químicosentre outras. A complexidade e abundância de dados torna difícil arepresentação num único mapa.
Mapas hidrogeoquímicos normalizados
Mapas ilustrados com cores correspondendo cada uma a um dado tipo deágua. A normalização das cores é estabelecida pela Unesco.
Mapas hidrogeoquímicos
Mapas feitos sobre um plano de uma região, com valores, símbolos oufiguras que representam a composição química da água em cada poço oufonte ou outro ponto de que se tenha dados. Os valores a utilizar podem serreferentes à concentração de algum ou alguns iões, ao resíduo seco, àcondutividade, ou a alguma designação de classificação geoquímica daágua. Pode-se ainda construir mapas onde a cada ponto analisado seassocia um diagrama, sendo os mais adequados os de Collins e os de Stiff.
Mapas hidroquímicos
Mapas onde se põe em evidencia a composição iónica de uma água,através de diagramas hidroquímicos.
Meio anisótropo
Meio em que o valor das propriedades físicas ou químicas varia com adirecção em que se faz a medida.
Meio isótropo
Meio em que as propriedades físicas não variam, qualquer que seja adirecção em que forem medidas.
Meio não saturado
Meio poroso onde coexistem ar e água.
Meio poroso
Meio formado por um agregado de grãos entre os quais existem espaçosvazios (poros) que podem ser ocupados por um fluido. O meio poroso pode
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ser consolidado ou não, caso exista ou não um cimento que aglomere e ligueas diversas partículas integrantes, ou se estabeleça alguma coesão entre asmesmas.
Meio saturado
Meio poroso onde todos os espaços estão ocupados por água.
Meio semipermeável
Meio pouco permeável mas que é capaz de transmitir lentamente osfluidos que nele existam. Um meio com estas características constitui umaquitardo.
Micromolinete
Pequeno molinete com eixo vertical que mede variações da velocidadevertical da água num poço em repouso ou submetido à exploração de umpequeno caudal.
Milequivalente
Número de milimoles de um soluto multiplicados pela respectiva valência.Abreviadamente meq.
Mina de água
O mesmo que galeria de água.
Mineralização
Quantidade de sais dissolvidos numa água.
Minilog
Dispositivo que permite medir a resistividade real do terreno e deduzir apartir dela a porosidade.
Modelo analógico
Modelo em que o comportamento de um sistema é representado atravésde um fenómeno físico regido por leis semelhantes, por exemplo oescoamento de um fluido num meio poroso por ser representado por umaanalogia eléctrica tendo em conta a semelhança entre a lei de Ohm e a lei deDarcy.
Modelo analítico
Modelo que descreve de forma exacta o comportamento de um sistemapor meio de funções analíticas, obtidas a partir da resolução das equaçõesdiferenciais que regem o fenómeno a representar, para dadas condições defronteira. Funcionam só para casos relativamente simples.
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Modelo conceptual
Conjunto de hipóteses que reduzem um problema real e um domínio real auma versão simplificada, adequada aos objectivos da modelação. Ashipóteses dizem respeito a questões tais como: geometria dos limites dodomínio; tipo de material que constitui o aquífero, com referência à suahomogeneidade e isotropia; tipo de escoamento; andamento médio dasvariáveis de estado; fontes e sumidouros e condições de fronteira exprimindoas relações do sistema com o exterior.
Modelo de mistura total
Consiste em admitir um aquífero confinado com um determinado volumeque recebe uma recarga igual à sua descarga, e onde cada "impulso"entrado se mistura com a água entrada anteriormente. Também chamadomodelo exponencial.
Modelo de mistura vertical
Consiste em admitir a possibilidade de haver unicamente mistura verticalde água num aquífero com recarga localizada.
Modelo de mistura
Modelo teórico em que se tem em conta a mistura de águas de diferentesidades, para se poder relacionar a idade aparente das águas subterrâneasde um aquífero com as propriedades do sistema.
Modelo de um aquífero
Procedimento, seja analítico, matemático ou analógico que permiterealizar a simulação do comportamento do aquífero.
Modelo matemático
Modelo que utiliza métodos numéricos para obter uma aproximação docomportamento do aquífero sob certas condições.
Modelo
Versão simplificada de um sistema real que simula aproximadamente ocomportamento daquele.
Molinete
Aparelho que serve para medir a velocidade da corrente de água em queestá submergido.
Movimento laminar
Ver Regime laminar.
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Movimento turbulento
Ver Regime turbulento.
NAPL
Acrónimo de non aqueous phase liquids, designação em língua inglesa decompostos líquidos não miscíveis com a água, geralmente derivados dopetróleo. Podem-se classificar em leves (LNAPL) ou densos (DNAPL).
Nível aquífero
Camada de terreno contendo água e com permeabilidade suficiente parapermitir a sua exploração.
Nível dinâmico ou hidrodinâmico
Nível piezométrico de um aquífero quando existe uma captação emfuncionamento. Também usado para designar a distância do nível da águanuma captação em funcionamento, em relação a uma dada referência.
Nível estático ou hidrostático
Nível piezométrico de um aquífero quando não existe nenhuma captaçãoem funcionamento. Também é usado para designar a distância do nível daágua em relação a uma dada referência
Nível freático
Nível superior a que se encontra a parte saturada da água do solo. Estenível de saturação está à pressão atmosférica.
Nível impermeável
Camada, bancada ou estrato com uma permeabilidade muito baixa. Naprática considera-se que não se deixa atravessar pela água.
Nível piezométrico
É o nível a que a água de um aquífero se encontra à pressão atmosférica.Coincide com a superfície freática de um aquífero livre. No entanto emaquíferos cativos os níveis piezométricos estão mais elevados que o tecto,podendo, inclusive, haver zonas onde se situam numa cota superior ao dasuperfície topográfica do terreno.
Nível saturado
Nível abaixo do qual as formações geológicas se encontramcompletamente saturadas.
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Número de Reynolds
Número adimensional que expressa a importância relativa das forças deinércia e das forças de viscosidade num sistema de fluxo. Um número deReynolds pequeno está associado ao escoamento laminar e um númerogrande ao escoamento turbulento.
Osmose inversa
Processo que ocorre quando a pressão da solução mais concentrada émaior do que a pressão osmótica e a água passa da solução maisconcentrada para a solução mais diluída.
Ozonização
Modo de esterilização da água pela introdução de um isómero dooxigénio, o ozono.
Parâmetros hidrogeológicos ou hidráulicos
Parâmetros que caracterizam um aquífero, como a porosidade, apermeabilidade e o coeficiente de armazenamento.
Penetração da cunha salina
É a distância, em metros, medida perpendicularmente à linha de costa,que a cunha salina avança em direcção ao continente.
Penetração marinha
Fenómeno que ocorre em zonas de interface de água doce/água salgadaem aquíferos costeiros, quando a água salgada ou marinha avança para ointerior, contaminando o aquífero de água doce.
Percolação
Processo pelo qual a água do solo desce por acção conjunta das forçascapilares e da gravidade, quando é superada a capacidade de campo dosolo.
Perda
Ver sumidouro
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Perda ascensional no aquífero
Perda de carga quando a água no aquífero não flui para o poço, emregime laminar segundo a lei de Darcy.
Perda ascensional no poço
Perda de carga ocasionada pelo movimento da água desde a zonafiltrante do poço até à bomba. Só tem algum significado quando essadistância é muito grande ou o diâmetro do poço é muito pequeno em relaçãocom o caudal.
Perda de carga no poço
Perda de carga associada à travessia pela água da zona filtrante.
Perda de carga
Perda de energia de um fluido em circulação e que depende deparâmetros e variáveis tais como a velocidade do fluido, sua viscosidade,rugosidade, diâmetro e comprimento das tubagens, permeabilidade do meioporoso, etc.
Perfuração à percussão
Método que realiza a perfuração mediante o movimento alternado,ascendente e descendente, de uma massa pesada que com o impacto dadescida vai fracturando e desagregando a rocha, fazendo a sua extracçãopor meio de uma válvula de limpeza.
Perfuração à rotação
Método que realiza a perfuração mediante a rotação da ferramenta decorte ou coroa. Esta é impulsionada pela coluna de perfuração que recebe arotação à superfície na chamada mesa de rotação por onde passa a BarraKelly que é a que directamente recebe o movimento de rotação.
Perfuração com circulação directa
Processo de furação à rotação em que os detritos são extraídos para asuperfície por meio de um fluido que é impulsionado por uma bomba ecircula pelo interior das barras.
Perfuração com circulação inversa
Processo de furação à rotação, utilizado quando o diâmetro da perfuraçãoé grande e a velocidade do lodo (fluido circulante) no espaço compreendidoentre as barras e as paredes do poço é pequena e insuficiente para elevar
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os detritos até à superfície. Neste processo os fluidos de circulação descempelo exterior das barras e retornam pelo seu interior arrastando os detritos.
Perfuração de pequeno diâmetro
Perfurações até 10 cm de diâmetro realizadas só com a finalidade dereconhecimento do terreno ou para instalação de tubos piezométricos.
Perímetro de protecção de uma captação
Perímetro que define uma área em volta de uma captação não qual sãoproibidas ou restringidas as actividades que possam potencialmentecontaminar as águas.
Permeabilidade
Num sentido qualitativo expressa a maior ou menor facilidade com que ummeio se deixa atravessar por um dado fluido. Emprega-se num sentidoquantitativo como termo equivalente à condutividade hidráulica mas este usonão é recomendado.
Permeabilidade aparente
Permeabilidade obtida dividindo a transmissividade pela espessura doaquífero, ou, quando esta não é bem conhecida, pela penetração do poço.
Permeabilidade horizontal
Permeabilidade de uma formação segundo um plano horizontal.
Permeabilidade intrínseca
Parâmetro que caracteriza a permeabilidade de um meio,independentemente do fluido que o atravessa e de suas propriedades.Relaciona-se com a condutividade hidráulica através da expressão:
0kKµγ
=
Onde K é a condutividade hidráulica, k0 a permeabilidade intrínseca, γ opeso específico do fluido e µ a viscosidade do fluido.
Permeabilidade primária
Permeabilidade que uma rocha apresenta antes de sofrer qualqueralteração, ou, no caso de rochas sedimentares, depois de sofrer litificação oudiagénese.
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Permeabilidade por fissuração
Permeabilidade associada às fissuras ou fracturas existentes num corporochoso.
Permeabilidade por fracturação
O mesmo que Permeabilidade por fissuração.
Permeabilidade por poros
Permeabilidade típica das rochas sedimentares não consolidadas, onde aágua circula pelos poros existentes nas formações.
Permeabilidade secundária
Permeabilidade originada como consequência de esforços tectónicos,meteorização, fracturação e dissolução.
Permeabilidade vertical
Permeabilidade de uma formação segundo um plano vertical.
Permeâmetro
Instrumento para medida da permeabilidade, em laboratório, que consistena aplicação da lei de Darcy a um cilindro contendo o material a ensaiar.
Piezómetro imperfeito
Piezómetro cuja zona filtrante comunica com o aquífero em todo o seucomprimento, obtendo-se o nível piezométrico médio em toda a espessura doaquífero.
Piezómetro perfeito ou pontual
Piezómetro aberto num só ponto.
Piezómetro
Perfuração ou aparelho que penetra numa camada aquífera e que permiteobter informações sobre o nível piezométrico, de acordo com a posição donível de água existente no seu interior. Pode também utilizar-se para obterdados sobre a permeabilidade.
Pistonagem
Método utilizado na fase de desenvolvimento de um poço que tem comofinalidade extrair restos de lodos e detritos de perfuração, extracção de finosdo poço. A finalidade do desenvolvimento é conseguir uma boa circulação deágua nas imediações do poço.
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Poço
Perfuração vertical, geralmente de forma cilíndrica e de diâmetro menorque a profundidade. A água entra ao longo das paredes criando um fluxo tiporadial. É o tipo mais comum de captações. Há que distinguir entre: Poço degrande diâmetro - poço em português popular com diâmetros que variamentre 1 e 5 metros e profundidade até 10-20 m, normalmente escavados eapenas filtrante pelo fundo. Furo - de diâmetro muito mais pequeno, entre 0,1e 0,2 m, mas mais profundo (dezenas ou centenas de metros).
Poço artesiano
Poço, normalmente profundo, que capta águas contidas entre duascamadas impermeáveis e que em virtude de estarem sob pressão, ascendempor si só, por vezes até à superfície. O seu nível piezométrico pode situar-seabaixo ou acima da superfície topográfica.
Poço completo
Também denominado totalmente penetrante. Diz-se do poço que tem azona filtrante a abarcar a totalidade da espessura do aquífero.
Poço com galerias
Poço que no fundo, ou a certa profundidade, dispõe de uma ou maisgalerias. Geralmente têm como finalidade aumentar a eficácia do poço,quando este está construído em materiais pouco permeáveis.
Poço de drenos radiais
Poço revestido dispondo de drenos horizontais em várias direcções, porvezes a níveis diferentes e com comprimentos e secções que podem tambémser diferentes.
Poço de exploração
Poço que possui as condições necessárias para obter água emquantidade e qualidade adequada para o fim a que se destina.
Poço de injecção
Poço utilizado para a injecção em níveis profundos do subsolo, de líquidosresiduais, como salmouras, águas residuais industriais e líquidosradioactivos ou usado para recarga artificial.
Poço experimental
Poço que se executa com o objectivo de obtenção de dados, para umamelhor compreensão do funcionamento e do comportamento do respectivoaquífero.
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Poço filtrante pelo fundo
Poço só aberto pelo fundo, não deixando entrar água pelas paredes. É onormal em poços escavados e com paredes laterais.
Poço incompleto
Poço cuja zona filtrante só abarca uma parte do aquífero.
Poço Índio
Também chamado sistema Índio. O revestimento do poço é construído àsuperfície. O extremo inferior do revestimento leva uma sapata cortante quevai baixando à medida que se vai escavando o poço pelo interior dorevestimento.
Poço parcialmente penetrante
Ver Poço incompleto.
Poço perfeito
Ver Poço completo.
Poço pontual
Poço de pequeno diâmetro, em geral pouco profundo, de que se extraiágua por aspiração. Geralmente tem o objectivo de obter água de aquíferossuperficiais, pouco espessos e de pequena transmissividade. Podem aindaser utilizados em drenagens ou rebaixamentos de níveis aquíferos.
Poço radial
Poço de paredes impermeáveis em cujo fundo estão colocadosradialmente uma série de drenos.
Poço surgente ou repuxante
Poço em que o nível piezométrico está situado a uma cota superior à daboca do poço.
Poço totalmente penetrante
O mesmo que poço perfeito.
Poluição
Alteração das características naturais de uma água, devido a actividadeshumanas, de tal forma que a sua utilização fica restringida para todos oualguns dos fins para que poderia servir no seu estado normal.
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Ponto de emurchecimento permanente
Grau de humidade de um solo tal que a força de sucção das raizes dasplantas é menor que a força de retenção da água pelo solo pelo que a águanão pode ser extaída pelas plantas.
Pontos de água
Qualquer obra ou circunstância natural ou artificial que nos permite teracesso directo ou indirecto à água subterrânea.
Porosidade primária
Porosidade que uma rocha apresenta antes de sofrer qualquer alteração,ou, no caso de rochas sedimentares, depois de sofrer litificação oudiagénese.
Porosidade secundária
Porosidade originada posteriormente à formação da rocha comoconsequência de fenómenos tectónicos, diaclasamento, acção dissolventedas águas, etc.
Porosidade
Razão entre o volume de vazios, ocupados por ar ou água, de um materiale o seu volume total.
Porosidade cinemática
Razão entre o fluxo específico, ou velocidade de Darcy, e a velocidadeintersticial média, num meio poroso.
Porosidade eficaz
Razão entre o volume de poros disponível para a circulação da água e ovolume total da amostra. Equivalente a porosidade cinemática.
Posição da cunha salina
Posição da interface, água doce/água salgada. Localização no aquífero nazona fronteira ou de passagem, da água doce a água salgada
Potencial de filtração
Potencial eléctrico originado pelo movimento da água.
Potencial de membrana
Potencial gerado quando se tem uma membrana catiónica que separa doislíquidos diferentes.
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Potencial redox
Potencial de um eléctrodo inerte submerso numa solução onde severificam fenómenos de oxidação-redução, medido em relação a umeléctrodo de referência. É uma medida da intensidade e sentido dasreacções de oxidação-redução do sistema.
Pressão de injecção
Pressão a que os fluidos são submetidos nos poços de injecção.
Preussag
Sistema utilizado na construção de poços com drenos horizontais. Estesistema utiliza tubos de perfuração análogos aos do sistema Fehlmann. Ostubos-ralos têm o filtro de areia incorporado.
Produção firme
Ver caudal seguro.
Produção garantida
Caudal máximo que se pode extrair de um aquífero aluvial em conexãocom um rio para qualquer nível de água neste.
Produção segura
Ver caudal seguro.
Projecto de captação de águas
Estudo com o fim de realizar uma obra para a obtenção de um certocaudal de água. A selecção do projecto é feita perante um compromissoentre a parte económica e a parte técnica.
Protecção de aquíferos
Acções que têm por objectivo impedir a contaminação dos aquíferos.Ordenam e proíbem determinadas actividades em certas zonas,estabelecendo medidas de segurança em actividades potencialmentenocivas.
Protecção sanitária
Medidas realizadas com o fim de garantir a boa qualidade da água, tantona fase de projecto como de construção do poço.
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Qualidade bacteriológica
Baseia-se na determinação de microrganismos que podem afectardirectamente a saúde do homem ou que, pela sua presença, podemassinalar a presença de outros germes patogénicos.
Qualidade físico-química
Qualidade derivada de características físicas e químicas da água.
Quebracho
Árvore típica da América do Sul. A partir dela produz-se uma substância, otanino, que tem a função de fluidificar as lamas de sondagem ou outras.
Radioestesia ou rabdomancia
Procedimento em que se utiliza uma vara bifurcada, pêndulo ou outrosobjectos, para a detecção de água, metais, etc. no subsolo. Os utilizadores,denominados rabdomantes, vedores ou bruxos de água, alegam possuir acapacidade de sentir a presença da água ou metais, que se manifestaatravés da torção da vara ou em variações da oscilação do pêndulo. É ummétodo não fundamentado cientificamente. Alguns testes não mostraramdiferenças significativas entre a capacidade dos rabdomantes e de outrossujeitos, escolhidos aleatoriamente, para detectar a presença de água oumetais.
Raio de acção
Ver raio de influência.
Raio de influência
Distância a partir da qual se consideram nulos os rebaixamentosproduzidos pela extracção num poço.
Raio efectivo
Raio que o poço deverá ter para que o rebaixamento teórico no aquíferoseja igual ao rebaixamento observado.
Ranhura do tubo-ralo (slot)
Locais de entrada da água na coluna de revestimento de uma captação,desenhadas de tal forma que evite a sua obstrução ou entrada para acaptação de areia, areão ou outras partículas.
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Ranney
Sistema utilizado na construção de poços com drenos horizontais. Nestesistema as perfurações radiais realizam-se com os tubos filtrantes definitivosque assim ficam imediatamente instalados.
Rebaixamento
Acção de baixar artificialmente o nível piezométrico ou freático de umaquífero.
Diferença entre o nível piezométrico num ponto de um aquífero, antes dese iniciar uma extracção, e o nível piezométrico no mesmo ponto mas obtidoapós aquela se ter iniciado.
Rebaixamento do nível freático
Movimento vertical descendente do nível freático que leva à diminuição daespessura saturada, em aquíferos livres.
Rebaixamento no poço
Descida do nível piezométrico num poço devido à acção de uma extracçãode água no mesmo.
Rebaixamento teórico
Descida que se obteria na parede de um poço, de acordo com os valoresde transmissividade e coeficiente de armazenamento do aquífero e de umdado tempo e caudal, supondo que não existe turbulência na água que entrana captação ou outros fenómenos que provoquem perdas de cargaadicionais.
Recarga artificial
Entrada de água no aquífero, produzida artificialmente.
Recarga
Quantidade de água que escoa verticalmente até atingir o nível freático,aumentando assim a quantidade de água subterrânea armazenada. Contribuipara recarga a infiltração da água da chuva ou neve, infiltração da água dosrios e outras.
Rectificador
Ferramenta de corte que serve para manter e ajustar o diâmetro de umaperfuração ou o seu alargamento. O seu emprego é geralmente convenienteantes de proceder ao entubamento da perfuração e às vezes imprescindível,quando os diâmetros do entubamento previsto estão muito justos em relaçãoaos diâmetros da perfuração.
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Recuperação
Subida do nível de água num poço depois de parada a extracção.
Recursos hídricos
Volume de água de que se pode dispor numa dada região, durante umdeterminado período de tempo.
Recursos hídricos subterrâneos
Fracção dos recursos hídricos totais que passa através da zona saturada.
Caudal que pode ser extraído de um sistema aquífero, durante um dadotempo, tendo em conta determinados constrangimentos técnicos eeconómicos.
Recursos hídricos subterrâneos renováveis
Correspondem à captação integral do caudal natural de escoamentosubterrâneo de um sistema, ou seja, a longo prazo, à alimentação porrecarga do mesmo. Frequentemente existe uma diferença entre os recursoshídricos subterrâneos renováveis em condições não influenciadas, isto é,condições naturais, sem exploração, e os recursos renováveis após se iniciara exploração. Essa diferença é devida ao incremento da recarga (recargainduzida) ao longo de cursos de água, lagos, aquitardos, etc., induzida pelorebaixamento dos níveis, diminuição da evapotranspiração real pelo mesmomotivo e à diminuição das descargas naturais (captura).
Recursos reguláveis
Fracção dos recursos hídricos totais susceptível de regulação através dearmazenamentos de superfície ou subterrâneos.
Regime de Darcy
Diz-se, num sistema de fluxo subterrâneo, quando o regime é laminar e asforças de inércia são desprezáveis.
Regime de equilíbrio
Ver regime permanente.
Regime influenciado
Regime de escoamento onde se produziram alterações devidas a recargase/ou a descargas.
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Regime laminar
Regime de escoamento de um fluido em que as linhas de corrente seguemtrajectórias paralelas.
Regime permanente
Regime de escoamento em que não há variação temporal duma superfíciepiezométrica.
Regime quase permanente
Regime de escoamento em que a velocidade de rebaixamento é tãodiminuta que, para efeitos práticos, se podem considerar os níveisestabilizados.
Regime transitório
Ver regime variável.
Regime turbulento
Regime de escoamento que as linhas de corrente não são todas paralelas.Este tipo de escoamento dá-se para valores elevados do número deReynolds (quociente entre as forças de inércia e as forças viscosas).
Regime variável
Regime de escoamento subterrâneo em que se observam variações donível piezométrico em função do tempo.
Remediação (de um aquífero)
Acção ou acções conducentes à descontaminação de uma aquífero.
Resistividade hidráulica
Parâmetro hidráulico, expresso em unidades de tempo [T], correspondenteà razão entre a espessura de um aquitardo e a sua condutividade hidráulicavertical. É o inverso da condutância hidráulica.
Ressurgência
Emergência de água subterrânea proveniente da perda de um curso deágua superficial em regiões cársicas.
Retardamento
Resultado da acção de vários processos, principalmente de adsorção, queconsiste numa diminuição da velocidade com que dada espécie se
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movimenta no meio poroso, por comparação com a velocidade média daágua, no mesmo meio.
Retenção específica
Ver Capacidade de retenção específica
Revestimento do furo de sondagem
Ver coluna de revestimento.
Revestimento telescópico
Ver entubamento telescópico.
Rio efluente
Rio que recebe água das formações geológicas adjacentes.
Rio influente
Rio que cede água às formações geológicas adjacentes.
Salmoura
Água que supera as 40000 ppm de substâncias dissolvidas. Estão comfrequência associadas a depósitos salinos, águas de jazidas petrolíferas ouáguas muito antigas situadas a grande profundidade.
Sanjas
Escavações rectilíneas em trincheira, geralmente de pequenaprofundidade, pouco usadas como captações e cujo funcionamento temmuita semelhança com o dos drenos e galerias.
Schoeller, diagrama de
Diagrama que permite a representação, em escalas logarítmicas, dediversos parâmetros físico-químicos analisados numa água.
Schoeller-Berkaloff, diagrama de
Ver Schoeller, diagrama de.
Sistema aberto
Sistema onde é permitida a entrada ou saída de um ou mais componentes.
Sistema aquífero
Domínio espacial, limitado em superfície e em profundidade, no qualexiste um ou vários aquíferos, relacionados ou não entre si, mas queconstitui uma unidade prática para a investigação ou exploração
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Sistema fechado
Sistema onde não é permitida a entrada ou saída de todos ou de algunscomponentes.
Sobrebombagem
Bombagem a um caudal significativamente superior ao caudal deexploração previsto ou efectivo de uma captação. Pode ser feita com oobjectivo de desenvolver a captação.
Sobreexploração
Situação que ocorre quando os recursos hídricos subterrâneos sãoexplorados, de forma continuada, acima dos recursos médios renováveis, ou,quando dessa exploração, resultam consequências indesejáveis, sejameconómicas, ecológicas, legais, ou outras. Pode ser diagnosticada atravésde certos indicadores como sejam, evolução dos níveis piezométricos,evolução dos caudais de nascentes e do escoamento de base, mudanças nocomportamento de zonas húmidas, mudanças na qualidade induzidas peloabaixamento dos níveis, etc.
Sondagem mecânica
Perfuração que tem por objectivo o reconhecimento, com toma deamostras, dos materiais que atravessa, o que permite estabelecer umacoluna litológica e estratigráfica e realizar toda uma série de ensaios eregistos, destinados a localizar e definir os meios aquíferos atravessados(profundidade, espessura, níveis piezométricos, parâmetros hidrogeológicos,qualidade química da água subterrânea, etc.).
Sumidouro
Local onde se perde, total ou parcialmente, um curso de água superficial.
Ponto onde se dá uma saída de água ou de massa para fora de umsistema.
Superfície equipotencial
Lugar geométrico dos pontos com o mesmo potencial. Quanto referidas aopotencial hidráulico a sua intersecção com um plano horizontal dá origem auma curva de igual potencial ou isopieza. Em grande parte dos casos asequipotenciais nos aquíferos são superfícies verticais, excepto nasproximidades de zonas de entrada ou saída de água.
Superfície piezométrica
Lugar geométrico dos pontos com o mesmo nível piezométrico.
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Superfície ressumante
Superfície situada no interior dos poços perfurados em aquíferos livres,em regime de extracção, ao longo da qual se dá uma escorrência verticaldescendente. Resulta da existência de um ressalto entre a superfície freáticajunto às paredes do poço e o nível da água dentro deste.
Superfície ressumbrante
O mesmo que superfície ressumante.
Temperatura do reservatório
Ver geotermómetros
Temperatura profunda
Ver geotermómetros
Testemunho
Amostra de terreno obtida com um amostrador.
Transmissibilidade
Capacidade que um meio possui de transmitir água. A sua expressãoquantitativa designa-se por transmissividade.
Transmissividade média
Média das transmissividades observadas ao longo do perfil.
Transmissividade
É o produto da condutividade hidráulica horizontal pela espessura doaquífero. Se a condutividade varia ao longo do perfil do aquífero deespessura b, a transmissividade será dada por:
∫=b
a
KdzT
sendo K a condutividade horizontal, a a cota da base e b a cota do tectodo aquífero. O conceito de transmissidade pode ser generalizada aosaquíferos livres considerando-se neste caso a espessura igual à espessurasaturada. As dimensões da transmissividade são [L2T-1].
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Trépano
Ferramenta que realiza o trabalho de ruptura, desagregação e trituraçãodas rochas nas sondagens.
Tricone
Ferramenta de corte utilizada na execução de sondagens pelo métodorotary. O tricone tem três ou mais elementos móveis dentados, de formacónica.
Tubo-ralo
Tubo de revestimento com aberturas para entrada de água nos furos.
Unidade hidrogeológica
Designação que pode ser aplicada a um aquífero, sistema ou subsistemaaquífero.
Vadosa, zona
Ver zona não saturada.
Validade da lei da Darcy
Limites definidos pelo número de Reynolds (Re situado entre 1 e 10)dentro dos quais se verifica uma relação linear entre a velocidade de Darcy eo gradiente hidráulico, isto é, o escoamento é feito em regime laminar.
Vedor
Pessoa que supostamente detecta a presença de água subterrânea,metais, etc., em geral recorrendo à utilização de varas, pêndulos, etc. Verrabdomancia.
Velocidade de Darcy
Razão entre o caudal que atravessa uma secção perpendicular ao fluxo ea área total da mesma. Tem as dimensões de uma velocidade [LT-1].
Viscosímetro
Aparelho para determinar viscosidades.
Vulnerabilidade (de um aquífero)
Propriedade intrínseca de um aquífero que depende da maior ou menorsusceptibilidade deste a impactes antropogénicos e/ou naturais.
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Vulnerabilidade específica
Vulnerabilidade de um aquífero a determinadas condições decontaminação (tipo de fonte e contaminante, carga poluente).
Vulnerabilidade integrada
O mesmo que vulnerabilidade específica.
Wadi (Ouede)
Designação árabe dos vales, em regiões áridas, que se mantêm secos,excepto quando ocorre forte precipitação. Derivam desta palavra os prefixosGuad e Ode (por exemplo, Guadiana, Guadalquivir, Odeleite).
Wireline
Ver amostrador especial.
Zona de alimentação
Ver área de alimentação.
Zona de Captura
Região em torno de um poço, ou campo de poços, dentro da qual a águase dirige para o local de captação.
Zona não saturada
Zona compreendida entre a superfície topográfica e a zona saturada.
Zona saturada
Parte de um meio poroso natural onde todos os poros se encontramtotalmente preenchidos por água e onde a pressão é igual ou superior àatmosférica.
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