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ODONTOLOGIA
Os desafios do mundo contemporneo
Giselle Medeiros da Costa One
Roseanne da Cunha Ucha
IMEA / JOO PESSOA / 2018
1
Giselle Medeiros da Costa One Roseanne da Cunha Ucha
(Organizadores)
Odontologia: os desafios do mundo
contemporneo
1
IMEA Joo Pessoa - PB
2018
Instituto Medeiros de Educao Avanada - IMEA
Editor Chefe Giselle Medeiros da Costa One
Corpo Editorial
Giselle Medeiros da Costa One Julianne Freitas Moreno Roberta Moreira Frana
Roseanne da Cunha Ucha
Reviso Final Ednice Fideles Cavalcante Anzio
FICHA CATALOGRFICA
Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER
Laureno Marques Sales, Bibliotecrio especialista. CRB -15/121 Direitos desta Edio reservados ao Instituto Medeiros de Educao Avanada
IMEA Impresso no Brasil / Printed in Brazil
One, Giselle Medeiros da Costa. U17 Odontologia: os desafios do mundo contemporneo, 1./ Giselle Medeiros
da Costa One; Roseanne da Cunha Ucha. Orgs.IMEA. 2018. 573 fls.
Prefixo editorial: 53005
ISBN: 978-85-53005-04-8 (on-line) Modelo de acesso: Word Wibe Web Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA Joo Pessoa - PB 1. Dentstica 2. Odontopediatria 3. Ortodontia 4. Prtese e ocluso I. Giselle Medeiros da Costa One II. Roseanne da Cunha Ucha III. Odontologia: os desafios do mundo contemporneo, 1
CDU: 612.3
IMEA Instituto Medeiros de Educao
Avanada
Proibida a reproduo, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja reprogrfico, fotogrfico,
grfico, microfilmagem, entre outros. Estas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas e/ou
editoriais. A violao dos direitos autorais punvel como Crime
(Cdigo Penal art. 184 e ; Lei 9.895/80), com busca e apreenso e indenizaes diversas (Lei
9.610/98 Lei dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126)
Todas as opinies e textos presentes
neste livro so de inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador
isento dos crimes de plgios e informaes enganosas.
IMEA
Instituto Medeiros de Educao Avanada
Av Senador Ruy Carneiro, 115 ANDAR: 1; CXPST: 072; Joo Pessoa - PB
58032-100 Impresso no Brasil
2018
Aos participantes do CINASAMA pela dedicao que executam suas atividades e pelo amor que escrevem os captulos que
compem esse livro.
A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltar ao
seu tamanho original (ALBERT EINSTEIN).
PREFCIO
A citao de Soren Kierkegaard no sculo XIX diz que
a vida s pode ser comprrendida olhando-se para trs, mas
s pode ser vivida olhando-se para frente. Esta a proposta
deste que apresenta diversidade sobre uma temtica com
abordagens variadas demonstrado ser um livro para
contribuir com o conhecimento do leitor na rea da sade
sob contedo dividido nos mdulos de sade, ateno a
sade, farmcia e sade mental.
O CINASAMA um evento que tem como objetivo
proporcionar subsdios para que os participantes tenham
acesso s novas exigncias do mercado e da educao. E ao
mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biolgico,
Nutricional e Ambiental de direcionar todos que formam a
Comunidade acadmica para uma Sade Humana e
Educao socioambiental para a Vida.
Os livros ODONTOLOGIA: os desafios do mundo
contemporneo 1 e 2 tem contedo interdisciplinar,
contribuindo para o aprendizado e compreenso de vrias
temticas dentro da rea em estudo. Esta obra uma
coletnea de pesquisas de campo e bibliogrfica, fruto dos
trabalhos apresentados no Congresso Nacional de Sade e
Meio Ambiente realizado entre os dias 17 e 18 de novembro
de 2017 na cidade de Joo Pessoa-PB.
Os eixos temticos abordados no Congresso Nacional
de Sade e Meio Ambiente e nos livros garantem uma
ampla discusso, incentivando, promovendo e apoiando a
pesquisa. Os organizadores objetivaram incentivar,
promover, e apoiar a pesquisa em geral para que os leitores
aproveitem cada captulo como uma leitura prazerosa e com
a competncia, eficincia e profissionalismo da equipe de
autores que muito se dedicaram a escrever trabalhos de
excelente qualidade direcionados a um pblico vasto.
Esta publicao pode ser destinada aos diversos
leitores que se interessem pelos temas debatidos.
Espera-se que este trabalho desperte novas aes,
estimule novas percepes e desenvolva novos humanos
cidados.
Aproveitem a oportunidade e boa leitura.
SUMRIO
DENTSTICA ............................................................. 6
CAPTULO 1 ............................................................................ 7
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM
ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE
CLAREAMENTO DENTRIO .................................................. 7
CAPTULO 2 .......................................................................... 28
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO
CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E
MOLARES PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
............................................................................................... 28
CAPTULO 3 .......................................................................... 52
AVALIAO MICROESTRUTURAL DE COMPSITOS
ODONTOLGICOS POR MISCROSCOPIA ELETRNICA DE
VARREDURA E ESPECTROSCOPIA DISPERSIVA DE
RAIOS-X ................................................................................ 52
CAPTULO 4 .......................................................................... 71
EFEITO DO PERXIDO DE HIDROGNIO SOBRE A
CAPACIDADE DESCALCIFICANTE DO CIDO FOSFRICO
SOBRE O ESMALTE DENTRIO ......................................... 71
CAPTULO 5 .......................................................................... 89
file:///E:/2017/livro%202018/odonto%202018%20vol%201%20CORRIGIDO%20final.doc%23_Toc507062608
EROSO DENTRIA: DIAGNSTICO, PREVENO E
TRATAMENTO ...................................................................... 89
CAPTULO 6 ........................................................................ 108
FOTOATIVAO DOS COMPSITOS RESINOSOS:
HISTRIA E EVOLUO .................................................... 108
CAPTULO 7 ........................................................................ 130
INFLUNCIA DO MODO DE ATIVAO NA
POLIMERIZAO DE CIMENTOS RESINOSOS DUAL ..... 130
CAPTULO 8 ........................................................................ 149
LESES CERVICAIS NO CARIOSAS: PREVALNCIA E
CONSIDERAES CLNICAS EM PACIENTES ATENDIDOS
NA CLNICA DE DENTSTICA DA UFPB ............................ 149
CAPTULO 9 ........................................................................ 172
PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAO DE COMPSITOS
BULK-FILL SEGUNDO A ISSO 4049 .................................. 172
ODONTOPEDIATRIA E ORTODONTIA ............... 191
CAPTULO 10 ...................................................................... 192
ALEITAMENTO MATERNO E SUA ASSOCIAO COM
INSTALAO DE HBITOS BUCAIS DELETRIOS .......... 192
CAPTULO 11 ...................................................................... 212
ANSIEDADE E QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA
SADE BUCAL EM CRIANAS ESTUDO PILOTO ......... 212
CAPTULO 12 ...................................................................... 230
file:///E:/2017/livro%202018/odonto%202018%20vol%201%20CORRIGIDO%20final.doc%23_Toc507062627
AVALIAO DA DOR DE DENTE POR DOENA CRIE EM
CRIANAS E O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA ....... 230
CAPTULO 13 ...................................................................... 245
CRIE DENTRIA EM CRIANAS E A RELAO DA SADE
BUCAL COM VARIANTES SOCIAIS MATERNAS .............. 245
CAPTULO 14 ...................................................................... 273
CONDIES DE SADE BUCAL E SOCIODEMOGRFICAS
COMO FATORES DETERMINANTES NA QUALIDADE DE
VIDA DE PR-ESCOLARESEDESEUS RESPONSVEIS . 273
CAPTULO 15 ...................................................................... 294
EMPREGO DA PASTA CTZ NA TERAPIA PULPAR DE
DENTES DECDUOS: REVISO DA LITERATURA ........... 294
CAPTULO 16 ...................................................................... 314
UTILIZAO DO APARELHO EXPANSOR DE SCHWARZ
PARA CORREO DA MORDIDA CRUZADA POSTERIOR
INVERTIDA NA DENTADURA PERMANENTE ................... 314
ENDODONTIA ...................................................... 332
CAPTULO 17 ...................................................................... 333
ESTUDO OBSERVACIONAL DA EXPOSIO A LESES
PERCUTNEAS EM ALUNOS DE ESPECIALIZAO DE
ENDODONTIA ..................................................................... 333
CAPTULO 18 ...................................................................... 353
file:///E:/2017/livro%202018/odonto%202018%20vol%201%20CORRIGIDO%20final.doc%23_Toc507062642
TERAPIA ENDODNTICA EM DENS IN DENTE: EFICCIA,
PROTOCOLOS E MATERIAIS UTILIZADOS ...................... 353
PERIODONTIA ..................................................... 370
CAPTULO 19 ...................................................................... 371
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E ANTIADERENTE DE
Myrciaria cauliflora BERG SOBRE BACTRIAS
PLANCTNICAS DO AMBIENTE BUCAL ........................... 371
CAPTULO 20 ...................................................................... 389
ATIVIDADE antimicrobiana, anti-Inflamatria e antioxidante dA
PLANTA Sideroxylon obtusifoliumT.D. PENN: Uma reviso de
literatura ............................................................................... 389
PRTESE E OCLUSO ....................................... 410
CAPTULO 21 ...................................................................... 411
REABILITAO ORAL EM PACIENTE COM ESPAO
INTEROCLUSAL REDUZIDO SEM PERDA DE DIMENSO
VERTICAL DE OCLUSO: RELATO DE CASO CLNICO .. 411
CAPTULO 22 ...................................................................... 429
PRINCPIOS ESTTICOS A SEREM CONSIDERADOS
DURANTE UMA REABILITAO ORAL: REVISO DE
LITERATURA ....................................................................... 429
CAPTULO 23 ...................................................................... 447
file:///E:/2017/livro%202018/odonto%202018%20vol%201%20CORRIGIDO%20final.doc%23_Toc507062647file:///E:/2017/livro%202018/odonto%202018%20vol%201%20CORRIGIDO%20final.doc%23_Toc507062652
TRATAMENTO REABILITADOR UTILIZANDO PRTESE
TOTAL IMEDIATA RELATO DE CASO ............................ 447
CAPTULO 24 ...................................................................... 464
PLACA OCLUSAL OVERLAY COMO PLANEJAMENTO
REABILITADOR DE PACIENTE COM HBITO
PARAFUNCIONAL SEVERO - RELATO DE CASO ............ 464
CAPTULO 25 ...................................................................... 486
PROGRAMA DE ATENO AO PORTADOR DE
DISFUNO TEMPOROMANDIBULAR E DOR OROFACIAL:
EXPERINCIA DE 10 ANOS ............................................... 486
CAPTULO 26 ...................................................................... 509
RELAO ENTRE ESTRESSE E DTM EM POLICIAIS
MILITARES DO VALE DO MAMANGUAPE-PB .................. 509
CAPTULO 27 ...................................................................... 526
DIAGNSTICO E TRATAMENTO DO BRUXISMO NA
INFNCIA: RELATO DE CASO ........................................... 526
CAPTULO 28 ...................................................................... 544
ANLISE DA ATUAO INTERDISCIPLINAR NO
TRATAMENTO DA DISFUNO TEMPOROMANDIBULAR
COM NFASE NA PARTICIPAO DO FONOAUDILOGO:
UMA REVISO DE LITERATURA ....................................... 544
DENTSTICA
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
7
CAPTULO 1
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL
DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO
Isaac Wilson Pereira de ALMEIDA 1
Ana luiza Dino ABRANTES1
Gertrudyara Silva PINHEIRO1 Maria Helena Chaves de Vasconcelos CATO2
Carmen Lcia Soares Gomes de MEDEIROS3 1 Graduandos do curso de Odontologia, UEPB; 2 Professora do Departamento de
Odontologia,UEPB; 3 Orientadora/Professora do Departamento de Odontologia, UEPB. isaacalmeidaa@gmail.com.br
RESUMO: A partir da incluso da esttica nos domnios da odontologia, ocorreu a popularizao e a crescente procura por procedimentos estticos como o clareamento dental, contando com diferentes tcnicas que buscam timos resultados. O presente estudo se objetiva em analisar os dados disponveis na literatura sobre as correlaes das alteraes em estruturas dentais decorrentes das tcnicas de clareamento. Trata-se de uma reviso bibliogrfica, com busca em base de dados como PUBMED, MEDLINE, LILACS e Scientific Electronic Library Online (SciELO) de produes de texto completo, nacionais e internacionais, do perodo de 2003 a 2017, utilizando de descritores como clareamento dental e efeitos adversos, incluindo pesquisas cientficas, teses e dissertaes. Variveis como tipo e pH do gel clareador, interaes qumicas entre seus agentes, os tecidos dentais, no dentais e as diferentes tcnicas de clareamento usadas
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
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so responsveis pelos diferentes achados quanto aos efeitos adversos. Comprometendo a estrutura dental superficial atravs da perda mineral, com diminuio da microdureza superficial, aumento da rugosidade e da permeabilidade do tecido, podendo afetar no apenas as qualidades estticas, mas sua forma, funo e sensibilidade. Diante das divergncias existentes In vitro, In situ e In vivo, de grande importncia o aprofundamento acerca do tema, o estmulo a pesquisas que possam mediar eficcia clnica com seguridade, alm de oferecer dados e recomendaes responsveis pela atualizao dos Cirurgies-Dentistas e fabricantes. Palavras-chave: Clareamento dentrio. Esmalte dentrio. Efeitos adversos.
1 INTRODUO
Atuando afim dos interesses da populao, a
odontologia enquanto cincia, tem seu desenvolvimento na
resoluo de problemas que vo alm do tratamento de
odontalgias e recuperaes morfofuncionais, incluiu ainda a
esttica em seus domnios. O que tem refletido na crescente
demanda por procedimentos estticos odontolgicos, tais
como o clareamento dental, uma das condutas clnicas mais
procuradas no estabelecimento dos padres de beleza,
contando com diferentes tcnicas que buscam alto nveis de
clareamento sem danos s estruturas expostas (ZANIN et al.,
2010; MAIA; CATO, 2010; KINA et al., 2015).
O processo de clareamento dental considerado uma
tcnica no invasiva, representando uma reverso qumica do
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
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escurecimento dentrio, possibilitado pela permeabilidade do
esmalte e da dentina. O mesmo, conta com um arsenal de
produtos e abordagens diante das necessidades de cada
paciente, possuem indicao supervisionada pelo Cirurgio-
Dentista, com a necessidade de avaliao das condies dos
tecidos bucais previamente, determinando limitaes e a
sequncia do protocolo clnico, reduzindo assim, quaisquer
efeitos indesejveis (ANDRADE, 2009; ZANIN et al., 2010;
SILVA et al., 2012).
Foi observado por Briso et al.(2015) que a realizao do
procedimento de clareamento em dentes com leses
incipientes ja instaladas foi fator potencializador das alteraes
em superficie de esmalte, contribuindo para o aumentoda
profundidade da desmineralizao. Uma vez que a penetrao
acentuada dos agentes clareadores foi possibilitada pela
permeabilidade e porosidade aumentadas do substrato,
resultado das modificacaes histomorfolgicas produzidas
pelo desafio cariognico, sugerindo a importncia da avaliao
profissional nas condutas de clareamento.
Previamente a realizao do procedimento,
necessrio estabelecer a etiologia das pigmentaes a serem
tratadas, partindo para a escolha da tcnica baseada na
origem, na quantidade de dentes manchados, no tipo e na
severidade da descolorao, na vitalidade e na sensibilidade,
podendo ser uma abordagem caseira ou de consultrio, sendo
esta ltima, associada ou no a fontes de luz (BARATIELI,
2003; ZANIN et al., 2010; KINA et al., 2015).
As pigmentaes escuras nos dentes, se configuram
em longas e complexas cadeias que aumentam os ndices de
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
10
absoro de luz. As manchas internas ou intrnsecas podem
estar associadas a idade, alteraes na formao dos dentes,
traumatismos dentais, uso de antibiticos especficos e nveis
elevados de flor (CAREY, 2014; BARBOSA et al., 2015).
Enquanto que as pigmentaes externas ou extrnsecas so
normalmente causadas por hbitos dietticos associados ao
consumo de caf, ch, vinho tinto, cigarro, bem como hbitos
de higiene oral do paciente (ALQAHTANI, 2014; BARBOSA et
al., 2015).
Os agentes clareadores, por meio de reaes de
oxidao-reduo resultantes de sua decomposio em
oxignio, formam radicais livres, devido ausncia de um
eltron na ltima camada, tornando-os altamente eletroflicos e
instveis, atacando molculas orgnicas para adquirir
estabilidade, quebrando as longas cadeias de pigmentos.
Sendo as mesmas, parcialmente eliminadas por difuso da
estrutura dental (RODRIGUES et al., 2007; PASQUALI et al.,
2014).
O procedimento de consultrio consiste na aplicao
do gel clareador a base de perxido de hidrognio com
concentraes mais altas em torno de 35% a 38% nas faces
vestibulares dos dentes, com durao varivel at 45 minutos
por sesso, utilizando de barreiras gengivais e afastador para
tecidos moles. Do ponto de vista fsico/qumico, a taxa de
reao qumica resultante do agente clareador, o que
determina a sua eficincia. Nessa perspectiva, a realizao do
clareamento fotoativado melhora as atividades dos gis
branqueadores na superfcie dental, que no entanto, tm suas
desvantagens pelos riscos de danos ao esmalte e polpa
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
11
devido alta intensidade de luz que pode provocar um
aumento rpido da temperatura, sendo um grande diferencial
o uso conjunto dos lasers e LEDs (Light Emitting Diodes),
que emitem faixas estreitas que incrementam a absoro da
luz pelo corante sem aquecer a estrutura dental (BARATIELI,
2003; ZANIN et al., 2010; ARAJO et al., 2010; FAUSTO et
al., 2014; KINA et al., 2015).
Deve ser reconhecida a ascenso dos procedimentos e
aplicabilidade de diversos produtos, como os gis base de
perxido de carbamida, que se decompe em perxido de
hidrognio e uria, a qual por sua vez gera dixido de carbono
e amnia, elevando o pH da placa dental, e o perxido de
hidrognio, que se decompe em gua e oxignio e que
devido ao seu baixo peso molecular, pode penetrar nas
porosidades do esmalte e dentina. Sendo sistematicamente
descrito na literatura, as possibilidades de efeitos indesejveis
decorrentes do clareamento, que podem ir alm da
sensibilidade dentinria (KLARIC et al., 2013; CHAN, 2013;
LIA, MONDELLI et al., 2015).
Tendo ainda a ocorrncia dessas alteraes na
morfologia e no contedo mineral como o clcio, com
diminuio da microdureza superficial, aumento da rugosidade
e da permeabilidade que no se limita a dentes como tambm
afeta materiais restauradores. Caracterizando um processo
qumico de dissoluo da poro mineralizada dos dentes,
responsvel pela perda de estrutura dental, o chamado
processo de eroso, podendo afetar no apenas as
qualidades estticas, mas sua forma, funo e sensibilidade
(PINHEIRO, et al., 2011; PEREIRA, D. F. et al., 2012).
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
12
Zanet et al. (2011) em sua avaliao in vitro da
microdureza do esmalte bovino exposto a solues cidas
aps o branqueamento. Concluiu que uma diminuio na
microdureza torna as estruturas dentrias mais suscetveis a
perda mineral, e que os dentes deixados sem branqueamento
mostram valores mais elevados de microdureza em relao
aos dentes branqueados.
Com base nos achados, o presente trabalho se objetiva
em analisar os dados disponveis na literatura sobre as
correlaes das alteraes em estruturas dentais decorrentes
das tcnicas de clareamento.
2 MATERIAIS E MTODOS
O presente estudo trata-se de uma reviso bibliogrfica,
com busca ativa em base de dados como PUBMED,
MEDLINE, LILACS e Scientific Electronic Library Online
(SciELO) de produes de texto completo, nacionais e
internacionais acerca da terapia clareadora e seus efeitos
indesejveis no perodo de 2003 a 2017, utilizando de
descritores como clareamento dental, efeitos adversos, tendo
seus dados para anlise retirados a partir de pesquisas
cientficas, dissertaes e teses.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
O conhecimento dos mecanismos de ao dos gis
clareadores, incluindo interaes qumicas entre seus agentes,
os tecidos dentais e no dentais (materiais restauradores), so
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
13
fundamentais para a tentativa de minimizar os efeitos
indesejveis descritos na literatura Tab. (1), que diante de
diferentes metodologias e abordagens possuem diferentes
relatos acerca da existncia ou no de alteraes nas
estruturas aps o procedimento.
Diversas revises acerca do tema, atravs de
levantamento bibliogrfico realizado entre os anos, detectam
que o clareamento dental pode ser responsvel por desvios de
padro, a exemplo das alteraes morfolgicas na superfcie
do esmalte e em materiais restauradores, pela ao dos
perxidos na matrizes dos substratos expostos, podendo
repercutir clinicamente sob a forma de sintomatologia. Sendo
esse efeito dependente da concentrao e da composio do
agente clareador utilizado. Contudo, mais estudos clnicos e
experimentais so necessrios para comprovar a relevncias
dessas alteraes e seu comportamento ao longo do tempo
(FARINELLIA et al., 2013; DANTAS et al., 2017).
Soares et al. (2014) por meio da avaliao de diferentes
protocolos clnicos, trabalhando as variveis de tempo de
exposio dos gis ao substrato e a concentrao dos gis,
reduzindo os mesmos de 35% para 17,5%, sugere que tais
mtodos repercutem diretamente na reduo da difuso de
perxido de hidrognio atravs do esmalte e da dentina. Que
diante da literatura, configura-se como um dos meios
responsves pelas alteraes decorrentes do clareamento
dental, agregando assim, maior segurana clnica ao ps
tratamento, tornando-os portanto, esses protocolos como
alternativas a serem testados em situaes clnicas.
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
14
Tabela 1. Correlao das terapias clareadoras e possveis
efeitos adversos.
ESTUDO ANO RESULTADOS
SOARES, A.
F.
2017 Nos diferentes protocolos aplicados (gis
clareadores 15% e 35% fotoativados) foi
demonstrado alteraes pontuais na variao de
elementos qumicos e na morfologia do esmalte
dental ao longo de 15 dias, com diminuio de
clcio (Ca), fsforo (P) e oxignio (O), alm da
planificao superficial do esmalte.
VIEIRA, A. C.
et al.
2016 Na avaliao da aplicao de clareadores dentais
a base de perxido de hidrognio em dentes
bovinos, ocorreu aumento do quesito rugosidade
superficial do esmalte em todos os grupos
expostos.
FERREIRA,
A. F.M. et al.
2016
Camada superficial de esmalte mais afetada aps
clareamento, apresentando intervalos de
alterao, reas superficiais de desmineralizao
e os pontos extremos sem desmineralizao.
BORGES, A.
B. et al.
2015
O efeito de gis de perxido de hidrognio com
diferentes concentraes (20%, 25%, 30% e 35%)
no influenciaram em diferenas na microdureza
do esmalte exposto independente da
concentrao e do tempo.
TRENTINO,
A. C. et al.
2015 valores de pH dos gis clareadores tendem a
diminuir do incio para o final do procedimento.
Observando que pH mais baixos proporcionaram
um aumento significativo no desgaste do esmalte
e na rugosidade da superfcie.
RAUEN, C. 2015 Utilizando de gis clareadores a 35% e 38% com
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
15
A. et al. presena e ausncia de clcio (Ca), foi observado
aumento da permeabilidade e a rugosidade da
superfcie e a diminuio da microdureza do
esmalte humano em todos os grupos.
LAGO, A. D.
N. et al.
2014 O clareamento com perxido de hidrognio a 35%
foi responsvel pela reduo da microdureza do
esmalte dental logo aps o trmino do
procedimento, independente da presena ou no
de clcio (Ca) no gel.
MOREIRA,
R. F.
2013
Nenhum dos agentes clareadores alterou
significativamente o contedo mineral do esmalte
dental humano e tambm no houve diferenas
estatsticas entre os grupos perxido de
hidrognio 38% e 35%.
SON et al.
2012
O perxido de hidrognio a 35% foi responsvel
pela existncia de uma camada porosa na
superfcie do esmalte aps clareamento,
representando uma perda do contedo mineral.
Constitudo 97% de componentes inorgnicos, o
esmalte dentrio se mostra um tecido duro, com organizao
de seus prismas de hidroxiapatita, que superficialmente
apresenta uma caracterstica irregularidade, marcada por
sulcos, fissuras e depresses que podem ser alvo direto das
terapias clareadoras (PINHEIRO, 2012; SILVA et al., 2012).
Arajo et al. (2016) em sua pesquisa observou que os
agentes clareadores foram responsveis pela exacerbao
justamente dessas estruturas, pela ao direta do pH dos gis
clareadores. Apresentando profundidade aumentada de sulcos
e a exposio dos prismas de esmalte, devido remoo parcial
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
16
da camada aprismtica e criao de espaos criados entre
monocristalinos nos ncleos de prisma, acentuando assim os
poros do tecido. Sendo essas, alteraes que podem ser
revertidas quando em menores graus pela capacidade
remineralizadora da saliva.
Substratos desmineralizados em virtude da utilizao de
um agente clareador podem, diante de uma nova queda de
pH, desmineralizar ainda mais. Quanto mais um gel
desmineraliza, mais suscetvel fica este substrato a ser
removido durante o polimento ou at mesmo acentuado por
alimentos que compem a dieta do paciente, a exemplo das
bebidas cidas, como determinados sucos e refrigerantes
(LAGO et al., 2014).
Ittatirutt et al. (2014) comparou os efeitos dos sistemas
de branqueamento de perxido de hidrognio 25% e 35% na
rugosidade superficial e na formao de biofilme no esmalte
humano. Observando que ambos os perxidos de hidrognio
25% e 35% causaram graus semelhantes de reduo na
rugosidade da superfcie do esmalte quando comparados ao
grupo controle. Em relao a formao de biofilme, o de S.
sanguinis foi significativamente maior em amostras de esmalte
descoloridas com 35% de perxido de hidrognio do que
outros tratamentos. Com base nos achados e na repercusso
do aumento da biofilme em substrato bucal, indipensvel o
controle eficiente da placa, devendo este ser enfatizado aps
o branqueamento com altas concentraes de perxido de
hidrognio.
Zheng et al. (2014) no mesmo contexto analisou a
contagem de bactrias nos biofilmes em 3, 7, 14 e 21 dias do
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
17
grupo de branqueamento. Observando que suas quantidades
foram significativamente menor que a do grupo controle em 3,
7 e 14 dias. Enquanto que no perodo de 21 dias, quantidade
de bactrias presentes grupo de branqueamento foi
significativamente maior do que as do grupo controle.
Sugerindo que o perxido de hidrognio pode inibir o
crescimento do biofilme de Streptococcus mutans durante
cerca de 3 semanas, mas aps 3 semanas, parece que a
superfcie branqueada aumentar o crescimento do biofilme
pela alterao da morfologia superficial de esmalte, que torna-
se mais porosa, facilitando assim, adeso dos
microrganismos.
Acredita-se que os efeitos deletrios do clareamento
dental, surjam durante a eliminao das cadeias de pigmentos
por difuso da estrutura dental, com a formao dos radicais
livres pela oxidao do perxido que agem de maneira no
especfica, sendo capazes de degradar tanto a matriz orgnica
como inorgnica do substrato dental. A correlao das
alteraes em esmalte diante de pHs acdicos variando de 5,0
a 4,6 j foi constatada na literatura, no entanto podendo essa
ao desmineralizadora ser eliminada ou mascarada pela
presena da saliva humana e seus efeitos remineralizadores.
Desse modo, espera-se que a manuteno do pH em nvel de
neutralidade, contribua para a no instalao de um processo
erosivo. (BORGES et al., 2012; PASQUALI et al., 2014;
TRENTINO et al., 2015; MENDES, 2016).
Os dentes bovinos possuem utilidade em pesquisas in
vitro, por serem um substrato quimicamente uniforme e
semelhante ao humano e por permitirem a obteno de
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
18
unidades experimentais com dimenses adequadas de
amostras. Sendo possvel simular a aplicao clnica de
agentes de branqueamento no esmalte (BRITO et al., 2015).
Nessa perspectiva, Soares et al. (2016) averiguou no
procedimento clareador sobre esmalte dental bovino a
possvel correlao ph-desgaste superficial. Observando em
seu estudo que os gis clareadores mais cidos foram
responsveis pelos maiores valores de desgaste da superfcie
em todos os grupos, e que quanto menor a concentrao de
gel de branqueamento, maior o grau de previsibilidade quanto
a desgastes estruturais. Embora que todos os gis causaram
desmineralizao independentemente de sua concentrao
utilizada, ou seja, em todos os grupos experimentais.
Nascimento et al. (2014) avaliou efeitos de diferentes
protocolos clnicos, com adio e ausncia de flor de sdio
(NaF) nos diversos grupos. Sendo perceptvel alteraes na
morfologia em todos os grupos dos dentes bovinos, sendo em
menores graus quando associados ao flor de sdio (NaF) na
composio dos agentes clareadores utilizados.
No mesmo cenrio de irresoluo, a aplicabilidade de
tcnicas combinadas com ativao pelo calor e pela luz com
objetivo de fomentar os resultados esperados pelo paciente
com rapidez e eficcia, utilizam equipamentos como o LED e
laser. Esses, capazes de emitir luz em comprimentos de
ondas absorvidos pelos pigmentos, possibilitam a realizao
do tratamento em sesso nica (BETTIN et al., 2010; MAIA;
CATO, 2010).
Ao passo que representa um procedimento muito mais
rpido, essa tcnica pode potencializar as modificaes dos
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
19
tecidos dentrios mineralizados, em vista que a fotoativao
da luz sobre o perxido no aumenta significativamente o
efeito de branqueamento, mas pode melhorar a difuso de
branqueamento para reas onde no foi aplicada diretamente.
Sujeitando os elementos dentrios maiores ou menores
graus de desmineralizao, seja pelo aumento das taxas de
reaes qumicas dos agentes empregados ou manuteno
das temperaturas (LLENA et al., 2017).
Bettin et al. (2010) observou a variao de temperatura
em diferentes fontes de luz no clareamento externo, em que o
uso do LED apresentou queda de temperatura chegando a -
0,6C e -0,2C. Zanotti et al. (2014) em sua avaliao, inferiu
que o aumento de temperatura na face vestibular deu-se pela
ativao por luz, independente do gel utilizado. Sendo estes,
aspectos que associados aos diferentes comportamentos
termodinmicos do esmalte tm-se a possibilidade de
contrao e a produo de tenso, causando trincas em sua
estrutura.
No entanto, Son et al. (2012) em seu estudo, avaliou o
efeito da ativao do laser sobre o branqueamento com
perxido de hidrognio a 35% na estrutura cristalina do
esmalte durante o tratamento em dentes bovinos. Inferindo
que todos os grupos da pesquisa apresentaram camada
porosa na superfcie do esmalte aps clareamento, sendo
essa, nos grupos irradiados pelo laser uma camada
considerada sutil. Pelo fato da cristalinidade do esmalte ter
sido drasticamente diminuda pelo tratamento na ausncia da
irradiao com laser, o estudo sugere que o efeito do Laser
Diodo poderia evitar a perda de composies minerais no
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
20
esmalte e manter sua estrutura cristalina, melhorando no
apenas o efeito clareador, mas protegendo contra mudanas
estruturais.
Dionysopoulos et al. (2015) avaliou a influncia do uso
da radiao laser Er, Cr: YSGG no esmalte bovino, inferindo
que no foi significante sobre as alteraes na superfcie do
esmalte em comparao com a tcnica convencional,
apresentando em todos os seus grupos de estudo a reduo
de microdureza superficial, mas sem perda mineral.
Por fim, Berger et al. (2010) no mesmo contexto
realizou um trabalho com resultados unnimes para
diminuio do contedo mineral aps o tratamento clareador
em todos os grupos, com exceo do grupo irradiado com
LED / Laser Diodo. Embora que Berger et al (2010) em outro
estudo, concluiu que o perxido de hidrognio a 35% pode
alterar a morfologia e o nvel de mineralizao no apenas de
modo superficial mas tambm subsuperfcie do esmalte dental
independentemente do tipo de luz de branqueamento utilizada,
responsveis por menores porcentagens de volume mineral
em at 40 micrmetros.
Rocha et al. (2012) avaliou o efeito do tratamento de
superfcie com os lasers de Er: YAG e Nd: YAG sobre a
resistncia de unio resina composta ao esmalte submetido
recentemente a clareamento com perxido de hidrognio a
35%. Observando que o uso de lasers Nd: YAG e Er: YAG em
amostras descoradas foi capaz de melhorar as foras de
ligao dos mesmos, inclusive com valores mdio de
resistncia da ligao prximos aos valores encontrados no
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
21
grupo de controle no branqueado (30,92 MPa) laser Nd:YAG
(25.67 MPa).
Embora que para Leonetti et al. (2012) no estudo da
fora de ligao microtenslica de resina composta a dentina
tratada com laser Er: YAG de dentes branqueados, o mesmo
no afetou os valores de fora de ligao microtenslica. No
entanto, promoveu uma superfcie dentinria sem camada de
esfregao e os tbulos dentinrios abertos observados sob
microscpio eletrnico de varredura (MEV).
Baseado no reconhecimento da perda de elementos
minerais importantes como clcio na constituio dos tecidos
duros aps clareamento, a adio destes aos gis clareadores
se configurou como uma possibilidade de mecanismo atuante
sobre os focos de desmineralizao. Com aplicabilidade no
entanto no conclusiva, frente a presena do aumento da
permeabilidade, da rugosidade superficial e a diminuio da
microdureza do esmalte humano independentemente da
adio de flor ou clcio na composio dos gis utilizados em
alguns estudos (LAGO et al., 2014; RAUEN et al., 2015).
Contudo, Khoroushi et al. (2016) por meio da
nanoindentao investigou a adio de trs biomateriais
diferentes, incluindo o nano-bioativo de vidro (n-BG), nano-
hidroxi apetite (n-HA) e fosfato de clcio nano-amorfo (n-ACP),
aos agentes branqueadores. Sugerindo-os como potenciais
biomateriais utilizados para reduzir os efeitos adversos do
branqueamento dentrio, pelas discretas diferenas quanto
dureza do esmalte tratado com agentes mineralizantes
quando comparados com os respectivos valores basais.
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
22
De Morais et al. (2015) em seu estudo observou que o
perxido de hidrognio a 35% com clcio mostrou maior
branqueamento potencial, mas a adio de clcio no teve
efeito em termos de reduo de alteraes morfolgicas ou
aumento da concentrao de clcio na superfcie do esmalte.
Basting et al. (2015) avaliou as concentraes de clcio
e fsforo nas superfcies de esmalte antes, durante e aps o
tratamento com agentes de branqueamento de perxido de
hidrognio a 35%. Apresentando considervel diminuio na
concentrao de clcio em 7 dias aps o ltimo tratamento de
branqueamento, com recuperao aos valores basais aos 14
dias independentemente da presena ou ausncia de clcio
na formulao dos gis utilizados.
Na mesma perspectiva, Vasconcelos et al. (2012) indica
maior grau de dureza dental aps clareamento associadas
deposio mineral pelo princpio de ao dos agentes
remineralizadores, reforando os tecidos dentrios
mineralizados, pelo preenchimento dos poros microscpicos
por nanocristaisdiretamente na interface do esmalte, atuando
na manuteno da integridade estrutural.
5 CONCLUSES
Na tentativa de solucionar a seguridade de
procedimentos clnicos, a literatura tem oferecido diversos
pontos de vista acerca das terapias clareadoras e seus
possveis efeitos adversos.
Logo, diante das divergncias existentes In vitro, In situ
e In vivo, de grande importncia o aprofundamento acerca
A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO
DENTRIO
23
do tema, o estmulo a pesquisas protocoladas que possam
mediar eficcia clnica com seguridade, alm de oferecer
dados e recomendaes responsveis pela atualizao
constante dos Cirurgies-Dentistas e fabricantes, visto que
conhecimentos fundamentados cientificamente sugerem
maiores graus de confiabilidade, repercutindo assim, na
conservao da sade bucal.
Impulsionando ainda, o desenvolvimento e
aplicabilidade de novos produtos capazes de evitar ou diminuir
essa perda mineral, a fim de se evitar alteraes superficiais,
sensibilidade e qualquer dano progressivo aos pacientes
submetidos aos procedimentos clareadores.
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AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
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CAPTULO 2
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE
OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM FISSURA
PIGMENTADA
Luciane Queiroz Mota de LIMA1
Camila Franklin de MEDEIROS2
Maria Germana Galvo Correia LIMA1
Andra Gadelha Ribeiro TARGINO1 1 Professora do DCOS/ UFPB; 2Cirurgi-dentista e ex-aluna do Programa Institucional de
Voluntrios de Iniciao Cientfica -PIVIC/CNPQ/UFPB.
lucianeqmota@uol.com.br
RESUMO:O objetivo do presente estudo foi averiguar a acurcia da inspeo visual detalhada e do exame radiogrfico interproximal, na deteco da leso cariosa da superfcie oclusal de pr-molares e molares permanentes com fissuras pigmentadas. O estudo foi do tipo in vitro, com anlise quantitativa e tcnica de observao direta,utilizando o exame histolgico como padro-ouro. A amostra foi composta por 28 elementos dentrios, sendo selecionados 83 stios para o estudo. Os dados obtidos foram analisados atravs do teste de Kappa e de medidas de validade. Na inspeo visual, o valor doKappainterexaminadores foi de 0,60 e os valores intraexaminadores foi de 0,51 e 0,54. Na avaliao interexaminadores do exame radiogrfico, o valor de Kappa foi de 0,32 enquanto que naintraexaminadores foi 0,35 e 0,50. A especificidade para a inspeo visual e para o exame
mailto:lucianeqmota@uol.com.br
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
29
radiogrfico foi de 46,2% e 69,2%, enquanto que a sensibilidade foi de 78,9% e 49,1%, respectivamente. Esse estudo ratifica o aspecto subjetivo e a dificuldade da uniformizao entre os profissionais, no diagnstico da leso de crie oclusal. A inspeo visual detalhada das fissuras pigmentadas, utilizando a descrio do padro morfolgico da fissura, apresenta uma boa sensibilidade para detectar as leses cariosas na superfcie oclusal.O exame radiogrfico no contribui para a deteco da crie oclusal incipiente. Palavras-chave:Crie dentria. Diagnstico. Pigmentao.
1. INTRODUO
A cariedentaria e uma das doencascronicas mais
prevalentes no mundo todo, sendo que 90% das pessoas ja
tiveram problemas dentarios ou dor provocada por carie
(KRIGER; MOYSS, 2016) . Entretanto, observa-se que a sua
prevalnciatem diminudo consideravelmente, sendo mais
frequente apenas em grupos populacionais de baixo poder
aquisitivo. E, as superfcies oclusais, no obstante, ainda
representam as reas com maior proporo de experincia
dessa leso, quando comparadas com outras regies dos
dentes (ROMAGOSA et al., 2013).
A manifestao da doena crie vai desde a perda
inicial de mineral no nvel ultra-estrutural at a destruio total
do dente. Nos primeiros estgios detectveis clinicamente o
progresso pode ser impedido, evitando a necessidade de uma
interveno operatria (LOHN, 2001).
A deteco das leses de crie oclusais avanadas,
com cavitao, no representa um problema, entretanto, essa
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
30
dificuldade bem evidente quando se trata de leses
incipientes em esmalte (EKSTRAND, 1997; MOTA et al., 2002,
MOTA et al., 2005;THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1995), leses
em dentina sem cavitao (MOTA; LIMA; TARGINO, 2011) e
leses pigmentadas (MOTA et al., 2015).
O diagnstico das leses nas superfcies oclusais com
pigmentao enegrecida nas suas fissuras so motivos de
vrias discusses na literatura. Por vezes so tratadas como
selamentos biolgicos - ou depsitos calcificados (PEREIRA;
SOUSA, 2002), leses de crie inativa (KRASSE, 1998),
manchas extrnsecas (KOCH et al., 2001), leses de mancha
marrom (LONGBOTTOM, et al., 2012) e leses cariosas
oclusais questionveis (QOC) (MAKHIJA et al., 2014).
O principal instrumento para a deteco da leso
cariosa na superfcie oclusal durante muito tempo foi a sonda
clnica, entretanto o seu uso tem sido desestimulado por
produzir defeitos traumticos irreversveis em reas de
fissurasoclusais desmineralizadas, favorecendo condies
para a progresso das leses (MOTA; LIMA; TARGINO,
2011).
Outros mtodos de diagnstico tm sido sugeridos para
a deteco das leses cariosa na superfcie oclusal, sendo
que a inspeo visual detalhada, pode ser considerada o
melhor mtodo para a percepo dessas alteraes, visto que
capaz de diagnosticar a maioria das leses oclusais, ao
mesmo tempo em que consegue identificar as superfcies
hgidas com uma frequncia ainda maior. Mas, se por um lado
no necessrio um aparato tecnolgico para efetuar o
exame, imprescindvel que o profissional tenha
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
31
conhecimentos do processo de evoluo da crie oclusal, bem
como da aparncia da leso nos seus diversos estgios
(MOTA et al. 2010; SCHNEIDER; BOBROWSKI, 2011).
Weerheijm (1997) destaca a importncia do exame
radiogrfico no diagnstico das imagens radiolcidas em
dentina sob esmalte no cavitado, representando um mtodo
preciso para detectar esse tipo de leso. Mas, para as leses
de esmalte na superfcie oclusal, o exame radiogrfico revela
valor limitado, devido a massa radiopaca de esmalte sadio que
pode superpor alguma pequena radiolucidez (MOTA et. al,
2010).
certo que as evidncias clnicas mostram um variado
aspecto das pigmentaes enegrecidas na face oclusal de
molares e pr-molares permanentes que, de certa forma,
podem representar um depsito calcificado, uma crie inativa
ou, ainda, uma crie em progresso. A falta de preciso do
diagnstico dessas pigmentaes induz a uma diversidade de
indicao de tratamento entre os profissionais, que perpassa
desde a total ausncia de necessidade de tratamento e do
monitoramento da leso at intervenes invasivas. Ento,
este estudo objetivou averiguar a acurcia da inspeo visual
detalhada e do exame radiogrfico interproximal, na deteco
da leso cariosa da superfcie oclusal de pr-molares e
molares permanentes com fissuras pigmentadas, com o intuito
de traar orientaes para o planejamento teraputico mais
adequado para essa situao.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
32
2 MATERIAIS E MTODO
Inicialmente o projeto foi encaminhado para anlise do
Comit de tica em Pesquisa com Seres Humanos do
CCS/UFPB, tendo a aprovao do mesmo atravs do
protocolo n 0601/14.
A pesquisa realizada foi um estudo, in vitro, com uma
abordagem indutiva e anlise quantitativa, atravs da tcnica
de observao direta (LAKATOS; MARCONI, 1991), cujo
instrumento de pesquisa foi a inspeo visual detalhada e o
exame radiogrfico interproximal.
A amostra foi composta de 28 elementos dentrios
(molares e pr-molares) permanentes, extrados por motivo
periodontal, cirrgico ou ortodntico, doados pelos pacientes
para o estudo, atravs do termo de doao.
Os critrios para a seleo dos dentes, para compor a
amostra, foram semelhantes aos do trabalho de Mota et al.
(2002), com pequena adaptao. Foram selecionados dentes
com a face oclusal ntegra (ou com pequena descontinuidade),
com pelo menos uma fossa ou fissura com pigmentao
enegrecida (marrom ou preta). Foram excludos da amostra
dentes que apresentavam cavidades evidentes, selante,
depresso hipoplsica, fraturas, restauraes ou cavidades
preparadas na superfcie oclusal.
Aps a extrao, os dentes foram armazenados, em
recipiente, com soro fisiolgico. Em seguida foram inseridos
em um frasco com soluo de timol a 2%, por 24 horas, antes
do seu manuseio. Aps esse perodo, foram eliminados dos
dentes, detritos, tecidos moles e resduos de osso com a
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
33
cureta periodontal. Em seguida foram montados em 07
hemiarcadas, com resina acrlica em uma base de gesso
comum impermeabilizada, aps o seccionamento das razes.
Cada modelo continha 4 dentes (pr-molares e/ou molares
permanentes), em contatos contguos, onde foram registrados
(de A a G) e mantidos no refrigerador, dentro de um
recipiente, contendo soro fisiolgico.
Posteriormente, foi realizada uma profilaxia cuidadosa
da face oclusal dos dentes, com pedra pomesextra-fina e
gua, juntamente com uma escova tipo pincel, em baixa
rotao, lavagem e armazenamento nas condies relatadas
anteriormente. Os stios foram demarcados, num total de 89.
Fotografia digital da superfcie oclusal de cada dente foi
captada e impressa em papel comum, em preto e branco, para
servir de diagrama no auxlio dos examinadores na localizao
dos stios (JABLONSSKI-MOMENI et al., 2008). O diagrama
foi realizado, atravs da edio da foto, com a utilizao dos
artifcios do aplicativo ferramenta de imagens do Microsoft
PowerPoint, 2010.
Dois examinadores foram inicialmente treinados nos
critrios do padro de pigmentao descritos por Neuhauset
al. (2012) com pequenas adaptaes, atravs da inspeo
visual detalhada e nos critrios do exame radiogrfico.
Aps o treinamento, os examinadores avaliaram os
espcimes da amostra, sob a luz do refletor do equipamento
odontolgico. Os dentes foram examinados ainda midos e
em seguida aps a secagem, com a seringa trplice do
equipamento odontolgico, por 5 segundos, onde foram
categorizados de acordo com a Figura 01.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
34
Figura 01: Quadro da classificao das fissuras pigmentadas de acordo com o seu padro de alargamento (NEUHAUS et al. 2012, com algumas adaptaes*).
* Foi feita uma descrio do que seria o padro de alargamento da fissura.
As hemiarcadas foram radiografadas, com filme
periapical adulto, com distncia padronizada em posicionador
radiogrfico, e posteriormente enumerados e revelados em
uma cmara escura convencional (pelo mtodo temperatura-
tempo).
O exame radiogrfico foi realizado em um ambiente
escuro, com um negatoscpio 30 x 15, com luz limitada ao
tamanho da pelcula radiogrfica, por mscara de cartolina
preta, com o auxlio de uma lupa (4x). O examinador observou
a radiografia e fez o registro na ficha, de cada stio, de acordo
com os critrios propostos por Ekstrand; Ricketts e Kidd
(1997): 0- nenhuma radiolucncia visvel; 1- radiolucncia
visvel no esmalte; 2- radiolucncia visvel no 1/3 externo da
Escore Critrio
0 Morfologia limpa das fissuras
1 Fissura pigmentada (amarelo, marrom ou preta) sem
alargamento do padro (restrita ao interior da fissura)
2 Leve alargamento do padro da pigmentao da fissura
(inferior ao dobro de sua largura)
3 Alargamento do padro de pigmentao da fissura (igual ou
superior ao dobro de sua largura)
4 Fissura pigmentada associada ao rompimento localizado do
esmalte, sem dentina visvel.
5 Fissura pigmentada associada a sombra escura escondida em
dentina
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
35
dentina; 3- radiolucncia no 1/3 mdio da dentina; 4-
radiolucncia no 1/3 interno da dentina.
Os examinadores fizeram a anlise
independentemente, e os escores foram anotados em uma
ficha elaborada especificamente para esta pesquisa, a fim de
se verificar a reprodutibilidade inter-examinador (estudo cego).
Aps 7 dias, os dois examinadores fizeram uma nova
avaliao da amostra para se verificar a reprodutibilidade
intraexaminador, com semelhantes condies e mesma
sequncia realizada anteriormente. Aps o registro dos
exames, foi feita uma verificao dos casos de discordncia
de diagnstico. Ento, foi feito um reexame dos casos
incombinveis, em conjunto, tanto da inspeo visual, quanto
do exame radiogrfico, uma vez que os dados obtidos desse
consenso foram registrados em outra ficha e comparados com
o exame histolgico - padro ouro.
Os dentes foram seccionados, no sentido vestbulo-
lingual, com um disco de diamante de dupla face, sob
intensarefrigerao, em baixa rotao, nos locais
correspondentes a cada stio examinado. Em seguida, foi
realizado um corte perpendicular ao longo eixo do dente, na
altura da raiz, para se obter as seces que foram
armazenadas, individualmente.
Os cortes dos stios foram lixados e polidos
manualmente com lixas de papel de 360 a 1.200 gros para
obter-se uma superfcie plana e lisa, com uma espessura final
de cerca de 280 Mm e avaliados em lupa estereoscpica (Olympus Japan, Sz40), com aumento de 40X, e observados
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
36
por outro examinador independente, para definir os seguintes
escores (PEREIRA; VERDONSCHOT; HUYSMANS,2001): 0 -
Nenhuma crie; 1 - Crie at a metade do esmalte; 2 - Crie
at o limite amelo-dentinrio; 3 - Crie at a metade da
dentina; 4 - Crie alm da metade da dentina.
Foram avaliados os dois lados de cada seo,
econsiderado o que teve a alterao mais extensa. A
profundidade da desmineralizao do esmalte foi
identificadana rea mostrando a maior extenso de opacidade
ao longo da direo dos prismas. A profundidade da
desmineralizao da dentina foi medida na rea onde a cor
passou de marrom/amarelado ao cinza ao longo de uma linha
perpendicular juno esmalte-dentina para a polpa
(ANGNES et al., 2005).
Para anlise estatstica, a acurcia do mtodo foi
avaliada comparando-se os resultados com os diagnsticos
histolgicos. Esses dados permitiram calcular a sensibilidade e
a especificidade de cada mtodo. A reprodutibilidadeintra e
interexaminadorfoi verificada atravs do teste de Kappa, e o
nvel de significncia foi de p< 0.05.
2. RESULTADOS E DISCUSSO
Na avaliao intraexaminadores da inspeo visual o
coeficiente Kappa variou entre 0,51 e 0,54, que segundo
parmetros de interpretao (DANCEY; REIDY, 2006; PINTO
et al., 2008) representam concordncia moderada. Na
avaliao interexaminadores, foi observado o valor de Kappa
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
37
de 0,60, sendo considerada uma concordncia tambm
moderada.
Na avaliao intraexaminadores do exame radiogrfico,
o coeficiente Kappa variou entre 0,35 e 0,50, sendo
interpretados como uma concordncia fraca e moderada,
respectivamente. Na avaliao interexaminadores, o valor de
Kappa foi de 0,32, o que representa uma concordncia fraca.
A subjetividade do diagnstico das fissuras
pigmentadas ratificada nesse estudo, visto que os seus
diferentes aspectos, determinados pelos escores utilizados na
inspeo visual detalhada, so visualizados de forma distinta
entre os examinadores, e inclusive, entre o prprio
examinador. Percebe-se que mesmo utilizando critrios bem
definidos, a divergncia de diagnstico ainda uma realidade.
Isto pode ser comprovado a partir dos resultados da
concordncia intra e interexaminador apresentados que foi
considerada moderada, para as duas situaes. Pesquisas
sobre o diagnstico de crie utilizando semelhantes critrios
no foram encontrados na literatura, entretanto, outros
estudos utilizando escores distintos mostraram resultados
semelhantes (DINIZ et al., 2009; RAMREZ; CLAVEL, 2012)
Embora o sistema de critrios utilizado para o exame
visual nesse estudo no tenha proporcionado uma
reprodutibilidade perfeita, observa-se que o mesmo de
grande relevncia, pois representa uma tentativa de
padronizao da deteco da leso cariosa nas superfcies
oclusais com fissura pigmentada. certo que mesmo
utilizando esses critrios a subjetividade do exame ainda
persiste, entretanto, acredita-se que o resultado seria menos
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
38
satisfatrio se os mesmos no fossem utilizados, visto que
norteiam a descrio do padro morfolgico da fissura
pigmentada, nunca doravante visto em outros sistemas de
escores de deteco da leso cariosa.
Ressalta-se que o exame radiogrfico, mesmo
utilizando critrios j bem estudados, mostrou um resultado
ainda inferior. oportuno enfatizar que, nesse estudo, os
examinadores, ambos cirurgies-dentistas, possuam um nvel
de instruo semelhante e estavam atualizados quanto ao
processo de formao e evoluo da leso de crie, que
uma condio importante para minimizar as divergncias
diagnstica, segundo Mota et al. (2002) e Tosoni et al.(2004).
A inspeo visual calculada a partir das respostas do
consenso dos sujeitos apontou tanto o diagnstico fissura
pigmentada sem alargamento do padro (restrita ao interior da
fissura) - escore 1, quanto a morfologia limpa das fissuras-
escore 0 - como sendo os diagnsticos mais prevalentes,
sendo citados em cada ocasio por 33,7% e 28,9% dos casos,
respectivamente. O exame histolgico, por sua vez,
apresentou os principais diagnsticos carie ate o limite amelo-
dentinario- escore 2 e nenhuma carie escore 0, citados em
31 (37,5%) e 26 (31,3%) dos casos, respectivamente. Os
demais resultados esto discriminados na Tabela (1).
Ao avaliar a correlao da inspeo visual detalhada,
em comparaco com o histolgico, que foi o padro-ouro-
Tab. (1), verifica-se que a grande maioria dos stios com
pigmentao, sem a associao com o rompimento do
esmalte ou sombreamento possua desmineralizao apenas
at o limite amelo-dentinrio. importante ressaltar que stios
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
39
diagnosticados com morfologia limpa das fissura tambm
possuam desmineralizao, mas, da mesma forma, ela
estava contida at o limite limiteamelo-dentinrio. Por outro
lado, nas leses com pigmentao, sem a associao com o
rompimento do esmalte ou sombreamento, tambm havia, em
alguns casos, stios com desmineralizao com envolvimento
da metade interna da dentina, as denominadas cries ocultas.
Tabela 1 - Avaliao da inspeo visual detalhada (consenso entre os examinadores) em funo do exame
histolgico (padro ouro), por escore.
His
tol
gic
o Inspeo Visual
0 n(%)
1 n(%)
2 n (%)
3 n(%)
4 n (%)
5 n (%)
Total n (%)
0 124,5 1113,2 022,4 011,2 - - 2631,3
1 02 2,4 044,8 044,8 011,2 - - 1113,2
2 08 9,7 1012,1 089,7 056,0 - - 3137,5
3 01 1,2 033,6 022,4 011,2 033,6 022,4 1214,4
4 01 1,2 - - - - 022,4 03 3,6
TOTAL 2428,9 2833,7 1619,3 089,7 033,6 044,8 83100,0
Constata-se, tambm, que alguns stios que possuam
fissuras pigmentadas no apresentaram nenhuma
desmineralizao pelo histolgico. Para Pitts, (2012), as
pigmentaes escuras nas fissuras podem ocorrer devido a
ingesto de ch ou caf e esses manchamentos no
relacionados crie tendem a ser observados em quase todas
as fossas e fissuras de maneira simtrica. Para, Makhija et
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
40
al.(2014), essas alteraes deveriam ser denominadas de
leses cariosas oclusais questionveis (QOC), visto que,
frequentemente, so motivos de incertezas de diagnstico por
parte dos profissionais, e a determinao de suas
caractersticas relevante na tomada de decises de
diagnstico e tratamento.
Tambm, observa-se que a simples existncia da
pigmentao no implica na necessria presena da leso de
crie, pois muitos stios possuem essa alterao de cor e
esto livres de crie.
Observando, ainda, a Tab. (1), verifica-se que todos os
stios diagnosticados com pigmentao associado a
sombreamento (escore 5), tiveram desmineralizao ao nvel
de dentina, as denominadas cries semiocultas. O termo
carie semioculta e utilizado para especificar as leses de
cries oclusais localizadas na dentina, cujo esmalte encontra-
se aparentemente ntegro, mas com mudana de colorao da
superfcie, visvel atravs da inspeo visual detalhada
(MOTA; LIMA; TARGINO, 2011). Desta forma, percebe-se a
importncia de uma inspeo visual meticulosa, j que
possvel detectar leses cariosas sob esmalte no cavitado,
atravs da observao da mudana de colorao e
configurao da superfcie.
O estudo de Ekstrand, Kuzmina e Bjrndal (1995), com
molares que apresentavam pigmentaes amarronzadas com
ou sem destruio localizada,mostrou que aproximadamente
50% dos elementos dentrios tinha desmineralizao
superficial em dentina.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
41
A resposta do consenso, sobre o exame radiogrfico,
dos sujeitos indicou tanto o diagnstico nenhuma
radiolucncia visvel - escore 0, quanto radiolucncia visvel
no esmalte escore 2, como sendo os diagnsticos mais
prevalentes, sendo citados em cada ocasio por 47 (56,6%) e
28 (33,7%) dos casos, respectivamente. Dos 3 casos
diagnosticados pelo exame radiografico como radiolucncia
no 1/3 medio da dentina escore 3, apenas 1 sitio possua
carie alem da metade da dentina escore 4, pelo exame
histolgico. Os demais resultados esto discriminados na
Tabela(2).
Ainda observando a Tab. (2), verifica-se a dificuldade
de diagnstico das leses incipientes em esmalte na superfcie
oclusal, visto que muitos stios registrados como nenhuma
rediolucncia visvel escore 0, possuam alguma
desmineralizao pelo histolgico. Segundo Soares et al.
(2012), as imagens radiogrficas tendem a subestimar a real
extenso das reas desmineralizadas. Isso acontece devido a
sobreposio do esmalte das cspides vestibulares e linguais
sobre a regio de fissuras oclusais, dificultando a visualizao
de leses incipientes em esmalte por meio da radiografia.
Tabela 2 - Avaliao do exame radiogrfico (consenso entre os examinadores) em funo do exame histolgico
(padro ouro), por escore.
His
tol
gic
o
Exame Radiogrfico
0 n(%)
1 n(%)
2 n (%)
3 n(%)
4 n (%)
TOTAL n(%)
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
42
0 1821,7 089,6 - - - 2631,3
1 056,1 067,2 - - - 1113,3
2 1821,7 11 13,3 011,2 01 1,2 - 3137,4
3 06 7,2 033,6 022,4 01 1,2 - 1214,4
4 - - 022,4 01 1,2 - 03 3,6
TOTAL 4756,6 2833,7 056,1 033,6 - 83100,0
Com o escopo de viabilizar comparaes mais
detalhadas e calcular medidas de validade, os dados foram
recategorizados para uma escala de resposta dicotmica. O
criterio morfologia limpa das fissuras foi recategorizado para
ausente, e os demais criterios foram recategorizados para
presente, para a inspeco visual detalhada e o exame
radiografico; e para o exame histolgico, o criterio nenhuma
carie, para ausente e os demais criterios para presente
Tabelas (3 e4 ).
Quando a correlao entre a inspeo visual e o
histolgico foi realizada, considerando apenas a situao
dicotmica em ter ou no alterao, independente do aspecto
da fissura e da severidade da leso, observou-se que 78,9%
dos stios com pigmentao, possua alguma
desmineralizao e que dos 26 stios considerados ausentes
pelo histolgico, 12 (46,2%) tambm foram registrados como
ausentes pela inspeco visual detalhada Tab. (3).
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
43
Tabela 3 - Avaliao do consenso da inspeo
visual detalhada entre os examinadores em funo do
exame histolgico (padro-ouro).
HISTOLGICO
Inspeo Visual
Presente (1,2,3,4)
Ausente (0) TOTAL
n % n % n %
Presente (1,2,3,4)
45 78,9 12 21,1 57 100,0
Ausente (0) 14 53,8 12 46,2 26 100,0
TOTAL 59 71,1 24 28,9 83 100,0
Estatstica Inferencial
Taxa bruta de concordncia: 68,6%
Na Tabela (4), pode-se observar que dos 57 stios
registrados como presentes pelo exame histolgico, 28
(49,1%) tambm foram categorizados como presentes pelo
exame radiogrfico, e dos 26 stios identificados como
ausentes pelo histolgico, 18 (69,2%) tambem foram
categorizados como ausentes pelo radiografico.
As taxas brutas de concordncia foi de 68,6% e 55,4 %
para a inspeo visual e exame radiogrfico, respectivamente.
Esses valores denotam a importncia da utilizao dos
critrios usados nesse estudo, para a inspeo visual
detalhada, no diagnstico das leses cariosas em fissuras
pigmentadas e a predileo desse mtodo, quando
comparado com o exame radiogrfico.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
44
Tabela 4 - Avaliao do consenso do exame radiogrfico entre os examinadores em funo do exame histolgico
(padro-ouro). HISTOLGICO
Exame Radiogrfico
Presente (1,2,3,4)
Ausente (0) TOTAL
n % n % N %
Presente (1,2,3,4)
28 49,1 29 50,9 57 100,0
Ausente (0) 08 30,8 18 69,2 26 100,0
TOTAL
36
43,4
47
56,6
83
100,0
Estatstica Inferencial
Taxa bruta de concordncia: 55,4%
Na sequncia, foram calculadas as medidas de validade
que podem ser vistas nas Tabelas (5) e (6). Na Tabela (5),
observa-se que o valor da especificidade (verdadeiros
negativos) da inspeo visual detalhada foi de 46,2%,
enquanto que a sensibilidade (verdadeiros positivos) foi de
78,9%. Tambm, verifica-se que o valor preditivo positivo foi
bastante considervel (76,3%).
Nesse estudo, a especificidade foi inferior aos
resultados encontrados por Mota et al.(2010) e Ramrez;
Clavel(2012). Ento, percebe-se que a ausncia de
pigmentao na fissura no um sinal clnico de ausncia de
desmineralizao na estrutura dentria.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
45
Tabela 5: Avaliao das medidas de validade do consenso entre os examinadores da inspeo visual e o exame
histolgico (padro-ouro). MEDIDAS DE
VALIDADE % INTERPRETAO
Especificidade (verdadeiros negativos)
46,2% Em 46,2% dos casos, o examinador identificou os stios sem alteraes.
Sensibilidade (verdadeiros positivos)
78,9 % Em 78,9% dos casos, o examinador identifica as condies com
alteraes.
Valor Preditivo Positivo
76,3 % a proporo de dentes com
alteraes, dentre aqueles que foram diagnosticados com alteraes.
Valor Preditivo
Negativo
50,0%
a proporo de dentes sem alteraes, dentre aqueles que foram
diagnosticados sem alteraes.
Atravs da Tab. (6) pode-se constatar que o valor da
especificidade (verdadeiros negativos) do exame radiogrfico
foi de 69,2%, enquanto que a sensibilidade (verdadeiros
positivos) foi de 49,1%. Tambm, verifica-se que o valor
preditivo positivo foi bastante considervel (77,8%). Portanto,
esse mtodo foi mais especfico do que sensvel. Esse
resultado j era esperado, visto que a amostra foi composta
por elementos dentrios com a face oclusal ntegra ou com
pequena descontinuidade, queapresentam dificuldades de
visualizao pelo exame radiogrfico, ratificando as
concluses do estudo de Bobrowskie Schneider (2011),
quando afirmaram que o exame radiogrfico pouco contribuiu
para a deteco de crie oclusal. De acordo com Soares et al.
(2012), o exame radiogrfico apresenta alta sensibilidade na
deteco de leso de crie dentinria, entretanto baixa
sensibilidade para deteco de leso de crie em esmalte.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
46
Relacionando a inspeo visual detalhada com o exame
radiogrfico, nota-se que a inspeo visual apresentou uma
melhor sensibilidade e o exame radiogrfico uma melhor
especificidade Tabelas (5) e (6). Isso ocorre devido a
inspeo visual detalhada ser capaz de detectar a maioria das
leses oclusais incipientes, enquanto que no exame
radiogrfico h uma forte tendncia de classificar as
superfcies portadoras das leses incipientes como hgidas,
elevando o valor da especificidade. A alta especificidade do
exame radiogrfico importante porque evita na maioria das
vezes, um tratamento operatrio desnecessrio (MOTA et al.,
2010).
Tabela 6: Avaliao das medidas de validade do consenso entre os examinadores do exame radiogrfico e o exame
histolgico (padro-ouro). MEDIDAS DE
VALIDADE % INTERPRETAO
Especificidade (verdadeiros negativos)
69,2% Em 69,2% dos casos, o examinador identificou os stios
sem alteraes. Sensibilidade
(verdadeiros positivos) 49,1 % Em 49,1% dos casos, o
examinador identifica as condies com alteraes.
Valor Preditivo Positivo
77,8 %
a proporo de dentes com alteraes, dentre aqueles que
foram diagnosticados com alteraes.
Valor Preditivo
Negativo
38,3%
a proporo de dentes sem alteraes, dentre aqueles que
foram diagnosticados sem alteraes.
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
47
Numa viso geral, pode-se inferir que a presena de
fissuras pigmentadas na superfcie oclusal de molares
permanentes e pr-molares sugere a existncia de
desmineralizao, o que ratificado com o alto valor do poder
preditivo do exame visual dessa pesquisa. Entretanto,
observa-se que,na maioria dos eventos, ela se encontra ao
nvel de esmalte, sem necessidade de interveno
restauradora. Como a progresso da leso lenta, o controle
profissional e a adoo de medidas preventivas podero
induzir a total regresso da leso (MOTA et al., 2010). Pitts
(2012) tambm enfatiza que investigaes cientficas tm
demonstrado que como a maior parte das leses at a juno
amelo-dentinrias no so cavitadas, nenhuma interveno
operatria necessria nesse estgio e apenas a
desorganizao regular do biofilme, preferencialmente na
presena de flor, deve ser indicada como tratamento.
Essa pesquisa desperta a necessidade de maior
discusso cientfica sobre o diagnstico das fissuras
pigmentadas nas superfcies oclusais e orienta a busca de
estudos mais aprofundados sobre o tema, para nortear os
clnicos no plano de tratamento dessas alteraes.
5 CONCLUSES
Com base nos resultados desse estudo, pode-se
concluir que:
1) A boa reprodutibilidade, intra e interexaminadores, da
inspeno visual e do exame radiogrfico nas leses
pigmentadas de difcil alcance, ratificando o aspecto
AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
48
subjetivo e a dificuldade da uniformizao entre os
profissionais, no diagnstico da leso de crie oclusal.
2)A inspeo visual detalhada das fissuras pigmentadas,
utilizando a descrio do padro morfolgico da fissura,
apresenta uma boa sensibilidade para detectar as leses
cariosas na superfcie oclusal, enquanto que o exame
radiogrfico apresenta uma especificidade melhor.
3) A simples existncia da pigmentao no implica na
necessria presena da leso de crie, pois as fissuras
oclusais podem possuir essa alterao de cor e estar
livres de crie.
4) A grande maioria das superfcies oclusais com fissuras
pigmentadas, sem a associao com o rompimento do
esmalte ou sombreamento,possue desmineralizao
apenas at o limite amelo-dentnrio.
5) O diagnstico de carie em estgio inicial, nas regies
oclusais de fssulas e fissuras, principalmente com
pigmentao, ainda um desafio para os profissionais.
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AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES
PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA
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