geotecnia x pavimentaÇÃo
Post on 29-Oct-2015
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GEOTECNIA X PAVIMENTAÇÃO
Didaticamente, pode-se dizer que um pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas compostas por materiais diversos que tem finalidades:
estrutural / funcional / segurançacapacidade de carga / conforto / interação
REVESTIMENTOBASE
SUB-BASESUBLEITO
Relação entre camadas: tensões x deformações
Geotecnia (subleito) fundação do pavimento as características físico-mecânicas dos materiais
constituintes do conjuntoPavimentação as relações de comportamento das camadas entre si
e sua distribuição no subleito
A GEOTECNIA fundamentalmente determina as condições de fundação do pavimento como estrutura.
O PAVIMENTO como estrutura tem pequena espessura porém grande extensão, que é extremamente influenciada pelas condições climáticas e de carregamento, altamente variável, transiente e de difícil caracterização.
Diferenças que a GEOTECNIA tem que considerar quando estuda fundações para diferentes estruturas (Medina, 1988):
1) PRÉDIO:
a) área de terreno pequena e investimento grande por metro quadrado;
b) os coeficientes de segurança quanto à ruptura são grandes;
c) o clima não preocupa quanto à resistência estrutural;
d) vida útil de cerca de 100 anos, porém o obsoletismo ocorre antes desse prazo por outras razões que não as estruturais (urbanísticos, interesses imobiliários);
e) nível d'água considerado constante;
f) cargas predominantemente estáticas e bem definidas;
g) estudos geotécnicos de fundações: sondagem de reconhecimento até "impenetrável à percussão" e por vezes sondagens especiais, ensaios "in situ" e ensaios de laboratório.
2) BARRAGEM DE TERRA:
a) área de terreno grande, porém concentrada e investimento elevadíssimo por metro quadrado, consideradas todas as obras e não apenas a barragem;
b) coeficientes de segurança quanto à ruptura por cisalhamento relativamente pequenos;
c) clima não é diretamente relevante;
d) vida útil longa e indefinida;
e) o nível de água represada oscila; considera-se a hipótese de esvaziamento rápido na análise de estabilidade da barragem;
f) cargas predominantemente estáticas, e bem definidas; em regiões sujeitas a sismos o efeito dinâmico é considerado explicitamente;
g) estudos geotécnicos e geológicos; de fundação (sondagem de solos e rochas) de construção (ocorrências e compactação) ensaios laboratoriais pormenorizados e imprescindíveis e ensaios especiais de campo (perda d'água).
3) PAVIMENTO:
a) faixa de terreno de cerca de 10 m de largura e 0,50 m de espessura, por vários quilômetros de extensão e investimento relativamente pequeno por metro quadrado;
b) coeficientes de segurança baixos e definidos (métodos de dimensionamento empíricos e tratamento determinísticos);
c) o clima é fator preponderante;
d) vida útil (ou de projeto) pequena: 10 a 20 anos;
e) subleito (fundação) considerado saturado nos métodos de dimensionamento desenvolvidos nos Estados Unidos; nos estudos de resistência no país, considera-se o solo na umidade ótima do ensaio proctor normal;
f) cargas transientes de efeito destrutivo variável; previsão de evolução do tráfego é aproximada assim como a da vida útil; intemperização das camadas superiores por ação do tráfego e do tempo afetam a integridade do pavimento, sua vida e serventia de forma mais sensível do que nos outros tipos de estrutura.
g) estudos geotécnicos: sondagem do subleito a pá picareta a pequenas profundidades (até 1,5 m); amostras trabalhadas para ensaios de caracterização e de suporte do subleito; as prospeções de ocorrências de materiais ou jazidas são feitas em grandes extensões a pequenas profundidades.
Todavia para se chegar ao subleito e ao pavimento é necessário implantar a rodovia.
Em todas as etapas necessárias à elaboração de um projeto rodoviário, desde a escolha do traçado até a manutenção da rodovia em operação, é necessário ter em conta características geotécnicas dos materiais com que foi construída a estrada bem como as propriedades dos maciços sobre os quais ela foi construída.
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