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Gêneros Narrativos:

Crônica

Profa. Raquel Michelon

O que é uma

narrativa?

Textos Literários: Trabalho com as palavras ( conotação - subjetividade )

Texto Não literário: Trabalho com as palavras ( denotação - objetividade )

Romance( longa narrativa

de ficção)

Crônica ( relato de fato do dia a dia )

Notícia( relato real )

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Quais são as características fundamentais de uma narrativa?

Narração

onde?

|

quando? — FATO — com quem?

|

como?

Narradoré quem narra a história.

Narrador x

Autor

FOCO NARRATIVOInterno ou Externo

O narrador pode ser observador (quando a história é contada em terceira pessoa)

Nesses casos, o narrador tem conhecimento da história e conta ao leitor (ou ao espectador), com

certa neutralidade, o que está acontecendo ou o

que aconteceu.

Exemplo: O Senhor dos Anéis

“Quando o Sr. Bilbo Bolseiro de Bolsão anunciou que em breve celebraria seu onzentésimo primeiro aniversário com uma festa de especial grandeza, houve muito comentário e agitação na Vila dos Hobbits.

Bilbo era muito rico e muito peculiar, e tinha sido a atração do Condado por sessenta anos, desde seu notável desaparecimento e inesperado retorno.”

(TOLKIEN, 2009, p. 21)

O narrador observador pode ser onisciente.

Ele também narra a história em terceira pessoa, mas não é apenas um observador: ele tem

conhecimento pleno sobre o enredo e sobre as

personagens, até mesmo seus pensamentos mais íntimos.

Exemplo: A menina que roubava livros

“Internamente, procurou livrar-se de uma espécie de alegria pelo fato de a janela estar fechada. Censurou-se com aspereza. Por quê, Liesel?, perguntou a si mesma. Por que você tinha que explodir quando despediram a mamãe? Por que não podia ficar com essa sua matraca fechada?”

(ZUSAK, 2008, p. 206)

Outro tipo de narrador é o personagem (quando a história é contada em primeira pessoa).

Nesses casos, o narrador tem dois papéis: ele conta a história e participa dela. Pode contar fatos passados, acontecimentos presentes, mas não prevê ações futuras.

Nesse tipo de narração, a subjetividade é determinante, pois o narrador conta a história a partir de seu ponto de vista.

Exemplo: Crepúsculo

“Na verdade, eu tinha certeza de que havia algo diferente. Lembrava-me nitidamente da cor preta dos olhos dele na última vez em que ele olhou para mim – a cor se destacava contra o fundo de sua pele clara e o cabelo castanho-avermelhado. Hoje, os olhos dele eram de uma cor completamente diferente: um ocre estranho, mais escuro do que caramelo, mas com o mesmo tom dourado. Eu não entendia como podia ser assim, a não ser que, por algum motivo, ele estivesse mentindo sobre as lentes de contato.”

(MEYER, 2009, p. 42)

TempoÉ o momento em que as personagens vivenciam as suas experiências e ações.

O tempo pode ser cronológico (um dia, um mês, dois anos). Ou seja, existe uma sequência cronológica dos fatos marcada por horas e datas.Exemplo: O diário de Anne Frank

O quarto grande, no andar de cima, estava alugado a um tal sr. Goudsmit, um homem divorciado, de mais ou menos trinta anos. Como nesse domingo parecia não ter nada que fazer, foi ficando conosco até às dez horas, não conseguimos despedi-lo antes. às onze horas chegaram a Miep e o Henk san Santen.“

(FRANK, 2000, p. 17)

Ou pode ser psicológico (memória de quem narra, flashback feito pelo narrador; pessoal ou interior). Exemplo: Anônimo.

“Estive relembrando os tempos em que corriadescalça na terra batida do quintal da casa grande nosítio da minha vó. Senti por alguns instantes o cheirode terra molhada quando chovia... A memória nosfaz reviver tempos que jamais voltarão.”

EspaçoLugar onde as ações acontecem e se desenvolvem.

Pode ser real/FÍSICOExemplo: Quarto de despejo: extinta favela do Canindé na cidade de São Paulo.

“Chegaram novas pessoas para a favela. Estão esfarrapadas, andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensasse na sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho. O único perfume que exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga.”

(DE JESUS, 2005, p. 42)

O espaço/lugar pode ser criado pelo autor. / PSICOLÓGICOExemplo: As crônicas de Nárnia: Nárnia; Senhor dos Anéis: Terra Média.

“– É possível – prosseguiu o sábio – que eles ou ele voltem a alguns dos velhos lugares de Nárnia. Este, onde nos encontramos agora, é o mais antigo e o mais sagrado de todos, pelo que me parece provável que a resposta ao nosso apelo se concretize aqui.”

(LEWIS, 2009, p. 337)

Na mesma história, pode haver lugares reais e fictícios.Exemplo: Harry Potter: Londres, Hogwarts.

“ ‘Foi assim que Dolores Umbridge acabou sendoindicada para o corpo docente de Hogwarts’, disse Wesley ontem à noite. ‘Dumbledore não conseguiu encontrarninguém, então o Ministério nomeou Umbridge e, naturalmente, ela alcançou imediato sucesso, revolucionando inteiramente o ensino da Defesa Contra as Artes das Trevas e informando em primeira mão aoministro o que está realmente acontecendo emHogwarts.’ ” (ROWLING, 2007, p. 130-131)

PersonagensSujeitos que participam e são responsáveis pela história.

São os personagens que geram os conflitos e as ações do enredo.

Personagens

ProtagonistasAntagonistas

Secundárias ou coadjuvantes

Personagens

Quanto aos aspectos psicológicos podem ser:

Planas ou Lineares = superficiais; previsíveis

Redondas = complexas; multiformes; evoluem na narrativa

EnredoÉ a trama, aquilo que acontece na história.

Normalmente, todo enredo tem início, desenvolvimento e fim. Entretanto, no caso de diários, por exemplo, não ocorre dessa forma.

Escreva uma narrativa cuja primeirafrase seja a seguinte:

Chegou, enfim, o momento de Julianotratar com seus pais do conflito que ovem atormentando há muito tempo.

Tarefa:

Pesquisar o nome de uma autoracontemporânea de textos curtos e trazerum texto dessa autora para a próximaaula.

(Atenção: alguns alunos serão chamadospara ler textos e falar um pouco sobre aautora)

Crônica: o cotidiano como inspiração

literária

O que é crônica?

A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa.

A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo.

OrigemDa palavra

Crônica

• veiculada em revistas ou jornais.

• É feita com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentrode um espaço sempre igual e com amesma localização, criando-se assim, notranscurso dos dias ou das semanas, umafamiliaridade entre o escritor e aquelesque o leem.

A crônica

• texto curto e narrado em primeira pessoa

• escritor está "dialogando" com o leitor

• visão totalmente pessoal de um determinadoassunto: a visão do cronista.

A crônica

• É muito importante que o seu ponto de vista, a sua forma de ver aquele fato fique evidente. Esse é um dos elementos que caracterizam a crônica: uma visão pessoal de um evento.

• Vídeo retrato da real beleza – ponto de vista

https://www.youtube.com/watch?v=Il0nz0LHbcM&hd=1

Ponto de vista

Crônica

• Vinculada ao jornalismo;

• não tem organização muito definida ( mais livre );

• fusão de narrativa com a expressão de opiniões e ideias;

(mistura fatos, opiniões e impressões pessoais do enunciador)

Língua Portuguesa, 9º AnoGêneros textuais: romance, crônica, notícia

Resumindo...

Crônica

•combina elementos literários com elementos dalinguagem jornalística;

(linguagem figurada x objetividade: clareza deinformações )

Língua Portuguesa, 9º AnoGêneros textuais: romance, crônica, notícia

Linguagem

• tema: problemas do cotidiano;

• Personagens: pessoas comuns ( sem nome ou com nomes genéricos)

(sem aprofundamento psicológico - apresentadas em traços rápidos);

• organizado em torno de um único núcleo, um único problema;

• objetivo: envolver, emocionar o leitor, levando-o à reflexão.

Língua Portuguesa, 9º AnoGêneros textuais: romance, crônica, notícia

Pra não esquecer mesmo!

Crônica humorística - Um estudo

específico

O homem trocado

• Crônica de Luis Fernando Veríssimo;

• Faz parte da compilação “Comédias para se Ler na Escola” (2001)

• O que o título sugere?

Interpretando...

• Por que o título “O Homem Trocado”?

• Narrador: observador ou personagem?

• Quais os personagens da crônica?

• Onde se passa a estória?

• Em que fato do quotidiano o narrador se baseou?

• No início da crônica, o homem fica tranquilo ou agitado?

Interpretando...

• Que enganos que aconteceram durante a vida do homem, desde seu nascimento até o momento da cirurgia?

• O final confirma ou contrasta com o início da crônica?– O que gera humor no texto?

• Como é a linguagem? Formal ou coloquial?

• Discurso direto ou indireto?

Estrutura básica da crônica lida

Antes de escrever sua crônica, pense:

• Narrador

– Personagem ou observador?

• Personagens: quem vai participar da estória?

– Poucos

– Cotidianos

– Não precisa descrevê-los muito.

Antes de escrever sua crônica, pense:

• Espaço: onde se passará a estória?

– Em geral, um único espaço (uma sala de recepção, um escritório, o banco de uma praça etc.);

– Não precisa descrevê-lo muito, só o necessário;

• Tempo: quando?

– Em geral, presente, podendo haver voltas ao passado.

Quando for escrever sua crônica...

• Enredo

– Baseado em um fato cotidiano;

• Um flagrante da vida, curioso e atual

– Precisa ser e interessante (como?);

– Pense, passo a passo, o que vai acontecer;

• Começo, meio e fim!

Enredo

• Em geral, começa-se situando o leitor quanto a personagens, espaço e tempo, veja:

• Seguem as ações planejadas por você, contadas em discurso direto e/ou indireto;

Enredo

• O final deve ser surpreendente, colaborando com o objetivo da crônica;

Quando for escrever sua crônica...

• Linguagem

– Leve

– Variedade padrão, mas sem formalismo

• Título

– Criativo

– Incita o leitor a ler o texto

O que NÃO fazer!

• Discurso Direto idiota.

– - Oi, tudo bem?

– - Tudo bem e você?

– - Bem também, então, você viu a Maria?

– - A Maria? Não vi e você?

– ...

O que NÃO fazer!

• Enredo sem qualquer interesse

– Estórias complicadas que se resolvem em segundos;

• 1º parágrafo estilo “inquérito policial”

– “Era uma vez um homem loiro, alto, torcedor do Vasco, que se chamava Alexandre, entra no hospital São José, às 14 horas e vê uma enfermeira, morena, gorda, 46 anos, sentada num banco de madeira etc..etc..etc...”

O que NÃO fazer!

• Confundir crônica com conto

– A estória da crônica pode ser precedida ou entremeada de comentários reflexivos do cronista.

O Projeto de Texto!

O tema da crônica é atemporal, o cronistapode, em algum momento, relembrar algoque vivenciou e produzir o texto.

Observações Finais...

Recursos de linguagem

• Título sugestivo e cenário curioso tornam anarrativa envolvente, além do seu tom, quepode ser

• poético

• humorístico

• irônico

• sarcástico

• reflexivo

Recursos de Linguagem

• Recursos linguísticos que trabalham asubjetividade, como as figuras de linguagem.

Exemplo: “O burro não comeu do capim, nembebeu da água; estava já para outros capins eoutras águas, em campos mais largos e eternos.”

A linguagem da crônica literária

O autor escolhe o ponto de vista que vai adotar:

• escreve na primeira pessoa (eu vi, eu fiz, eusenti) e se transforma em parte da narrativa –é o autor-personagem;

• ou é, apenas, um narrador-observador.

Dica: Para não confundir crônica literária com conto,lembre-se que a crônica, por utilizar o cotidianocomo estímulo à produção textual, vale-se de fatosreais e, portanto, comuns a quaisquer leitores; já oconto pode apresentar verossimilhança, só que élivre para deixar a ficção inundar a produção,incluindo cenas, muitas vezes fantásticas, quenenhum de nós viveria.

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