gecielma pinto craciun conservaÇÃo e uso racional de Água...
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SALVADOR 2007
GECIELMA PINTO CRACIUN
CONSERVAÇÃO E USO RACIONAL DE ÁGUA NOS
SISTEMAS PREDIAIS: EFETIVIDADE DO PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO DESPERDÍCIO
DE ÁGUA (PRODUTOS ECONOMIZADORES DE ÁGUA).
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO LIMPA
GECIELMA PINTO CRACIUN
Monografia apresentada ao Curso de Pós-graduação em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista.
Orientador: Profº. Eduardo Cohim
Salvador - Ba
2007
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço principalmente a Deus e aos meus pais, bases de minha vida.
A orientação da Profº. Eduardo Cohim, pela dedicação e incentivo durante estes meses de
pesquisa, ao pessoal da secretaria do TECLIM, a Linda, a Mariano e um especial
agradecimento a Mário por seu respeito e carinho, sem os quais não seria possível concluir
este trabalho.
A todas as pessoas que me ajudaram e a aqueles que não se opuseram à minha formação.
“Tudo provém da água”
Goethe (1749-1832).
iii
RESUMO
O grande consumo de água em sistemas prediais é uma das maiores preocupações dos setores públicos e privados, contrastando com problema da escassez desse recurso natural causado pela combinação de crescimento populacional desordenado, devastação de florestas e do meio ambiente e os problemas existentes nas reservas naturais. Este trabalho propõe uma análise da efetividade do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA, na cidade de Salvador, avaliando o nível de conhecimento dos profissionais, no que diz respeito ao PNCDA e suas ações de conservação de água, com foco no Documento Técnico de Apoio – DTA F2 – Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais. A pesquisa parte da análise de temas relacionados à conservação de água, focando no consumo de água das edificações e nos índices de consumo dos principais aparelhos que compõem os pontos de utilização em uma residência. Com base na revisão da literatura e análise documental, fez-se uma análise crítica dos índices de consumo de água dos pontos de utilização residencial apresentados no DTA E1 do PNCDA, assim como também foi elaborado um inventário dos produtos economizadores de água, e realizado uma pesquisa para avaliar a disponibilidade destes produtos nas principais lojas de Salvador. Para analise do nível de conhecimento do PNCDA e suas ações, elaborou-se um questionário que foi respondido por profissionais onde conclui-se que, embora o PNCDA já exista há dez anos, este é pouco conhecido na comunidade técnica da cidade de Salvador.
PALAVRAS-CHAVE: PNCDA, produtos economizadores de água, conservação de água, consumo de água.
iv
SUMÁRIO
RESUMO 3
LISTA DE TABELAS 7
LISTA DE QUADROS 8
LISTA DE FIGURAS 9
LISTA DE GRÁFICOS 10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 11
1. JUSTIFICATIVA 12
2. OBJETIVOS 15
2.1. Objetivo Geral 15
2.2. Objetivos Específicos 15
3. REVISÃO DA LITERATURA 16
3.1. Panorama da Água no Planeta 16
3.2. Água de Abastecimento Público no Brasil 18
3.2.1. Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH 22
3.2.1.1. Estrutura do PNRH 22
3.2.2. Algumas Legislações sobre o Uso Racional de Água 24
3.3. Águas de Abastecimento Público na Bahia 26
3.3.1. Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia – PERH – BA 26
3.4. Água de Abastecimento Público em Salvador 30
3.4.1. Sistema de Abastecimento de Água de Salvador 32
3.5. O Ciclo da Água no Meio Urbano 35
3.6. Tecnologias Limpas 37
3.7. Consumo de Água nas Edificações 38
3.7.1. Caracterização do Consumo da Água 39
4. PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO DESPERDÍCIO DE ÁGUA – PNCDA 47
4.1. Estrutura 51
4.2. Objetivos Gerais do PNCDA 51
4.3. Objetivos Específicos do PNCDA 51
4.4. Conservação de Água nos Sistemas Prediais 52
4.4.1. DTA E1 – Caracterização e Monitoramento do Consumo Predial de Água 52
v
4.4.2. DTA E2 – Normalização e Qualidade dos Sistemas Prediais de Água 53
4.4.3. DTA F1 – Tecnologias Poupadoras de Água nos Sistemas Prediais 55
4.4.4. DTA F2 – Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais 56
4.4.5. DTA F3 – Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de
Água - Conservação de Água em Edifícios 58
4.4.6. DTA F4 – Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais Prediais de
Água em Polietileno 59
5. METODOLOGIA 61
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 65
6.1. Inventário dos Produtos Economizadores de Água 65
6.1.1. Torneiras 66
6.1.1.1. Controle do Tempo de Acionamento 66
a. Torneiras com Funcionamento Hidromecânico 66
b. Torneiras Eletrônicas 68
6.1.1.2. Controle de Vazão 69
a. Registro Regulador de Vazão para Torneiras 69
b. Arejadores 70
c. Pulverizadores 71
d. Prolongadores 71
e. Atomizadores 71
6.1.2. Bacias Sanitárias 71
a. Bacia com Válvula de Descarga 71
b. Bacia com Caixa Acoplada 72
c. Bacia com Caixa Suspensa ou Sobrepor 73
d. Bacia com Caixa Acoplada Dual 73
6.1.3. Mictórios 74
6.1.4. Chuveiros 76
a. Válvula de Fechamento Automático para Chuveiro e Duchas 77
6.2. Custo e Disponibilidade de Produtos Economizadores de Água nas Principais
Lojas de Salvador 78
6.3. Avaliação dos Questionários 80
7. CONCLOSÃO E RECOMENDAÇÕES 85
vi
8. REFERÊNCIAS
87
9. REFERÊNCIAS CONSULTADAS 93
ANEXOS 94
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Legislações sobre Uso Racional da Água
Tabela 02 – Regiões de Planejamento e Gestão das Águas – RPGA
Tabela 03 – Indicadores Físico-territoriais, Socioeconômicos, Relacionados a Recursos
Hídricos do Estado da Bahia – 2000
Tabela 04 – Comparativo das Demandas Consuntivas da Bahia e RPGA VI
Tabela 05 – Taxa de Crescimento Geométrica Média Anual, Região Metropolitana de
Salvador, Estado da Bahia e Brasil - 1960/2000
Tabela 06 – População Residente, Região Metropolitana de Salvador, Estado da Bahia e
Brasil - 1960/2000
Tabela 07 – População Residente e Taxa de Crescimento Média Anual, Salvador e Principais
Capitais – 1970/2000
Tabela 08 – Forma de Abastecimento de Água do Domicílio Segundo RA, Salvador – 2000
Tabela 09 – Projeção da Demanda do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de
Salvador – SIAA (2001 – 2016)
Tabela 10 – Consumo Per Capita de Água em Salvador
Tabela 11 – Consumo de Água
Tabela 12 – Comparativos dos Consumos de Água nas Edificações Domiciliares
Tabela 13 – Economia no Consumo de Água com a Utilização de Produtos Economizadores
Tabela 14 – Documentos Técnicos de Apoio – DTA
Tabela 15 – Comparação Entre Produtos Convencionais e Produtos Economizadores de Água
Tabela 16 – Custo de Produtos Economizadores em Relação aos Produtos Convencionais
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Principais Usos das Águas
Quadro 02 – Estrutura do DTA E1 – Caracterização e Monitoramento do Consumo Predial de
Água
Quadro 03 – Estrutura do DTA E2 – Normalização e Qualidade dos Sistemas Prediais de
Água
Quadro 04 – Estrutura do DTA F1 – Tecnologias Poupadoras de Água nos Sistemas Prediais
Quadro 05 – Estrutura do DTA F2 – Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais
Quadro 06 – Estrutura do DTA F3 – Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas
Prediais de Água - Conservação de Água em Edifícios
Quadro 07 – Estrutura do DTA F4 – Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais
Prediais de Água em Polietileno
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Disponibilidade da Água e População
Figura 02 – Principais Problemas Decorrentes da Urbanização que Incidem Sobre a
Quantidade e a Qualidade das Águas
Figura 03 – Regiões de Planejamento e Gestão das Águas
Figura 04 – PNCDA – Escopo da Fase I – 1997
Figura 05 – PNCDA – Escopo da Fase II– 1998 e 1999
Figura 06 – Escopo do PNCDA
Figura 07 – PNCDA – Escopo da Fase II – 1998 e 1999 – 1º Curso Básico
Figura 08 – Torneira de Funcionamento Hidromecânico de Bancada
Figura 09 – Torneira de Funcionamento Hidromecânico de Bancada
Figura 10 – Torneira Funcionamento Hidromecânico de Parede
Figura 11 – Dispositivo de Comando para Torneiras com Funcionamento com Válvula de Pé
e por Pedal
Figura 12 – Torneira de Bancada com Funcionamento por Sensor
Figura 13 – Registro Regulador de Vazão para Torneiras
Figura 14 – Arejador para Torneira com Rosca Interna
Figura 15 – Válvula de Descarga com Acionamento Duplo
Figura 16 – Caixa de Descarga Acoplada
Figura 17 – Caixa de Descarga de Sobrepor
Figura 18 – Caixa de Descarga Acoplada Dual
Figura 19 – Mictório Sem Água
Figura 20 – Válvula de Acionamento por Sensor de Presença e Válvula de Descarga Fluxível
Figura 21 – Dispositivo para Acionamento Fotoelétrico de Mictórios
Figura 22 – Válvula para Mictórios com Funcionamento Hidromecânico
Figura 23 – Válvula de Funcionamento Hidromecânico para Mistura de Água de Ducha
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Distribuição dos Usos da Água Doce no Brasil
Gráfico 02 – Uso Doméstico da Água no Brasil
Gráfico 03 – Distribuição do Consumo de Água nas Residências na Alemanha
Gráfico 04 – Consumo de Água nas Edificações – São Paulo
Gráfico 05 – Perfil de Consumo Doméstico de Água
Gráfico 06 – Participou de Algum Curso/Palestra/Seminário Relacionado à Conservação de
Água?
Gráfico 07 – Como é Feita a Escolha de Produtos Hidrossanitários dos Projetos na Sua
Atividade Profissional?
Gráfico 08 – Especificou Algum Produto Economizador de Água?
Gráfico 09 – Quantidade de Produtos Economizadores Conhecido Pelos Profissionais
Gráfico 10 – Conhece o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA?
Gráfico 11 – Qual Documento Técnico do PNCDA que Mais Interfere Na Sua Atividade
Profissional?
Gráfico 12 – Como Teve Conhecimento do PNCDA?
11
LISTA DE SIGLAS E ABERVEATURAS
ANA – Agência Nacional de Águas
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
SindusCon-SP – Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AWWA – American Water Works Association
ASFAMAS – Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para
Saneamento
PNCDA – Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água
PSQ – Programa Setorial da Qualidade
PURA – Programa de Uso Racional da Água
SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
WHO – World Health Organization
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
ONU – Organização das Nações Unidas
P+L – Produção Mais Limpa
PNUD – Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
SGA – Sistema de Gestão Ambiental
12
1. JUSTIFICATIVA
A crescente degradação ambiental e a velocidade com que os problemas surgem são muito
superiores quando comparados com o surgimento das soluções, aumentando assim
consideravelmente o passivo ambiental. Em todo o mundo, o mau uso da água e o quadro de
escassez é consequêcia da combinação do crescimento populacional exagerado e
desordenado, devastação de florestas e meio ambiente e problemas nas reservas naturais.
De acordo com o World Water Council (2000), até 2025, 3 bilhões de pessoas viverão em
países total ou parcialmente áridos ou semi-áridos, com a disponibilidade de água menor que
1.700m3 per capita1, estando a disponibilidade média anual global desse recurso decrescendo
de 6.600m3 para 4.800m3. Existe um grande questionamento sobre a crescente demanda da
universalização do acesso à água e do atendimento desta, considerando que a água tende à
escassez. A questão é saber se o planeta atenderá ao ritmo atual de exploração da água doce.
A gestão das águas e a iminência da escassez é uma preocupação mundial que tem levado à
busca de soluções e implementação de medidas urgentes. Os problemas de disponibilidade de
água no mundo se agravam devido às mudanças climáticas e do aumento descontrolado do
consumo, que são resultados do estabelecimento da uma relação conflituosa do homem com o
meio ambiente.
Existe uma forte dependência na disponibilidade de água para o desenvolvimento das
civilizações. A urbanização desordenada contribui consideravelmente para o crescimento da
demanda de água e o aumento descontrolado da poluição, principalmente dos corpos hídricos,
seja por esgoto doméstico ou por dejetos industriais.
Uma das maiores preocupações hoje nos centros urbanos é acerca do grande consumo de água
nos sistemas prediais, juntamente com os seus custos elevados, agravado ainda pela ausência
de qualidade e/ou quantidade nas fontes de abastecimento de água próximas às cidades que,
devido à poluição, cada vez se tornaram mais distantes dos centros urbanos, elevando ainda
mais os custos com o fornecimento.
1 O alerta para o stress hídrico está assinalado nos 1700m3 de água por pessoa por ano (ANA).
13
Os sistemas convencionais para abastecimento de água e saneamento baseiam-se num único
uso da água e, na coleta, tratamento e disposição final do efluente tratado e dos lodos
produzidos durante o tratamento e tendo como conseqüências a exaustão e poluição dos
mananciais de água e o empobrecimento dos solos (COHIM, 2007?).
Devido ao crescente consumo de água nos centros urbanos, torna-se necessário a
implementação de um novo sistema de gestão da demanda e o uso de novas tecnologias que
possam contribuir para a conservação de água. De acordo com Gonçalves (2006), a
conservação de água compreende o uso racional da água, que pressupõe o uso eficiente, e o
uso de fontes alternativas de água, como a captação de água de chuva, o reuso, a utilização de
aparelhos economizadores, etc.
Decorre a necessidade de se promover a gestão da demanda com estabelecimento de novos
padrões de consumo de água e o uso de tecnologias com a adequação de sistemas
hidrossanitários, inserção de métodos e sistemas alternativos como as práticas
conservacionistas2 dentre outros, constituindo um novo paradigma.
Rotmans e outros (2001) colocam que a transição tecnológica pode ser definida como um
processo contínuo e gradual de mudança estrutural de uma sociedade ou cultura que envolve
um leque de possíveis caminhos para o desenvolvimento cuja direção, amplitude e velocidade
poderão influenciar a política governamental. Ainda de acordo com Rotmans e outros (2001),
embora os objetivos de uma transição em última instância sejam escolhidos pela sociedade, os
governos podem utilizá-los para realizar as mudanças estruturais.
No que diz respeito ao uso da água, departamentos governamentais podem e devem assumir
um papel de liderança na indução da transição tecnológica, incentivando programas para a
promoção do uso racional de água e preservação dos mananciais. E foi no exercício deste
papel que o Governo federal criou, em 1997, o Programa Nacional de Combate ao
Desperdício de Água – PNCDA, que integram as ações para o desenvolvimento operacional
dos serviços como também ações de gestão da demanda urbana de água.
2 Reciclagem, reuso, redução de perdas, gestão da demanda, utilização de produtos economizadores e outros.
14
Nesse contexto, este trabalho irá avaliar a efetividade, na cidade de Salvador, do Programa
Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA, para desse modo, apresentar a
abrangência do Programa na cidade. Optou-se em analisar apenas os documentos técnicos
relacionados com a conservação de água nos sistemas prediais, enfatizando os produtos
economizadores de água.
15
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Avaliar a efetividade do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA)
em Salvador, no diz respeito a conservação de água em sistemas prediais, com foco na
utilização de produtos economizadores de água.
Este trabalho avaliará o nível de conhecimento acerca do PNCDA por parte dos profissionais
que participam das especificações e das soluções de projetos e obras, através da indicação e
utilização de produtos economizadores de água, como também verificar a disponibilidade de
tais produtos nas lojas do comércio da cidade.
2.2. Objetivos Específicos
Como objetivos específicos propõe-se:
a. elaborar inventário das opções de produtos para o melhor aproveitamento da água
nos sistemas prediais;
b. verificar a disponibilidade, nas principais lojas de Salvador, da opção de produtos
economizadores de água e de como é feita a indicação/orientação de tais produtos
aos clientes. Verificar a diferença de preços com outros produtos convencionais;
c. avaliar o nível de conhecimento do PNCDA, dos profissionais com participação
ativa nas soluções de projetos de instalações e obras hidráulicas prediais, e de
como é feita a especificação dos produtos hidrossanitários;
d. verificar, a regularidade de especificação e instalação de produtos economizadores
de água em projetos e obras e o nível de conhecimento de tais produtos entre os
profissionais pesquisados.
16
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. Panorama da Água no Planeta
O aumento gradativo da demanda da água, a contínua poluição dos mananciais e a redução da
disponibilidade de água doce constituem fator limitante para o desenvolvimento,
considerando que a água é essencial para a existência da vida e o equilíbrio socioeconômico e
ambiental. Conforme Cohim (2007?) o problema da escassez também é decorrente de
pequena capacidade de oferta decorrente da baixa pluviosidade.
O foco da escassez de água não pode ser apenas nas regiões áridas e semi-áridas. Sabe-se
hoje, que mesmo em áreas onde este recurso hídrico é abundante observam-se ofertas
insuficientes para o atendimento, devido às demandas elevadas e à poluição. Estas áreas
também experimentam conflitos de usos de água e sofrem restrições de consumo que afetam o
desenvolvimento econômico e a qualidade de vida (ANA, 2005).
Segundo Werthein (2004 apud Lobato, 2005, p.28) do total de água presente no planeta,
apenas 2,53% é própria para consumo humano, cerca de 1,5 bilhões de pessoas não têm
acesso à água potável no mundo e 2,9 bilhões estão sem serviços sanitários básicos. Com
estes indicadores, em 2015, 40% da população projetada, em torno de 3 bilhões de pessoas,
estarão vivendo em países com dificuldades de garantir água suficiente para atender a
agricultura, a indústria e as necessidades domésticas da população.
Analisando em termos globais, a quantidade de água é suficiente para todos, mas, sua
distribuição é irregular. As demandas crescentes são maiores nos países desenvolvidos e esse
aumento das demandas de água, a irregularidade na distribuição e a degradação da qualidade
da água definem o cenário da escassez.
Há uma grande diferença quando comparadas a disponibilidade de água do planeta diante da
demanda global. Podemos observar na Figura 01 que o Continente Asiático sofre uma grande
pressão da demanda sobre a oferta de água, onde são concentrados mais da metade da
população do mundo e com disponibilidade de recursos hídricos de apenas 36%.
17
Figura 01 – Disponibilidade da Água e População
Fonte: UNESCO/IHP/WWAP - Water for People, Water for Life, Executive Summary, 2003.
Um outro problema é referenciar o colapso no setor hídrico a apenas regiões áridas e pobres,
pois nos últimos anos as discussões referentes aos problemas globais de suprimento e
poluição da água remeteram-se principalmente aos países pobres. Conforme World Wildlife
Fund em sua publicação “Rich countries, poor water”, WWF (2006), um levantamento mostra
que atualmente 1,1 bilhões de pessoas sofrem com a escassez de água no mundo, mas também
mostra a crise na má gestão dos recursos hídricos dos países ricos, constatando um outro lado
da crise mundial de água, que até então era ofuscada pela dimensão dos problemas dos países
pobres.
A WWF (2006) defende uma revisão na postura dos países ricos quanto ao uso da água,
exemplificando algumas medidas que poderão ser adotadas, tais como:
1. elevar o valor financeiro da água;
2. elevar o valor financeiro dos bens que consomem muita água no processo produtivo;
3. implementar medidas de eficiência hídrica;
4. focar na infra-estrutura para diminuir os vazamentos;
5. aplicar o conceito de vazão ecológica;
Tais medidas também poderão ser adotadas em países em desenvolvimento como medidas
preventivas e também para sanar alguns problemas já iminentes nestes.
18
Diante do exposto e de outras infinidades de questões referentes aos problemas globais de
suprimento de água, fica evidente a necessidade da busca de soluções para promoção da
conservação da água, pois a água é condição determinante para a existência da vida e é
essencial para o desenvolvimento socioeconômico e para a garantia do equilíbrio ecológico e
ambiental das nações (OLIVEIRA, 1999).
3.2. Água de Abastecimento Público no Brasil
De acordo com Rebouças e outros (2002), o desenvolvimento urbano brasileiro tem produzido
aumento significativo na frequência das inundações, na produção de sedimentos e na
deterioração da qualidade da água. Rebouças também coloca que o desenvolvimento urbano
envolve duas atividades conflitantes: aumento da demanda de água com qualidade e a
degradação dos mananciais urbanos por contaminação dos resíduos urbanos e industriais.
Com a concentração das populações nas grandes cidades, ocorrem problemas nos centros
urbanos como as secas urbanas e as inundações devido à diminuição da permeabilidade,
conforme apresentado na Figura 02.
Conforme o Instituto Sócio Ambiental (2004), os problemas de abastecimento de água nas
cidades brasileiras estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício
de água que varia entre 50% e 70% e à urbanização descontrolada que atinge as regiões dos
mananciais. Rebouças e outros (2002), também colocam que os problemas de abastecimento
de água no Brasil decorrem da combinação do crescimento exagerado das demandas
localizadas e da degradação da qualidade das águas.
19
Figura 02 – Principais Problemas Decorrentes da Urbanização que Incidem Sobre a Quantidade e a Qualidade das Águas.
Fonte: TUCCI, (2000 apud TUNDISI, 2003, p.42).
Silva (2004), apresenta algumas das principais causas da escassez da água:
o urbanização elevada e desordenada da infra-estrutura urbana;
o impermeabilização e erosão do solo;
o ocupação de áreas de mananciais, com consequente poluição e assoreamento das margens;
o conflitos gerados entre os diversos aproveitamentos da água;
o deficiência do setor de saneamento e a relação entre a água e a saúde;
AUMENTO DA DENSIDADE POPULACIONALAUMENTO DA DENSIDADE DE
CONSTRUÇÕES E DA COBERTURA ASFÁLTICA
AUMENTA O VOLUME DE
ÁGUAS RESIDUAIS
AUMENTA A DEMANDA DE ÁGUA
AUMENTA ÁREA IMPERMEABILIZADA
ALTERAÇÕES NO SISTEMA
DE DRENAGEM
DETERIORAM-SE OS RIOS A
JUSANTE DA ÁREA URBANA E
DETERIORA-SE A ÁGUA DE
ESCOAMENTO PLUVIAL
REDUZ A
QUANTIDADE DE ÁGUA DISPONÍVEL
(ESCASSEZ POTENCIAL)
ALTERAÇÕES DO CLIMA URBANO
AUMENTA O ESCOAMENTO SUPERFICIAL
DIRETO
AUMENTA A
VELOCIDADE DE ESCOAMENTO
DETERIORA-SE A QUALIDADE DA
ÁGUA DOS RIOS E REPRESAS URBANOS,
RECEPTORES DE ÁGUA RESIDUÁRIAS
DIMINUE A RECARGA
SUBTERRÂNEA
AUMENTAM AS ENCHENBTES E OS PICOS DAS
CHEIAS NA ÁREA URBANA
AUMENTAM OS PROBLEMAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO E DAS ENCHENTES
20
o preponderância histórica dos interesses do setor hidroelétrico na política dos recursos
hídricos e outros.
Apesar do Brasil ser o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a crescente
poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso. A seguir, algumas características
que favorecem a disponibilidade hídrica do Brasil.
o concentra aproximadamente de 12% da água doce do mundo disponível em rios;
o abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas;
o mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante todo o ano.
(INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2004)
O potencial de recursos hídricos no Brasil equivale a 53% da reserva da América do Sul e
12% do total mundial, já inclusos os dois terços de um manancial subterrâneo que passa pelos
países do Mercosul, com extensão superior à Inglaterra, França e Espanha juntas. Só na região
amazônica encontram-se dez dos vintes maiores rios do mundo (NOVO HAMBURGO,
2006).
As condições climáticas e geológicas no Brasil propiciam a formação de uma extensa e densa
rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Contudo, a
água na natureza está distribuída irregularmente, pois apenas na Amazônia estão concentrados
78% do total da água superficial do Brasil e, nesta região, registra-se uma das mais baixas
concentrações populacionais ao contrário do Sudeste brasileiro, onde se encontra a maior
concentração populacional do país e apenas 6% do total da água (INSTITUTO
SOCIOAMBIENTAL, 2004).
A disponibilidade da água é função das condições naturais, enquanto a demanda é relativa aos
usos na infra-estrutura sanitária, agricultura, indústria, geração de energia elétrica, navegação
fluvial e recreação, entre outros. O Gráfico 01 apresenta as percentagens da distribuição de
água doce no Brasil, sendo a percentagem da água destinada às demandas domésticas e
comerciais equivalente a 22% do total, porém, sabe-se que mais da metade desta demanda é
residencial.
21
Distribuição dos usos da água doce no Brasil
Indústria 19%
Agricultura 59%
Doméstico e Comercial
22%
Gráfico 01 – Distribuição dos Usos da Água Doce no Brasil
Fonte: PEGORIN, (2001 apud ALBUQUERQUE, 2004, p.18).
Dependendo da disponibilidade da água, da condição socioeconômica e cultural, das
tecnologias de captação, tratamento e distribuição, seguem, no Quadro 01, as principais
formas de utilização de água pelo homem.
PRINCIPAIS USOS DAS ÁGUAS
Abastecimento público
uso doméstico
como fonte de vida, bebida, no preparo de alimentos, higiene pessoal, limpeza na habitação, irrigação de jardins e pequenas hortas particulares, criação de animais domésticos, entre outros.
Abastecimento público
uso público
moradias, escolas, hospitais e demais estabelecimentos públicos, irrigação de parques e jardins, limpeza de ruas e logradouros, paisagismo, combate a incêndios, navegação, etc.
Industrial
como matéria-prima, na produção de alimentos e produtos farmacêuticos, gelo e etc., em atividades industriais onde a água é utilizada para refrigeração, como na metalurgia, para lavagem nas áreas de produção de papel, tecido, em abatedouros e matadouros, etc. e em atividades em que é utilizada para fabricação de vapor, como na caldeiraria, entre outros.
Comercial em escritórios, oficinas, nos centros comerciais e lojas, em bares, restaurantes, sorveterias, etc.
Agrícola e pecuário
na irrigação para produção de alimentos, para tratamento de animais, lavagem de instalações, máquinas e utensílios.
Recreacional Em atividades de lazer, turismo e socioeconômicas, nas piscinas, lagos, parques, rios, etc.
Geração de energia elétrica
Na produção de energia através da derivação das águas de seu curso natural.
Saneamento Na diluição e tratamento de efluentes. Quadro 01 - Principais Usos das Águas
Fonte: Rede das Águas (2007).
22
3.2.1. Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH
O Plano Nacional de Recursos Hídricos tem como objetivo geral estabelecer um pacto
nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta
de água, em qualidade e quantidade, gerenciando as demandas e considerando a água um
elemento estruturante para a implementação das políticas setoriais, sob a ótica do
desenvolvimento sustentável e da inclusão social (MMA, 2006).
O PNRH tem como objetivos estratégicos, que contemplam três dimensões:
o melhoria das disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâneas, em qualidade e
quantidade;
o redução dos conflitos reais e potenciais de uso da água, bem como dos eventos
hidrológicos críticos;
o percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante.
O Plano Nacional de Recursos Hídricos configura-se como planejamento estratégico de ações
e relações interinstitucionais; instrumentos de política; informações e ferramentas de apoio à
decisão; ações de comunicação social; fontes de financiamento e intervenções físicas seletivas
que, ao serem implementadas pela União, possibilitam e potencializam o equacionamento e as
soluções regionais ou locais de problemas relativos aos recursos hídricos e, simultaneamente,
estruturam uma ótica nacional indispensável ao seu efetivo gerenciamento, respeitada as
diretrizes de descentralização e o princípio da subsidiariedade, como predicados inerentes ao
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH (MMA, 2006).
De acordo com MMA (2006), este amplo processo visa assegurar às demandas de água das
gerações atuais e futuras, adequadas aos usos e a utilização considerando a conservação dos
recursos hídricos, objetivando o uso sustentável da água, além da promoção da articulação
entre as diferentes esferas de planejamento referentes à gestão de recursos hídricos.
3.2.1.1. Estrutura do PNRH
Conforme consta na síntese executiva MMA (2006), o Plano Nacional de Recursos Hídricos é
constituído por quatro volumes:
o Panorama e estado dos recursos hídricos do Brasil;
o Águas para o futuro: cenários para 2020;
o Diretrizes;
23
o Programas nacionais e metas.
O documento – Panorama e Estado dos Recursos Hídricos do Brasil faz um diagnóstico da
situação atual dos recursos hídricos, avaliando a disponibilidade qualitativa e quantitativa e as
demandas das águas superficiais e subterrâneas, que darão subsídio ao desenvolvimento das
outras etapas na elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). Aborda
também aspectos estratégicos da Política e do Sistema de Gerenciamento de Recursos
Hídricos do país e outros, explicitando conflitos e alianças pelo uso destes (MMA, 2006a).
Em - Águas para o futuro: cenários para 2020, o Plano apresenta a definição de três cenários
prováveis para os recursos hídricos no Brasil, assim designados: água para todos; água para
alguns e água para poucos (MMA, 2006b).
As diretrizes consubstanciam princípios de caráter permanente para definição das estratégias e
efetivar a gestão integrada do Plano Nacional de Recursos Hídricos. As diretrizes também
orientam as decisões para a consignação das ações programáticas e dos programas do PNRH
(MMA, 2006c).
O volume que contem os Programas Nacionais e Regionais traz uma análise diagnóstica
contendo importantes informações que auxiliam o desenvolvimento das outras etapas do
PNRH, como o estabelecimento dos cenários e a proposição de diretrizes, programas e metas
(MMA, 2006d).
Neste plano ao apresentar diagnóstico, cenários, diretrizes, metas e programas orienta a
implementação da Política e do Sistema Nacional de Recursos Hídricos até 2020, com uma
abordagem que representa avanço importante no planejamento, que no passado era impositivo
considerando apenas os aspectos técnicos. O atual PNRH adota um processo dinâmico de
planejamento participativo, propondo-se atender aos múltiplos interesses do uso das águas nos
diversos setores, promovendo a viabilidade econômica e sustentabilidade social e ambiental
(MMA, 2006).
De acordo com o Instituto Sócio Ambiental (2004), a água disponível no território brasileiro é
suficiente para suprimento das necessidades do País, apesar da dos problemas de degradação.
Seria necessária, então, a conscientização da população no uso da água e promoção de
24
medidas, pelos governantes, que favoreçam as questões de saneamento e abastecimento de
água.
3.2.2. Legislações sobre o Uso Racional de Água
Atualmente, os Estados brasileiros, com base na Constituição Federal e na nova Política
Brasileira de Recursos Hídricos, detêm o domínio das águas doces, assim como, a
competência para elaborar seus modelos de Leis Ambientais com ações e instrumentos
particulares a cada região, Tabela 01.
25
Tabela 01 – Algumas Legislações sobre Uso Racional da Água
LOCAL / DATA LEI TEOR
MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS
08 de janeiro de 2003
LEI COMPLEMENTAR
Nº 110/2003
REGULAMENTA A MEDIÇÃO INDIVIDUAL NAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS MULTIFAMILIARES E COMERCIAIS
MUNICÍPIO DE BLUMENAL/SC
24 de junho de 2002 LEI Nº 5935/2002 DISPÕE SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA EM NOVOS PRÉDIOS PÚBLICOS
E PRIVADOS
MUNICÍPIO DE ITAJAÍ/SC
20 de setembro de 1999 LEI Nº 3429/1999 INSTITUI A SEMANA DA ÁGUA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
MUNICÍPIO DE CURITIBA/PR
18 de setembro de 2003
LEI Nº 10785/2003
CRIA NO MUNICÍPIO DE CURITIBA, O PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO E USO RACIONAL DA ÁGUA NAS EDIFICAÇÕES – PURAE.
MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR
15 de outubro de 2003 LEI Nº 6345/2003 INSTITUI O PROGRAMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS DE
MARINGÁ
MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR
15 de outubro de 2003 LEI Nº 6339/2003
DISPÕE SOBRE A INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS DESTINADOS AO CONTROLE E À REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR
21 de janeiro de 2003 LEI Nº 6076/2003 DISPÕE SOBRE O REUSO DE ÁGUA NÃO POTÁVEL E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO/SP
01de fevereiro de 2002
LEI Nº 13309/2002
DISPÕE SOBRE O REUSO DE ÁGUA NÃO POTÁVEL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO/SP
04 de janeiro de 2002
LEI Nº 13.276/2002
TORNA OBRIGATÓRIA A EXECUÇÃO DE RESERVATÓRIO PARA AS ÁGUAS COLETADAS POR COBERTURAS E PAVIMENTOS NOS LOTES, EDIFICADOS OU NÃO, QUE TENHAM ÁREA IMPERMEABILIZADA SUPERIOR A 500M²
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO/SP
19 de novembro de 2003
DECRETO Nº 44128/2003
REGULAMENTA A UTILIZAÇÃO, PELA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, DE ÁGUA DE REÚSO, NÃO POTÁVEL, A QUE SE REFERE A LEI Nº 13.309, DE 31 DE JANEIRO DE 2002
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO/SP
15 de março de 2002.
DECRETO Nº 41814/2002
REGULAMENTA A LEI Nº 13.276, DE 4 DE JANEIRO DE 2002, QUE TORNA OBRIGATÓRIA A EXECUÇÃO DE RESERVATÓRIO PARA AS ÁGUAS COLETADAS POR COBERTURAS E PAVIMENTOS NOS LOTES, EDIFICADOS OU NÃO, QUE TENHAM ÁREA IMPERMEABILIZADA SUPERIOR A 500,00 M2
MUNICÍPIO DE VIÇOSA/MG
13 de junho de 2001
LEI N° 14401/2001
DISPÕE SOBRE NORMAS DE CONTROLE DE EXCESSO DE CONSUMO DE ÁGUA DISTRIBUÍDA PARA USO HUMANO
MUNICÍPIO DE PALMAS/TO
20 de março de 2002 LEI Nº 1085/2002 INSTITUI A CARTILHA DA ECONOMIA DA ÁGUA E DA ENERGIA
ELÉTRICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
MUNICÍPIO DE RECIFE/PE
17 de abril de 2002
LEI Nº 16759/2002
INSTITUI A OBRIGATORIEDADE DA INSTALAÇÃO DE HIDRÔMETROS INDIVIDUAIS NOS EDIFÍCIOS
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
04 de janeiro de 2001
LEI Nº 11575/2001
INSTITUI A “SEMANA ESTADUAL DA ÁGUA” NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
12 de agosto de 2002 LEI Nº 3915/2002 OBRIGA AS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS A
INSTALAREM MEDIDORES
ESTADO DE SÃO PAULO
7 de outubro de 2003
DECRETO Nº 48138/2003
INSTITUI MEDIDAS DE REDUÇÃO DE CONSUMO E RACIONALIZAÇÃO DO USO DE ÁGUA NO ÂMBITO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ESTADO DE SÃO PAULO
15 de maio de 2001
DECRETO Nº 45805/2001
INSTITUI O PROGRAMA ESTADUAL DE USO RACIONAL DA ÁGUA POTÁVEL E DÁ PROVIDÊNCIAS CORRELATAS
DISTRITO FEDERAL 13 de novembro de 2000 LEI Nº 2616/2000
DISPÕE SOBRE A UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ECONOMIZADORES DE ÁGUA NAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS DOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS E PRIVADOS DESTINADOS A USO NÃO RESIDENCIAL NO ÂMBITO DO DISTRITO FEDERAL
26
3.3. Águas de Abastecimento Público na Bahia
3.3.1. Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia – PERH – Ba
Desde 2004 a Bahia conta com Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH-BA,
instrumento de planejamento da Política Estadual de Recursos Hídricos, que, com o horizonte
de 15 anos (2005 a 2020), apresenta diretrizes para a gestão das águas, buscando o
desenvolvimento sustentável. O PERH apresenta as disponibilidades e demandas hídricas,
propondo ações para gerenciamento da demanda e oferta e estabelece diretrizes para
implementação dos instrumentos de gestão, retratando os programas e projetos para a
implementação de sua política hídrica, adequadas às diretrizes ambientais.
A Bahia, pela diversidade dos aspectos naturais que congrega, possui vasta área de seu território dentro da região semi-árida, caracterizada por severas restrições quanto à disponibilidade de recursos hídricos. Possui, também, áreas com altos índices pluviométricos e cursos d’água com elevadas vazões de estiagem, além de grandes mananciais de água subterrânea. Abrande, ainda, 47% da bacia do rio São Francisco, principal curso d’água perene da Região Nordeste (BAHIA, 2004).
De acordo com Relatório Síntese PERH – Bahia (2004), O Plano Estadual de Recursos
Hídricos da Bahia é estruturado em seis grandes programas, que visam atender suas linhas de
ação, necessitando de investimentos da ordem de R$ 8 bilhões até 2020. A seguir serão
apresentadas as linhas de ações.
o desenvolvimento institucional;
o planejamento, gestão e desenvolvimento tecnológico;
o preservação ambiental;
o gestão da oferta hídrica;
o gestão das demandas hídricas;
o comunicação social e educação ambiental.
No PERH – Ba estabeleceu-se macrorregiões denominadas de Regiões de Planejamento e
Gestão das Águas – RPGA conforme Tabela 02, com a finalidade de orientar o planejamento
e o gerenciamento dos recursos hídricos e que representam um território compreendido por
uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas, Figura 03, considerando também para
a esta definição a base nas Regiões Administrativas de Águas – RAAs.
27
Tabela 02 – Regiões de Planejamento e Gestão das Águas – RPGA
RPGA
I Extremo Sul X Calha do Submédio São Francisco na Bahia
II Bacias dos Rios Pardo e Jequitinhonha XI Bacia do Rio Salitre
III Bacias Leste XII Lago de Sobradinho IV Bacia do Rio de Contas XIII Bacias dos Rios Verde e Jacaré
V Bacias do Recôncavo Sul XIV Bacias dos Rios Paramirim, Santo Onofre e Carnaíba de Dentro.
VI Bacias do Recôncavo Norte e Inhambupe XV Calha do Médio Rio São Francisco
VII Bacia do Rio Paraguaçu XVI Bacia do Rio Grande VIII Bacia do Rio Itapicuru XVII Bacia do Rio Corrente
IX Rios Real e Vaza-Barris Fonte: Relatório Síntese do PERH – BAHIA (2004)
A RPGA VI - Bacias do Recôncavo Norte e Inhambupe, que contém a cidade de Salvador,
abrange as bacias hidrográficas dos Rios Imbassaí, Pojuca, Jacuípe, Joanes, Ipitanga, Subaé e
Açu, pertencentes à região do Recôncavo Norte, e a bacia hidrográfica do Rio Inhambupe. A
RPGA VI está quase toda contida no eixo de desenvolvimento do Grande Recôncavo, exceto
a parte superior da bacia do Rio Inhambupe, que se encontra no eixo Nordeste, que contém o
eixo Metropolitano (BAHIA, 2004).
A RPGAVI, por conter a capital do estado da Bahia, possui a maior densidade demográfica,
207,7 hab/Km2, de todas as RPGA’s que compõem a Bahia, concentrando 90,62% da
população na zona urbana, conforme dados da Tabela 03. A RPGA VI concentra em média
30% do total da população da Bahia.
28
Tabela 03 - Indicadores Físico-territoriais, Socioeconômicos, Relacionados a Recursos Hídricos do Estado da Bahia – 2000.
Algumas Variáveis e/ou Indicadores Unid. RPGA VI
FÍSICO - TERRITORIAL Área Geográfica Total km² 18.015,1 SÓCIOECONÔMICOS População Total hab 3.742.632 Densidade Demográfica hab/km² 207,7 População Urbana hab 3.391.625 População Rural hab 351.007 RECURSOS HÍDRICOS Açudes Públicos Nº 11 Capacidade de Armazenamento dos Açudes 106m³ 291,5 Quantidade de Poços Nº 456 Potencialidade de Águas Subterrâneas (Po) m³/s 83,70 Disponibilidade Efetiva Instalada (Qei) m³/s 0,96 Potencialidades Hídricas Superficiais (Qm) m³/s 93,93 Disponibilidade Hídrica (Qo=Qr+Q90d+Qei) m³/s 31,8 Demanda Hídrica Consuntiva Total (Qt) m³/s 19,08 Balanço entre Disponibilidade e Demanda (Qo-Qt) m³/s8 12,7 Vazão de diluição m³/s 246,55 Demandas Urbanas m³/s 11,18 Demandas Industriais m³/s 1,69 Demandas Domésticas Rurais m³/s 0,35 Demandas com Rebanhos m³/s 0,32 Demandas Médias com Irrigação m³/s 5,54
Fonte: Relatório Síntese do PERH – BAHIA (2004)
29
Figura 03 – Regiões de Planejamento e Gestão das Águas Fonte: Relatório Síntese do PERH – BAHIA (2004)
30
Quando comparada a outras Regiões de Planejamento a RPGA VI, devido às características
socioeconômicas dentre outras, possui a maior demanda de água, 19,08m3/s, sendo que
11,18m3/s desta é disponibilizada para as demandas urbanas, ou seja, mais de 58% da
demanda total de água. Esta demanda também é relevante se comparada com a demanda
urbana de toda a Bahia que é 20,86m3/s, equivalendo a mais de 50% do total da demanda de
água urbana do Estado, ainda que sua população seja de aproximadamente 30% do total,
Tabela 04.
Tabela 04 – Comparativo das Demandas Consuntivas da Bahia e RPGA VI.
BAHIA RPGA VI
13.070.250 hab. 3.742.632 hab
mil m3/dia m3/s m3/s
Abastecimento Urbano 1.802,20 20,86 11,18
Abastecimento Rural 344,00 3,94 0,35
Abastecimento Industrial 287,70 3,33 1,69
Abastecimento rebanhos 608,00 7,04 0,32
Abastecimento irrigação 14.692,40 170,05 5,54
TOTAL 17.734,30 205,22 19,08 Fonte: Relatório Síntese do PERH – BAHIA (2004)
Segundo o Relatório Síntese, Bahia (2004), devido ao elevado volume da demanda urbana da
RPGA VI, há necessidade de transferir a partir da barragem de Pedra do Cavalo cerca de
7,0m3/s de água provenientes do rio Paraguaçu que pertence a RPGA VII. Isto acontece
devido à desativação de mananciais pertencentes à RPGA VI e até mesmo esgotamento destes
devido ao crescimento da população na capital do estado que além de aumentar a demanda
poluem os mananciais inseridos na área urbana, acarretando na necessidade de adução de
água na RPGA VII.
3.4. Água de Abastecimento Público em Salvador
Apresentando o terceiro Município mais populoso, Salvador é um dos centros regionais mais
importantes do país. Salvador tem um significativo adensamento construtivo – horizontal e
vertical nas áreas de grande concentração populacional, apesar das atuais tendências de
redução do ritmo de crescimento demográfico. Há ocupação em quase totalidade da superfície
31
territorial disponível, excluindo-se desta área ocupada apenas os espaços de circulação
urbana, que estão subdimensionados e precários (SALVADOR, 2006a).
Na última década, Salvador apresentou uma taxa de crescimento anual de 1,8% conforme
mostra a Tabela 05. No ano 2000, Salvador congregava mais de 18,7% da população do
estado da Bahia e 80,9% da Região Metropolitana, Tabela 06. Registrou-se, nas últimas
décadas, uma das taxas de crescimento no Estado da Bahia considerada comparativamente
alta e em Salvador o ritmo de crescimento ainda é relativamente alto, quando comparada às
taxas geométricas de crescimento populacional das principais capitais do país. No período
entre 1991 a 2000, as cidades de Salvador, Fortaleza, Curitiba e Brasília, apresentaram as
maiores taxas de crescimento verificadas no Brasil – Tabela 07 (SALVADOR, 2006a).
Tabela 05 – Taxa de Crescimento Geométrica Média Anual, Região Metropolitana de Salvador, Estado da Bahia e Brasil - 1960/2000.
Taxa de Crescimento (% anual)
1960 a 1970
1970 a 1980
1980 a 1991
1991 a 1996
1996 a 2000
1991 a 2000
Camaçari 4,3 10,4 2,2 3,5 4,7 4,0 Candeias 6,3 4,7 2,1 0,5 2,5 1,4 Dias D´ávila - - - 3,9 4,6 4,2 Itaparica - 2,6 3,0 3,6 1,3 2,6 Lauro de Freitas - 13,5 6,3 7,0 4,0 5,6 Madre de Deus - - - 1,6 5,1 3,1 SALVADOR 4,4 4,1 3,0 1,3 2,5 1,8 São Francisco do Conde 1,2 -1,5 1,2 3,7 2,1 2,9 Simões Filho - 7,1 4,7 1,5 4,7 2,9 Vera Cruz - 1,4 4,4 4,5 1,8 3,3 RMS 4,5 4,4 3,2 1,6 2,8 2,1 ESTADO DA BAHIA 2,4 2,4 1,9 1,1 1,0 1,1 BRASIL 2,9 2,5 1,9 1,4 2,0 1,6
Fonte: (SALVADOR, 2006b)
32
Tabela 06 – População Residente, Região Metropolitana de Salvador, Estado da Bahia e Brasil - 1960/2000.
População Residente (hab) 1960 1970 1980 1991 1996 2000
Camaçari 21.849 33.273 89.164 113.639 134.901 161.727 Candeias 18.484 34.195 54.081 67.941 69.503 76.783
Dias D´ávila - - - 31.260 37.916 45.333 Itaparica 25.276 8.391 10.877 15.055 17.975 18.945
Lauro de Freitas - 10.007 35.431 69.270 97.219 113.543 Madre de Deus - - - 9.183 9.961 12.036 SALVADOR 655.735 1.007.195 1.502.013 2.075.273 2.211.539 2.443.107
S. Francisco do Conde 18.455 20.738 17.838 20.238 24.213 26.282 Simões Filho - 22.019 43.571 72.526 78.229 94.066
Vera Cruz - 12.003 13.749 22.136 27.628 29.750 RMS 739.799 1.147.821 1.766.724 2.496.521 2.709.084 3.021.572
ESTADO DA BAHIA 5.990.605 7.583.140 9.597.393 11.867.991 12.541.745 13.070.250 BRASIL 70.191.370 93.139.037 119.002.706 146.825.475 157.079.573 169.799.170
Fonte: (SALVADOR, 2006b)
Tabela 07 – População Residente e Taxa de Crescimento Média Anual, Salvador e Principais Capitais - 1970/2000.
POPULAÇÃO / ANO TAXA DE
CRESCIMENTO GEOMÉTRICO %
1970 1980 1991 1996 2000 1970
a 1980
1980 a 1991
1991 a 2000
Belém 633.374 933.280 1.244.689 1.144.312 1.280.614 4,0 2,7 0,3 Fortaleza 857.980 1.307.608 1.768.637 1.965.513 2.141.402 4,3 2,8 2,1 Recife 1.060.701 1.203.887 1.298.229 1.346.045 1.422.905 1,3 0,7 1,0 Salvador 1.007.195 1.502.013 2.075.273 2.211.539 2.443.107 4,1 3,0 1,8 Belo Horizonte 1.235.030 1.780.839 2.020.161 2.091.448 2.238.526 3,7 1,2 1,1 Rio de Janeiro 4.251.918 5.090.723 5.480.768 5.551.538 5.857.904 1,8 0,7 0,7 São Paulo 5.924.612 8.493.217 9.646.185 9.839.436 10.434.252 3,7 1,2 0,9 Curitiba 609.026 1.024.980 1.315.035 1.476.253 1.587.315 5,3 2,3 2,1 Porto Alegre 885.545 1.125.478 1.263.403 1.288.879 1.360.590 2,4 1,1 0,8 Brasília 537.492 1.176.908 1.601.094 1.821.946 2.051.146 8,2 2,8 2,8
Fonte: (SALVADOR, 2006b)
3.4.1. Sistema de Abastecimento de Água de Salvador
A operação do abastecimento de água potável para a cidade do Salvador e dos municípios de
Candeias, Lauro de Freitas, Madre de Deus, São Francisco do Conde e Simões Filho é
realizada pelo Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador - S.I.A.A., que é
realizada pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – EMBASA, empresa vinculada
à Secretaria de Desenvolvimento Urbano – SEDUR, do Governo do Estado da Bahia
(SALVADOR, 2006a).
33
A EMBASA possui o Plano Diretor de Abastecimento de Água da Grande Salvador –
(RAPDAA) vigente em sua segunda revisão, concluída em 1998, com alcance de 20 anos,
abrangendo os períodos ente 1996 a 2016 (EMBASA, 1998).
Apresentam-se a seguir os mananciais que são fontes de alimentação dos sistemas que
compõem o S.I.A.A (EMBASA, 1998).
o Rio Paraguaçu o Rio Joanes
o Rio do Cobre o Rio Ipitanga, com três represas - Ipitanga I, II e III
o Rio Pituaçu
A Bacia do Cobre, que tem como manancial o Rio do Cobre, por motivos operacionais sofre
desativações temporárias, portanto, sua contribuição para o sistema de abastecimento de
Salvador é intermitente.
Em 2003, a cidade de Salvador possuía 4.540 km de extensão de rede de distribuição de água,
atendendo cerca de 99,1% da população da cidade. Mas este índice de acesso à rede não
reflete exatamente o acesso à água, pois a existência de manobras nas redes gera intermitência
no abastecimento, ou seja, por um determinado período, a rede de atendimento de um setor é
fechada desviando que a água para o atendimento de outra localidade. Este procedimento é
inadequado e nocivo à qualidade da água de consumo (SALVADOR, 2006a).
Ainda conforme Salvador (2006a), segundo o Censo Demográfico, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 1991, 85,2% dos domicílios da cidade do
Salvador eram abastecidos com água potável por rede geral, e esse percentual alcançou 96,6%
em 2000, o que equivale a dizer que cerca de 75.000 pessoas ainda não tinham acesso à rede
pública de água nesse ano, Tabela 08.
34
Tabela 08 – Forma de Abastecimento de Água do Domicílio Segundo Regiões Administrativas – RA da Prefeitura de Salvador, Salvador – 2000.
Região Administrativa
Origem do Abastecimento de Água dos Domicílios
Total Rede geral Poço ou
nascente na propriedade
Outra forma de abastecimento
Nº % Nº % Nº % Nº % I - Centro 24.944 98,6 69 0,3 278 1,1 25.291 100,0 II - Itapagipe 38.906 95,3 210 0,5 1.725 4,2 40.841 100,0 III - São Caetano 52.727 97,0 289 0,5 1.322 2,4 54.338 100,0 IV - Liberdade 48.516 98,4 138 0,3 669 1,4 49.323 100,0 V - Brotas 51.824 98,8 169 0,3 465 0,9 52.458 100,0 VI - Barra 25.214 98,3 341 1,3 96 0,4 25.651 100,0 VII - Rio Vermelho 41.995 98,0 139 0,3 707 1,7 42.841 100,0 VIII - Pituba/Costa Azul 30.044 98,8 312 1,0 68 0,2 30.424 100,0 IX - Boca do Rio/Patamares 22.076 98,5 67 0,3 259 1,2 22.402 100,0 X - Itapuã 43.173 93,9 1.223 2,7 1.595 3,5 45.991 100,0 XI - Cabula 37.016 98,6 106 0,3 434 1,2 37.556 100,0 XII - T.Neves/Beiru 47.423 97,0 255 0,5 1.194 2,4 48.872 100,0 XIII - Pau da Lima 52.581 96,6 358 0,7 1.479 2,7 54.418 100,0 XIV - Cajazeiras 29.790 96,2 90 0,3 1.085 3,5 30.965 100,0 XV - Ipitanga 7.244 77,4 858 9,2 1.257 13,4 9.359 100,0 XVI - Valéria 16.191 93,7 275 1,6 812 4,7 17.278 100,0 XVII - Sub. Ferroviários 58.302 94,5 634 1,0 2.773 4,5 61.709 100,0 XVIII - Ilhas 878 56,2 85 5,4 598 38,3 1.561 100,0 Total 628.844 96,6 5.618 0,9 16.816 2,6 651.278 100,0
Fonte: (SALVADOR, 2006b)
Tabela 09 – Projeção da Demanda do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador - SIAA (2001 – 2016)
Ano População
Residencial de Salvador
Demanda de Água Tratada de Salvador
m3/s
Demanda de Água Tratada do
S.I.A.A. m3/s
Demanda Total de Água Tratada e Água Bruta do
S.I.A.A. m3/s
2001 2.584.399 10,14 11,32 14,78 2006 2.849.735 11,30 12,52 16,55 2011 3.117.603 12,35 13,76 18,06 2016 3.388.006 13,51 15,05 19,64
Fonte: Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água – EMBASA, (1998)
A Tabela 09 apresenta a projeção da demanda de água constante na Revisão e Atualização do
Plano Diretor de Abastecimento de Água da Embasa, tendo como parâmetro o crescimento da
população e com a finalidade do estabelecimento das diretrizes de planejamento do horizonte
do Plano Diretor citado. Para ampliação da oferta de água, estão previstas execução de obras
no sistema integrado de abastecimento de água, garantindo o atendimento da demanda de
35
água prevista no horizonte de Plano Diretor de Abastecimento de Água da Embasa - 2016,
(SALVADOR, 2005).
“Considerando a condição do Município, de poder concedente e gestor das políticas de água, devendo zelar pela garantia de qualidade na prestação, continuidade e mutabilidade, as diretrizes e proposições para o setor Abastecimento de Água visam: garantir atendimento eficaz dos sistemas públicos a toda a população municipal; reduzir as perdas; promover a preservação, recuperação e aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos do Município e difundir a prática do reuso da água, otimizando o uso da água potável para fins nobres.
...Procura-se perseguir a redução do desperdício da água potável com campanhas educativas, reduzir as perdas nos sistemas de abastecimento de água e estimular o reuso da água, especialmente para fins industriais, possibilitando a redução de retiradas do sistema hídrico e a conseqüente otimização para o consumo doméstico, além da incorporação da prática de reuso da água nos novos empreendimentos industriais e nas áreas de expansão planejadas”.
(SALVADOR, 2005) Com relação à demanda de água, em Salvador (2005), há apenas proposição de campanhas
educativas e difusão do reuso da água, não havendo diretrizes/proposições que contemplem o
uso racional da água nas edificações, no que diz respeito ao uso de novas tecnologias e
produtos poupadores de água, para a diminuição da demanda residencial, além do controle de
perdas nestes sistemas.
Observa-se no planejamento estadual – EMBASA (1998) que há uma grande preocupação no
atendimento das crescentes vazões de demanda de água, apresentando diretrizes e proposições
para os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água, não citando diretrizes que
foquem a questão dos consumos nas unidades domiciliares. O aumento da demanda
geralmente está relacionado ao crescimento populacional, não havendo investigação para um
diagnóstico do aumento em relação aos usos da água, principalmente nos sistemas
hidrossanitários prediais que, conforme Rodrigues (2005), o consumo nos pontos de utilização
residencial equivale aproximadamente a 85% do consumo total urbano de água.
3.5. O Ciclo da Água no Meio Urbano
De acordo com Gonçalves (2006), a crescente ocupação territorial, o crescimento
populacional e as ações causadas pela presença do homem na Terra interferem cada vez mais
no ciclo da água na natureza. O ciclo urbano global, resultado da intervenção urbana é
formado por sub-ciclos antrópicos relacionados com o uso urbano das águas.
36
Almeida (2004) coloca que o ambiente físico sofre as modificações conseqüentes da
urbanização crescente, observados pelas respostas dos mecanismos existentes na atmosfera,
hidrosfera, biosfera e na esfera humana. Tais mecanismos são subsídios nas pesquisas da
busca da redução do impacto das ações antrópicas no meio ambiente.
O estudo do ciclo hidrológico é um tópico de importância em na hidrologia urbana. Todos os
processos componentes do ciclo - precipitação, infiltração, escoamento superficial,
evaporação e transpiração, além da ação humana – compõem um ciclo dinâmico que se
estende por todo o planeta. Para que ele subsista, é necessário que haja suprimento de energia
proveniente do Sol e do interior da Terra (ALMEIDA, 2004).
A UNESCO (2003), em sua publicação “Water for People, Water for Life” coloca que são
diversos os impactos decorrentes das atividades humanas que afetam diretamente o ciclo
urbano das águas e que para alcançar a sustentabilidade no ciclo urbano da água, deverão ser
implementadas práticas de conservação da água buscando a sustentabilidade ambiental.
Um dos sub-ciclos mais importantes no meio urbano é o formado pela captação e adução de
água bruta dos mananciais, seguida pelo tratamento, uso e geração de águas residuárias e
tratamento nas estações de esgoto com a disposição das águas residuárias tratadas no corpo
receptor, assim fechando o ciclo GONÇALVES (2006).
Rutkowski, (1999 apud Almeida, 2004) afirma que “a capacidade de cada localidade de
sustentar as atividades antrópicas que são dependentes hídricas, é determinada pelo
comportamento local do ciclo hidrológico”.
A sustentabilidade no ciclo urbano da água decorre da análise dos componentes do balanço
hídrico que é uma ferramenta importante na implantação de programas de desenvolvimento
com sustentabilidade (ALMEIDA, 2004). Para alcançar a sustentabilidade no ciclo urbano da
água deve-se utilizar as práticas de conservação de água e criteriosas medidas que resultem na
sustentação ambiental.
Os dispositivos economizadores, as novas tecnologias de aproveitamento de fontes
alternativas de água como captação de água de chuva, por exemplo, as técnicas de projeto de
37
sistemas hidro-sanitários alternativos como o reuso de águas servidas são de fundamental
importância na busca por um ciclo urbano da água sustentável.
3.6. Tecnologias Limpas
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), passou a incentivar a partir
de 1989, medidas favorecendo a redução de resíduos, economia de água e energia nos
processos produtivos industriais, focando na introdução do conceito de produção mais limpa
“Cleaner Prodution”, com o comprometimento dos profissionais e uma política gerencial que
contemple a responsabilidade ambiental (FURTADO, 2001).
Abreu (2001, apud Gonçalves, 2006) coloca que surgem na década de 80 as tecnologias
limpas, com a necessidade da diminuição dos poluentes gerados por empresas e seus possíveis
impactos, e ao mesmo tempo, a necessidade de aumentar a competitividade e diminuir os
custos de produção do produto.
No início da década de 90, o PNUMA, definiu o conceito de Produção Mais Limpa (P+L)
como sendo a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos
processos, produtos e serviços para aumentar a eco-eficiência e reduzir os riscos ao homem e
ao meio ambiente (PNUMA, 2005).
As estratégias ambientais preventivas e integradas aplicam-se a:
o processos produtivos: incluem conservação de recursos naturais e energia, eliminação de
matérias-primas tóxicas e redução da quantidade e da toxicidade dos resíduos e emissões;
o produtos: envolve a redução dos impactos negativos ao longo do ciclo de vida de um
produto, desde a extração de matérias-primas até a sua disposição final;
o serviços: estratégia para incorporação de considerações ambientais no planejamento e
entrega dos serviços.
Outro aspecto relevante para a implantação da P+L foi em meados da década de 90, com a
abertura de novos mercados, aumentando a competitividade das indústrias através da melhoria
da tecnologia empregada e das condições ambientais. As ações de P+L, inicialmente
empregadas como ferramenta para uso racional de insumos (água, energia e matérias-primas)
e redução de custos, evoluiu para um conceito mais amplo, incluindo conceitos como
planejamento de produtos, economia ambiental e responsabilidade sócio-ambiental (PNUMA,
2005).
38
A utilização de tecnologias de produção mais limpa em uma empresa ou sistema proporciona
a minimização de resíduos e consequentemente diminuição de desperdícios, tendo como
consequência a redução de investimentos em tecnologias caras e complexas de tratamento fim
de tubo, proporcionando a redução de custos pela maior eficiência do processo produtivo.
A utilização de tecnologias limpas para a redução do consumo doméstico de água é uma
maneira bastante efetiva para a redução da captação de águas naturais, do volume de esgoto e
do porte do tratamento (COHIM, 2007?). Para a utilização da água de forma eficiente devem
ser implementas ações ou atividades ligadas à redução do consumo, ao reuso e à reciclagem
de efluentes líquidos, dentre outras práticas conservacionistas.
Dentre as práticas conservacionistas de água destacam-se:
o Aproveitamento da água de chuva
o Gerenciamento de águas cinzas - águas servidas provenientes de pias, chuveiros, etc.
o Gerenciamento de águas amarelas e negras – urina e águas fecais
o Utilização de aparelhos economizadores
A substituição dos aparelhos convencionais por outros poupadores de água, é uma boa
estratégia para redução do consumo de água em edificações.
Conforme Cohim (2007?) é de grande importância o tratamento e reuso das águas cinza
provenientes de chuveiros, lavatórios e lavagem de roupa, pois, representaria até 40% na
demanda doméstica reduzindo a pressão sobre os mananciais. Sob o ponto de vista energético,
a água cinza deverá ser tratada junto à fonte geradora para evitar os longos e onerosos
transportes para a unidade de tratamento. E quanto à captação da água de chuva, Cohim
coloca que esta prática poderia atender de 20 a 80% das necessidades de uma família.
3.7. Consumo de Água nas Edificações
A água, produto finito e escasso, para chegar até o ponto de consumo residencial passa por
onerosos processos de captação, tratamento e pelos dispendiosos trajetos de distribuição e, no
entanto, dentre as várias necessidades de consumo de água potável nas edificações estão as
utilizações dos consumos não potáveis como: lavagem de carros; descarga em bacias
sanitárias; lavagem de pátios; irrigação de jardins; reserva de incêndio, que não justificam o
valor agregado à água nos processos de tratamento.
39
Portanto, é importante a promoção da gestão da demanda como medida para redução do
consumo de água final dos usuários, sem prejuízo dos atributos de higiene e conforto dos
sistemas originais. Essa redução pode ser obtida através de mudanças de hábitos no uso da
água ou mediante a adoção de aparelhos ou equipamentos poupadores. Ao economizar a água,
haverá redução na conta, a concessionária reduzirá a adução de água e consequentemente o
manancial será preservado, ou seja, a gestão da demanda está diretamente ligada à gestão da
oferta (SAUTCHUK, 2004).
Dados apresentados por Rodrigues (2005), mostram, que na cidade de Vitória, a percentagem
do consumo residencial equivale a 85% do total do consumo urbano, reforçando a
necessidade de incremento de ações que visem à gestão desta demanda com a redução de
consumo de água nos sistemas prediais, pois reduzirá significativamente a água destinada ao
abastecimento dos sistemas públicos e os impactos causados aos sistemas hidrográficos.
3.7.1. Caracterização do Consumo da Água
Há muitas variáveis sobre o consumo de água, como o comportamento do consumidor, o
desempenho dos sistemas prediais, dentre muitos outros que poderão identificar a hierarquia
do consumo e as ações de economia de água prioritárias (ROCHA e outros 1998).
Para a cidade de Salvador, conforme a Revisão e Atualização do Plano Diretor de
abastecimento de Água da Grande Salvador (RAPDAA) – EMBASA (1998), os consumos
per capita adotados para a cidade foram baseados nos valores de consumos utilizados na
revisão do Plano Diretor de Esgotos da Embasa, que foram resultado de uma pesquisa de
campo por amostragem dos consumidores representativos de três classes de renda e dos tipos
de ocupação residencial e não residencial, definidos por faixas de salário mínimo (SM),
Tabela 10.
Tabela 10 – Consumo Per Capita de Água em Salvador
Classe de Renda
População %
Consumo Residencial (l/hab/dia)
Consumo não Residencial (l/hab/dia)
Perdas (l/hab/dia)
Total (l/hab/dia)
A (> 20 sm) 3,78 318 67 165 550 B (6-20 sm) 33,90 217 46 113 376 C (< 6 sm) 62,32 102 21 53 176 Fonte: Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água – EMBASA, (1998 apud Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador – PDDU, 2006)
40
O índice de perdas físicas estimado pela a Embasa na RAPDAA foi de aproximadamente
30%. Conforme Cohim (2007?) o índice de perdas físicas somado às perdas comerciais atinge
valores superiores a 50%, sendo aduzido dos mananciais o dobro das vazões realmente
utilizadas no abastecimento urbano.
Conforme a EMBASA (1998), o parâmetro de planejamento o consumo per capita médio
total considerado foi de 258 l/hab./dia, considerando a seguinte distribuição de consumidores
por classe de renda.
Classe A – acima de 20 S.M. Classe B – entre 6 e 20 S.M. Classe C – até 6 S.M.
Os valores de consumo per capita de água incluem o volume de água utilizada e o volume de
água desperdiçada por uso excessivo ou por perda. A Tabela 11 apresenta a média do
consumo de água nas regiões em relação à população.
Tabela 11 – Consumo de Água
NÚMERO DE HABITANTES CONSUMO DE ÁGUA / HAB.DIA
> 50.000 220 l/hab.dia
10.000 a 50.000 200 l/hab.dia
< 10.000 150 l/hab.dia
Comunidades rurais 100 l/hab.dia Fonte: Christofidis (2001)
De acordo com Terpstra, (1999 apud Gonçalves, 2006), os usos da água dentro de uma
residência podem ser separados em quatro categorias:
o higiene pessoal;
o descarga de banheiros;
o consumo e
o limpeza.
Segue o Gráfico 02, onde são apresentados os índices de uso da água nas residências, observa-
se que a maior demanda é requerida pelo vaso sanitário. Conforme Gonçalves (2006), 40% do
total da água consumida em uma edificação são destinadas para os usos não potáveis, e o uso
41
de fontes alternativas para o abastecimento de água destinada ao uso não potável é uma
importante prática na busca da sustentabilidade hídrica.
Conforme é apresentado nos Gráficos 02, 03 e 04, a bacia sanitária é responsável por
consumo significativo de água em uma unidade residencial, sendo, portanto o banheiro, o
setor de maior consumo de água, somando mais de 60% do consumo total de uma residência.
O Programa Nacional de Combate ao Desperdício da Água – PNCDA no seu Documento
Técnico de Apoio – Caracterização e Monitoramento do Consumo Predial de Água – DTA
E1, apresenta os dados de consumos obtidos em um condomínio de apartamentos de baixa
renda, conforme o Gráfico 05, onde aparecem como pontos de maior consumo de água, o
chuveiro - 55%, seguida pela pia da cozinha - 18%, apresentando a bacia sanitária com o
segundo menor consumo, com apenas 5% do consumo na edificação.
Uso doméstico da água no Brasil
consumo: cozinhar e beber; 27%
Descarga de banheiro;
33%
Higiene: banho, escovar
dentes; 25%
Outros: lavagem de carro; 3%
Lavagem roupa; 12%
Gráfico 02 – Uso Doméstico da Água no Brasil
Fonte: PEGORIN, (2001 apud ALBUQUERQUE, 2004, p.19).
O DTA E1 comenta que o perfil de consumo apresentado no Gráfico 05 é particular a apenas
às unidades habitacionais medidas na pesquisa, mas se considerar que a pesquisa foi realizada
em um conjunto habitacional no estado de São Paulo com componentes e características
comuns às unidades residenciais encontradas em todo o país, então, porque este perfil de
consumo difere dos resultados apresentados em outras bibliografias?
42
De acordo com os Gráficos 02, 03 e 04 a bacia sanitária aparece respectivamente com 33%,
27% e 29% do consumo total de água, portanto, a apresentação no DTA E1 de apenas 5% não
é adequada para representação do consumo da bacia sanitária.
Distribuição do consumo de água nas residências na Alemanha
VASO SANITÁRIO; 27%
LAVAGEM DE PRATOS; 6%
LAVAGEM DE CARROS E
JARDINS; 6%
PEQUENOS TRABALHOS;
9%
LAVAGEM DE ROUPA; 12%
CHUVEIRO; 36%
BEBER E COZINHAR; 4%
Gráfico 03 – Distribuição do Consumo de Água nas Residências na Alemanha.
Fonte: Uso racional da água – USP, (1995 apud Gonçalves, 2005).
Consumo de água nas edificações – São Paulo
LAVATÓRIO; 6%TANQUE; 6%
MÁQUINA DE LAVAR
ROUPAS; 9%
CHUVEIRO; 28%
PIA DE COZINHA; 17%
MÁQUINA DE LAVAR
LOUÇAS; 5%
BACIA SANITÁRIA;
29%
Gráfico 04 – Consumo de Água nas Edificações – São Paulo.
Fonte: Uso racional da água – USP, (1995 apud Gonçalves, 2005).
43
Perfil de Consumo Doméstico de Água - PNCDA
PIA ; 18%
CHUVEIRO; 55%
LAVATÓRIO DE ROUPAS; 11%
BACIA SANITÁRIA; 5%
LAVATÓRIO; 8%TANQUE; 3%
Gráfico 05 – Perfil de Consumo Doméstico de Água
Fonte: PNCDA - (Rocha, 1998)
Também para Leggett (2001), o consumo de água potável interno das bacias sanitárias da
edificação chega a ser 30%, quando comparado aos outros usos, podendo esta demanda ser
suprida por águas reservadas nos sistemas de captação de água de chuva, por exemplo,
diminuindo assim a demanda de água potável nos sistemas prediais.
Santos, (2002 apud Fiori, 2006) também fez um comparativo do perfil do consumo doméstico
apresentado pelo PNCDA com o consumo apresentado pela American Water Association –
AWWA, Tabela 12. Observa-se que o perfil do apresentado pelo PNCDA também difere do
perfil do AWWA principalmente quando comparados os valores para as bacias sanitárias
(PNCDA – 5% e AWWA – 26,1%), reforçando o questionamento quanto à confiabilidade dos
dados de consumo no referido DTA E1 do PNCDA, principalmente quanto à utilização destes
em definição de estratégias e no desenvolvimento de tecnologias para a promoção da
conservação de água em edificações.
44
Tabela 12 – Comparativos dos Consumos de Água nas Edificações Domiciliares
APARELHO SANITÁRIO CONSUMO DE ÁGUA (%)
AWWA3 PNCDA BACIA SANITÁRIA 26.1 5.0 CHUVEIRO 17.8 55.0 BANHEIRA 1.8 - LAVATÓRIO E PIA DE COZINHA 15.4 26.0 LAVADORA DE PRATOS 1.4 - LAVADORA DE ROUPAS 22.7 11.0 PERDAS FÍSICAS 12.7 - OUTROS 2.1 3.0
SANTOS, (2002 apud FIORI, 2006).
É importante o conhecimento dos consumos nos diversos pontos de utilização residencial para
a identificação de pontos críticos, priorizando assim, as ações de conservação do uso da água
nas edificações. As ações para conservação de água em uma edificação poderão ser, por
exemplo:
o reaproveitamento de água (reuso); o substituição de produtos convencionais por outros economizadores de água; o detecção e conserto de vazamentos visíveis e não visíveis na rede externa, reservatórios e
instalações hidráulicas e prediais, etc; o campanha educacional; o outros.
Para a promoção de cada uma destas ações é preciso conhecer as características da edificação
e realizar um diagnóstico, visando identificar os problemas e os pontos críticos de utilização
de água e, só então, estabelecer uma estratégia para implantação das ações de conservação de
água, sem que estas afetem a qualidade da água e o conforto do usuário.
As ações de substituição de produtos convencionais por outros economizadores de água é uma
medida eficiente na estratégia de conservação de água em edificações, nos diversos setores –
residencial, hospitalar, escolar, etc. – Gonçalves e outros 1999b colocam que tais ações têm
como objetivo principal reduzir o consumo de água, devendo esta ação ser independentemente
da vontade do usuário, mas ressalva que para o sucesso desta o sistema deverá está isento de
vazamentos.
O Programa de Uso Racional da Água – PURA, implantado pela Sabesp, desenvolveu
projetos de uso racional da água nos diversos setores – escolas, hospitais, etc. onde são
3 American Water Works Association.
45
apresentados, na Tabela 13, alguns resultados de economia de consumo de água em locais
onde são verificados o uso de produtos economizadores de água, mostrando mais uma vez a
importância de utilização de tais produtos.
Tabela 13 – Economia de Água com a Utilização de Produtos Economizadores
LOCAL AÇÕES REALIZADAS REDUÇÃO MENSAL
RETORNO DO INVESTIMENTO
Lar Batista de Crianças
-Detecção e conserto de vazamentos visíveis e não visíveis na rede externa, reservatórios e instalações
hidráulicas e prediais; -troca parcial de equipamentos convencionais por
outros economizadores de água; -campanha educacional.
21% 10 meses
Secretaria de Meio Ambiente /
CETESB
-Detecção e conserto de vazamentos visíveis e não visíveis na rede externa, reservatórios e instalações
hidráulicas e prediais; -troca de equipamentos convencionais por
outros economizadores de água; -campanha educacional.
47% 2 meses
Universidade de
São Paulo / USP - Fase III
-Detecção e conserto de vazamentos visíveis e não visíveis na rede externa, reservatórios e instalações
hidráulicas e prediais; -troca de equipamentos convencionais por
outros economizadores de água (3.900 pontos); -campanha educacional;
-estudo para reaproveitamento de água dos destiladores.
37% 8 meses
Fundação do Desenvolvimento Administrativo -
FUNDAP
-Detecção e conserto de vazamentos visíveis e não-visíveis na rede externa; reservatórios e instalações
prediais; -troca de equipamentos convencionais por outros
economizadores de água.
29,4% 10 meses
Escola Estadual Fernão Dias Paes
-Detecção e conserto de vazamentos visíveis e não visíveis na rede externa, reservatórios e instalações
hidráulicas e prediais; -troca de equipamentos convencionais por
outros economizadores de água; -campanha educacional.
94% 5 dias
Cozinha Ford - Ipiranga
-Detecção e conserto de vazamentos; -instalação de equipamentos economizadores (1 torneira de acionamento com o pé, 5 arejadores tipo econômico,
2 chuveirinhos dispersantes); -campanha educacional.
52% 19 dias
Palácio dos Bandeirantes
-Detecção e conserto de vazamentos visíveis e não visíveis na rede externa, reservatórios e instalações
hidráulicas e prediais; -troca parcial de equipamentos hidráulicos
convencionais - por economizadores; -campanha educacional e ambiental; sistema de
gerenciamento de consumo de água setorizado M-Bus.
31% 11 meses
Fonte: (SABESP, 2007)
46
Em pesquisa realizada em 1998 em residências unifamiliares de 12 cidades nos Estados
Unidos, pela American Water Works Association Research (AWWARF), constatou-se uma
economia média de 30% no consumo total de água nas residências onde foram implementadas
medidas de conservação de água com a utilização de bacias sanitárias de 6 litros, torneiras
econômicas, entre outros produtos economizadores (TOMAZ, 2001).
47
4. PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO DESPERDÍCIO DE ÁGUA –
PNCDA
Instituído em abril de 1997, pelo Governo Federal, o PNCDA foi criado com o objetivo geral
da promoção do uso racional da água de abastecimento público, onde integram as ações para
o desenvolvimento operacional dos serviços, como o controle de perdas não físicas e físicas, e
ações de gestão da demanda urbana de água (SILVA e outros, 1998).
O PNCDA trata a conservação de água em todas as fases do processo de produção e do uso
urbano, diferente de programas anteriores que se limitava em contabilizar volumes não
faturados para definir o controle de perdas. De acordo com Gonçalves (2006), o PNCDA é o
principal programa brasileiro voltado para a conservação de água potável.
Coordenado na esfera federal, as principais linhas de ações do PNCDA são: capacitação,
assistência técnica e desenvolvimento institucional. Competem às esferas estaduais e
municipais as ações diretas de gestão da oferta e da demanda de água, juntamente com os
setores integrantes do processo de abastecimento de água até o consumidor final.
Conforme o Documento Técnico de Apoio - DTA A1 (1998) que contém a apresentação do
programa, o PNCDA tem como elementos estratégicos: o apoio ao desenvolvimento; à
transferência e à disseminação de tecnologia; a articulação com outros programas federais e o
apoio aos planos (regionais/locais) de combate ao desperdício água.
De acordo com o DTA A1 em 1997 foi considerada concluída a primeira fase do Programa,
denominada Fase I, com a sistematização da experiência nacional e internacional no setor de
conservação urbana de água, elaborando assim, 16 Documentos Técnicos de Apoio – DTA
que foram postos em discussão e que serviram para orientar a sua implantação, Figura 04.
Entre 1998 e 1999, foram produzidos mais 04 DTA, Figura 05, que haviam sido apenas
conceituados na Fase I sem emissão de textos, e a implantação de um sistema de acesso via
internet, marcando assim a segunda fase, Fase II do Programa, Tabela 14. A partir de 1999,
foi implementado, na cidade de Juazeiro na Bahia, o primeiro Projeto Piloto do PNCDA
através do Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS e da Secretaria de
Política Urbana da Presidência da República.
48
Na conclusão da Fase II, destacaram-se algumas ações como: (SILVA e outros, 1998).
o desenvolvimento de textos complementares de apoio técnico e complementação da revisão dos DTA
o montagem do modelo institucional do Programa o montagem de arquivos e homepage o organização de cursos de combate ao desperdício e orientação o acompanhamento de projeto-piloto em Juazeiro (BA)
Figura 04 – PNCDA – Escopo da Fase I - 1997
Fonte: PNCDA – DTA A1 – Apresentação do Programa – 1998
49
Figura 05 – PNCDA – Escopo da Fase II– 1998 e 1999 Fonte: PNCDA – DTA A1 – Apresentação do Programa – 1998
Na Fase III, além da reformulação e alimentação da página do PNCDA na rede mundial de computadores foi previsto a revisão e elaboração de DTAs, conforme a seguir:
DTA A2 Indicadores de Perdas nos Sistemas de Abastecimento de Água revisão DTA A4 Bibliografia Anotada revisão DTA C2 Panorama dos Sistemas Públicos de Abastecimento no País revisão DTA D2 Macromedição revisão DTA D3 Micromedição revisão DTA F2 Produtos Economizadores nos Sistemas Prediais revisão
DTA A5 Diretrizes e procedimentos para desenvolvimento dos Planos (regionais e locais) de Combate ao Desperdício de Água elaboração
DTA B4 Prospecção das necessidades de Capacitação Técnica dos Prestadores do Serviço de Abastecimento de Água no Brasil elaboração
DTA B6 Estratégias de educação e comunicação elaboração
DTA F3 Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de Água - Conservação de Água em Edifícios elaboração
DTA F4 Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais Prediais de Água em Polietileno elaboração
50
Os documentos técnicos de apoio estão agrupados em três principais áreas de atuação:
o Planejamento, gestão e articulação institucional das ações de conservação e uso racional da água – Séries A/B
o Conservação de água nos sistemas públicos de abastecimento – Séries C/D o Conservação de água nos sistemas prediais – Séries E/F
Tabela 14 - Documentos Técnicos de Apoio – DTA SÉRIE COD. TÍTULO
A/B Planejamento e
gestão / Gerenciamento
da demanda
A1 Apresentação do Programa A2 Indicadores de Perdas nos Sistemas de Abastecimento de Água A3 Caracterização da Demanda Urbana de Água A4 Bibliografia Anotada (revisão).
A5 Planos Regionais e Locais de Combate ao Desperdício de Água - Diretrizes
B1 Elementos de Análise Econômica Relativos ao Consumo Predial
B2 Subsídios às Campanhas de Educação Pública Voltadas à Economia de Água
B3 Medidas de Racionalização do uso da Água para Grandes Consumidores
B4 Prospecção das necessidades de Capacitação Técnica dos Prestadores do Serviço de Abastecimento de Água no Brasil
B6 Estratégias de Comunicação e Educação
C/D Conservação nos sistemas públicos de
abastecimento
C1 Recomendações Gerais e Normas de Referência para Controle de Perdas nos Sistemas Públicos de Abastecimento
C2 Programa dos Sistemas Públicos de Abastecimento no País C3 Medidas de Redução de Perdas – Elementos para Planejamento D1 Controle de Pressão na Rede D2 Macromedição D3 Micromedição D4 Redução de Perdas e Tratamento de Lodo em ETA
E/F Conservação nos sistemas prediais de
água
E1 Caracterização e Monitoramento do Consumo Predial de Água
E2 Normalização e Qualidade dos Sistemas Prediais de Água
F1 Tecnologias Poupadoras de Água nos Sistemas Prediais
F2 Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais
F3 Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de Água - Conservação de Água em Edifícios
F4 Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais Prediais de Água em Polietileno
Fonte: (PNCDA, 2004)
Até a data de conclusão deste trabalho, não foi verificado no site oficial do PNCDA a
divulgação de novos documentos relevantes a esta pesquisa.
51
4.1. Estrutura
Na Figura 06 são apresentadas as principais vertentes do Programa.
Figura 06 – Escopo do PNCDA
Fonte: PNCDA – DTA F2 - 2004
4.2. Objetivos Gerais do PNCDA
Conforme o DTA – A1, que contém a apresentação do programa, o objetivo geral do PNCDA
é a promoção do uso racional da água de abastecimento público nas cidades brasileiras, em
benefício da saúde pública, do saneamento ambiental e da eficiência dos serviços, propiciando
a melhor produtividade dos ativos existentes e a postergação de parte dos investimentos para a
ampliação dos sistemas (SILVA e outros, 1998). Sendo necessário o reconhecimento da oferta
e demanda de água nas diferentes regiões do país, e um balanço dos custos necessários para
medidas de controles dos desperdícios.
4.3. Objetivos Específicos do PNCDA
O PNCDA tem como objetivos específicos definir e implementar um conjunto de ações e
instrumentos tecnológicos, normativos, econômicos e institucionais, concorrentes para uma
efetiva economia dos volumes de água demandados para consumo nas áreas urbanas (SILVA
e outros, 1998), conforme segue as diretrizes:
o promover a produção de informações técnicas confiáveis para o conhecimento da oferta,
da demanda e da eficiência no uso da água de abastecimento urbano;
o apoiar o planejamento de ações integradas de economia de água em sistemas municipais e
regionais de abastecimento, incluindo componentes de gestão de demanda, de melhoria
operacional e de uso racional da água nos sistemas prediais;
52
o apoiar os serviços de saneamento básico no manejo de cadastros técnicos e operacionais
com vistas à redução nos volumes de águas não faturadas;
o apoiar os serviços do setor na melhoria operacional para redução de perdas físicas e não
físicas, notadamente em macromedição, micromedição, controle de pressão na rede e
redução de consumos operacionais na produção e distribuição de água;
o promover o desenvolvimento tecnológico de componentes e equipamentos de baixo
consumo de água para uso predial, inclusive normalização técnica, códigos de prática e
capacitação laboratorial;
o apoiar os programas de gestão de qualidade aplicados a produtos e processos que
envolvam conservação e uso racional da água nos sistemas públicos e prediais.
4.4. Conservação de Água Nos Sistemas Prediais
Este trabalho restringirá a análise na série E/F – Conservação nos sistemas prediais de água,
utilizando o DTA F2 - Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais como foco
da pesquisa.
4.4.1. DTA E1 – Caracterização e Monitoramento do Consumo Predial de Água.
Este documento Técnico possui dois principais segmentos que respaldam os métodos
aplicáveis e as capacidades disponíveis, com o objetivo de caracterizar e monitorar o consumo
predial, subsídio importante para o gerenciamento de capacitação laboratorial e
instrumentação (ROCHA e outros, 1998).
De acordo com o referido documento os dois principais segmentos são:
o Descrição da metodologia e dos equipamentos para caracterização do consumo de água;
o Monitoração piloto do consumo.
Rocha e outros (1998), mostra que este segundo segmento é fundamental na detecção de
padrões de distribuição interna do consumo predial e só após o conhecimento dos consumos
específicos de água dos diversos pontos de utilização do sistema é que se pode desenvolver os
aparelhos economizadores de água e as tecnologias para a redução do consumo.
Segue, no Quadro 02, a estrutura de montagem do documento com os dois principais
segmentos para caracterização e monitoramento do consumo predial:
53
DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA E DOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
• EVOLUÇÃO DAS TÉCNICAS DE MONITORAÇÃO
• EXPERIÊNCIA ACUMULADA PELO IPT
• PROCESSO METODOLÓGICO
• MEDIÇÕES DO CONSUMO DE ÁGUA
• MEDIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS
• MEDIDAS GERAIS
• MEDIDAS INDIVIDUAIS
• TRATAMENTO DE DADOS
• APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
• PERFIL DO CONSUMO
• EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
• ESPECIFICAÇÃO
• AQUISIÇÃO E DISPONIBILIDADE
MONITORAÇÃO PILOTO DE CONSUMO
• LOCAL DA MONITORAÇÃO PILOTO
• CARACTERIZAÇÃO DA LOCALIDADE
• CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO GLOBAL
• CARACTERIZAÇÃO DOS CONSUMOS ESPECÍFICOS
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Quadro 02 – Estrutura do DTA E1 – Caracterização e Monitoramento do Consumo Predial de Água.
Fonte: ROCHA e outros, (1998)
4.4.2. DTA E2 – Normalização e Qualidade dos Sistemas Prediais de Água.
De acordo com Ioshimoto (1999), para a Normalização e Qualidade dos Sistemas Prediais de
Água é preciso observar os seguintes segmentos afins:
o Estruturação e sistemática de qualidade – onde são abordados os processos de decisão e
fixação de critérios de qualidade total.
o Desenvolvimento de textos base (códigos de prática) – onde se sugere composições de
sistemas para funcionamento das estruturas decisórias de códigos de prática, servindo de
base ao desenvolvimento dos demais códigos do objeto do DTA F3.
o Plano de normalização técnica no segmento de sistema prediais – refere-se ao conjunto de
atividades do CB-2 da ABNT no segmento – Sistemas Prediais. Destacam-se normas
relacionadas à conservação e o combate ao desperdício de água, acrescentando sugestões
de novos textos a serem incluídos.
54
Segue, no Quadro 03, a estrutura de montagem do documento com os segmentos afins com os
processos de normalização e controle de qualidade aplicáveis os produtos e processos de
sistemas prediais.
ESTRUTURAÇÃO E SISTEMÁTICA DA QUALIDADE
• CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
• ASFAMAS4 LP GRUPO SETORIAL DE LIGAÇÕES PREDIAIS
• ASFAMAS IP GRUPO SETORIAL DE INSTALAÇÕES PREDIAIS
• ASFAMAS LS GRUPO SETORIAL DE LOUÇAS SANITÁRIAS
• ASFAMAS PVC GRUPO SETORIAL DE PVC
• ASFAMAS PE GRUPO SETORIAL DE TUBOS DE POLIETILENO
• OUTROS GRUPOS SETORIAIS
• ABPE - TUBULAÇÃO DE POLIETILENO
BASES PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÓDIGOS DE PRÁT ICA
• PARÂMETROS ÉTICO-METODOLÓGICOS
• PARÂMETROS OPERACIONAIS
• MATRIZ INSTITUCIONAL E ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO
• ÓRGÃOS DIRETIVOS E OPERACIONAIS
RELAÇÃO DE NORMAS EM DISCUSSÃO NO CBZ
Quadro 03 – Estrutura do DTA E2 – Normalização e Qualidade dos Sistemas Prediais de Água.
Fonte: IOSHIMOTO (1999)
Conforme consta no DTA E2, os programas setoriais de qualidade contribuem para leis,
regulamentos técnicos, normas técnicas de produtos e sistemas e na elaboração de código de
práticas para sistemas prediais e de infra-estrutura. Na época de publicação deste DTA
estavam sendo implementados ou em processo os programas relacionados a seguir:
o PBQPICC - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Indústria da Construção Civil, coordenação: ABCP e ITQC;
o PBQPSA - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Saneamento Ambiental, coordenação: ABES;
o Programa de Uso Racional da Água em Edifícios, coordenação: SABESP, EPUSP, IPT e ASFAMAS;
o PNCDA - Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, coordenação: SEDU/PR;
o QUALIHAB - Programa da Qualidade para Habitações da CDHU e do Governo do Estado de São Paulo;
o Prêmio ABES da Qualidade.
4 Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para Saneamento.
55
4.4.3. DTA F1 – Tecnologias Poupadoras de Água nos Sistemas Prediais
Este documento apresenta um panorama das tecnologias poupadoras de água nos sistemas
prediais disponíveis mundialmente. Propõe também linhas de ação alternativas para alcançar a
racionalização do uso da água nos edifícios, fornecendo subsídios para uma análise de
produtos e processos que ofereçam economia com conforto e higiene, através de soluções de
desempenho superior ou que considerem melhor as condições de uso (GONÇALVES e
outros, 1999). Segue, no Quadro 04, a estrutura do documento:
CONCEITUAÇÃO GERAL – PRINCIPAIS PRODUTOS E PROCESSOS
• MEDIDAS DE RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA
• MEDIDAS DE CONTROLE DE VAZAMENTO
• MEDIDAS DE REDUÇÃO DO CONSUMO
AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS NO SETOR DE SISTEMAS PREDIAIS
• TECNOLOGIA DE PROCESSOS APLICADA AO USO RACIONAL DA ÁGUA
• SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO A VÁCUO
• SISTEMA DE BOMBA DE VÁCUO/TANQUE DE VÁCUO
• SISTEMA DE COLUNA DE VÁCUO
• EJETOR DE ESGOTO/ TANQUE ATMOSFÉRICO
• SISTEMAS DE SIFONAGEM PARA BACIAS SANITÁRIAS E REDE DE ESGOTOS
• BACIAS SANITÁRIAS COM MEMBRANAS RETICULADAS
• SISTEMA DE SIFÃO CENTRAL PARA REDE DE ESGOTOS
• VAZAMENTOS NO SISTEMA HIDRÁULICO PREDIAL
• TECNOLOGIA DE PRODUTOS APLICADA AO USO RACIONAL DA ÁGUA
• BACIAS SANITÁRIAS E DISPOSITIVOS DE DESCARGA
• FLUSHMATE
• MICROFLUSH
• BACIA COM CAIXA ACOPLADA E ALIMENTAÇÃO LATERAL
• BACIA COM CAIXA ACOPLADA DUAL
• TORNEIRAS DE LAVATÓRIOS E COZINHAS
• TORNEIRAS ACIONADAS POR SENSOR INFRAVERMELHO
• TORNEIRAS COM TEMPO DE FLUXO DETERMINADO
• MICTÓRIOS
• CHUVEIROS
• TECNOLOGIA DE INSTRUMENTAÇÃO
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS
• AVALIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE PROCESSOS
• AVALIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE PRODUTOS
PROPOSTAS DE LINHAS DE AÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Quadro 04 – Estrutura do DTA F1 – Tecnologias Poupadoras de Água nos Sistemas Prediais.
Fonte: GONÇALVES e outros, 1999.
56
Este documento avalia as tecnologias de processo e de produto, tendo como referência as
condições brasileiras e desta avaliação foi selecionado as linhas de ações que reúnem as
melhores possibilidades de aplicação, a curto e médio prazos de alguns desses processos e
produtos.
Após todas as análises, foram apresentadas algumas propostas de linhas de ação, concebidas em caráter preliminar, conforme segue:
PROPOSTA DE LINHA DE AÇÃO – I
• conservação de água em bacias sanitárias, pela utilização de bacia VDR (6 l/descarga); • torneiras hidromecânicas; • torneiras eletrônicas; • mictórios com acionamento hidromecânico ou eletrônico.
PROPOSTA DE LINHA DE AÇÃO - I I
• medição individual de água em condomínios, obtendo-se redução do consumo por unidade habitacional.
PROPOSTA DE LINHA DE AÇÃO - I I I
• implantação de membrana reticulada (Gustavsberg) viabilizando o uso de bacia de 3,0 a 3,5 l/descarga, de forma adequada.
4.4.4. DTA F2 – Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais Este DTA descreve os diversos tipos de produtos economizadores de água existentes e fornece subsídios para esclarecimento das características de funcionamento e utilização destes equipamentos conforme os tipos de usos e usuários de edificação. A importância deste documento é que a especificação de louças e metais sanitários é um dos fatores que determinam o maior ou menor consumo de água em uma edificação, ao longo de toda a sua vida útil (SCHMIDT, 2004). O autor também coloca que os produtos economizadores de água nos sistemas prediais apresentam características específicas de instalação, funcionamento, operação e manutenção, por isto é necessário que estes sejam:
o especificadas adequadamente, em função do uso a que se destinam e do tipo de
usuário que irá utilizá-las.
o instalados corretamente, de acordo com as orientações e especificações dos diversos
fabricantes.
o utilizados de maneira adequada, para o fim que se destinam, com eventual capacitação
de usuários quando for o caso.
57
o realizadas manutenção necessária (preventiva ou corretiva) que garanta a regulagem e
funcionamento correto dos equipamentos, de acordo com as especificações dos
diversos fabricantes.
Segue, no Quadro 05, a estrutura do documento:
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• ADEQUABILIDADE PARA A UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS SANITÁRIOS
• SISTEMA DE FUNCIONAMENTO HIDROMECÂNICO
• SISTEMA DE FUNCIONAMENTO POR SENSOR DE PRESENÇA
TORNEIRAS
• DISPOSITIVOS DE COMANDO PARA TORNEIRAS COM FUNCIONAMENTO HIDROMECÂNICO
• DISPOSITIVOS DE COMANDO PARA TORNEIRAS COM FUNCIONAMENTO POR SENSOR
• DISPOSITIVOS DE COMANDO PARA TORNEIRAS COM FUNCIONAMENTO POR VÁLVULA DE PÉ
• DISPOSITIVOS DE COMANDO PARA TORNEIRAS COM FUNCIONAMENTO POR PEDAL
• DISPOSITIVOS DE COMANDO ADEQUADOS A DEFICIENTES FÍSICOS COM FUNCIONAMENTO HIDROMECÂNICO
• AREJADORES
• TORNEIAS DE COMANDO RESTRITO
MICTÓRIOS
• MICTÓRIOS COLETIVOS
• MICTÓRIOS INDIVIDUAIS
• DISPOSITIVOS DE DESCARGA EM MICTÓRIOS
• VÁLVULA DE ACIONAMENTO HIDROMECÂNICO
• VÁLVULA DE ACIONAMENTO POR SENSOR DE PRESENÇA
• VÁLVULA DE DESCARGA TEMPORIZADA
• VÁLVULA DE DESCARGA MANUAL E FLUXÍVEL
• MICTÓRIOS SEM ÁGUA
CHUVEIROS
• DUCHAS PARA ÁGUA MISTURADA
• CHUVEIROS ELÉTRICOS
• DISPOSITIVOS PARA COMANDO DE DUCHAS PARA MISTURA DE ÁGUA
• DISPOSITIVOS PARA COMANDO DE CHUVEIROS ELÉTRICOS E ÁGUA PRÉ-MISTURADA
BACIAS SANITÁRIAS
• BACIAS SANITÁRIAS PARA VÁLVULA DE DESCARGA
• BACIAS SANITÁRIAS COM CAIXA ACOPLADA
DISPOSITIVOS PARA ACIONAMENTO DE DESCARGA PARA BACIAS SANITÁRIAS
• VÁLVULAS DE DESCARGA EMBUTIDA
• VÁLVULAS DE DESCARGA APARENTES
• CAIXAS DE DESCARGA EMBUTIDAS
REDUTORES DE VAZÃO
BIBLIOGRAFIA
Quadro 05 – Estrutura do DTA F2 – Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais.
Fonte: SCHMIDT (2004)
58
Na Figura 07 é apresentado o escopo da segunda fase do PNCDA, conforme consta no DTA
F2, acrescentando o conteúdo do 1º curso de combate ao desperdício de água realizado em
dezembro de 1999.
Figura 07 – PNCDA – Escopo da Fase II – 1998 e 1999 – 1º Curso Básico Fonte: PNCDA – DTA F2 - Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais – 2004
4.4.5. DTA F3 – Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de Água - Conservação de Água em Edifícios
Conforme Sautchúk (2004), este DTA objetiva apresentar a Metodologia de Desenvolvimento
de um Programa de Conservação de Água – PCA, no âmbito de PNCDA, avaliando
concomitantemente a demanda e a oferta de água, configurando um cenário de uso de água
adequado a uma edificação, otimizando o consumo e a geração de efluentes e preservando a
qualidade e a quantidade de água no desempenho das atividades consumidoras.
59
O Quadro 06 mostra a estrutura do documento: OBJETIVOS
IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA
NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO
• LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL
• LEGISLAÇÃO NACIONAL DE ÂMBITO FEDERAL
• LEGISLAÇÃO NACIONAL DE ÂMBITO ESTADUAL
METODOLOGIA DE APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE ÁGUA
• PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO DE ÁGUA - CONCEITUAÇÃO
• MOTIVADOR PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE ÁGUA - PCA
• DIRETRIZES DE DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE ÁGUA
• ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO PCA
• AUDITORIA FEDERAL
• AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE ÁGUA
• AVALIAÇÃO DA OFERTA DE ÁGUA
• ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA
• ESCOLHA DO CENÁRIO APROPRIADO
• DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES TECNOLÓGICAS CONTIDAS NO PCA ÓTIMO
• DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO E MONITORAMENTO DO CONSUMO DE ÁGUA
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO PRÁTICA
• EDIFÍCIO COMERCIAL DE ESCRITÓRIOS
• INDÚSTRIA
• COZINHA INDUSTRIAL
• HOSPITAL
CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Quadro 06 – Estrutura do DTA F3 – Código de Prática de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de Água - Conservação de Água em Edifícios.
Fonte: SAUTCHÚK (2004)
4.4.6. DTA F4 – Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais Prediais de Água em Polietileno De acordo com Landi (2004), este documento foi elaborado com o objetivo de orientar os
responsáveis pela instalação das tubulações de polietileno, utilizadas para as ligações prediais
de água, assegurando a garantia de qualidade dos sistemas de distribuição pública de água. A
seguir, o Quadro 07 com a estrutura do DTA F4.
60
CARACTERÍSTICAS DAS TUBULAÇÕES DE POLIETILENO
• O POLIETILENO
• HISTÓRICO
• O QUE É POLIETILENO
• CLASSIFICAÇÃO DO POLIETILENO
• PRINCIPAIS APLICAÇÕES E CARACTERÍSTICAS
• PRINCIPAIS APLICAÇÕES DAS TUBULAÇÕES DE POLIETILENO NA CONSTRUÇÃO CIVIL E
SUAS VANTAGENS
• PRINCIPAIS PROPRIEDADES DAS TUBULAÇÕES DE POLIETILENO
NORMAS TÉCNICAS DA ABNT
• APRESENTAÇÃO E EXPLANAÇÃO DOS REQUISITOS
• REQUISITOS DE FABRICAÇÃO
• ASPECTOS RELACIONADOS AO RECEBIMENTO, MARCAÇÃO DE PRODUTO, ESTOCAGEM,
MANUSEIO E TRANSPORTE.
PROCEDIMENTO PARA RECEBIMENTO, MANUSEIO, E ASSENTAMENTO DOS TUBOS DE POLIETILENO
• ENSAIOS PARA RECEBIMENTO DE TUBOS DE POLIETILENO UTILIZADOS EM LIGAÇÕES PREDIAIS
• PROCEDIMENTO PARA ESTOCAGEM, MANUSEIO E TRANSPORTE
• DIRETRIZES PARA EXECUÇÃO E REPARO DE RAMAL PREDIAL EM POLIETILENO
• DEFINIÇÕES
• EQUIPE TÉCNICA E APARELHAGEM PARA INSTALAÇÃO DE RAMAL PREDIAL
• ESTOCAGEM DE MATERIAL E FERRAMENTAS
• TRANSPORTE DE TUBOS E CONEXÕES
• MANUSEIO DE TUBOS E CONEXÕES
• EXECUÇÃO
• REPARO DE VAZAMENTOS NO RAMAL PREDIAL
• SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO RAMAL PREDIAL EM POLIETILENO
• TESTE DE ESTANQUEIDADE
• FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS
• DOCUMENTAÇÃO
CONCEPÇÃO DE SISTEMAS DE LIGAÇÃO PREDIAL EM POLIETILENO PARA ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA
• DIMENSIONAMENTO DA LIGAÇÃO PREDIAL – HIDRÔMETRO, CAVALETE E ABRIGO DO
HIDRÔMETRO
• CONSUMO DE ÁGUA DA EDIFICAÇÃO
• HIDRÔMETRO
• PADRÃO DO ABRIGO DO HIDRÔMETRO – CAVALETE, UTILIZADO PELA SABESP EM
POLIETILENO
• PRINCIPAIS PROBLEMAS E CUIDADOS COM A EXECUÇÃO E MANUTENÇÃO DE RAMAIS
PREDIAIS EM POLIETILENO
• ANÁLISE DOS PROBLEMAS DE VAZAMENTOS EM LIGAÇÕES PREDIAIS EM POLIETILENO
• PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS QUE DIMINUAM AS PERDAS DE ÁGUA
BIBLIOGRAFIA
Quadro 07 – Estrutura do DTA F4 – Código de Prática de Projeto e Execução de Ramais Prediais de Água em Polietileno
Fonte: LANDI (2004)
61
5. METODOLOGIA
Para o cumprimento do exposto nos objetivos deste trabalho foi necessária a análise da
estrutura do o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA, focando
nos Documentos Técnicos que compõem a Conservação de Água nos Sistemas Prediais, mais
especificamente no DTA F2 – Produtos Economizadores de Água nos Sistemas Prediais.
Foi realizada revisão na literatura e elaboração de um inventário com as opções dos produtos
economizadores e seus principais fabricantes, analisando as mais usuais opções de tecnologias
de aproveitamento de água para os pontos de consumos de edificações.
Realizou-se também uma avaliação da efetividade do PNCDA, com a aplicação de
questionários que foram respondidos por uma amostragem de técnicos – arquitetos,
engenheiros, que estão diretamente ligados às soluções de projetos e obras prediais.
O questionário possui uma breve caracterização do profissional pesquisado e é composto por
15 questões, com o objetivo de avaliar os itens “c” e “d” dos objetivos específicos deste
trabalho que são: a avaliar o nível de conhecimento dos profissionais em relação ao PNCDA e
a regularidade de especificação/instalação de produtos economizadores de água e o nível de
conhecimento de tais produtos entre os pesquisados.
Este está dividido em quatro partes para a composição da análise, conforme segue descrição:
Primeira parte: corresponde à identificação do profissional quanto à formação, no caso,
arquitetura ou engenharia, ano de formação para a verificação do tempo de atuação
profissional e a atividade desenvolvida, identificando os profissionais que trabalham com
projetos e/ou obras.
Segunda parte: correspondem os itens 1º ao 6º que avaliam os profissionais quanto à
especificação e utilização de produtos economizadores de água e o grau de conhecimento
destes produtos.
Terceira parte: correspondem os itens 7º ao 12º que avaliam o nível de conhecimento dos
profissionais sobre o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água e seus
Documentos Técnicos de Apoio, como também avalia o sistema de informação e divulgação
do programa.
62
Quarta parte: correspondem os itens 13º, 14º e 15º que avaliam o comprometimento com as
questões de conservação da água no desenvolvimento das atividades dos profissionais
pesquisados.
Apresenta-se a seguir o questionário utilizado na pesquisa.
Profissão: _______________________________________________
Ano de formação: ______________________________________
Atividade desenvolvida: ___________________________________
01- Já participou de algum curso/palestra/seminário relacionado à conservação de água? ( )SIM ( ) NÃO Qual?____________________________________________________________________ 02- Como é feita a escolha de produtos hidrossanitários dos projetos na sua atividade profissional? ( ) Por você, mas não especifica produtos pela características economizadoras de água. ( ) Por você, de acordo à necessidade do cliente, apenas. ( ) Por você, atendendo a estética do projeto, independente de ser produto economizador de água. ( ) Por você, de acordo à necessidade do cliente, mas, optando por produtos economizadores de água. ( ) Por outro técnico, seguindo orientações para produtos economizadores de água. ( ) Por outros técnicos, de acordo à necessidade do cliente, apenas. 03- A especificação dos produtos hidrossanitários, indicada no projeto ou obra da sua atividade, está sujeita a mudanças durante o processo construtivo? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO TENHO CONHECIMENTO 04- Em caso afirmativo para a questão 03, você e/ou responsável pelo projeto é consultado para a nova especificação? ( ) SIM ( ) NÃO 05- Você já especificou algum produto economizador de água? ( ) SIM ( ) RARAMENTE ( ) APENAS QUANDO COMPATÍVEL COM A ESTÉTICA DO PROJETO ( ) NÃO ( ) SEMPRE ( ) NÃO TENHO CONHECIMENTO DE TAIS PRODUTOS Quais?__________________________________________________________________ 06- Quais produtos economizadores de água você conhece? Se necessário marque mais de uma opção. ( ) TORNEIRAS AUTOMÁTICAS ( ) TORNEIRAS ELETRÔNICAS ( ) REGULADOR DE VAZÃO PARA TORNEIRAS DE MESA – REGISTRO REGULADOR DE VAZÃO PARA TORNEIRAS ( ) BACIA SANITÁRIA COM CAIXA ACOPLADA DE 6 LITROS POR DESCARGA ( ) BACIA SANITÁRIA COM CAIXA ACOPLADA DE ACIONAMENTO SELETIVO (3 OU 6 LITROS) POR DESCARGA ( ) BACIA SANITÁRIA COM CAIXA DE EMBUTIR ( ) VÁLVULA DE DESCARGA AUTOMÁTICA PARA MICTÓRIOS ( ) VÁLVULA DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO PARA CHUVEIRO ELÉTRICO
63
( ) VÁLVULA DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO PARA DUCHA /ÁGUA FRIA OU PRÉ-MISTURADA COM RESTRITOR DE VAZÃO DE 8 LITROS/MINUTO ( ) VÁLVULA DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO PARA CHUVEIRO / AQUECEDORES DE ACUMULAÇÃO COM RESTRITOR DE VAZÃO DE 8 LITROS / MINUTO ( ) VÁLVULA DE ACIONAMENTO COM O PÉ PARA TORNEIRAS DE COZINHA ( ) AREJADOR PARA TORNEIRA COM ROSCA INTERNA – VAZÃO CONSTANTE DE 6 LITROS POR MINUTO ( ) OUTROS 07- Você conhece o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA? ( )SIM ( ) NÃO 08- Como você teve conhecimento do PNCDA? ( )TELEVISÃO ( ) LIVROS ( ) REVISTAS ( ) INTERNET ( ) UNIVERSIDADE / FACULDADE ( ) PALESTRAS ( ) JORNAL ( ) OUTROS Qual?_______________________________ 09- Você já leu algum Documento Técnico de Apoio – DTA, componente do PNCDA? ( )SIM ( ) NÃO ( ) NÃO LEMBRO ( ) NÃO TENHO CONHECIMENTO Quais?__________________________________________________________________
10- Qual documento técnico do PNCDA que mais interfere na sua atividade profissional?
___________________________________________________________________________ ( ) NÃO LEMBRO ( ) NENHUM ( ) NÃO CONHEÇO OS DOCUMENTOS TÉCNICOS 11- O que você acha do sistema de informação e divulgação do PNCDA? ( ) ÓTIMO ( ) REGULAR ( ) NUNCA OUVI FALAR NO PNCDA ( ) BOM ( ) RUIM 12- Você tem alguma crítica/sugestão para o PNCDA? ( ) SIM ( ) NÃO Qual?___________________________________________________________________ 13- Você acha que programas públicos de conservação de água ajudam a conscientizar os profissionais da necessidade da racionalização do uso? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO TENHO CERTEZA 14- Como você acha que deveria ser feito a divulgação e informação aos profissionais sobre programas de conservação de água? 15- Você acha que na sua profissão é possível induzir/incentivar o uso de tecnologias e de produtos economizadores de água? ( ) SIM ( ) NÃO De que forma?_________________________________________________________
Os questionários foram preenchidos por profissionais, entre arquitetos e engenheiros, que
trabalham com projetos e/ou obras, inclusive com instalações hidrossanitárias. No total foram
64
28 arquitetos e 22 engenheiros, sendo que 29 possuem mais de 10 anos de formação e 21
menos de dez anos.
Foi realizada também uma pesquisa em 05 lojas localizadas em de Salvador, para verificar a
disponibilidade de produtos economizadores de água, a forma de como estes produtos são
indicados/orientados aos clientes, além de um comparativo de preços com os produtos
convencionais.
65
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste último capítulo serão realizados alguns comentários tomando como base a pesquisa
bibliográfica deste trabalho, juntamente com os conteúdos focados do PNCDA no que diz
respeito à conservação de águas nas edificações, além das análises dos questionários, do
inventário elaborado e das visitas às principais lojas de materiais de construção de Salvador.
6.1. Inventário dos Produtos Economizadores de Água
A busca pela redução do consumo, conservação da água e a competitividade têm levado
empresas a produzir dispositivos economizadores de água. Inicialmente este tipo de
tecnologia se restringia os metais sanitários, reduzindo-se a vazão e o tempo de abertura
seguindo as diretrizes dos programas de uso racional de água. Atualmente existem produtos
economizadores que atendem todos os pontos de utilização de água. A indústria brasileira de
louças e metais vem contribuindo para o desenvolvimento dessas novas tecnologias, tendo se
tornado inclusive referência internacional nesta área (SCHMIDT, 2004).
Tabela 15 – Comparação Entre Produtos Convencionais e Produtos Economizadores de
Água
Equipamento Convencional Consumo Equipamento
Economizador Consumo Economia
Bacia com caixa acoplada
12 litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 50%
Bacia com válvula bem regulada
10 litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 40%
Ducha (água quente/fria) - até 6 mca 0,19 litros/seg Restritor de vazão
8 litros/min 0,13 litros/seg 32%
Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão
8 litros/min 0,13 litros/seg 62%
Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão
12 litros/min 0,20 litros/seg 41%
Torneira de pia - até 6 mca 0,23 litros/seg Arejador vazão cte
(6 litros/min) 0,10 litros/seg 57%
Torneira de pia - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Arejador vazão cte
(6 litros/min) 0,10 litros/seg 76%
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca 0,26 litros/seg Regulador de vazão 0,13 litros/seg 50%
Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Regulador de vazão 0,21 litros/seg 50%
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca 0,26 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 62%
Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 76%
Torneira de jardim - 40 a 50 mca 0,66 litros/seg Regulador de vazão 0,33 litros/seg 50%
Mictório 2 litros/uso Válvula automática 1 litro/seg 50% Fonte: SABESP (2007)
66
O Programa Nacional de Combate ao Desperdício da Água cita, no DTA B3, que as ações de
substituição de aparelhos sanitários convencionais por aparelhos economizadores de água têm
como objetivo principal reduzir o consumo de água independentemente da vontade do
usuário, sendo que o mesmo deve ser implementado quando o sistema estiver isento de
vazamentos (GONÇALVES e outros 1999b).
6.1.1. Torneiras
De acordo com Gonçalves (2005), o consumo de água na torneira é proporcional à sua vazão
de escoamento e ao tempo de utilização pelo usuário. Schimidt (2004) coloca que há dois
aspectos que determinam a economia de água no uso das torneiras:
o controle do tempo de acionamento;
o controle da vazão.
Para utilização das torneiras com economia, poderão ser realizadas as modificações ou
mudanças sugeridas a seguir:
o substituição das torneiras convencionais por torneiras hidromecânicas ou eletrônicas;
o instalação de registros reguladores de vazão;
o instalação de arejadores convencionais ou tipo chuveirinho;
o instalação esguichos nas mangueiras instaladas em torneiras de jardim.
(GONÇALVES e outros 1999a).
6.1.1.1. Controle do Tempo de Acionamento
a. Torneiras com Funcionamento Hidromecânico
Estas torneiras possuem dispositivos mecânicos que são acionadas através de um leve toque,
liberando um fluxo de água, que se fecha automaticamente após um determinado tempo.
Alguns fabricantes relatam que estas podem alcançar um potencial econômico de até 55% se
comparados a produtos convencionais (DECA, 2007).
Os tempos máximos para o fechamento previstos na NBR 13.713/1996 5 poderão variar de
acordo com a finalidade do aparelho, no caso de torneiras de lavatório o tempo de fechamento
é de 15s, mas, este tempo poderá variar em função da pressão hidráulica no ponto de consumo
(SCHIMIDT, 2004). 5 NBR 13.713/96 – Aparelhos hidráulicos acionados manualmente e com ciclo de fechamento automático. Esta lei está passando por um processo de revisão.
67
Figura 08 – Torneira de Funcionamento Hidromecânico de Bancada Fonte: DOCOL (2007)
Figura 09 – Torneira de Funcionamento Hidromecânico de Bancada Fonte: SCHMIDT (2004)
Figura 10 – Torneira Funcionamento Hidromecânico de Parede Fonte: SCHMIDT (2004)
Alguns fabricantes:
o DOCOL
Linha: Docolmatic/Pressmatic mesa; Dcolmatic/Pressmatic parede; Pressmatic Antivandalismo
o LORENZETTI Linha: Smart System 1176; Smart System 1177 o ORIENTE Linha: Orientematic/Orientematic mesa o DECA Linha: Decamatic o FORUSI Linha: Forusimatic o FABRIMAR Linha: Acquapress
68
Ainda para torneiras com funcionamento hidromecânico existem as válvulas de acionamento
com pé e por pedal, conforme mostra na Figura 11. Estes dispositivos de acionamento são
instalados no chão e à frente da torneira e o fluxo da água ocorre durante o tempo que o
usuário permanecer com o pé sobre o dispositivo, pressionando o mesmo (SCHIMIDT, 2004).
Para Gonçalves (2005) a preocupação com a economia de água para estes dispositivos é
subsidiária, pois estes trabalham mais a questão da higiene.
Pé Pedal
Figura 11 – Dispositivo de Comando para Torneiras com Funcionamento com Válvula de Pé e Por Pedal
Fonte: SCHMIDT (2004)
Alguns fabricantes:
o DOCOL Linha: Produtos Complementares o LORENZETTI o FABRIMAR
b. Torneiras Eletrônicas
Estas torneiras possuem o sistema elétrico ou bateria, sendo acionada automaticamente por
sensor de presença, geralmente do tipo infravermelho, que poderá está localizado na própria
torneira ou na parede. Alguns fabricantes relatam que estas podem alcançar um potencial
econômico de até 80% se comparados a produtos convencionais e trazem higiene e conforto
aos usuários (DECA, 2007).
Os aparelhos dotados deste mecanismo de controle possuem uma unidade eletrônica anexa
que é acionada ao detectar a proximidade das mãos do usuário, realizando uma leitura e
emitindo um comando de abertura para liberação da água para o uso. O fluxo cessa quando o
usuário retira as mãos do raio de ação do sensor (SCHIMIDT, 2004).
69
Bancada Parede
Figura 12 – Torneira de Bancada com Funcionamento por Sensor Fonte: SCHMIDT (2004)
Alguns fabricantes:
o DECA Linha: Decalux o DOCOL Linha: Docoltronic o FABRIMAR Linha: Vision Antivandalismo
6.1.1.2. Controle de Vazão
Os restritores de vazão constante também são dispositivos de controle de vazão utilizados em
torneiras e podem ser instalados os de vazão constante de 6 litros por minuto devendo ser
utilizados apenas quando a pressão for superior a 10m.c.a. O potencial econômico também
depende da torneira utilizada, podendo chegar até 60% de economia (DECA, 2007).
a. Registro Regulador de Vazão para Torneiras
Figura 13 – Registro Regulador de Vazão para Torneiras
Fonte: DOCOL (2007) Alguns fabricantes:
o FABRIMAR o DECA o LORENZETTI o DOCOL
70
Gonçalves e outros (1999a) acrescentam que além da instalação de dispositivos nas torneiras
que controlem o tempo de acionamento e o controle de vazão também deve ser adaptados
dispositivos que controlem a dispersão do jato da água. Segue alguns dispositivos para tais
controles:
o Arejador
o Pulverizador
o Prolongador
o Atomizador
b. Arejadores
Os arejadores são incorporados às torneiras, melhorando ainda mais o desempenho em relação
à economia de água. Estes funcionam como controlador da dispersão do jato e como elemento
de perda de carga, reduzindo a vazão e podem diminuir até cerca de 50% do jato das torneiras
(GONÇALVES e outros 1999a).
Figura 14 – Arejador para Torneira com Rosca Interna
Fonte: SCHMIDT (2004) Alguns fabricantes:
o DECA o DOCOL o ORIENTE o FABRIMAR o LORENZETTI
71
c. Pulverizadores
São também dispositivos fixados na saída da torneira, porém não têm orifícios laterais para a
introdução de ar. Transforma o jato de água em um feixe de pequenos jatos semelhante a um
chuveirinho.
d. Prolongadores
Os prolongadores aproximam e direcionam melhor o jato ao objeto a ser lavado e , desde que
bem projetados, também podem representar economia de água.
e. Atomizadores
Os atomizadores são geralmente utilizado em edifícios públicos e comerciais pois podem
fornecer maiores vazões para pontos de baixas pressões.
6.1.2. Bacias Sanitárias
O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água juntamente com o Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), instituiu que todas as bacias
sanitárias, independente do sistema de descarga adotado, devem ser projetadas para volume
de descarga reduzido (VDR), ou seja, com 6 litros de água em conformidade com a NBR
6498 e NBR 9338 que padronizam as dimensões das bacias fabricadas no Brasil.
Bacias sanitárias e válvulas de descarga são um dos maiores focos de projetos de conservação
de água. Estas são responsáveis por cerca de 30% do consumo em residência (LEGGETT,
2001). As bacias convencionais no passado consumiam de 9 litros a 12 litros de água (DECA,
2002). Um convênio firmado entre as empresas fabricantes do setor e o PBQP (Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade) determinou que a partir de 2002 todas as bacias
sanitárias produzidas no Brasil devem apresentar um volume nominal de 6 litros, desde que a
bacia apresente uma sifonagem adequada, reduzindo em até 50% em relação à convencional
(GONÇALVES, 2002).
a. Bacia com Válvula de Descarga
Apresenta como sua principal característica a obtenção da vazão instantânea necessária para a
limpeza da bacia sanitária, sendo que o tempo de uso é determinado pelo período em que o
usuário aciona a válvula. Além de sua instalação ocupar menos espaço interno, uma vez que a
bacia chega a ser de 10 a 15 cm menor do que uma bacia com caixa acoplada, é a mais
72
indicada para uso público devido a sua inviolabilidade e maior vida útil dos seus
componentes.
Figura 15 – Válvula de Descarga com Acionamento Duplo
Fonte: DOCOL (2007)
A válvula da Figura 15 possui duas teclas de acionamento com opção de despejo de dois
diferentes volumes de água na bacia sanitária (3 ou 6 litros). De acordo com o fabricante a
adequação é de baixo custo e pode gerar economia de até 30% de água em relação ao modelo
tradicional.
b. Bacia com Caixa Acoplada
Bastante utilizada em residências e de fácil manutenção e regulagem, possui um sistema
hidráulico com funcionamento através de membrana que garante exatidão do volume da
descarga, Figura 16. Para evitar vazamento o sistema hidráulico deve ser bem regulado. São
três pontos de regulagem do volume de água (torre de entrada, flutuador e comporta). Este
tipo de bacia é de fácil manutenção e possui acionamento suave.
Figura 16 – Caixa de Descarga Acoplada Fonte: DECA (2007)
73
c. Bacia Sanitária com Caixa Suspensa ou Sobrepor
De baixo custo, a bacia sanitária com caixa suspensa também de fácil instalação e montagem.
O sistema de acionamento da descarga é através de puxador (cordão) que uma vez acionado
libera todo o volume de água contido na caixa, que geralmente é de 9,0 litros, Figura 17. Já
existe no mercado este tipo de bacia na qual o volume de água é controlado, onde a descarga é
interrompida imediatamente após o usuário soltar o cordão. A fabricante ASTRA dispõe de
caixas com volume de descarga reduzido de 6,8 litros.
Figura 17 – Caixa de Descarga de Sobrepor Fonte: ASTRA
d. Bacia com Caixa Acoplada Dual
Neste sistema existe a possibilidade de escolha entre dois volumes de água de descarga (100%
e 50% do volume) que equivalem a 3 ou 6 litros, Figura 18. O mecanismo de descarga nesse
tipo de caixa ocorre por ação sifônica, sendo a descarga com volume reduzido acionada por
dispositivo que permite a entrada de ar, o que interrompe a sifonagem.
Figura 18 – Caixa de Descarga Acoplada Dual
Fonte: ROCA
Pode-se escolher o volume do fluxo, 3 ou 6 litros, se os dois botões forem apertados ao
mesmo tempo eles descarregam 6 litros de água.
74
Gonçalves e outros (1999a) também apresentam uma bacia sanitária que funciona com um
volume de descarga de apenas 3 litros, sendo isto possível pela alta velocidade de descarga e
em movimento circular, na forma de ciclone, que passa por um sifão de curvas alongadas,
eliminando resistências.
Alguns fabricantes:
o CELITE Linha: Ecológica o HERVY Linha: Contemporary o DECA Linha: Belle époque/Windsor/Marajó o ROCA
6.1.3. Mictórios
De acordo com Schmidt (2004) os mictórios podem ser um dos equipamentos de utilização de
maior consumo de água dentro de uma edificação. Segundo pesquisas bibliográficas de
Schmidt foi constatado, que em um vestiário masculino, o mictório era responsável por 54%
do volume de água total consumido no vestiário.
Apresenta-se a seguir os dispositivos de acionamento de descarga dos mictórios (Schmidt,
2004).
o Registro de Pressão; o Válvula de acionamento hidromecânico; o Válvula de acionamento por sensor infravermelho; o Válvula de acionamento por ultra-som; o Válvula de descarga manual; o Válvula de descarga fluxível (“flushometer”); o Válvula de descarga temporizada.
Vickers (2001) apresenta um mictório sem água é constituído das seguintes partes:
o bacia cerâmica, a qual apresenta um desenho de curvatura da sua parte interna desenvolvido para um rápido escoamento da urina e impedir que a mesma fique aderida à superfície, sendo esta superfície tratada através de uma vitrificação especial para também impedir a aderência da urina;
o um cartucho, o qual é devidamente selado para impedir a passagem de gases para o ambiente
o líquido selante, o qual impede o retorno de odor e um suporte para o cartucho.
A fabricante Ideal Standard apresenta o mictório sem água, Figura 19, “Saara”, onde,
conforme o fabricante, cada cartucho apresenta uma vida útil de 7000 utilizações.
75
Figura 19 – Mictório Sem Água Fonte: IDEAL STANDARD
Para mictórios coletivos, pode-se usar um sensor de infravermelho com emissor e receptor,
onde se aciona uma válvula na presença do usuário – Gonçalves e outros (1999a). Com a
utilização deste adquire-se um potencial econômico de até 80% para as válvulas de mictórios
em relação a produtos convencionais. Além disso, é muito econômica e trazem higiene e
conforto aos usuários (DECA, 2007).
(1) (2)
(1) (2)
Figura 20 –Válvula de Acionamento por Sensor de Presença e Válvula de Descarga
Fluxível Fonte: SCHMIDT (2004)
76
Figura 21 – Dispositivo para Acionamento Fotoelétrico de Mictórios Fonte: DECA
Figura 22 – Válvula para Mictórios com Funcionamento Hidromecânico Fonte: SCHMIDT (2004)
Alguns fabricantes:
o DOCOL Linha: Pressmatic Mictórios; Docolmatic; Pressmatic Antivandalismo
o ORIENTE Linha: Orientematic o FORUSI Linha: Forusimatic o FABRIMAR Linha: Acquapress o DECA o IDEAL STANDARD
6.1.4. Chuveiros
Os chuveiros são aparelhos de maior dificuldade para adequar dispositivo de redução de
consumo de água, devido ao comportamento do usuário que tem maior sensibilidade nas
alterações de vazões.
Pode-se utilizar chuveiros temporizadores, tanto para duchas com mistura de água (fria e
quente), quanto para os chuveiros elétricos. Esses aparelhos apresentam um funcionamento
hidromecânico com uma válvula de fechamento automático, Figura 23, fazendo com que os
77
mesmos sejam fechados após certo tempo de uso. Geralmente o tempo de acionamento vem
regulado de fábrica, sendo o ideal em torno de 30 segundos SCHMIDT (2004).
Os restritores de vazão constante, também podem ser utilizados nos chuveiros com
aquecimento central. Os restritores podem ser encontrados nas versões de 8, 14 e 16 litros por
minuto e devem ser utilizados com pressão superior a 10 m.c.a. O potencial econômico dos
restritores depende da vazão atual do chuveiro utilizado, podendo chegar até 80%. Existem no
mercado restritores de vazão específicos para duchas que reduzem o consumo de 20 a 25
litros por minuto para 14 litros por minuto, ideais para apartamentos e vestiários (DECA,
2002).
Segue abaixo alguns fabricantes do restritor de vazão para chuveiro simples:
o FABRIMAR o DECA
a. Válvula de Fechamento Automático para Chuveiro e Duchas
Figura 23 – Válvula de Funcionamento Hidromecânico para Mistura de Água de Ducha Fonte: SCHMIDT (2004)
Alguns fabricantes:
o DOCOL Linha: Pressmatic Chuveiro e Pressmatic Antivandalismo
Redução de 30% Deca (2007) em relação à convencional em locais de baixa pressão (até 6
mca) e redução de 62% em locais de alta pressão (de 15 a 20 mca).
78
Verifica-se que os principais fabricantes de louças e metais se empenham em desenvolver
produtos que se enquadrem nas características de produtos economizadores, fato observado na
grande variedade de produtos.
Os volumes de água consumido nos aparelhos geralmente variam de acordo com a região e
época do ano, tipo de instalação predial e tecnologias empregadas e principalmente pelo
desenvolvimento cultural da população e aos hábitos. Mas, de acordo com Gonçalves (2005),
o que mais influencia no consumo são as tecnologias empregadas nos aparelhos e o
comportamental, que envolve os hábitos pessoais.
Portanto, o sucesso da economia de água com a utilização dos produtos só será alcançado se
houver a participação efetiva do usuário, ou seja, o mesmo deverá está consciente da
necessidade da conservação da água em sua unidade residencial. Para isto devem-se promover
programas de sensibilização para os usuários.
6.2. Custo e Disponibilidade de Produtos Economizadores de Água nas Principais Lojas
de Salvador.
Foi realizada uma pesquisa em cinco lojas de materiais de construção de Salvador que
comercializam louças e metais sanitários. As lojas pesquisadas foram denominadas neste
trabalho como Loja A, Loja B, Loja C, Loja D e Loja E.
Através da pesquisa foi constatado que com relação a torneiras hidromecânicas e torneiras
eletrônicas, há uma grande variedade de marcas e modelos nas lojas, assim como os
arejadores e restritores de vazão que também foram encontrados em praticamente todas as
lojas, e em muitos casos, tais dispositivos já estariam incorporados nas torneiras. O mesmo
ocorreu com os chuveiros com mecanismos economizadores, que foram encontrados com
uma diversidade de modelos e marcas.
Já as bacias sanitárias, só foram encontradas bacias sanitárias com caixa acoplada com 6 litros
por descarga. Quando questionados pelas bacias sanitária com caixa acoplada de acionamento
seletivo (3 ou 6 litros) por descarga, em algumas lojas foi comunicado que não trabalhavam
com estes produtos e em apenas uma das lojas foi informado que tinham o produto constava
apenas no catálogo incluindo o valor comercializado, não havendo modelos em exposição.
79
Foi constatado que o preço dos produtos economizadores de água chegam a ser de 200% a
250% mais caros se comparados aos produtos convencionais, como é o caso das torneiras
eletrônicas, que a depender do modelo chegam a apresentar uma diferença em média de 250%
em relação a uma torneira convencional similar, o que pode desestimular a aquisição.
É certo que há neste valor o acréscimo da tecnologia empregada para a função econômica,
porém o governo poderia estimular a aquisição de produtos economizadores como, por
exemplo, diminuindo o valor da taxa de esgoto cobrado pelas concessionárias, quando
verificado economia de água devido a utilização de tais produtos nas unidades domiciliares.
Tabela 16 – Custo de Produtos Economizadores em Relação aos Produtos Convencionais
PRODUTO CUSTO
LOJA A LOJA B LOJA C LOJA D LOJA D C E C E C E C E C E
TORNEIRA COMUM / TORNEIRA
HIDROMECÂNICA 120,0 257,0 138,0 271,0 98,5 341,3 131,5 372,0 111.1 299,9
TORNEIRA COMUM / TORNEIRA
COM SENSOR 120,0 470,0 138,0 487,0 98,5 299,9 131,5 -- 111.1 --
AREJADOR DE VAZÃO -- 24,0 -- 19,0 -- 15,90 -- 19,9 -- --
RESTRITOR DE VAZÃO -- 11,0 -- 9,0 -- 12,50 -- -- -- --
BACIA COM CAIXA CONVENCIONAL/
BACIA COM CAIXA DUAL
124,4 672,0 135,7 -- 118,0 -- 175,0 -- 99,0 --
C – produto convencional E – produto economizador
Devido à dificuldade de encontrar os produtos economizadores em exposição nas lojas e pela
diversidade de modelos e marcas é difícil estabelecer um comparativo de preço entre eles.
Em nenhuma das lojas houve indicação espontânea, pelos lojistas, para a escolha de produtos
economizadores, estes produtos só foram apresentados quando solicitados, o que mostra a
falta de comprometimento do comércio pela conservação de água.
Quando questionado ao lojista sobre as vantagens da compra de determinado produto
economizador, em nenhum momento o lojista aborda a questão da conservação de água como
fator principal inerente da tecnologia do produto, apenas é enfocado a economia financeira e
que, com o tempo, o valor pago na aquisição do produto será recuperado na economia da
conta de água.
80
Ainda foi observado nas lojas, que existem fabricantes de louças e principalmente de metais,
não mencionados neste trabalho (MAFAL, POLY, VÍQUA, etc.), com linhas de produtos
convencionais mais baratos, se comparados com fabricantes mais conhecidos, colocando uma
diversidade de produtos para os diferentes usos, contudo, não foi encontrado a
disponibilidades de produtos economizadores para tais marcas.
As lojas visitadas estão localizadas nos centros de comércio da cidade e são responsáveis pelo
atendimento considerável da demanda, mas não deve-se desconsiderar o potencial de venda
das lojas que se encontram afastadas dos centros urbanos, que atendem uma demanda grande,
decorrente do crescimento da periferia da cidade e onde a procura de produtos é em função do
preço, portanto, devido ao elevado valor dos produtos economizadores, tais produtos
raramente são encontrados nas lojas de periferias e a demanda é suprida por produtos
convencionais.
6.3. Avaliação dos Questionários
Os questionários foram respondidos por 50 profissionais entre arquitetos e engenheiros com
atividades relacionadas a projetos e obras de instalações prediais. Do total dos pesquisados,
76% nunca participaram de eventos relacionados à conservação de água, apenas 24% já
participaram, Gráfico 06. Desta amostra analisada, conclui-se que o interesse por programas
de conservação de água ainda é pouco representativa, diante da dimensão da prioridade que o
tema requer.
Gráfico 06 - Participou de Algum Curso/Palestra/Seminário Relacionado à Conservação
de Água?
81
JÁ PARTICIPOU DE ALGUM CURSO/PALESTRA/SEMINÁRIO RELACIONADO À
CONSERVAÇÃO DE ÁGUA?
SIM; 24%
NÃO; 76%
Para a próxima análise, Gráfico 07, quando questionado de como é feita a escolha de produtos
hidrossanitários dos projetos, observa-se que apenas 16% escolhem produtos hidrossanitários
favorecendo a questão da conservação de água, e 84% ignoram a característica econômica na
escolha dos produtos.
Gráfico 07 - Como é Feita a Escolha de Produtos Hidrossanitários dos Projetos na Sua
Atividade Profissional?
COMO É FEITA A ESCOLHA DE PRODUTOS HIDRO-SANTITÁRIOS DOS PROJETOS NA SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL?
(b) 6%
(a) 10%
(f) 40%
(e) 6%
(d) 10%
(c) 28%
(a) Por você, mas não especifica produtos pela características economizadoras de água.(b) Por você, de acordo à necessidade do cliente, apenas.(c) Por você, atendendo a estética do projeto, independente de ser produto economizador de água.(d) Por você, de acordo à necessidade do cliente, mas, optando por produtos economizadores de água.(e) Por outro técnico, seguindo orientações para produtos economizadores de água.(f) Por outros técnicos, de acordo à necessidade do cliente, apenas.
De acordo com o Gráfico 08, 20% dos pesquisados nunca especificaram produtos
economizadores de água. Do total 24% já especificaram ou 52% raramente especificam.
82
Gráfico 08 – Especificou Algum Produto Economizador de Água?
VOCÊ JÁ ESPECIFICOU ALGUM PRODUTO ECONOMIZADOR DE AGUA?
SEMPRE; 0%
APENAS QUANDO
COMPATÍVEL COM A ESTÉTICA DO PROJETO; 4%
RARAMENTE; 52%
SIM; 24%
NÃO; 20%
NÃO TENHO CONHECIMENTO
DE TAIS PRODUTOS ; 1%
Foram quantificados os profissionais que conheciam mais de 03 produtos economizadores e
os que conheciam menos de 03 produtos, seguindo o resultado no Gráfico 09.
Observa-se no Gráfico 09 que 28% dos profissionais conhecem menos de 03 produtos
economizadores e que 72% conhecem mais de 03. Se for considerado que, na questão 06 os
entrevistados assinalaram os produtos economizadores enumerados, ou seja, não foi deixado
espaços em branco para que cada entrevistado discriminasse os produtos, possivelmente a
percentagem dos que conhecem mais de 03 produtos poderia ser menor.
Gráfico 09 – Quantidade de Produtos Economizadores Conhecido Pelos Profissionais
83
QUANTIDADE DE PRODUTOS ECONOMIZADORES CONHECIDO PELOS PROFISSIONAIS
CONHECEM MAIS DE 03 PRODUTOS;
72%
CONHECEM MENOS DE 03 PRODUTOS;
28%
Através dos dados apresentados, verifica-se que a opção por produtos economizadores em
projetos e obras ainda não é “expressiva”, devido à diversidade de opções de produtos
convencionais e pelo não comprometimento de profissionais e comunidade com a economia
de água. Observa-se também que, apesar dos profissionais conhecerem os produtos
economizadores, estes não são adotados nos processos construtivos.
Apenas 16% dos entrevistados já ouviram falar no Programa Nacional de Combate ao
Desperdício de Água – PNCDA, Gráfico 10, o que é preocupante, e analisando o Gráfico 11
verifica-se que, dos 16% dos entrevistados que conhecem o PNCDA, a maioria desconhece os
seus conteúdos e os Documentos componentes do Programa, o que torna ainda mais
preocupante, diante dos 10 anos de existência do PNCDA e da importância deste, pois a
participação da comunidade técnica, é relevante para o sucesso de todo investimento do
governo na promoção da conservação de água.
Gráfico 10 – Conhece o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água –
PNCDA?
84
VOCÊ CONHECE O PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO DESPERDÍCIO DE ÁGUA – PNCDA?
NÃO; 84%
SIM; 16%
Gráfico 11 – Qual Documento Técnico do PNCDA que Mais Interfere Na Sua Atividade
Profissional?
QUAL DOCUMENTO TÉCNICO DO PNCDA QUE MAIS INTERFERE NA SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL?
NÃO LEMBRA; 12%
CONHECE ALGUM
DOCUMENTO TÉCNICO; 4%
NÃO CONHECE OS
DOCUMENTOS TÉCNICOS;
84%
Dentre os que conhecem o PNCDA apenas 2% tomou conhecimento através do site do
programa, que é um importante veículo de informação das atividades e conteúdos do
Programa, visto que a construção do site foi uma das diretrizes para divulgação do PNCDA, o
que não acontece na prática, Gráfico 12. O site do Programa não contém as datas das
atualizações do Programa, o que dificulta a identificação das informações mais recentes.
Gráfico 12 – Como Teve Conhecimento do PNCDA?
85
COMO VOCÊ TEVE CONHECIMENTO DO PNCDA?
OUTROS; 0%
NÃO RESPONDEU;
84%
JORNAL; 0%LIVROS; 0% UNIVERSIDADE
/ FACULDADE; 0%
TELEVISÃO;0%
REVISTAS; 4%
PALESTRAS; 2%
INTERNET; 10%
De acordo com a análise dos questionários, observa-se que poucos são os profissionais que
conhecem os conteúdos do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água ou já
ouvira falar destes, tendo em vista a importância da conservação de água e dos 10 anos de
criação do Programa.
É preocupante que a comunidade técnica desconheça o PNCDA, mesmo com o esforço
envidado pelo Governo Federal com investimentos em estudos, pesquisas e em profissionais,
sem considerar o mais importante do tema em questão que a conservação da água para a
manutenção da vida.
7. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
86
Sabe-se que a demanda de água urbana causa grande impacto nas aduções dos mananciais de
abastecimento de água, e que o volume total aduzido para os consumos residenciais e
comercias chegam a ser 50% maior que o realmente necessário. Esta demanda excedente ou
desperdício está relacionado a diversos fatores como, por exemplo, as perdas nos sistemas de
distribuição, ao suprimento de demandas para consumo não potável, ao desperdício atribuído
aos pontos de utilização predial, etc.
A conservação de água nos pontos de consumos residenciais só será alcançada com a
conscientização do usuário, auxiliado com a utilização de produtos economizadores de água.
Através do inventário contido neste trabalho, pode-se concluir que é grande a variedade de
produtos economizadores de água encontrados nos catálogos dos diversos fabricantes.
Verifica-se também que estes atendem aos diversos pontos de consumo residencial.
Grande parte desses produtos, entretanto, não são encontrados no mercado, possivelmente
devido a pouca procura.
Observa-se também o desconhecimento de tais produtos pela sociedade e a deficiência na
informação e indicação desses produtos por parte dos lojistas.
Constatou-se, na amostra pesquisada que 84% profissionais, que trabalham com projetos e
obras de instalações hidráulicas prediais, não têm conhecimento do Programa Nacional de
Combate ao Desperdício de Água e suas ações, como também desconhecem os Documentos
Técnicos que contemplam a conservação de água nos sistemas prediais.
Verifica-se também que, apesar dos profissionais pesquisados terem algum conhecimento dos
produtos economizadores, a adoção destes em projetos e obras ainda é pouco expressiva.
Pode-se constatar o sucesso relativo do PNCDA entre os fabricantes de produtos
hidrossanitários, entretanto, a falta de disponibilidade desses produtos nas lojas, a falta de
treinamento dos atendentes lojista e, sobretudo, o desconhecimento por parte da comunidade
técnica dos objetivos e ações do PNCDA evidenciam a distância da situação real para a que
seria desejada nos objetivos do Programa.
87
Com a necessidade mudança de comportamento da sociedade, no que diz respeito à
conservação de água, um paradigma é constituído decorrente da necessidade de promoção da
gestão da demanda e o estabelecimento de novos padrões de consumo de água, direcionando
para um processo de transição tecnológica.
Os governos exercem um papel fundamental no processo de indução da transição tecnológica,
utilizando ferramentas como os programas para a promoção do uso racional de água e
preservação dos mananciais, a exemplo do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de
Água – PNCDA. Porém estes programas deverão ser atuantes e disseminados com a
participação de todas as esferas de governo e com a comunidade técnica, para que suas
propostas sejam conhecidas, desenvolvidas e materializadas.
Contudo, deve-se melhorar a divulgação destes Programas, ampliando regionalmente e com a
atuação dos profissionais da área através de seminários e cursos, etc.
As Universidades, no papel de formação profissional, também exercem uma importante
influência no processo de transição tecnológica, abordando em suas disciplinas e em suas
atividades acadêmicas, a necessidade de desenvolvimento de trabalhos e de pesquisas que
foquem o uso racional de água, como também divulgação programas, trabalhos e tecnologias
externos à comunidade acadêmica para que possam ser analisados e criticados. A
universidade, com a facilidade do contato direto com a sociedade, reforça seu importante
papel para contribuição dos processos de transição.
88
9. REFERÊNCIAS
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10. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
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_____ Caixa de descarga – verificação de desempenho – NBR 12096. Rio de Janeiro.
1992.
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_____ Válvula de descarga – NBR 12904. Rio de Janeiro. 1993
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ANEXOS
SITES CONSULTADOS
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http://www.docol.com.br
http://www.deca.com.br
http://www.banheirosincepa.com.br
http://www.fabrimar.com.br
http://www.hervy.com.br
http://www.lorenzetti.com.br
http://www.montanahidrotecnica.com.br
http://www.metaloriente.com.br
http://www.forusi.com.br
http://www.celite.com.br
http://www.rocabrasil.com.br
96
ADAPTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE PEESQUISA PARA ANÁLISE DAS RESPOSTAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO LIMPA
CONSERVAÇÃO E USO RACIONAL DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
0.0- Profissão: _______________________________________________
0.1- Ano de formação: ______________________________________
0.2- Atividade desenvolvida: ___________________________________
1- Já participou de algum curso/palestra/seminário relacionado à conservação de água? ( ) SIM ( ) NÃO Qual?________________________________________________________________ 02- Como é feita a escolha de produtos hidro-santitários dos projetos na sua atividade profissional? 2.1- ( ) Por você, mas não especifica produtos pela características economizadoras de água. 2.2- ( ) Por você, de acordo à necessidade do cliente, apenas. 2.3- ( ) Por você, atendendo a estética do projeto, independente de ser produto economizador de água. 2.4- ( ) Por você, de acordo à necessidade do cliente, mas, optando por produtos economizadores de água. 2.5- ( ) Por outro técnico, seguindo orientações para produtos economizadores de água. 2.6- ( ) Por outros técnicos, de acordo à necessidade do cliente, apenas. 03- A especificação dos produtos hidro-sanitários, indicada no projeto ou obra da sua atividade, está sujeita a mudanças durante o processo construtivo? ( ) SIM ( ) NÃO 04- Em caso afirmativo para a questão 03, você e/ou responsável pelo projeto é consultado para a nova especificação? ( ) SIM ( ) NÃO 05- Você já especificou algum produto economizador de água? 5.1- ( ) SIM 5.2- ( ) NÃO 5.3- ( ) RARAMENTE 5.4- ( ) SEMPRE 5.5- ( ) APENAS QUANDO COMPATÍVEL COM A ESTÉTICA DO PROJETO
97
5.6- ( ) NÃO TENHO CONHECIMENTO DE TAIS PRODUTOS Quais?____________________________________________________________________ 06- Quais produtos economizadores de água você conhece? Se necessário marque mais de uma opção. ( ) TORNEIRAS AUTOMÁTICAS ( ) TORNEIRAS ELETRÔNICAS ( ) REGULADOR DE VAZÃO PARA TORNEIRAS DE MESA – REGISTRO REGULADOR DE VAZÃO PARA TORNEIRAS ( ) BACIA SANITÁRIA COM CAIXA ACOPLADA DE 6 LITROS POR DESCARGA ( ) BACIA SANITÁRIA COM CAIXA ACOPLADA DE ACIONAMENTO SELETIVO (3 OU 6 LITROS) POR DESCARGA ( ) BACIA SANITÁRIA COM CAIXA DE EMBUTIR ( ) VÁLVULA DE DESCARGA AUTOMÁTICA PARA MICTÓRIOS ( ) VÁLVULA DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO PARA CHUVEIRO ELÉTRICO ( ) VÁLVULA DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO PARA DUCHA /ÁGUA FRIA OU PRÉ-MISTURADA COM RESTRITOR DE VAZÃO DE 8 LITROS/MINUTO ( ) VÁLVULA DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO PARA CHUVEIRO / AQUECEDORES DE ACUMULAÇÃO COM RESTRITOR DE VAZÃO DE 8 LITROS / MINUTO ( ) VÁLVULA DE ACIONAMENTO COM O PÉ PARA TORNEIRAS DE COZINHA ( ) AREJADOR PARA TORNEIRA COM ROSCA INTERNA – VAZÃO CONSTANTE DE 6 LITROS POR MINUTO ( ) OUTROS ADOTOU-SE 6.1 PARA QUEM RESPONDEU MAIS DE 03 PRODUTOS E 6.2 PARA QUEM RESPONDEU MENOS DE 03 PRODUTOS 07- Você conhece o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA? ( ) SIM ( ) NÃO 08- Como você teve conhecimento do PNCDA? 8.1- ( )TELEVISÃO 8.2- ( ) REVISTAS 8.3- ( ) UNIVERSIDADE / FACULDADE 8.4- ( ) JORNAL 8.5- ( ) LIVROS 8.6- ( ) INTERNET 8.7- ( ) PALESTRAS 8.8- ( ) OUTROS Qual?_______________________________ 09- Você já leu algum Documento Técnico de Apoio – DTA, componente do PNCDA? ( ) SIM ( ) NÃO Quais?___________________________________________________________________
10- Qual documento técnico do PNCDA que mais interfere na sua atividade profissional? ___________________________________________________________________________ 10.1- ( ) NÃO LEMBRO 10.2- ( ) NENHUM 10.3- ( ) NÃO CONHEÇO OS DOCUMENTOS TÉCNICOS
98
11- O que você acha do sistema de informação e divulgação do PNCDA? 11.1- ( ) ÓTIMO 11.2- ( ) BOM 11.3- ( ) REGULAR 11.4- ( ) RUIM 11.5- ( ) NUNCA OUVI FALAR NO PNCDA 12- Você tem alguma crítica/sugestão para o PNCDA? ( ) SIM ( ) NÃO Qual?_____________________________________________________________________________ 13- Você acha que programas públicos de conservação de água ajudam a conscientizar os profissionais da necessidade da racionalização do uso? ( ) SIM ( ) NÃO 14- Como você acha que deveria ser feito a divulgação e informação aos profissionais sobre programas de conservação de água? 1 PARA QUEM RESPONDEU 2 PARA QUEM NÃO RESPONDEU 15- Você acha que na sua profissão é possível tendenciar/incentivar o uso de tecnologias e de produtos economizadores de água? ( ) SIM ( ) NÃO De que forma?_____________________________________________________________________
98
COMPILAÇÃO DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS
0.1 0.2 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Ano de Formação
Atividade Desenvolvida
> P n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 S > PO n 2.1 s s 5.1 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P s 2.4 nc n 5.1 6.1 s 8.6 n 10.1 11.4 s s 2 s > PO n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O n 2.6 s n 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n n 2 s < O n 2.6 s s 5.2 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n n 1 s > O n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 n < P n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P s 2.1 nc n 5.1 6.1 s 8.6 s 10.4 11.3 s s 1 s < O n 2.6 n n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P s 2.1 s n 5.1 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O s 2.4 s n 5.1 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < PO n 2.3 s s 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 s s 2 s < O n 2.6 s n 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O s 2.5 s n 5.1 6.1 s 8.7 n 10.1 11.3 n s 1 s < P n 2.2 nc n 5.3 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 2 s < P n 2.6 s n 5.5 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > PO n 2.2 s s 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s s 5.6 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n n 1 s > O s 2.4 s s 5.1 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P s 2.1 nc n 5.1 6.1 s 8.2 n 10.1 11.4 s s 2 s < O n 2.6 n n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < PO n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > PO n 2.3 nc s 5.3 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s n 5.3 6.1 s 8.6 n 10.1 11.4 s s 1 s > O n 2.6 s s 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n n 2 s
99
0.1 0.2 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Ano de Formação
Atividade Desenvolvida
> O n 2.6 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < P s 2.4 s n 5.1 6.1 s 8.6 s 10.4 11.3 s s 1 s < O n 2.6 s n 5.2 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P n 2.3 n n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 2 n > O n 2.6 s n 5.3 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < P s 2.1 s s 5.1 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s n 5.5 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O n 2.6 s n 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O s 2.5 s s 5.3 6.1 s 8.6 n 10.1 11.4 s s 1 s > PO n 2.3 s n 5.3 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O n 2.6 s n 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < P n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s n 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 n > P n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 2 s > P s 2.4 s s 5.1 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s < O n 2.6 s s 5.2 6.2 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > PO n 2.3 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n n 1 s > PO s 2.3 s n 5.3 6.1 s 8.2 n 10.1 11.4 s s 1 s < O n 2.6 s s 5.2 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > O n 2.5 s n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s > P n 2.2 nc n 5.3 6.1 n 8.9 n 10.3 11.5 n s 1 s
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
Rua Aristides Novis, 02, 4º andar, Federação, Salvador BA
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