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Gabriele GomesNayara Francisca

“A situação de globalização nos afasta de um tipo de perspectiva dicotômica na qual o velho e o novo seriam termos antitéticos, antagônicos” p. 119

“nenhuma religião é superior às outras, e nisso estou incluindo não apenas as crenças universais mas também os cultos religiosos de diferentes matizes, entre eles os de possessão.” p. 120

“o universal se associa à idéia de amplitude e mobilidade enquanto o particular tenderia ao enraizamento, ao confinamento no interior de fronteiras bem construídas.” p.120

“Geralmente definem-se como religião universal as crenças (judaísmo, budismo, cristianismo, etc.) cuja a apreensão do mundo propõe um ética na qual o individuo escolheria, com maior ou menor grau de autoconsciência, o caminho de sua salvação.” p. 120

“Karl Jaspers considera que as religiões universais tiveram um papel fundamental na historia das sociedades humanas, elas constituiriam uma espécie de ruptura com o passado até então vigente.” P. 121

“Com o fim da Idade Mítica, surgiu um conhecimento ancorado no saber racionalizado e intelectualizado, o que gerou transformações no processo civil, tais transformações tem como características: “espiritualização” da vida humana, supremacia do logos sobre o mito, surgimento dos filósofos e do pensamento especulativo” p. 121

“Civilizações que constituíram uma espacialidade e uma temporalidade com sentido e significado próprios.” p.122

“Neste momento, a fragmentação do poder imperial [...] é superada por uma força política que encontra sua justificativa na teoria do “governo pela beneficência” p. 123

“o surgimento da escrita é fundamental nesse processo de “universalização” pois [...] ela seria um fator determinante na descontextualização das normas”. P. 123-124

“o universalismo ético das religiões mundiais está intimamente vinculado à escrita, à existência de livro sagrado e de uma literatura religiosa elaborada pelos especialistas” p. 124

“Quando tratadas em contraposição ao pensamento mítico, as religiões universais surgem como um bloco homogêneo mas, olhando-as de mais perto, observa-se a existência de diferenças qualitativas no destino e na realização de cada uma delas.” P.125

“A disputa entre religião letrada e religiosidade popular é uma constante na historia de todas as crenças universais”. p.127

“o advento da sociedade industrial não implica necessariamente o desaparecimento da religião, mas sim no declínio de sua centralidade enquanto forma e instrumento hegemônico de organização social.” P. 128

“O fim do monopólio religioso não coincide portanto com o declínio tout court da religião, sua quebra significa justamente pluralidade, diversidade religiosa, seja do ponto de vista individual seja coletivo.” p.128-129

“Em países como Brasil e México, a idéias de nação católica é uma dimensão importante na articulação das classes e dos grupos sociais.” P. 129

“Os movimentos de independência nacional na América Latina no século XIX e na África no século XX fundamentam-se no fato de o Estado-nação ser o lugar privilegiado no qual se trava a emancipação social e política. O conflito entre Estado moderno e religião se desdobra assim através da contradição entre nação e religião.” P. 131

“Apesar do florescimento de novas crenças religiosas, da intensificação da religiosidade individualizada, da vitalidade de religiões que pareciam extintas, uma constatação se impõe: o lugar que o universo religioso ocupava nas sociedades tradicionais foi definitivamente remodelado pela modernidade.” P. 132-133

“Se antes a nação era o espaço privilegiado dos valores universalistas, ela torna-se agora um problema. Suas fronteiras são vistas como um sinal de localismo, de restrição. Do ponto de vista cultural um sutil deslocamento também se produz, ela deixa de ser considerada algo “para todos” para se tornar uma diferença” p. 134

“Não estou sugerindo que a religião seja a forma ideal, nem a mais adequada, de fazer política, ou de agir mundialmente. Quero no entanto explicar que seu caráter universalista lhe dá outras possibilidades de ação, possibilidades essas em grande parte denegadas ao Estado-nação. Se entendermos poder como potência,[...] no mundo comtemporâneo as instituiçoes religiosas e as empresas transnacionais, por se definirem como “além das fronteiras”, se dispõem de potencialidades que lhes são favoráveis para agir em escala globalizada.” P. 135-136

“A religião é lugar de memória e de identidade. Ao congregar pessoas, ela lhes fornece um terreno e um referente comum no qual a identidade do grupo pode se exprimir.” P.136

“Na medida em que a religião tem capacidade de agregar pessoas em escala ampliada, criar laços sociais, ela adquire um poder maior. Enquanto linguagem, ideologia, concepção de mundo, dispersa, mas extensiva a uma grande área territorial, ela vincula os interesses e coordena as ações coletivas. Capacidade simbólica que se maximiza com os meios de comunicação” p. 136

“Ele parte da idéia que essas crenças constituem uma memória que se fragmenta com o tráfico negreiro. Enquanto superestrutura simbólica, para existir ela necessita porém encontrar um nicho espacial para se materializar. O candomblé brasileiro e o vaudou haitiano são esses nichos. Aí os deuses são celebrados, os mitos revividos, estabelecendo um elo entre os afro-africanos e seu passado africano.” P.138

“Pode-se dizer que na situação de globalização a memória coletiva não apenas se materializa num nicho determinado, mas articula cada um deles através dos meios de comunicação. A ritualização das lembranças já não se restringe apenas ao lugar especifico da celebração, ela se estende à multiplicidade de territórios, parte de uma mesma comunidade simbólica e organicamente conectados” p. 138

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