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FUNDACENTRO – São Paulo
25 de novembro de 2016
Prevenção e
Sistemas de Gestão em SST
Competências
Berenice I. F. Goelzer
berenice@goelzer.net
Pergunta Inicial:
Estamos contentes com
a situação atual quanto
à prevenção das doenças ocupacionais?
B. Goelzer
B. Goelzer
Benefícios resultantes da
prevenção e controle de riscos
Saúde dos trabalhadores,
que é um bem inestimável
Economias para os sistemas de
saúde e previdência social
Meio ambiente
Produtividade
Desenvolvimento econômico, social e sustentável
B. Goelzer
Existem conhecimentos e experiênciapara
identificar, avaliar, prevenir ou controlar
a ocorrência da (ou a exposição à)
maioria dos fatores ocupacionais de risco
Benefícios são evidentes. Por que não se faz ?
Por que é tão difícil transpor a distância entre
“conhecimentos” e “aplicação” ?
Obstáculos
Por que, apesar dos conhecimentos,
ainda ocorrem situações de risco ?
Falta de ou insuficiente vontade política,
motivação, compromisso, em vários níveis
Razões incluem:
falta de conscientização
(desconhecimento dos problemas,
magnitude e custos associados)
falta de conhecimentos quanto às
soluções disponíveis e benefícios resultantes
indiferença
B. Goelzer
EU-OSHA, 2013
Prioridades para pesquisa em segurança e saúde ocupacional
na Europa: 2013-2020
1. dimensão econômica do problema
Publicação da OMS (2004) “Compreendendo e
Realizando Avaliações Econômicas ao Nível das Empresas”
Metodologias para estimar o “custo de não prevenir”, e
relacioná-lo com o custo da prevenção eficaz, para poder
demonstrar um
custo-benefício positivo das intervenções preventivas.
B. Goelzer
EU-OSHA - Impactos econômicos da boa e má gestão da SST
“São necessários dados de boa qualidade para compreender os
custos das doenças e das mortes relacionadas com o
trabalho, bem como os benefícios reais de
uma boa gestão da segurança e saúde no trabalho.
EU-OSHA – projeto:
“Custos e benefícios da segurança e saúde no trabalho”
Web site: https://osha.europa.eu/pt/themes/good-osh-is-good-for-business
B. Goelzer
Berenice Goelzer
Falta de políticas nacionais,
regionais e globais adequadas
Falhas nas legislações (em muitos países),
particularmente quanto a mecanismos para
o cumprimento da lei
e para incentivar a prevenção
Falta de trabalho multidisciplinar
e coordenação intersetorial
Berenice Goelzer
Recursos humanos insuficientes ou inadequados
(falta competência em todas as áreas necessárias)
Recursos financeiros insuficientes ou mal utilizados
mais recursos dedicados para estudar e tratar das
consequências de exposições ocupacionais,
ou para avaliações, do que para prevenção
Dificuldades para alcançar pequenas empresas
e o setor informal
Berenice Goelzer
Abordagens inadequadas para prevenção, como:
programas “preventivos” baseados principalmente em
serviços médicos, às vezes mais curativos que preventivos,
ou ênfase maior na detecção de casos
do que na prevenção da sua ocorrência
insuficiente prevenção primária,
particularmente com controle de qualidade
e verificação periódica de eficiência
raramente ação preventiva antecipada
EU Nanoparticles or Nanofibers
Ainda não existem métodos quantitativos nem LEOs
… portanto recomendam aplicar os princípios de OH e tomar
todas as medidas para prevenir ou controlar exposições
Existe incerteza, portanto princípio de precaução
tratando-se de nanomaterials nos locais de trabalho
Recomendam Categorização do Risco pelo Control Banding
Berenice Goelzer
ênfase exagerada na avaliação quantitativa da
exposição, sendo que a impossibilidade de
executá-la às vezes bloqueia as ações
preventivas necessárias
B. Goelzer
Incongruência:
Refinamento de conhecimentos e de instrumentação
para avaliações quantitativas
Disparidade entre esforços de formação:
grande ênfase na avaliação quantitativa de exposição
(até confundida com HO - cursos !)
pouca ênfase nos conhecimentos necessários e
metodologia para
o reconhecimento de riscos e para sua prevenção
Berenice Goelzer
Berenice Goelzer
Ações/Tendências
Abordagens pragmáticas baseadas em avaliações qualitativas
e semi-quantitavivas (pesquisa, modelos, testes, validação)
Control Banding - Inglaterra (HSE), USA, Espanha
International Chemical Control Toolkit (IOHA, OMS, OIT)
Stoffenmanager (parte CB), Holanda
SEIRICH - INRS, França
SOBANE, Bélgica
GTZ, Alemanha ( BAuA)
Fundacentro
União Europeia:
ECHA - Agência Europeia dos Produtos Químicos:
Guia Prático n.º 15 para avaliação qualitativa dos
riscos para a saúde humana - auxílio para REACH
Berenice Goelzer
Berenice Goelzer
não seguimento da hierarquia das medidas
pouco estudo de possibilidades de controle na fonte,
resultando na recomendação de medidas preventivas
tipo “end of pipe”, muitas vezes impraticáveis
falta de abordagens pragmáticas e de soluções acessíveis
e aplicáveis em países em desenvolvimento,
particularmente em pequenas empresas
comunicação de risco e participação dos trabalhadores
limitada ou inexistente
Berenice Goelzer
Controle na Fonte
Medidas que eliminam o fator de risco,
ou reduzem sua utilização ou formação
substituição de materiais
substituição/modificação de processos e equipamentos
métodos úmidos
manutenção de processos e equipamentos
modificações nas práticas de trabalho
Tendência importante: muita atenção para
Substituição e Modificações em Processos e Operações
(REACH) enfatiza a necessidade de substituir
substâncias perigosas
União Europeia - Site sobre Substitução
Subport: http://www.subsport.eu/
HSE: muitos guias para operações específicas
e estudos de casos
Berenice Goelzer
Higiene Ocupacional é a ciência da:
antecipação
reconhecimento
avaliação
prevenção e controle
dos fatores de risco originados nos locais de trabalho,
para proteger :
a saúde e bem-estar dos trabalhadores,
as comunidades vizinhas
o meio ambiente em geral
B. Goelzer
Reconhecimento dos Riscos
Tecnologias, Processos de Trabalho
Equipamentos, Máquinas, etc.
Matérias Primas, Produtos, Subprodutos
Química
Física
Toxicologia
Agentes Ambientais (Químicos, Físicos, Biológicos)
Fatores Ergonômicos
Aspectos Psicossociais
Doenças Profissionais
B. Goelzer
Avaliação da Exposição
Química
Física
Bioquímica
Toxicologia
Estatística
Instrumentação
Processos e Tecnologias
Equipamentos
Matérias Primas, Produtos, Sub-produtos
Doenças Profissionais
Aspectos Legais
B. Goelzer
Prevenção e Controle dos Riscos
Processos Tecnológicos, Equipamentos
Matérias primas, produtos, sub-produtos
Toxicologia, Microbiologia
Acústica
Princípios de Engenharia
Ergonomia
Segurança
Psicologia, Sociologia
Análise de custos
Comunicação
Gestão de programas
Falta de Programas de Prevenção e Controle:
bem planejados, relevantes e eficientes
multidisciplinares
com participação dos trabalhadores
sustentáveis (previsões)
integrados em sistemas de gestão
Um obstáculo: falta de abordagem sistemática da SST – com
mecanismo para avaliar a eficiência dos programas e assegurar
aperfeiçoamento contínuo
------ importância dos sistemas de gestão
B. Goelzer
Berenice Goelzer
Intercâmbios para Prevenção e Controle
“Prevention And Control Exchange”
PACE 1995
promoção de vontade política
promover conscientização
sair de nosso “círculo” – mídia
desenvolvimento de recursos humanos
(particularmente em HO)
colaboração entre pessoas e instituições,
em âmbito local e global
divulgação de informação, inclusive práticas bem sucedidas
para prevenção e controle de riscos
Berenice Goelzer
PACE - Enfoques para a ação preventiva
ação preventiva antecipada
prevenção primária;
medidas de eliminação de risco na fonte
integração da saúde e segurança ocupacional
com proteção ambiental
(equipes multidisciplinares)
gestão adequada de programas
Berenice Goelzer
PACE
Enfoques para a ação preventiva
trabalhadores:
“direito de saber”
participação na prevenção
medidas aplicáveis
em pequenas e médias empresas
Berenice Goelzer
Instituições de saúde ocupacional:
“maior ênfase deve ser dada para atividades visando a
prevenção primária de riscos ocupacionais,
tanto quando do desenvolvimento
como da aplicação de conhecimentos”, ....,
“deve ser promovida a pesquisa aplicada
sobre soluções pragmáticas para
prevenção de riscos ocupacionais”
Berenice Goelzer
PACE Conscientizar
“tomadores de decisão”
Com referência a programas:
“é essencial que sejam implementados
programas de prevenção e controle de riscos,
com objetivos claros, recursos adequados,
gerenciamento eficiente e que sejam sustentáveis”
PACE enfatiza a importância da boa gestão (“management”)
e necessidade de “management systems”
Documento de base escrito e discutido em 1994 (OHSAS 1999)
Aspectos importantes introduzidos pelos SG
(e que seguidamente faltavam nos programas de SST):
enfoque sistemático
prioridades
metas
(re-avaliação/adaptação)
participação de todos
os atores (trabalhadores)
auditoria
aperfeiçoamento contínuo
sempre visando um
melhor desempenho
total na gestão em SST,
através de revisões periódicas
dos programas,
dentro das políticas da empresa
B. Goelzer
B. Goelzer
Por que um modelo internacional para
Sistemas de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho
(SG-SST)?
Multiplicidade de normas e diretrizes de SG-SST
desenvolvidas em diferentes partes do mundo:
confusão e interpretações errôneas
sistemas competitivos
dificuldades para verificar desempenho em SST
ISO resolveu não fazer norma para SST
SG-SST são diferentes de sistemas para assegurar qualidade,
por exemplo, na manufatura de objetos ou em determinado
serviço (série ISO 9000)
Requerem conhecimentos especializados e complexos para
estabelecer objetivos e etapas, enfim,
“o que se quer gerenciar”.
Competência em gestão que não tiver apoio em conhecimentos sólidos
quanto à possível ocorrência de fatores de risco, sua origem, seus
efeitos potenciais, sua avaliação, prevenção e controle, não resolve.
Exemplo anedótico: coletes salva-vidas de concreto
B. Goelzer
B. Goelzer
Podem ocorrer grandes falhas quanto a:
identificação dos riscos
(riscos invisíveis, “riscos ocultos”)
estabelecimento de prioridades para ação
escolha das estratégias de prevenção e controle
A falta de competência em SST, quando do estabelecimento de
objetivo, metas e prioridades,
é desastrosa e pode anular os esforços de competências
existentes para realizar tarefas específicas.
B. Goelzer
Monitorização e Avaliação do Desempenho
Essencial como instrumento de gestão,
mas controla o desempenho em SST
planejado pela própria empresa
Indicadores de desempenho: seleção de deve ser feita de acordo
com o tamanho da empresa e a natureza de suas atividades
Não é fácil: Avaliar como ? Medir o que ?
Métodos qualitativos ? quantitativos ?
Indicadores ativos ? passivos ?
Obtenção de resultados válidos e representativos
B. Goelzer
Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho da OIT (“ILO-OSH 2001”)
OIT encomendou estudo pela IOHA:
comparação entre sistemas nacionais
necessidade de sistema internacional
Objetivo final:
Reduzir o potencial de dano, ao trabalhador e ao meio ambiente,
causado por fatores ocupacionais de risco no ambiente de
trabalho ou da organização do trabalho, visando atingir o ideal
de eliminá-los completamente.
B. Goelzer
Política
A Política de SST deve ser apropriada ao porte da organização,
à natureza de suas atividades, ...
para o controle dos riscos de SST,
visando a proteção dos
trabalhadores, empregados, contratados, …
Deve ser feita por pessoas competentes,
em consulta com os trabalhadores
e/ou seus representantes
Pessoa competente:
Pessoa com formação adequada,
conhecimento, experiência
e habilidades suficientes para
desempenhar uma atividade específica.
B. Goelzer
B. Goelzer
2.3 Diretrizes Específicas
Deveriam:
refletir os objetivos das diretrizes da OIT
conter elementos genéricos das diretrizes nacionais
ser preparadas de tal forma que respondam as
necessidades específicas das empresas levando em conta
suas condiciones, em particular:
seu tamanho
(grande, média e pequena empresa) e infra-estrutura
tipo e grau de riscos COMPETÊNCIAS em SST
3. O sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho na
organização
.......
3.4.2 O empregador deve possuir a competência suficiente,
ou o acesso à mesma,
para identificar e eliminar ou controlar fatores de risco
(perigos) e riscos relacionados ao trabalho,
bem como para implementar o sistema de gestão da SST.
B. Goelzer
Planejamento e implementação
3.7.2 A análise inicial deve ser executada por pessoas
competentes, mediante consulta junto aos trabalhadores e/ou
seus representantes, conforme o caso, e deve permitir:
(a) ......
(b) identificar, prever e avaliar os fatores de risco (ou perigos) e
riscos resultantes do ambiente e da organização do trabalho
existentes ou futuros;
Higiene Ocupacional, Ergonomia, Psicologia do Trabalho, ES
B. Goelzer
(c) determinar se os controles existentes ou planejados são
adequados para eliminar fatores de risco (ou perigos) ou
controlar riscos; e
Higiene Ocupacional, Ergonomia,
Engenharia de Segurança
(d) analisar os dados obtidos a partir da vigilância da saúde
dos trabalhadores.
Medicina do Trabalho
B. Goelzer
EU Framework Directive (COUNCIL DIRECTIVE 89/391/EEC)
Diretiva Quadro da UE
Foi muito importante para prevenção
Enfatiza a necessidade de “pessoas competentes”
para prevenção e controle de riscos para SST
“Se os meios da empresa e/ou do estabelecimento forem insuficientes
para organizar estas actividades de protecção e/ ou de prevenção, a
entidade patronal deve recorrer a entidades competentes (pessoas ou
serviços) exteriores à empresa e/ou ao estabelecimento.”
B. Goelzer
Programas de prevenção e controle de riscos ocupacionais
falham por serem mal gerenciados
Porém mesmo bons sistema de gestão não compensam por
programas planejados sem conhecimentos adequados em SST
Preocupante: ver o conceito de prevenção ser confundido com o
de sistema de gestão, quando se sabe que esse, por si, não é
suficiente para prevenir riscos.
Confundir competência em sistemas de gestão com
competência em prevenção primária é um equívoco.
Indispensável: maior desenvolvimento da HO
B. Goelzer
A auditoria de programas de prevenção e controle de
riscos nos locais de trabalho deve ser feita por
profissionais formados em sistemas de gestão e com o
devido conhecimento dos fatores ocupacionais de risco
(inclusive sua origem, modo de ação, possíveis danos).
No caso da SST, devem ter capacidade não só para avaliar
se o programa está sendo bem cumprido, mas também
para julgar corretamente a relevância dos objetivos e metas
propostos (sós ou assessorados por outros profissionais).
B. Goelzer
B. Goelzer
Competências necessárias para os
SG-SSTs
SST é multidisciplinar, envolvendo várias profissões e ciências,
como:
medicina e enfermagem ocupacional
engenharia de segurança
higiene ocupacional
ergonomia
psicologia do trabalho
entre outras
DIS ISO 45001
Ainda não completaram revisão de 3000+ comentários
recebidos Outra reunião Fevereiro 2017
DIS2 - Março/Abril (para tradução), Maio/Junho (para votação).
Nova reunião (Setembro ? 2017) para revisar a votação no DIS2
Se houverem poucos comentários –
talvez publicação em Outubro/Novembro 2017
Se houverem muitos comentários
- publicação em Março ou Abril 2018
B. Goelzer
DIS ISO 45001
IMHO
Muitos aspectos bons Bem escrita
De acordo com o documento da OIT enfatizaram
a hierarquia dos controles; um passo adiante, p. ex.
firma que iniciar por EPI não poderá ser certificada
A participação dos trabalhadores está bem enfatizada
B. Goelzer
Problema: Falta de ênfase quanto à competência para
identificar, avaliar e prevenir/controlar fatores de risco.
DIS ISO 45001 não especifica (como a Diretriz OIT 2001 ) a
necessidade de competência para identificar riscos e estudar as
possibilidades de prevenção/controle, a fim de poder
estabelecer objetivos e metas relevantes e possíveis.
SST requer pessoas competentes em identificação de riscos,
avalição, prevenção e controle.
Preocupante a pressuposição de que
o empregador/empresa sabe o que precisam atingir.
B. Goelzer
Draft DIS ISO 45001 se refere apenas
à competência dos trabalhadores
7.2 Competence
The organization shall:
determine the necessary competence of person(s) doing work
under its control workers that affects or can affect its OH&S
performance;
ensure that these workers persons are competent on the basis
of appropriate education, induction, training, or experience;
Por trabalhadores se entende aqueles que executam o trabalho
que estamos estudando, com o objetivo de protegê-los.
B. Goelzer
Não seria o caso de nomear profissões, pois em diferentes
países diferentes profissionais podem executar certas tarefas,
mas sim a competência necessária, que é universal.
Resolveram chamar todos de trabalhadores ?
Glossário:
“3.3 worker person performing work or work-related activities
under the control of the organization” (e.g.: “Workers, and
where they exist, workers’ representatives, …”).
B. Goelzer
Annex A (diretrizes para o uso da norma):
“The competence of workers should include
the knowledge and skills needed to appropriately address
the hazards and OH&S risks
associated with their work and workplace.”
Obviamente estão se referindo aos trabalhadores que
executam o trabalho que estamos estudando.
B. Goelzer
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