filipi assunÇÃo curcio - usj.edu.br · 2 filipi assunÇÃo curcio implementaÇÃo de um sistema...
Post on 10-Feb-2019
223 Views
Preview:
TRANSCRIPT
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
FILIPI ASSUNÇÃO CURCIO
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, COM O
AUXÍLIO DAS NORMAS DA NBR-ISO 14000, A PARTIR DO MODELO PDCA: Um
estudo de caso em um posto de combustíveis da região metropolitana de Curitiba.
SÃO JOSÉ – SC 2011
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
FILIPI ASSUNÇÃO CURCIO
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, COM O
AUXÍLIO DAS NORMAS DA NBR-ISO 14000, A PARTIR DO MODELO PDCA: Um
estudo de caso em um posto de combustíveis da região metropolitana de Curitiba.
Trabalho de conclusão de curso elaborado como requisito final para a aprovação no Curso de Administração no Centro Universitário Municipal de São José – USJ.
Prof. Dr. Edson Telê Campos
SÃO JOSÉ – SC 2011
2
FILIPI ASSUNÇÃO CURCIO
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, COM O
AUXÍLIO DAS NORMAS DA NBR-ISO 14000, A PARTIR DO MODELO PDCA: Um
estudo de caso em um posto de combustíveis da região metropolitana de Curitiba.
Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:
Orientador: ————————————————————
Prof. Dr. Edson Telê Campos
———————————————————— Prof. Dr. Alissane Lia Tasca da Silveira
Membro examinador
———————————————————— Prof. Msc. Paulo Sérgio de Moura Bastos
Membro examinador
São José, 20 de Junho de 2011
3
Dedico este trabalho aos meus pais e meu
irmão, que me educaram, com os melhores valores, e
me ensinaram, com os melhores sentimentos. Dedico-
lhes principalmente, porque só com o apoio e incentivo
deles foi possível à realização deste trabalho.
4
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, agradeço ao Centro Universitário Municipal de São José, em especial ao
corpo docente, que com muita competência transmitiu seu conhecimento.
Ao Profº Dr. Edson Telê Campos, pela amizade, orientação, ajuda e atenção
despendida durante todo o processo realização deste trabalho.
A minha família, em nome de Mª Bernadete, minha mãe, Braz, meu pai e Wagner meu
irmão, que com apoio e incentivo tornaram possível a finalização deste trabalho. Muito
obrigado, devo minha vida a vocês!
Aos meus amigos, primos, tios e vós, que tornam a minha vida mais rica, e
consequentemente tornaram esta caminhada mais prazerosa.
Aos meus colegas de classe, em especial ao Alex, Carlos Henrique, Paulo e Rene, com
certeza a maior herança que obtive ao longo de minha vida acadêmica, representada em uma
amizade sincera e honesta.
Ao Auto Posto Represa Ltda. e aos seus funcionários, que permitiu a realização deste
estudo. Ao Leverson e Araceli, grandes amigos, que com paciência transmitiu todo o
conhecimento e informações necessárias para a obtenção de dados que transmitissem a
realidade da empresa, possibilitando adequar o trabalho proposto em um cenário real.
5
Há o suficiente no mundo para todas as
necessidades humanas; não há o suficiente para a
cobiça humana.
Mahatma Gahndi
6
RESUMO
Nesta pesquisa buscou-se identificar os meios necessários para a implantação da Gestão
Ambiental no Auto Posto Represa Ltda. a partir de ferramentas dos Sistemas de Gestão
Ambiental, seguindo a NBR-ISO 14000 aplicada ao modelo PDCA para obter-se a melhoria
contínua do processo. Para isto realizou-se um estudo de caso quantitativo e qualitativo, além
do uso de apoio bibliográfico para a confecção de um questionário, formulação de entrevistas
com visitas ao local de estudo, trançando-se um perfil da empresa e sua relação com a
temática ambiental. Na análise dos dados obtidos se identificou as potencialidades que a
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental no Auto Posto Represa Ltda. apoiado pela
NBR-ISO 1400 pode conceder. Com isto demonstrou-se o efeito positivo, tanto interno
quanto externo da empresa, que investimentos na área ambiental trazem às empresas,
principalmente quanto à imagem e como isto poderá agregar valor aos produtos e aos serviços
comercializados. Por fim serão colocados alguns pontos em que a empresa é deficitária e com
eles denotada, foram indicadas sugestões para a implantação, a partir do modelo
fundamentado.
Palavras-Chave: Sistemas de Gestão Ambiental, Posto de Combustível, NBR-ISO 14000.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Evolução da preocupação ambiental: um breve histórico .....................................19
Quadro 2 – Princípios da Carta da Terra ..................................................................................22
Quadro 3 – Principais acidentes ambientais ............................................................................24
Quadro 4 – Pressões para o desenvolvimento ambiental .........................................................32
Quadro 5 – Especificações das subdivisões .............................................................................38
Quadro 6 – Benefícios da Gestão Ambiental ...........................................................................38
Quadro 7 – Lista de Normas da série ISO 14000 ....................................................................43
Quadro 8 – A ISO 14001 aplicada no modelo PDCA .............................................................50
Quadro 9 – Reflexos econômicos dos objetivos e metas ambientais .......................................52
Quadro 10 – Orientações da NBR-ISO 14004..........................................................................54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Especificações para o uso da ISO 14001 ................................................................45
Figura 2 – Sistema de Gestão Ambiental Contínuo .................................................................47
Figura 3 – PDCA na Gestão Ambiental ...................................................................................48
Figura 4 – Fluxograma de modelo de caracterização e classificação de resíduos....................59
Figura 5 – Mostra as atividades da prestação de serviço relacionando-as com a geração de resíduos.....................................................................................................................................60
Figura 6 – Funcionograma do Auto Posto Represa Ltda............................................................62
Figura 7 – Fluxograma de um modelo de aplicação de SGA..................................................77
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Dimensões da Gestão Ambiental ...........................................................................35
Gráfico 2 - Como a questão ambiental é vista..........................................................................71
Gráfico 3 - A importância da questão ambiental na empresa...................................................71
Gráfico 4 - Realização de pesquisa sobre a imagem ambiental passada pela empresa.............72
Gráfico 5 - A empresa acreditar transparecer uma boa imagem ambiental aos seus consumidores e/ou sua comunidade?.....................................,..................................................72 Gráfico 6 – Perfil da empresa perante as questões ambientais.................................................73
LISTA DE FÓRMULAS
Fórmula 1 – Equilíbrio Ambiental ...........................................................................................26
LISTA DE SIGLAS
3R’s ............................................................................................. Reduzir, Reutilizar, Reciclar
ABES .......................................... Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ABNT ................................................................. Associação Brasileira de Normas e Técnicas
ACV ............................................................................................. Avaliação do Ciclo de Vida
CMMAD .............................. Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD ...................................... Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente
CONAMA ................................................................... Conselho Nacional do Meio Ambiente
GA ................................................................................................................ Gestão Ambiental
IAP ............................................................................................ Instituto Ambiental do Paraná
ISO ............................................................... International Organization for Standardization1
MDL ......................................................................... Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
NBR ................................................................... Associação Brasileira de Normas e Técnicas
ONG .................................................................................... Organização Não Governamental
1 Organização Internacional para Padronização
PDCA ................................................................................................ Plan, Do, Check, Action2
P+L ......................................................................................................... Produção mais Limpa
SEMA ........................................... Secretaria de Estado Meio Ambiente e Recursos Hídricos
SGA .......................................................................................... Sistemas de Gestão Ambiental
SIGMA .......................................................... Sistemas Intranet de Gestão de Meio Ambiente
2 Planejamento, Execução, Verificação, Ação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 12
1.1 JUSTIFICATIVA...........................................................................................................12
1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA........................................................................13
1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................. 14
1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 14
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................. 15
1.1 ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE............................................................................... 15
2.1.1 2.1.1 Surgimento e preocupação ambiental ........................................................... 17
2.1.2 2.1.2 Fatos relevantes para a formação da consciência ambiental ...................... 18
2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL................................................................... 24
2.3 RESPONSABILIDADE E EQUILIBRIO AMBIENTAL............................................ 27
2.3.1 Requisitos Legais ...................................................................................................... 29
2.4 GESTÃO AMBIENTAL............................................................................................... 31
2.4.1 Importância da Gestão Ambiental ......................................................................... 31
2.4.2 Definição da Gestão Ambiental ............................................................................... 33
2.4.3 Benefícios da Gestão Ambiental ............................................................................. 38
2.5 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)......................................................... 39
2.5.1 Breve histórico .......................................................................................................... 39
2.5.2 Certificação de qualidade NBR-ISO 14000 ........................................................... 41
2.5.2.1 Objetivos e finalidades do SGA.................................................................................51
2.5.2.2 Implementação dos SGA a partir da NBR - ISO 14001............................................53
2.5.3 Sistemas de Gestão Ambiental em Postos de Combustíveis ................................. 54
2.6 IMPACTOS GERADOS PELOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS..............................56
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA......................................................................61
3.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA.............................................................................. 61
3.1.1 Instalações do Posto ................................................................................................. 63
3.1.2 Relação Ambiental do Auto Posto Represa Ltda. ................................................. 65
4 METODOLOGIA........................................................................................................ 67
4.1 QUANTO A ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA....................................................... 67
4.2 QUANTO À ABORDAGEM DO PROBLEMA...........................................................67
4.3 QUANTO AOS OBJETIVOS....................................................................................... 68
4.4 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS.......................................................68
4.5 QUANTO AS TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS..............................................69
4.6 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO PESQUISADO...................................................... 69
4.7 QUANTO A ANÁLISE DE DADOS............................................................................69
4.8 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................. 70
4.9 CONCLUSÕES............................................................................................................. 74
4.10 SUGESTÕES DE MELHORIAS.................................................................................. 75
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 79
REFERÊNCIAS......................................................................................................................82
APÊNDICE..............................................................................................................................86
ANEXO....................................................................................................................................90
12
1 INTRODUÇÃO Após justa conceituação da gestão ambiental, transpassando seu surgimento a
devido à preocupação ambiental, vendo suas especificações e determinações de acordo
com vários autores, encontra-se os SGA, e sua urgente necessidade e importância para
as organizações e com o propósito de criar-se uma maneira concisa e objetiva para a
manipulação da Gestão Ambiental, os SGA surgem como uma ferramenta para se
alcançar tais objetivos. Além da busca da sistematização da gestão ambiental, irão se
demonstrar os diversos benefícios que a gestão ambiental proporciona.
Neste sentido, apresenta-se a NBR-ISO 14000, com a responsabilidade de
normalizar os SGA, condicionando há um melhor aproveitamento de todas as técnicas
desenvolvidas, com isto definirem com precisão os objetivos e finalidades da Norma,
além de se obter as maneiras mais coerentes e positivas para a implantação da mesma
em uma empresa do setor de combustíveis da grande Curitiba.
Para o apoio da implementação e manutenção do SGA surgem às ferramentas de
gestão ambiental, que neste trabalho será demonstrado pela a avaliação de ciclo de vida
do produto, possibilitando um controle de toda a história do produto, o direcionamento
ideal na sua destinação final, e alterando formas de armazenamento e comercialização.
Com o interesse de se obter uma melhoria contínua do Sistema de Gestão Ambiental,
procurou-se usar o modelo PDCA.
1.1 JUSTIFICATIVA
Conscientes da necessidade de mitigação na geração de impactos ao meio
ambiente, e por serem os grandes responsáveis pelos efeitos degradadores ao planeta, os
governos, os habitantes, as ONGs (Organizações não Governamentais) e as empresas
privadas formulam ações, executam planos e investem cada vez mais em pesquisas, com
o objetivo de alcançar formas alternativas e ecologicamente corretas buscando o
desenvolvimento sustentável, além de incentivarem a educação, ponto chave para se
alcançar uma consciência sustentável de maneira mais ampla.
Estas ações geram um retorno economicamente positivo, pois a gestão
ecologicamente correta adota-se o preceito de diminuírem-se os impactos maximizando
o uso da matéria prima e minimizando os desperdícios com a redução, a reutilização e a
reciclagem, além de agregar valor ao produto e evitar multas referentes às ações
13
degradadoras. Nesse aspecto a Gestão Ambiental (GA) tem um lugar de destaque, já
que segundo Barbieri (2004) GA são as diretrizes e as atividades administrativas e
operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras
realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, reduzindo
ou eliminando os impactos, contribuindo para o sucesso do desenvolvimento sustentável
nas organizações.
A GA contém instrumentos que facilitam sua implantação, execução e
manutenção, a exemplo disto têm-se os SGA, que são definidos por medidas e ações
planejadas, realizadas pelas empresas para administrar ou gerir suas atividades com o
meio ambiente, extremamente necessárias para dimensionar os aspectos econômicos,
produtivos e de eficiência ecológica.
Identificada a falta da GA no Auto Posto Represa Ltda., empresa do setor de
comércio de combustíveis na região da Grande Curitiba, surgiu o interesse em se
realizar estudos, para permitir meios de a empresa adotar a GA, objetivando alcançar os
benefícios que ela condiciona, já que a responsabilidade ambiental é tratada como um
diferencial, podendo ser um grande contribuinte para que a empresa alcance a liderança
no setor, ou até mesmo a sobrevivência dela no mercado.
Por isto, estudar as ferramentas SGA é de extremo interesse, e se faz justificável,
pela busca de uma forma economicamente lucrativa de gerar menos impactos,
principalmente pelo retorno que ela pode proporcionar para as organizações e
sociedade. Com base nisto a NBR - ISO 14000 servirá como ferramenta para auxiliar
em todas as etapas da implementação, já que ela contém uma série de normas, que irão
sistematizar todo o processo. Concomitantemente à IS0 14000, será usado o modelo
PDCA garantindo um padrão de gestão, além de proporcionar uma busca pela melhoria
contínua do processo.
1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
Devido à necessidade de se ter sistemas, políticas e culturas cada vez mais
voltadas para a busca do desenvolvimento sustentável, a sociedade, e as organizações
que fazem parte dela investem em maneiras de minimizar os impactos ao meio
ambiente, e assim obter os benefícios que as políticas ambientais proporcionam. Neste
cenário surgiu a oportunidade de contribuir para a implantação da GA no Posto Represa,
já que esta possui políticas ambientais pouco abrangentes e claras.
14
Demonstra-se desafiador implantar a GA, já que a empresa é constituída a mais
de 30 anos e possui políticas e métodos já constituídos, que devem ser revistos para um
melhor desempenho ecológico. Visando proporcionar todas as vantagens da GA, irá
estudar-se com mais especificidade os SGA que objetivam facilitar e agilizar os
processos de implantação da GA, além de propiciar a normalização dos mesmos, e para
isto irá se seguir o modelo elaborado pela série NBR – ISO 14000 como padrão para a
garantia de qualidade ambiental nos serviços e produtos comercializados pela empresa,
e se terá no modelo PDCA, uma ferramenta administrativa que visa à melhoria continua
do processo.
Nos SGA atribui-se ferramentas que conciliadas facilitam, e servem de grande
apoio para a implantação e a manutenção, como os 3rs (Reduzir, Reutilizar, Reciclar), a
ACV (Avaliação do Ciclo de Vida), a P+L (Produção mais Limpa), a SIGMA (Sistemas
Intranet de Gestão de Meio Ambiente), e MDL (Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo). Seguindo neste caminho, buscou-se responder o questionamento sobre qual o
Sistema de Gerenciamento Ambiental adequado ao Auto Posto Represa Ltda.?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Realizar um estudo de caso no posto de combustível, sobre a implementação de
um modelo de SGA adequado.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos são destacados nos tópicos abaixo.
• Demonstrar os benefícios da implantação da Gestão Ambiental;
• Descrever as potencialidades que o SGA regulado pela NBR - ISO 1400
têm para auxiliar na implantação e manutenção;
• Propor estudo de caso no posto de combustível, sobre a implementação
de um modelo de SGA, baseado no modelo PDCA.
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo tem por finalidade dar embasamento teórico sobre os temas
necessários para a realização da pesquisa.
2.1 ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE
De acordo com Barbieri, etimologicamente meio ambiente tem sua origem do
latim e significa tudo o que envolve os seres vivos, com “ambi” significando “ao redor
de algo” e ambio, ambire verbo latino que significa “andar em volta ou em torno de
alguma coisa” (BARBIERI, 2004). Já ecologia Schenini (2005, 89) descreve sua
etimologia como sendo derivada “do grego oikos, “casa” ou “lugar de habitação”, com
o sufixo logos, “estudos””, Schenini ainda comenta que a palavra foi empregada pela
primeira vez pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, na obra de 1866, Morfologia Geral dos
organismos, propondo uma relação do animal com o ambiente orgânico e inorgânico,
ele ainda relata que a Ecologia ganhou um campo de estudo separado da ecologia
apenas em 1930 (SCHENINI, 2005).
A ecologia é definida por Souza apud Schenini (2005, p. 89) como:
A ciência que estuda as relações entre o sistema social, o produtivo e o de valores que lhes serve de legitimação, característicos da sociedade industrial de massa, bem como o elenco de conseqüências que este sistema gera para se manter, usando o estoque de recursos naturais finitos, dele se valendo para lograr seus objetivos econômicos.
A ecologia de uma forma geral se preocupa em possibilitar meios e ações que
colaborem para o conhecimento dos impactos gerados pelo homem, e mensurando a real
capacidade do ambiente, Torloni (1972, p.214) conceitua sucintamente ecologia como
“o estudo da relação das formas vivas com seu ambiente”.
O meio ambiente como o próprio nome descreve é o ambiente em que se está
inserido, portanto preservá-lo é a melhor forma de garantir qualidade e continuidade da
vida. A Lei 6938/1981 de 31 de agosto de 1981, em seu Art 3º - Inciso I apud Melaré
(2006) trata a definição de meio ambiente como “o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege
a vida em todas as suas formas”. Idéia que é compactuada internacionalmente,
manifestada pela ISO apud Melaré (2006) da seguinte maneira:
16
Circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, fauna, flora, seres humanos e suas inter-relações; Local onde se desenvolve a vida dos homens, animais, das plantas ou dos microrganismos, em estreita relação com o conjunto de circunstâncias externas, que se caracterizam não só pelas propriedades físicas, químicas e biológicas desse local, mas também por outros fatores que regem a vida, como os relacionados às associações dos seres vivos em geral e particularmente dos seres humanos, tais como os aspectos de ordem cultural, legal e outro. O mesmo que meio e ambiente.
Outra definição sobre meio ambiente a remete como o espaço onde possibilita a
existência da vida, sendo este um ambiente natural ou artificial, ou seja, com ou sem
modificações do homem (BARBIERI, 2004).
Com isto, pode-se interpretar que a sociedade e a natureza, fazem parte do meio
ambiente, atuando para a modelação histórica tanto da sociedade quanto da natureza, e
esta relação contribui para a formação da cultura local, políticas, enfim todos os
aspectos da sociedade, e nesta linha Waldman (2006, p. 218) afirma que o conceito de
meio ambiente “pressupõe dimensões históricas e culturais que contribuem diretamente
para defini-lo enquanto “espaço de vida dos humanos”, e, por essa exata razão,
constituindo-se enquanto dado dinâmico, e não estático da vida social.”. E nesta relação
às empresas tem grande responsabilidade em buscarem um equilíbrio na produção, e a
este assunto Backer apud Melaré (2006) comenta que “a atividade industrial do homem
não deve se opor à natureza, pois dela é parte integrante; ela a molda desde o começo e
desde o começo é moldada por ela”.
Tratar a natureza como parte integrante de suas ações, possibilita que a empresa
consiga resultados melhores, principalmente ao adotar a GA, até porque como ficou
entendido a natureza a sociedade e suas ações são intimamente ligadas e o desempenho
de um depende do melhor tratamento com o outro. E é isto que ocorre atualmente
segundo Melaré (2006):
Embora recente, a temática ambiental tem influenciado sobremaneira a relação empresa e meio ambiente, a ponto de ser possível observar, gradativamente, uma mudança significativa de paradigma representada, nos dias atuais, por uma necessidade urgente de se desenvolver e ou praticar a gestão ambiental empresarial.
Apesar de tardia, esta mudança é de extrema importância para que alcancemos
todos os objetivos estipulados em congressos, tratados, encontros, etc..
17
2.1.1 Surgimento e preocupação ambiental
A preocupação ambiental ainda é recente, apesar do uso maciço dos recursos
naturais, segundo Lavorato (2004) “Durante o período da chamada Revolução industrial
não havia preocupação com a questão ambiental. Os recursos naturais eram abundantes,
e a poluição não era foco da atenção da sociedade industrial e intelectual da época.”, a
procura começa a tornar-se importante na década de sessenta, com os primeiros debates
sobre o assunto e a identificação dos impactos ambientais e seus reflexos na sociedade,
principalmente por conta da identificação de pontos críticos que Lavorato (2004)
disserta como sendo:
A partir da escassez dos recursos naturais, somado ao crescimento desordenado da população mundial e intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural, e faz do meio ambiente um tema literalmente estratégico e urgente. O homem começa a entender a impossibilidade de transformar as regras da natureza e a importância da reformulação de suas práticas ambientais.
A história ambiental é definida por Leff (2001, p. 386) “como um campo de
estudo dos impactos de diferentes modos de produção e formações sociais sobre as
transformações de sua base natural, incluindo a superexploração dos recursos naturais e
a degradação ambiental.” Leff (2001) ainda comenta que estes estudos demonstram o
uso dos recursos naturais pelo homem, a fim de permitir fazer um paralelo econômico,
político e cultural, possibilitando estabelecer as condições de sustentabilidade de um
determinado território, além disto, a história ambiental nos permite realizar uma
releitura do passado, condicionando a se ter uma nova visão, que privilegie um futuro
sustentável.
A esta preocupação ambiental nomeou-se de ambientalismo que segundo
Layrargues (2000, p.81) “foi um movimento originado a partir do recente
reconhecimento dos assustadores efeitos negativos da intervenção antrópica na biosfera,
que reprovou os paradigmas norteadores da sociedade industrializada de consumo”, já
Donaire (1995) comenta que o movimento ocorreu nas empresas, no momento no qual
se notou que a idéia de mercados e recursos ilimitados era equivocada, e já não era mais
permitido as empresas, e a toda sociedade, continuar o seu desenvolvimento subsidiadas
por métodos que esgotem os recursos naturais da terra, a partir deste momento começou
a se difundir a idéia de se buscar um desenvolvimento sustentável.
No cenário governamental Soares et al (2006) descreve que:
18
Foram mais de quarenta anos, transcorridos, desde a década de 60 do século passado, para que o organograma administrativo dos governos ocidentais adotasse, sistematicamente, ministérios e secretarias dedicados às questões de controle e fiscalização de ecossistemas e mananciais hídricos.
Esta preocupação com o meio ambiente tardia começou a partir do esgotamento
de matérias primas, como a madeira, as constantes preocupações com a falta de energia,
efeitos colaterais do aquecimento global, além das projeções do esgotamento do
petróleo, o que fez a sociedade buscar novas fontes de energias renováveis e menos
poluentes, como por exemplo, o biodiesel haja em visto os efeitos decorrentes dos
combustíveis fósseis.
Atualmente os assuntos ambientais são mais difundidos, por meio de eventos,
educação, com a criação de cursos superiores para a área, políticas públicas, leis e
pesquisas, estas ações contribuem para que hoje o trinômio econômico-social-ambiental
sejam as bases para o desenvolvimento sustentável, e para que as decisões tomadas
pelas as empresas respeitem o meio ambiente, colocando a GA em um nível estratégico
dentro da organização (Fiocruz, 1998; Ferreira, 2000; apud Soares et al, 2006). De
acordo com Coral (apud Campos, 2003, p. 2):
As bases teóricas sobre estratégia ambiental são relativamente recentes, tendo surgido no final da década de 80 e, principalmente, na década de 90 com o advento do desenvolvimento sustentável e com o aumento da necessidade de incorporar os seus princípios nos modelos de gestão corporativa.
E neste âmbito Chambers et al (2008) relata que muitas empresas já aceitam
suas responsabilidades ambientais, muito por conta das pressões legisladoras e dos
stakeholders.
2.1.2 Fatos relevantes para a formação da consciência ambiental
A temática meio ambiente passou a ser vista como relevante a partir da década
de 60, porem há registros de encontros visando algum aspecto ambiental, desde 1900
com a convenção de Londres para a proteção da Fauna na África. No quadro a seguir
irão ser destacados os principais tratados e conferencias ao longo da história ambiental:
19
ÉPOCA
FATO H
ISTÓRIC
O
RESU
LTADOS
1962
(Estad
os
Unido
s)
Publicaç
ão de "S
ilent
Spr
ing"
de Rac
hel C
arso
n Pr
essão pa
ra que
os po
líticos agissem
e profund
a mud
ança
na atitu
de do po
vo
american
o co
m o surgimen
to de no
rmas ambien
tais fe
derais.
Décad
a de
60
(Estad
os Unido
s)
Criaç
ão da Agê
ncia de Pr
oteção
Ambien
tal (EPA
).
Aprov
ação
das leis: C
lean
Air A
ct, Clean
Wat
er A
ct, To
xic
Subs
tanc
e Con
trol
Act, e
ntre outros.
1970
Reu
nião
do Clube
de Rom
a.
Doc
umen
to "
Lim
ites
do C
rescim
ento", q
ue a
nalis
ou o
s efeitos
catastrófico
s de
corren
tes do
atual ritm
o de
crescim
ento eco
nômico e de
mog
ráfico
no mun
do.
1972
(Estocolmo)
Prim
eira C
onferênc
ia das N
açõe
s Unida
s so
bre M
eio Ambien
te.
Coloc
ou a que
stão
ambien
tal n
as age
ndas oficiais e orga
niza
ções in
ternac
iona
is.
Tam
bém teve
co
mo
resulta
dos: a
inco
rporaç
ão da
qu
estão
ambien
tal
em
prog
ramas das organ
izaç
ões intergov
erna
men
tais; s
urgimen
to de gran
de núm
ero
de ambien
talis
tas e de
organ
izaç
ões nã
o go
vernam
entais em to
do o m
undo
.
Décad
a de
70.
Crise do pe
tróleo
e do mod
elo en
ergé
tico vige
nte
Despe
rtar le
gislativo e ince
ntivo à proc
ura de
nov
as fon
tes de
ene
rgia e de um
a utiliza
ção mais racion
al destas.
Décad
as de 70
e
80
Desastres ambien
tais com
o o de
Sev
eso, B
hopa
l, Che
rnob
yl, e
tc.
Dramático crescimen
to da co
nscien
tizaç
ão ambien
tal.
Décad
a de
80
(Estad
os Unido
s)
Surgim
ento de grup
os ambien
talis
tas co
mo o Ear
th F
irst.
Início do ativismo am
bien
tal. Pr
essão so
bre as empresas para mud
ança
s em
sua
s po
líticas.
1986
A C
âmara
Internac
iona
l de
Com
ércio
(ICC) estabe
lece
u diretrizes
ambien
tais para a indú
stria mun
dial.
Grand
e im
pulso
à ad
oção
de práticas d
e prev
ençã
o da
poluiçã
o po
r pa
rte da
s indú
strias.
1987
Lan
çamen
to do
man
ifesto "N
osso
Fu
turo Com
um"
(Relatório
Brund
tland
) pe
lo C
onselho
Mun
dial d
e Desen
volvim
ento e
Meio
Ambien
te d
a ONU (W
CED –
Wor
ld C
ounc
il of
Env
iron
men
t an
d Dev
elop
men
t).
Aux
iliou
na integraç
ão d
os con
ceito
s: m
eio
ambien
te e d
esen
volvim
ento. Su
a principa
l funç
ão foi
alertar
as au
torida
des
gove
rnam
entais pa
ra tomarem
med
idas e
fetiv
as n
o sentido
de c
oibir e
controlar os
efeito
s de
sastroso
s da
co
ntam
inaç
ão am
bien
tal,
com o
intuito
de
alca
nçar o
desenv
olvimen
to
susten
táve
l.
1991
Publicaç
ão
da
"Carta
Empresarial
para
o Desen
volvim
ento
Susten
táve
l", pe
la ICC. E lan
çamen
to d
o do
cumen
to "
Mud
ando
o
Increm
ento d
a filoso
fia
preserva
cion
ista n
o mun
do, co
ntab
iliza
ndo
adesõe
s e
iniciativ
as das m
ais dive
rsas orige
ns.
20
Rum
o: U
ma Pe
rspe
ctiva Empresarial G
loba
l sob
re D
esen
volvim
ento e
Meio
Ambien
te"
pelo BCDS
(Bus
ines
s Cou
ncil
on Su
stai
nable
Dev
elop
men
t).
1991
A ISO
(In
tern
atio
nal
Org
anizat
ion
for
Star
dadi
zatio
n) c
onstitu
i o
Grupo
Estratégico
Con
sultivo
sob
re o m
eio am
bien
te (S
AGE).
Elabo
raçã
o da
s no
rmas in
ternac
iona
is de proteç
ão ambien
tal ISO
140
00.
1992
(Brasil)
Rea
lizaç
ão d
a co
nferên
cia
do R
io d
e Jane
iro
ECO-92
– Th
e Ear
th
Summit.
Resultaram dois im
portan
tes do
cumen
tos: a C
arta da Terra (Dec
laraçã
o do
Rio)
e a Age
nda 21
1996
A norma IS
O 140
00 passa a ser N
BR, o
u seja, é
aprov
ada e pu
blicad
a co
mo no
rma internac
iona
l.
Empresas já po
dem ser certificad
as pela IS
O 140
01 atestan
do que
pos
suem
um
Sistem
a de
Gestão
Ambien
tal estruturad
o e
func
iona
ndo. P
aíses
ou m
esmo
empresas iso
lada
s po
dem exigir de
seu
s fornec
edores a certificaç
ão ISO
140
00
como ga
rantia de prod
ução
com
preoc
upaç
ão ambien
tal.
1997
Cúp
ula de
Mud
ança
de Clim
a Globa
l de Kioto.
Con
stitu
i-se no protoc
olo de
um tratado
interna
cion
al com
com
prom
isso
s mais
rígido
s pa
ra a
red
ução
da
emissão
dos
gases
que
agrava
m o
efeito
estufa,
considerad
os, d
e ac
ordo
com
a m
aioria das in
vestigaç
ões cien
tíficas, c
omo ca
usa
antrop
ogên
icas do aq
uecimen
to globa
l.
2002
(Joh
anesbu
rgo)
Cúp
ula M
undial sob
re D
esen
volvim
ento Sustentáv
el (R
io+1
0)
Inicia a discu
ssão
sob
re o estab
elec
imen
to de metas de uso de
fon
tes reno
váve
is
na m
atriz en
ergé
tica do
s pa
íses
2003
(Moscou)
Con
ferenc
ia M
undial sob
re M
udan
ças Clim
áticas.
Tev
e co
mo ob
jetiv
o a ratificaç
ão do Pr
otoc
olo de
Kyo
to pela Rússia, no qu
al o
então
presiden
te V
ladimir P
utin d
iante da
ins
eguran
ça eco
nômica de
seu
país
adiou a de
cisão pa
ra o seg
undo
sem
estre de
200
4.
2005
(Mon
treal)
Entra em vigor o Protoco
lo de Kioto.
A C
OP1
1 foi m
arca
da por um pac
to estab
elec
ido en
tre União
Europ
eia, C
anad
á e pa
íses em desen
volvim
ento, e
con
centra-se na
ado
ção de
oficina
s de
traba
lho
para definir passo
s co
ntra o efeito
estufa e as m
udan
ças clim
áticas.
2009
(C
open
hagu
e)
Con
ferênc
ia das N
açõe
s Unida
s so
bre as M
udan
ças Clim
áticas
Os pa
íses a
presen
taram c
omprom
isso
s de
lim
itar su
as e
missõ
es d
e ga
ses do
efeito estufa até 20
20.
Qua
dro1
– Evo
luçã
o da
preoc
upaç
ão ambien
tal: um
breve
resu
mo histórico
Fon
te: A
daptad
o de
Bog
o (199
8)
21
O quadro demonstra as várias fases da preocupação ambiental, e o
comprometimento crescente de toda a sociedade neste assunto, o Clube de Roma, por
exemplo, no inicio da década de 60, foi uma reunião de cientistas que por meio da
lógica matemática alertava sobre o crescimento desenfreado por meio de recursos
naturais esgotáveis, que deu origem ao relatório divulgado em 1972 o Limits to Growth
(Limites ao Crescimento), que segundo Bursztyn et. al. (apud CAGNIN, 2000, p.9) teve
o papel de “despertar as nações para a relação entre o crescimento econômico, perdas
ambientais e desenvolvimento cientifico e tecnológico”.
Em Estocolmo 1972 houve a primeira Conferencia das Nações Unidas sobre o
ambiente humano, que além de gerar uma política ambiental que foi adotada por todos
os países, foi gerado um importante a documento a partir da comissão elaborada na
conferencia, o Relatório de Brundland que fora divulgada em 1987 pela Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento presidida por Gra Harlem
Brundland, Primeira-Ministra da Noruega, que tinha como propostas relacionar o meio
ambiente com o desenvolvimento, e tinha por objetivo demonstrar o estudo mais
completo até então, sobre a situação ambiental no mundo (Capriles, 2008).
Houve muitos outros encontros, tratados e manifestações referentes à
preocupação com o meio ambiente e a necessidade de se mudar o paradigma do
desenvolvimento global até chegarmos em 1992, ano que é considerado o grande marco
para o avanço da conscientização ambiental e o desenvolvimento sustentável, pela
realização da ECO 92 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, onde se reuniram 179 países3, para
formular propostas objetivando a promoção do desenvolvimento sustentável, umas das
propostas que se destacaram foi à criação da Agenda 21, que propõe um planejamento
participativo de todos os grupos em todos os aspectos social e político, e a Carta da
Terra (Declaração do Rio) que em um de seus trechos, retratados a seguir, proclama
sobre a situação global:
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está
3 Fonte: Revista da Agenda 21 catarinense.
22
aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológicos e sociais. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
A Carta da Terra ainda consta com outros pequenos textos, o Preâmbulo, a da
Terra, Nosso Lar, sobre os Desafios Futuros, o da Responsabilidade Universal, e por
último O Caminho Adiante. Além disto, a Carta da Terra dispõe de dezesseis princípios,
distribuídos em quatro tópicos, que são colocadas com o objetivo de alcançar o
desenvolvimento socioambiental, a seguir serão demonstrados os quatro tópicos, e os
títulos de cada principio contido na carta:
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA 1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor. 3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos
direitos dos povos indígenas e minorias.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz. Quadro 2: Princípios da Carta da Terra. Fonte: A Carta da Terra em Ação (2008).
23
A Agenda 21 é caracterizada segundo Romanelli (2008) por ser um documento
que permite a “implantação global, prevendo, em mais de 40 tópicos, as possibilidades
de desenvolvimento sustentável para o planeta, onde se possa gerar desenvolvimento
sem prejuízos à qualidade de vida do ser humano e às condições ambientais.”. No Brasil
o Ministério do Meio Ambiente (2008) define a Agenda 21e a Agenda 21 Local, como
sendo:
Um instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira [...] A Agenda 21 Local é o processo de planejamento participativo de um determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazo. No Fórum são também definidos os meios de implementação e as responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.
Outro ponto importante da história ambiental é a criação da Norma ISO 14000,
que visa, de acordo com Ribeiro (2005) são normas baseadas na Agenda 21, criadas por
um grupo de trabalho tc-207, para criar uma certificação de qualidade ambiental para as
organizações.
Houve outros debates sobre o meio ambiente, e dentre eles podem-se destacar
quatro conferências importantes após a ECO-92, tivemos a Cúpula de Mudança de
Clima Global de Kioto (Kyoto Global Climate Change Summit) em 1997, que
representa um dos objetivos da ECO-92 para a estabilização do efeito estufa, estipulou-
se uma meta de diminuição em 5% na emissão dos gases nos países industrializados a
partir dos emitidos em 1990 entre os anos de 2008 e 2012 (Bursztyn, Persegona, 2008).
Em Johanesburgo no ano de 2002, aconteceu o Rio+10 – Agenda Social, que de acordo
com Bursztyn, Persegona (2008, p. 376) serviria para “revisar os compromissos da Rio-
92”, em 2005 em Montreal onde aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas, onde suas maiores contribuições foram à apresentação do
relatórios finais dos países participantes do Protocolo de Kioto, aumentar a meta de
diminuição até 2012, e também a exigência do MDL para a obtenção do crédito de
carbono Grando (2006), por último houve a Conferência em Copenhague em 2009,
onde seu maior objetivo era determinar metas significativas, o que apesar de ter tido
aceitação por grande parte dos participantes, não obteve o resultado esperado.
Os acidentes ambientais também são catalisadores no desenvolvimento da
conscientização ambiental, no quadro abaixo listaremos os principais acidentes:
24
ACIDENTE IMPACTO
Minamata Lançamento de mercúrio, Japão, anos 50, 700 mortos, 9.000 doentes crônicos.
Seveso Desastre industrial, Itália, 1976, fábrica de pesticidas, Dioxina.
Bhopal Desastre com gás metil isocianeto, 1984, Ìndia, Union Carbide, 3.300 mortos e 20.000 doentes crônicos.
Chernobyl Acidente nuclear, Ucrânia, abril de 1986, 50 a 100 milhões de curies4 no ar, 29 mortos, 200 condenados, 135.000 casos de câncer e 35.000 mortes subseqüentes.
Basiléia Incêndio e derramamento, Suíça, novembro de 1986, 30 toneladas de pesticida no rio Reno, 193 km do rio morto, 500.000 peixes e 130 enguias.
Valdez Desastre com óleo no Alasca, 1989, 37 milhões de litros de óleo, 23.000 aves migratórias, 730 lontras e 50 aves de rapina.
Goiânia Acidente com césio 137, Brasil.
Rio Grande Derramamento de 8.000 toneladas de ácido sulfúrico no mar, Brasil.
Rio de Janeiro
Derramamento de mais de 1 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara em 2000, a mancha se espalhou por mais de 50 km², atingiu o manguezal de área de proteção (APA) de Guapimirim.
Araucária (PR)
Vazamento de mais de 4 milhões de litros de óleo cru da refinaria da cidade em 2000.
Espanha Naufrágio do navio Prestige, das Bahamas, afundou a 250 km da região da Galícia, e afetou 15.000 passaros.
Golfo do México
Plataforma de petróleo da empresa British Petroleum, explodiu deixando 11 funcionários mortos e uma mancha de óleo, que afetou milhares de animais.
Quadro 3: Principais acidentes ambientais. Fonte: Adaptado de Lerípio e Pinto (apud Bogo, 1998)
Nestes acidentes pode-se destacar Bhopal, onde 150.000 pessoas precisão de
atenção médica constante, Chernobyl que atingiu Ucrânia, Finlândia, Escandinávia,
Polônia, Alemanha Oriental e Ocidental e França, o derramamento de petróleo pelo
petroleiro Exxon Valdez de mais de 300 metros que encalhou na costa do Alasca,
Bursztyn, Persegona, (2008).
2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Conceito atual e em expansão, principalmente pela sua importância, já que
vivemos em tempos onde são refletidos os impactos ambientais historicamente
cometidos, principalmente após a revolução industrial, aquecimento global, tsunamis,
4 Curie - Unidade de radioatividade correspondente a 3,7 X 1010 desintegrações por segundo. O nome é uma homenagem a Madame Curie, que descobriu o rádio em 1898. A atividade de 1 g de urânio natural é de 7,6 x 10-7 Ci (0,000 000 76 Ci) ou seja, 1 g de urânio sofre 28120 desintegrações por segundo. A atividade de 1g de césio-137 é de cerca de 87 Ci. Fonte: http://www.sindicato.com.br/contren/curie000.htm
25
ciclones e furacões, aumento do nível do mar em conseqüência do derretimento das
geleiras polares, entre outros, são algumas conseqüências s desses impactos.
O conceito de desenvolvimento sustentável apareceu 1987 pelo relatório da
Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
também conhecida como Comissão Brudtland devido à sua presidente Gro Harlen
Brundtland. O relatório foi entitulado "Our Common Future" (Nosso Futuro Comum).
Bogo (2008) ainda comenta que houveram alguns termos, requeridos para o
desenvolvimento do relatório, que eram:
Propor uma estratégia ambiental de longo prazo para o alcance do desenvolvimento sustentável por volta do ano 2000 e além; Identificar como as relações entre as pessoas, recursos, ambiente e desenvolvimento poderiam ser incorporadas em políticas nacionais e internacionais.
Para Schenini (2005, p.163) o conceito de desenvolvimento Sustentável se
baseia em três pilares, “crescimento econômico, a equidade social e o equilíbrio
ecológico, todos sob o mesmo espírito holístico de harmonia e responsabilidade
comum”, a necessidade de se ver parte integrante de todo o sistema e começar a praticar
ações previamente pensadas, sobre a sua colocação e seus impactos perante todos os
pilares, é uma forma de começar a praticar o desenvolvimento sustentável. Seguindo
este mesmo pensamento, o da divisão da sustentabilidade em dimensões Sachs (2007)
sugere a seguinte divisão para a sustentabilidade:
• Sustentabilidade Social – Que se entende com a criação de um processo de desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e de bens de modo a reduzir o abismo entre ricos e pobres;
• Sustentabilidade Econômica – Deve ser alcançada através do gerenciamento e da alocação mais eficiente dos recursos e de um fluxo constante de investimento público e privado;
• Sustentabilidade Ecológica – Pode ser alcançada através do aumento da capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos que são facilmente esgotáveis, a redução da geração de resíduos e de poluição, através da conservação de energia, recursos, reciclagem;
• Sustentabilidade Espacial – Que se deve ser dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana mais equilibrada e melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas ligados a eles;
• Sustentabilidade Cultural – Incluindo a procura por raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados que facilitem a geração de soluções especificas para o local, ecossistema, cultura e área. (Grifo Nosso)
26
De acordo relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD), denominado nosso futuro comum (apud, SCHENINI,
2005, p. 147), “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas
necessidades”. Isto implica num sentido mais amplo, pois a pensar em satisfazer as
necessidades atuais vê-se o quão distante está o pensamento, até certo ponto utópico, de
Desenvolvimento Sustentável, já que a desigualdade social, cultural e econômica, em
muitos lugares, como o Brasil, é enorme, até porque o Desenvolvimento Sustentável,
não pode ficar limitado apenas à questão do meio ambiente, e sim a todos os âmbitos
necessários para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Pensando nisto Leff
(2001, p. 60) afirma que “o desenvolvimento sustentável converte-se num projeto
destinado a erradicar a pobreza, satisfazer as necessidades e melhorar a qualidade de
vida da população”.
A partir disto surgiram novos pensamentos e valores, que os objetivem a partir
do desenvolvimento sustentável, que Leff (apud MELARÉ, 2006) fundamenta nos
seguintes princípios:
I. Os direitos humanos a um ambiente sadio e produtivo e os direitos das comunidades autóctones à autogestão de seus recursos ambientais para satisfazer suas necessidades e orientar suas aspirações sociais a partir de diferentes valores culturais, contextos ecológicos e condições econômicas;
II. O valor da diversidade biológica, a heterogeneidade cultural e a pluralidade política, bem como a valorização do patrimônio de recursos naturais e culturais dos povos;
III. A conservação da base de recursos naturais e do equilíbrio ecológico do planeta como condição para um Desenvolvimento Sustentável, que satisfaça as necessidades atuais das populações e preserve seu potencial para futuras gerações;
IV. A abertura de uma diversidade de estilos de Desenvolvimento Sustentável, fundado nas condições ecológicas e culturais de cada região e cada localidade;
V. A satisfação das necessidades básicas e a elevação da qualidade de vida da população, partindo da eliminação da pobreza e da miséria extrema, e seguindo com a melhoria tanto da qualidade quanto do potencial ambiental, por meio da democratização do poder da distribuição social dos recursos ambientais;
VI. A distribuição da riqueza e do poder por meio da descentralização econômica e da gestão participativa dos recursos;
VII. O fortalecimento da capacidade de autogestão das comunidades e da autodeterminação tecnológica dos povos, com a produção de tecnologias ecologicamente adequadas e culturalmente apropriáveis;
VIII. A valorização da qualidade de vida e do desenvolvimento das capacidades de todos os homens e mulheres, sobre os valores quantitativos da produção para o mercado e do consumo;
IX. A percepção da realidade a partir de uma perspectiva global, complexa e interdependente, que permita articular os diferentes processos que a
27
constituem, entender a multicausalidade das mudanças sócio-ambientais e sustentar um manejo integrado de recursos.
A Gestão Ambiental, em vista destes conceitos de desenvolvimento sustentável,
não pode atuar apenas considerando a parte econômica, tem de manter uma visão
holística, apontando para o social, econômico e ambiental, para possibilitar um ganho
na qualidade de vida de seus funcionários, e a localidade em que está inserido, Além de
também adquirir benefícios que podem ser alocados como estratégicos na administração
atual.
2.3 RESPONSABILIDADE E EQUILIBRIO AMBIENTAL
Em vista a necessidade das corporações em se adequar as requisições do
mercado, e necessidades estratégicas para melhorar e manter a reputação e a imagem, a
responsabilidade ambiental se mostra um tema que demanda de grande atenção pelas
organizações. Grandes desastres causadores de poluição, utilização de produtos que não
podem ser reciclados, e processos que consomem grande energia são alguns pontos que
são de responsabilidade das empresas, mais especificamente do setor de produção, já
atentos a isto o numero de empresas que reconhecem as suas responsabilidades
ambientais aumentam constantemente (CHAMBERS et al, 2008)
Para Tomer, Baumol e Duclos (apud MAIMON, 1996, p.19) a responsabilidade
ambiental se deve aos fatores externos que e internos. Aos atores externos Maimon
(1996, p. 19) destaca “o governo e os respectivos órgãos de controle (local, regional e
nacional), o movimento ambientalista, as instituições de comércio e indústrias, em
particular o setor de ecobusiness, as instituições de pesquisa, os sindicatos e,
obviamente, os consumidores”.
Pelos atores internos Maimon (1996, p.19) menciona:
O departamento de segurança e meio ambiente, o de pesquisa e desenvolvimento, o de qualidade, o de produção o de venda e marketing, o de controle financeiro, o jurídico, o departamento de administração e de pessoal, as comissões de fábrica e os prestadores de serviço de terceirização.
Por muito tempo a cultura ambiental das empresas era realizada apenas para
cumprir normas e evitar acidentes, Maimon (1966, p.20) classificou esta cultura como
“poluía-se para depois despoluir [...] desta forma, ressaltava-se a incompatibilidade
entre o crescimento da atividade econômica e uma política de proteção ambiental” além
dos custos adicionais refletidos de investimentos para a remediação de impactos.
28
Um exemplo disto forma a diminuição no consumo de energia de alguns setores
no período de 1970 e 1990 o Institut de l’entreprise (apud MAIMON, 1996, p.21)
coloca alguns exemplos, no geral o setor industrial passou de um consumo de 40% de
energia em 1970 para 34%, em 1985, na indústria química se reduziu em 57% o
consumo por produto, além de consideráveis diminuições nos setores de papel, aço e
alumínio e com maior destaque para o setor de cimento com a solução para a
diminuição na emissão de partículas resultantes da combustão nos altos-fornos.
Mesmo esta mudança tendo sido ocasionada em reflexo da crise energética
ocorrida na época, e por interesses econômicos, estas mudanças fizeram as organizações
recorrer para um processo de reengenharia na sua produção.
Já, o equilíbrio ambiental é um dos conceitos mais importantes para a busca do
desenvolvimento sustentável, normalmente um sistema está em equilíbrio quando no
mesmo momento que ele perde energia, ele é compensado com outro ganho, já o
desequilíbrio é ocasionado quando se objetiva ganhar mais e rapidamente, isto é
semelhante ao que acontece nas empresas que visam lucros maiores, e estimulam um
desenvolvimento desequilibrado, no qual se terá reflexos mais a frente.
Sabendo disto Melaré (2006) classifica esta como:
Esta é uma relação perigosa, pois, de um lado, há benefícios de bem-estar social e de outro, o risco da própria sobrevivência, a médio e longo prazo, em razão do desrespeito às leis fundamentais da natureza, causado pela deterioração da qualidade do meio ambiente.
Procurar maneiras de mensurar e sanar este desequilíbrio move diversas
empresas e pesquisadores, já que há tempos a busca pelo equilíbrio ambiental deixou de
ser um diferencial, passando a ser uma necessidade, muito em função da pressão dos
Stakeholders.
Chambers (2008, p.698) procurou demonstrar que “as operações estão
intimamente vinculadas à administração ambiental é considerar a carga ambiental (CA)
criada pela totalidade de produção” e para isto ele sugeriu a fórmula a seguir:
29
CA= P x A x T
CA= Carga Ambiental
P = Tamanho da População
A = Afluência da População (medida aproximada para consumo)
T = Tecnologia (no sentido mais amplo, a maneira com que produtos e serviços são
feitos e entregues; em outras palavras, administração da produção)
Fórmula 1: Equilíbrio ambiental
Fonte: Chambers et al (2008, p. 698)
A interpretação da fórmula é simples, resume-se em multiplicar o consumo de
recursos necessários para cada variável, a fim de se obter certa produtividade. Para
estabilizar a carga ambiental, deve-se ou diminuir a população, o que é inviável,
diminuir a afluência da população, não seria interessante, pois os níveis de afluência
estão ligados ao crescimento da natalidade, por fim sobrou a tecnologia, que ligados aos
produtos e serviços buscar-se-ia maneiras para alcançar o equilíbrio ambiental.
2.3.1 Requisitos Legais
Os postos de combustíveis têm como principal órgão regulador a resolução 257
do Conselho Nacional do Meio Ambiente – (CONAMA, 2000), no qual são pré-
estabelecidos normas e princípios a serem seguidos, com o objetivo de promover tanto
armazenagem adequada dos materiais e resíduos, como um plano de gerenciamento dos
mesmos procurando obter-se um controle dos impactos gerados pelo posto. Caso tais
normas não sejam cumpridas o posto terá que arcar com despesas referentes a multas,
pois estará cometendo crimes ambientais.
Mais especificamente a resolução CONAMA 273 (2000), regulamenta que um
posto de combustível é todo aquele que comercializa combustíveis alcoóis, derivados do
petróleo, ou outro combustível automotivo, contendo sistemas de armazenamento e de
equipamentos medidores.
Além da atividade de comércio de combustíveis, os postos atualmente oferecem
outros serviços, como comércio de alimentos e outros utensílios em lojas de
conveniências, serviços de lavação, troca de óleo, mecânica, entre outras. Esta variedade
de serviços gera uma quantidade maior e diversificada de impactos, principalmente com
a geração de resíduos, como o óleo remanescente da troca de óleo.
30
Com a alta volatilidade dos combustíveis, e por conseqüência a geração de gases
tóxicos, além da possibilidade de contaminação dos solos e conseqüentemente dos
lençóis freáticos, tanto dos combustíveis quanto dos óleos comercializados, a Resolução
CONAMA 273 (2000) “considera que toda instalação e sistemas de armazenamento de
derivados de petróleo e outros combustíveis, configuram-se como empreendimentos
potencialmente ou parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais”.
Estas diretrizes visam de maneira geral diminuir e até mesmo eliminar os
impactos gerados pelos postos de combustíveis, buscando isto o estado do Paraná, onde
está localizado o objeto de estudo, contém através do Instituto Ambiental do Paraná –
IAP, um sistema de licenciamento, baseado nas resoluções do CONAMA onde
possibilita um melhor acompanhamento do cumprimento das diretrizes, já que atua de
maneira regional.
A licença ambiental expedida pelo instituto através da Paraná. A Resolução
038/09/SEMA, de 19 de agosto de 2009, visa “Estabelecer os critérios, procedimentos,
trâmite administrativo, níveis de competência e remissas para o Licenciamento
Ambiental de Postos e/ou Sistemas Retalhistas de Combustíveis”. A IAP irá expedir
uma licença ambiental para cada ato administrativo, a fim de obter o controle ambiental
do empreendimento, as licenças expedidas pela IAP a partir da Resolução
038/09/SEMA, de 19 de agosto de 2009 são:
I. Licença Ambiental Simplificada (LAS): aprova a localização e a concepção do empreendimento, atividade ou obra de pequeno porte e/ou que possua baixo potencial poluidor / degradador, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos, bem como autoriza sua instalação e operação de acordo com as especificações constantes dos requerimentos, planos, programas e/ou projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes determinadas pelo IAP;
II. Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
III. Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes da qual constitui motivo determinante;
IV. Licença de Operação (LO): autoriza o funcionamento da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. (Grifo Nosso)
31
Com estas licenças, obtidas, e com a prévia identificação do empreendimento de
acordo com o Art. 2º. da Resolução 038/09/SEMA, de 19 de agosto de 2009, como
Posto Revendedor – PR, Posto de Abastecimento – PA, Instalação de Sistema Retalhista
– ISR, e Posto Flutuante, obtêm-se as condições mínimas necessárias para que o posto
atue conforme com as normas ambientais, resultando em menores impactos ao meio
ambiente ao qual o empreendimento está inserido.
2.4 GESTÃO AMBIENTAL Apresentar-se-á neste capítulo a importância da Gestão Ambiental, assim como
seu conceito e benefícios para as organizações, com a intenção de elucidarem-se todos os questionamentos sobre tal assunto.
2.4.1 Importância da Gestão Ambiental
O nascimento da Gestão Ambiental está intimamente ligado a necessidade e/ou
pressões que existem para a utilização de ações ambientalmente sustentáveis, Kinlaw
(1997, pg. 47-48), listou algumas destas pressões:
32
Observância da lei A quantidade e o rigor cada vez maiores das leis e regulamentos.
Multas e custos punitivos
As multas por não-cumprimento da lei e os custos incorridos com as respostas a acidentes e desastres estão crescendo em freqüência e número.
Culpabilidade pessoal e prisão.
Indivíduos estão sendo multados e ameaçados de prisão por violar as leis ambientais, e mais e mais essas leis são aprovadas e regulamentadas (ex.: Lei
dos Crimes Ambientais - no 9605 de 12/02/98).
Organizações ativistas ambientais
Tem havido uma proliferação desses grupos e suas agendas reformadoras, em níveis internacionais, nacional, estadual e local.
Cidadania despertada Os cidadãos estão ficando informados através da mídia e de fontes mais substanciais e estão buscando uma série de canais pelos quais possam
expressar seus desejos ao mundo empresarial.
Sociedades, coalizões e associações
Associações de classe, associações de comércio e várias coalizões ad hoc estão fazendo pronunciamentos e dando início a programas que possam influenciar
um comportamento empresarial voltado ao meio ambiente.
Códigos internacionais de
desempenho ambiental
Os "Princípios Valdez", publicados pela Coalization for Environmentally Responsible Economies, e a "Carta do Meio Empresarial pelo
Desenvolvimento Sustentável", desenvolvida pela International Chamber of Commerce, estão criando pressões globais para o desempenho ambiental
responsável.
Investidores ambientalmente
conscientes
Os acionistas estão atentando mais ao desempenho e posição ambiental das empresas. O desempenho ambiental das empresas e o potencial risco financeiro do desempenho fraco (multas, custos de despoluição e custas de processos) ajudarão a determinar o quão atraentes serão suas ações para os investidores.
Preferência do consumidor.
Os consumidores estão em busca de empresas verdes e produtos verdes e estão se tornando informados o bastante para questionar as campanhas maciças de
propaganda ambiental
Mercados globais A concorrência internacional existe hoje no contexto de uma enorme gama de leis ambientais que não mais permitirão que empresas de países desenvolvidos
exportem sua poluição para os países em desenvolvimento.
Política global e organizações internacionais
Uma variedade de organizações e fóruns internacionais, tais como a United Nations World Commission on Environment and Development, o "Earth
Summit 92" e a Coalition for Environmentally Resposible Economies, exercem uma pressão direta sobre as nações, o que afeta o mundo empresarial.
Concorrência
A pressão que se coloca na interseção de todas as outras provém da concorrência e daquelas empresas que estão adotando o desempenho
sustentável, reduzindo seus resíduos e seus custos e descobrindo novos nichos de mercado - os nichos verdes.
Outras pressões
Pelo menos duas outras forças emergentes terão um forte impacto sobre a forma de desempenho das empresas na era ambiental. Primeiro, as pessoas vão preferir trabalhar em organizações com bom histórico ambiental. Segundo, os mercados atuais não refletem os verdadeiros custos da degradação ambiental
associados à operação da empresa. Quadro 4: Pressões para o desenvolvimento ambiental.
Fonte: Adaptado de Kinlaw (1997)
33
Estas pressões, e os estudos dos setores produtivos, contribuíram
substancialmente para o desenvolvimento e evolução da Gestão Ambiental. Que de
acordo com Melaré (2006) apesar da “origem da Gestão Ambiental se encontre em
ações governamentais para enfrentar a escassez de recursos, o termo aplica-se,
atualmente, a uma grande variedade de iniciativas relativas a qualquer tipo de problema
ambiental em qualquer contexto considerado.”.
Portanto a Gestão Ambiental surge, visto o relapso tratamento que o meio
ambiente recebia por parte das organizações, para sanar os impactos já causados e evitar
futuros, nas empresas um fator que contribui muito para o desenvolvimento da Gestão
Ambiental é a responsabilidade social que Donaire (apud Melaré, 2006) define esta
relação como:
Um conceito que tem influenciado muito a mudança de paradigmas deste setor, por representar uma espécie de contrato social entre as partes (empresa e sociedade). As empresas que aderiram a tal mudança identificam e aproveitam oportunidades interessantes e viáveis em direção à maior qualidade de produtos e serviços, atendendo às exigências sociais pertinentes a esse “contrato”. A qualidade ambiental revela-se como uma dessas exigências tanto para as multinacionais, pressionadas por acionistas e público externo, como para as empresas que exportam ou necessitam de empréstimos internacionais; daí a ênfase para a Gestão Ambiental.
Para alcançar estes objetivos a Gestão Ambiental é definida por Tinoco e
Kraemer (2004) como “o sistema que inclui na estrutura organizacional atividades de
planejamento responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para
desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental”.
Hoje a Gestão Ambiental é visto com um setor imprescindível para as empresas de
grande porte e como diferencial para as pequenas e médias empresas, um fato que
reporta a isto, é a crescente a oferta de cursos de especialização de profissionais nesta
área.
2.4.2 Definição da Gestão Ambiental
Visto não apenas como um setor de qualidade, mas também estratégico, já que
os stakeholders pressionam as empresas a terem responsabilidade sócia ambiental, a
Gestão Ambiental traz consigo um aumento da esperança de todos em alcançarmos um
equilíbrio ecológico de produção, a fim de gerar um real desenvolvimento sustentável.
34
A gestão ambiental busca mesclar os conhecimentos administrativos aos ideais
de desenvolvimento sustentável, para Barbieri (2004, p.19) a gestão ambiental:
As diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam.
Já Meyer (2000) classifica gestão ambiental como:
• Objeto de manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras.
• Meio de atuar sobre as modificações causadas no meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ação viável técnica e economicamente, com prioridades perfeitamente definidas.
• Instrumentos de monitoramentos, controles, taxações, imposições, subsídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e conscientização.
• Base de atuação de diagnósticos (cenários) ambientais da área de atuação, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de soluções para os problemas que forem detectados.
Assim as organizações necessitam reeducar-se e propor quebras de paradigmas,
colocando a gestão ambiental como uma área importante para o funcionamento da
organização.
A gestão ambiental é apontada como a principal ferramenta para sinalizar a
mudança na maneira de desenvolvimento da sociedade, trazendo uma consciência
ecológica, que conduz a sociedade em uma nova fase, de produção e consumo
sustentável.
Apesar de ser uma área multidisciplinar, sendo quase inexistente uma área que a
gestão ambiental não contemple, Barbieri (2004, p. 21) coloca três dimensões mínimas
para a gestão ambiental.
(1) a dimensão espacial que concerne à área na qual se espera que as ações de gestão tenham eficácia; (2) a dimensão temática que delimita as questões ambientais às quais as ações se destinam; e (3) a dimensão institucional relativa aos agentes que tomaram as iniciativas de gestão. – Conforme a figura a seguir.
35
Gráfico 1: Dimensões da Gestão Ambiental
Fonte: Barbieri (2004, p. 22)
O gráfico colabora no esforço de se focalizar e mobilizar esforços para o
objetivo requerido a partir do entendimento de suas dimensões, e quais planos se quer
abranger, ou seja, cada setor da sociedade tem responsabilidade em alguma questão
ambiental, e cabe a cada setor identificar e fomentar ações que possam minimizar estes
impactos.
A Gestão Ambiental também é separada por área de atuação, e para melhor
definir cada área de atuação, foram criadas gestões especificas para cada área, estas
subdivisões contribuem para um melhor aproveitamento da Gestão Ambiental, segundo
Macedo (1994) estas subdivisões são divididas em:
Gestão de Processos – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental de todas as atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, recursos logísticos, tecnologias e serviços de terceiros; Gestão de Resultados – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental dos processos de produção, através de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, odores, ruídos, vibrações e iluminação; Gestão de Sustentabilidade (Ambiental) – envolvendo a avaliação da capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos que nele são realizados e que o afetam, através da monitoração sistemática da qualidade do ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano; Gestão do Plano Ambiental – envolvendo a avaliação sistemática e permanente de todos os elementos constituintes do
36
plano de gestão ambiental elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o em função do desempenho ambiental alcançado pela organização.
Estas subdivisões têm como objetivo facilitar a implementação da gestão
ambiental, em qualquer fase de desenvolvimento, tanto econômico quanto social que a
organização se encontre, além de serem aplicáveis nos mais diversos ramos de
atividades. No quadro a seguir irão ser mostradas as especificações de cada subdivisão:
37
Gestão de
Processos
Exp
loração de
recu
rsos
Trans
form
ação
de
recu
rsos
Aco
ndiciona
men
to
de re
cursos
Trans
porte de
recu
rsos
Aplicaç
ão e uso
de
recu
rsos
Qua
dros
de riscos
ambien
tais
Situaçõe
s de
emergê
ncia
Gestão de
Resultado
s Emissõ
es G
asos
as
Eflue
ntes líqu
idos
Resíduo
s sólid
os
Particulad
os
Odo
res
Ruído
s e vibraçõe
s Ilum
inação
Gestão de
Susten
tabilid
ade
Qua
lidad
e do
ar
Qua
lidad
e da
águ
a Qua
lidad
e do
solo
Abu
ndân
cia e
dive
rsidad
e da
flora
Abu
ndân
cia e
dive
rsidad
e da
faun
a Qua
lidad
e de
vida do
ser h
uman
o Im
agem
institu
cion
al
Gestão do
Plano
Ambien
tal
Princípios
e
comprom
isso
s Po
lítica am
bien
tal
Con
form
idad
e lega
l Objetivos
e m
etas
Prog
rama am
bien
tal
Projetos
ambien
tais
Açõ
es corretiv
as e
prev
entiv
as
Qua
dro 5: Esp
ecificaç
ões da
s subd
ivisõe
s.
Fon
te: A
daptad
o de M
aced
o, R
. K. (19
94)
38
No quadro, Macedo (1994), faz um parâmetro entro as quatro subdivisões da
gestão ambiental, demonstrando os aspectos que cada subdivisão tem em algum
momento na organização com relação a cada subdivisão, a exemplo da transformação
de recursos que está ligada a gestão de processos, onde se analisa as formas com que se
faz esta transformação e quais meios e matérias primas usar, na gestão de resultados irá
se observar o despejo de efluentes líquidos contaminados para o meio, na gestão de
sustentabilidade deve-se observar como o meio está reagindo ao processo produtivo,
neste caso observando a qualidade da água e por ultimo a gestão do plano ambiental,
que deve monitorar e cobrar uma conformidade das políticas ambientais.
2.4.3 Benefícios da Gestão Ambiental
A gestão ambiental traz vários benefícios no processo de gerenciamento para as
organizações, que segundo Venâncio, Vidal e Moisa (apud TACHIZAWA, 2002, p.6):
A transformação e a influência ecológica nos negócios se farão sentir de maneira crescente e com efeitos econômicos cada vez mais profundos. Portanto, as organizações que tomarem decisões estratégicas integradas às questões ambiental e ecológica, certamente conseguirão significativas vantagens competitivas, e até mesmo redução de custos e incremento nos lucros, a médio e longo prazo.
E estes benefícios são descritos por North (apud Cagnin, 2000) no quadro abaixo:
BENEFÍCIOS
ECONOMICOS
Economia de
custos
Redução do consumo de água, energia e outros insumos; Reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos,
diminuição de efluentes; Redução de multas e penalidades por poluição
Incremento
de receita
Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes”, que podem ser vendidos a preços mais altos;
Aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos e à menor concorrência;
Linhas de novos produtos para novos mercados; Aumento da demanda para produtos que contribuam para a
diminuição. BENEFÍCIOS
ESTRATÉGICOS
Melhoria da imagem institucional; Renovação da carteira de produtos;
Aumento da produtividade.
Quadro 6: Benefícios da gestão Ambiental Fonte: Adaptado de North, (apud Cagnin, 2000).
Há ainda a busca em atender consumidores mais exigentes e com uma
consciência ecológica maior que segundo Venâncio, Vidal e Moisa (apud Tinoco e
39
Kraemer, 2004) afirmam que os consumidores estão cada vez mais informados e
predispostos a comprar e usar produtos que respeitem o meio ambiente. Tem-se,
portanto, vantagens para o meio ambiente e para a organização.
Estes benefícios só estão assegurados caso haja um comprometimento das
organizações quanto à preservação ambiental, e isto implica em mudanças na filosofia
da organização, com reflexos diretos nos valores empresariais, nos objetivos, nas
estratégias, nos programas e nos produtos/serviços comercializados.
2.5 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)
2.5.1 Breve histórico
Devido a pouca importância a que se dava para as questões ecológicas as
regulamentações, como a maioria das iniciativas ambientais, apareceu tardiamente, de
acordo com Lima (2007) em meados da década de 1960 aproximadamente, surgiu de
início nos Estados Unidos que desde então começou a exigir regulamentações cada vez
mais complexas, que hoje atingem cerca de 20.000 páginas do Federal Register5, sem
estar incluído as regulamentações em níveis estaduais e municipais.
Segundo Lima (2007) no inicio da gestão ambiental as empresas não tinham
uma conformidade, pois cada uma pensava apenas em atender as regulamentações, e
como eram complexas e diferentes entre si, todas as empresas adaptavam a gestão
ambiental a cada exigência individualmente, sem a preocupação da integração em um
único sistema para padronizar, agilizar e facilitar a implantação da gestão ambiental, de
acordo com as especificações da Legislação.
É comum às organizações atenderem as regulamentações apenas para evitar
multas ou sanções, ou seja, remediando um problema e não o prevenindo de um
possível. Em reflexos destas políticas irá se necessitar de mais tempo e despender-se de
uma quantia financeira muito maior, se comparados com as medidas de prevenção
ambiental.
5 É o Registro Federal dos Estados Unidos que atua desde o dia 14 de Março de 1936, é o jornal oficial do Governo de Estados Unidos que contém a maior parte de publicações de rotina e avisos públicos de agências do governo.
40
Atualmente devido á vários fatores e até certo ponto pressões que as empresas
vêm sofrendo, busca-se uma sistematicidade na gestão ambiental que Lima (2007)
destaca em seis pontos os fatores para alcançar tal sistematicidade:
i. Custos crescentes da proteção ambiental; ii. Análises minuciosas por instituições financeiras e investidores; iii. Da regulamentação de meio único para múltiplos meios (busca
abordagens preventivas invés daquelas focadas no final dos processos); iv. De "comando e controle" para incentivos de mercado; v. Percepção da globalidade do meio ambiente; vi. Exigência pelo desenvolvimento sustentável.
Em detrimento a estas pressões as organizações necessitam normatizar sua
gestão por intermédio do SGA, até porque nisto consiste a sobrevivência das
organizações, além dos muitos benefícios que são adquiridos pela implantação deste
sistema, permitindo uma coexistência positiva e saudável entre organizações e o meio
ambiente.
Além disto, segundo Layrargues (2000, p.82) a preocupação, a normatização e o
desenvolvimento de tais sistemas:
Representa a estratégia empresarial para a identificação, por meio de planos e programas de caráter preventivo, das possíveis melhorias a serem realizadas com o intuito de conciliar definitivamente a lucratividade empresarial com proteção ambiental, versando tanto nos produtos como nos processos industriais.
Neste contexto, várias diretrizes e normas surgiram na gestão ambiental nos
últimos anos, pois com a pressão existente sobre as organizações elas se viram
obrigadas a investir na qualidade ambiental, buscando adquirir certificação à adequação
na normalização dos SGA da organização, consolidando a consciência e a qualidade
ambiental da empresa, e com o cumprimento das normas tem-se um risco menor de
acidentes e a conformidade da legislação. Os SGA ambientais moldados por suas
ferramentas procuram ajudar as empresas a conseguirem se adaptar a estas normas, e
estas ferramentas segundo Guercio, Bellen (2006, p.11) respeitando o seguinte:
O volume da população de colaboradores não influencia nas decisões sobre quais as ferramentas de gestão ambiental são adotadas pelas organizações. Estas ferramentas são escolhidas, na grande maioria das vezes de acordo com as políticas de gestão de cada empresa.
De acordo com Lima (2007) as Normas ambientais “buscam tratar da utilização
de recursos naturais, sua transformação, registros e disposição final”. A partir destes
41
conceitos foram criados vários órgãos reguladores o primeiro foi o BS 7750 e o
Regulamento do Conselho das Comunidades Européias (CEE) No. 1836/93 na qual
foram responsáveis pela origem das Normas ISO 14000.
2.5.2 Certificação de qualidade NBR-ISO 14000
A ISO (International Organization for Standardization) tem sede em Genebra,
Suíça, é uma organização não governamental atuando em 111 países, de onde são
provenientes seus membros.
Para Reis (2002) as Normas ISO 14000, começaram a ser discutidas na Rodada
do Uruguai de negociações do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade6), e na
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMAD), popularmente conhecida como a ECO-92, estas discussões foram cessadas
em 94 com o lançamento das Normas ISO.
Para Maimon (apud Cagnin, 2000, p.22) a ISO 14000 surgiu:
Devido à emergência de um grande número de certificados, rótulos ambientais ou selos verdes, [...] podendo ter especificações setoriais como o Ecotex para o setor têxtil, limita-se a caracterizar um nível de emissão de poluente, atestar a preservação de recursos naturais (Emissão Zero, Certificado de Captura de Carbono, Certificado de Origem da Madeira), ou referirem-se às práticas Gerenciais (ISO 14000 e BS 7750).
Como cada país ou bloco tinha suas próprias normas, como por exemplo, a
Norma BS-7750 (base para o posterior desenvolvimento da EMAS – Environmental
Management and Audit Scheme7 e da série ISO-14000) no Reino Unido, o
Gerenciamento Ecológico e Regulamentos para Auditorias – EMAS na União Européia,
todas com programas de normalização para gestão ambiental. Foi então que surgiu o
SAGE (Strategic Advisory Group on the Environment), em 1991. Para Reis (2002) o
SAGE tinha os seguintes objetivos:
a. Promover um Sistema de Gestão Ambiental similar ao Sistema de Qualidade; b. Enriquecer as habilidades das organizações em atender e medir as melhorias do desempenho ambiental; c. Facilitar o comércio e remover as barreiras comerciais.
6 O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (em inglês, General Agreement on Tariffs and Trade, GATT), foi estabelecido em1947, tendo em vista harmonizar as políticas aduaneiras dos Estados signatários. Está na base da criação da Organização Mundial do Comércio. S um conjunto de normas e concessões tarifárias, criado com a função de impulsionar a liberalização comercial e combater práticas protecionistas, e regular provisoriamente as relações comerciais internacionais. 7 Regulamento Comunitário de Ecogestão e Ecoauditoria – é uma normativa voluntaria da União Européia para reconhecer as organizações quem implementam o SGA
42
Em 1993 SAGE criou um novo comitê, o TC – 207 (Techinical Committee),
com a pretensão de desenvolver uma norma internacional de gerenciamento ambiental,
esta foi mais uma das bases que resultaram na ISO 14000, que de inicio tinha a
designação de buscar alternativas para o sistema de gerenciamento ambiental, auditoria
ambiental, avaliação do desempenho ambiental, rotulagem ambiental, analise do ciclo
de vida e os aspectos ambientais em normas de produtos.
Segundo Guercio e Bellen (2007) as séries de Normas ISO 14000, deveram
unificar as normas nacionais e regionais existentes, em uma internacionalmente aceita
com aplicabilidade em todas as organizações independente do tamanho, condições
geográficas, culturais e sócias podendo ser aplicada em qualquer lugar.
Abaixo, é apresentada a lista das Normas da série ISO 14000:
43
DESIGNAÇÃO ANO PUBLICAÇÃO TÍTULO
ISO 14001:1996 1996 Sistema de Gestão Ambiental - Especificação com Diretrizes para Uso.
ISO 14004:1996 1996 Sistema de Gestão Ambiental - Diretrizes Gerais Sobre Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio.
ISO 14010:1996 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Princípios Gerais.
ISO 14011:1996 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Procedimentos de Auditoria - Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental.
ISO 14012:1996 1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critérios para Qualificação de Auditores Ambientais.
ISO/WD 14015 2001 Avaliação Ambiental de Sites e Entidades. ISO 14020:1998 1998 Rótulos e Declarações Ambientais - Princípios Gerais.
ISO/DIS 14021 1999 Rótulos e Declarações Ambientais - Auto Declaração Ambiental.
ISO/FDIS 14024 1998 Rótulos e Declarações Ambientais - Declarações Ambientais Tipo
I - Diretrizes de Princípios e Procedimentos.
ISO/WD/TR 14025
A Publicar Rótulos e Declarações Ambientais - Declarações Ambientais Tipo
III - Diretrizes de Princípios e Procedimentos.
ISO/FDIS 14031 1999 Gerenciamento Ambiental - Avaliação do Desempenho Ambiental - Diretrizes.
ISO/TR 14032 1999 Gerenciamento Ambiental - Avaliação do Desempenho
Ambiental - Estudo de Caso Ilustrando o Uso da ISO 14031.
ISO 14040:1997 1997 Gerenciamento Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Princípios e Estrutura.
ISO 14041:1998 1998 Gerenciamento Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Definição dos Objetivos, Escopo e Análise do Inventário.
ISO/CD 14042 1999 Gerenciamento Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Avaliação do Impacto do ciclo de Vida.
ISO/DIS 14043 1999 Gerenciamento Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Interpretação do Ciclo de Vida.
ISO/TR 14048 1999 Gerenciamento Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Forma da Documentação de Dados da
Análise do Ciclo de Vida.
ISO/TR 14049 1999 Gerenciamento Ambiental - Análise do Ciclo de Vida - Exemplos para Aplicação da ISO 14041.
ISO 14050:1998 1998 Gerenciamento Ambiental - Vocabulário.
ISO/TR 14061 1998 Informações para Orientar Organizações florestais no Uso das Normas de Sistema de Gerenciamento
Ambiental ISO 14001 e ISO 14004. ISO Guide 64:1997
1997 Diretrizes para Inclusão de Aspectos Ambientais em Normas de Produtos.
Quadro 7: Lista de Normas da série ISO 14000 Legenda: CD = Committee Draft8 – DIS = Draft International Standard9 – FDIS = Final Draft
International Standard10 – TR = Technical Report 11 - NWIP = New Work Item Proposal12 Fonte: Adaptado de ISO (apud Reis, 2002)
8 Comitê Preliminar 9 Preliminar de Padrão Internacional 10 Preliminar Final de Padrão Internacional 11 Relatório Técnico 12 Nova Proposta de Item de Trabalho
44
O quadro 3 demonstra uma série de Normas que ao longo do tempo vem
ganhando novas exigências, e os títulos em que se observa a necessidade dos SGA e da
ampla abrangência, como descreve a Norma ISO/WD 14015 de 2001, que se preocupa
em avaliar sites e entidades.
Já no caso da série ISO 14001, Guercio e Bellen (2007), atestam que esta é a
norma de certificação, ou seja, a entrega de um documento escrito afirmando a
conformidade com as especificações de qualidade ambiental no produto, processo ou
serviço desempenhado. Para Cagnin (2000, p. 23) a ISO 14001 é “uma norma de adesão
voluntária que contém os requisitos para a implantação do SGA em uma empresa”.
Para Cagnin (2000, p. 23) a ISO 14001 é “uma norma de adesão voluntária que
contém os requisitos para a implantação do SGA em uma empresa, podendo ser
aplicada a qualquer atividade econômica, fabril ou prestadora de serviços”, a ISO 14001
possibilita o condicionamento da organização a alcançar a qualidade ambiental, por
meio de uma medida voluntária.
A definição de SGA de acordo com a ISO 14001, segundo Maimon (apud
Cagnin, 2000, p.24) é “a parte do sistema de gestão global que inclui a estrutura
organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos para o desenvolvimento, implantação, alcance,
revisão e manutenção da política ambiental”.
Os tópicos para a utilização da ISO 14001 segundo Bogo (1998), são
descriminados no organograma representado na Figura 1 a seguir:
46
A Figura 1 mostra um organograma da NBR-ISO 14001, na qual são
determinados os procedimentos para o uso da mesma, o organograma busca demonstrar
a preocupação em cobrir todas as áreas de uma organização, e manter uma sequência
que é determinada a partir da identificação do conhecimento prévio mínimo necessário,
para se alcançar os melhores resultados no tópico conseguinte.
De acordo com a NBR ISO 14001:96; D’Avignon, 1996 e Valle, 1996 (apud
Cagnin 2000, p.24) os requisitos mínimos para uma empresa obter a certificação ISO
14001 são:
• Ter um SGA implementado; • Demonstrar comprometimento, expresso em sua política, com a
legislação ambiental; • Estabelecer e manter regulamentos internos visando à melhoria continua
Para a implantação de um SGA, sugere-se um modelo que proporcione a
melhoria contínua, a figura 2 irá descriminar as cinco etapas de implementação da ISO
14001, a partir de um sistema contínuo:
47
Figura 2: Sistema de Gestão Ambiental Contínuo. Fonte: Adaptado de Maimon (1996) e Cajazeira (1997), (apud Kraemer, 2004).
O modelo apresentado na Figura 2 procura descriminar 5 etapas importantes
para que se obtenha a melhoria contínua do sistema implantado, a disciplina e
principalmente a vontade atrelada a uma conscientização socioambiental, são as
principais características impulsionadoras de um Sistema de Gestão Ambiental como
este sugerido.
De acordo com Cajazeira (apud Bogo, 1998) é necessário cobrir quatro pontos
para a avaliação da situação atual ambiental:
• Requisitos e requerimentos legais; • Avaliação e registro dos efeitos ambientais significativos (aspectos significativos na ISO 14001); • Exame das práticas e procedimentos do sistema de gerenciamento ambiental já existente;
48
• Avaliação e investigação de acidentes ambientais passados e não-conformidades em relação à legislação, regulamentos, políticas e práticas anteriores à revisão.
Buscando sempre a evolução dos métodos e técnicas aplicadas a Norma, a ISO
14001 inseriu em seu processo de implementação, a metodologia do PDCA (Plan, Do,
Check, ACT) que significa Planejar, Implementar, Verificar e Analisar Criticamente, a
fim de se obter uma melhoria contínua do Sistema implantado, requisito necessário para
que a Gestão Ambiental tenha resultados positivos. O modelo PDCA pode ser visto na
Figura 3 a seguir:
Figura 3: PDCA na Gestão Ambiental.
Fonte: Adaptado de NSF international (apud Reis, 2002)
O modelo tem como ponto de partida o reconhecimento das políticas ambientais
existentes na empresa, permitindo identificar a situação em que a empresa se encontra
neste assunto. Após esta etapa, surge o planejamento, que visa dar uma visão holística,
cíclica e em longo prazo do projeto, a fim de identificar previamente possíveis
49
impedimentos, e assim determinar melhorias. Em seguida, na parte da implementação,
são realizados treinamentos, criação de competências e conscientização de todos os
envolvidos, além de um controle de dados e um controle operacional, são estabelecidos
também nesta etapa, planos de contingencia e de emergência. Imediatamente após a
implementação, tem-se a etapa de verificação e ações corretivas, que tem por finalidade
realizar monitoramentos e auditorias constantes, com o objetivo de identificar possíveis
erros, criando assim registros e realizando-se ações preventivas, corretivas e de não
conformidades. Por último aparece a análise crítica gerencial com a intenção de
demonstrar de maneira ampla todo o processo, e verificar seu funcionamento e
determinar os seus resultados.
E neste contexto a próxima tabela demonstra as aplicações da ISO a partir do
modelo PDCA:
50
Início 1 - Política Ambiental
Declaração da organização, mostrando o comprometimento com o meio ambiente. Deve ser utilizada como base para o planejamento e ações do SGA.
Planejamento 2 – Aspectos e Impactos Ambientais
Identifica as atividades, produtos e serviços da organização que interagem com o meio ambiente e que estão sob seu controle; Determina quais destes aspectos tem ou podem ter impactos significantes ao meio
ambiente. 3 - Requisitos Legais e outros requisitos
Identifica e assegura acesso as legislações e regulamentos ambientais relevantes e ou outros requisitos setoriais que tenha aplicação aos aspectos ambientais da organização.
4 - Objetivos e Metas Estabelece objetivos para a organização, de acordo com a política ambiental, aspectos ambientais e visão
das partes interessadas e outros fatores. 5 - Programa(s) de Gestão Ambiental
Planeja as ações necessárias para se alcançar os objetivos e metas do SGA. Implementação e Operação
6 - Estrutura e Responsabilidade Define a participação, responsabilidades e autoridades necessárias para facilitar o gerenciamento
ambiental eficaz. 7 - Treinamento, conscientização e competência
Assegura que todos os empregados, envolvidos com os impactos significativos, tenham o treinamento apropriado e estejam capacitados para suportar o SGA.
8 – Comunicação Estabelece procedimentos para facilitar a comunicação interna e dar respostas às comunicações externas
referentes ao SGA. 9 - Documentação do SGA
Estabelece procedimento para descrever a estrutura e relacionamento entre os documentos exigidos pelo SGA.
10 - Controle de documento Estabelece procedimento para um efetivo gerenciamento e controle de todos os documentos do SGA.
11 - Controle operacional Identifica as operações e atividades associadas com os aspectos ambientais significativos e desenvolve procedimentos para assegurar a minimização dos impactos ao meio ambiente, considerando a política,
objetivos e metas. 12 - Preparação e atendimento à emergência
Identifica as emergências potenciais e desenvolve procedimentos para preveni-las e para mitigar os impactos, caso venha a ocorrer. Verificação e Ação Corretiva 13 - Monitoramento e medição
Estabelece procedimentos para monitorar e medir as atividades e operações que causam impacto ao meio ambiente.
14 - Não-conformidades e ações corretivas e preventivas Estabelece procedimentos para prevenir e para eliminar a recorrência de não-conformidades.
15 – Registros Estabelece procedimentos para a identificação, manutenção e descartes de registros ambientais.
16 - Auditorias do SGA Estabelece procedimento para que a organização periodicamente verifique se o SGA está implementado
de acordo com o planejado. Análise Crítica
17 - Análise Crítica pela Administração Periodicamente a alta administração deve revisar a implementação e efetividade do SGA, tendo como
foco a busca da melhoria contínua. Quadro 8: A ISO 14001 aplicada no modelo PDCA Fonte: ABNT NBR ISO-14001 (apud Reis, 2002)
51
O quadro 8 demonstra todos os passos do modelo PDCA, além de fazer breves
comentários sobre as subdivisões de cada etapa do modelo, colaborando para o melhor
entendimento do processo. Fica evidente a partir da análise do quadro 8, que o modelo
PDCA é uma ferramenta útil para a obtenção da melhoria contínua da Gestão
Ambiental, já que ela lista todas as etapas com o objetivo da eliminação de possíveis
falhas durante o processo, já que cada etapa só é realizada após o encerramento da
anterior, fazendo assim com que haja conhecimentos e competências necessárias para a
realização da próxima etapa do modelo.
2.5.2.1 Objetivos e finalidades do SGA
Os sistemas de gestão ambiental são conceituados como processos que tem por
intuito condicionar as organizações a efetivar o desenvolvimento sustentável. A NBR
ISO 14001 define SGA, como parte integrante da gestão com competências
organizacionais, de responsabilidade, de procedimentos, práticas, na elaboração, nos
processos e recursos para aplicar, e na manutenção da política ambiental.
O principal objetivo da gestão ambiental é buscar o equilíbrio ambiental entre
desenvolvimento e sociedade, que se sustende de maneiras ecologicamente corretas que
reflitam na qualidade ambiental dos serviços, produtos além do ambiente de trabalho.
A NBR ISO 14001 clarifica cinco pontos básicos que são apontadas pela como
objetivos da gestão ambiental:
a) Implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental;
b) Assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida;
c) Demonstra-se tal conformidade a terceiros;
d) Buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por
uma organização externa;
e) Realizar-se uma auto-avaliação e emitir auto-declaração de
conformidade com esta Norma.
Alem dos objetivos clarificados pelo ISO existem outros que são possibilitados
pelos sistemas de gestão ambiental, no qual o Portal Ambiental (2008) menciona:
• Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia; • Manter, em geral, em conjunto com a área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores;
52
• Produzir, com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis; • Colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente.
E estes objetivos trazem reflexos economicamente positivos para as
organizações, a exemplo a qual, o quadro a seguir irá mostrar:
Objetivos Reduzir o
consumo de água industrial
Prolongar a vida útil do aterro sanitário.
Substituir o uso de solventes químicos
importados. Revegetar áreas degradadas
Metas
Obter uma redução de 10% em
relação ao ano anterior
Aumentar em 100% a
capacidade de deposição.
Utilizar solventes biodegradáveis
nacionais
Revegetar todas as áreas nos próximos cinco anos e não permitir o surgimento de novas multas ambientais e suspensão da licença de
operação.
Reflexos econômicos
Reduzir as despesas.
Não fazer novos investimentos.
Favorecer a economia local.
Evitar a suspensão da licença de operação e não
pagar multas.
Quadro 9: Reflexos econômicos dos objetivos e metas ambientais Fonte: Portal Ambiental (2008)
O quadro demonstra que o investimento em buscar os objetivos determinados
pelo ISO é lucrativo, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a
comunidade em qual faz parte, conseguindo até mais benefícios do que estes descritos,
passando a ser uma empresa com uma boa imagem perante a sociedade, podendo
agregar mais valor aos seus produtos e serviços graças as suas políticas ambientais.
Perante o atual cenário global, os investimentos e a mudança de cultura nas
organizações, visando uma responsabilidade sócio-ambiental são iminentes e se faz
mais do que necessária até mesmo pela demora em preocupar-se com tais questões, e
com isto surgem constantemente novas ferramentas de apoio aos SGA como o conceito
de Reduzir, Reutilizar, Reciclar (3R’s), a Avaliação do Ciclo de Vida do produto –
ACV (Life Cycle Assesment- LCA), da produção mais Limpa (P+L), os Sistemas
Intranet de Gestão de Meio Ambiente (SIGMA) e em um aspecto mais global os
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL).
53
2.5.2.2 Implementação SGA a partir da NBR – ISO 14001
Nesta fase busca-se a capacitação dos recursos humanos, a disponibilização
financeira e física, tendo assim a possibilidade de alcançar os objetivos e as metas
estipuladas e cumprir de maneira adequada a legislação.
Faz-se necessária também a constante atualização na qualidade ambiental das
organizações, tornando-as cada vez mais organizações eco-eficientes, e colaborando
para o desenvolvimento sustentável.
A NBR – ISO 14001 ressalta alguns aspectos que são eminentes na
implementação e operação dos sistemas de gestão ambiental.
a) Estrutura e responsabilidade
b) Treinamento, conscientização e competência
c) Comunicação
d) Documentação do SGA
e) Controle de documentos
f) Controle operacional
g) Preparação e atendimento a emergências
A estruturação do SGA deve respeitar a particularidade de cada organização com
seu tamanho tanto físico como de pessoal, faturamento e geração de impactos
ambientais, e a responsabilidade para estas questões também entram neste aspecto do
tamanho de cada organização. Normalmente em empresas de pequeno e médio porte
não a necessidade da criação de um departamento, basta apenas à designação de uma
pequena equipe para o SGA.
A Fundação Universitária Iberoamericana – FUNIBER (2008) delimita o
processo de implantação do SGA e quatro fases:
1) Definição e comunicação do projeto (gera-se um documento de trabalho que irá detalhar as bases do projeto para implementação do SGA);
2) Planejamento do SGA (realiza-se a revisão ambiental inicial, planejando-se o sistema);
3) Instalação do SGA (realiza-se a implementação do SGA); 4) Auditoria e certificação.
A NBR – ISO 14004 no quadro a seguir orienta no aspecto da responsabilidade
das questões ambientais, aferindo a cada questão um representante na empresa.
54
Exemplos de responsabilidades ambientais, Pessoas(s) responsável(eis) típica(s)
Estabelecer a orientação geral Presidente, Executivo Principal, Diretoria
Desenvolver a política ambiental Presidente, Executivo Principal, Gerente de Meio Ambiente
Desenvolver objetivos, metas e programas ambientais Gerentes envolvidos
Monitorar desempenho global do SGA Gerente do meio ambiente
Assegurar o cumprimento dos regulamentos Gerente Operacional
Assegurar melhoria contínua Todos os gerentes
Identificar as expectativas dos clientes Pessoal de Venda e de Marketing
Identificar as expectativas dos fornecedores Pessoal de Compras e de Contratação
Desenvolver e manter procedimentos contábeis Gerentes financeiros e contábeis
Cumprir os procedimentos definidos Todo o pessoal
Quadro 10: Orientações da NBR-ISO 14004. Fonte: NBR-ISO 14004 – 1996
É observado no quadro 10 à designação das responsabilidades de cada aspecto
ambiental, todas elas com grande grau de importância, como é identificável na ultima
responsabilidade descrita, a de cumprir os procedimentos definido, onde de fato se
precisa de todo o pessoal, agindo de forma integrada, responsável e com o mesmo
objetivo, o da promoção de uma política ambiental correta na organização.
Mesmo adotando todos estes procedimentos a garantia de resultados positivos
para a organização só se faz possível caso haja comprometimento de todos os
integrantes da organização, responsáveis diretamente ou não pela qualidade ambiental
da empresa. Além disto, se faz necessária a constante atualização dos sistemas e
manutenção dos atuais.
2.5.3 Sistemas de Gestão Ambiental em Postos de Combustíveis
O SGA em um posto de combustível deve ter como base para o planejamento de
um processo de implantação das ferramentas dos sistemas de gestão ambiental
previamente mencionada nesta pesquisa, assim tendo condições para realizar as
melhores tomadas de decisões possíveis possibilitando uma melhor resposta dos
sistemas implantados. A implantação do SGA deve respeitar as características do posto
e da região na qual esta inserida, portanto a adoção das normas ISO 140001 como
modelo para a aplicação da SGA a partir do PDCA, garante um processo que atue com
55
uma visão ampla, identificando-se todos os potenciais negativos e positivos da
organização em relação à gestão ambiental.
Com isto tomamos como ponto de partida à política ambiental, informando
todos os impactos e quais ações serão tomadas para a sua mitigação. Seguindo o ciclo
PDCA, há o planejamento o qual identifica os produtos/serviços envolvidos, os
requisitos legais e outros regulamentos pertinentes, além de definir os objetivos, metas e
definir as ações para alcançá-los. Seguindo o modelo PDCA, partimos para a
implementação e operação, no qual estão inseridas, a estrutura necessária, e a delegação
de responsabilidades, posteriormente realiza-se um treinamento, a fim de proporcionar
capacitação adequada e uma conscientização aos empregados, criar um canal de
comunicação facilitando o tratamento das informações, além de gerar, organizar, e
controlar os documentos exigidos pelo SGA, também fomentar um controle operacional
considerando as etapas anteriores e desenvolver um programa emergencial, após prévia
identificação dos pontos potencialmente críticos, tem-se como exemplo no de ponto
crítico no posto de combustível os tanques de armazenamentos, pois os combustíveis
são muito voláteis e são agentes contaminantes geradores de grandes impactos.
Em seguida a verificação e ação corretiva, que visam monitorar e mensurar os
impactos, identificar não conformidades, ações preventivas e corretivas, além de
procedimentos para registros ambientais, e realização periódica de auditorias,
verificando o funcionamento de todo o sistema implementado. Por fim a análise critica
realizada pela a alta administração, visa identificar a efetividade, tendo como objetivo a
melhoria contínua do processo.
Um dos pontos mais importantes é garantir que os funcionários, adequadamente
treinados, respeitem todas as lições aprendidas no treinamento, garantindo um manuseio
dos produtos de alta periculosidade e volatilidade, além de propiciar uma resposta
rápida a possíveis acidentes. Isto só é possível caso haja um comprometimento diário,
Roche (2003) define os seguintes princípios fundamentais para o SGA fazer parte do
dia-a-dia do posto:
• Identificar os dispositivos legais e outros requerimentos ambientais aplicáveis às atividades, produtos e serviços da empresa (leis, normas); • Desenvolver o gerenciamento e empregar práticas de manutenção ambiental, com clara definição de responsabilidades (gerente, chefe de pista); • Reservar os recursos financeiros (custo ambiental) e técnicos apropriados às metas estabelecidas por uma Gestão Ambiental adequada; • Implementar programas permanentes de auditoria do SGA, de forma a identificar oportunidades de aperfeiçoamento;
56
• Harmonização do SGA com outros sistemas de gestão empresarial, tais como: Saúde, Segurança, Qualidade, Finanças, entre outros.
Sendo assim, um SGA em posto de combustível, como foi abordado deve além
de respeitar a legislação, e traçar planos, metas e objetivos claros e concisos, deve
investir recursos principalmente na criação de uma conscientização ambiental por todos
os stkaholders internos, e neste aspecto um ponto não citado, porém de fundamental
importância é a educação ambiental, principal ferramenta para criar tal consciência.
2.6 IMPACTOS GERADOS PELOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Os impactos gerados pelos postos de combustíveis compõem estudos
multidisciplinares, pois eles envolvem diversas áreas de estudos como a Geologia,
Saúde, Engenharia, entre outras (ROCHA et al, 2004). Assim sendo, para se realizar a
implantação de um Sistema de Gerenciamento Ambiental, necessita-se de uma série de
profissionais com competências diversificadas, possibilitando abranger a todas as áreas
correlacionadas.
Rocha et al (2004, p. 5) classifica os impactos gerados em quatro tipos
apresentadas a seguir:
a) Contaminação Humana: de acordo com Gomes (1981, apud ROCHA et al, 2004, p. 5) e Mello (1991, apud ROCHA et al, 2004, p. 5) os funcionários de postos de serviços que trabalham em contato com os combustíveis, formam um grupo de risco devido a algumas características dos produtos, ou seja, estão susceptíveis a adquirir doenças.
b) Contaminação do Solo e das águas subterrâneas: contaminação do solo através de derramamentos de combustíveis sendo mais grave quando ocorrem vazamentos dos tanques de armazenamento de combustível enterrados no solo, que dependendo da gravidade e da característica do solo podem atingir os lençóis.
c) Incêndio: os reflexos deste impacto aos funcionários e clientes (o fator humano), na maioria das vezes são irreversíveis quando de queimaduras ou até mesmo a morte, quando não ocorrem às intoxicações devido aos gases liberados na combustão e à atmosfera que envolve a população os incêndios emitem gases poluentes e tóxicos provenientes da combustão incompleta de combustíveis que são os monóxidos de carbono (CO) (TÁVORA, 2003, et al 2004, p. 6). As ações de mitigação neste caso são principalmente preventivas, ou seja, o proprietário do posto deve seguir as recomendações do órgão competente do Estado.
d) Resíduos: os impactos ambientais que envolvem os resíduos gerados pelas atividades dos postos de combustível são praticamente os mesmos que os próprios combustíveis: contaminação humana e dos solos, riscos de incêndios e poluição do meio ambiente.
Com o interesse em realizar um aumento no conceito de sua imagem perante a
sociedade e seus consumidores, o gerenciamento de resíduos sólidos e líquidos surge
57
como um aspecto fundamental para alcançar tais objetivos (COSTA, FERREIRA,
2008). E neste âmbito identificar os resíduos gerados é de fundamental importância para
garantir sua manipulação.
Os resíduos gerados por um Posto de Combustível de acordo com Costa e
Ferreira (2008, p. 2) são:
Embalagens de papelão, embalagens Plásticas de Óleo Lubrificante, embalagens Metálicas de Óleo Lubrificante, garrafas PET, filtros de óleo, filtros de Combustível, filtro de ar, óleo lubrificante, terra contaminada com óleo, panos e estopas usadas contaminadas.
Todos estes materiais caso não recebam o tratamento adequado, transformam-se
em agentes poluidores. Os óleos, por exemplo, são descritos como materiais altamente
poluidores, sendo inseridos de acordo com a Associação Brasileira de Normas e
Técnicas – ABNT, de 2004 através da NBR 10004 e a Resolução 09 do CONAMA de
1993, em materiais Classe I dos Resíduos Perigosos, por apresentar alta toxicidade, se
constituindo em crime ambiental conforme a Lei 9.605, o descarte em local
inapropriado, assim como o transporte, comercialização, fornecimento, queima ou
qualquer outra destinação que não seja a reciclagem do re-refino (MARQUES et al,
2003, apud COSTA, FERREIRA, 2008, p. 3).
E tanto os óleos quanto outros combustíveis, têm como principal ponto de
contaminação segundo Nellor e Brosseau, Venancio et al (1995 apud, VENANCIO et
al, 2007, p. 11) o momento do:
Abastecimento de veículos ou durante a transferência de combustíveis do caminhão tanque para o tanque de armazenagem do posto. [...] Caso os vazamentos sejam lavados com água, poderão surgir condições de inflamabilidade nas redes de coleta de esgoto e águas pluviais. Os combustíveis derramados também podem contaminar as águas subterrâneas ou evaporar, poluindo o ar.
Para se evitar tais contaminações são recomendadas algumas medidas como a
utilização de Equipamentos de Proteção Individual as EPI’s nos locais de
armazenamento, os recipientes deverão ser metálicos, e com tampas sempre
permanecendo tampados, não podendo apresentar fissuraras o qualquer indício de
vazamento, além de não haver misturas entre os produtos. Deve haver no posto uma
área específica para a armazenagem, onde o piso deverá ser cimentado, ao redor dos
recipientes haver muretas, com o objetivo de conter vazamentos, além de acesso
exclusivo as pessoas autorizadas e instalações elétricas adequadas (ROCHA et al,
2004).
58
Os resíduos sólidos provenientes dos postos de combustíveis podem deflagrar
problemas de grandes proporções, já que os aterros sanitários não podem receber estes
materiais, e sugeres-se como medida alternativa para o descarte destes, a reciclagem e
quando não houver a possibilidade de reaproveitamento o incineramento é dado como
solução (GUIDONI, 2005). A Gestão Ambiental aparece como um papel preponderante
para se obter todo o gerenciamento dos resíduos e Vale (1995) determina uma escala
nas prioridades do gerenciamento ambiental dos resíduos que são:
a) Prevenir a geração - modificar processo (tecnologias limpas); substituir matérias-primas; e substituir insumos;
b) Minimizar a geração - Otimizar processo e otimizar operação; c) Reaproveitar - Reciclar (matérias-primas); recuperar (substâncias);
reutilizar (materiais, produtos); d) Tratar - processos físicos; químicos; físico-químicos; biológicos; e
térmicos; e) Dispor - aterros, minas, poços, armazéns.
Para a classificação dos resíduos gerados pelos postos, a ABNT os determinam a
partir do fluxograma demonstrado na figura 4 a seguir:
59
Figura 4: Fluxograma de modelo de caracterização e classificação de resíduos Fonte: NBR 10.004 ABNT (2004)
Este fluxograma caracteriza os resíduos a partir de suas características e de seus
potenciais riscos a saúde pública, para que possam ser gerenciados corretamente. Sendo
os resíduos classificados em Classe I – Perigosos; Classe II; Não Perigosos; Classe II A-
Não Inertes; Classe II B – Inertes (10004 ABNT, 2004). Com estas classificações e com
todas as regulamentações necessárias, aliadas a uma Gestão Ambiental eficiente, obtem-
se um gerenciamento adequado aos resíduos gerados pelo posto.
Para melhor compreensão sobre a geração de resíduos em um posto de
combustível apresenta-se na figura 5 o seguinte fluxograma:
60
Figura 5: Mostra as atividades da prestação de serviço relacionando-as com a geração de resíduos Fonte: ABES (2000)
O fluxograma demonstrado na figura 5 relaciona todas as atividades
desenvolvidas em um posto de combustível, e seus potenciais impactos. Com este
fluxograma clarifica-se o entendimento do funcionamento de um posto de combustível,
gerando subsídios para a elaboração de um futuro projeto de implementação de Gestão
Ambiental, já que são caracterizados, o local e o resíduo gerado, facilitando um possível
gerenciamento de tais resíduos.
61
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
3.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
A realização deste estudo de caso ocorrerá no Auto Posto Represa Ltda., que tem
no Combustível os eu principal produto de comercialização. O posto está localizado as
margens da BR-116 na cidade de Campina Grande do Sul – PR, e sua fundação data de
1985. O posto teve um faturamento no último ano de 19.369.094,04, representando uma
variação de -12,95% em relação aos cinco últimos anos, já que a média foi de
22.251.711,81. No posto existem os espaços para o abastecimento dos veículos, e salas
com escritórios bem distribuídos, há também um restaurante, uma loja de
conveniências, além de borracharia e mecânica. Trabalham 26 pessoas no posto sendo 1
Sócio proprietário, 1 Gerente Administrativo Financeiro, 1 Gerente de Faturamento, 1
Gerente de Gestão de Pessoas, 1 Chefe de Pista, 1 Auxiliar de Faturamento, 1 Cobrador
Viajante, 1 Auxiliar Administrativo, 1 Auxiliar Financeiro, 1 Secretária Recepcionista,
1 Auxiliar de Gestão de Pessoas, 4 Caixas, 8 Frentistas, 2 Vigias, e 1 Zeladora. A seguir
será demonstrado na figura 6 o funciongrama do Posto:
62
Figur
a 6: Fun
cion
ograma do
Auto Po
sto Rep
resa Ltda.
Fon
te: E
labo
rado
pelo au
tor D
ados: A
uto Po
sto Rep
resa Ltda., 2
011.
63
O posto tem como Visão – Ser referência em qualidade na BR – 116, tanto nos
serviços prestados, como nos produtos comercializados. Sua Missão - comercializar
derivados de petróleo buscando ter competitividade, rentabilidade e responsabilidade
ambiental, além constantes aprimoramentos em tecnologia. E o posto tem como Valores
a competitividade, coerência, ética, prazer em servir, e responsabilidade socioambiental.
Há uma grande variedade no público atendido, porém o público alvo são os
motoristas de caminhões, segundo informações dos proprietários são atendidos
diariamente uma média de 200 caminhões por dia. Além de oferecer serviços de
abastecimento a clientes individuais, o posto oferece contratos a transportadoras, além
de oferecer serviços de alimentação, mecânica, etc. Em geral os produtos trabalhados
são estabelecidos pela Petrobrás, empresa no qual o posto leva a bandeira, tendo os
contratos com as empresas e seus descontos como a grande diferenciação estratégica do
posto. Devido a sua grande importância para o setor de transportes, o posto funciona 24
horas, procurando dar suporte a todas as necessidades que seus clientes possam a vir ter.
Foram identificados 14 postos num raio de 50 km de onde se encontra o Auto
Posto Represa Ltda. a maioria com políticas ambientais caracterizadas apenas para o
cumprimento dos requisitos legais e manter as licenças de funcionamento, ou seja,
caracterizando um nicho de mercado pouco explorado.
Os três grandes produtos comercializados pelo posto são o óleo diesel, álcool e a
gasolina, estes materiais como tem alta periculosidade e volatilidade, são armazenados
em tanques subterrâneos. E devido á região que o posto se encontra, uma represa que
faz parte do complexo Capivari - Cachoeira, da Usina Hidrelétrica Parigot de Souza,
tomou-se este dado como uma das justificativas para tomar o posto como objeto de
estudo, devido à fragilidade do ecossistema da região, principalmente com um possível
vazamento dos tanques, e por conseqüência a contaminação do solo e da água da região.
3.1.1 Instalações do Posto
O posto contém uma área total de 5000m², em sua planta há uma loja de
conveniência integrada ao escritório, e ao caixa de atendimento aos clientes ocupando
uma área de 200m², uma borracharia, um restaurante, mais o pátio de estacionamento,
de abastecimento dos clientes com 16 bombas e 6 tanques de suprimento, e de
descarregamento dos combustíveis a serem armazenados.
64
O sistema de armazenagem contém 3 tanques com capacidade de 30000 litros e
1 de 15000 litros de óleo diesel, l tanque dividido de 30000 litros de gasolina, 1 tanque
de 15000 litros de armazenagem de álcool. Todos os tanques, existentes no posto além
de conterem respiros e efetuar descargas que ocupem no máximo 95% da capacidade
dos tanques a fim de se evitar a contaminação pelo transbordamento do material, são
jaquetados, já que o posto se enquadra à classe 3 de acordo com a NBR 13786 (ABNT,
2009), que determina a seleção de equipamentos e sistemas para as instalações
subterrâneas. Um tanque jaquetado tem por característica segundo NBR 13786 da
ABNT (apud ECOFAB, 2011):
Parede dupla e um equipamento de monitoramento intersticial (instalado no interstício do tanque, ou seja, no vão existente entre o tanque de aço e o tanque não metálico que o reveste). É necessário instalar também um dispositivo antitransbordante.
O posto também possui uma preocupação quanto ao descarregamento dos
combustíveis, havendo um sistema de aterramento devido à carga eletrostática, tanto na
área de abastecimento quanto na área de descarga encontram-se caneletas, que tem por
função levar possíveis resíduos acidentalmente derramados há um tanque de decantação
existente no posto, com o propósito de se efetuar a separação, e a melhor destinação
final para estes resíduos. O posto realiza a medição com o auxílio de uma régua
metálica. Quanto aos planos de contingências e de emergência existentes,
principalmente com os que se refere aos incêndios, o posto procurou instruir os
colaboradores, além de obter carrinhos com extintores, para servirem de apoio na hora
da descarga de combustível, tendo ainda outros extintores colocados estrategicamente
de acordo com as normas reguladoras.
Toda a manutenção e monitoramento dos equipamentos existentes no posto são
de responsabilidade da empresa detentora da bandeira, no caso do Auto Posto Represa
Ltda. a Petrobrás é a responsável.
Todos os colaboradores que tem por função manipular os combustíveis passam
por prévio treinamento, no qual lhe são ensinados a maneira correta e segura de se
efetuar a transferência dos combustíveis, tanto para os reservatórios, quanto para os
veículos dos clientes.
65
3.1.2 Relação Ambiental do Auto Posto Represa Ltda.
O posto contém a licença de operação concedida pelo órgão regulamentador do
estado o IAP, inclusive o posto se encontra em processo de renovação desta licença,
sendo necessários os seguintes documentos segundo a Resolução 038/09/SEMA, 19 de
agosto de 2009 são:
a) Requerimento de Licença Ambiental; b) Cadastro para postos e sistemas retalhistas de combustíveis; c) Cópia da Licença anterior; d) Alvará de funcionamento do Município (no caso posto de abastecimento
para consumo próprio, o alvará poderá ser da própria atividade comercial ou industrial, e isento para postos de abastecimentos de Fazendas Agrícolas);
e) Publicação da súmula do pedido de Licença Ambiental Simplificada em jornal de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme aprovado pela Resolução CONAMA N°006/86 (as publicações deverão ser comprovadas através da apresentação dos respectivos jornais originais);
f) Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental (ficha de compensação bancária) de acordo com a Lei Estadual nº 10.233/92, Tabela I – Licença de Operação para pequeno porte.
Para o melhor entendimento será posto em anexo o formulário de cadastro de
postos e sistemas retalhistas de combustíveis expedidos pelo IAP.
As políticas ambientais existentes na empresa são na sua maioria as impostas
pelo Petrobrás, empresa detentora da bandeira do posto. Dentre as políticas impostas
pela Petrobrás destaca-se o programa Siga Bem em parceria com o Programa Nacional
da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural – CONPET,
criado pelo Governo Federal, em 1991, que objetiva aumentar a eficiência no uso do
óleo diesel, que com a instalação de um Centro de Revisão Técnica os caminhões são
diagnosticados e analisados quanto ao consumo de combustível, desempenho de
motores, desgaste de pneus, etc., e a partir destes resultados e com um procedimento
elaborado pelo Centro de Pesquisas da Petrobrás – CENPES, são determinados as
correlações dos gases emitidos pelo veículo e o seu consumo. Além disto, os
caminhoneiros são informados por meio de vídeos e folhetos explicativos, como
racionalizar o consumo de combustível. O projeto tem alcançado valores de redução no
consumo de combustíveis em torno de 5% no consumo (CONPET, 2011).
Em um âmbito socioambiental regional, o Auto Posto Represa Ltda., com o intuito
de melhoria da qualidade de vida da fauna e da flora existentes no ecossistema da região
66
patrocinou um projeto que objetivava a limpeza da represa do Capivari, propiciando
também uma melhora na imagem perante a comunidade de sua região.
67
4 METODOLOGIA
4.1 QUANTO A ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA
Esta pesquisa terá a orientação metodológica positivista fundada por Augusto
Comte que segundo Trivinos (2006) sua definição é “a busca da exaltação da
observação dos fatos”, e para o mesmo Trivinos (2006) tem como filosofia, “guiar o ser
humano para a certeza, distanciando-o da indecisão; deve elevá-lo ao preciso,
eliminando o vago”, se adequando perfeitamente à proposta introduzida inicialmente
nesta pesquisa.
A metodologia positivista é que melhor se adapta, pois tem características que
propiciam a isto. Como a idéia de não se aceitar outra realidade a não serem os fatos,
extremamente importante para esta pesquisa de caráter cientifico, que irá analisar
impactos, resultados possíveis das aplicações propostas, além de que o positivismo
concede ferramentas que são extremamente úteis para a formulação deste trabalho
como, questionários, escalas de opinião, tipos de amostragem, etc.
Outra característica que se tornou fundamental para a escolha do positivismo,
que é como Trivinos (2006) expressa a “objetividade científica”, não interessando saber
o porquê da ocorrência dos fenômenos, e sim da maneira que eles ocorrem.
4.1 QUANTO À ABORDAGEM DO PROBLEMA
Será efetuado um estudo de caso, que terá caráter quantitativo e qualitativo que
no qual Vergara (2005) define uma pesquisa quantitativa e qualitativa onde “pode-se
usar estatística descritiva para apoiar uma interpretação dita subjetiva ou para
desencadeá-la.”, usada para descrever os dados obtidos com os questionários, e também
para apoiar na interpretação da entrevista.
Ela terá este aspecto, pois como irá trata-se impactos ambientais, que tem uma
variação muito grande dependendo da região, por causa do clima, ecossistemas, etc.
sendo assim torna-se muito complicado a generalização dos resultados obtidos,
mediante esta variação. Sendo assim necessitando de uma análise mais subjetiva dos
resultados, tendo a interpretação de alguns fenômenos baseadas no processo de pesquisa
qualitativa.
68
Além disto, a análise de todos os requerimentos exigidos pelo ISO 14000
necessita ter uma leitura que abrange todos os aspectos, e respeitando a individualidade
da empresa.
Na pesquisa quantitativa ela se faz necessário, principalmente para verificar a
percepção dos colaboradores com a temática ambiental, e suas políticas propostas.
4.3 QUANTO AOS OBJETIVOS
A pesquisa será exploratória e descritiva, pois serão usados os métodos destes
dois grupos de pesquisa.
A exploratória que para Gil (2002) objetiva “proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a construir hipóteses [...] o
aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.”, será usada, pois nela estão
inseridos aspectos, do qual será utilizado o estudo de caso, que será de muita utilidade
para a aplicação do SGA, devido a sua complexidade e a dificuldade que se tem em
descriminar cada processo, e cada aspecto do SGA.
Na pesquisa descritiva que tem como objetivos de acordo com Gil (2002) “a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações variáveis.”, e será aplicada pela possibilidade que ela dá em
estudar características de um grupo, possibilitando descrever todo o processo no qual o
SGA é aplicado, apontado possíveis situações criticas, condicionando a sugestões.
4.4 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
O estudo de caso foi o procedimento escolhido que é caracterizado por Gil
(2002) como sendo o “estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de
maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento”, e também porque é o que
possibilita o melhor trabalho em conjunto com os estudos exploratórios. Robert Yin
(2005) aborda o estudo de caso como “uma estratégia de pesquisa, [...], para contribuir
com o conhecimento que temos dos acontecimentos individuais, organizacionais,
sociais, políticos e de grupo, além de outros fenômenos relacionados.”.
Alem disto o estudo de caso traz consigo a vantagem da flexibilidade, e como o
assunto traz varias variáveis, e é um assunto em constante evolução esta contribuição se
faz imprescindível para este trabalho.
69
4.5 QUANTO AS TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS
Irão ser usada como ferramentas para a coleta dos dados entrevistas e
questionários (o qual se encontra em anexo), que serão destinados aos mais diferentes
patamares de importância na organização, e de acordo com o grau de especialidades que
se objetiva alcançar irá se modelar à forma de pesquisa. Além de recorrer à ajuda
bibliográfica, como livros, revistas, etc..
Quanto ao questionário, este será bem objetivo, buscando compreender os
reflexos no dia-a-dia da aplicação do SGA, sugestões, desempenho, a situação
ambiental em que se encontra o posto e a percepção ambiental da empresa.
4.6 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO PESQUISADO
A delimitação segue critérios de importância de cargos, e participação na
implementação do que se propõe, e isto se deve ao fato, que as mudanças sugeridas,
como interferem na produção, tem de serem tomas pelas altas gerencias. Os gestores de
alto escalão serão entrevistados, pois, podem-se retirar informações mais apuradas e
significativas, além de responderem um questionário específico.
Para os funcionários a nível operacional, por não terem responsabilidade nas
decisões estratégicas irá ser aplicado um questionário em virtude da rapidez e
capacidade obter as informações necessárias, de resultado e modificações obtidas com a
implantação das mudanças sugeridas.
4.7 QUANTO A ANÁLISE DE DADOS
A análise de dados será feita a partir dos resultados obtidos por uma pesquisa
quantitativa e qualitativa.
Em relação às pesquisas quantitativas, os dados mensurados, a fim de
possibilitar determinar o impacto que a implantação do SGA seguindo a ISO 14001 terá
na organização, com relação á imagem da empresa, qualidade de vida que estas medidas
proporcionaram a organização e a comunidade inserida, a disseminação do senso de
responsabilidade sócio-ambiental, etc.
70
4.8 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em virtude das constantes pressões dos atores ambientais, dos avanços
tecnológicos, e da crescente conscientização ambiental, a empresa deve perceber o quão
importante é investir na Gestão Ambiental, e ter no SGA uma base para criar condições
para obter um setor de Gestão Ambiental que permita atender a todos os objetivos e
metas pré-determinados.
O questionário (em anexo) aplicado foi dividido de acordo com o cargo
dos funcionários entrevistados, em administrativo (questões 1 a 14) e operacional
(questões 15 a 23), sendo o administrativo procurando obter-se uma visão estratégica e
em longo prazo, e o operacional uma visão funcional e imediata, da empresa sobre a
gestão ambiental. Participaram da entrevista 5 colaboradores do administrativo, e do
operacional 8 colaboradores. O primeiro questionamento realizado foi sobre a existência
de algum colaborador responsável diretamente das questões ambientais na empresa, a
resposta foi positiva, e quem se encarrega desta responsabilidade é o Gerente
Administrativo da empresa.
Com os resultados obtidos foi possível verificar o perfil do posto quanto à
questão ambiental, sendo este identificado como reativo, com uma visão linear e
imediatista, ou seja, inexplorando todas as potencialidades estratégicas de um sistema
de gestão ambiental pode propiciar, a fim de atender apenas a necessidade mínima
manter o posto competitivo perante seus concorrentes, não buscando atuar em um nicho
de mercado diferenciado, caracterizado pelos interesses ambientais, perdendo a
possibilidade de gerar uma diferenciação competitiva. Atuando de forma pontual na
temática ambiental, como o patrocínio de eventos relacionados ao meio ambiente, como
a limpeza da represa do rio Capivari, localizado na região onde o posto está situado.
Este perfil pode ser identificado a partir dos gráficos 2 e 3 referentes às respostas
dadas a questão 2 e 5 onde se teve unanimidade na questão que trata sobre o ponto de
vista da empresa aos assuntos ambientais como onerosidade, e com 80% na questão 5,
na qual a temática ambiental é vista apenas como importante, pois ela é condicionante
para se adquirir licenças ambientais. Apesar da empresa não ter nenhum tipo de
ferramenta que mensure os retornos financeiros e/ou competitivos, como todos os
entrevistados afirmaram em resposta a questão 3, ela mantém a postura sobre a questão
ambiental como fonte de onerosidade.
71
Gráfico 2: Como a questão ambiental é vista.
Fonte: Elaborado pelo autor.
0
12
3
45
Condicionante a Licenças
Ultrapassa a Legislação
Questão 5
Gráfico 3: A importância da questão ambiental na empresa
Fonte: Elaborado pelo autor
Apesar do perfil imediatista identificado, observou-se que a empresa realiza
pesquisas buscando identificar a percepção dos consumidores quanto à sua imagem
ambiental, demonstrado no gráfico 4 referente à questão 8, no intuito de, dependendo do
resultado da pesquisa haja necessidade investirem na imagem ambiental da empresa,
esta ação apenas denota o perfil reativo da empresa, já que apesar da iniciativa da
empresa em realizar estas pesquisas, ela claramente não irá investir. Caso o retorno não
seja a curto-prazo. Outra situação verificada foi à ausência de queixa, principalmente da
comunidade vizinha, sobre os impactos gerados pelo posto, isto pode tanto ser um
indicativo positivo, pois pode denotar um perfil responsável na empresa, ou um aspecto
negativo, da falta de um canal de comunicação para que sejam relatadas queixas sobres
os aspectos ambientais. Ainda transcorrendo pela imagem da empresa, na questão 9,
perguntou-se sobre como os colaboradores acreditavam que a imagem do posto
transparecesse a comunidade, e consumidores, e de acordo com o resultado
demonstrado pelo gráfico 5, 40% acreditavam que a empresa transparecia
positivamente para a comunidade, 20 % acreditavam que a empresa tinha uma boa
imagem apenas para os consumidores, e 40% para ambos.
72
012345
Sim Não
Questão 8
Gráfico 4: Realização de pesquisa sobre a imagem ambiental passada pela empresa
Fonte: Elaborado pelo autor
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Sim, para a Comunidade
Sim, para os Consumidores
Ambos Não
Questão 9
Gráfico 5: A empresa acreditar transparecer uma boa imagem ambiental aos seus consumidores e/ou sua
comunidade? Fonte: Elaborado pelo autor
Foi questionado também sobre eventuais levantamentos dos impactos gerados
pelo posto, e este segundo 100% dos entrevistados são realizados, e tem como objetivo
atender a legislação e garantir o funcionamento da empresa, da mesma maneira que a
política ambiental é tratada, onde novamente 100% dos entrevistados confirmam ter
uma política implantada na empresa, porém todos salientam que esta política existe
como um meio de atender os requisitos legais, determinados pelo IPA, por exemplo. A
política ambiental existente é resultado de interferências da empresa detentora da
bandeira do posto a Petrobrás, que fornece ações e programas ambientais. Porém este
foi um ponto que na qual foi identificada uma série de questionamento por parte dos
colaboradores, tanto os integrantes do setor administrativo, quanto do operacional, não
73
tinham total conhecimento dos aspectos que integravam a política ambiental implantada
na empresa, e muitos comentaram a falta de um profissional capacitado, para instruir
sobre tais assuntos.
Quanto aos SGA, a pesquisa identificou a falta deles na empresa, porém todos os
entrevistados concordaram sobre os resultados positivos da implantação de um SGA na
empresa, principalmente quanto à imagem que pode gerar para o posto, criando uma
vantagem competitiva, e uma nova fonte de ganhos, o que mostra um contra-censo, já
que a resposta à questão 2 à temática ambiental é vista como uma fonte de onerosidade.
No entanto, quanto ao ISO 14000, 80% dos entrevistados não identificaram ganhos em
adotá-lo como ferramenta de apoio à implementação da SGA, nem se verificou a
intenção da empresa em buscar o certificado ISO 14000, em razão principalmente dos
custos que este processo envolve.
Em nível operacional, o posto demonstra segundo 25 % dos entrevistados um
perfil passivo perante as questões ambientais, e 75% um perfil reativo, conforme
demonstrado no gráfico 6, onde a mudança e a integração de papéis para a adaptação de
novas tecnologias, mudanças no ambiente e estrutura, são incorporados a ação dos
novos gestores, com um comportamento de um gestor Pró-ativo (CALDAS;
BERTERO, 2007). A empresa demonstra falta de percepção de nível social, ao
identificar a ausência de um canal de comunicação com a comunidade com relação aos
assuntos do meio ambiente, como foi verificado a partir da respostada questão 16, onde
100% dos entrevistados afirmaram que a empresa não tem um canal de comunicação
com a comunidade.
0
2
4
6
8
Passivo Reativo Pró-ativo
Questão 15
Gráfico 6: Perfil da empresa perante as questões ambientais.
Fonte: Elaborado pelo autor
O posto de acordo com 100% dos entrevistados apresenta ter um cuidado quanto
ao manuseio e armazenagem dos materiais, respeitando as especificações de cada
produto, como combustíveis, por exemplo, além de ter programas de contingência,
74
visando à minimização dos impactos gerados por um possível vazamento, de um
programa de emergência em caso de acidentes ambientais. O posto recebe constantes
monitoramentos dos equipamentos, por meio da Petrobrás, possibilitando a mitigação
dos impactos gerados, além de ter um programa de gerenciamento dos resíduos sólidos
gerados pelo posto.
Quanto à educação ambiental a empresa, 100 % dos entrevistados afirmaram que
o posto contém um programa, que visa à conscientização dos colaboradores, a fim de
garantir a execução de medidas, como a de economia de energia elétrica, identificada na
pesquisa como existente.
4.9 CONCLUSÕES
Esta pesquisa possibilitou concluir que:
I. A criação de um conhecimento mais específico se faz necessária em relação aos
SGA e sua atuação como ferramenta de apoio para implementação da Gestão
Ambiental em um posto de combustível.
II. A aplicação do questionário possibilitou criar uma percepção do posto em
relação à gestão ambiental, e verificar a necessidade da implantação do mesmo.
III. Foi possível identifica um perfil reativo e imediatista dos administradores do
posto.
IV. A necessidade de retorno imediato corrompe todas as ações possíveis para a
implementação de um SGA, já que está se baseia em planejamento em longo
prazo, e em um continuísmo do mesmo.
V. A falta da elucidação sobre os requisitos legais foi identificada como um
problema, já que esta ausência de informação gera custos, como multas, por
exemplo.
VI. O posto, muito em função dos cumprimentos da legislação e da empresa que
detém a bandeira do posto, mantém um manuseio correto dos materiais,
monitoramento dos equipamentos, assim como planos de contingência e de
emergência, em possíveis acidentes.
VII. A implantação da SGA, apesar de ser vista como algo benéfica, principalmente
quanto à imagem gerada pela empresa, demonstra resistência a ser implantada,
principalmente uma que tenha a certificação de qualidade ISO 14000, devido aos
custos atrelados.
75
VIII. O modelo PDCA, após posterior identificação dos resíduos e pontos críticos no
funcionamento do posto, mostrou-se um método capaz de gerenciar de maneira
ampla, e promovendo a melhoria contínua do sistema implantado.
4.10 SUGESTÕES DE MELHORIAS
Verificando a situação do Auto Posto Represa Ltda. em relação à temática
ambiental, e posterior fundamentação dos meios sugeridos para se alcançar uma Gestão
Ambiental eficiente constatou-se que a principal mudança que posto deve promover é
em sua visão sobre a questão ambiental, exaurindo a visão retrógada que permeia na
empresa, no qual os esforços para atender uma gestão ecologicamente são tratados
como gastos, e não como um investimento competitivo e estrategicamente viável.
Sendo mais específico, sugere-se que o posto invista mais em educação
ambiental, promovendo uma consciência ambiental tanto dos colaboradores quanto dos
consumidores. Para isto a criação de cartilhas para os colaboradores, e folders para os
consumidores, aparece como um meio barato e eficiente para a disseminação das idéias
sugeridas, além de garantir uma melhoria da imagem, pois ela estará vinculada há um
conceito extremamente positivo. Além disto, palestras e treinamentos para os
colaboradores, principalmente com aqueles que manipulam os resíduos geradores de
impactos, a fim de se obter uma eficiência maior do sistema a ser implantado, já que se
prevê uma elaboração de um projeto em que haja o envolvimento de todos os setores, e
por isso clarificar as novas políticas e as novas responsabilidades de acordo com o cargo
ocupado, como foi mostrado no quadro 10, transforma-se em ponto crucial para a
obtenção dos resultados desejados, e para a integração do mesmo, além é claro da
clarificação das legislações ambientais, já que este foi um ponto identificado como um
problema na empresa.
Para um melhor parâmetro de medição dos resultados obtidos com a implantação
de um Sistema de Gestão Ambiental, a criação de um banco de dados, e o
monitoramento dos concorrentes, quanto à adoção de medidas ambientalmente corretas,
e sua participação no mercado são de suma importância, pois estes dados irão gerar um
perfil mercadológico direcionando os investimentos da empresa na gestão ambiental.
A criação de um canal de comunicação tanto com a sociedade, quanto com os
colaboradores, é extremamente importante, pois com estes feedbacks o posto irá poder
76
reavaliar o processo constantemente, garantido o principal princípio do modelo PDCA,
que a melhoria contínua.
A destinação dos resíduos deve ser uma preocupação freqüente já que ele é o
principal fator impactante gerado pelo posto, e por isso ações a manutenção dos
cuidados pré-existentes, e a criação de outros, principalmente com a destinação final
destes produtos, como os pneus, procurando sempre uma maneira de aplicar algum dos
princípios dos 3 R’s, com a redução, reutilização e a reciclagem, se faz necessário.
Como modelo de aplicação sugere-se o que se adote o fluxograma demonstrado
na figura 7:
78
No fluxograma apresentado, sugere-se que se siga o modelo PDCA,
identificando-se os pontos críticos, melhorando os canais de comunicação e realizando-
se constante análise dos processos, procurando obter uma melhoria contínua do modelo.
79
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desta pesquisa possibilitou gerar uma percepção sobre a visão que o
setor de comércio de combustível tem em relação à temática ambiental, na qual
prevalece um raciocínio em que todas as questões que envolvem o meio ambiente, irão
gerar mais custos do que ganhos. Isto ocorre devido à visão imediatista de resultados
que percorre e permanece arraigada nos pequenos e médios empresários. Porém, como
foi visto a influência das grandes corporações, no caso do Auto Posto Represa Ltda. a
Petrobrás, e com os órgãos reguladores cada vez mais exigentes, vislumbra-se um
cenário mais otimista em relação aos assuntos ambientais, pois além de demonstrarem
os benefícios socioambientais, muitas vezes são conotados os ganhos estratégicos,
principalmente com a imagem da empresa perante seus concorrentes, gerando um fator
competitivo muito positivo.
Com todas as problemáticas ambientais existentes, como aquecimento global,
contaminação de solos, ar, rios e lagos, extinção de fauna e flora, o descaso com o
saneamento básico, que remete a saúde pública, entre vários outros fatores, a falta de
políticas públicas, e comprometimento de todos os setores da sociedade com tais
questões, só agrava um quadro que dentre vários aspectos, determina uma baixa
qualidade de vida, e um aumento para todos os agravantes ambientais. Criar uma
percepção socioambiental há muito tempo deixou de ser um clichê dos famosos
ambientalistas e passou a ser um assunto tratado de maneira séria, tanto em meios
acadêmicos, como na política e na economia.
Por isto, a criação de uma conscientização ambiental é de fundamental
importância para a obtenção de resultados positivos, e isto só será possível caso haja
uma união entre todos os setores da sociedade, cada um atuando em sua abrangência
tanto espacial, quanto a relacionada ao impacto gerado. Um fator determinante para uma
criação coletiva da conscientização ambiental é a educação ambiental, que deve ser
encarada como parte fundamental em todo este processo, que segundo Tamaio é “mais
uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e
interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”
(TAMAIO, 2000, p. 38), tendo este aspecto transformador à educação ambiental deve
80
ser tratada de maneira mais séria, já que ela contém o principal elemento para a
obtenção da conscientização ambiental coletiva.
Neste cenário os investimentos na área ambiental aparecem como uma
oportunidade de diferenciação, principalmente em um mercado tão competitivo como o
de comércio de combustíveis, por isto, este estudo de caso só aconteceu, pois se
percebeu uma oportunidade, para que o Auto Posto Represa Ltda. entrasse em um nicho
de mercado pouco explorado em seu setor, com a implantação de um setor de Gestão
Ambiental na empresa, além de se adequar às empresas sociambientalmente corretas,
resultando em uma influência positiva para sua imagem.
Com esta base buscaram-se ferramentas que apoiassem a implantação da Gestão
Ambiental na empresa, ao interesse de facilitar e padronizar todas as etapas da
implantação, com a intenção de maximizar os seus resultados potenciais. Como
ferramenta sugeriu ser utilizada a NBR-ISO 14000, pois ela contém uma série de
normas que visam conceder ao setor que esta sendo implantado a Gestão Ambiental,
além de garantias de qualidade em seu processo, uma estruturação capaz de abranger
todos os setores do posto, resultando em uma integralização e gerando uma maior
uniformidade no sistema a ser implantado.
Para alcançar os resultados desejados, e principalmente mantê-los sugeriu-se
utilizar o modelo PDCA, que busca conceder ao processo melhoria contínua, o que se
faz muito importante, já que ela concede a manutenção e o feedback contínuo do
processo, garantindo ao Sistema de Gestão, um pleno funcionamento, ou seja, a
maximização dos resultados e minimização dos impactos gerados pelo Auto Posto
Represa Ltda.
Com o estudo de caso, identificou-se como principal fator delimitador a uma
possível implantação do SGA no Auto Posto Represa Ltda. a resistência de seus
administradores, quanto aos resultados positivos obtidos pela implantação de um SGA
na empresa, muito em função de uma cultura imediatista arraigada na empresa. No
entanto a existência de uma política ambiental na empresa, mesmo que por imposição
da empresa detentora da bandeira a Petrobrás, e que seja apenas para cumprir com os
requisitos legais, juntamente com toda a sua preocupação com acidentes e manutenção
dos maquinários, deflagra uma possibilidade que caso a empresa busque mensurar seus
ganhos com tais medidas, adotar uma SGA de maneira ampla, a tornando parte de um
caráter estratégico da empresa, criando um novo fator competitivo ao posto.
81
Conclui-se então, como a principal mudança que o posto deve realizar é em sua
postura quanto da temática ambiental colocando-a em um plano estratégico, pois se
notou que mesmo a empresa não adotando políticas ambientais próprias, ela contém
diversas ações que se bem desenvolvidas e exploradas, aliadas as novas idéias,
adicionaram uma nova frente para adquirir a diferenciação competitiva, possibilitando
um novo fôlego à empresa, visto que ele sofreu um déficit de quase 13% em seu
faturamento ao longo dos últimos anos.
82
REFERÊNCIAS
A CARTA DA TERRA EM AÇÃO – A Iniciativa da Carta da Terra Brasil. O Texto da Carta da Terra. Disponível em: < http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html>. Acesso em 1 de Dezembro de 2008. ABES, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004. ______. NBR- 13786: Posto de serviço - Seleção dos equipamentos para sistema para instalações subterrânes de combustíveis. Rio de Janeiro, 2009. BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004. BARBOSA, César da R.. Secretário de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente. Revista da Agenda 21 catarinense, Nº1, Mar. De 2004. BOGO, Janice Mileni. O sistema de gerenciamento ambiental segundo a ISO 14001 como inovação tecnológica na organização. Florianópolis, 1998. Dissertação de Mestrado de Engenharia de Produção e Sistemas – Universidade Federal de Santa Catarina. BURSZTYN, Marcel; PERSEGONA, Marcelo. A grande transformação ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2008. CAGNIN, Cristiano Hugo. Fatores Relevantes na Implementação de um Sistema de gestão Ambiental com Base na Norma ISO 14001. Florianópolis, 2000. Dissertação de Mestrado de Engenharia de Produção – Universidade Federal de Santa Catarina. CALDAS, M.P.; BERTERO, C.O. (Ed.). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas, 2007. CAMPOS, L. M. S. A aplicação de uma ferramenta que usa o BSC e o SGA para o alinhamento das estratégias ambientais e organizacionais: um estudo de caso numa organização de entretenimento de grande porte. In: Encontro de Estudos em Estratégia, 1, 2003. Anais… Rio de Janeiro: ANPAD, 2003. 1 CD ROM. CAPRILES, René. Meio Século de Lutas: Uma Visão Histórica da Água. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/doce/index.html&conteudo=./agua/doce/artigos/historico.html>. Acesso em 1 de Dezembro de 2008 CHAMBERS, Stuart; SLACK, Nigel; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2008. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente – Disponível em <http://www.mma.gov.br/conama>. Acesso em 03 de junho de 2011.
83
CONPET - Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural. Programa Siga Bem. Disponível em: <http://www.conpet.gov.br/w3/index.php?option=com_content&view=article&id=84:siga-bem-&catid=44:parcerias&Itemid=167> Acesso em 05 de junho de 2011.
COSTA, Giovani A. OSMAR, Ferreira M. Identificação dos Resíduos Gerados em Postos de Combustíveis – Goiânia, 2008. Artigo Científico da Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995. ECOFAB. Seu tanque é jaquetado? Preste atenção.... Disponível em <http://www.ecofab.com.br/noticia.htm >. Acesso em 03 de junho de 2011. FUNIBER – Fundação Universitária Iberoamericana. Sistemas de Gestão Ambiental SGA. Disponível em: <http://www.funiber.org.br/>. Acesso em 31 de maio de 2008. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GRANDO, Sérgio José. Ambientes da democracia ambiental. Florianópolis: Insular, 2006. GUERCIO, Mary Jerusa; BELLEN, Hans M. Meio Ambiente e Indústria Têxtil: Um Estudo sobre a Aplicação de Ferramentas de Gestão Ambiental no Estado de Santa Catarina e sua repercussão sobre a Imagem das Empresas. III Encontro da ANPPAS, Brasília – DF, 2006. GUERCIO, Mary Jerusa; BELLEN, Hans M. Variação de Impactos Ambientais Decorrentes da Implantação da Norma ISO 14001; um estudo multicasos em duas indústrias têxteis de Santa Catarina. X Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, Rio de Janeiro, Brasil, ago. 2007. IPA – Instituto Ambiental do Paraná - RESOLUÇÃO Nº 038/09/SEMA. 2009. KINLAW, Dennis C. Empresa competitiva e ecológica. São Paulo: Makron Books, 1997. KRAEMER, Maria E. Pereira. Gestão Ambiental: um enfoque no desenvolvimento sustentável. Disponível em: <http://www.gestaoambiental.com.br/articles.php?id=35>. Acesso em 7 de abril de 2008. LAVORATO, Marilena Lino de Almeida. A importância da consciência ambiental para o Brasil e para o mundo. < http://www.projetoterrazul.org/consciencia%20ambiental.htm>. Acesso em 1 de dezembro de 2008.
84
LAYRARGUES, Philippe Pomier. Sistemas de Gerenciamento Ambiental, Tecnologia verde: a delicada relação empresa-meio ambiente no ecocapitalismo. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 2, p.80-88, abr. – jun. 2000. Bimestral. LEFF, Enrique. Saber Ambiental. Rio de Janeiro, 2001.
LIMA, Emanuel Edwan. Sistemas de Gestão Ambiental. Disponível em: <http://www.universoambiental.com.br/novo/artigos_ler.php?canal=6&canallocal=10&canalsub2=28&id=195>. Acesso em 1 de Junho de 2008.
MACEDO, R. K. Gestão ambiental – Os Instrumentos Básicos para a Gestão Ambiental de Territórios e de Unidades Produtivas. ABES: AIDIS. Rio de Janeiro. RJ. 1994. MAIMON, Dalia. Passaporte Verde: Gerencia Ambiental e Competitividade – Rio de Janeiro: Qulitymark, Ed., 1996. MEYER, M. M. Gestão ambiental no setor mineral: um estudo de caso: 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. MELARÉ, Geraldo José. Práticas Ambientais em Operações Industriais: Um Estudo em Empresas de Campinas (SP) e Região. Varginha, 2006. Dissertação de Mestrado em Administração – Faculdade Cinecista de Varginha. MMA – Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18>. Acesso em 2 de Dezembro de 2008 NORTH, K. Environmental business management. Genebra: ILO, 1992. PORTAL AMBIENTAL. Sistemas de Gestão Ambiental. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./gestao/index.html&conteudo=./gestao/sistema.html#a>. Acesso em 25 de maio de 2008. REIS, Vandelino Ribeiro. Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/informativo/abril_2002/pagina08.html> . Acesso em 1 de junho de 2008. RIBEIRO, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. São Paulo: Contexto, 2005. ROCHA, Sandra P. B.; SILVA, Gisele C. R.; MEDEIROS, Denise D. Análise dos Impactos Ambientais causados pelos Postos de distribuição de combustíveis: uma visão integrada. XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov. de 2004 ENEGEP 2004. ROCHE, R. Sistema de gestão ambiental. Revista Sindiposto. Goiás, n. 29, jul
85
– ago; 2003. Disponível em: <http://www.sindiposto.com.br/revista_sindiposto.htm#revista29017>. Acesso em: 03 de maio de 2011. ROMANELLI, F.A. Agenda 21 Escolar – Implantação. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.php3&conteudo=./educacao/programas/agenda21.html,> acessado em 1 de Dezembro de 2008. SCHENINI, Pedro Carlos. Gestão Empresaria Sócio Ambiental. Florianópolis: Nupegema, 2005. SELLTIZ, C.; WRIGHTSMAN, L. S.; COOK, S. W. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Ed. Pedagógica e Universitária Ltda., 1974. SACHS, I. Rumo à Ecossocioeconomia – Teoria e prática do desenvolvimento. Editora Cortez, 2007. SOARES, Bernardo E. C.; et al. Desenvolvimento sustentado e consciência ambiental: natureza, sociedade e racionalidade. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, 2006. TAMAIO, I. A. A mediação do professor na construção do conceito da natureza. Originalmente apresentado como dissertação de mestrado, Faculdade de Educação, UNICAMP, 2000. TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004. TORLONI, Hilário. Estudos de Problemas Brasileiros. São Paulo: Pioneira, 1972. TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: pesquisa qualitativa na educação. São Paulo: Atlas. 2006. VENANCIO, T. L.; VIDAL, C. M. de S.; MOISA, R. E. - Avaliação da Percepção da Importância da Gestão Ambiental em Postos de Serviços Localizados na Cidade de Irati – Paraná (p. 49 -75) VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e Relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo – 6. Ed.: Atlas, 2005. WALDMAN, Maurício. Meio Ambiente & Antropologia. São Paulo: SENAC. 2006. YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Porto Alegre – 3. Ed.: Bookman, 2005.
87
ANEXO – Formulário Pesquisa
Pessoal administrativo
1. Há alguém responsável pelos aspectos ambientais, se há quem seria?
R:
2. A questão ambiental é vista:
( ) sendo uma oportunidade para ganhos ou;
( ) como uma fonte de onerosidade.
3. São mensuráveis retornos financeiros e/ou competitivos dos investimentos
ambientais?
( ) Sim ( ) Não
4. São realizados levantamentos dos impactos ambientais causados pela empresa?
( ) Sim ( ) Não
5. A questão ambiental é importante para a empresa por:
( ) ser condicionante as licenças de operação;
( ) seu valor ultrapassa a legislação.
6. A empresa já financiou e/ou patrocinou algum evento e/ou pesquisa relacionado às
questões ambientais?
( ) Sim ( ) Não
7. A empresa relatou alguma queixa com relação à temática ambiental nos últimos
anos?
( ) Sim ( ) Não
8. Quanto à imagem ambiental da empresa, já foi realizado alguma pesquisa de
percepção com os consumidores?
( ) Sim ( ) Não
88
9. A empresa acreditar transparecer uma boa imagem ambiental aos seus consumidores
e/ou sua comunidade?
( ) Sim, para a comunidade ( ) Sim, para os consumidores ( ) Para Ambos ( ) Não
10. Há alguma política ambiental implementada?
( ) Sim ( ) Não
11. Há algum SGA Implementado?
( ) Sim ( ) Não
12. Sobre uma possível adoção do SGA, a empresa acreditar que esta pode funcionar
como um agente de melhora de sua imagem, a partir, do marketing verde?
( ) Sim ( ) Não
13. Pretende-se usar a ISO 14001 como uma ferramenta de apoio para a implementação
e estruturação do SGA?
( ) Sim ( ) Não
14. Há algum interesse da empresa em buscar a certificação ISO 14001?
( ) Sim ( ) Não
Pessoal operacional
15. Qual o comportamento da empresa perante as questões ambientais:
( ) passivo;
( ) reativo;
( ) pró-ativo.
16. A empresa tem algum canal de reclamação sobre as questões ambientais com a
comunidade?
( ) Sim ( ) Não
89
17. São realizados monitoramentos dos equipamentos, para identificar possíveis
contaminações?
( ) Sim ( ) Não
18. Existe algum programa de educação e/ou conscientização ambiental aos
colaboradores sobre as questões ambientais?
( ) Sim ( ) Não
19. Existe alguma medida da empresa quanto à economia de energia?
( ) Sim ( ) Não
20. Em relação aos resíduos sólidos (óleos lubrificantes, embalagens, etc.), há algum
plano de gerenciamento dos mesmos?
( ) Sim ( ) Não
21. A armazenagem dos resíduos e materiais é realizada respeitando as suas
especificações?
( ) Sim ( ) Não
22. Em situações de emergência como vazamento de produtos tóxicos, fogo, entre
outros, há algum procedimento pré-determinado?
( ) Sim ( ) Não
23. Buscando a minimização dos vazamentos de combustíveis, a empresa tem algum
plano de contingência dos mesmos?
( ) Sim ( ) Não
top related