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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A LEITURA COMO JOGO ENTRE TEXTO E LEITOR
Autor Maria Ivone Zarth
Escola de Atuação Colégio Estadual João XXIII - EFMN
Município da escola Clevelândia
Núcleo Regional de Educação Pato Branco
Orientador Prof Dra Raquel Terezinha Rodrigues
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro-Oeste
Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica A Leitura como Jogo entre Texto e Leitor
Relação Interdisciplinar História
Público Alvo Alunos do 2º ano AX - Formação de Docentes
Localização Colégio Estadual João XXIII – EFMNRua: Liberdade, 471 centro85.530.000 - Clevelândia - PR
Apresentação: A Estética da Recepção traz na teoria e no Método Recepcional a
metodologia passível de fazer a diferença na escola, pois estes consideram a literatura como um sistema que se define por produção, recepção e comunicação, valorizam a leitura e sua fruição, tecem um diálogo entre autor, obra e leitor, sem perder de vista a dimensão histórica da obra. A variedade histórica das interpretações da obra é que permitirão compreender seu sentido e forma. Objetiva-se promover, através de leituras mediadas pelos pressupostos teóricos e metodológicos da Estética da Recepção, maior autonomia ao leitor para que, de forma mais crítica, reflexiva e adequada ele saia do comodismo e busque envolver-se com prazer na leitura que faz, entenda que a Literatura tem a função de fazer a interação entre o leitor e o autor num constante enriquecimento cultural e social alcançando assim um patamar onde possa sentir-se seguro e capaz de modificar o texto no ato de ler e a si próprio através da aquisição de um conhecimento científico e intelectual. Para realizar a presente pesquisa pretende-se aplicar as cinco fases do Método Recepcional aos alunos do 2º ano AX – Formação de Docentes.
Palavras-chave Leitura; Ensino de Literatura; Estética da Recepção
APRESENTAÇÃO/PLANO NORTEADOR
Tema: Uma metodologia baseada na Estética da Recepção e no Método
Recepcional
Justificativa:
O Indicador Nacional de Alfabetismo, criado em 2001, pelo Instituto Paulo
Montenegro em parceria com a ONG Ação Educativa, com o intuito de aplicar,
em entrevistas domiciliares, questionários e testes práticos de Matemática e
Português com foco em leitura e escrita revela que o analfabetismo funcional
persiste entre os jovens brasileiros, pois 15% deles, que têm entre 15 e 24
anos, sentem dificuldade para compreender textos. O principal objetivo do
INAF é promover iniciativas públicas que busquem melhorias na área de
educação e cultura.
Com certa frequência ouvimos os educadores comentarem sua
preocupação com os alunos porque os mesmos, com raras exceções, não
gostam de realizar as leituras sugeridas pelos professores e quando o fazem
têm dificuldade em entender as idéias expressas no texto.
Os resultados de algumas pesquisas apontam que a escola e o ensino
público falham em sua metodologia deixando lacunas, nas quais o aluno não
recebe o ensinamento necessário para que se forme leitor em potencial, ou
seja, apesar de os professores participarem de programas de formação
continuada, sua prática é insuficiente para suprir a falta de leitura e
compreensão básica do que se lê.
Ao mesmo tempo em que nos damos conta desta chamada “crise de
leitura” na escola, apontada pela mídia e sentida por todos nós, percebemos
que crescem as comunicações virtuais. As pessoas passam horas em frente à
televisão assistindo programas de entretenimento, filmes, jogos, novelas,
ouvindo música, assistindo a vídeos e no computador jogando, batendo papo,
navegando etc.
Na verdade, a “crise de leitura” termo proposto também por Regina
Zilberman e Ezequiel Silva (1991), encontra-se na forma tradicional de ler. Os
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textos, o livro didático, as obras sugeridas pela escola causam aversão na
maioria de nossos estudantes pela maneira como a leitura é proposta ou
imposta, ou seja, a leitura é vista pelo aluno e sugerida pelo professor como
uma tarefa obrigatória que precisa ser feita em determinado tempo em busca
de resposta para algumas questões.
Ao lado da renovação verificada no campo intelectual, portanto, do alinhamento da ciência brasileira às pesquisas mais recentes dos estudos linguísticos em outros países, evidenciam-se problemas particulares de nossa sociedade que atingiram a leitura de maneira especial: os referentes ao que se convencionou chamar de “crise de leitura”. Esta denominação abarca dois grandes elencos de dificuldades: por uma parte, a constatação das carências no campo da educação, incluindo-se, entre outras, as deficiências no processo de alfabetização nas escolas, a pequena quantidade de leitura dos textos em sala de aula, a má qualidade do material a ser lido; por outra, a concorrência dos meios de comunicação de massa que conforme denúncia de educadores afastam o público da matéria escrita e criam outros hábitos de consumo, prejudiciais à relação do leitor com o universo social e cultural. ( ZILBERMAN & SILVA, 1991, p.9)
Zilberman e Silva citam alguns elementos que contribuem com a
chamada “crise de leitura” em nosso país. Primeiro, a má alfabetização, o
material de leitura precário e insuficiente e segundo, as novas tecnologias que
competem com a matéria escrita, afastam os alunos da leitura convencional,
criando novos hábitos que tornam-se prejudiciais ao leitor e a sua relação com
o contexto social que o insere.
A classe social pode interferir na forma como os alunos leem, no
interesse ou não quanto ao material a ser lido. Segundo Maria da Glória Bordini
e Vera Teixeira de Aguiar a classe popular não vê suas necessidades,
interesses e realidades expressos nos textos vinculados pela escola. Isso gera
desestímulo à leitura e à escolarização que em sua maioria é organizada para
a classe média. Pertencentes à classe média ou alta, aqueles que conseguem
obter lucro em alguma atividade também abandonam a leitura ou deixam-na
em segundo plano. “Numa sociedade desigual, os problemas da leitura se
diversificam conforme as características de classe. As soluções possíveis se
orientam para o pluralismo cultural, ou seja, a oferta de textos vários, que dêem
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conta das diferentes representações sociais.” (BORDINI & AGUIAR, 1993,
p.13)
Nesse sentido, entendemos que embora a realidade sócio-cultural do
educando limite sua leitura, é possível interceder na interação dos alunos com
os textos e oportunizar aos mesmos a familiaridade com diferentes tipos de
textos: literários, jornalísticos, científicos, publicitários, e alargar suas fronteiras
procurando romper seu horizonte de expectativas, ampliar seu universo com
obras que se distanciem das experiências de leitura já feitas para aperfeiçoar a
compreensão do fenômeno estético pressupondo uma reação ao texto quer
seja, em atitude crítica, concordar ou discordar dele.
Para Zilberman (1989, p.25), os alunos não foram preparados para a
leitura e a interpretação de textos literários, por isso dizem detestar ler.
Segundo a autora, as atividades pedagógicas, no que dizem respeito à leitura,
propostas pela escola, entediam o aluno por mostrarem-se apenas como uma
obrigação para cumprir uma tarefa escolar. Portanto, é importante lembrar as
recomendações presentes nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa
(DCE) que traz:O livro didático, as fichas de leitura, os planos de trabalho [...], na maioria das vezes, apresentam propostas que escolarizam o texto literário e privilegiam questões alheias à especificidade desse gênero ou lhe conferem um tratamento meramente formal. Com isso, há um esvaziamento da complexidade da obra literária, seja no aspecto das diversas vozes presentes no texto da temática ou da própria forma. (PARANÁ, 2008, p.39)
Segundo as DCEs “ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos
em diferentes esferas sociais” (p.71) e em uma atitude crítica perceber o sujeito
presente nos textos e, ainda tomar uma atitude responsiva diante deles.
As leituras contidas no livro didático, muitas vezes, deixam o leitor em
posição confortável, pois não acrescentam informações apenas confirmam o
que ele já sabe. Desse modo, o aluno não analisa o lugar de origem e o
momento de quem fala. Sua experiência, como leitor, permanece estática e ele
perde a oportunidade de identificar outras vozes sociais no texto.
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[...] obras literárias que desafiam a compreensão, por se afastarem do que é esperado e admissível pelo leitor, frequentemente o repelem, ao exigirem um esforço de interação demasiado conflitivo com seu sistema de referências vitais. Todavia, a obra emancipatória perdura mais no tempo do que a conformadora, devendo haver uma justificação para o investimento de energias psíquicas na comunicação que estabelece com o sujeito. (BORDINI & AGUIAR, 1993, p.84)
Outrossim ao ser surpreendido por obras emancipatórias que desafiem
sua compreensão e exijam domínio da leitura, identificação do não dito, do
pressuposto, do implícito, o estudante compreende e constrói sentidos para o
que lê. Esse domínio da leitura promove ao leitor a segurança e o
conhecimento necessários para interferir nas relações sociais com seus
próprios pontos de vista além de modificar, aprimorar, reelaborar seus
conceitos e através deles interferir com autonomia em relação ao pensamento
e às práticas sociais fazendo-se presente na sociedade.
As constatações acima nos levam a pensar em um método que
contemple as dificuldades apresentadas a fim de, se não saná-las, ao menos,
amenizá-las.
Reconhecemos na Estética da Recepção, teoria proposta por Jauss
(1979) e no Método Recepcional a metodologia passível de fazer a diferença
na escola. Segundo o teórico, ela considera a literatura como um sistema que
se define por produção, recepção e comunicação, valoriza a leitura e sua
fruição, tece um diálogo entre autor, obra e leitor, sem perder de vista a
dimensão histórica da obra. A variedade histórica das interpretações da obra é
que permitirão compreender seu sentido e forma.
A Estética da Recepção além de abordar o texto em sua perspectiva
histórica e sociológica, exige que a obra individual seja introduzida na
sequência literária adequada, assim permite reconhecer seu papel histórico no
contexto, pois toda obra por mais canônica que seja oferece a possibilidade de
ampliar os horizontes culturais dos leitores e está sujeita, com o passar do
tempo, às condições de recepção e ao horizonte de expectativas do público
leitor.
Segundo as Diretrizes:
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[...] propõe-se que se pense o ensino da literatura a partir dos pressupostos teóricos da estética da recepção. Esses buscam resgatar o leitor de sua “passividade” e do papel marginal que lhe era conferido no bojo dos estudos literários. [...] Ao valorizar a leitura e a fruição, sem perder de vista a dimensão histórica da obra, a Estética da Recepção questiona as concepções de caráter mais iminente, ou seja, as que se pautam no plano formal, desconsiderando o viés contextual. (PARANÁ, 2008, p.37/38)
As DCEs sugerem o trabalho em literatura apoiado nos pressupostos
teóricos da Estética da Recepção, pois eles permitem descobrir qual “horizonte
de expectativas” envolve essa obra, buscam resgatar o leitor de seu
comodismo e em virtude de estarem condicionados por outras leituras já
realizadas reagirem ao texto dando-lhe sentido. Ao reconhecer o leitor como
ser determinante no ato de ler objetiva-se valorizar as três instâncias que
envolvem a Literatura, a tríade leitor/texto/autor.
A Estética da Recepção desenvolve seus estudos em torno da reflexão sobre as relações entre narrador/texto/leitor. Vê a obra como um objeto verbal esquemático a ser preenchido pela atividade de leitura, que se realiza sempre a partir de um horizonte de expectativas (BORDINI & AGUIAR, 1993, p.31)
De acordo com as Diretrizes, a prática da leitura, deve acontecer como
um processo que produz sentidos. Esses se dão a partir das interações
dialógicas e sociais que acontecem entre leitor/texto/autor. O conhecimento
linguístico, as experiências sociais, os conhecimentos prévios e as leituras
anteriores permitem ao leitor voltar ao texto diversas vezes para tentar
preencher os vazios, as indeterminações, as lacunas textuais e inferir hipóteses
que colaborarão com a construção de sentidos a ponto de reconhecer no texto
múltiplas informações como, por exemplo, ideologias, finalidade, gênero,
interlocutor, valores defendidos, o contexto sócio-histórico de produção e
perceber conexões com a realidade, pois a literatura é produção humana ligada
à vida em sociedade.
[...] kleiman (2000) destaca a importância, na leitura, das experiências, dos conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências sobre o texto. O leitor constrói e não apenas recebe um significado global para o texto: ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões,
6
usa estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico, nas suas experiências de práticas sociais de linguagem e na sua vivência sociocultural. (PARANÁ, 2008, p.22-23)
Desta forma, o leitor passa a ser também autor do texto, constrói significados, renova sua recepção e a experiência estética pode levá-lo a interpretar e recriar sua relação com o mundo, se libertar do senso comum que limita sua vida cotidiana, e sentir-se seguro para atuar socialmente.
Público alvo: Alunos do 2º ano AX - Formação de Docentes
Objetivos:
Geral:
Promover, através de leituras mediadas pelos pressupostos teóricos e
metodológicos da Estética da Recepção, maior autonomia ao leitor para que,
de forma mais crítica, reflexiva e adequada ele saia do comodismo e busque
envolver-se com prazer na leitura que faz, entenda que a Literatura tem a
função de fazer a interação entre o leitor e o autor num constante
enriquecimento cultural e social alcançando assim um patamar onde possa
sentir-se seguro e capaz de modificar o texto no ato de ler e a si próprio através
da aquisição de um conhecimento científico e intelectual.
Específicos:
• Investigar o horizonte de expectativas de leitura da classe.
• Desenvolver formas diversas de apresentar o texto para a turma.
• Valorizar a leitura e a fruição, sem perder de vista a dimensão
histórica da obra.
• Superar a ideia de que uma obra esteja vinculada apenas no seu
contexto original.
• Descobrir as relações entre textos e ampliar seus horizontes, no
diálogo com outros textos.
• Proporcionar experiências de leitura que promovam a interação
do leitor
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com a obra e a representação de mundo do autor.
• Ampliar os horizontes de leitura que os alunos possuem
alargando suas fronteiras com novas leituras.
CONTEÚDO DE ESTUDO
Quinhentismo – Literatura Jesuítica e de Informação
PROCEDIMENTOS/MATERIAL DIDÁTICO
1 – Determinação do horizonte de expectativas - efetivam-se nessa etapa,
através de observações, conversas, atividades, pesquisa, coleta de dados,
sugestões de temas para que se possa atender ao horizonte de expectativas
dos alunos.
Os alunos responderão ao questionário abaixo. O objetivo será verificar
a condição inicial de leitura. Outro questionário será aplicado no final das
atividades para constatar a condição final de leitura.
Professor PDE: Maria Ivone Zarth
Colégio Estadual João XXIII – EFMN - Clevelândia – PR
Núcleo Regional – Pato Branco
2º ano AX – Formação de Docentes
1 – Você observa seus pais e irmãos lerem:
( ) sempre ( ) quase sempre ( ) às vezes ( ) nunca
2 – Quando você era criança os adultos liam ou contavam histórias para
você:
( ) sempre ( ) quase sempre ( ) às vezes ( ) nunca
3 – Com qual frequência você lê?
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( ) sempre ( ) quase sempre ( ) às vezes ( ) nunca
4 – Geralmente, você lê:
( ) revistas ( ) livros ( ) jornais ( )outros
5 – Quantos livros você leu este ano?
( ) nenhum ( ) um ( )dois ( ) três ou mais
6 – Quando você lê um texto ou um livro:
( ) entende com facilidade;
( ) precisa reler para entender;
( ) pede explicações ao professor ou colega;
( ) não entende e perde o interesse.
7 – Você lê com:
( ) fluência, respeitando a pontuação;
( ) sua leitura é lenta;
( ) erra algumas palavras.
8 - Qual foi o livro que você leu e gostou? Por quê?
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9 – E poesias, você gosta de ler? Por quê?
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10- Você já leu ou ouviu a história do Descobrimento do Brasil? O que lembra
sobre isso?
Leia o fragmento:
9
Domingo, 21 de dezembro de 2008
Caravela “Príncipe Regente”- F. São Marcelo
Brasil 500 anos “Nau Capitânea“ e a caravela “Príncipe Regente “ Para os
festejos dos 500 anos do Brasil, entre outras tantas homenagens e festejos, foi
idealizada a construção de uma réplica da “Nau Capitânea“, de Cabral, que
deveria ser a dona da festa. Todos os recursos foram disponibilizados para que
a nau fosse um sucesso absoluto, mas o que se viu foi um verdadeiro desastre,
quase mesmo uma tragédia!... Além da frustração do público, diria, do país
inteiro, houve prejuízos materiais de monta, que ultrapassaram a cifra de
quatro milhões de reais .Todo, dinheiro público! Logo na primeira saída, a “Nau
Capitânea“ deu chabú.(...)
Leia a notícia completa do jornal disponível em:
http://sarnelli-coisasdabahia.blogspot.com/2008/12/caravela-prncipe-regente-
fso-marcelo.html
Observe a ilustração que acompanha a notícia.
Responda oralmente
Que sensações ou emoções ela lhe sugere?
Que sentimento melhor expressaria essa imagem?
Quais palavras que em sua opinião melhor explicariam a cena?
Vamos ao laboratório de informática pesquisar as possíveis causas que
contribuíram para o insucesso da réplica da caravela e o que nos conta
a História do Descobrimento do Brasil. Na próxima aula voltaremos ao
assunto.
2 – Atendimento do horizonte de expectativas - o professor fornece textos
que atendam e não choquem às expectativas do público leitor.
10
Debate das possíveis causas para o insucesso da réplica da caravela
que não flutuou e do que foi apurado sobre a descoberta do nosso país.
Leitura da Carta de Pero Vaz de Caminha, do historiador Henrique
Campos Simões, em História em Quadrinhos.
Assistir vídeo “O Achamento do Brasil” de Henrique Campos Simões.
3 – Ruptura do horizonte de expectativas - com novos textos que se
assemelham aos temas já trabalhados na etapa anterior o professor busca
abalar as certezas com novos desafios, com atividades diferenciadas trazendo
exigências maiores para que os alunos percorram novos caminhos e percebam
que um mesmo tema possui inúmeras possibilidades de ser abordado
dependendo da intenção de seu autor.
Esta aula será chamada de Sarau Lírico. Os alunos conhecerão quatro
sequências didáticas para a leitura em voz alta: domínio de pausas; entonação
expressiva; ritmo e volume vocal. Os alunos lerão os poemas silenciosamente.
Logo após, o professor explicará algumas maneiras diferentes de ler um poema
e pedirá que os alunos escolham uma delas ou que inventem outro jeito.
Algumas sugestões são: gritando, falando grosso (grave), falando fino (agudo),
bocejando, gargalhando, destacando as sílabas, falando de maneira suave, de
maneira zangada, cochichando, etc. Para finalizar, os alunos escolherão o
modo que mais “combine” com o poema.
●Poemas selecionados:
Erro de português (Oswald de Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
(...)
ANDRADE, Oswald de. Erro de português. In. Pau-Brasil. São Paulo: Editora Globo, 2003.
11
Brasil (Oswald de Andrade)
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
-- Sois cristão?
-- Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
(...)
ANDRADE, Oswald de. Brasil. In Primeiro Caderno do aluno de poesia,Oswald de Andrade. 4 ed. São Paulo: Editora Globo, 2005, p.41
A descoberta (Oswald de Andrade)
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava de páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
(...)
ANDRADE, Oswald de. A descoberta. In Poesias reunidas. 3.ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira,1972.
As meninas da Gare (Oswald de Andrade)
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
(...)
ANDRADE, Oswald de. As meninas da gare. In Pau-Brasil. 2 ed. São Paulo: Globo, 2003, p.108
Oswald de Andrade inovou a poesia criando pequenos poemas
chamados poema-pílula nos quais sempre há um caráter visual.
No poema “Erro de português”, a primeira imagem que nos vem é sobre
o ato de “vestir” e de “despir”, pois a forma como nos vestimos é um reflexo da
sociedade a que pertencemos. As roupas de determinado povo refletem seus
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hábitos, sua cultura. Observem também que os portugueses chegaram
“debaixo duma bruta chuva”. As condições externas alheias a nossa vontade
influenciam o que acontece conosco. Visto isso, agora pensem um pouco: o
que é o ato de “vestir” e de “despir” nessa situação de encontro de civilizações?
O que realmente representa a chuva e o sol, neste poema?
Oswald ironiza o descobrimento e supõe como seria o país caso o índio
vencesse o choque cultural.
Caso os índios nativos do Brasil, impusessem sua cultura para a
tripulação portuguesa. Como seria então narrada a nova história do
Brasil? Quais as possíveis mudanças de comportamento?
Leia em voz alta a poesia de Oswald de Andrade “Erro de Português” e
oralmente comente: por que erro de português? Este título tem algo a
ver com a maneira como falamos ou escrevemos a língua portuguesa?
Seria um erro aceitar a cultura indígena conforme a proposta da questão
anterior?
A Espanha, a Suíça e o Paraguai, entre outros países, possuem duas ou
mais línguas oficiais. Por que razão a língua indígena, o Tupi, não é
considerada a nossa segunda língua?
●Analisando o poema As Meninas da Gare
Oswald parodia o escrivão português nos versos do poema que
remetem ao trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha descrevendo fisicamente
algumas índias avistadas na praia, pelos portugueses, quando do
descobrimento do Brasil, mas a referência do título “As meninas da gare” (gare
– em francês, estação), o poeta desloca a imagem da inocente nudez das
índias para a da prostituição das garotas que fazem “ponto” nas estações.
• Releia o poema Brasil e indique oralmente a alternativa correta:
A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da
manifestação do
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a) poeta e do colonizador apenas.
b) colonizador e do negro apenas.
c) negro e do índio apenas.
d) colonizador, do poeta e do negro apenas.
e) poeta, do colonizador, do índio e do negro.
Este texto mostra a formação do Brasil de forma humorística como
uma junção de elementos diferentes. Desta forma é correto afirmar
que a visão apresentada pelo texto é:
a) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação
nacional enquanto sugere que tudo acaba bem.
b) inovadora, porque mostra que portugueses, negros e índios são
três raças que pouco contribuíram para a formação da identidade
brasileira.
c) Moralizante, pois aponta a predominância de elementos primitivos
e pagãos, a precariedade da formação cristã do Brasil.
d) Preconceituosa, pois critica índios e negros e valoriza apenas o
europeu.
e) Negativa, pois mostra anarquia e falta de seriedade na formação
do Brasil.
●Após a leitura dos poemas e as inferências dos alunos veremos o
conceito de intertextualidade para que fique clara a eles a intenção do
próximo trabalho: analisar discursos partindo de sua relação dialógica
com outros discursos que façam parte da memória cultural do
leitor/produtor. Essa sistematização pode partir da definição de Koch:
“A intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido
outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da
memória social de uma coletividade”. (KOCH, Ingedore Villaça.
14
Ler e compreender: os sentidos do texto – São Paulo: Contexto,
2006, p. 86).
Nesse momento, o professor abrirá espaço para o aluno se manifestar e
oralmente buscar na memória casos de relação intertextual que venha a
conhecer e perceba o quanto é comum essas manifestações dialógicas entre
discursos sociais (em músicas, livros, propagandas, filmes).
O professor explicará aos alunos que a identificação da intertextualidade
depende do receptor. O leitor, suas informações prévias, seus conhecimentos
anteriores sobre o tema são essenciais para a identificação da
intertextualidade. Ao professor resta apontar para a importância do
conhecimento de mundo e do repertório de leitura de um leitor experiente, ou
no mínimo curioso, para que perceba o diálogo entre textos no ato da
recepção. A falta do conhecimento prévio prejudicará a produção de sentido
afastando a compreensão do leitor do objetivo comunicativo do autor.
• Vejam como estes trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha dialogam
com o poema “Erro de Português”:
<< À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as
naus. (...)>>
<< (...) aos quais mandou dar a cada um uma camisa nova e uma carapuça
vermelha (...)>>
<< (...) tinha ido o degredado com um homem que, o agasalhou e levou até
lá. Mas logo o tornaram a nós. E com ele vieram os outros que nós
leváramos. Os quais vinham já nus e sem carapuças >>
<< (...) não veio mais que uma mulher, moça a qual esteve sempre à missa,
à qual deram um pano com que se cobrisse, e puseram-lho em volta
dela.>>
• Trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal que
fazem intertextualidade com o poema “A Descoberta”:
15
<< E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que
terça-feira das oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos
alguns sinais de terra. (...) E quarta-feira seguinte, pela manhã topamos
aves (...). Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de
terra >>
<< Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela, e não lhe
queriam por a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. >>
<< Diogo Dias, (...) Depois de dançarem (...) salto real. (...)>>
• Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal que faz
intertextualidade com o poema “As meninas da Gare”:
<< Ali andavam entre eles três ou quatro moças, muito novas e muito gentis,
com cabelos muito pretos e compridos, caídos pelas espáduas, e suas
vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as
muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.>>
In Silvio Castro (org.).A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre ,L&PM,
2000.p.82.
4 – Questionamento do horizonte de expectativas – momento este de
análise comparativa das construções realizadas nestas primeiras etapas e na
comparação dos textos estudados nas etapas que se seguiram. São discutidos
os desafios enfrentados avaliando se as experiências anteriores contribuíram
ou não para superar os obstáculos textuais. ”A classe exerce sua análise,
decidindo quais textos, através de seus temas e construção exigiram um nível
16
mais alto de reflexão e, diante da descoberta de seus sentidos possíveis,
trouxeram um grau maior de satisfação. ”(BORDINI e AGUIAR, 1993, p.90 )
Escolhe-se três alunos para a realização da leitura da entrevista do
escritor indígena Kaká Verá Jecupe. Um, fará o narrador, outro o entrevistador
e o último o índio.
500 anos de desencontro
Para o escritor Kaká Jecupe, a semente do distanciamento entre
brancos e índios está na estrutura das sociedades: uma cultua o ter e a
outra o ser. Kaká Werá Jecupe é um caso raríssimo de escritor no Brasil. (...)
Isto é – O Brasil está se preparando para comemorar seus 500 anos,
para os povos indígenas são anos de descoberta ou de invasão?
Kaká Werá Jecupe – De desencontro. Desencontro que provocou e
continua provocando situações gravíssimas. (...)
A entrevista na íntegra encontra-se na revista IstoÉ, de 21/07/99, p. 7-11
Disponível também no endereço eletrônico
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/32803_500+ANOS+
DE+DESENCONTROS
Estudo do texto
Faremos esses questionamentos apenas oralmente, para que os alunos
não associem o ato de ler como objetivo final de responder questões por
escrito.
17
1 –Relembrando:
Segundo Kaká Werá Jecupe desde a chegada dos portugueses até esses
passados 500 anos, há uma história de desencontros com os povos indígenas.
Qual o fundamento desse desencontro?
a) Quais são os gravíssimos problemas que ainda hoje afetam as
populações indígenas do Brasil?
b) Que diferenças detectamos na cultura ocidental e nas culturas
indígenas?
c) Como Jecupe explica o comportamento de alguns jovens que atearam
fogo em um índio Pataxó que dormia sob um abrigo de usuários de
ônibus e que veio a morrer em consequência das queimaduras, em
20/04/1977, em Brasília?
d) Centenas de povos indígenas desapareceram. O que o Brasil perdeu
com isso? Por quê?
e) Jecupe referiu-se aos povos indígenas da Amazônia com a expressão
“são nossos professores de ancestralidade”. O que isso significa?
f) Como o povo tupi-guarani concebe a linguagem?
g) Jecupe diz que “os cantos e as danças afinam, alinham o nosso [do seu
povo] estar no mundo” De que forma isso ocorre?
h) Na cosmovisão relatada por Jecupe, qual é o sentido do silêncio?
i) Como as culturas indígenas relacionam-se com o sonho?
j) Relate como se diferem as concepções de escrita dos ocidentais e dos
povos indígenas.
Jogos interativos sobre o “Achamento do Brasil” disponível em:
http://www.smartkids.com.br/jogos-educativos/descobrimento-do-brasil-
quiz.html
Jogo da Velha, Jogo da Forca e Quebra Cabeça disponíveis no
CD-ROM “O Achamento do Brasil”, de Henrique Campos Simões.
Após os jogos leremos os textos:
18
●Cabral não foi o primeiro a chegar ao país
Em dezembro de 1498, uma frota de oito navios, sob o comando de
Duarte Pacheco Pereira, atingiu o litoral brasileiro e chegou a explorá-lo, à
altura dos atuais estados do Pará e do Maranhão.(...)
●Cabral chega ao Brasil
Rumo ao Ocidente, a frota chegou às ilhas Canárias cinco dias depois da
partida e dirigiu-se para o arquipélago de Cabo Verde, onde uma nau
desapareceu no mar. Após tentar em vão encontrá-la, o comandante decidiu
seguir a viagem. Cruzou a linha do Equador a nove de abril, seguindo uma rota
para o sudoeste que avançava nessa direção, comparativamente ao caminho
seguido por Vasco da Gama.(...)
●Cabral chegou ao Brasil por acaso?
Durante muitos anos, um outro aspecto da viagem de Cabral provocou
polêmica: a chegada dos portugueses ao Brasil teria ocorrido devido ao acaso?
Atualmente, à luz dos fatos conhecidos, a teoria da intencionalidade já conta
com o aval da ciência.(...)
●Troca de gentilezas: inicia o escambo
A chegada ao Brasil, o desembarque e a estadia dos portugueses na
terra foram documentados por vários integrantes da expedição, que
escreveram cartas ao rei relatando os fatos. (...)
●Índios a bordo
No segundo contato entre brancos e índios aconteceu na noite do dia seguinte,
no lugar a que os portugueses chamaram de Porto Seguro.(...)
●Primeira missa realizada no Brasil
Entre 24 e 25 de abril, um número maior de portugueses foi a terra e os
contatos com os índios foram freqüentes. Na impossibilidade de comunicação
lingüística, as tentativas de entendimento se basearam na troca de produtos
entre índios e portugueses.(...)
19
●Ao som de um tamborim
O caráter festivo dos encontros entre brancos e índios foi a regra
durante todos os dias em terra, embora portugueses não deixassem de manter
uma postura de desconfiança.(...)
●Terra dos Papagaios
Somente em setembro os portugueses atingiriam Calicute. Enfrentaram
a hostilidade dos comerciantes muçulmanos que resultou num ataque à feitoria
estabelecida pelos portugueses, em dezembro de 1500 (nele morreu o escrivão
Pero Vaz de Caminha).(...)
Textos de Antonio Carlos Olivieri, escritor, jornalista e diretor da Página 3
Pedogogia & Comunicação, disponíveis em:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u42.jhtm
5 – Ampliação do horizonte de expectativas – É o momento da tomada de
consciência individual, perceber que as leituras realizadas não foram mera
formalidade ou uma maneira de preencher o horário da escola, mas sim, para
adquirir novas experiências proporcionadas pela leitura, aprofundar e ampliar
suas perspectivas, pois o novo horizonte de expectativas pode ser novamente
confrontado para a produção de novos conhecimentos.
“[...] o final desta etapa é o início de uma nova aplicação do método, que evolui em espiral, sempre permitindo aos alunos uma postura mais consciente em relação à literatura e a vida [...] com o aprimoramento da leitura numa percepção estética e ideológica mais aguda e com visão crítica sobre sua atuação e a de seu grupo, o aluno torna-se agente da aprendizagem, determinando ele mesmo a continuidade do processo num constante enriquecimento cultural e social.” (BORDINI e AGUIAR, 1993, p.91).
20
Seminário conclusivo do que se sabia e do que foi aprendido durante o
estudo sobre a Descoberta do Brasil.
Visita ao museu indígena de Clevelândia.
Visita a aldeia indígena de Clevelândia. Em parceria com o professor de
Educação Física promoveremos jogos da cultura do homem branco e
jogos característicos da cultura indígena.
Após pequeno resumo das obras abaixo citadas, feito pelo professor
ficará a sugestão de leitura dos livros “A Terra dos Mil Povos” de Kaká
Jecupe; “1808” e “1822” de Laurentino Gomes; e “Quarup” de Antonio
Calado.
Avaliação:
O professor apresentará aos alunos os conteúdos e as habilidades a
serem trabalhados no período. O aluno se auto avaliará refletindo o que já sabe
sobre o assunto e posteriormente o que aprendeu. Na sequência verá o que foi
confirmado das informações prévias que era sabedor no início do processo e
por último analisará a bagagem de conhecimentos adquiridos, sua quantidade
e qualidade se relacionada com o saber que ele detinha no início do processo.
A avaliação será diagnóstica integrada e formativa unificada ao processo de
ensino e aprendizagem do aluno. Portanto pretende-se através da avaliação
formativa, construir uma avaliação somativa democrática, sustentada em
princípios éticos, próprios de uma concepção humanista de educação, que
supere a reprodução do controle social sobre o aluno normatizada pela
sociedade vigente.
ORIENTAÇÕES/ RECOMENDAÇÕES
Geralmente, as aulas de Língua Portuguesa são conduzidas pelo
professor. É ele quem escolhe os textos que os alunos devem ler, marca o
tempo disponível para sua execução e determina quais informações devem ser
deles retiradas. Desta forma, busca-se um saber através de um fazer e reforça-
21
se o caráter utilitário do ato de ler. O aluno cria aversão à leitura de obras
literárias ou a leituras com objetivos individuais, fora da sala de aula. Agindo
assim, sem mostrar ao aluno a leitura por prazer em ler colaboramos com o
aumento das estatísticas que apontam o mau preparo de nossos alunos no
quesito leitor proficiente, capaz de compreender o texto, suas informações
explícitas e implícitas. Usamos a leitura como um meio de avaliar, quando
deveríamos proporcionar, através dela, ao aluno, o prazer de refletir, discutir,
buscar novos significados.
Reflitamos: enquanto professor atuante na escola não seria de nossa
responsabilidade formar o aluno/leitor crítico? Ou seja, não deveríamos servir
de mediadores, mostrarmos ao aluno que a recepção estética é um jogo, pois
jogamos com o texto e somos jogados por ele? Podemos utilizar a literatura
como representação de experiências humanas, para que o aluno faça
escolhas, desprenda-se das limitações cotidianas, confronte-se com o texto,
dialogue e interaja, tomando decisões que realcem a língua viva, em
movimento, passível de transformá-lo como sujeito capaz de atuar na mudança
social?
Todo texto traz consigo uma complexa subjetividade. A experiência que
o leitor possui leva-o além do reconhecimento de objetos e situações
representadas e pode modificar tanto o que está escrito quanto a si mesmo. A
interação do leitor com o texto pode propiciar, ou não, a recepção estética.
A partir dessa constatação pretendemos investigar em que sentido os
pressupostos teórico metodológicos da Estética da Recepção de Hans Robert
Jauss e a teoria do Efeito de Wolfgang Iser podem desfazer o caráter utilitário
da leitura e servirem como suporte teórico para construir uma reflexão válida
que desenvolva a Leitura Estética em alunos envolvendo-os no objetivo de
melhorar a qualidade de leitura, principalmente as de obras literárias, reflexão e
visão crítica dos acontecimentos e de sua vivência no mundo de forma que ele
possa sentir-se seguro para interagir na sociedade em que está inserido.
22
AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
O tema deste estudo “Uma metodologia baseada na Estética da
Recepção e no Método Recepcional” desenvolve questões fundamentais úteis
também no momento da avaliação como, por exemplo: O que os alunos já
sabem sobre o conhecimento que se pretende desenvolver? Que experiências
já tiveram com o conteúdo a ser apresentado? Que habilidades poderão ser
mobilizadas e quais deverão ser desenvolvidas?Quais são as diferentes formas
de aprendizagem? Estes questionamentos são essenciais para avaliarmos o
aluno a partir de suas possibilidades de avanço sem compará-lo a colegas que
de repente possuíam conhecimentos prévios maiores ou menores que os seus
e puderam avançar mais ou menos, de acordo com seu estímulo e suas
potencialidades. Resumindo: a avaliação desta forma será processual,
dialógica levando em conta o que os alunos já sabem com o que podem saber
e com o modo como aprendem.
Desta forma vê-se a avaliação escolar com o firme propósito de
contribuir para o êxito do bom ensino. Pretende-se avaliar com o objetivo de
reconhecer o que foi apreendido e repensar a prática para promover mudanças
em busca da efetiva aprendizagem de determinados conteúdos. Dessa forma,
antes de iniciar o processo avaliativo a pergunta: por que se avalia? deve obter
sempre uma resposta. Determinados os objetivos pretendidos, alunos e
professores sentir-se-ão mais seguros e interados às ações do processo
ensino/aprendizagem. Desta forma o professor é capaz de repensar sua práxis
e promover ajustes capazes de sanar possíveis falhas em sua prática
pedagógica.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, Oswald de. Pau-Brasil, São Paulo,Editora Globo, 2003
________ In Primeiro Caderno do aluno de poesia, Oswald de Andrade, 4
ed. São Paulo,Editora Globo,2005, p.41
________ Poesias reunidas 3.ed.Rio de Janeiro; Civilização Brasileira,1972.
________ Pau-Brasil. 2 ed. São Paulo, Globo,2003,p.108
BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1993.
CASTRO, Silvio, A carta de Pero Vaz de Caminha, 2.ed., Porto Alegre, L&PM,
2000.p.82
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
SIMÕES, Henrique Campos, O Achamento do Brasil – A Carta de Pero Vaz de
Caminha a El-Rei D. Manuel em quadrinhos, 2.ed., Ilhéus-BA, Editora da
UESC, 2000.
________ CD-ROM, O Achamento do Brasil – A Carta de Pero Vaz de
Caminha a El-Rei D. Manuel em quadrinhos, 2.ed., Ilhéus-BA, Editora da
UESC, 2000.
ZILBERMAN, R. Estética da Recepção e História da Literatura, São Paulo,
Ática, 1989.
________ SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura: perspectivas interdisciplinares. 5 ed. São Paulo: Ática, 1991.
24
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u42.jhtm
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/32803_500+ANOS+DE+D
ESENCONTROS
http://sarnelli-coisasdabahia.blogspot.com/2008/12/caravela-prncipe-regente-
fso-marcelo.html
http://www.smartkids.com.br/jogos-educativos/descobrimento-do-brasil-
quiz.html
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