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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
ANÁLISE DO DESEMPENHO ACÚSTICO DO SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNO E DO SISTEMA DE PISO PARA UMA EDIFICAÇÃO MULTIFAMILIAR POR MEIO DE ENSAIOS DE
CAMPO – ESTUDO DE CASO – SANTA MARIA, RS
Santa Maria, RS 2017
Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
ANÁLISE DO DESEMPENHO ACÚSTICO DO SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL
INTERNO E DO SISTEMA DE PISO PARA UMA EDIFICAÇÃO MULTIFAMILIAR
POR MEIO DE ENSAIOS DE CAMPO – ESTUDO DE CASO – SANTA MARIA, RS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira Civil.
Orientadora: Prof.ª Gabriela Meller
Santa Maria, RS 2017
Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
ANÁLISE DO DESEMPENHO ACÚSTICO DO SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL
INTERNO E DO SISTEMA DE PISO PARA UMA EDIFICAÇÃO MULTIFAMILIAR
POR MEIO DE ENSAIOS DE CAMPO – ESTUDO DE CASO – SANTA MARIA, RS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira Civil.
Aprovado em 11 de julho de 2017:
____________________________________ Gabriela Meller (UFSM) (Presidente/orientadora)
____________________________________ Giane de Campos Grigoletti, Dra. (UFSM)
____________________________________ Talita Pozzer (UFSM)
Santa Maria, RS 2017
Agradecimentos
Tudo o que realizamos não é apenas nosso mérito e sim de todos aqueles que
de alguma forma tornam possível a concretização de nossos objetivos e sonhos. Pois,
se as relações humanas são necessárias para a felicidade das pessoas, o sentimento
de gratidão por aqueles que estão conosco é valiosíssimo.
Agradeço:
- aos meus pais, Emanuel e Marta, por terem me ensinado os valores mais
importantes, por terem me incentivado incansavelmente e por todo amor e carinho
dedicados a mim;
- à minha irmã, Maria Eduarda, por toda a amizade e cumplicidade que
compartilhamos sempre;
- ao Tiago, por todo o companheirismo, apoio e incentivo durante todos esses
anos de engenharia;
- à minha orientadora, professora Gabriela, que se mostrou extremamente
solícita e dedicada;
- à professora Talita, que me auxiliou de forma a tornar possível a realização
deste trabalho;
- à professora Giane, que foi tão atenciosa ainda no período de decisão sobre
o tema de pesquisa e orientação;
- a todos os amigos do curso de Engenharia Civil;
- à Universidade Federal de Santa Maria, que foi quase como uma segunda
casa nesses nove anos, desde o ensino médio;
Enfim, o meu muito obrigada a todas e todos que de alguma forma se fizeram
presentes nessa fase tão importante da minha vida!
RESUMO
ANÁLISE DO DESEMPENHO ACÚSTICO DO SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNO E DO SISTEMA DE PISO PARA UMA EDIFICAÇÃO MULTIFAMILIAR
POR MEIO DE ENSAIOS DE CAMPO – ESTUDO DE CASO – SANTA MARIA, RS
AUTORA: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro ORIENTADORA: Gabriela Meller
Em suas casas, as pessoas buscam um refúgio da rotina movimentada, do barulho constante do trânsito e dos incômodos comuns de lugares urbanizados, porém, a tranquilidade e o conforto necessários, muitas vezes, não são encontrados nas moradias, pois as paredes e lajes não cumprem de forma eficaz a função de vedação acústica entre os apartamentos vizinhos. Desde 2013, a norma de desempenho que estabelece critérios para o desempenho das edificações passou a vigorar no Brasil trazendo para a indústria da construção civil o enfoque na qualidade do produto entregue ao usuário e levando aos projetistas e construtores a se preocuparem mais com o desempenho acústico dos elementos de vedação vertical e horizontal utilizados entre apartamentos. Este estudo consistiu na avaliação de desempenho do ruído aéreo e de impacto através de ensaios de campo das compartimentações internas de uma edificação localizada na cidade de Santa Maria que não adotou técnicas específicas para isolamento sonoro. Realizou-se, também, uma repetição dos ensaios em diferentes pavimentos com ambientes de mesma configuração para avaliar se os ensaios de isolamento acústico que atestam o desempenho através de um único elemento de vedação vertical ou horizontal podem ser atribuídos para todo o conjunto residencial. Em relação ao sistema de vedação vertical interno constituído de bloco cerâmico estrutural 7 Mpa 14x19x29 cm com argamassa de assentamento 4 Mpa e 1,5 cm de reboco de gesso em cada face verificaram-se valores de isolamento incompatíveis com os critérios estipulados pela norma de desempenho, sendo que a diferença padronizada do nível de pressão sonora (𝐷𝑛𝑇,𝑊) não alcançou o mínimo
exigido pela NBR 15.575-4 (ABNT, 2013d). Já o sistema de piso constituído de laje maciça de concreto com 10 cm, contrapiso de 4 cm e revestimento cerâmico apresentou o desempenho mínimo exigido pela NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c) para o valor da diferença padronizada do nível de pressão sonora (𝐷𝑛𝑇,𝑊) e do nível de
pressão sonora de impacto padronizado (𝐿′𝑛𝑇,𝑊). Sobre a atribuição dos valores de
sistemas localizados para a edificação como um todo, concluiu-se que os valores de isolamento são válidos apenas para sistemas com a mesma configuração dos avaliados possuindo os mesmos materiais e dimensões. Palavras-chave: Isolamento sonoro. Desempenho de edificações. Construção civil.
ABSTRACT ANALYSIS OF ACOUSTIC PERFORMANCE OF INTERNAL VERTICAL SEALING SYSTEM AND THE FLOORING SYSTEM FOR A MULTIFAMILIAR EDIFICATION TROUGH THE MEANS OF FIELD TRIALS – CASE STUDY – SANTA MARIA, RS
AUTHOR: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
ADVISER: Gabriela Meller
In your homes, people search for a hideaway from the restless routine, the constant traffic noises and regular annoyance of the urban places, but tranquility and the necessary comfort, most of the times, are not to be found in houses, because walls and slabs cannot carry out efficiently the function of sealing the acoustics between the neighbors apartments. Since 2013, the norm that establishes criteria for the performance of edifications came into action in Brazil, bringing for the building industry the focus on quality of the product delivered to the costumer and making the draftsmen and engineers to worry even more about the acoustic performance of the horizontal or vertical isolating materials utilized between apartments. This study consists on the evaluation of the impactating airborne noises through field trials of the internal compartments from an edification localized in the city of Santa Maria which have not adopted the specific techniques for acoustic isolation. It was also carried out a repetition of the trials on different flooring with environments of the same configuration to evaluate if the trials of acoustic isolation that attest the performance through only one element of vertical or horizontal sealing can be attributed to the whole residential set. In relation to the internal vertical sealing system constituted of structural ceramic block 7 Mpa 14x19x29 cm with settlement grout 4 Mpa and 1,5 cm of wallboard plaster in each face, are verified incompatible isolation values with the stipulated criteria by the performance norm, being that the standarized difference of the sonorous pressure level (𝐷𝑛𝑇,𝑊) have not achieved the minimum required by the NBR 15.575-4 (ABNT,
2013d). The flooring system constituted of massive slab of concrete with 10 cm, underfloor of 4 cm and ceramic covering showed the minimum performance required by the NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c) for the value of the standarized sonorous pressure level (𝐷𝑛𝑇,𝑊) and the standarized impact of the sonorous pressure level
(𝐿′𝑛𝑇,𝑊). About the attribution of localized system values for the edification as a whole,
it is concluded that the isolation values are valid only for systems with the same configuration of the evaluated ones, having the same material and dimensions. Keywords: Sound insulation. Performance of buildings. Civil construction.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representação esquemática da onda sonora e suas propriedades......... 16 Figura 2– Representação esquemática do funcionamento do ruído aéreo (A) e do ruído de impacto (B) .................................................................................................. 17 Figura 3 - Perda de transmissão em paredes simples espessas .............................. 19 Figura 4 – Representação esquemática do sistema de contrapiso flutuante ............ 20 Figura 5 – Planta baixa da edificação para ilustração dos dormitórios avaliados...... 27 Figura 6– Corte da edificação para ilustração dos elementos de vedação vertical ... 28 Figura 7– Corte da edificação para ilustração dos elementos entrepisos avaliados . 29 Figura 8 – Máquina de impacto padronizada utilizada para medição de isolamento ao ruído de impacto ........................................................................................................ 30 Figura 9– Alto-falante omnidirecional dodecaédrico utilizado para medição de isolamento ao ruído aéreo e tempo de reverberação. ............................................... 30 Figura 10 – Fotos realizadas durante as medições: medidor de NPS (A), microfone (B) e calibrador (C). ................................................................................................... 31 Figura 11 – Termo-higrômetro utilizado nas medições ............................................. 31 Figura 12 – Representação sistemática da parede avaliada ..................................... 42 Figura 13– Diferença padronizada de NPS da parede entre os dormitórios 307 e 308 .................................................................................................................................. 43 Figura 14– Diferença padronizada de NPS da parede entre os dormitórios 407 e 408 .................................................................................................................................. 44 Figura 15 – Diferença padronizada de NPS da parede entre os dormitórios 507 e 508 .................................................................................................................................. 45 Figura 16– Curvas de isolamento ao ruído aéreo dos SVVIs analisados .................. 46 Figura 17 – Planta baixa estrutural dos dormitórios com locação dos pontos elétricos .................................................................................................................................. 47 Figura 18 – Representação sistemática do sistema de piso avaliado ....................... 48 Figura 19 – Diferença padronizada de NPS da laje entre os dormitórios 308 e 408 . 49 Figura 20– Diferença padronizada de NPS da laje entre os dormitórios 408 e 508 .. 50 Figura 21– Diferença padronizada de NPS da laje entre os dormitórios 508 e 608 .. 51 Figura 22– Curvas de isolamento ao ruído aéreo dos SPs analisados ..................... 52 Figura 23 – NPS de impacto padronizado da laje entre os dormitórios 308 e 408 .... 53 Figura 24 – NPS de impacto padronizado da laje entre os dormitórios 408 e 508 .... 54 Figura 25– NPS de impacto padronizado da laje entre os dormitórios 508 e 608 ..... 56 Figura 26 – Curvas de isolamento ao ruído aéreo dos SP analisados ...................... 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Sons compreendidos entre o limiar da audição e o limiar da dor ........... 23 Quadro 2 – Valores de referência para ruído aéreo .................................................. 36 Quadro 3 – Diferença padronizada de nível ponderada entre ambientes, DnT,w para SVVI .......................................................................................................................... 37 Quadro 4– Critérios de diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w para SP 38 Quadro 5 – Valores de referência para ruído de impacto .......................................... 40 Quadro 6 – Critério e nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado, L’nT,w .................................................................................................................................. 41 Quadro 7 – Valores de isolamento para a parede entre os dormitórios 307 e 308 ... 43 Quadro 8 – Valores de isolamento para a parede entre os dormitórios 407 e 408 ... 44 Quadro 9 – Valores de isolamento para a parede entre os dormitórios 507 e 508 ... 45 Quadro 10 – Desempenho dos SVVI ao ruído aéreo ................................................ 46 Quadro 11 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 308 e 408 ............................................................................................................................ 49 Quadro 12 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 408 e 508 ............................................................................................................................ 50 Quadro 13 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 508 e 608 ............................................................................................................................ 51 Quadro 14 – Desempenho dos SPs ao ruído aéreo .................................................. 53 Quadro 15 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 308 e 408 ............................................................................................................................ 54 Quadro 16 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 408 e 508 ............................................................................................................................ 55 Quadro 17 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 508 e 608 ............................................................................................................................ 56 Quadro 18– Desempenho dos SP ao ruído de impacto ............................................ 57
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 10 1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 12 1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 13 2.1 A NORMA DE DESEMPENHO ........................................................................ 13 2.2 CONFORTO, DESEMPENHO E ISOLAMENTO ACÚSTICO .......................... 14 2.3 O SOM ............................................................................................................. 15 2.4 O RUÍDO .......................................................................................................... 16 2.5 ISOLAMENTO ACÚSTICO NAS EDIFICAÇÕES ............................................. 18 2.6 MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE ISOLAMENTO ACÚSTICO .............................. 21 2.6.1 Método de precisão ........................................................................................ 21 2.6.2 Método de engenharia ................................................................................... 21 2.6.3 Método simplificado de campo ..................................................................... 22 2.7 NÍVEL DE PRESSÃO SONORA ...................................................................... 22 2.8 RUÍDO DE FUNDO .......................................................................................... 23 2.9 TEMPO DE REVERBERAÇÃO ........................................................................ 24 3 METODOLOGIA .............................................................................................. 26 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO ............................................................ 26 3.2 SISTEMÁTICA E NORMAS UTILIZADAS ........................................................ 26 3.3 EQUIPAMENTOS ............................................................................................ 29 3.4 MEDIÇÃO E CÁLCULO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO ........................... 32 3.5 MEDIÇÃO E CÁLCULO DO RUÍDO DE FUNDO ............................................. 32 3.6 MEDIÇÃO E CÁLCULO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA ......................... 33 3.7 MEDIÇÃO, CÁLCULO E ENQUADRAMENTO DE DESEMPENHO DO RUÍDO AÉREO PARA AS LAJES E PAREDES .............................................. 34 3.8 MEDIÇÃO, CÁLCULO E ENQUADRAMENTO DE DESEMPENHO DO RUÍDO DE IMPACTO DAS LAJES .................................................................. 38 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................. 42 4.1 SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNO .............................................. 42 4.1.1 Valores de isolamento ao ruído aéreo .......................................................... 42 4.1.2 Desempenho ao ruído aéreo ......................................................................... 46 4.2 SISTEMA DE PISO .......................................................................................... 47 4.2.1 Valores de isolamento ao ruído aéreo .......................................................... 48 4.2.2 Desempenho ao ruído aéreo ......................................................................... 52 4.2.3 Valores de isolamento ao ruído de impacto ................................................ 53 4.2.4 Desempenho ao ruído de impacto ................................................................ 57 5 CONCLUSÕES ............................................................................................... 58 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 60 APÊNDICE A – RELATÓRIOS DE ENSAIOS ................................................ 62
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1 INTRODUÇÃO
Desde o momento do nascimento, o ser humano passa a ser influenciado pelo
meio em que vive. Se o ambiente em que a pessoa se encontra estiver tranquilo,
existirá uma tendência de ela ficar também em um estado de tranquilidade. Da mesma
forma, se o ambiente estiver conturbado, a pessoa tenderá a ficar agitada. Em suas
casas, as pessoas buscam um refúgio da rotina movimentada, do barulho constante
do trânsito e dos incômodos comuns de lugares urbanizados. Afinal, conforme Paixão
(2002) afirma: a qualidade de vida depende, entre outras coisas, de níveis sonoros
adequados à natureza física e psicoemocional das pessoas.
Porém, a tranquilidade e o conforto necessários para um bom descanso, muitas
vezes, não são encontrados nas moradias, pois paredes e lajes não cumprem de
forma eficaz a função de vedação entre os apartamentos vizinhos. É possível escutar
conversas, brincadeiras e festas que ocorrem no apartamento adjacente como se elas
estivessem acontecendo no mesmo ambiente onde pretende-se dormir ou estudar.
Dessa forma, a casa que deveria servir de um lugar confortável, privativo e propício
ao repouso, passa a ser outro lugar a trazer desconforto e estresse à pessoa que nela
habita.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) afirmam que, além do ruído ser caracterizado
como um incômodo, se causado em grande quantidade e de forma constante, passa
a ser agente causador de doenças. Bistafa (2006) completa relacionando o ruído
urbano com efeitos deletérios ao organismo. Segundo ele, a exposição em níveis
elevados de pressão sonora pode causar efeitos fisiológicos como perda da audição
ou aumento da pressão arterial e efeitos psicológicos como estresse, perturbações do
sono ou baixo rendimento intelectual.
Um dos principais motivos para ser tão comum encontrar apartamentos com
baixo isolamento acústico é o foco que se tem ao construir o imóvel. Pois, para que
os investidores do mercado da construção civil obtenham maiores lucros, os
condomínios residenciais buscam, principalmente, produtividade e economia durante
a execução. Essa busca, muitas vezes, resulta em ambientes inadequados que não
priorizaram a qualidade de vida dos usuários.
Desde 2013, a NBR 15.575 – Edificações Habitacionais - Desempenho (ABNT,
2013a), que estabelece critérios para o desempenho das edificações, passou a vigorar
no Brasil trazendo para a indústria da construção civil o enfoque na qualidade do
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produto entregue ao usuário e levando aos projetistas e construtores a preocupação
com o desempenho acústico dos elementos de vedação vertical e horizontal utilizados
entre apartamentos.
Mesmo que a NBR 15.575 (ABNT, 2013) não seja diretamente relacionada ao
conforto, pois mesmo atendendo ao desempenho proposto pela norma, os edifícios
podem continuar sendo desconfortáveis, os critérios estabelecidos por ela incentivam
e auxiliam projetistas e construtores a adotarem medidas visando qualidade sonora e
conforto acústico para os usuários. Righi (2013) afirma que a norma de desempenho,
nome popular dado à NBR 15,575 (ABNT, 2013a; ABNT, 2013b; ABNT, 2013c; ABNT,
2013d; ABNT, 2013e), tem incentivado engenheiros e arquitetos a buscarem o
conforto acústico em seus projetos, pois esse conforto é essencial para as pessoas
que permanecem no ambiente.
1.1 JUSTIFICATIVA
Em grandes cidades brasileiras, há construtoras que estão buscando o
desempenho acústico das edificações investindo fortemente em soluções para
proporcionar ao cliente conforto e bem-estar ao adquirirem os imóveis por elas
construídos. Dessa forma, o desempenho exigido pela norma tornou-se um elemento
de venda e as construtoras passaram a agregar valor ao seu produto, também, através
do melhor desempenho em seus empreendimentos.
Uma prática comum nas construtoras que desejam comprovar o desempenho
acústico é realizar os ensaios de isolamento sonoro para um sistema de vedação
vertical e para um sistema de vedação horizontal e, a partir desses resultados, garantir
o desempenho da edificação. Porém, deve-se considerar que os ensaios realizados
são válidos apenas para os elementos individuais analisados e não para a edificação
como um todo, pois pode haver variações de resultados entre os elementos, mesmo
que os materiais e as espessuras sejam aproximadamente iguais. Isso ocorre por
diversas causas, como, por exemplo, erros ou métodos de execução variados,
diferenças de volume das salas, diferenças no número e posições de pontos elétricos
ou diferenças na densidade de argamassas nas paredes e lajes entre as unidades
autônomas.
Já existem empresas especializadas em acústica que fazem projetos para
isolamento sonoro e oferecem consultoria para as construtoras executarem seus
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empreendimentos de acordo com a Normativa Brasileira e, após concluída a
construção, ainda disponibilizam ensaios de campo que dão suporte à comprovação
do desempenho dos sistemas empregados nos imóveis como a Teoria – Engenharia
Acústica do Paraná, a Síntese Acústica Arquitetônica do Distrito Federal e a Harmonia
Acústica de São Paulo.
Essa realidade ainda não está presente na maior parte do Brasil, pois mesmo
com a norma de desempenho estando vigente desde 2013, percebe-se que ainda há
certa desinformação e dificuldade de adaptação da indústria da construção civil em
relação às exigências da NBR 15.575 (ABNT, 2013).
A edificação escolhida para a realização deste estudo não adotou técnicas
específicas para isolamento acústico, conforme informação da construtora. Por
conseguinte, esse trabalho objetiva verificar se as técnicas usualmente empregadas
na construção civil possuem as características de desempenho acústico exigidas pela
NBR 15.575 (ABNT, 2013a; ABNT, 2013b; ABNT, 2013c; ABNT, 2013d; ABNT,
2013e) através de um estudo de caso na cidade de Santa Maria.
Ao se verificar o desempenho dos sistemas de vedação utilizados na edificação
a ser estudada, pretende-se realizar uma repetição dos ensaios em diferentes
pavimentos com ambientes de mesma configuração e a partir dos resultados, avaliar
se os ensaios de isolamento acústico que atestam o desempenho através de um único
elemento representativo do sistema de vedação vertical ou horizontal pode ser
atribuído para todo os elementos, de acordo com a prática usual das construtoras.
Além disso, como não há um órgão fiscalizador da concordância dos
empreendimentos com as normas técnicas, percebe-se a importância de verificar o
cumprimento das normas de outras maneiras. Assim, com este trabalho pretende-se
realizar essa verificação a partir de um estudo de caso em um empreendimento
corrente de uma empresa de construção civil na cidade de Santa Maria, RS.
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1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
O trabalho tem por objetivo geral avaliar o desempenho acústico do Sistema de
Vedação Vertical Interno (SVVI) e do Sistema de Piso (SP) para uma edificação
multifamiliar em Santa Maria, RS, através dos critérios de isolamento sonoro da NBR
15.575-3 e da 15.575-4 (ABNT, 2013c; ABNT, 2013d) por meio de ensaios de campo.
1.2.2 Objetivos específicos
Analisar o nível de desempenho acústico apresentado pelo Sistema de Vedação
Vertical Interno (SVVI), quanto ao ruído aéreo em diferentes unidades autônomas.
Analisar o nível de desempenho acústico apresentado pelo Sistema de Piso (SP),
quanto ao ruído aéreo, para diferentes unidades autônomas.
Analisar o nível de desempenho acústico apresentado pelo Sistema de Piso (SP),
quanto ao ruído de impacto, para diferentes unidades autônomas.
Comparar os resultados obtidos para as diferentes unidades autônomas,
verificando se o desempenho alcançado se mantém o mesmo.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A NORMA DE DESEMPENHO
De acordo com Borges e Sabbatini (2008), os sistemas regulatórios de
construção civil possuem a função de garantir que, ao se construir de acordo com
esse conjunto de instrumentos legais, as edificações propiciarão níveis sociais de
saúde, segurança e bem-estar para o usuário.
A NBR 15.575 (ABNT, 2013) complementa o conjunto de leis e normas que
regulam a construção civil brasileira. Ferreira Neto (2009) fala sobre a importância da
Norma de Desempenho para o consumidor e para a indústria da construção civil. Para
o consumidor, a norma traz a confiança de se adquirir produtos com o desempenho
mínimo. Já para a indústria da construção civil, a norma dá suporte para a circulação
de produtos com a qualidade mínima de habitabilidade e uso.
Isso ocorre porque a norma estipula parâmetros com a função de estabelecer
uma maior confiabilidade na qualidade para as edificações construídas. Esses
parâmetros estão organizados nas 6 partes da NBR 15.575 (ABNT, 2013a; ABNT,
2013b; ABNT, 2013c; ABNT, 2013d; ABNT, 2013e). A parte 1 determina os requisitos
gerais e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais como um
todo integrado, estabelecendo as interações e interferências entre os diversos
sistemas. A parte 2 estabelece os requisitos para os sistemas estruturais. A parte 3
se refere ao desempenho dos sistemas de pisos. A parte 4 trata dos sistemas de
vedações verticais internas e externas. A parte 5 estabelece os requisitos aos
sistemas de coberturas. E a parte 6 trata dos sistemas hidrossanitários.
Todas essas partes da Norma de Desempenho são dispostas em 18 itens. Os
primeiros são referentes a conceitos, relações e fundamentos utilizados na Norma e
em cada parte como o escopo ou as exigências do usuário. Após o item 6, os itens
tratam de métodos e parâmetros de desempenho dos sistemas, como desempenho
estrutural, segurança contra incêndio, desempenho térmico ou funcionalidade e
acessibilidade, sendo que item 12 de cada uma das partes da NBR 15.575 (ABNT,
2013) trata de desempenho acústico.
Pela estrutura da norma de desempenho é possível perceber que ela é muito
ampla e trata dos mais diversos pontos referentes às edificações habitacionais,
fazendo com que o produto da indústria da construção civil passe por um grande
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controle de qualidade desde a sua concepção até a sua entrega. Também define
responsabilidades e garantias para os executores, fornecedores, projetistas e
usuários.
Essas exigências fazem com que o produto da construção civil mantenha uma
qualidade mínima para todos os usuários, não importando a classe social em que está
inserido. Paixão (1997), ao escrever sobre desempenho acústico, evidencia que a
evolução tecnológica disponibiliza materiais alternativos e com baixo custo que
viabilizam a melhoria das condições de habitabilidade e conforto das edificações,
possibilitando que a maioria das pessoas tenha acesso a qualidade de vida
proporcionada pelo desempenho acústico associada com economia de recursos e
menor desperdício de energia. Conforme Righi (2013, p.44), “o conforto acústico não
deve ser visto como luxo, mas como necessidade ligada a saúde e a qualidade de
vida”, assim como todos os outros itens que a norma aborda.
Portanto, a norma de desempenho trouxe para as edificações brasileiras uma
sistemática de controle de qualidade que impacta toda a indústria da construção civil.
De acordo com Paixão (2002), para a busca de soluções é necessária a
conscientização de todos os cidadãos: pesquisadores, projetistas, construtores e
usuários. Dessa forma, é possível garantir que os requisitos exigidos pela norma
venham a ser uma realidade para todos os novos empreendimentos brasileiros.
2.2 CONFORTO, DESEMPENHO E ISOLAMENTO ACÚSTICO
Um ponto importante a ser esclarecido é a diferença entre conforto acústico,
desempenho e isolamento acústico.
Conforto acústico pode ser entendido como algo subjetivo, pois cada pessoa
tem uma percepção diferente de conforto, assim como, um mesmo som pode causar
diferentes sensações podendo ou não gerar incômodos e descontentamentos nas
pessoas. Pavanello (2014) explica que dois seres humanos expostos ao mesmo
estímulo sonoro terão a mesma sensação sonora, porém poderão perceber o som de
forma completamente diferente. A mesma autora ainda exemplifica o caso de o evento
ser uma música, em que uma pessoa poderá julgá-la agradável e outra como
indesejável. O mesmo acontece no caso do conforto, uma pessoa pode sentir-se
confortável em um ambiente enquanto outra pode ficar extremamente estressada.
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Portanto, é difícil comparar conforto acústico em decorrência da grande subjetividade
e diferenças de percepção.
O isolamento acústico se refere à competência que um elemento ou sistema
tem de atenuar o som. De acordo com Righi (2013), o isolamento sonoro está
relacionado à capacidade de certos materiais formarem uma barreira, dificultando a
passagem das ondas sonoras de um recinto para outro. Existem métodos
normatizados para se medir o isolamento acústico de elementos e sistemas, estes
serão apresentados no item 2.6.
Já o desempenho está relacionado à classificação do isolamento acústico dos
elementos e sistemas construtivos. A NBR 15.575 define valores de isolamento para
os níveis Mínimo, Intermediário e Superior (ABNT, 2013). Diante disso, quanto maior
o desempenho dos sistemas, melhor o seu isolamento e mais confortáveis serão os
ambientes. Ainda assim, um sistema pode apresentar um desempenho Superior e o
usuário não considerar o ambiente confortável.
2.3 O SOM
O som é uma forma de energia propagada através de colisões das moléculas
do meio, sucessivamente, a partir da fonte sonora (GERGES, 1992). As ondas
sonoras são transmitidas no ar devido a pequenas mudanças causadas na pressão
atmosférica (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012).
Dessa forma, é possível interpretar o som como uma onda mecânica
propagada por um meio elástico que é causada pela variação de pressão provocada
pela vibração das partículas do meio. Na construção civil, o meio de propagação do
som é basicamente o ar e os materiais de construção (SOUZA; ALMEIDA;
BRAGANÇA, 2012).
A amplitude do som se refere ao máximo de deslocamento da partícula em
relação ao seu centro de equilíbrio provocada pela pressão exercida na atmosfera e
a frequência se refere ao número de vezes que uma partícula passa por uma mesma
fase de vibração em determinado intervalo de tempo. Outro conceito importante é o
de período, sendo este o inverso da frequência, se refere ao tempo necessário para
uma partícula passar por uma mesma fase de vibração (GERGES, 1992, SOUZA;
ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012). A Figura 1 ilustra a onda sonora e suas propriedades.
16
Figura 1 – Representação esquemática da onda sonora e suas propriedades
Fonte: Autora
O som é uma relação de causa e efeito, sendo a causa a vibração e o efeito, a
sensação fisiológica. Assim, o som também é relacionado aos estímulos que são
captados pelo sistema auditivo dos seres vivos. Esses estímulos são perturbações
psicofisiológicas que causam a sensação do som no corpo (ROUGERON, 1977).
O som tem sua origem na vibração de um objeto, provocando a vibração de
partículas do meio até ser captado pelo ouvido humano (SOUZA; ALMEIDA;
BRAGANÇA, 2012). Neste caso, o conceito de som é limitado, pois nem toda vibração
é percebida pelo ouvido humano. O ser humano percebe o som dentro de uma
determinada faixa de frequências que vai de 20 Hz a 20.000 Hz, sendo esses os
limites da audibilidade humana (MÉNDEZ et al., 1994).
Além do fato de o ser humano captar o som dentro de certos limites de
frequência, o ouvido humano tem maior sensibilidade para umas frequências que para
outras, sendo menos sensível nas baixas frequências (RIGHI, 2013). Assim, a
percepção do som varia de acordo com a frequência e pressão em que é gerado.
2.4 O RUÍDO
A maneira como cada pessoa percebe o som depende das suas experiências
cognitivas e afetivas, e da situação no momento da exposição ao evento sonoro. Por
isto, um mesmo som pode provocar diferentes efeitos, sentimentos e memórias em
17
cada pessoa. Ainda assim, existem sons, com características definidas, que quase
sempre causam sensações desagradáveis e incômodo aos seres humanos, seja pelo
desconforto físico ou psicológico. Esses sons podem ser chamados de ruídos
(PAVANELLO, 2014).
O ruído é entendido como todo o som indesejável à atividade de interesse.
Mesmo uma música pode ser considerada ruído, uma vez interferindo no bom
andamento das atividades, nos objetivos dos espaços ou prejudicando a função do
ambiente (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012).
Os ruídos podem ter origens internas e externas às edificações. Os ruídos
externos se referem aos provocados por ruídos do trânsito, carros de som, latidos de
cães e qualquer outra fonte sonora que seja proveniente do ambiente externo à
edificação. Os internos são causados, principalmente, pelos vizinhos ou pelos
sistemas de instalações da edificação. Alguns exemplos de ruídos internos são o ruído
da descarga sanitária, o ruído do caminhar das pessoas e o ruído de conversas no
corredor.
Figura 2– Representação esquemática do funcionamento do ruído aéreo (A) e do
ruído de impacto (B)
Fonte: Manual PróAcustica (2015)
18
Os ruídos podem ser classificados como aéreo ou de impacto, dependendo do
meio em que se propagam na origem. O ruído aéreo como aquele em que a fonte
geradora de som atua diretamente sobre o ar, e ruído de impacto, como aquele em
que a fonte geradora de ruído atua diretamente sobre uma estrutura, transmitindo-se
por via sólida (PEREYRON, 2008). Nas edificações, os elementos mais suscetíveis à
ação de uma força de impacto são as lajes de entrepiso, e os mais expostos a ruídos
aéreos são, normalmente, paredes, aberturas e coberturas. A Figura 2 esquematiza
a transmissão do ruído aéreo e de impacto.
Os ruídos aéreos são aqueles originados no ar e continuamente nele
propagados e, também, aqueles que são gerados no ar, provocando a vibração de
uma superfície que transmite a vibração para o ar adjacente à sua face oposta
(SOUZA, ALMEIDA, BRAGANÇA, 2012). Exemplificando esse tipo de ruído, há a
onda sonora provocada pela voz de uma pessoa incidindo diretamente no ouvido de
outra e também na vibração de uma parede provocada pela voz e sendo captada por
outra pessoa no ambiente adjacente (SOUZA, ALMEIDA, BRAGANÇA, 2012).
O ruído de impacto pode ser definido como qualquer ação de choque exercida
em um ponto de compartimentação do edifício, produzindo uma excitação que se
propaga através de ondas elásticas pelo elemento que é transformado em uma fonte
de radiação de energia sonora para todos os outros elementos que possui ligação
(RIGHI, 2013).
As ondas de impacto podem se propagar em longas distâncias sem sofrer
atenuação por causa dos altos valores da velocidade do som e de densidade nos
materiais sólidos (GERGES, 1992). Devido à rigidez das ligações existentes ao longo
do edifício, os sons de impacto podem se propagar com grande facilidade na estrutura
gerando campos sonoros intensos em compartimentos relativamente distantes da
origem da vibração (PATRÍCIO, 2004). “Sendo assim, o ruído de impacto pode se
constituir num sério problema em edificações, pois é possível que seja sentido em
todo o prédio” (PAVANELLO, 2014, p.55).
2.5 ISOLAMENTO ACÚSTICO NAS EDIFICAÇÕES
Isolar acusticamente um recinto consiste em bloquear os ruídos externos para
que o nível de ruído interno seja compatível com as atividades a serem desenvolvidas
no ambiente (RIGHI, 2013).
19
O isolamento promovido por uma superfície depende da sua massa, da
inflexibilidade e da capacidade de amortecimento das ondas sonoras (SOUZA,
ALMEIDA, BRAGANÇA, 2012). Dessa forma, a utilização de materiais para
isolamento acústico deve ser especificada de acordo com os objetivos dos sistemas
de vedação e também de acordo com o espectro dos sons mais atuantes no espaço
projetado. O isolamento sonoro para um fechamento simples varia de acordo com a
densidade superficial do material e com a frequência do som incidente (RIGHI, 2013).
Em razão disso, para uma quantificação correta, deve-se conhecer o índice de
redução sonora de cada material em todas as frequências audíveis.
Todo material possuí a sua própria capacidade de reduzir a intensidade sonora
quando aplicado entre a fonte e o receptor, sendo que essa capacidade varia de
acordo com as frequências sonoras (SOUZA, ALMEIDA, BRAGANÇA, 2012). A maior
densidade dos materiais proporciona maior isolamento, porém essa característica é
mais importante para os sons com predominância de alta frequência que para sons
que atuam principalmente na baixa frequência. O isolamento acústico para os sons
com predominância de altas frequências é buscado principalmente pela massa dos
elementos de compartimentação (GERGES, 1992, SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA,
2012).
Figura 3 - Perda de transmissão em paredes simples espessas
Fonte: Paixão (2002, p.163).
20
A Figura 3 demonstra o comportamento da perda de transmissão sonora pela
frequência analisada. Percebe-se que nas baixas frequências a perda de transmissão
ocorre em função da rigidez dos materiais e nas frequências mais altas é controlada
pela densidade. Assim, a Lei da Massa é mais eficiente para o ruído aéreo (altas
frequências) que para o ruído de impacto (baixas frequências), pois, para se obter o
isolamento do ruído de impacto pela massa das vedações, seria necessário o uso de
elementos muito robustos que, na maior parte das vezes são inviáveis, pois tornam a
estrutura muito pesada, ocupam área útil para os espaços internos da edificação e
dificultam a execução da construção. A utilização da densidade dos materiais como
característica principal para o isolamento acústico é mais viável para os ruídos aéreos,
onde ainda se consegue utilizar elementos, relativamente, esbeltos.
Ainda assim, em alguns casos, o uso da massa para isolamento aéreo pode
também não ser a melhor opção. De acordo com Gerges (1992), uma solução para
sistemas em que se requer uma alta perda de transmissão sonora, sem o emprego
de grandes massas, é o uso de paredes duplas ou triplas.
Já para o maior isolamento ao ruído de impacto, é recomendado o uso de
materiais com maior resiliência junto à estrutura. Adota-se a utilização de um material
resiliente entre a estrutura que recebe o impacto e a estrutura que transmite a vibração
(PAVANELLO, 2014). Dessa forma, a estrutura que sofre a força de impacto (piso e
contrapiso) perde o contato direto com a estrutura da edificação, fazendo com que a
vibração no restante dos elementos seja menor pelo uso do material resiliente que
funciona como um amortecedor das vibrações. Esse sistema de isolamento é
conhecido como contrapiso flutuante (Figura 4).
Figura 4 – Representação esquemática do sistema de contrapiso flutuante
Fonte: Manual PróAcustica (2015)
21
Ainda assim, apenas o uso de lajes armadas em duas direções, como as
maciças de concreto armado, para o isolamento ao ruído de impacto já revela o
desempenho Mínimo ou Intermediário da NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c) conforme os
resultados obtidos por Brondani (1999), Pereyron (2008) ou Ferraz (2009).
2.6 MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE ISOLAMENTO ACÚSTICO
Segundo a NBR 15.575 (ABNT, 2013), os métodos utilizados para medição de
isolamento acústico são: o método de laboratório ou de precisão, o método da
engenharia e o método simplificado de campo.
2.6.1 Método de precisão
O método de precisão é realizado em laboratório em condições controladas
sendo considerado tecnicamente completo. Nesse método é determinada a isolação
sonora de elementos construtivos como paredes, janelas ou portas. Sendo que, para
a avaliação de um elemento composto, como uma parede com janela, é necessário
ensaiar cada elemento e, após, calcular o isolamento global do conjunto (ABNT,
2013).
Pode-se dizer que o método de precisão é importante para a escolha dos
materiais e sistemas construtivos a ser empregado nas futuras edificações. Muitas
empresas já realizam ensaios para a determinação do valor de isolamento sonoro de
seus produtos e fornecem esses dados aos seus clientes. Essas informações auxiliam
projetistas e construtores a especificar os materiais para que os sistemas construtivos
possam atender os níveis de desempenho estabelecidos na NBR 15.575 (ABNT,
2013).
2.6.2 Método de engenharia
O método de engenharia é realizado em campo (na edificação) caracterizando
de forma direta o comportamento acústico dos sistemas de vedações e possibilitando
que as compartimentações sejam avaliadas nas condições reais de construção.
Dessa forma, “os testes em campo não apresentam o controle das condições
ambientais como ocorre nos testes realizados em laboratório” (RIGHI, 2013, p.55).
22
Ao fazer a avaliação em campo, o sistema não é avaliado isoladamente, mas
conjuntamente com a estrutura e todos os elementos a ele ligados. Dessa forma, os
valores de som medidos não chegam só pela parede ou laje avaliada, mas por todos
os elementos em que é transmitida a vibração até chegar na sala.
O método da engenharia é considerado rigoroso, pois, para se obter o valor de
isolamento, é necessário medir o tempo de reverberação dos ambientes. É importante
salientar que o resultado obtido se restringe ao sistema avaliado e não pode ser
atribuído a todos os sistemas da edificação.
2.6.3 Método simplificado de campo
O método simplificado de campo, é utilizado para se obter uma estimativa do
isolamento sonoro em situações onde não se dispõe de instrumentação necessária
para medir o tempo de reverberação, ou quando as condições de ruído de fundo não
permitem obter este parâmetro, pois o tempo de reverberação para esse método é
tabelado.
Portanto, é mais indicado realizar a medição de isolamento em campo pelo
método da engenharia, sendo recomendado fazer o uso do simplificado de campo
somente quando não for possível utilizar o método da engenharia que apresenta
resultados mais reais e precisos.
2.7 NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
O som é causado por vibrações que provocam variações na pressão
atmosférica, essas variações são captadas em certos limites pelo ouvido humano, do
limiar da audição que é na ordem de 0,00002 Pa (Pascal) até o limiar da dor que é na
ordem de 20 Pa (MÉNDEZ et al., 1994). Como pode ser observado no Quadro 1.
23
Quadro 1 – Sons compreendidos entre o limiar da audição e o limiar da dor
P (Pa) NPS (dB) Observação
20 120 Avião a jato (limiar da dor)
2 10 Martelo pneumático
0,2 80 Rua
0,02 60 Escritório
0,002 40 Sala de estar tranquila
0,0002 20 Campo tranquilo
0,00002 0 Limiar da audição
Fonte: MÉNDEZ et al. (1994, p.21).
Porém, o ouvido humano não percebe essa grande variação de pressão, pois
a sensação de amplitude do som não se dá de forma linear, e sim, logarítmica
(PAVANELLO, 2014). Essa larga escala de pressão pode ser substituída pelo decibel
(dB) que corresponde a uma escala logarítmica se aproximando da percepção do
ouvido às flutuações de pressão e intensidade sonora (SOUZA; ALMEIDA;
BRAGANÇA, 2012). O cálculo do NPS está apresentado na Equação (1).
𝑁𝑃𝑆 = 10𝑙𝑜𝑔 (𝑝𝑒𝑓
2
𝑝𝑜2⁄ )
(1)
Onde:
𝑁𝑃𝑆 - nível de pressão sonora, expressado em decibéis (dB)
𝑝𝑒𝑓 - pressão efetiva, expressada em Pascais (Pa)
𝑝𝑜 - pressão de referência no valor de 0,00002 (Pa)
2.8 RUÍDO DE FUNDO
O ruído de fundo pode ser definido como aqueles gerados dentro do próprio
ambiente, decorrente da atividade nele desenvolvida, ou ruídos provenientes de
atividades externas ao ambiente considerado, sendo elas urbanas ou ocorridas no
ambiente vizinho (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012).
24
É “todo e qualquer ruído que esteja sendo captado e que não seja objeto das
medições sonoras, no local e horário considerados” (FERRAZ, 2008, p.19).
O ruído de fundo é avaliado nas medições de isolamento acústico para verificar
a sua interferência no valor de isolamento apresentado pelas vedações. Em alguns,
casos é necessário realizar correções de acordo com o nível de interferência e, em
outros, torna inviável a realização dos ensaios.
2.9 TEMPO DE REVERBERAÇÃO
O tempo de reverberação pode ser definido como o tempo entre o desligamento
da fonte e a extinção do som no recinto, no qual a intensidade sonora cai 1 milhão de
vezes (60dB), caracterizando a capacidade de absorção sonora do ambiente
(AMORIM; LACARIÃO, 2005). Assim, o tempo de reverberação pode ser entendido
como o tempo em que a energia sonora continua no ambiente após a fonte ser
desligada, sendo que quanto mais tempo essa energia demorar a se dissipar ou levar
para ser equilibrada, maior será o tempo reverberação.
Esse tempo varia de acordo com as características do lugar como materiais de
revestimento e volume e, também, com as características do som como a frequência
incidente. Cada material apresenta a sua própria capacidade de absorção sonora.
Portanto, quanto maior a utilização de materiais absorventes no ambiente analisado,
menor será o tempo de reverberação ou quanto menor a capacidade de absorção
sonora dos materiais, maior o tempo de reverberação (SOUZA; ALMEIDA;
BRAGANÇA, 2012).
O tempo de reverberação pode ser obtido pela Equação de Sabine (2):
𝑇60 = 0,161𝑉
𝐴𝑎𝑏 (2)
Onde:
𝑇60 - tempo de reverberação para um decaimento de 60 dB, em segundos (s);
𝑉 - volume da sala, em metros cúbicos (m³);
𝐴𝑎𝑏 - área de absorção equivalente, em metros quadrados (m²).
25
A área de absorção equivalente da sala de recepção é dada pela Equação de
Sabine (3):
𝐴 = 0,16𝑉
𝑇 (3)
Onde:
𝐴 - área de absorção equivalente (m²).
𝑇 - tempo de reverberação (s);
𝑉 - volume da sala (m³);
26
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO
O edifício estudado apresenta sete pavimentos com pé direito de 2,6 m. O
pavimento térreo contempla estacionamento e a área de uso comum. O pavimento
tipo se repete em cinco pavimentos (segundo à sexto) e contempla oito apartamentos
(4 com dois dormitórios e 4 com um dormitório), sendo que o sexto pavimento tipo
possui dois apartamentos com 2 dormitórios adaptados para duplex. O sétimo
pavimento, além do segundo andar dos apartamentos tipo duplex, possui uma
cobertura com 3 dormitórios e uma grande área externa.
O empreendimento foi projetado em estrutura mista de concreto armado e
alvenaria estrutural, sistema construtivo que consiste no uso de blocos e argamassas
com função estrutural, de forma que as paredes das edificações executadas com esse
sistema, além da função de vedação (dividir ambientes), desempenhem o papel de
estrutura da edificação. O concreto armado está presente nos pilares, vigas de
transição, vigas baldrames e nas lajes maciças. Já a alvenaria estrutural está presente
na estrutura dos pavimentos superiores.
As esquadrias externas são de alumínio com pintura eletrostática na cor
branca, do tipo maxim-ar nos banheiros e do tipo de correr nos demais ambientes,
possuindo persianas nos dormitórios. As internas são de madeira do tipo semi-oca e
as portas de entrada são com enchimento maciço.
O revestimento interno das paredes, nas áreas secas e tetos, consiste no
reboco de gesso, uma demão de selador acrílico e duas demãos de tinta acrílica fosca.
Nas áreas molhadas, há chapisco e emboço para a regularização da superfície e
revestimento de azulejos. O piso apresenta revestimento de porcelanato.
3.2 SISTEMÁTICA E NORMAS UTILIZADAS
Esse trabalho consiste na avaliação de desempenho ao ruído aéreo e de
impacto para três sistemas de vedação horizontal (lajes) e três sistemas de vedação
vertical (paredes) com as mesmas características de tamanho e materiais, em
pavimentos diferentes.
27
A escolha dos ambientes para a avaliação dos sistemas de vedação vertical foi
realizada de forma a avaliar a situação mais crítica para se atingir o desempenho de
acordo com os parâmetros da NBR 15.575 (ABNT, 2013c; ABNT, 2013d), cuja
situação está entre as vedações verticais das unidades habitacionais autônomas, em
que se tem pelo menos um ambiente dormitório.
Outra razão para a escolha destes apartamentos foi o fato dos mesmo serem
espelhados e do pavimento tipo. Pois, assim, os ambientes avaliados possuem
sempre as mesmas características de tamanho e distribuição. Outro motivo, foi a
logística para a realização dos ensaios, pois o apartamento com o final 08 é o mais
próximo do elevador e as esquadrias dos banheiros dos apartamentos com final 07 e
08 e do corredor de circulação abrem para um poço de luz que facilitou as medições,
pois os cabos dos equipamentos somente alcançaram os lugares devido a passagem
pelo poço de luz através das janelas.
A planta do pavimento tipo está apresentada na Figura 5, com destaque para
compartimentos dos apartamentos ensaiados e analisados deste trabalho.
Figura 5 – Planta baixa da edificação para ilustração dos dormitórios avaliados
Fonte: Autora.
28
Os dormitórios dos apartamentos 307,407 e 507 funcionaram como salas de
emissão (sala onde é emitido o ruído pela fonte) e os dormitórios dos apartamentos
308, 408 e 508 funcionaram como salas de recepção (sala onde é recebido o ruído
atenuado pelo sistema de vedação) na avaliação do isolamento ao ruído aéreo dos
sistemas de vedação vertical que lhes separam.
Figura 6– Corte da edificação para ilustração dos elementos de vedação vertical
avaliados
Fonte: Autora
Os dormitórios dos apartamentos 408,508 e 608 funcionaram como salas de
emissão e os dormitórios dos apartamentos 308, 408 e 508 funcionaram como salas
de recepção na avaliação do isolamento ao ruído aéreo e de impacto dos sistemas de
piso que lhes separam.
29
Figura 7– Corte da edificação para ilustração dos elementos entrepisos avaliados
Fonte: Autora
Para a realização dos ensaios foram utilizadas as normas recomendadas pela
NBR 15.1575 (ABNT, 2013), sendo utilizado o método da engenharia com base nas
prescrições para o cálculo do isolamento acústico em campo da ISO 16.283-1 (ISO,
2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013) para ruído aéreo e da ISO 16.283-2 (ISO, 2015) e ISO
717-2 (ISO, 2013) para o ruído de impacto. O tempo de reverberação foi medido
conforme a ISO 3.382-2 (ISO, 2009) e as ISO 16.283, parte 1 e 2 (ISO, 2014a; ISO,
2015b). O enquadramento do desempenho é analisado de acordo com a NBR 15.575-
3 (ABNT, 2013c) e NBR 15.575-4 (ABNT, 2013d).
3.3 EQUIPAMENTOS
A fonte sonora utilizada para a geração de ruído de impacto é da marca
Bruel&Kjaer (Figura 8), que é uma máquina de impacto padronizada com cinco
cilindros metálicos que impactam sequencialmente a superfície do sistema de piso a
ser avaliado.
30
Figura 8 – Máquina de impacto padronizada utilizada para medição de isolamento ao
ruído de impacto
Fonte: Autora
A fonte sonora utilizada para geração de ruído aéreo visando a medição do
tempo de reverberação foi um alto-falante omnidirecional dodecaédrico da marca
Bruel&Kjaer, modelo 4292-L, apresentada na Figura 9. Sendo que o tipo de ruído
utilizado nos ensaios foi o ruído rosa, devido ao seu maior valor energético em
frequências baixas.
O medidor de nível de pressão sonora utilizado em todos os ensaios é o modelo
2270 da Bruel&Kjaer compatível com o microfone, utilizado em campo difuso, tipo
4.189, e calibrador da mesma marca (Figura 10).
Figura 9– Alto-falante omnidirecional dodecaédrico utilizado para medição de
isolamento ao ruído aéreo e tempo de reverberação.
Fonte: Autora
31
Figura 10 – Fotos realizadas durante as medições: medidor de NPS (A), microfone (B)
e calibrador (C).
Fonte: Autora
Para a medição da temperatura e umidade do ar na medição do tempo de
reverberação foi utilizado o termo-higrômetro demonstrado na Figura 11.
Figura 11 – Termo-higrômetro utilizado nas medições
Fonte: Autora
32
3.4 MEDIÇÃO E CÁLCULO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO
Foi realizado apenas um ensaio de tempo de reverberação em decorrência de
todas as salas possuírem as mesmas características de materiais, volume e forma.
Para essa medição foi utilizado o método do ruído interrompido que consiste na
utilização de um alto-falante como fonte sonora geradora de um ruído estável que é
interrompido para a medição do tempo necessário para um decaimento de 60 dB no
nível de pressão sonora do ambiente.
Realizou-se seis medições para cada uma das frequências centrais da banda
de um terço de oitava de 50 à 5.000Hz. Utilizando-se duas posições do alto-falante
com três posições dos microfones para cada posição do alto-falante, realizando-se
uma medição por posição.
Como a atenuação do ar pode contribuir significativamente para a absorção do
som em altas frequências, foi verificada a temperatura e a umidade relativa do ar na
sala de recepção.
Os dados medidos em campo foram trabalhados realizando-se a média
aritmética dos valores para se obter um único valor por frequência central da banda
de um terço de oitava.
3.5 MEDIÇÃO E CÁLCULO DO RUÍDO DE FUNDO
Sons estranhos como o ruído de fora da sala, o ruído elétrico no sistema de
recepção ou dos operadores contribuem para o nível de ruído de fundo. Dessa forma,
a medição do nível de ruído de fundo deve ser feita para garantir que o nível de sinal
na sala de recepção não será afetado pelo ruído de fundo e, alguns casos, permitir
que os valores sejam corrigidos conforme apresentado a seguir.
O ruído de fundo deve estar em 6 dB e preferencialmente mais que 10dB abaixo
do sinal de ruído de fundo combinado com o ruído da fonte sonora ligada em todas as
frequências. No caso de o ruído de fundo estar 10 dB abaixo do sinal do ruído de
fundo combinado com o ruído da fonte sonora não é necessário realizar correções. Já
se a diferença de nível for menor ou igual a 6dB, usar 1,3 dB de correção. E se a
diferença de nível for menor que 10 dB e maior que 6 dB, o cálculo da correção para
a energia média do nível de pressão sonora de impacto deve ser realizado pela
Equação (4).
33
𝐿 = 10𝑙𝑔(10𝐿𝑠𝑏 1⁄ 0 − 10𝐿𝑏 1⁄ 0) (4)
Onde:
𝐿 - NPS ajustado (dB);
𝐿𝑠𝑏 - nível do sinal e ruído de fundo combinados (dB);
𝐿𝑏 - ruído de fundo (dB);
3.6 MEDIÇÃO E CÁLCULO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
As medições dos NPS para ruído de impacto e aéreo foram realizadas nas
seguintes frequências centrais das bandas de um terço de oitava, expressas em Hz:
100, 125, 160, 200, 250, 315, 400, 500, 630, 800, 1.000, 1.250, 1.600, 2.000, 2.500,
3.150. O tempo para a medição em cada posição de microfone foi de 6 s para todas
as frequências avaliadas.
As normas ISO 16.283-1 (ISO, 2014) e ISO 16.283-2 (ISO, 2015) exigem a
utilização do procedimento de baixa frequência em adição ao procedimento padrão
quando o volume da sala de recepção for menor que 25 m³ para a determinação do
nível de pressão sonora e do ruído de fundo nas frequências de 50 Hz, 63 Hz e 80 Hz
com banda de um terço de oitava na sala de recepção. Este procedimento requer
medições adicionais do nível de pressão sonora nos cantos da sala de recepção
utilizando microfone fixo. Porém, como todos os ambientes são maiores que 25 m³,
não foi necessário realizar o procedimento de baixa frequência.
As posições do microfone foram distribuídas no máximo de espaço permitido
nas salas sem serem distribuídos em uma grade regular, sendo que nenhuma das
duas posições do microfone foi colocada em um mesmo plano relativo às bordas da
sala. As posições dos microfones obedeceram às seguintes medidas mínimas de
afastamento:
o 0,7 m entre as posições dos microfones fixos;
o 0,5 m entre qualquer posição dos microfones e os limites da sala;
o 1,0 m entre qualquer posição de microfone e a divisória em que a fonte de
impacto estiver atuando.
34
A média energética do nível de pressão sonora para posições fixas dos
microfones e a fonte sonora (máquina de impacto ou fonte de ruído aéreo) foi
determinada pela Equação (5), obtendo-se um valor para cada frequência central da
banda de um terço de oitava.
𝐿𝑖 = 10𝑙𝑔 (1
𝑛∑ 10𝐿𝑗 1⁄ 0
𝑛
𝑗=1
) (5)
Onde:
𝑛 - número de posições de microfone na sala;
𝐿j - nível de pressão sonora para cada posição do microfone na sala (dB);
𝐿𝑖 - média energética do NPS para cada posição da fonte sonora na sala (dB);
3.7 MEDIÇÃO, CÁLCULO E ENQUADRAMENTO DE DESEMPENHO DO RUÍDO
AÉREO PARA AS LAJES E PAREDES
De acordo com a ISO 16.283-1 (ISO, 2014), as medições requeridas são o nível
de pressão sonora em ambas as salas, nível de ruído de fundo com a fonte desligada
e o tempo de reverberação na sala de recepção. O procedimento padrão para todas
as frequências é obter a média energética do nível de pressão sonora para uma
distribuição de posições de um ou mais microfones fixos e posições do alto-falante.
Para isso, foi utilizado um único alto-falante operando em 2 posições
combinadas com 5 posições de microfone cada. A distância do alto-falante, em
relação às bordas do piso obedeceu aos limites de 0,5 m e de 1,0 m no caso da
divisória avaliada.
Para o cálculo do isolamento aéreo dos sistemas, primeiro, é necessário
calcular a média energética do NPS para cada posição de alto-falante, conforme
Equação (5), na sala de emissão e na sala de recepção. Após, calcula-se a diferença
de NPS de acordo com a Equação (6) para cada posição de alto-falante, obtendo-se
um valor para cada frequência central da banda de um terço de oitava.
𝐷 = 𝐿1 − 𝐿2 (6)
35
Onde:
𝐿1 – NPS médio na sala de emissão (dB);
𝐿2 – NPS médio na sala de recepção (dB);
𝐷 - diferença de NPS para cada posição de fonte sonora (dB).
Em seguida, com o valor do tempo de reverberação do ambiente, calcula-se a
diferença padronizada do NPS de acordo com a Equação (7), obtendo-se um valor
para cada frequência central da banda de um terço de oitava.
𝐷𝑛𝑇 = 𝐷 + 10𝑙𝑔𝑇
𝑇𝑜 (7)
Onde:
𝑇 - tempo de reverberação na sala de recepção (s);
𝑇𝑜- tempo de reverberação de referência; para moradias, 𝑇𝑜 = 0,5(s);
𝐷 - diferença de NPS para cada posição de fonte sonora (dB);
𝐷𝑛𝑇 - diferença padronizada de NPS para cada posição de fonte sonora (dB).
Após obter-se 𝐷𝑛𝑇 para cada posição de alto-falante, calcula-se um valor de
isolamento sonoro para o sistema de acordo com a Equação (8), obtendo-se um valor
para cada frequência central da banda de um terço de oitava.
𝐷𝑛𝑇 = −10 𝑙𝑔1
𝑚∑ 10−𝐷𝑛𝑇,𝑗 10⁄
𝑚
𝑗=1
(8)
Onde:
𝑚 - número de posições do alto-falante;
𝐷𝑛𝑇,𝑗 - diferença padronizada de NPS para cada posição de alto-falante (dB);
𝐷𝑛𝑇 - diferença padronizada de NPS do sistema de vedação analisado (dB).
Para a obtenção de um valor único caracterizador do isolamento sonoro dos
sistemas de vedação, foram seguidas as instruções da ISO 717-1 (ISO, 2013). A
determinação da diferença padronizada de nível ponderada (𝐷𝑛𝑇,𝑊) é realizada a partir
36
dos resultados das medições efetuadas para cada frequência central da banda de um
terço de oitava. Deve-se efetuar ajustes nos valores da curva de referência (Quadro
2), fornecida pela ISO 717-1 (ISO, 2013), por patamares de 1 dB até que o somatório
das diferenças entre os valores da curva de 𝐷𝑛𝑇 e a curva de referência seja igual ou
inferior a 32,0 dB. O valor único caracterizador do isolamento sonoro ao ruído aéreo
do sistema corresponde ao valor de 𝐷𝑛𝑇,𝑊 da curva ajustada na frequência de 500 Hz.
Quadro 2 – Valores de referência para ruído aéreo
Frequência (Hz) Valor de referência (dB)
Banda de um terço de oitava
Banda de oitava
100 125 160
33 36 39
36
200 250 315
42 45 48
45
400 500 630
51 52 53
52
800 1000 1250
54 55 56
55
1600 2000 2500
56 56 56
56
3150 56
Fonte: ISO 717-1 (ISO, 2013)
Com o valor único de isolamento é possível classificar o desempenho acústico
dos sistemas de acordo com a NBR 15.575-3 para o caso da laje e de acordo com a
NBR 15.575-4 para o caso das paredes (ABNT, 2013c; ABNT, 2013d). O Quadro 3
define a classificação de desempenho de acordo com os valores de isolamento sonoro
para o caso do SVVI, e o Quadro 4 para o caso do SP.
37
Quadro 3 – Diferença padronizada de nível ponderada entre ambientes, DnT,w para
SVVI
Elemento DnT,w
[dB]
Nível de
desempenho
Parede entre unidades habitacionais autônomas
(parede de geminação), nas situações onde não haja ambiente dormitório
45 a 49 M
50 a 54 I
≥55 S
Parede entre unidades autônomas (parede de geminação), no caso em que pelo menos um dos
ambientes é dormitório
40 a 44 M
45 a 49 I
≥50 S
Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como
corredores e escadaria nos pavimentos
45 a 49 M
50 a 54 I
≥55 S
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual
como corredores e escadaria dos pavimentos
30 a 34 M
35 a 39 I
≥40 S
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de
lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas
45 a 49 M
50 a 54 I
≥55 S
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall (DnT,w obtida entre as unidades).
40 a 44 M
45 a 49 I
≥50 S
Fonte: NBR 15575-4 (ABNT, 2013d)
38
Quadro 4– Critérios de diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w para SP
Elemento DnT,w
[dB]
Nível de
desempenho
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas em que um dos recintos seja
dormitório
45 a 49 M
50 a 54 I
≥55 S
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadaria nos pavimentos, bem como em
pavimentos distintos
40 a 44 M
45 a 49 I
≥50 S
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de uso coletivo, para
atividades de lazer e esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos,
banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas
45 a 49 M
50 a 54 I
≥55 S
Fonte: NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c)
3.8 MEDIÇÃO, CÁLCULO E ENQUADRAMENTO DE DESEMPENHO DO RUÍDO
DE IMPACTO DOS ENTREPISOS
De acordo com a ISO 16.283-2 (ISO, 2015), as medições requeridas para a
medição do isolamento ao ruído de impacto dos sistemas estudados são o nível de
pressão sonora pelo procedimento padrão com a fonte de impacto operando, o nível
de ruído de fundo com a fonte de impacto desligada e o tempo de reverberação na
sala de recepção.
Foram realizadas oito medições do NPS na sala de recepção para o ensaio de
isolamento sonoro de impacto. A máquina foi colocada em quatro diferentes posições
distribuídas aleatoriamente no sistema de piso testado. A distância da máquina em
relação as bordas do piso, obedeceu ao limite de 0,5 m e foi orientada em 45° em
direção as vigas. O microfone foi colocado em 4 posições diferentes, assim como a
máquina de impacto, sendo realizadas 2 medições em cada posição da máquina de
impacto nas diferentes posições de microfones.
39
Para o cálculo do impacto padrão do nível de pressão sonora da sala para cada
frequência central da banda de um terço de oitava avaliada, primeiro aplica-se a
Equação (4) para as diferentes posições de microfone de forma a se obter um valor
único por posição da máquina de impacto para a energia média do nível de pressão
sonora em cada frequência central da banda de um terço de oitava avaliada, segundo
aplica-se a Equação (9) de forma a calcular o impacto padrão do nível de pressão
sonora para cada posição da máquina de impacto em cada frequência central da
banda de um terço de oitava avaliada.
𝐿′𝑛𝑇,𝑗 = 𝐿𝑖 − 10𝑙𝑔𝑇
𝑇𝑜 (9)
Onde:
𝐿′𝑛𝑇,𝑗 - impacto padrão do nível de pressão sonora por posição da máquina de
impacto (dB);
𝐿𝑖 - energia média do nível de pressão sonora por posição da máquina de
impacto (dB);
𝑇 - tempo de reverberação na sala de recepção (s);
𝑇𝑜 - tempo de reverberação de referência para moradias, 𝑇𝑜 = 0,5(s).
E por último aplica-se a Equação (10).
𝐿′𝑛𝑇 = 10 𝑙𝑔 (1
𝑚∑ 10𝐿′𝑛𝑇,𝑗 10⁄
𝑚
𝑗=1
) (10)
Onde:
𝐿′𝑛𝑇 - impacto padrão do nível de pressão sonora da sala (dB);
𝐿′𝑛𝑇,𝑗 - impacto padrão do nível de pressão sonora por posição da máquina de
impacto (dB);
𝑚 - número de posições da máquina de impacto;
40
Para a obtenção de um valor único caracterizador do isolamento sonoro dos
sistemas de vedação foram seguidas as instruções da ISO 717-2 (ISO, 2013). A
determinação do impacto padrão de NPS (𝐿′𝑛𝑇,𝑊) é realizada a partir dos resultados
das medições efetuadas para cada frequência central da banda de um terço de oitava.
Deve-se efetuar ajustes nos valores da curva de referência (Quadro 5), fornecida pela
ISO 717-2 (ISO, 2013), por patamares de 1dB até que o somatório das diferenças
positivas entre os valores da curva de 𝐿𝑛𝑇 e a curva de referência seja igual ou inferior
a 32,0 dB. O valor único caracterizador do isolamento sonoro ao ruído de impacto do
sistema corresponde ao valor de 𝐿′𝑛𝑇,𝑊 da curva ajustada na frequência de 500 Hz.
Com o valor único de isolamento é possível classificar o desempenho acústico
dos sistemas de acordo com a NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c). O Quadro 6 define a
classificação de desempenho de acordo com os valores de isolamento sonoro.
Quadro 5 – Valores de referência para ruído de impacto
Frequência (Hz) Valor de referência (dB)
Banda de um terço de oitava
Banda de oitava
100 125 160
62 62 62
67
200 250 315
62 62 62
67
400 500 630
61 60 59
65
800 1000 1250
58 57 54
62
1600 2000 2500
51 48 45
49
3150 42
Fonte: ISO 717-2
41
Quadro 6 – Critério e nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado, L’nT,w
Elemento L’nT,w [dB]
Nível de desempenho
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas posicionadas em pavimentos distintos
66 a 80 M
56 a 65 I
≤55 S
Sistema de piso de áreas de uso coletivo (atividades de lazer e esportivas, como home theater, salas de
ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas)
sobre unidades habitacionais autônomas
51 a 55 M
46 a 50 I
≤45 S
Fonte: NBR 15575-3 (ABNT, 2013c)
42
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNO
O sistema de vedação vertical interno da edificação, representado na Figura
12, é constituído pela parede de alvenaria estrutural executada com bloco cerâmico
estrutural (14x19x29 cm) com a resistência de 7 MPa e argamassa de assentamento
com resistência de 4 MPa e 1,5 cm de espessura, e pelo revestimento de gesso
pintado com tinta acrílica nas duas faces com 1,5 cm de espessura executado
diretamente sobre a parede de alvenaria estrutural.
Figura 12 – Representação sistemática da parede avaliada
Fonte: Autora
O SVVI apresentou um valor de isolamento ao ruído aéreo (𝐷𝑛𝑇,𝑊) igual a 42dB
para a parede entre os dormitórios 307 e 308, de 40 dB, para a parede entre os
dormitórios 407 e 408, e de 39 dB, para a parede entre os dormitórios 507 e 508. Não
foi necessário aplicar correções em relação ao ruído de fundo, pois a diferença entre
o ruído de fundo e o ruído do alto-falante alcançou valores maiores que 10 dB.
4.1.1 Valores de isolamento ao ruído aéreo
A Figura 13 apresenta a curva ajustada, a curva 𝐷𝑛𝑇 e o valor único 𝐷𝑛𝑇,𝑊 de
42 dB para a parede entre os dormitórios 307 e 308. No Quadro 7 estão apresentados
os valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia, conjuntamente
com a curva de referência ajustada em menos 10 dB.
43
Figura 13– Diferença padronizada de NPS da parede entre os dormitórios 307 e 308
Fonte: Autora
Quadro 7 – Valores de isolamento para a parede entre os dormitórios 307 e 308
Frequência RF TR D Dnt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (-10 dB) (dB)
100 33,54 3,47 15,46 23,87 23,00 0,00
125 38,46 5,21 24,38 34,55 26,00 0,00
160 37,10 5,73 22,17 32,76 29,00 0,00
200 41,84 4,72 19,65 29,40 32,00 2,60
250 47,80 4,63 25,97 35,64 35,00 0,00
315 43,57 5,05 23,20 33,25 38,00 4,75
400 43,37 4,63 25,38 35,05 41,00 5,95
500 39,23 4,37 27,76 37,17 42,00 4,83
630 35,54 3,99 28,79 37,80 43,00 5,20
800 36,42 3,78 31,34 40,12 44,00 3,88
1000 34,18 3,55 34,12 42,63 45,00 2,37
1250 31,71 3,14 37,48 45,46 46,00 0,54
1600 28,41 2,86 39,67 47,25 46,00 0,00
2000 24,48 2,61 40,09 47,26 46,00 0,00
2500 20,67 2,58 39,31 46,43 46,00 0,00
3150 17,10 2,59 41,17 48,31 46,00 0,00
∑ (≤ 32 dB) = 30,13 Fonte: Autora
42,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz Dnt (dB) Curva ajustada (-10 dB)
44
A Figura 14 apresenta a curva ajustada, a curva 𝐷𝑛𝑇 e o valor único 𝐷𝑛𝑇,𝑊 de
40 dB para a parede entre os dormitórios 407 e 408. No Quadro 8 estão apresentados
os valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia, conjuntamente
com a curva de referência ajustada em menos 12 dB.
Figura 14– Diferença padronizada de NPS da parede entre os dormitórios 407 e 408
Fonte: Autora
Quadro 8 – Valores de isolamento para a parede entre os dormitórios 407 e 408
Frequência RF TR D Dnt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (- 12 dB) (dB)
100 38,90 3,47 15,43 23,84 21,00 0,00
125 41,68 5,21 22,88 33,06 24,00 0,00
160 38,55 5,73 20,30 30,89 27,00 0,00
200 40,14 4,72 19,88 29,63 30,00 0,37
250 37,70 4,63 24,59 34,25 33,00 0,00
315 48,54 5,05 24,43 34,47 36,00 1,53
400 37,97 4,63 23,37 33,04 39,00 5,96
500 35,93 4,37 25,10 34,52 40,00 5,48
630 38,73 3,99 27,26 36,27 41,00 4,73
800 39,36 3,78 28,19 36,97 42,00 5,03
1000 38,50 3,55 31,02 39,53 43,00 3,47
1250 38,11 3,14 35,44 43,42 44,00 0,58
1600 35,06 2,86 38,49 46,07 44,00 0,00
2000 32,11 2,61 37,83 45,00 44,00 0,00
2500 27,97 2,58 38,57 45,69 44,00 0,00
3150 24,52 2,59 41,13 48,27 44,00 0,00
∑ (≤ 32 dB) = 27,15 Fonte: Autora
40,00
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,0055,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz Dnt (dB) Curva ajustada (- 12 dB)
45
A Figura 15 apresenta a curva ajustada, a curva 𝐷𝑛𝑇 e o valor único 𝐷𝑛𝑇,𝑊 de
39 dB para a parede entre os dormitórios 507 e 508. No Quadro 9 constam os valores
medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia, conjuntamente com a
curva de referência ajustada em menos 13 dB.
Figura 15 – Diferença padronizada de NPS da parede entre os dormitórios 507 e 508
Fonte: Autora
Quadro 9 – Valores de isolamento para a parede entre os dormitórios 507 e 508
Frequência RF TR D Dnt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (-13 dB) (dB)
100 30,36 3,47 11,56 19,97 20,00 0,03
125 37,84 5,21 20,92 31,10 23,00 0,00
160 34,03 5,73 22,00 32,60 26,00 0,00
200 36,19 4,72 23,00 32,75 29,00 0,00
250 33,05 4,63 25,35 35,01 32,00 0,00
315 33,08 5,05 23,78 33,83 35,00 1,17
400 34,84 4,63 21,41 31,08 38,00 6,92
500 33,44 4,37 24,35 33,76 39,00 5,24
630 33,84 3,99 26,80 35,82 40,00 4,18
800 36,02 3,78 27,47 36,26 41,00 4,74
1000 38,34 3,55 30,92 39,43 42,00 2,57
1250 38,18 3,14 33,24 41,22 43,00 1,78
1600 35,39 2,86 33,86 41,44 43,00 1,56
2000 32,97 2,61 34,01 41,18 43,00 1,82
2500 32,21 2,58 35,90 43,02 43,00 0,00
3150 31,15 2,59 39,07 46,21 43,00 0,00
∑ (≤ 32 dB) = 30,01 Fonte: Autora
39,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz Dnt (dB) Curva ajustada (-13 dB)
46
Pode-se observar que as paredes, nos três pavimentos, apresentaram valores
de isolamento diferentes, mas ao mesmo tempo muito próximos sendo que a variação
máxima encontrada foi de 3 dB. A Figura 16 apresenta a curva Dnt para os três
sistemas de parede. No gráfico é possível perceber que o comportamento das curvas
dos sistemas é similar, apresentando pontos máximos e mínimos muito próximos.
Figura 16– Curvas de isolamento ao ruído aéreo dos SVVIs analisados
Fonte: Autora
4.1.2 Desempenho ao ruído aéreo
O desempenho mínimo exigido pela norma para os sistemas com pelo menos
um ambiente dormitório, de acordo com o
Quadro 3, é de 45 dB. Como o resultado apresentado pelas paredes foi abaixo
desse valor, os sistemas não atendem o critério mínimo de desempenho acústico
exigido pela NBR 15575-4 (ABNT, 2013d) conforme apresenta Quadro 10.
Quadro 10 – Desempenho dos SVVI ao ruído aéreo
SVVI 𝐷𝑛𝑇,𝑊 Mínimo Intermediário Superior Desempenho
307-308 42 dB
45 ≤𝐷𝑛𝑇,𝑊 ≤ 49 50 ≤𝐷𝑛𝑇,𝑊 ≤ 54 55 ≤𝐷𝑛𝑇,𝑊
Não atende
407-408 40 dB Não atende
507-508 39 dB Não atende
Fonte: Autora
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
HzParede 307-308 Parede 407-408 Parede 507-508
47
As possíveis razões para os sistemas terem apresentado isolamento baixo
quanto ao ruído aéreo podem ser a existência de pontos elétricos interligando os
dormitórios de final 07 ao com final 08 e o fato de o sistema adotado para a
compartimentação vertical não ser o mais apropriado para o isolamento ao ruído
aéreo, necessitando a adoção de soluções adicionais específicas para aumentar o
desempenho sonoro da parede.
A existência de pontos elétricos espelhados e dividindo o mesmo bloco
estrutural nos dormitórios, conforme indicado na Figura 17, pode ter criado caminhos
preferenciais para o som na parede. Esses pontos podem funcionar como frestas nos
sistemas de vedação por onde parte do som tende a passar. Dessa forma, a parede
pode ter o seu isolamento acústico minimizado, pois o som que seria barrado pela
parede passa por essas falhas do sistema de vedação.
Figura 17 – Planta baixa estrutural dos dormitórios com locação dos pontos elétricos
Fonte: Autora
4.2 SISTEMA DE PISO
O sistema de piso da edificação, representado na Figura 18, é constituído pela
laje maciça de concreto armado com 10 cm de espessura, pelo contra piso executado
com uma argamassa de cimento e areia com espessura de 5 cm, pelo revestimento
em porcelanato que é constituído pela argamassa de assentamento ACII com uma
48
espessura de 1 cm, pelas peças cerâmicas (45x45) com 5 mm de espessura e pelo
rejuntamento de 5 mm entre as peças e pelo revestimento de gesso pintado com tinta
acrílica na face inferior com espessura de 1,5 cm executado diretamente na superfície
de concreto aderindo melhor pela aplicação de gesso cola.
Figura 18 – Representação sistemática do sistema de piso avaliado
Fonte: Autora
O SP apresentou um valor de isolamento ao ruído aéreo (𝐷𝑛𝑇,𝑊) de 47 dB para
a laje entre os dormitórios 308 e 408, de 46 dB, para a laje entre os dormitórios 408 e
508, e de 47 dB, para a laje entre os dormitórios 508 e 608. E para isolamento ao
ruído de impacto obteve-se 𝐿′𝑛𝑇,𝑊 no valor de 77 dB para a laje entre os dormitórios
308 e 408, de 79 dB, para a laje entre os dormitórios 408 e 508, e de 80 dB para a
parede entre os dormitórios 508 e 608. Não foi necessário aplicar correções em
relação ao ruído de fundo, pois a diferença entre o ruído de fundo e o ruído do alto-
falante ou máquina de impacto alcançou valores maiores que 10 dB.
4.2.1 Valores de isolamento ao ruído aéreo
O Figura 19 apresenta as curvas ajustada e 𝐷𝑛𝑇e o 𝐷𝑛𝑇,𝑊 no valor de 47 dB
para o sistema de piso entre os dormitórios 308 e 408. No Quadro 11 estão
apresentados os valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia,
conjuntamente com a curva de referência ajustada em menos 5 dB.
49
Figura 19 – Diferença padronizada de NPS da laje entre os dormitórios 308 e 408
Fonte: Autora
Quadro 11 – Valores de isolamento para a laje entre os dormitórios 308 e 408
Frequência RF TR D Dnt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (- 5 dB) (dB)
100 44,94 3,47 14,27 22,68 28,00 5,32
125 39,65 5,21 28,31 38,49 31,00 0,00
160 41,46 5,73 26,44 37,03 34,00 0,00
200 39,49 4,72 30,19 39,94 37,00 0,00
250 36,53 4,63 27,40 37,07 40,00 2,93
315 34,45 5,05 31,05 41,10 43,00 1,90
400 41,53 4,63 30,21 39,87 46,00 6,13
500 38,59 4,37 34,15 43,57 47,00 3,43
630 34,06 3,99 36,00 45,01 48,00 2,99
800 33,96 3,78 37,91 46,69 49,00 2,31
1000 32,85 3,55 39,89 48,40 50,00 1,60
1250 31,49 3,14 42,21 50,19 51,00 0,81
1600 28,62 2,86 44,12 51,70 51,00 0,00
2000 24,68 2,61 44,32 51,50 51,00 0,00
2500 22,18 2,58 43,13 50,26 51,00 0,74
3150 17,96 2,59 46,82 53,96 51,00 0,00
∑ (≤ 32 dB) = 28,17 Fonte: Autora
47,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
HzDnt Curva ajustada
50
A Figura 20 apresenta as curvas ajustada e 𝐷𝑛𝑇e o 𝐷𝑛𝑇,𝑊 no valor de 46 dB
para o sistema de piso entre os dormitórios 408 e 508. No Quadro 12 constam os
valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia, conjuntamente
com a curva de referência ajustada em menos 6 dB.
Figura 20– Diferença padronizada de NPS da laje entre os dormitórios 408 e 508
Fonte: Autora
Quadro 12 – Valores de isolamento para a laje entre os dormitórios 408 e 508
Frequência RF TR Dnt Dnt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (- 6 dB) (dB)
100 37,94 3,47 21,87 30,27 27,00 0,00
125 41,94 5,21 19,41 29,58 30,00 0,42
160 38,44 5,73 20,34 30,93 33,00 2,07
200 36,03 4,72 26,69 36,44 36,00 0,00
250 39,50 4,63 26,37 36,03 39,00 2,97
315 36,46 5,05 30,36 40,40 42,00 1,60
400 35,44 4,63 28,30 37,97 45,00 7,03
500 34,42 4,37 33,93 43,35 46,00 2,65
630 35,57 3,99 35,54 44,55 47,00 2,45
800 36,68 3,78 36,94 45,72 48,00 2,28
1000 37,56 3,55 39,53 48,04 49,00 0,96
1250 36,26 3,14 42,57 50,55 50,00 0,00
1600 31,81 2,86 43,90 51,48 50,00 0,00
2000 25,97 2,61 44,50 51,67 50,00 0,00
2500 23,44 2,58 44,29 51,41 50,00 0,00
3150 19,40 2,59 46,46 53,60 50,00 0,00
∑ (≤ 32 dB) = 22,42 Fonte: Autora
46,00
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,0055,0060,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz Dnt Curva ajustada
51
A Figura 21 apresenta as curvas ajustada e 𝐷𝑛𝑇e o 𝐷𝑛𝑇,𝑊 no valor de 47 dB
para o sistema de piso entre os dormitórios 508 e 608. No Quadro 13 constam os
valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia, conjuntamente
com a curva de referência ajustada em menos 5 dB.
Figura 21– Diferença padronizada de NPS da laje entre os dormitórios 508 e 608
Fonte: Autora
Quadro 13 – Valores de isolamento para a laje entre os dormitórios 508 e 608
Frequência RF TR D Dnt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (-5 dB) (dB)
100 36,40 3,47 16,90 25,31 28,00 2,69
125 38,36 5,21 31,94 42,12 31,00 0,00
160 35,88 5,73 30,63 41,22 34,00 0,00
200 37,35 4,72 27,41 37,16 37,00 0,00
250 41,66 4,63 26,95 36,62 40,00 3,38
315 40,02 5,05 30,37 40,41 43,00 2,59
400 36,04 4,63 31,90 41,57 46,00 4,43
500 34,30 4,37 35,38 44,79 47,00 2,21
630 34,49 3,99 36,30 45,31 48,00 2,69
800 37,12 3,78 37,15 45,93 49,00 3,07
1000 39,01 3,55 38,36 46,87 50,00 3,13
1250 38,27 3,14 39,99 47,97 51,00 3,03
1600 33,72 2,86 42,13 49,71 51,00 1,29
2000 28,71 2,61 42,91 50,08 51,00 0,92
2500 25,12 2,58 44,01 51,13 51,00 0,00
3150 20,88 2,59 46,61 53,75 51,00 0,00
∑ (≤ 32 dB) = 29,42 Fonte: Autora
47,00
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,0055,0060,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz Dnt Curva ajustada
52
As lajes nos três pavimentos apresentaram valores únicos de isolamento muito
próximos, sendo que a variação máxima encontrada foi de 1 dB para a diferença
padronizada ponderada de nível de pressão sonora (𝐷𝑛𝑇,𝑤). A Figura 22 apresenta a
curva 𝐷𝑛𝑇 para os três sistemas de piso. No gráfico é possível perceber que o
comportamento das curvas dos sistemas é muito similar nas frequências mais altas,
porém apresenta divergências nas frequências abaixo de 200 Hz.
Figura 22– Curvas de isolamento ao ruído aéreo dos SPs analisados
Fonte: Autora
4.2.2 Desempenho ao ruído aéreo
O desempenho mínimo para sistemas com pelo menos um ambiente dormitório
de acordo com o Quadro 4 é de 45 dB. Como o apresentado pelos sistemas de laje é
um pouco maior que esse valor os sistemas de piso atendem ao critério mínimo de
desempenho acústico exigido pela NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c) conforme o que está
demonstrado no Quadro 14. Assim, pode-se dizer que o sistema de piso adotado na
edificação possui uma configuração estrutural e de materiais suficiente para atender
ao mínimo desempenho ao ruído aéreo estipulado pela NBR 15575-3 (ABNT, 2013c).
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz
Laje 308-408 Laje 408-508 Laje 508-608
53
Quadro 14 – Desempenho dos SPs ao ruído aéreo
SP 𝐷𝑛𝑇,𝑊 Mínimo Intermediário Superior Desempenho
308-408 47 dB
45 ≤𝐷𝑛𝑇,𝑊 ≤ 49 50 ≤𝐷𝑛𝑇,𝑊 ≤ 54 55 ≤𝐷𝑛𝑇,𝑊
Mínimo
408-508 46 dB Mínimo
508-608 47 dB Mínimo
Fonte: Autora
4.2.3 Valores de isolamento ao ruído de impacto
A Figura 23 apresenta a curva ajustada, a curva 𝐿′𝑛𝑇 e o valor único 𝐿′𝑛𝑇,𝑊 de
77 dB para o sistema de piso entre os dormitórios 308 e 408. No Quadro 15, estão
apresentados os valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia,
conjuntamente com a curva de referência ajustada em mais 17 dB.
Figura 23 – NPS de impacto padronizado da laje entre os dormitórios 308 e 408
Fonte: Autora
77,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz L'nt Curva ajustada
54
Quadro 15 – Valores de isolamento para a laje entre os dormitórios 308 e 408
Frequência RF TR Li L'nt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (+17 dB) (dB)
100 34,31 3,47 68,68 60,27 79,00 0,00
125 32,78 5,21 73,40 63,23 79,00 0,00
160 32,91 5,73 74,40 63,81 79,00 0,00
200 39,62 4,72 76,35 66,60 79,00 0,00
250 36,76 4,63 78,60 68,94 79,00 0,00
315 38,45 5,05 80,55 70,50 79,00 0,00
400 36,54 4,63 81,94 72,27 78,00 0,00
500 36,06 4,37 81,49 72,08 77,00 0,00
630 36,47 3,99 81,41 72,39 76,00 0,00
800 36,08 3,78 81,94 73,16 75,00 0,00
1000 36,62 3,55 80,07 71,56 74,00 0,00
1250 37,03 3,14 79,38 71,40 71,00 0,40
1600 35,48 2,86 78,61 71,03 68,00 3,03
2000 33,36 2,61 78,71 71,53 65,00 6,53
2500 32,75 2,58 78,73 71,61 62,00 9,61
3150 30,02 2,59 76,09 68,95 59,00 9,95
∑ (≤ 32 dB) = 29,53 Fonte: Autora
A Figura 24 apresenta a curva ajustada, a curva 𝐿′𝑛𝑇 e o valor único 𝐿′𝑛𝑇,𝑊 de
79 dB para o sistema de piso entre os dormitórios 408 e 508.
Figura 24 – NPS de impacto padronizado da laje entre os dormitórios 408 e 508
Fonte: Autora
79,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz
L'nt Curva ajustada
55
O Quadro 16 apresenta os valores medidos em campo, tratados de acordo com
a metodologia, conjuntamente com a curva de referência ajustada em mais 19 dB.
Quadro 16 – Valores de isolamento para a laje entre os dormitórios 408 e 508
Frequência RF TR Li L'nt Curva
ajustada Diferenças
(Hz) (dB) (s) (dB) (dB) (+19 dB) (dB)
100 34,37 3,47 64,36 55,95 81,00 0,00
125 36,12 5,21 70,34 60,16 81,00 0,00
160 40,43 5,73 73,40 62,81 81,00 0,00
200 44,30 4,72 76,40 66,65 81,00 0,00
250 42,95 4,63 75,51 65,85 81,00 0,00
315 36,33 5,05 77,56 67,51 81,00 0,00
400 45,86 4,63 79,80 70,14 80,00 0,00
500 44,55 4,37 79,12 69,71 79,00 0,00
630 39,05 3,99 79,26 70,24 78,00 0,00
800 35,76 3,78 80,15 71,37 77,00 0,00
1000 33,75 3,55 79,89 71,38 76,00 0,00
1250 34,02 3,14 78,66 70,68 73,00 0,00
1600 32,16 2,86 79,02 71,44 70,00 1,44
2000 29,12 2,61 80,33 73,16 67,00 6,16
2500 25,89 2,58 82,15 75,03 64,00 11,03
3150 22,40 2,59 81,37 74,23 61,00 13,23
∑ (≤ 32 dB) = 31,86 Fonte: Autora
A Figura 25 apresenta a curva ajustada, a curva 𝐿′𝑛𝑇 e o valor único 𝐿′𝑛𝑇,𝑊 de
80 dB para o sistema de piso entre os dormitórios 508 e 608. No Quadro 17 estão
apresentados os valores medidos em campo, tratados de acordo com a metodologia,
conjuntamente com a curva de referência ajustada em mais 20 dB.
56
Figura 25– NPS de impacto padronizado da laje entre os dormitórios 508 e 608
Fonte: Autora
Quadro 17 – Valores de isolamento calculados para a laje entre os dormitórios 508 e
608
Frequência RF TR Li L'nt Curva
ajustada Diferenças positivas
(Hz) (dB) (dB) (dB) (dB) (+20 dB) (dB)
100 33,79 3,47 63,70 55,29 82,00 0,00
125 37,43 5,21 70,61 60,44 82,00 0,00
160 40,11 5,73 73,29 62,70 82,00 0,00
200 40,78 4,72 74,17 64,42 82,00 0,00
250 38,92 4,63 77,95 68,29 82,00 0,00
315 38,84 5,05 79,28 69,23 82,00 0,00
400 42,80 4,63 81,77 72,10 81,00 0,00
500 40,34 4,37 80,88 71,46 80,00 0,00
630 40,14 3,99 81,27 72,26 79,00 0,00
800 42,91 3,78 81,96 73,18 78,00 0,00
1000 41,62 3,55 82,46 73,96 77,00 0,00
1250 39,87 3,14 81,67 73,69 74,00 0,00
1600 35,72 2,86 81,79 74,21 71,00 3,21
2000 31,16 2,61 81,95 74,77 68,00 6,77
2500 28,07 2,58 82,06 74,94 65,00 9,94
3150 25,61 2,59 81,17 74,03 62,00 12,03
∑ (≤ 32 dB) = 31,95 Fonte: Autora
Os entrepisos, nos três pavimentos, apresentaram valores de isolamento muito
próximos, sendo que a variação máxima encontrada foi de 3 dB para o valor único de
nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado (L’nt,w.)
80,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz L'nt Curva ajustada
57
A Figura 26 apresenta a curva L’nt para os três sistemas de piso. No gráfico é
possível perceber que o comportamento das curvas dos sistemas é bastante parecido,
principalmente, no quarto e quinto pavimento.
Figura 26 – Curvas de isolamento ao ruído aéreo dos SP analisados
Fonte: Autora
4.2.4 Desempenho ao ruído de impacto
O desempenho mínimo para sistemas de piso entre unidades autônomas, de
acordo com o Quadro 5, é de 80 dB. Como o apresentado pelos sistemas de laje é
maior que esse valor, os sistemas atendem ao desempenho mínimo exigido pela NBR
15.575-3 (ABNT, 2013c) conforme demonstrado no Quadro 18. Assim, pode-se dizer
que o sistema de piso adotado na edificação possui uma configuração estrutural
suficiente para atender ao mínimo desempenho ao ruído de impacto estipulado pela
NBR 15.575-3 (ABNT, 2013c).
Quadro 18– Desempenho dos SP ao ruído de impacto
SP 𝐿′𝑛𝑇,𝑊 Mínimo Intermediário Superior Desempenho
308-408 77 dB
66 ≤𝐿′𝑛𝑇,𝑊≤ 80 56 ≤𝐿′𝑛𝑇,𝑊≤ 65 𝐿′𝑛𝑇,𝑊≤ 55
Mínimo
408-508 79 dB Mínimo
508-608 80 dB Mínimo
Fonte: Autora
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150
dB
Hz
Laje 308-408 Laje 408-508 Laje 508-608
58
5 CONCLUSÕES
A diferença padronizada do nível de pressão sonora ponderada (𝐷𝑛𝑇,𝑊) dos
elementos de vedação vertical variaram entre 39 dB e 42 dB apresentando valores de
isolamento ao ruído aéreo incompatíveis com os critérios estipulados pela norma de
desempenho, não alcançando o mínimo de 45 dB. Dessa forma, pode-se concluir que
o sistema de vedação vertical empregado na edificação não possui um isolamento
acústico suficiente para o tipo de ambiente analisado.
Assim, verifica-se que as técnicas comumente empregadas nos sistemas de
vedação vertical interno não são suficientes para atingir o desempenho e o conforto
requeridos para todos os tipos de ambientes das edificações. Dessa forma, percebe-
se a importância de prever o desempenho das compartimentações, ainda na fase de
projeto para que, assim, sejam adotadas técnicas específicas para o isolamento
sonoro conforme o tipo de ambiente de forma a garantir ao usuário das edificações a
qualidade de vida almejada na compra do imóvel.
A diferença padronizada ponderada do nível de pressão sonora (𝐷𝑛𝑇,𝑊) do
sistema de piso assumiu valores entre 46 dB e 47 dB, correspondentes à faixa de
desempenho mínimo de 45 dB à 49 dB para ruído aéreo da NBR 15.575 (ABNT,
2013c).
Os resultados do nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado
(𝐿′𝑛𝑇,𝑊) dos sistemas de piso, variaram de 77 dB à 80 dB, apresentando, também, o
desempenho mínimo exigido pela NBR 15.575 (ABNT, 2013c) que compreende a
faixa dos 65 aos 80 dB para ruído de impacto.
Concluiu-se com esses resultados que a laje maciça conjuntamente com o piso
e contrapiso analisados possui uma configuração estrutural e de materiais suficiente
para atender à normativa brasileira, sendo uma boa solução para a compartimentação
horizontal das edificações para se obter um nível mínimo de desempenho ao
isolamento sonoro.
Ao realizar-se a repetição dos ensaios em três pavimentos para os sistemas de
vedação com ambientes e materiais com a mesma configuração obteve-se resultados
semelhantes sendo que a variação no valor único de isolamento (𝐷𝑛𝑇,𝑊 𝑒 𝐿′𝑛𝑇,𝑊) foi
pequena. O comportamento do nível de pressão sonora de impacto padronizado (𝐿′𝑛𝑇)
e da diferença padronizada de nível de pressão sonora (𝐷𝑛𝑇) nas diferentes
frequências centrais da banda de um terço de oitava foi, também bastante similar,
59
sendo que todos os sistemas avaliados se enquadraram na mesma faixa de
desempenho de acordo com a NBR 15.575 (ABNT, 2013c; ABNT, 2013d).
Apesar dos resultados para o valor único de isolamento (𝐷𝑛𝑇,𝑊 𝑒 𝐿′𝑛𝑇,𝑊) dos
elementos de compartimentação não terem apresentado valores contraditórios,
classificando os elementos sempre na mesma faixa de desempenho, a variação de
um único dB para os diferentes elementos poderia classificar um elemento para o
desempenho Mínimo e outro para o não atendimento do desempenho. Dessa forma,
a variação encontrada entre os elementos poderia ter sido considerada significativa.
Percebe-se, assim, que no caso de o resultado apresentado para um único elemento
do sistema de compartimentação ser muito próximo dos limites estipulados pela NBR
15.575 (ABNT, 2013) é importante a repetição dos ensaios para a certificação do
desempenho do sistema.
Como a metodologia do trabalho consistiu na avaliação de sistemas de
compartimentação com as mesmas características variando apenas a localização dos
elementos nos pavimentos da edificação, os resultados apresentados podem ser
validos apenas para elementos de compartimentação com a mesma configuração de
materiais, distribuição e dimensões, não se aplicando à todas divisórias da edificação.
Para a certificação do desempenho da edificação como um todo, pode ser necessária
a realização de um maior número de ensaios, de forma a avaliar as diferentes
situações dos ambientes. .
60
REFERÊNCIAS
AMORIM, A.; LICARIÃO, C. Introdução ao conforto ambiental. Faculdade de Engenharia Civil. Universidade Estadual de Campinas. Campinas: E-labora, 2005. 38 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15.575-1: Edificações – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013a. ___. NBR 15.575-2: Edificações – Desempenho. Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013b. ___. NBR 15.575-3: Edificações – Desempenho. Parte 3: Requisitos para sistemas de pisos. Rio de Janeiro, 2013c. ___. NBR 15.575-4: Edificações – Desempenho. Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas. Rio de Janeiro, 2013d. ___. NBR 15.575-5: Edificações – Desempenho. Parte 5: Requisitos para sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, 2013e. ___. NBR 15.575-6: Edificações – Desempenho. Parte 6: Sistemas hidrossanitários. Rio de Janeiro, 2013f. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE ACÚSTICA. Manual pró-acústica de recomendações básicas para contrapisos flutuantes. São Paulo: O Nome da Rosa, 2015. 27p. BISTAFA, R. S. Acústica Aplicada ao Controle do Ruído. São Paulo: Edgar Blucher, 2006. BRONDANI, S. A. Pisos flutuantes: análise da performance acústica para ruído de impacto. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1999. 65p. BORGES, C. A. M.; SABBATINI, F. H. O conceito de desempenho de edificações e a sua importância para o setor da construção civil no Brasil. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/515. São Paulo: EPUSP, 2008. COSTA, S.S. da; CRUZ, L. M.; OLIVEIRA, J. A. A. de. e cols. Otorrinolaringologia - Princípios e Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. p.12-56. FERRAZ, R. Atenuação de ruído de impacto em pisos de edificações de pavimentos múltiplos. 2008. 144p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008. FERREIRA NETO, M. de F. Nível de conforto acústico: uma proposta para edifícios residenciais. 2009. 257 f. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, 2009.
61
GERGES, S. N. Y. Ruído: Fundamentos e Controle. Florianópolis,1992. 600p. INTERNATIONAL ORGANIZATION OF STANDARDIZATION. ISO 16283-1: Acoustics - Field measurement of sound insulation in buildings and of building elements - Part 1: Airborne sound insulation, 2014. ___. ISO 16283-2: Acoustics – Field measurement of sound insulation in buildings elements - Part 2: Impact sound insulation, 2015. ___. ISO 3382-2: Acoustics - Measurement of room acoustic parameters - Part 2: Reverberation time in ordinary rooms, 2008. ___. ISO 717-1: Acoustics - Rating of sound insulation in buildings and of building elements - Part 1: Airborne sound insulation, 2013. ___.ISO 717-2: Acoustics - Rating of sound insulation in buildings and of building elements - Part 2: Impact sound insulation, 2013. MÉNDEZ, A. M. et al. Acustica arquitectonica. Buenos Aires: UMSA, 1994. 238p. PAIXÃO, D. X. Caracterização do isolamento acústico de uma parede de alvenaria, utilizando análise estatística de energia (SEA). Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, SC, 2002. PAIXÃO, D. X. Análise das Condições Acústicas em Sala de Aula. 1996. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 1997. PAVANELLO, L. R. Investigação do ruído gerado por instalações hidrossanitárias em uma edificação multifamiliar. Dissertação de mestrado – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, 2014. PEREYRON, D. Estudo de tipologias de lajes quanto ao isolamento acústico. Dissertação Mestrado PPGEC, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil,2008. ROUGERON, C. Aislamento acústico y térmico em laconstruccion. Barcelona: Editores Técnicos Asociados, 1977. 300p. SOUZA, L. C. L. de.; ALMEIDA, M. G. de.; BRAGANÇA, L. Bê-a-bá da acústica arquitetônica: ouvindo a arquitetura. EdUFSCar. São Carlos. 4. ed. Bauru, 2012.
62
APÊNDICE A – RELATÓRIOS DE ENSAIOS
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons aéreos – 𝑫𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-1 (ISO, 2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 23/05/2017
ELEMENTO: Sistema de vedação vertical interno entre os dormitórios 307 e 308
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de condução aérea de uma parede de
alvenaria estrutural e reboco em gesso com espessura total de 17 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
OBSERVAÇÕES: Existência de pontos elétricos no SVVI
Resultados:
𝑫𝒏𝑻,𝑾 : 42 dB
Frequência Dnt
(Hz) (dB)
100 23,87
125 34,55
160 32,76
200 29,40
250 35,64
315 33,25
400 35,05
500 37,17
630 37,80
800 40,12
1000 42,63
1250 45,46
1600 47,25
2000 47,26
2500 46,43
3150 48,31
42,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
100
0
125
0
160
0
200
0
250
0
315
0
dB
Hz
Dnt (dB)
Curva ajustada (-10 dB)
63
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons aéreos – 𝑫𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-1 (ISO, 2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 23/05/2017
ELEMENTO: Sistema de vedação vertical interno entre os dormitórios 407 e 408
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de condução aérea de uma parede de
alvenaria estrutural e reboco em gesso com espessura total de 17 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
OBSERVAÇÕES: Existência de pontos elétricos no SVVI
Resultados:
𝑫𝒏𝑻,𝑾 : 40 dB
Frequência Dnt
(Hz) (dB)
100 23,84
125 33,06
160 30,89
200 29,63
250 34,25
315 34,47
400 33,04
500 34,52
630 36,27
800 36,97
1000 39,53
1250 43,42
1600 46,07
2000 45,00
2500 45,69
3150 48,27
40,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
100
0
125
0
160
0
200
0
250
0
315
0
dB
Hz
Dnt (dB)
Curva ajustada (- 12 dB)
64
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons aéreos – 𝑫𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-1 (ISO, 2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 03/06/2017
ELEMENTO: Sistema de vedação vertical interno entre os dormitórios 507 e 508
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de condução aérea de uma parede de
alvenaria estrutural e reboco em gesso com espessura total de 17 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
OBSERVAÇÕES: Existência de pontos elétricos no SVVI
Resultados:
𝑫𝒏𝑻,𝑾 : 39 dB
Frequência Dnt
(Hz) (dB)
100 19,97
125 31,10
160 32,60
200 32,75
250 35,01
315 33,83
400 31,08
500 33,76
630 35,82
800 36,26
1000 39,43
1250 41,22
1600 41,44
2000 41,18
2500 43,02
3150 46,21
39,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
dB
Hz
Dnt (dB)
Curva ajustada (-13 dB)
65
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons aéreos – 𝑫𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-1 (ISO, 2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 23/05/2017
ELEMENTO: Sistema de piso entre os dormitórios 308 e 408
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de condução aérea de uma laje maciça de
concreto armado com contrapiso, piso cerâmico e reboco em gesso com espessura total de 18 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
Resultados:
𝑫𝒏𝑻,𝑾 : 47 dB
Frequência Dnt
(Hz) (dB)
100 22,68
125 38,49
160 37,03
200 39,94
250 37,07
315 41,10
400 39,87
500 43,57
630 45,01
800 46,69
1000 48,40
1250 50,19
1600 51,70
2000 51,50
2500 50,26
3150 53,96
47,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
dB
Hz
Dnt
Curva ajustada
66
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons aéreos – 𝑫𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-1 (ISO, 2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 03/06/2017
ELEMENTO: Sistema de piso entre os dormitórios 408 e 508
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de condução aérea de uma laje maciça de
concreto armado com contrapiso, piso cerâmico e reboco em gesso com espessura total de 18 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
Resultados:
𝑫𝒏𝑻,𝑾 : 46 dB
Frequência Dnt
(Hz) (dB)
100 30,27
125 29,58
160 30,93
200 36,44
250 36,03
315 40,40
400 37,97
500 43,35
630 44,55
800 45,72
1000 48,04
1250 50,55
1600 51,48
2000 51,67
2500 51,41
3150 53,60
46,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
dB
Hz
Dnt
Curva ajustada
67
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons aéreos – 𝑫𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-1 (ISO, 2014) e ISO 717-1 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 11/05/2017
ELEMENTO: Sistema de piso entre os dormitórios 508 e 608
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de condução aérea de uma laje maciça de
concreto armado com contrapiso, piso cerâmico e reboco em gesso com espessura total de 18 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
Resultados:
𝑫𝒏𝑻,𝑾 : 47 dB
Frequência Dnt
(Hz) (dB)
100 25,31
125 42,12
160 41,22
200 37,16
250 36,62
315 40,41
400 41,57
500 44,79
630 45,31
800 45,93
1000 46,87
1250 47,97
1600 49,71
2000 50,08
2500 51,13
3150 53,75
47,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
dB
Hz
Dnt
Curva ajustada
68
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons de impacto– 𝑳′𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-2 (ISO, 2015) e ISO 717-2 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 23/05/2017
ELEMENTO: Sistema de piso entre os dormitórios 308 e 408
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de impacto de uma laje maciça de concreto
armado com contrapiso, piso cerâmico e reboco em gesso com espessura total de 18 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
Resultados:
𝑳′𝒏𝑻,𝑾 : 77 dB
Frequência L’nt
(Hz) (dB)
100 60,27
125 63,23
160 63,81
200 66,60
250 68,94
315 70,50
400 72,27
500 72,08
630 72,39
800 73,16
1000 71,56
1250 71,40
1600 71,03
2000 71,53
2500 71,61
3150 68,95
77,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
dB
Hz
L'nt
Curva ajustada
69
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons de impacto– 𝑳′𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-2 (ISO, 2015) e ISO 717-2 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 23/05/2017
ELEMENTO: Sistema de piso entre os dormitórios 408 e 508
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de impacto de uma laje maciça de concreto
armado com contrapiso, piso cerâmico e reboco em gesso com espessura total de 18 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
Resultados:
𝑳′𝒏𝑻,𝑾 : 79 dB
Frequência L’nt
(Hz) (dB)
100 55,95
125 60,16
160 62,81
200 66,65
250 65,85
315 67,51
400 70,14
500 69,71
630 70,24
800 71,37
1000 71,38
1250 70,68
1600 71,44
2000 73,16
2500 75,03
3150 74,23
79,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
dB
Hz
L'nt
Curva ajustada
70
Determinação do índice de isolamento sonoro a sons de impacto– 𝑳′𝒏𝑻,𝑾 – [dB]
Normas: ISO 16283-2 (ISO, 2015) e ISO 717-2 (ISO, 2013)
Informações do ensaio: REQUERENTE: Fernanda Luisa Simon Mostardeiro
DATA: 03/06/2017
ELEMENTO: Sistema de piso entre os dormitórios 508 e 608
DESCRIÇÃO:Ensaio de isolamento sonoro de ruídos de impacto de uma laje maciça de concreto
armado com contrapiso, piso cerâmico e reboco em gesso com espessura total de 18 cm.
Características da sala de ensaio:
COMPRIMENTO: 3,95 m
ALTURA: 2,62 m
LARGURA: 2,98 m
VOLUME: 25,9 m³
TEMPERATURA DO AR: 16,3°C
HUMIDADE DO AR: 74%
Resultados:
𝑳′𝒏𝑻,𝑾 : 80 dB
Frequência L’nt
(Hz) (dB)
100 55,29
125 60,44
160 62,70
200 64,42
250 68,29
315 69,23
400 72,10
500 71,46
630 72,26
800 73,18
1000 73,96
1250 73,69
1600 74,21
2000 74,77
2500 74,94
3150 74,03
80,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
dB
Hz
L'nt
Curva ajustada
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