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FACULDADE MINEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA – FUMEC
FACULDADE DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
Área de Concentração
GESTÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES
Linha de pesquisa
ESTRATÉGIA EM ORGANIZAÇÕES E COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
EFETIVIDADE DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E O COMPROMETIMENTO COM A
INSTITUIÇÃO: UM ESTUDO COM SERVIDORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR
IRACI DE OLIVEIRA SOARES
Belo Horizonte
2012
IRACI DE OLIVEIRA SOARES
EFETIVIDADE DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E O COMPROMETIMENTO COM A
INSTITUIÇÃO: UM ESTUDO COM SERVIDORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Faculdade de Ciências Empresariais – FUMEC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica das organizações. Linha de pesquisa: Estratégica em organizações e comportamento organizacional.
Orientador: Dr. Luiz Antônio Antunes Teixeira.
Belo Horizonte
2012
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me dar força, coragem, perseverança e
por me fazer acreditar que a luta e o sacrifício são passos para a vitória.
Mesmo com a minha mãe estando doente com câncer, consegui alcançar mais
um objetivo.
Ao orientador Prof. Dr. Luiz Antonio Antunes Teixeira, pela paciência,
dedicação e compreensão durante o estudo. Obrigado por mostrar caminhos
que pareciam tão conturbados e por sempre atender aos meus telefonemas
quando precisava de esclarecimentos.
Aos Professores e Coordenador do Mestrado, Dr. Henrique Cordeiro Martins e
Dr. Luiz Cláudio, pelas colaborações oferecidas na qualificação que me fizeram
alterar o rumo deste trabalho.
Aos colegas de mestrado, que compartilharam comigo a vida acadêmica
durante as disciplinas em curso, aos colegas, Pedro Paulo Pereira e Mônica de
Cerqueira Pondé (in memoriam), continuam em nossos corações.
A todo o corpo docente, discente, administrativo e aos prestadores de serviços
da FUMEC, em especial às meninas do café, que sempre me ofereciam um
cafezinho, dizendo que era para eu ficar mais calma.
À direção do IFMG, em especial ao Diretor-Geral Arthur Versiani Machado, por
entender que servidores capacitados desempenham melhor as suas funções,
proporcionando crescimento mútuo aos funcionários e á instituição.
Agradeço aos meus pais, que me incentivaram não desistir do mestrado,
mesmo diante do trabalho e da própria doença que a mãe estava enfrentando.
Vocês me fizeram ver que todo sacrifício tem recompensa. Amo vocês!
Ao meu esposo, José Honorato Soares, com quem escolhi criar uma família e
que, muitas vezes, me viu estudando até altas horas da madrugada, mas
nunca me cobrou nada. Quantas vezes passou camisas para ir ao trabalho,
devido ao meu esquecimento!
Aos meus filhos adolescentes, Marcos Vinícius de Oliveira Soares e Luanna de
Oliveira Soares que, por inúmeras vezes, tiveram que abaixar o som alto
porque estava interferindo aos meus estudos, obrigada por compreender e
colaborar.
Aos meus queridos irmãos e irmãs, Edson, Silvano, Silvio, Cleonice, Laureci,
Júnio, Samuel, Daniel, Deivison, Gabriel, Juliana, todos abençoados por Deus,
que sempre me incentivaram a continuar lutando, fazendo-me acreditar que a
vida só tem sentido quando assumimos compromisso com agente e com o
próximo.
Aos colegas entrevistados, e também àqueles que colaboraram tão
gentilmente, sem medir esforços, doando seu tempo de trabalho para
responder os questionários, colaborando com a minha solicitação. Não existe
dinheiro que pague este reconhecimento, mediante tantas experiências
compartilhadas comigo e com o meu estudo.
Por fim, a todos que colaboram para a concretização desse trabalho, que Deus
abençoe!
RESUMO
O objetivo proposto nesta pesquisa é identificar a percepção dos Servidores
Públicos de uma Instituição Federal de Ensino Superior a respeito da
efetividade do estágio probatório e verificar a relação destes com o
comprometimento dentro da instituição. Para a coleta de dados, foram
aplicados questionários online a 128 servidores. Conforme a amostra, 2/3 dos
respondentes já realizaram ou estão realizando estágio probatório, sendo que
18,8% estão realizando o estágio probatório, 56,3% já realizou o estágio
probatório e 25% entrou na instituição antes da implementação do estágio
probatório. A maior concentração dos entrevistados é do sexo masculino,
possui mestrado ou doutorado, e 75,8% deles desenvolvem atividades na área
acadêmica e têm até quatro anos na instituição, atingindo um percentual de
28,1%. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica intitulada Chi-Square
Automatic Interaction Detector (CHAID). Em relação ao comprometimento, a
pesquisa mostra que os servidores com mais 45 anos de idade apresentam um
maior comprometimento que os servidores mais jovens.
Palavras-chave: Estágio Probatório; Efetividade; Meritocracia;
Comprometimento.
ABSTRACT
The proposed objective on this study is identify the perception of the Public
Employees from Federal Institution of Higher Education about the effectiveness
of probationary stage and verify the relationship of these with the commitment
within the institution. For data collection, have been applied online
questionnaires for 128 servers. According to the sample, 2/3 of respondents
already performed or are performing the probationary stage, being that 18,8%
are performing the probationary stage, 56,3% already performed the
probationary stage and 25% went into the institution before implementation of
the probationary stage. The largest concentration of respondents is male, holds
a masters degree or doctorate, and 75,8% of them develop activities in the
academic area and have up to four years at the institution, reaching rates of
28,1%. For data analysis, was used the technique titled Chi-Square Automatic
Interaction Detector (CHAID). Regarding the commitment, the research shows
that the servers with over 45 years of age present a greater commitment which
the younger servers.
Keywords: Probationary Stage; Effectiveness; Meritocracy; Commitment.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Estágio Probatório............................................................ 46
Tabela 2- Faixa Etária....................................................................... 48
Tabela 3- Sexo.................................................................................. 49
Tabela 4- Grau de escolaridade........................................................ 49
Tabela 5- Setor e área acadêmica.................................................... 49
Tabela 6- Tempo de trabalho na instituição...................................... 50
Tabela 7- Estágio probatório............................................................. 51
Tabela 8 - Descrição do modelo ajustado......................................... 52
Tabela 9 - Cargas cruzadas: construto desempenho....................... 53
Tabela 10 –Avaliação do estágio probatório..................................... 57
Tabela 11 – Comprometimento......................................................... 58
Tabela 12 – Correlação..................................................................... 62
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Quadro 1- Correlação....................................................................... 62
Figura 1– Teste de significância – valores t...................................... 54
Figura 2 - Modelo estrutural ajustado............................................... 55
Figura 3 - Modelo estrutural ajustado............................................... 56
Figura 4–Estágio probatório x Faixa etária....................................... 58
Figura 5–Comprometimento organizacional x Faixa etária............... 59
Figura 6–Comprometimento organizacional x Grau de
escolaridade.......................................................................................
60
Figura 7–Comprometimento organizacional x Tempo de trabalho
no instituição......................................................................................
60
Figura8 – Comprometimento organizacional x Status em relação à
realização do estágio probatório........................................................
61
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................ 10
1.2 Objetivos................................................................................................. 16
1.2.1 Objetivo geral....................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos específicos........................................................................... 16
1.3 Estruturação da dissertação..................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................... 17
2.1 O novo perfil do servidor público.............................................................. 17
2.2 Eficiência, eficácia e efetividade do serviço público................................. 19
2.3 A meritocracia no serviço público............................................................ 23
2.4 Estágio probatório no Brasil...................................................................... 26
2.5 Estágio probatório como socialização...................................................... 32
2.6 As competências e o mundo do trabalho................................................. 36
2.7 Padrões de comprometimento................................................................. 39
3 METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................ 45
3.1 Qualificação da pesquisa......................................................................... 45
3.2 Unidade de estudo................................................................................... 45
3.3 Universo da pesquisa e amostra pesquisada........................................... 46
3.4 Coleta, tratamento e análise dos dados................................................... 46
3.5Técnicas de análise................................................................................... 47 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................ 48
4.1 Caracterização das amostras................................................................... 48
4.2 Validação das escalas de avaliação do estágio probatório...................... 51
4.2.1Avaliação do processo avaliativo do estágio probatório......................... 52
4.2.2Comprometimento Organizacional......................................................... 56
4.2.3 Resultados............................................................................................. 57
4.2.3.1Avaliação do processo avaliativo do estágio probatório...................... 57
4.2.3.2 Comprometimento organizacional...................................................... 58
4.2.3.3 Avaliação do processo avaliativo do estágio probatório x
Comprometimento organizacional..................................................................
61
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 65
5.1 Limitações................................................................................................ 68
5.2 Sugestões................................................................................................. 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 69
ANEXOS......................................................................................................... 77
10
INTRODUÇÃO
O estágio probatório foi inserido no contexto jurídico brasileiro após o advento
da Constituição de 1937, com o entendimento de validar os resultados obtidos
no concurso público.
O servidor ingressa na instituição, passa por uma avaliação de desempenho
durante trinta e seis meses e, nestes trinta e seis meses é avaliado por meio de
quesitos como assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e
responsabilidade, adquirindo a estabilidade caso seja aprovado.
O processo de avaliação do estágio probatório visa orientar os servidores e
contribuir com diversas áreas no âmbito organizacional, possibilitando a
integração e a construção de serviços públicos mais efetivos. Tem a finalidade
de apurar a aptidão e a capacidade do servidor para o cargo.
O servidor ingressa no serviço público federal por meio do concurso público de
provas e títulos e assumirá o cargo após atestar plenas capacidades físicas e
mentais, atendendo ao disposto na Lei 8.112/90 de 11, de dezembro de 1990.
Depois de assumir o cargo, ele inicia a sua carreira profissional por meio da
avaliação de desempenho chamada estágio probatório. Essa avaliação é
considerada importante, pois é através dela que a instituição avaliará as
aptidões do servidor para o cargo e, caso este não atenda às exigências da
legislação, será exonerado sem nenhuma recompensa.
[...] o período compreendido entre o início do exercício e a aquisição da estabilidade é denominado de estágio probatório e tem por finalidade apurar se o funcionário apresenta condições para o exercício do cargo, referente à moralidade, assiduidade, disciplina eficiência(DI PIETRO, 1999, p. 124).
O servidor entrará em exercício, iniciando a sua primeira etapa da avaliação de
desempenho em estágio probatório. No entanto, apesar de a avaliação em
estágio probatório ser realizada em 36 (trinta e seis) meses, cada instituição
tem autonomia para determinar a distribuição do período em que este servidor
será avaliado. A instituição tem o formulário próprio e o setor de Gestão de
11
Pessoas é responsável pela distribuição das pastas dos novos servidores, para
as áreas e ou setores, em acordo com a Lei 8.112/90.
Os servidores em estágio probatório são avaliados pelos colegas do setor, bem
como pela chefia imediata e serão aprovados nas avaliações se obtiverem um
percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) no processo, demonstrando
aptidão para exercer o cargo para o qual realizou o concurso. São critérios para
a avaliação, de acordo com a Lei 8.112/90, assiduidade, disciplina, capacidade
de iniciativa, produtividade e responsabilidade.
Para Mukai Toshio (1999, p. 151),
toda organização, inclusive a estatal, pressupõe a atuação de pessoas que também podem ser pessoas jurídicas, privadas ou governamentais, incumbidas de uma atividade estatal em situações determinadas e especiais. As pessoas são responsáveis pela movimentação da estrutura organizacional do Poder Público com vistas a atingir os fins de interesse público estabelecidos na Constituição Federal.
De acordo com Di Pietro (2004, p. 431), “a Constituição de 1988, [...] emprega
a expressão ’Servidores Públicos‘para designar as pessoas que prestam
serviços, com vínculo empregatício, à Administração Pública direta, autarquias
e fundações públicas”.
A efetividade é considerada o atributo decorrente da nomeação em caráter efetivo, vinculada ao cargo que é provido. Quando o agente é nomeado em caráter efetivo adquire a efetividade imediatamente após cumpridas as formalidades legais (posse e exercício) (CRETELLA JÚNIOR, 1999, p.173-174).
A pesquisa pretende investigar o desempenho dos servidores públicos em
estágio probatório, e daqueles que foram submetidos à avaliação de
desempenho em estágio probatório, nas seguintes perspectivas: Estágio
Probatório, Perspectiva Acadêmica, Custos e Gestão de Pessoas.
O estágio probatório é considerado como período de adaptação do servidor
público que ingressa na instituição federal por meio de concurso público de
provas e títulos. Este servidor inicia a sua carreira profissional após a
12
nomeação e a posse no cargo e assumirá o cargo mediante prévia inspeção
médica oficial, comprovando plenas capacidades físicas e mentais para o
exercício. Ele tem o prazo de quinze dias para entrar em exercício, caso
contrário perderá a vaga e/ou, em conformidade com Lei 8.112, de 12 de
dezembro de 1990, o ato pelo que foi designado ficará sem efeito.
Cumpridas as exigências legais, inicia-se o período do estágio probatório por
um período de 36 meses. A Emenda Constitucional nº. 19, de 4 de junho de
1998, ampliou o prazo para aquisição da estabilidade de dois para três anos.
Os direitos e deveres do servidor público são regidos pela Lei 8.112/90, mesma
que instituiu o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais Civis
da União, das autarquias, inclusive das fundações federais.
Segundo Modesto (2002, s.p.), a avaliação do estágio probatório conforme a
norma vigente é especial e obrigatória,
tanto que a avaliação de desempenho do servidor é realizada periodicamente pela Administração a cada dezoito meses. A Avaliação de desempenho além de avaliar a assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade serve para progressão na carreira do servidor; caso ele alcance o percentual mínimo de 60% na avaliação de desempenho.
Muitas vezes o servidor vem da iniciativa privada sem nenhum conhecimento
do setor público, mas a criação do Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de
2006, o mesmo que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento de
Pessoas, possibilitou à instituição fazer maior investimento no servidor.
Com o objetivo de alcançar cada vez mais a excelência com a qualificação
profissional, o servidor em estágio probatório, e também aquele servidor que já
passou pelo processo, vem procurando se qualificar, visando ao crescimento,
desenvolvimento das competências e das habilidades profissionais, adquirindo,
com isso, domínio do crescente universo informacional da atualidade1.
1 Programa de Estágio Probatório avalia aptidão acadêmica do docente da UFPI. Disponível em: <http://www.portalodia.com/noticias/concursos/programa-de-estagio-probatorio-avalia-aptidao-academica-do-docente-da-ufpi-110539.html>.
13
Com o intuito de fornecer plenas condições de trabalho ao servidor em estágio
probatório, a instituição prima pela valorização desse servidor público. Ela
investe em cursos de capacitação e qualificação profissional tanto presencial
quanto à distância, procurando também fazer articulações entre ensino,
pesquisa e extensão. Sua capacidade de investimento acompanha o
fortalecimento acadêmico, possibilitando o crescimento e desenvolvimento em
todas as áreas2.
Assim que o servidor percebe que cresce na carreira por meio da progressão
por capacitação, por mérito profissional e incentivo à qualificação, ele
demonstra maior interesse em adquirir mais conhecimentos. A progressão por
capacitação é adquirida através de cursos com menor carga horária e o
servidor em hipótese alguma poderá somar as cargas horárias dos certificados.
Já na progressão por mérito profissional é considerado o tempo na carreira e a
progressão por incentivo à qualificação é adquirida através de cursos Stricto
Sensu (cursos em nível de Mestrado e Doutorado), sendo que o servidor,
conforme destacado na Lei 11.091, de 12 de janeiro de 2005, precisa
apresentar certificado superior à exigência ao cargo que ocupa.
Os cursos de formação continuada são muito importantes para o servidor e têm
como principal finalidade a formação profissional, assegurando-lhe uma
inserção social cidadã, mediante aquisição de conhecimentos que propiciem a
capacitação necessária para exercer com eficácia e eficiência o exercício
profissional. Além disso, eles proporcionam aos servidores mais segurança
para desenvolver as suas atividades com efetividade. Se a educação, sozinha,
não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.
Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio3e da convivência com o diferente e não da sua negação, não temos outro caminho senão vivermos plenamente a nossa opção.
2 Programa de Estágio Probatório avalia aptidão acadêmica do docente da UFPI. Disponível em: <http://www.portalodia.com/noticias/concursos/programa-de-estagio-probatorio-avalia-aptidao-academica-do-docente-da-ufpi-110539.html>. 3A Formação de Professores para a diversidade na perspectiva de Paulo Freire. V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22 - setembro 2005. Disponível em: <http://www.paulofreire.org.br/artigos_parte01.pdf>.
14
Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que fizemos e o que fazemos (FREIRE, 2000, p. 67).
Para a instituição, quanto maior o número de servidores com qualificação,
maior sua credibilidade no mercado de trabalho e mais efetivamente se dará a
prestação de serviços desses profissionais, sem contar que, de acordo como
Art. 1º da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, o processo de formação
também agrega novos conhecimentos na convivência familiar, humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais,
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais4.
É importante destacar que o servidor é socializado por meio de cursos de
capacitação, adquirindo, assim, novas experiências já que, muitas vezes, ele
vem da iniciativa privada e, por isso, não possui nenhum conhecimento da
cultura da instituição pública. Após a capacitação, este servidor passa ter mais
responsabilidade e comprometimento com as ações desenvolvidas dentro da
instituição, cujo principal objetivo é prestar, com efetividade, serviços para as
comunidades. Ao final do processo de avaliação, após tramitar em diversas
instâncias na instituição, caso ainda seja considerado inapto para as atividades
no âmbito do serviço público, cabe ao Reitor a assinatura do ato de exoneração
e, para oficializar este ato, publica-se no Diário Oficial da União, conforme
prevê a Lei 8.112/90.
Dessa forma, a instituição tem custos elevados com investimentos em cursos
de capacitação e qualificação para habilitar o servidor. Este é capacitado por
meio de cursos presenciais e à distância, cujo objetivo, também, é agregar
novos conhecimentos, desenvolver as competências e prestar um bom serviço
ao Estado. Segundo o Art.20 do Regime Jurídico Único dos Servidores
Públicos Civis da União (Lei 8.112/90), o estágio probatório serve para avaliar o
desempenho do servidor conforme os critérios da assiduidade, disciplina,
capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.
4 Programa de Estágio Probatório avalia aptidão acadêmica do docente da UFPI. Disponível em: <http://www.portalodia.com/noticias/concursos/programa-de-estagio-probatorio-avalia-aptidao-academica-do-docente-da-ufpi-110539.html>.
15
A Gerência de Gestão de Pessoas por sua vez, tem a responsabilidade de
acolher o novo servidor, apresentando-lhe o cronograma da instituição, os
ambientes, a equipe de trabalho e demais colegas, uma vez que este, a partir
da posse, fará parte do quadro de servidores da instituição. Além disso, cabe
também à Gerência de Gestão de Pessoas fornecer manual de
informações/orientações referentes aos direitos e deveres farão parte da sua
nova carreira profissional, bem como se responsabilizar pela implementação de
políticas de Recursos Humanos.
Dentro dessa política, o Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, delibera
que o servidor deve ser capacitado a partir de um processo permanente e
deliberado de aprendizagem, com o propósito de contribuir para o
desenvolvimento de competências institucionais por meio do desenvolvimento
de competências individuais.
De acordo com Abrucio e Gaetani (2006), a melhor tática de renovação da área
de Gestão de Pessoas consiste na capacidade de pensar estrategicamente o
planejamento da força de trabalho, uma vez que trata de definir o perfil da
burocracia, com suas atribuições e incentivos. Estes autores ainda destacam
as dificuldades de se implementar um sistema de Gestão de Recursos
Humanos - conhecido atualmente como Gestão de Pessoas - que permita
estimular e desenvolver de maneira eficaz, as atividades nos estados.
Diante do exposto, a pergunta que norteia a pesquisa pode ser expressa da
seguinte forma: qual a percepção dos servidores públicos de uma IFES
(Instituição Federal de Ensino Superior), a respeito da efetividade do estágio
probatório e como ela se relaciona com o comprometimento?
16
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Identificar a percepção dos servidores públicos de uma IFES (Instituição
Federal de Ensino Superior), a respeito da efetividade do estágio probatório e
verificar a relação destes com o comprometimento com a instituição.
1.3.2 Objetivos específicos
a) Identificar a percepção dos servidores públicos que passaram pelo
processo de avaliação do estágio probatório e daqueles que ainda
estão sendo avaliados neste processo;
b) Identificar o nível de comprometimento dos servidores em estágio
probatório, em relação aos que passaram pela avaliação de
desempenho em estágio probatório.
1.3 Estruturação da dissertação
Além do capítulo introdutório contendo uma contextualização do tema, a
justificativa e os objetivos, a dissertação se estrutura da seguinte forma: o
capítulo 2 discorre sobre o referencial teórico. O capítulo 3 trata do percurso
metodológico. No capítulo 4, são apresentados os resultados da pesquisa e no
quinto e último são tratadas as considerações finais.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O curso teórico escolhido para sustentar as argumentações da pesquisa se
estrutura nos seguintes tópicos: o novo perfil do servidor público; efetividade do
serviço público; a meritocracia no serviço público; estágio probatório no Brasil;
estágio probatório como socialização; a competência no mundo do trabalho e
padrões de comprometimento.
2.1 O novo perfil do servidor público
O novo perfil do servidor público5 exige necessariamente a mudança cultural do
próprio servidor, ela tem reflexo em seu comportamento e pode ser obtida por
meio de treinamentos profissionais, resultando na construção de novos
padrões de relacionamento e comprometimento entre o Estado e a Sociedade
Civil.
Sabe-se que a administração pública brasileira encontra diversas dificuldades
para atender às inúmeras demandas que a sociedade exige. Pode-se dizer
que, para garantir um perfeito funcionamento do Estado, é imprescindível uma
adequada estrutura administrativa não apenas profissional como também
responsável e comprometida com o serviço público. O servidor público, em
seu novo perfil, atua de maneira estratégica, com visão inovadora a fim de
transformar ideias em ações e ações em projetos consistentes. Realiza,
alcança melhorias e sabe enfrentar os desafios, “resolvendo problemas e
encontrando soluções” 6.
O servidor público dentro de um novo perfil:
� É receptivo a novas demandas;
� Identifica a necessidade de mudanças no ambiente de trabalho;
5 O novo perfil do servidor público. Disponível em: <http//www.eap.gov.br/imagem/download/perfil.ppt>. Acesso em: 20 de outubro de 2011. 6 O novo perfil do servidor público. Disponível em:<http//www.eap.gov.br/imagem/download/perfil.ppt>.
18
� Soluciona problemas que estão dentro da sua competência;
� Sugere soluções para os problemas identificados na área de atuação e
setores vizinhos quando lhe é permitido;
� Ouve mais do que fala;
� Sugere soluções inovadoras para melhoria no ambiente organizacional;
� Utiliza os recursos disponíveis de maneira eficiente;
� Absorve com facilidade as mudanças organizacionais, proporcionando
um bom relacionamento entre os colegas de equipe.
O servidor público com um novo perfil se identifica com a capacidade de
aprendizagem da seguinte forma:
� Absorve informações inovadoras, gerando e socializando novos
conhecimentos;
� Assume o erro como fonte de aprendizagem;
� Inova as rotinas de trabalho da área de atuação e suas inter-relações;
� Socializa conhecimentos e compartilha as informações obtidas;
� Identifica e soluciona os problemas;
� Mantém-se atualizado sobre a legislação e políticas relacionadas à área
ou setor de atuação;
� Avalia a eficácia dos métodos e processos de trabalho da área de
atuação e propõe soluções;
� Sabe aceitar críticas e, a partir delas, promover mudanças.
Por fim, o servidor público no novo perfil:
� Atende as solicitações da chefia imediata em tempo hábil, mesmo com
recursos escassos;
� Compartilha e discute as decisões na busca das melhores propostas
para a área de atuação;
� Agiliza os processos decisórios, eliminando os obstáculos à eficácia em
relação às tarefas;
� Antecipa e soluciona os problemas.
19
Não se pode negar que a sociedade arca com um custo muito alto para obter
serviços eficientes. Tanto o servidor público em estágio probatório quanto
aquele que passou pelo estágio probatório, dentro de um novo perfil poderá
contribuir para o desenvolvimento e o crescimento da qualidade desses
serviços, conforme determina a Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de
1998..
2.2 Eficiência, eficácia e efetividade do serviço público
Para Di Pietro, a eficiência é o princípio da soma dos impostos à administração,
não podendo sobrepor a nenhum deles, especialmente aos da legalidade, sob
pena de gerar sérios riscos à segurança jurídica e ao próprio Estado de Direito.
De acordo com Bio (1996), eficiência diz respeito a método, maneira de fazer
as coisas. “Uma pessoa eficiente é aquela que consegue desenvolver suas
atividades no menor tempo possível, com o menor recurso empregado, refere-
se a resultados de determinada atividade” (BIO, 1996, p. 21). este mesmo autor
associa eficácia e eficiência: “a eficácia não depende apenas do acerto às
decisões estratégicas e das ações tomadas no ambiente externo, mas também
do nível de eficiência”(BIO, 1996, p.22).
Para Meirelles (1996),
eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com a legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço satisfatório e atendimento às necessidades da (s) comunidade (s) (MEIRELLES, 1996, p. 90-91).
O princípio da eficiência apareceu no ordenamento jurídico desde o Decreto Lei
200/67, quando este submeteu toda atividade pública ao controle de resultado
(arts. 13 e 25, V), fortaleceu o sistema de mérito (art. 25, VIII), sujeitou a
administração indireta à supervisão ministerial quanto à eficiência
administrativa (art. 26, III) e recomendou a demissão ou dispensa do servidor
comprovadamente ineficiente ou desidioso (art.100, de 25 de fev 1967)
(MEIRELLES,1996).
20
A Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, inseriu o princípio da
eficiência entre os princípios constitucionais da administração pública, previstos
no artigo, 37, caput. A partir desta Emenda foram incluídos alguns artigos,
como: (i) o art. 39, § 2º, que determina que a União, os Estados e o Distrito
Federal manterão as escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos, sendo um
dos requisitos para a promoção na carreira e, para isso, promoverá a
celebração de convênios ou contratos entre as instituições federais; e (ii) art. 41
§ 1º, III, segundo o qual o servidor público estável perderá o cargo mediante
avaliação periódica de desempenho, na aquisição da estabilidade, sendo
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade (MEIRELLES, 1996).
A eficiência apresenta como princípio em dois aspectos: o primeiro diz respeito
ao modo de atuação do servidor público, do qual se espera o melhor
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados
e o segundo se embasa no modo de organizar, estruturar, disciplinar a
administração pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores
resultados na prestação de serviço público (MEIRELLES 1996).
Nesse sentido, é importante diferenciar alguns conceitos, tais como a
eficiência, a eficácia e a efetividade. A eficiência não pode ser confundida com
a eficácia nem com a efetividade, pois ela transmite a maneira como se
processa o desempenho da atividade administrativa. Já eficácia se relaciona
com os meios e com os instrumentos empregados pelos servidores públicos no
exercício de seus misteres na administração. Finalmente, a efetividade se
concretiza nos resultados obtidos com ações administrativas. No entanto, o
desejável é que tais qualificações caminhem simultaneamente, mas é possível
admitir que condutas administrativas produzidas com eficiência, embora não
tenham eficácia ou efetividade, em face da eficácia dos meios acabem
demonstrando efetividade. É possível, também, admitir que condutas eficientes
e eficazes alcancem os resultados desejados (MEIRELLES, 1996).
21
A eficiência é um objetivo que está presente na Reforma do Estado. No Plano
Diretor da Reforma do Estado, elaborado em 1995, expressamente se afirma
que a reforma do Estado significa melhorar não apenas a organização e o
pessoal, mas também suas finanças e todo seu sistema institucional, de forma
a permitir que este tenha uma relação harmoniosa e positiva com a sociedade
civil. A reforma do Estado permite que os estrategistas responsáveis tomem
decisões mais corretas e efetivas.
O princípio da eficiência, apesar de estar entre os princípios elencados na
Constituição Federal, não deve ser aplicado de forma absoluta e sim obedecer
ao princípio da legalidade, uma vez que não se justificariam medidas ilegais
com o objetivo de alcançar eficácia do ato administrativo, isto é, a eficiência é
um princípio que deve ser respeitado ao máximo dentro da Administração
Pública, sobretudo ao lado da legalidade, sob pena de riscos indeléveis à
segurança pública e ao próprio Estado de Direito (MEIRELLES, 1996).
Não se pode negar que a eficiência no setor público é uma exigência mundial e
tem o objetivo de atender os interesses coletivos de forma célebre e com
resultados efetivos. Busca-se um Estado que planeje, desenvolva e execute
suas funções de forma eficaz e com mais efetividade, fazendo uso de novas
técnicas e tecnologias que visem a resultados satisfatórios (MEIRELLES,
1996).
Entende-se que as atividades administrativas devem ser marcadas pela
eficiência, em especial no tocante aos atos discricionários, que são aqueles
que oferecem tanto ao servidor público quanto ao administrador a liberdade de
ação de acordo com a sua conveniência e oportunidade. Mediante tantas
oportunidades e em confronto com várias soluções possíveis de otimização de
inúmeros processos administrativos, devem escolher a solução que melhor
satisfaça à exigência da demanda pública.
Diante das novas exigências do mercado e da sociedade civil, arquitetou-se
uma nova concepção de legalidade na qual se avalia a satisfação dos
22
interesses públicos, atendendo ao princípio da eficiência nos atos
administrativos.
Nesse contexto, justifica-se a exigência da sociedade civil pela imposição do
princípio da eficiência na tomada de decisão e, portanto, passível de controle
jurídico dos atos administrativos. O princípio da eficiência, para ser efetivo,
necessita da participação e da fiscalização de toda a sociedade, de modo a
exigir qualidade e efetividade na prestação de serviços (MEIRELLES, 1996)
Para Elizabeth Leão, qualidade, nesse contexto,
constitui o estabelecimento de um sistema de liderança que garanta coesão e uniformidade às atividades da organização, a definição clara dos clientes, que seja de todos os usuários do serviço e dos resultados por eles esperados; o gerenciamento de informações por meio da geração de indicadores de desempenho; as ações de planejamento e acompanhamento das ações; o envolvimento dos servidores, dentro do compromisso de satisfazer o usuário do serviço público. A gestão pela Qualidade visa o alcance da dimensão política em sua expressão mais ampla que é a CIDADANIA.
O construto eficácia “é considerado quando os objetivos preestabelecidos são
atingidos como resultado da atividade ou do esforço” (GONÇALVES, 1984, p.
24-41). A eficácia seria ligada às metas em si, seria a relação entre os
resultados almejados e os previstos, aproveitando as oportunidades oferecidas.
Para melhorar a compreensão do conceito de eficácia, Costa e Castanhar
(2003) lembram que a avaliação da eficácia procura medir o grau de êxito
alcançado em relação às metas anteriormente estabelecidas.
Conforme afirma o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, a
expressão “eficaz” deve ser entendida como aquela que “produz efeito
desejado; que dá resultado. Que age com eficiência”. O serviço público
eficiente, portanto, é aquele que atende integralmente à necessidade do
consumidor.
23
A eficácia é primordial, imprescindível ao administrador, e a eficiência é
desejável. O administrador que é eficiente, mas não eficaz nunca alcança os
resultados, ao passo que aquele que é eficaz, mas não eficiente, tem chances
remotas de atingir bons resultados (JÚNIOR; ARMANDO, 2006).
A conclusão a que se chega é que serviço eficaz estampa-se naquele que
satisfaz integralmente à legítima expectativa do consumidor, sem que venham
a ser descumpridos quaisquer dos demais requisitos na legislação, tais como
adequação, eficiência, segurança e continuidade, produzindo os efeitos
desejados.
2.3 A meritocracia no serviço público
Segundo o Novo Dicionário Aurélio, meritocracia vem do latim meritu e significa
merecimento. Ela é um sistema de governo ou outra organização. Apesar de a
meritocracia ser um sistema antigo, surgido em 1824, foi a partir dele que se
tornou possível registrar a presença de sistemas meritocráticos no Brasil.
Para David apud Barbosa (2003), a meritocracia é um dos principais sistemas
de hierarquização social da sociedade moderna. Ela pode ser definida como
um conjunto de valores que postula as posições sociais dos indivíduos na
sociedade e deve ser resultado do mérito de cada um, ou seja, das realizações
individuais. Funciona como um conjunto de valores que rejeita toda e qualquer
forma de privilégio hereditário e corporativo, que valoriza e avalia as pessoas
independentemente de suas trajetórias e biografias sociais. A meritocracia não
atribui importância a variáveis sociais como origem, posição social, econômica
e poder político no momento em que se está pleiteando ou competindo por
uma posição.
De acordo com Barbosa (1996, p. 60), “a meritocracia e avaliação de
desempenho são temas extremamente polêmicos, além de serem questões
controversas tanto no âmbito do serviço público, como no das empresas
privadas”.
24
Do ponto de vista histórico, a meritocracia tem sido um dos fundamentos das
organizações. Tradicionalmente, no Japão, onde o mérito é baseado no tempo
de trabalho em uma organização, o salário e a posição na empresa estão
diretamente ligados ao “tempo de casa". Em nosso país, muitos instrumentos
de promoção (ascensão crescimento na carreira) praticados pelas empresas
estão alicerçados no sistema meritocrático, como o vestibular, os concursos
públicos, as entrevistas e a avaliação por curriculum (BARBOSA, 1996).
Para Barbosa (1996),
outro aspecto central desta discussão, sistematicamente ignorado, mas que nos permite enfocá-la em outra perspectiva é a evidência histórico-sociológica do dilema que as sociedades complexas, de forma geral, sempre enfrentaram entre escolher o mérito, a antiguidade e o status hereditário na hora de se organizarem socialmente e administrativamente. Mais ainda, o reconhecimento secular de que a capacidade individual é aleatoriamente distribuída entre os diferentes segmentos, sem que isso implique uma concepção igualitária de sociedade (BARBOSA, 1996, p. 66).
Esse dilema tem sido elemento fundamental e norteador das sociedades ao
longo do tempo, servindo para confirmar que, em algum momento, privilegia-se
o mérito em detrimento da antiguidade e do status hereditário e, em outro
momento, considera-se tão somente a antiguidade ou mesmo combinam-se
dois desses elementos e desconsidera-se o outro:tudo isso em função do
momento histórico vivido pela sociedade e baseado em valores éticos, morais e
culturais.
O mérito, enquanto equilíbrio social, pode ser entendido, segundo Barbosa
(1996) como
a capacidade de cada um realizar determinada coisa ou se posicionar em uma determinada hierarquia, baseado nos seus talentos ou esforço pessoal – é invocado como critério de ordenação dos membros de uma sociedade apenas em determinadas circunstâncias. Os critérios utilizados na avaliação dos funcionários e na concessão das promoções são sempre criticados e vistos como fundamentados em interesses políticos, nepotismo e fisiológicos, que excluem qualquer mensuração de desempenho, eficiência e produtividade (BARBOSA, 1996, p. 67).
A meritocracia privilegia o talento individual, a capacidade de realização, o
saber fazer, o conhecimento e o domínio de habilidades que qualifiquem,
25
tornando o indivíduo apto a realizar algo com eficiência e precisão, distinguindo
sua destreza em produzir algo valioso para a organização.
Maquiavel, em sua obra O Príncipe, publicada em 1532, revelava-se também
afeito ao conceito da meritocracia, quando da seguinte passagem na página
126 cita:
[...] deve, ainda, um príncipe mostrar-se amante das virtudes, dando oportunidade aos homens virtuosos e honrando os melhores numa arte. [...] Deve, além disso, instituir prêmios para os que quiserem realizar tais coisas e os que pensarem em por qualquer forma engrandecer sua cidade ou seu Estado.
A constituição de 25 de março de 1824 esclarece fundamentos da meritocracia.
O artigo 179, item XIV, reza: “Todo cidadão pode ser admitido aos cargos
públicos civis, políticos ou militares, em outra diferença que não seja por
talentos ou virtudes” (BROXADO apud BARBOSA).
A lei de 04 de outubro de 1831 tinha como objetivo de organizar o Tesouro
Nacional e as Tesourarias das Províncias e, em virtude disso, estabeleceu, em
seu artigo 96, seguinte: não se admitirá de ora em diante, pessoa alguma,
senão por concurso, em que se verifique que o pretendente tem os princípios
de gramática da língua nacional e de escrituração das partidas dobradas e
cálculo mercantil, unindo-se a isso, boa letra, boa conduta moral, e idade de
vinte e um anos em diante. Os casados em igualdade de circunstância serão
preferidos os solteiros.
A Constituição de 1934 traz novidades em seu artigo 168, ao reafirmar o direito
ao livre acesso de todos os brasileiros aos cargos públicos e ao inovar,
estabelecendo que não mais houvesse distinções de sexo e estado civil como
nas legislações anteriores, que asseguravam aos homens casados prioridades
na obtenção do cargo público em relação aos solteiros (BARBOSA).
Assim, o conceito de meritocracia pode ser definido como
26
merecimento-reconhecimento do mérito do servidor público, caracterizado por suas qualificações funcionais, éticas, morais, como assiduidade, competência, conhecimento e habilidade, o que é comprovado por avaliações que lhe conferem o direito à promoção de cargo, classe ou categoria (DUARTE apud NOGUEIRA, 2007 p. 3-4).
Para Duarte, meritocracia é a fórmula utilizada por organizações como estímulo
profissional, oferecendo recompensas que proporcionem melhorias importantes
para seus integrantes ou para sua clientela. Este autor apresenta, ainda, outro
conceito de meritocracia no âmbito do reconhecimento destinado ao servidor
público, de modo que a meritocracia tem sido compreendida como um
processo pelo qual são reconhecidas as pessoas que trabalham no serviço
público brasileiro.
O artigo 37 da constituição federal de 1988 determina que a administração
pública direta e indireta, em quaisquer dos Poderes da União, deve seguir os
princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência e
que a investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso
público (DAVI, 2009).
A meritocracia é um sistema social no qual recompensas e posições
hierárquicas são conquistadas apenas com base nos méritos de cada um e não
levam mais em conta fatores como classe, sexo, grupo racial ou saúde
(JÚNIOR;PILATTI; KOVALESKI apud LAWSON;GARROT, 2006).
2.4 Estágio probatório no Brasil
O estágio probatório no Brasil foi introduzido de forma complementar as
discussões sobre a institucionalização do concurso público, presentes nas
principais reformas administrativas no país. A burocracia brasileira enfatiza o
enraizamento do clientelismo e a existência de ilhas de excelência técnica por
meio de insulamentos burocráticos no serviço público (GUEDES, 1990;
CAMPELLO DE SOUZA, 1976).
27
Campello de Souza (1976) demonstra como o processo de centralização
política na década de 1930 teve o efeito de fortalecer a criação de um aparato
burocrático, que assumiu amplas funções decisórias em um sistema de fracas
instituições democráticas, a partir da constituição de institutos, autarquias e
grupos técnicos como instrumentos de intervenção e controle na economia e
fortalecimento do poder militar central, em um momento de fraqueza das
instituições políticas.
O processo de seleção baseado no concurso público é uma das formas mais
expressivas de aferir o mérito do candidato, sendo um “elemento paradigmático
na legitimação da meritocracia” (BARBOSA, 1999, p.57). No entanto, apresenta
deficiências, principalmente por pautar-se em procedimentos formais que
dificultam a adequação do contrato ao cargo, tais como provas e avaliação de
títulos. Em se tratando do processo de seleção, a autora destaca como o
concurso público, por si, não garante necessariamente a seleção que privilegie
o mérito, sendo que
existem sistemas meritocráticos que não selecionam os melhores por um concurso e sim pelo desempenho já comprovado em determinadas tarefas ou pela qualificação. Entretanto, no Brasil o concurso público é um elemento paradigmático na legitimação meritocracia. Na realidade, existe no plano das representações na nossa sociedade e uma superposição entre instrumentos democráticos, como é o caso do concurso, e sistemas meritocráticos (BARBOSA, 1996, p.74).
A Constituição Federal de 1937 é a primeira a condicionar a estabilidade dos
servidores públicos nomeados em concurso público de provas e títulos a dois
anos de efetivo exercício no cargo (DI PIETRO, 2003).
Para Medeiros (1961), a inserção do estágio probatório na Constituição
brasileira também teve como modelo o serviço civil norte-americano, conforme
documento da Commission of Inquiryon Public Personnel,de 1935, que não
considera a nomeação completa até que o empossado tenha demonstrado sua
capacidade no trabalho.
28
Bittencourt (1948) destacou que a Lei Orçamentária de 1915, em seu artigo
125, já exigia uma atitude “ordeira e disciplinada” para aquisição de
estabilidade funcional e a Lei nº 284, de 28 de outubro de 1936, fora o primeiro
diploma a inserir um ato legal que regulamentava a contratação de servidores a
título precário nos dois primeiros anos de exercício, sujeitos à exoneração os
servidores que não demonstrassem idoneidade moral e aptidão no
desempenho de suas funções.
Esta Lei ainda dizia que as nomeações para os cargos públicos seriam a título
experiência por período de dois anos, nos quais o servidor poderia ser demitido
livremente caso não apresentasse idoneidade moral e aptidão
(BITTENCOURT, 1948).
Os empregados públicos também concorrem a cargos públicos por meio de
concurso público, mas são contratados pela CLT. Ao serem investidos no
cargo, submetem-se a todos os direitos constitucionais e obrigações previstas
no Capítulo VII da Constituição Federal, portanto são contratados pelo Regime
Celetista que não prevê, em nenhum artigo, a efetividade no cargo nem
progressão na carreira.Portanto, somente a Constituição tem competência para
legislar sobre os direitos trabalhistas, conforme reza o artigo 22, inciso I, da
constituição Federal (Lei nº 9.527, de 10 de dezembro de 1997).
O estágio probatório deve ser compreendido como um instrumento de
avaliação de desempenho do servidor para exercer o cargo para o qual foi
nomeado, garantindo à administração pública mecanismos e autonomia para
exonerar o servidor que não cumpriu as exigências legais para se tornar
efetivo. O servidor público, ao ser nomeado
[...] para o cargo de provimento na Administração, Direta, Autárquica e Fundacional, passa por um período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho no cargo (SECRETARIA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA, s/d, p.1).
O estágio probatório, uma obrigatoriedade a que deve ser submetido o
servidor, é um período de adaptação no qual será avaliado o desempenho do
29
servidor ingressado na instituição por meio de concurso público, servindo para
determinar a efetivação no cargo para o qual foi nomeado ou sua exoneração.
Assim, o artigo 20 da Lei 8.112/90 determinava o estágio probatório por
período de dois anos, mas foi modificado pela nova redação do art. 41 da
Constituição Federal, alterando este estágio para três anos desde 05 de
outubro de 1998, data da Emenda Constitucional nº 19, de 1998.
O servidor é avaliado por uma comissão especial nomeada por meio de uma
portaria para essa finalidade. Esta comissão de avaliação é responsável por
acompanhar a avaliação de cada servidor, sendo que cada instituição tem a
autonomia de determinar de quanto em quanto tempo este (s) servidor (s) será
avaliado.
Tal avaliação tem a durabilidade de 36 (trinta e seis) meses e, durante esse
período, o servidor será também submetido à avaliação de desempenho, de
forma que terá progressão por capacitação, por qualificação e por mérito
profissional. A progressão por capacitação ocorre a cada 18 (dezoito) meses
mediante cursos de capacitação; a progressão por qualificação ocorre por meio
dos cursos com maior carga horária e a progressão por mérito profissional
ocorre pela mudança de nível de classificação e padrão de vencimento (Lei
8.112/90).
Esta Progressão acontecia de dois em dois anos, mas o artigo 10 da Lei nº
11.091, de 12 de janeiro de 2005, ressalta que a mudança de nível se dá pela
mudança de nível de capacitação e de padrão de vencimento, mediante,
respectivamente, progressão por capacitação ou progressão por mérito
profissional.
O mesmo artigo explicita que as mudanças de níveis de capacitação
profissional e por mérito estão de acordo com os parágrafos 1º 3º e 5º,
segundo os quais a mudança de um nível de capacitação no mesmo cargo e
mesmo nível de classificação ocorre mediante a obtenção de certificado em
programa de capacitação compatível com o cargo, ambiente organizacional e
carga horária mínima exigida, com interstício mínimo de 18 (dezoito) meses,
30
lembrando, ainda, que as cargas horárias não poderão ser somadas com
objetivo de totalizar a carga horária mínima exigida.
O ingresso no plano de carreira se dá no nível inicial no primeiro nível de
capacitação e de padrão de vencimento. Os artigos 6º e 7º falam sobre a
estrutura do plano de carreira de acordo com os níveis: cinco níveis de
classificação (de A a E), com quatro níveis de capacitação, cada um de I a IV,
tendo cada um destes níveis 16 (dezesseis) padrões de vencimento básico,
totalizando 39 (trinta e nove), com um padrão de intervalo entre os níveis e
dois padrões entre os níveis de classificação (Lei 11.091, de 12 de janeiro de
2005).
Diniz (1998, citado por Guimarães Filho, 2004, p. 11) define a estabilidade
como “um atributo do cargo público que assegura a continuidade da prestação
do serviço público, que é de caráter permanente”. Afirma, mais ainda, que, “em
uma doutrina, é, portanto uma propriedade jurídica do elo que ata a pessoa
estatal ao servidor titular do cargo público de provimento efetivo”. Assim, a
estabilidade é um atributo da efetividade e deriva do cumprimento de certas
condições (decorre da aplicação de certos princípios, dentre eles o da
legalidade, o da isonomia e o da eficiência), tais como de concurso público e
aprovação no estágio probatório. Conforme o Regime Jurídico Único (RJU), os
servidores públicos federais não são celetistas, são regidos pelo Regime
Jurídico Único.
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I- Férias; II- Exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade
dos poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal; III- Exercício de cargo ou função comissionada, em qualquer parte do
território nacional, por nomeação de acordo com publicação de portaria;
IV- Participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme dispuser o regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/97);
V- Desempenho de mandado eletivo federal, estadual, municipal, ou Distrito Federal;
VI- Júri e outros serviços obrigatórios por lei;
31
VII- Missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme o regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, 10/12/97);
VIII- Afastamento para capacitação dentro do país, conforme regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/97/;
IX- Licença: a) Á gestante, á adotante e a paternidade; a. Para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte e quatro) b. Meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado a
união, em cargo de provimento efetivo, (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/97);
c. Para desempenho de mandato classista; d. Por motivo de acidente em serviço, fora do serviço ou doença
profissional; e. Por convocação para o serviço militar; f. Deslocamento para a nova sede de que trata o artigo 18; g. Participação em competição desportiva nacional ou convocação para
integrar representação nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
h. Afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou coopere (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10/12/97).
Para Elliot e Peaton (1994), a relação entre custo de treinamento,
monitoramento e contratação é considerada fator primordial de sua efetividade.
Segundo pesquisas, não há, até o momento, uma avaliação de como o estágio
probatório poderia contribuir para aprimorar o desempenho dos funcionários.
Em se tratando do setor privado, apresenta diferenças, já que o investimento
no funcionário não é considerado fator crucial, uma vez que a empresa exige,
na contratação, funcionário que tenha experiência na profissão.
Há percepção de que o estágio probatório busca validar os resultados obtidos
no concurso público, por meio da avaliação de desempenho individual. Para a
literatura que norteia este referencial teórico, os procedimentos utilizados na
avaliação de desempenho apresentam dificuldades em sua implementação,
influenciando, assim, os resultados obtidos pelo estágio probatório.
A literatura também incorpora a avaliação de desempenho individual a um
sistema maior, composto por um planejamento institucional, sendo o curso de
capacitação, que irá preparar o servidor para melhor desempenhar a sua
função,um dos mecanismos utilizados para melhorar o desempenho individual
(PIRES, 2008).
32
2.5 Estágio probatório como socialização
Alguns estudiosos da área da Psicologia Organizacional têm pesquisado e
elaborado teorias referentes ao processo e às táticas de socialização
organizacional.
Várias mudanças ocorreram nas organizações durante as últimas décadas,
devido a vários fatores como a globalização e os impactos da tecnologia,
conforme menciona Teixeira Filho (2000), produzindo uma nova gestão de
recursos humanos na perspectiva de duas questões: mão de obra qualificada e
o autodesenvolvimento do trabalhador.
Por outro lado, existe uma concorrência muito grande, entre as organizações,
por mão de obra qualificada. As instituições/organizações necessitam cativar
cada vez mais os trabalhadores/servidores qualificados. Vários artifícios são
utilizados nessa perspectiva: política de benefícios, programas de
treinamentos, gestão com responsabilidade social e programas de
endomarketing.
Nenhuma dessas questões terá êxito, se o servidor/funcionário não estiver
familiarizado e ajustado a todos os objetivos da instituição/organização, seus
valores, normas, cultura, especialmente seu papel dentro dela (FELDMAN,
1994).Portanto, é um novo desafio da área de Gestão de Pessoas promover a
integração e a socialização dos servidores/funcionários dentro da
instituição/organização.
A socialização organizacional é o processo de “aprendizagem com a corda no
pescoço”, é o processo de doutrinação e treinamento, é o processo que ensina
o que é importante para a organização e para seus setores (FERREIRA et al
apud SHEIN, 1968).
Segundo Ferreira et al (apud Filstad, 2004), os estudos sobre a socialização
devem dar uma especial atenção para a socialização individual e à
33
aprendizagem organizacional. As características mais importantes são as
experiências anteriores, a autoconfiança e o instinto competitivo.
O processo de socialização também diz a respeito á aprendizagem de
comportamentos considerados adequados, pelos quais as pessoas configuram
um conjunto de papéis, afim de que se alcance uma conformidade entre o
indivíduo e a organização (NICKEL, 2001).
Tomassini (2001) afirma que
a socialização inicia-se com o estágio preparatório, durante o qual o novato recebe uma visão realista das expectativas organizacionais em relação a ele, quais serão suas responsabilidades e as habilidades necessárias em função do trabalho a realizar. Nessa fase, o indivíduo pode avaliar a extensão da congruência entre seus próprios valores e necessidades, e necessidades da organização (TOMASSINI, 2001, p. 55)..
Elliot e Peaton (1994) destacam a importância do estágio probatório como
sendo a última etapa do processo de seleção dos servidores públicos. Para
eles, o período probatório tem a capacidade de retirar a subjetividade do
processo de seleção prévio. A decisão não se baseia apenas em exames
prévios e sim o probatório:
[...] affords administrators and personnel officials an opportunity to gauge those intangible and personal qualities of new employee that are not assayed by tests or other examining techniques, It is a check on the whole selection procedure and also provides a means for remedying awkward or inappropriate placements (ELLIOT; PEATON, 1994, p.48)7.
O outro fator referente ao estágio probatório consiste nas suas implicações
legais (ELLIOT; PEATON, 1994). No período probatório, os empregados não
têm os mesmos direitos desfrutados pelos servidores de carreira. Se uma
situação difícil ou inapropriada precisar ser remediada, este é o momento para
os administradores tomarem decisão.
7 proporciona aos administradores e funcionários a oportunidade de avaliar as qualidades intangíveis e pessoais do novo empregado que não foram analisadas por testes ou outras técnicas de exame, é uma avaliação em todo o processo de seleção e também fornece um meio para corrigir posicionamentos inadequados ou inapropriados (ELLIOT; PEATON, 1994, p.48, tradução nossa).
34
Elliot e Peaton (1994) ainda incorporam outra função ao estágio probatório: o
caráter de socialização do novo funcionário. Durante o período probatório, o
novo empregado tem a impressão da organização, da liderança, das normas e
dos comportamentos esperados por ela. O empregado tem a sua primeira
experiência real de trabalho, todo o seu desenvolvimento é observado: horas
de trabalho, motivações, comportamento, trabalho, esforços físicos e mentais,
fatores necessários para desenvolver as tarefas que devem ser executadas.
Geralmente os primeiros dias, semanas e meses no novo emprego são difíceis
em relação às expectativas tanto organizacionais quanto individuais. Sendo
assim, “if the probationary period is to be used as a true working test period,
then efforts must be made to properly socialize the employee to the
organization and to the specific job” (ELLIOT; PEATON, 1994, p.49)8.
Entende-se que o processo de socialização deixa o empregado tão envolvido
que o torna familiarizado com o ambiente de trabalho, com a equipe e com o
próprio emprego. Esse ambiente familiar proporciona a ele condições de
melhor adaptação no emprego e reais condições de trabalho. Por isso, o
estágio probatório envolve processos sistemáticos de orientação e treinamento
para o trabalho (ELLIOT; PEATON, 1994).
Elliot e Peaton (1994) ainda resumem as críticas existentes na literatura sobre
a utilização do estágio probatório, sobretudo no que se refere a sua
dissociação do processo de seleção. O servidor só poderá ser considerado
efetivo após a conclusão do processo de avaliação instituído pelo estágio
probatório.
O estágio probatório consiste na demasiada concentração do poder de
reprovação em uma única pessoa, pois pode ser utilizado de forma arbitrária.
Por fim, a crítica mais comum é de que o estágio probatório não é realmente
usado para demissão de funcionários com baixo desempenho, de forma que a
8“se o período de estágio probatório é para ser usado como um verdadeiro período de teste de trabalho, então os esforços devem ser feitos de forma a socializar o trabalhador à organização e ao trabalho específico (ELLIOT; PEATON,1994, p.49, tradução nossa).
35
porcentagem de funcionários reprovados por baixo desempenho é
insignificante. Para Elliot e Peaton (1994) ainda arrazoam que:
1. Processos de seleção em sistemas meritocráticos são
demorados, uma vez que preferem reter aqueles funcionários
com desempenho médio ou fraco que um cargo vago por tanto
tempo;
2. A natureza humana tende a evitar transtornos que, nos casos
de demissões, são necessários,sem contar que, às vezes, há
o envolvimento emocional entre o chefe e o subordinado,
quando aquele passa conhecer pessoalmente o candidato,
personalidade, família, vida particular etc.
Os mesmos autores conduziram uma survey para avaliar a utilização do
período probatório nos estados norte-americanos em 1991. Dentre as
avaliações puderam citar: extensão do uso do sistema de mérito dentro dos
estados; índices de demissões gerais e níveis específicos de demissões ao
final do período probatório; direito de apelação dos empregados; avaliação do
treinamento dos supervisores responsáveis pelo período probatório; e ampla
visão de efetividade deste instrumento (ELLIOT; PEATON, 1994).
O período probatório é amplamente utilizado pelos estados norte-americanos
como parte de seus sistemas meritocráticos de seleção de pessoal. O mais
indicado foi o período de teste inicial, sob uma denominação diferente - “um
período de aprimoramento do desempenho” (BEECHER, 2003, p. 563) – e com
novas rotinas que incorporam um plano de acompanhamento ao funcionário
por desempenho inadequado e a simplificação do processo para demissão
(ELLIOT; PEATON, 1994).
Visto que a literatura referente o estágio probatório é pouco discutida, a
pesquisa pretendeu investigar a efetividade do estágio probatório na
perspectiva dos servidores públicos, bem comoo comprometimento destes com
a instituição.
36
2.6 As competências e o mundo do trabalho
Na década de 1980, Fleury e Fleury (apud Boyatzis), reanalisando os dados de
estudos realizados sobre as competências gerenciais, identificaram um
conjunto de características e traços que, em sua opinião, definem um
desempenho superior. Os trabalhos destes autores marcaram
significativamente a literatura americana a respeito do tema competência
(SPENCER;SPENCER, 1993; McLAGAN, 1996; MIRABILE, 1997).
Para Machado (1998), competência vem da potencialidade de superar limites
de ocupação/profissão imposta aos trabalhadores na visão do trabalho
capitalista.
As competências no mundo do trabalho (TOURAINE, 1995; GIDDENS, 1990)
destacaram-se, na última década, por meio de análises sobre as mudanças
que ocorreram e ocorrem no mundo do trabalho.
Na visão de Marx, a valorização do capital ao longo de sua história não trata de
forma definitiva a forma existente no processo de produção, de maneira que a
indústria moderna transforma continuamente a base técnica da produção e,
com ela, as funções dos trabalhadores e as combinações sociais do processo
de trabalho, revolucionando a divisão do trabalho dentro da sociedade.
O ambiente organizacional tem passado por transformações de toda ordem,
visando ao aprimoramento dos processos, técnicas, métodos de gestão em
que os relacionados à gestão de pessoas visam desenvolver e sustentar
competências (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2002; BITENCOURT, 2004 apud
BRANDÃO, 2007).
As diversas conotações de competência, com foco nas organizações e
pessoas, têm propiciado diversos estudos voltados para a análise das
iniciativas de implementação e seus respectivos impactos. Para Sarsur (2009),
a concepção por detrás desta interrelação (entre a gestão de competências organizacionais tomada como referência para o estabelecimento das competências individuais, pressupõe alguns
37
processos específicos, destacando-se: a gestão participativa, o trabalho em equipe, a busca permanente pelo autodesenvolvimento e conhecimento por parte dos indivíduos. Tais processos acabam por estimular (e até forçar) nos indivíduos, uma boa dose de iniciativa, proatividade, dedicação intensa ao trabalho e interação grupal numa estrutura cooperativa por parte dos trabalhadores envolvidos. A contrapartida desta nova dinâmica parece ser uma crescente perda da identidade e aumento da competitividade entre profissionais, em busca de sua permanência e ascensão em um mercado de trabalho cada vez mais restrito e disputado (SARSUR, 2009, p. 1).
A competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que
englobam não só questões técnicas, mas também a cognição e atitudes
relacionadas ao trabalho. Nesse caso, competência diz respeito ao conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de
determinado propósito (BRANDÃO, GUIMARÃES).
Durand (2000) chama a atenção ao afirmar que crenças e valores
compartilhados pela equipe de trabalho influenciam sobremaneira a conduta e
o desempenho de seus componentes. Prahalad e Hamel (1990) tratam do
conceito no nível organizacional, referindo-se à competência como um conjunto
de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos e gerenciais
inerentes a uma organização.
Na avaliação de Dutra (2002), as competências essenciais são identificadas
com base em diferentes processos que partam da compreensão dos objetivos
organizacionais e negociais da organização. Conforme este autor, as
competências humanas já não seriam derivadas das trajetórias de sucesso de
pessoas dentro da empresa, mas dos objetivos estratégicos e das
competências organizacionais.
Para os pesquisadores Brandão e Guimarães (apud Hamel e Prahalad, 1990),
as competências essenciais organizacionais são aquelas que conferem
vantagens competitivas no mercado de trabalho e geram valor distintivo
percebido pelos clientes, mas são difíceis de serem imitados pela concorrência.
Segundo eles, é possível classificar as competências como humanas - aquelas
relacionadas ao indivíduo ou à equipe de trabalho – ou organizacionais–
aquelas que dizem respeito à organização como um todo.
38
A gestão por competência pode ser visualizada como uma tecnologia derivada
da Resource – Based Management Theory. Essa teoria argumenta que certos
atributos organizacionais (recursos) são condicionantes ao sucesso da
empresa, de forma que as noções de competências estão voltadas para
questões subjetivas relativas ao desenvolvimento pessoal, bem como para as
relações coletivas, trabalho em grupo dos indivíduos.Essa cooperação entre as
pessoas nas organizações pode ocasionar a perda da identidade, uma vez que
a competição no mercado, cada vez mais elevada, muitas vezes tem levado a
uma acirrada competitividade profissional (BRANDÃO, 2009).
Existem vários autores com diferentes conceitos de competência, de maneira
que cada autor coloca seu argumento principal e seu objetivo de investigação.
Dessa forma, certos estudos têm interesse na aquisição das competências por
meio de mecanismos internos de aprendizagem individual e coletiva (SENGE,
1990). Conforme Zarifan (1999), a competência é a inteligência prática para
situações que se apoiam sobre os conhecimentos adquiridos e os transformam
com mais força. As competências mudam de acordo com a exigência do
mercado.
Para Brandão (2009),
[...] a competência é entendida, então não apenas como um conjunto de conhecimentos, habilidade e atitudes necessários para exercer certa atividade, mas também como o desempenho expresso pela pessoa em determinado contexto, em termos de comportamentos adotados no trabalho e realizações decorrentes (BRANDÃO, 2009, p. 36).
Já Bonazina (apud Caldeira, 1999, p.72) afirma que
o surgimento de novas formas de serviços e produção, as quais apontam pra novas formas de organização do trabalho, apoiadas na integração de tarefas e dos trabalhos de planejamento e execução, novos padrões de gestão de mão de obra, que buscam a cooperação, as participações e a valorização do sujeito como ser pensante.
A noção de competência como capacidade de levantar hipóteses, do saber se
mobilizar não é um saber no sentido estrito, mas, como diz Perrenoud (2000,
39
p.69), é “indissociável da capacidade de enfrentar o novo com a condição de
que se possa reduzi-lo ao conhecido, a preço de certas operações complexas”.
2.7 Padrões de comprometimento
No Brasil, o construto comprometimento ficou evidente a partir da década de
90, quando,a partir de um trabalho realizado por Bastos (1993) e publicado na
Revista de Administração de Empresas. No citado artigo, o autor apresenta
uma síntese das principais abordagens e fontes teóricas que contribuíram para
a investigação do comprometimento organizacional, que mostrou, conforme
ampla revisão literária, a diversificação do construto e que pode funcionar como
peça importante na vida do trabalhador, a exemplo das associações de classe,
valores, atitudes, trabalho, profissão/carreira, todos contribuindo na linha de
investigação.
As cinco abordagens referentes ao comprometimento organizacional que
podem diversificar a maioria das pesquisas são:
� a) enfoque afetivo;
� b) enfoque instrumental;
� c) enfoque normativo;
� d) enfoque sociológico; e
� e) enfoque comportamental.
Dos cinco enfoques citados, três - afetivo, instrumental e normativo - têm
predominância nas pesquisas desde a década de 90.
Entre diversas abordagens sobre comprometimento organizacional, os
trabalhos de Mowday, Streers e Porter (1982) se destacam. A predominância
no enfoque afetivo, para estes autores,supera o sentimento de lealdade
passiva para com a organização, pois envolve também um relacionamento
ativo que busca o bem estar da organização.Eles afirmam que o
comprometimento organizacional pode ser caracterizado por, no mínimo, três
fatores: “(a) uma forte crença e a aceitação dos objetivos e valores da
organização; ( b) estar disposto em exercer um esforço considerável em
40
benefício da organização; (c) um forte desejo de se manter membro da
organização” (MOWDAY; STREERS; PORTER, 1992).
O segundo enfoque que também preponderou nos estudos do
comprometimento foi o instrumental, derivado dos estudos de Becker (1960). O
autor conceitua o enfoque instrumental como tendência de se engajar em
“linhas consistentes de atividade” (BECKER, 1960).
Para Becker (1960), o indivíduo permanece na empresa devido aos custos e
aos benefícios associados a sua saída, que seriam as trocas laterais, assim
passando a se engajar em linhas consistentes para se manter no emprego.
Estas linhas consistentes de atividade implicam na escolha, por parte do
indivíduo, de um curso de ação entre diversas alternativas dentre aquelas que
melhor atendam a seus propósitos (BECKER, 1960).
O enfoque normativo é apresentado nos trabalhos de Wiener (1982),
encontrando referências nos trabalhos de Kanter (apud Mowday, Porter e
Steers, 1982).
Para Wiener (1982), o comprometimento é definido como “totalidade das
pressões internalizadas para agir num caminho que encontre os objetivos e
interesses organizacionais”.
Ele caracteriza o comprometimento como delimitação em aceitar os valores e
objetivos organizacionais, configurando-se como forma de controle das ações
do indivíduo, o que denomina como normativo instrumental.Os indivíduos que
são comprometidos exibem comportamentos diferenciados porque aceitam e
acreditam que estão agindo certo. Ainda para este autor a visão normativa está
centrada no conjunto de controles normativos existentes nas organizações,
como normas e regulamentos.
Para Azjen e Fishbein, o construto comprometimento é conceituado como um
conjunto de pressões normativas internalizadas pelo indivíduo para que se este
41
comporte em congruência com os objetivos e interesses da organização. Ele
surge da interface entre os sistemas cultural e motivacional e aproxima-se do
conceito de norma subjetiva. No entanto, a cultura organizacional pode
interferir no comportamento, com o objetivo de produzir membros
“comprometidos” com a organização, exercendo influência estável, em longo
prazo, sobre o comportamento no trabalho.
Quanto mais forte o comprometimento, mais predisposição do indivíduo guiar as suas ações por padrões internalizados, mais do que considerados racionais. Assim indivíduos comprometidos apresentam certos comportamentos, não porque eles pensam no resultado da organização, mas porque eles calculam que obterão benefícios pessoais, tendo em vista que pessoas comprometidas demonstram mais criatividades nas ações desenvolvidas9.
Segundo Salancik, as pessoas se tornam comprometidas pelas implicações de
suas próprias ações. Existe uma pressão psicológica para que o indivíduo se
comporte de forma consistente com as implicações do seu comportamento
prévio. Três aspectos destas ações prévias são importantes para determinar
níveis de comprometimento:
� Voluntariedade, ou seja, ação que se desempenha por livre escolha do
indivíduo;
� Irrevogabilidade, isto é, irreversibilidade do comportamento, devido às
penalidades ocorridas pelos altos custos de mudança; e
� Visibilidade, que quer dizer sobre a percepção das pessoas em relação
ao comportamento.
As profundas mudanças organizacionais nas empresas e sua complexidade
estrutural e cultural têm feito com que o trabalhador assuma diferentes níveis
de comprometimento no trabalho. Para Antunes (1995 apud Bastos, 1999),
há, na realidade, um processo de heterogeneização, fragmentação e complexificação da classe trabalhadora. Diminui o número dos operários que trabalham nas fábricas, mas aumenta o subproletariado, o trabalho com vínculo precário; amplia-se o contingente feminino, mas excluem- se os mais jovens e os mais velhos.
9<http://www.unihorizontes.br/novosite/banco_dissertacoes/120520111622383066.pdf>
42
Estas mudanças no contexto organizacional têm feito com que o trabalhador
reveja e atualize seu comportamento tanto pessoal como profissional, fazendo
com que o perfil do empregado sofra sistemáticas alterações nas últimas
décadas: o nível de qualificação e escolaridade tem aumentado; a versatilidade
profissional é fundamental para a permanência no emprego; as atitudes e
iniciativas são diferenciais importantes. Nesse novo cenário, entre empresário e
empregado o comprometimento se tornou imprescindível. Conforme Silva
(2009, p. 1), “espera-se dos empregados que estejam continuamente
comprometidos com os objetivos das metas propostas pela organização”.
Meyer e Allen (1991, apud Silva, 2009, p.4)
abordam o comprometimento organizacional em três componentes, a saber: a) afetivo - comprometimento percebido como um afeto e um envolvimento, em que acontece a identificação com a organização; b) instrumental - comprometimento percebido em função dos custos associados à decisão de deixar a organização;c) normativo – percebido como uma ação caracterizada pela obrigação de continuar na organização. Embora em todos os três enfoques haja a preocupação com a natureza da permanência do indivíduo na organização, a pessoa afetivamente engajada permanece nela porque deseja; a normativamente engajada, porque sente que deve; e a engajada em nível instrumental, porque necessita. Em função da relação que o indivíduo tem com a organização, este vínculo pode se apresentar em mais de um componente, com o mesmo grau ou em graus diferentes.
Para estes autores, o comprometimento pode ser compreendido em três
dimensões: afetivo, instrumental e normativo – todos subjetivamente ligados
aos anseios e expectativas dos indivíduos e interrelacionados com a
organização. Componentes emocionais estão embutidos nessa intrínseca
relação, na qual a presença dos vários níveis desses componentes,
combinados entre si ou não, aponta o grau do comprometimento do trabalhador
com a organização.
O comprometimento afetivo pode ser associado ao envolvimento moral que,
por sua vez, está relacionado às metas, normas e valores organizacionais.
Diniz (apud Etzioni) justifica que os métodos utilizados pelas organizações para
envolver os trabalhadores geralmente são desenvolvidos dentro dos padrões
organizacionais, fazendo com que o indivíduo absorva os valores da
organização.
43
Maslow dividiu as necessidades humanas em duas ordens, superior e inferior,
e considerou as necessidades afetivas como ordens superiores. A teoria de
Maslow afirma que o homem é motivado pelas necessidades não satisfeitas, ou
seja, as necessidades de ordem inferior têm prioridade em relação às de ordem
superior. Estas prioridades foram divididas nas seguintes classes:
� Fisiológicas: aquelas que estão no nível mais baixo. São de grande
importância quando não são satisfeitas: alimento, ambiente
organizacional, pois é impossível alguém desenvolver bem as atividades
se estiver insatisfeito;
� Segurança: na maioria das vezes, quando as necessidades fisiológicas
são satisfeitas, as necessidades de segurança começam a satisfazer e a
direcionar comportamento como, por exemplo, incertezas,
incapacidade, ameaça;
� Sociais: quando as necessidades fisiológicas são satisfeitas, suas
necessidades sociais se tornam um importante fator de motivação
Como, por exemplo, flexibilização e afeto familiar;
� Ego: as necessidades relacionadas ao ego estão entre as mais
importantes para administração e para o próprio indivíduo e pertencem
as duas classes:
� Necessidades relacionadas ao amor-próprio, a autoconfiança,
realização, independência;
� Necessidades relacionadas a sua própria reputação: “status”.
� Necessidades de autorrealização são as necessidades de contínuo
desenvolvimento, a de explorar potencial, conhecimento e criatividade.
As satisfações destas necessidades pressupõem a satisfação com a
organização, fazendo com que o indivíduo considere o emprego como seu
emprego.
As necessidades estão relacionadas a outras necessidades de acordo com o
grau de satisfação e de insatisfação do indivíduo. Os indivíduos representam
44
as organizações. Esta vantagem é compreendida pela satisfação de suas
necessidades pessoais (HANDY, 1978).
Barbosa (2001) considera que o componente afetivo do comprometimento tem
sido considerado como mero apego afetivo, mas também pode ser visto como
um reconhecimento da organização para com o indivíduo por meio de
recompensas ou outros meios de reconhecimento do trabalho.
Barbosa e Faria (apud Barbosa) ressaltam que, mais que satisfação
psicológica, o trabalho, a lealdade e a ligação afetiva entre o indivíduo e seu
grupo de trabalho denotam um sentimento de cumplicidade que envolveria
troca não definida como norma pelo conjunto de valores morais.Portanto, o
componente afetivo não é visto como uma obrigação e sim um ato voluntário,
referindo-se ao apego emocional.
A pesquisa buscou compreender a efetividade do estágio probatório dos
servidores que estão sendo avaliados e daqueles que passaram pela
avaliação, assim como o seu comprometimento com a instituição. Assim, o
próximo capítulo versa sobre a metodologia da pesquisa.
45
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
3.1 Qualificação da pesquisa
A presente pesquisa teve caráter exploratório, procurou informações que
identificassem a percepção dos servidores sobre a efetividade do estágio
probatório e o seu comprometimento com a instituição. Para o desenvolvimento
da pesquisa, optou-se pela abordagem quantitativa, “caracterizada pelo
emprego da quantificação tanto nas modalidades da coleta de dados, quanto
no tratamento dela através de técnicas estatísticas” (RICHARDSON, 1989,
p.70-79).
A abordagem quantitativa, segundo Richardson (1989 apud Alves et al), possui
uma metodologia que exige uma estrutura pré-determinada ao respondente,
diminuindo a heterogeneidade da coleta dos dados, conferindo mais
confiabilidade aos resultados.
3.2 Unidade de estudo
A instituição objeto de estudo foi IFMG-OP (Instituto Federal de Minas Gerais –
Campus Ouro Preto). Este (a) instituição abrange 341 servidores, dos quais
174 são técnicos administrativos em Educação, 167 são docentes, e 2.958
alunos.
Com 69 anos de existência e várias extensões, a Reitoria, que é a sede,
funciona em Belo Horizonte. Além disso, o IFMG-OP abarca dez campi, quais
sejam, Bambuí, Betim, Congonhas, Formiga, Governador Valadares, Ouro
Branco, Ouro Preto, Ribeirão das Neves, Sabará e São João Evangelista, e
seis unidades conveniadas: Arcos Bom Despacho, João Monlevade, Oliveira,
Piumhi, e Pompéu. Por sua excelência, é considerada uma das instituições
mais conceituadas da região.
46
3.3 Universo da pesquisa e amostra pesquisada
Para Vergara (2005), universo de pesquisa é entendido como um conjunto de
elementos selecionados conforme critério de representatividade. O universo da
pesquisa compreendeu servidores do IFMG-OP, que tem atualmente, em seu
quadro, 341 servidores efetivos. No entanto, a pesquisa limitou-se à amostra
de 128 servidores escolhidos aleatoriamente,sendo que 18,8% dos servidores
estão em estágio probatório, 56,3%, estiveram e 25,% ingressaram na
instituição antes de sua implementação. A tabela 1 apresenta algumas
informações referentes à população pesquisada, mas outras tabelas
explicativas aparecem no decorrer do trabalho, todas com objetivo de garantir a
fidedignidade da pesquisa.
Tabela 1- Estágio Probatório
Frequência Percentual Está realizando estágio probatório 24 18,8%
Já realizou estágio probatório 72 56,3%
Entrou na instituição antes da implementação do estágio probatório
32 25,0%
56,3%Total 128 100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
3.4 Coleta, tratamento e análise dos dados
A coleta de dados foi realizada por meio de questionários online,enviados aos
servidores que passaram pelo estágio probatório e por aqueles que já
passaram por ele. Optou-se pela análise quantitativa, por esta possuir poder
analítico elevado, sendo possível obter as respostas em tempo real no curso da
análise, bem como confrontar as percepções dos participantes em suas
similitudes e contradições a respeito do grupo de temas relacionados ao
objetivo da pesquisa (RUEDIGER; RICCIO, 2004).
Já a pesquisa documental buscou informações em materiais que não foram
editados e que fazem parte da instituição, como correspondências internas
e/ou externas, relatórios, estudos, controles e avaliações (MARTINS, 2006).
47
Nesta pesquisa foram analisados formulários utilizados para avaliações em
estágio probatório, assim como questionários constando de perguntas
referentes aos dados pessoais (ANEXO 2).
3.5 Técnicas de análise Para verificar se existe relação entre a avaliação geral do estágio probatório e
as variáveis de perfil foi utilizada uma técnica intitulada Chi-Square Automatic
Interaction Detector.(CHAID). Tal técnica, proposta por Kass (1980), permite
avaliar o relacionamento entre uma variável dependente e outras em nível
categórico ou contínuo e o resultado é apresentado em forma de árvore, na
qual são apresentadas as variáveis preditoras que mais estejam associadas à
variável dependente. Os subconjuntos resultantes apresentam uma maior
homogeneidade interna em relação à variável dependente e a maior
heterogeneidade possível entre os subconjuntos formados. Os critérios de
divisão ou agrupamento utilizados nesta técnica foram fixados em 5%, ou seja,
os subconjuntos possuem significativa diferença ao se utilizar o teste qui-
quadrado ao nível de 5%, o que significa, na prática, rejeição da Hipótese H0
no teste de hipóteses a seguir:
H0: as duas variáveis são independentes
Ha: existe relação entre as duas variáveis
As entrevistas foram realizadas com o objetivo de identificar a percepção do
servidor referente à efetividade do estágio probatório, bem como
comprometimento com instituição pesquisada (BECKER, 1960).
O capítulo 4 descreve os resultados e discussões.
48
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para atender aos objetivos propostos a este estudo, buscou-se estruturar os
resultados de forma a identificar a percepção dos servidores públicos em
estágio probatório e daqueles que passaram por ele sobre a efetividade do
estágio probatório e como este se relaciona com o comprometimento.
A pesquisa foi realizada com 128 servidores do IFMG. A seguir são
apresentadas as caracterizações das amostras.
4.1 Caracterização das amostras Como pode ser observado na tabela 2, existe uma maior concentração de
indivíduos com até 45 anos (57,8%).
Tabela 2- Faixa Etária
Frequência Percentual Até 25 anos 1 0,8%
De 26 a 30 anos 10 7,8%
De 31 a 35 anos 22 17,2%
De 36 a 40 anos 14 10,9%
De 41 a 45 anos 27 21,1%
De 46 a 50 anos 32 25,0%
De 51 a 55 anos 19 14,8%
De 56 a 60 anos 1 0,8%
De 61 a 65 anos 2 1,6%
Total 128 100,0%
Fonte:Dados da pesquisa, 2011.
Quanto ao sexo, percebe-se que a maioria dos entrevistados pesquisados é do
sexo masculino (59,45%), e apenas 40,6% é do sexo feminino, conforme tabela
3.
49
Tabela 3- Sexo
Frequência Percentual Masculino 76 59,4%
Feminino 52 40,6%
Total 128 100,0%
Fonte:Dados da pesquisa, 2011.
Em relação ao grau de escolaridade, constatou-se que 3,9%dos servidores
detêm o primeiro grau completo, 0,8% o primeiro grau incompleto, 9,4%
possuem o segundo grau completo, 0,8% possuem o segundo grau incompleto,
20,3% detêm graduação, 18,8% são pós-graduados, 31,3% possuem mestrado
e 14,8% possuem doutorado, como se comprova pela tabela 4.
Tabela 4- Grau de escolaridade
Frequência Percentual Primeiro Grau Completo 5 3,9%
Primeiro Grau Incompleto 1 0,8%
Segundo Grau Completo 12 9,4%
Segundo Grau Incompleto 1 0,8%
Graduação 26 20,3%
Pós-Graduação 24 18,8%
Mestrado 40 31,3%
Doutorado 19 14,8%
Total 128 100,0%
Fonte:Dados da pesquisa, 2011.
Quanto ao setor e área acadêmica, verificou-se que 4,7% trabalham no
Gabinete, 0,8% na Contabilidade, 3,1% na Gestão de Pessoas, 1,6% no Setor
de Projeto, 10,2% em Diretoria, 75% na Área Acadêmica, 0,8% no Setor de
Patrimônio e 3,1% no Setor de Contrato e Almoxarifado, como se vê na tabela
5.
Tabela 5- Setor e área acadêmica
Frequência Percentual Gabinete 6 4,7%
Contabilidade 1 0,8%
Gestão de Pessoas 4 3,1%
Projeto 2 1,6%
Diretoria 13 10,2%
50
Área Acadêmica 97 75,8%
Patrimônio 1 0,8%
Contrato e Almoxarifado 4 3,1%
Total 128 100,0%
Fonte:Dados da pesquisa, 2011.
Quanto à distribuição de tempo de serviço na instituição, a amostra constatou
2,3% para servidores com até um ano de permanência na instituição, 28,1%
para aqueles que permanecem lá no período entre um e quatro anos,
21,9%entre quatro e oito anos, 1,6% entre de oito e 12 anos, 3,1% entre de 12
e 16 anos, 10,2% entre 16 e 20 anos, 5,5% entre 20 e 24 anos, 17,2% entre 24
e 28 anos e 10,2% entre 28 e 32 anos (TABELA 6).
Tabela 6- Tempo de trabalho na instituição
Frequência Percentual Até 1 ano 3 2,3%
Entre 1 e 4 anos 36 28,1%
Entre 4 e 8 anos 28 21,9%
Entre 8 e12 anos 2 1,6%
Entre 12 e 16 anos 4 3,1%
Entre 16 e 20 anos 13 10,2%
Entre 20 e 24 anos 7 5,5%
Entre 24 e 28 anos 22 17,2%
Entre 28 e 32 anos 13 10,2%
Total 128 100,0%
Fonte:Dados da pesquisa, 2011.
Em relação ao Estágio Probatório, a amostra constatou-se que 18,8% dos
servidores estão sendo avaliados pelo estágio probatório, 56,3% já o
realizaram e 25,0% entraram na instituição antes da implementação do estágio
probatório, conforme mostra a tabela 7.
51
Tabela 7- Estágio probatório
Frequência Percentual Está realizando estágio probatório 24 18,8%
Já realizou estágio probatório 72 56,3%
Entrou na instituição antes da implementação do estágio probatório
32 25,0%
Total 128 100,0%
Fonte:Dados da pesquisa, 2011.
4.2 Validação das escalas de avaliação do estágio probatório O modelo foi ajustado por meio da modelagem de equações estruturais. Para
tanto, utilizou-se o método Partial Least Squares (PLS), que não exige
normalidade multivariada das variáveis e consegue trabalhar com um tamanho
de amostra mais reduzido, além de se adequar melhor a estudos exploratórios
que o método utilizado pelo LISREL (CHIN, 1998).
Avaliou-se a magnitude da carga fatorial de cada indicador junto à respectiva
variável latente e procedeu-se à avaliação do modelo quanto à validade
convergente.
A avaliação é realizada com base na Average Variance Extracted (AVE). Tais
valores, segundo Chin (1998), devem possuir valor mínimo de 0,5.
Em relação à avaliação da confiabilidade do construto, Chin (1998) assevera
que esta deve ser analisada prioritariamente segundo a confiabilidade
composta e que tal valor deve ser superior a 0,7.
Quanto à validade discriminante, foram avaliadas as cargas cruzadas dos itens
com os construtos. Cada item deve possuir carga mais alta com o construto ao
qual pertence do que em qualquer outro, atestando, assim, a validade
discriminante.
A significância dos coeficientes encontrados nos diversos caminhos foi avaliada
utilizando-se o método bootstrap. Com tal método são encontrados valores
52
para estatísticas t. Valores acima de 1,96 indicam que os coeficientes são
significativos ao nível de 5% de significância.
4.2.1 Avaliação do processo avaliativo do estágio probatório
Conforme pode ser verificado na tabela 8, os construtos do processo avaliativo
possuem consistência interna, visto que a confiabilidade composta de todas as
variáveis latentes possui um patamar acima de 0,7.
Tabela 8 - Descrição do modelo ajustado
AVE Confiabilidade Composta
Alfa de Cronbach
Aptidão 0,770 0,930 0,900
Assiduidade 0,915 0,956 0,908
Estágio Probatório 0,680 0,977 0,975
Dedicação ao serviço 0,902 0,948 0,891
Disciplina 0,814 0,897 0,779
Eficiência 0,886 0,940 0,872
Relações Humanas 0,950 0,974 0,947
Responsabilidade 0,770 0,952 0,940 Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Quanto à validade convergente, todas as cargas fatoriais se mostraram acima
de 0,6, validando os construtos nesse quesito (TABELA9).
Em relação à validade discriminante, verificou-se, por meio das cargas
cruzadas, que os itens possuem cargas mais altas nos construtos dos quais
identificados. Dessa forma, fica atestada a validade discriminante.
53
Tabela 9 - Cargas cruzadas: construto desempenho
Relações Humanas Eficiência
Dedicação ao serviço Disciplina Aptidão Responsabilidade Assiduidade
q1.1 0,976 0,817 0,788 0,602 0,794 0,703 0,577
q1.2 0,974 0,770 0,745 0,607 0,769 0,649 0,585
q1.3 0,791 0,945 0,826 0,695 0,827 0,768 0,650
q1.4 0,742 0,938 0,739 0,646 0,789 0,726 0,648
q1.5 0,716 0,791 0,949 0,655 0,781 0,763 0,614
q1.6 0,778 0,791 0,951 0,663 0,801 0,769 0,621
q1.7 0,363 0,475 0,474 0,863 0,551 0,546 0,621
q1.8 0,699 0,765 0,737 0,940 0,830 0,834 0,821
q1.9 0,762 0,798 0,781 0,681 0,911 0,798 0,643
q1.10 0,640 0,688 0,619 0,697 0,815 0,677 0,644
q1.11 0,737 0,772 0,738 0,694 0,908 0,787 0,650
q1.12 0,673 0,751 0,777 0,702 0,871 0,839 0,639
q1.13 0,652 0,644 0,680 0,783 0,790 0,834 0,711
q1.14 0,628 0,770 0,757 0,631 0,807 0,900 0,620
q1.15 0,524 0,610 0,629 0,707 0,717 0,893 0,767
q1.16 0,567 0,636 0,649 0,744 0,762 0,917 0,780
q1.17 0,590 0,748 0,741 0,569 0,752 0,855 0,589
q1.18 0,684 0,765 0,780 0,717 0,829 0,862 0,700
q1.19 0,516 0,612 0,575 0,765 0,649 0,719 0,952
q1.20 0,619 0,702 0,665 0,793 0,749 0,794 0,961 Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Para avaliação do nível de significância foi utilizado o método bootstrap e os
valores t estão apresentados na figura 1. Como pode ser observado, todos se
mostraram altos (acima de 1,96), atestando a significância ao nível de 5%. A
figura 2 apresenta o modelo final ajustado.
54
Figura 1– Teste de significância – valores t
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
55
Figura 2 - Modelo estrutural ajustado
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
56
4.2.2 Comprometimento Organizacional
A escala de comprometimento organizacional e efetividade do estágio probatório foi
a Likert de 5 pontos, com as opções concordo totalmente, discordo, nem concordo
nem discordo, concordo e concordo totalmente.Diante disso, são apresentados, na
figura 3,os resultados encontrados.
Figura 3 - Modelo estrutural ajustado
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
57
4.2.3 Resultados
4.2.3.1 Avaliação do processo avaliativo do estágio probatório
Para operacionalização dos resultados foram utilizados os escores encontrados nos
modelos. As tabelas 10 e 11 apresentam os resultados encontrados.
Para tanto, foi apresentado um intervalo de confiança de 95% para a média e o
desvio padrão. O efeito do desvio padrão já é avaliado quando se analisa o intervalo
de confiança de 95% que, em termos práticos, é uma estimativa intervalar (que leva
em consideração a margem de erro) da média. O limite inferior indica a menor
estimativa para a média ao se considerar a margem de erro e o limite superior, por
sua vez, a maior estimativa.
Em se tratando de uma escala que varia de 1 a 5 e tendo os limites inferiores
superiores a 3, existe a indicação de uma avaliação positiva do processo avaliativo
do estágio probatório (TABELA10).
Tabela 10 –Avaliação do estágio probatório
Questão
Intervalo de Confiança de 95% Desvio
Padrão Limite Inferior
Média Limite Superior
Aptidão 3,2 3,4 3,6 1,0 Assiduidade 3,6 3,7 3,9 1,0 Disciplina 3,3 3,5 3,7 1,0 Eficiência 3,1 3,3 3,5 1,1 Responsabilidade 3,3 3,5 3,7 1,0 Dedicação ao serviço 3,4 3,6 3,8 1,1 Relações Humanas 3,3 3,5 3,7 1,2 Estágio Probatório 3,3 3,5 3,7 1,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
A única diferença encontrada se deu em relação ao tempo de trabalho na instituição,
em que respondentes com mais de 25 anos de instituição apresentam uma
avaliação média superior aos demais (3,939 contra 3,340).
58
Figura 4–Estágio probatório x Faixa etária
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
4.2.3.2 Comprometimento organizacional
No que se refere ao comprometimento, observa-se um nível maior de
comprometimento afetivo, estando tanto o instrumental quanto o normativo no
mesmo patamar. O comprometimento organizacional, por sua vez, pode ser
considerado alto (TABELA 11).
Tabela 11 - Comprometimento
Questão
Intervalo de Confiança de 95% Desvio
Padrão Limite Inferior
Média Limite Superior
Comprometimento Afetivo 3,3 3,4 3,6 0,9 Comprometimento Instrumental 2,8 2,9 3,1 0,9 Comprometimento Normativo 2,8 3,0 3,1 0,9 Comprometimento Organizacional 3,0 3,1 3,3 0,8
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
59
Em relação ao comprometimento organizacional e as variáveis de perfil, observa-se
que indivíduos com mais de 45 anos apresentam um maior comprometimento que
indivíduos mais jovens (FIGURA 5).
Figura 5–Comprometimento organizacional x Faixa etária
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
O nível de comprometimento organizacional decresce com a escolaridade do
indivíduo (FIGURA 6).
60
Figura 6–Comprometimento organizacional x Grau de escolaridade
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Figura 7–Comprometimento organizacional x Tempo de trabalho no instituição
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
61
Indivíduos que estão realizando o estágio probatório possuem um nível de
comprometimento mais baixo que os demais, com média de 2,735 (FIGURA8).
Figura 8 – Comprometimento organizacional x Status em relação à realização do estágio probatório
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
4.2.3.3 Avaliação do processo avaliativo do estágio probatório x
Comprometimento organizacional
Com o intuito de avaliar a relação entre o comprometimento e a avaliação do estágio
probatório em relação ao status do indivíduo quanto a sua realização, utilizou-se o
coeficiente de correlação de Spearman, visto que essa é uma estatística
categorizada como não paramétrica, ou seja, não pressupõe uma distribuição de
probabilidade associada.
Conforme Triola (2001), um índice de correlação é uma medida que varia de -1 a 1.
Valores próximos de 1 indicam forte correlação negativa, ou seja, quando o valor de
62
uma das variáveis aumenta, a outra também aumenta. Já um índice de correlação
próximo a -1 indica que, quando uma variável aumenta o seu valor, a outra diminui.
Valores próximos de zero indicam ausência de correlação. Como regra prática para
avaliar a magnitude de uma correlação (independente do sinal) pode-se utilizar o
quadro a seguir :
Quadro 1- Correlação
Magnitude da Correlação Interpretação De 0 a 0,29 Baixa Correlação De 0,3 a 0,69 Correlação Mediana Mais de 0,7 Forte Correlação
Fonte: Triola, 2005. Como pode ser observado na Tabela 12, as correlações (que são significativas ao
nível de 5% de significância, visto que o valor expresso na tabela é menor que 0,05)
são medianas para as os individuos que estão realizando ou não realizaram o
estágio probatório.
Isso significa que o estágio probatório mantém uma relação menos íntima com o
comprometimento junto aos indivíduos que já passaram por todo o processo e já o
conhecem em sua totalidade.
Tabela 12 - Correlação
Correlação Valor p N
Está realizando estágio probatório 0,608 0,002 24
Já realizou estágio probatório 0,342 0,003 72
Entrou na instituição antes da implementação do estágio probatório
0,619 0,000 32
Geral 0,508 0,000 128 Fonte: Dados da pesquisa, 2011. Conforme os dados analisados até o momento,pode-se perceber que muitos
entrevistados criticam a efetividade do estágio probatório, dizendo que ele é muito
superficial, que não funciona, é só para “inglês ver” e que não avalia nada. Estes
entrevistados destacam, também, que o comprometimento é mais visível em servidor
público que está sendo avaliado pelo estágio probatório.
63
Percebe-se, ainda, a satisfação do servidor público assim que ingressa no serviço
público federal porque, ao iniciar uma nova fase na carreira profissional, é
capacitado pela instituição para melhor servir à sociedade e, dentro dessa formação,
poderá ampliar seus conhecimentos visando a maior eficiência nas atividades
desenvolvidas.
Para Becker (1960), o comprometimento instrumental é pautado pela identificação
com os objetivos da organização. Ele permanece na empresa devido a custos. No
comprometimento instrumental, os indivíduos estariam ligados à empresa em função
da satisfação de suas necessidades e expectativas financeiras, ou sociais,
caracterizando um vínculo com organização e funcionando como uma troca
indivíduo/organização. Pode acontecer que, após satisfeitas as reais necessidades,
surjam outras, o que levará o servidor, assim que passar pelo estágio probatório,a
migrar para outra instituição pública federal, com vistas a ocupar outro cargo que lhe
ofereça melhor salário.
O servidor público permanece numa instituição pública federal enquanto suas
necessidades estão sendo satisfeitas, sempre pensando em participar de outro
concurso com objetivo de ingressar num outro cargo e numa nova carreira que
ofereça, além da estabilidade, melhor salário. Ele apenas mudará de uma instituição
para outra se tiver certeza que conseguirá mais benefícios. Os autores Meyer e
Allen (1991, p.67) sintetizam os conceitos da seguinte forma: “empregados cuja
ligação está baseada no comprometimento instrumental continuam na empresa
porque precisam”.
A pesquisa mostrou que alguns entrevistados técnicos administrativos em Educação
interessam em mudar de cargo, passar para área acadêmica porque, segundo eles,
esta é mais atraente.
Nesse contexto, importa diferenciar efetividade de estabilidade.A efetividade do
estágio probatório passa primeiro pela aprovação em concurso público, enquanto
que a estabilidade fica condicionada à aprovação no estágio probatório. Então, a
efetividade é um pressuposto necessário para se adquirir a estabilidade
(MEIRELLES).
64
Segundo Mello, o quesito estabilidade foi criado pela Constituição de 1938 e tinha o
objetivo de garantir a continuidade do serviço público, assegurando os servidores
contra exonerações infundadas, a fim de propiciar um melhor exercício de suas
funções, bem como neutralizar as consequências decorrentes da mudança de
governo. No entanto, a efetividade do estágio probatório vem antes da estabilidade,
pois o parágrafo 1º, da Lei nº 11.784/2008 determina que, 4 (quatro) meses antes do
término do período do estágio probatório, seja submetida à homologação da a
avaliação do desempenho do servidor pela autoridade competente..
Os servidores têm a percepção de que, mesmo estando em estágio probatório, têm
direito a greve, que está previsto no inciso VII da Constituição Federal de 1988.Este
direito abrange o servidor público não estável que se encontra em avaliação. O
Supremo Tribunal Federal, em sua súmula 316, entende que “a inassiduidade em
decorrência de greve não poderia implicar a exoneração de servidor, uma vez que
essa ausência não teria como motivação a vontade consciente de não comparecer
ao trabalho”10.
Reconhecendo que a adesão à greve não constitui falta grave, mesmo os servidores
não estáveis, submetidos ao chamado “estágio probatório”, têm direito a greve nos
mesmos termos dos servidores estáveis.
Além disso, a Lei nº 7.783/89, que também se aplica aos servidores, assegura o
direito à greve11, considerando legítima a suspensão coletiva, temporária e pacífica,
total ou parcial de prestação de serviços (arts. 1º e 2º). Não pode ser aplicada pena
de demissão a tais servidores, uma vez que a pena só pode ser imposta quando o
servidor comete alguma das irregularidades estabelecidas no artigo 132 da Lei
8.112/90.
11 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Súmula 316. Adesão à Greve – Constituição de Falta Grave. Disponível em:<http://www.dji.com.br/normas_inferiores/regimento_interno_e sumula_stf/stf_0316.htm>
65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os modelos apresentados permitiram uma análise mais profunda do tema. O
objetivo geral da pesquisa foi identificar a percepção dos servidores públicos de uma
IFES (Instituição Federal de Ensino Superior), a respeito da efetividade do estágio
probatório e verificar a relação destes em relação ao comprometimento com a
instituição pesquisada.
Algumas amostras da pesquisa representadas nas tabelas7, 8, 9, 10 e 11 tiveram
como objetivos específicos:
� Identificar a percepção dos servidores públicos de uma IFES (Instituição
Federal de Ensino Superior), a respeito da efetividade do estágio probatório e
verificar a relação destes com o comprometimento com a instituição
pesquisada.
� Identificar o nível do comprometimento dos servidores em estágio probatório,
em relação aos que passaram pela avaliação de desempenho em estágio
probatório.
Em relação ao estágio probatório, pode-se observar que conforme a tabela 7,
(18,8%) dos servidores estão em estágio probatório, (56,3%) já realizaram o estágio
probatório e (25,%) dos servidores entraram na instituição antes da implementação
do estágio probatório.
Conforme a tabela 8, a confiabilidade composta de todas as variáveis latentes
possui um patamar acima de 0,7. Quanto à validade convergente, todas as cargas
fatoriais se mostram acima de 0,6, validando os construtos conforme a tabela 9, de
forma que fica atestada a validade discriminante.
Quanto a validade convergente, todas as cargas fatoriais se mostram acima de 0,6,
validando os construtos na tabela 9, que na realidade, a avaliação do nível de
significância foi utilizado o método bootstrap, e os valores t estão apresentados na
figura 1, atestando a significância ao nível de 5% como mostra a figura 2 do modelo
ajustado final.
66
De acordo com a tabela 10, avaliação de estágio probatório, em se tratando da
escala que varia de 1 a 5, e tendo os limites inferiores e superiores a 3, existe a
indicação de uma avaliação positiva do processo avaliativo do estágio probatório. A
única diferença encontrada se deu em relação ao tempo de trabalho na instituição
com mais de 25 anos apresentam uma avaliação média superior aos demais (3,939
contra 3,340).
Observa-se na tabela 11, um nível maior de comprometimento afetivo, estando tanto
o instrumental quanto o normativo. Analisando as variáveis da figura 5,
comprometimento organizacional x faixa etária, os servidores com mais de 45 anos
apresentam um maior comprometimento que os servidores mais jovens. Conforme
apresenta a figura 8, os servidores que estão realizando o estágio probatório
possuem um nível de comprometimento mais baixo que os demais, com a média de
2,735.
Conforme a caracterização das amostras, observa-se que os servidores
entrevistados apresentam faixa etária de até 45 anos em relação a faixa etária,
perfazendo observa-se na tabela 2, e uma maior concentração de servidores com
até 45 anos, totalizando um percentual de ( 57% ) dos respondentes.
A maioria dos respondentes foi do sexo masculino com (59,45%) e (40,6%) do sexo
feminino, os dados são apresentados na tabela 3. O estudo mostrou que em relação
a escolaridade (3,9%) dos servidores entrevistados detêm o ensino fundamental
completo, ( 0,8% ) possuem o ensino fundamental incompleto, ( 9,4% ) possuem o
ensino médio completo, (0,8%) o ensino médio incompleto, ( 20,3% ) dos
entrevistados possuem graduação, (18,8%) são pós-graduados, ( 31,3%), possuem
mestrado e (14,8%), possuem doutorado, como comprova a tabela 4 contida nesse
trabalho.
Conforme os dados apresentados na tabela 5, (4,7%) dos servidores trabalham no
Gabinete, (0,8%) na Contabilidade, (3,1%) na Gestão de Pessoas, (1,6%) no setor
de Projeto, (10,2%), em Diretorias (0,8%) no Setor de Patrimônio e 3,1% no Setor de
Contrato e Almoxarifado e (75%) na Área Acadêmica.
67
A amostra constatou que 2,3% dos servidores tem até um ano na instituição, 28,1%
entre um e quatro anos de permanência na instituição, 21,9% entre quatro e oito
anos, 1,6% entre oito e doze anos de permanência, 3,1% entre de doze e dezesseis
anos, 10,2% entre dezesseis e 20 anos, 5,5% entre vinte e vinte e quatro anos,
17,2% entre vinte e quatro e vinte e oito anos e 10,2% entre vinte e oito e trinta e
dois anos conforme a tabela 6.
Em relação ao estágio probatório, pode-se observar que conforme a tabela 7,
(18,8%) dos servidores estão em estágio probatório, (56,3%) já realizaram o estágio
probatório e (25,%) dos servidores entraram na instituição antes da implementação
do estágio probatório.
A validação das escalas de avaliação do estágio probatório foi através do modelo
ajustado por meio da modelagem de equações estruturais. Utilizou-se o método
Partial Least Squares (PLS), que não exige normalidade multivariada das variáveis
e consegue trabalhar com um tamanho de amostra mais reduzido, além de se
adequar a estudos exploratórios que o método utilizado por LISREL (CHIN, 1998).
A avaliação foi realizada com base na Average Variance Extracted (AVE). Tais
valores, segundo Chin (1998), devem possuir valor mínimo de 0,5. Em relação à
confiabilidade do construto, Chin (1998) assegura que deve ser composta e que tal
valor deve ser superior a 0,7. Para a estatística t, valores acima de 1,96 indicam que
os coeficientes são significativos ao nível 5,% de significância.
Conforme a tabela 8, a confiabilidade composta de todas as variáveis latentes
possui um patamar acima de 0,7. Quanto à validade convergente, todas as cargas
fatoriais se mostram acima de 0,6, validando os construtos conforme a tabela 9, de
forma que fica atestada a validade discriminante.
Para analisar o comprometimento organizacional, usou-se a escala de Likert de 5
pontos, com as opções, concordo totalmente, discordo, nem concordo nem discordo,
concordo e concordo totalmente. Ainda para operacionalização da avaliação do
estágio probatório, para tanto foi apresentado um intervalo de confiança de 95%
para a média e o desvio padrão (fig.3).
68
5.1 Limitações
A pesquisa se restringiu apenas em uma instituição. A amostra foi relativamente
pequena. A abordagem quantitativa pode não apresentar com profundidade a
percepção dos entrevistados sobre todos os pontos pesquisados
5.2 Sugestões
Ampliar o escopo do trabalho abordando outras instituições que não sejam apenas
instituição de ensino, mas também outras empresas públicas que permita análise
mais profunda do tema.
69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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77
ANEXO I
DADOS PESSOAIS
Idade: --------- anos--------- Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Escolaridade: ( ) Superior ( ) Pós-graduação ( ) Mestrado ( ) Doutorado
Estado Civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Outros: ------------------------------- Cargo Atual: ---------------- Lotação: ------------------------ Tipo de contrato de trabalho: -------------------------- Tempo de serviço na Instituição: --------------- anos
Tempo de serviço no cargo: -----------------------anos Horas de Trabalho: ( ) 20 Horas ( ) 40 Horas ( ) 40Horas ( ) Outra Participou do último exame médico? SIM ( ) NÃO ( ) Quando participou do último exame médico ? há seis meses ( ) 12 meses ( ) 18 meses Afastamento do trabalho por problema de saúde quantas vezes este ano: Nenhum ( ) Entre 01 a 04 ( ) Mais de 4 ( ) Fonte: Mendes, 2007.
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ANEXO II
O Questionário aplicado contém 43 questões em escala de Likert de 5 pontos conforme ilustrado abaixo
Estágio Probatório
Bloco 1
A seguir são apresentadas algumas frases e gostaria que você indicasse o seu grau de concordância com elas.
1 Pode-se dizer que o estágio probatório do IFMG SERVE PARA AVALIAR:*
Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Nem concordo e nem discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente
Capacidade de se integrar com os outros funcionários e parceiros, mantendo postura respeitosa, participativa e cooperativa
Capacidade de se relacionar com as pessoas dos diversos níveis hierárquicos, respeitando a diversidade sociocultural, a fim de manter o ambiente de trabalho produtivo e agradável
Capacidade de gerar resultados com quantidade e qualidade, de acordo com os padrões do IFMG
Capacidade de compreender, incorporar e operacionalizar o planejamento do IFMG
Capacidade de se comprometer com os resultados da sua área de trabalho
Capacidade de identificar oportunidades e promover o aperfeiçoamento de práticas, de processos e de padrões de trabalho
Capacidade de acatar ordens e demandas da chefia
Capacidade de primar pelo zelo e respeito às normas, preservando a sua imagem e do IFMG
Capacidade de se comunicar nas
79
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Nem concordo e nem discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente
diversas formas de maneira clara, objetiva e coerente, bem como capacidade de ouvir e dar respostas consistentes
Capacidade de entender as pressões associadas à sua rotina de trabalho, assegurando que suas reações tenham efeito positivo sobre o resultado do trabalho e sobre as pessoas
Capacidade para atuar de forma proativa e arrojada diante de situações diversas, indicando métodos para solução de problemas
Capacidade de obter, produzir, disseminar e aplicar os conhecimentos e informações
Capacidade de zelar pela apresentação pessoal e pelo patrimônio do IFMG
Capacidade para preparar e acompanhar a execução de planos de ação para as suas atividades ou atividades da área, por meio da aplicação de modelos, técnicas e ferramentas
Capacidade de executar suas tarefas, reconhecendo a necessidade de cumprimento dos prazos estabelecidos
Capacidade de assumir compromissos, cumprir obrigações e responder pelos resultados decorrentes de suas decisões, contribuindo para que os objetivos de sua área e do IFMG sejam atingidos
Capacidade de avaliar e examinar as situações de forma minuciosa e crítica do ponto de vista ético-profissional
Capacidade de agir de acordo com os princípios e normas de conduta em defesa do interesse público
Capacidade de apresentar-se no local de trabalho dentro do horário estabelecido
80
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Nem concordo e nem discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente
A capacidade de cumprir a jornada de trabalho estabelecida na legislação
2 Indique o seu grau de concordância com as seguintes afirmativas:*
Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Nem concordo e nem discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente
A visão que alguns servidores têm sobre a efetividade do estágio probatório, é que o estágio probatório não funciona bem, é só para "inglês ver"
Eu considero que os instrumentos utilizados para realizar a avaliação do estágio probatório são adequados
Não é necessário criar novos mecanismos que possam atender efetivamente a avaliação do estágio probatório
Os servidores em estágio probatório, sempre são avaliados por servidores que possuem capacitação para avaliá-los
Os servidores mesmo após adquirir a estabilidade continuam a atender aos objetivos da instituição
O Estágio Probatório surgiu para efetivar o servidor no cargo
O servidor não aprovado durante a avaliação do estágio probatório, será exonerado sem nenhuma indenização
Avaliação do estágio probatório é uma exigência da Lei 8.112/90, que atende plenamente aos requisitos para que o servidor possa adquirir a efetividade no cargo
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3 Em relação a você, indique o seu grau de concordância com as seguintes afirmativas: *
Por favor, escolha a resposta adequada para cada item:
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Nem concordo e nem discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente
Sinto que a instituição me oferece estabilidade e segurança
Eu sinto muito envolvido com a instituição
Eu me sinto dentro da instituição, como se estivesse na minha própria casa
Eu sinto que a instituição faz parte da minha família
Sinto como se todos os problemas da instituição fossem meus
Trabalhar na instituição na realidade é uma necessidade
Mesmo se eu quisesse deixar a instituição não teria coragem
Se eu deixasse a instituição no momento, a minha vida ficaria desestruturada
Com a idade que tenho hoje se deixasse a instituição teria poucas chances no mercado de trabalho
Tive investimento alto na carreira, pretendo permanecer na instituição
Na atual conjuntura, trabalhar na instituição é um desejo pessoal
Sinto que não devo deixar a instituição, mesmo que me oferecesse altos salários
A instituição fez muito por mim, agora tenho que fazer por ela
Devo a minha carreira profissional à instituição
Eu seria muito feliz se pudesse dedicar o resto da minha vida à instituição
82
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Nem concordo e nem discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente
4 Faixa Etária * Favor escolher apenas uma das opções a seguir:
• Até 25 anos • De 26 a 30 anos • De 31 a 35 anos • De 36 a 40 anos • De 41 a 45 anos • De 46 a 50 anos • De 51 a 55 anos • De 56 a 60 anos • De 61 a 65 anos • Acima de 65 anos
5 Sexo * Favor escolher apenas uma das opções a seguir:
• Masculino • Feminino
6 Grau de escolaridade *
Favor escolher apenas uma das opções a seguir:
• Primeiro Grau Completo • Primeiro Grau Incompleto • Segundo Grau Completo • Segundo Grau Incompleto • Graduação • Pós-Graduação • Mestrado • Doutorado • Pós-Doutorado
7 Setor de trabalho * Favor escolher apenas uma das opções a seguir:
• Gabinete • Contabilidade • Compras • Gestão de Pessoas
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• Biblioteca • Projeto • Diretoria • Área Acadêmica • Patrimônio • Contrato e Almoxarifado
8 Tempo de trabalho na instituição * Favor escolher apenas uma das opções a seguir:
• Até 1 ano • Mais de 1 ano a 4 anos • Mais de 4 a 8 anos • Mais de 08 a 12 anos • Mais de 12 a 16 anos • Mais de 16 a 20 anos • Mais de 20 a 24 anos • Mais de 24 a 28 anos • Mais de 28 a 32 anos
9 Em relação ao estágio probatório * Favor escolher apenas uma das opções a seguir:
• Está realizando estágio probatório • Já realizou estágio probatório • M Entrou na instituição antes da implementação do estágio probatório
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ANEXO III
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO
INSTRUMENTO 1 (Avaliação dos colegas de área/diretoria)
NOME DO AVALIADO:______________________________________________
CARGO: ___________________________________________________________ NOME DO AVALIADOR: ____________________________________________
Critérios para Pontuação:
Favor utilizar a seguinte tabela no balizamento das notas em cada quesito: I – Quando, no quesito, o servidor demonstra estar abaixo do esperado: nota de 0,0 a 4,0 II – Quando, no quesito, o servidor atinge apenas parcialmente o esperado: nota de 4,1 a 6,0 III – Quando, no quesito, o servidor atinge o esperado: nota de 6,1 a 8,0 IV – Quando, no quesito, o servidor atinge mais do que o esperado: nota de 8,1 a 10,0
FATORES DE AVALIAÇÃO
I – ASSIDUIDADE (Frequência/regularidade, pontualidade, permanência) QUESITOS: NOTA 1. Cumpre o horário de trabalho e carga horária, não registrando atrasos nem saídas antecipadas.
2. Permanece no setor de trabalho durante o expediente. 3. Ausenta-se do setor com a aquiescência da chefia. 4. Quando falta ao trabalho, apresenta justificativa condizente com o motivo da falta.
Nota Final (média aritmética das notas lançadas acima) II – DISCIPLINA (Comportamento de acordo com os padrões estabelecidos pelo órgão, cumprimento de ordens e normas) QUESITOS: NOTA 1.Observa os princípios ético-profissional no desempenho de suas funções (Código de Ética do Servidor Público).
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2. Mantêm aparência pessoal condizente com o local de trabalho. 3. Tem capacidade de relacionamento e interação com a equipe, tratando as pessoas com urbanidade, propiciando um bom clima de trabalho.
4.Aceita críticas construtivas, orientações e ações, visando diminuir suas dificuldades e dúvidas e contribuir para a melhoria dos serviços e das relações entre colegas.
Nota Final (média aritmética das notas lançadas acima) III - CAPACIDADE DE INICIATIVA (Desembaraço para resolver problemas que surjam no seu trabalho) QUESITOS: NOTA 1.É seguro e dinâmico na forma como enfrenta e soluciona as situações de sua rotina de trabalho.
2. Apresenta ideias, sugestões e soluções alternativas aos diversos problemas ou situações inesperadas.
3. Identifica os problemas ocorridos nos serviços e os comunica com propriedade à chefia imediata.
4. Consegue se adaptar a novas situações e mudanças na rotina de trabalho, buscando entender e atender novas demandas e prioridades.
Nota Final (média aritmética das notas lançadas acima) IV – PRODUTIVIDADE (Qualidade, conhecimento e rendimento compatíveis com as condições de trabalho) QUESITOS: NOTA 1. Mantêm boa qualidade no serviço feito, procurando sanar suas deficiências.
2. Mantém-se atualizado, buscando meios para adquirir novos conhecimentos técnicos.
3. Administra o tempo, utilizando-o de forma produtiva para si próprio e para a equipe/Unidade.
4. Executa as tarefas dentro de prazos estabelecidos.
Nota Final (média aritmética das notas lançadas acima) V – RESPONSABILIDADE (comprometimento, amadurecimento profissional, dedicação e confiança) QUESITOS: NOTA 1. Zela pelo patrimônio da Instituição, evita desperdícios de material e gastos desnecessários.
2. Presta informações claras e seguras a respeito dos serviços e das políticas, normas e procedimentos da instituição.
3. Atende os outros segmentos da instituição com eficiência e cortesia, de modo a favorecer o andamento dos serviços.
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4. Guarda sigilo sobre assuntos concernentes ao cargo.
Nota Final (média aritmética das notas lançadas acima)
87
ANEXO IV
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO PROBATÓRIO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS E DOCENTES
Ficha Resumo da Avaliação
Etapa: □ Primeira □ Segunda □ Terceira
Nome do servidor em avaliação: ............................................................... SIAPE:
I. Avaliação dos Fatores
Fatores de Avaliação
Nota da
Chefia
Nota
Colega 1 (nc1)
Nota Colega 2 (nc2)
Nota Colega 3(nc3)
Nota Final dos Colegas ((nc1) + (nc2) + (nc3)) / 3
1. Assiduidade
2. Disciplina
3. Capacidade de iniciativa
4. Produtividade
5. Responsabilidade
Data: / / Chefia : ................................................................. Assinatura _______________________ Colega 1: .............................................................. Assinatura _______________________ Colega 2: .............................................................. Assinatura _______________________ Colega 3: .............................................................. Assinatura _______________________
88
ANEXO V
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO PROBATÓRIO DOS SERVIDORES
TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS E DOCENTES.
RELATÓRIO AVALIAÇÃO DOS FATORES
NOME DO AVALIADO:______________________________________________________________________________________________
CARGO: ___________________________________________________________________________________________________________ ESCOLARIDADE: __________________________________________________________________________________________________ FUNÇÃO DE CONFIANÇA: __________________________________________________________________________________________ NOME DO AVALIADOR: ____________________________________________________________________________________________
ELENCO DE VERIFICAÇÃO:
ABAIXO DO ESPERADO
0 a 4
ATINGE PARCIALMENTE O ESPERADO
4,1 a 6
ATINGE O ESPERADO
6,1 a 8
ACIMA DO ESPERADO
8,1 a 10
Eu o encontro no setor quando o procuro
Mantém conduta compatível com o cargo que ocupa
Tem clareza das tarefas e iniciativa para realizá-las
Executa as tarefas com qualidade e dentro dos prazos estabelecidos
Mantêm aparência pessoal condizente com o seu local de trabalho
Trata com urbanidade as pessoas
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ANEXO VI
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO PROBATÓRIO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS
Relatório Final
Nome do servidor em avaliação: ............................................................... SIAPE:
I . Avaliação dos Fatores Fatores de Avaliação
Nota 1 (n1) Nota Chefe + Nota Final dos Colegas / 2
Nota 2 (n2) Nota Chefe + Nota Final dos Colegas / 2
Nota 3 (n3) Nota Chefe + Nota Final dos Colegas / 2
Avaliação final ((n1)x2) + ((n2)x3) + ((n3)x5) / 10
1. Assiduidade
2. Disciplina
3. Capacidade de iniciativa
4. Produtividade
5. Responsabilidade
II. Avaliação Global Nota global 1
(ng1) Σ (n1) x 2 / 10
Nota global 2 (ng2)
Σ (n2) x 2 / 10
Nota global 3 (ng3)
Σ (n3) x 2 /10
Resultado Final ((ng1)x2) + ((ng2)x3) + ((ng3)x5) / 10
Avaliação Global de Desempenho
Situação final do servidor: □ Aprovado □ Reprovado Data: / / Comissão Permanente de Avaliação: .......................................................................... Assinatura: ________________________ .......................................................................... Assinatura: _________________________ .......................................................................... Assinatura: _________________________
90
ANEXO VII
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO PROBATÓRIO DOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO
Autoavaliação Servidor (a):-----------------------------------------------------------------------------------------------
1- Para a realização de seu trabalho, você encontrou estrutura adequada (plano de trabalho estabelecido, acervo bibliográfico, material de apoio pedagógico, ambiente de trabalho, serviço de apoio para o desempenho de sua função, entre outros)?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 2- Identifique os eventuais aspectos que tenham interferido negativamente no
seu desempenho, durante o período de sua avaliação. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 3- Como você avalia seu desempenho nesta Instituição? Justifique. Você daria alguma sugestão para a melhoria contínua do seu trabalho? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Assinatura:________________________________________________________ Data: ____/____/____
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