fabrica de ração
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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CURSO DE QUÍMICA BACHARELADO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO REALIZADO NA EMPRESA
NICOLUZZI INDÚSTRIA DE RAÇÕES LTDA.
CARLOS ALEXANDRE GEORG
BLUMENAU
JULHO/2011
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CARLOS ALEXANDRE GEORG
ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO E CONTROLE DA
QUALIDADE DE RAÇÕES, DA RECEPÇÃO DE SEUS INSUMOS, ATÉ O
PRODUTO ACABADO.
Relatório de estágio supervisionado
apresentado a Universidade Regional de
Blumenau pelo acadêmico Carlos Alexandre
Georg como requisito para graduação em
Bacharelado em Química.
Orientadora: Morgana Kretzschmar
Supervisor: Jose Humberto de Souza
Empresa: Nicoluzzi Indústria de Rações Ltda.
BLUMENAU
JULHO/2011
3
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me dado forças para seguir em frente mesmo com
muitas dificuldades.
Aos meus pais, Lindo e Nevita, pela força e incentivo para que continuasse mesmo nas
horas em que estava quase desistindo, fazendo que continuasse esta caminhada.
Ao meu chefe Humberto, que foi o maior responsável por ter realizado este curso.
Ao Senhor Fernando Nicoluzzi, por ter me dado apoio e apostado em minha formação.
A Empresa Nicoluzzi Indústria de Rações, por ter dado a oportunidade da realização
deste estagio onde foi de fundamental importância para minha formação e profissionalização.
Enfim, não poderia esquecer a pessoa que esteve ao meu lado em praticamente todos
os momentos desta minha caminhada, não somente nos bons momentos, mas também nos
momentos difíceis e por isso agradeço a você Mary por fazer parte de minha vida.
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RESUMO
Este relatório descreve a realização do estágio supervisionado na área de controle da
qualidade, realizado na empresa Nicoluzzi Indústria de Rações Ltda. O objetivo foi conhecer
os processos de avaliação do controle da qualidade na indústria de rações. Na execução deste
estágio foram realizadas algumas atividades como a revisão das fichas de identidade e
qualidade dos produtos recebidos (matéria-prima), a recepção da matéria-prima com avaliação
e inspeção da carga, com posterior avaliação bromatológica da mesma, até o processo de
produção de rações.
Desta forma conclui-se que o acompanhamento e avaliação continua do controle da
qualidade é de fundamental importância para conhecimento dos produtos utilizados, e com
isso uma maior garantia da produção de um produto de qualidade.
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Nicoluzzi Ind. de Rações Ltda. ................................................................................ 11
Figura 2 – Planta baixa, área de produção de Farinhas ............................................................ 13
Figura 3 – Planta baixa, área de produção de Rações .............................................................. 14
Figura 4 – Fluxograma do processo de produção de ração...................................................... 32
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Análises realizadas nas matérias primas e produtos acabado, avaliadas pelo
Laboratório de controle da qualidade da Nicoluzzi indústria de Rações ................................. 20
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 10
2. HISTÓRICO DA EMPRESA...................................................................................... 11
2.1. ESTRUTURAS DA FÁBRICA................................................................................. 12
3. OBJETIVOS................................................................................................................. 15
3.1. Objetivo Geral............................................................................................................ 15
3.2. Objetivos Específicos................................................................................................. 15
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.......................................................................... 15
4.1 ATUALIZAÇÃO DAS FICHAS DE IDENTIDADE E QUALDIADE DAS
MATÉRIAS-PRIMAS...................................................................................................... 16
4.2. RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO DE MATÉRIAS PRIMAS.................... 17
4.3. ANÁLISES BROMATOLÓGICAS......................................................................... 19
4.3.1.Umidade.................................................................................................................. 21
4.3.2. Proteína Bruta......................................................................................................... 22
4.3.3. Extrato Etéreo......................................................................................................... 23
4.3.4. Índice de Acidez...................................................................................................... 24
4.3.4.1. Acidez em Farinhas............................................................................................... 25
4.3.4.2. Acidez em Óleos Vegetais e Animais.................................................................. 26
4.3.5. Índice de Peróxido................................................................................................... 26
4.3.6. Matéria Mineral ou Cinzas........................................................................................ 28
4.3.7. Fibra Bruta.............................................................................................................. 29
5. Processo de produção de rações................................................................................ 30
9
5.1. Extrusão e suas características................................................................................. 33
5.1.1 A extrusora.............................................................................................................. 33
5.1.1.1 Sistema de alimentação......................................................................................... 33
5.1.1.2 Pré condicionador.................................................................................................. 34
5.1.1.3 Cilindro extrusor.................................................................................................... 34
5.1.1.4 Matriz................................................................................................................... 34
5.1.1.5 Conjunto de facas................................................................................................ 35
5.1.1.6 Tubo pneumático................................................................................................... 35
5.1.1.7 Secagem e sua importância..................................................................................... 35
5.1.1.8 Retirada de finos.................................................................................................. 36
5.1.1.9 Aplicador de líquidos........................................................................................... 36
5.1.1.10 Resfriamento...................................................................................................... 37
5.1.1.11 Ensaque................................................................................................................ 37
6. CONCLUSÃO........................................................................................................... 38
REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 39
10
1. INTRODUÇÃO
Todos nós sabemos que o globo terrestre é formado pelo menos por duas terças partes
de água. A pesca sempre provocou, provoca e provocará um fascínio sobre o ser humano. Se
o homem sempre encontrou nos mares e rios a fonte para saciar este seu apetite, pergunta-se,
até quando, terá o homem a sua fome saciada? Não sejamos pessimistas, os milhões de
toneladas de pescados hoje consumidos no mundo, tem uma boa parcela representada pelo
cultivo em águas interiores e pelo sistema de redes, currais, nos mares que circulam a terra.
(RUBENS NICOLUZZI, 1996)
“No momento em que o país necessita gerar riquezas e trabalho, a curto e médio
prazo, a piscicultura surge como uma possibilidade de transformar-se numa indústria que
movimenta milhões de dólares em diversos países” (ANDRADE, 1989).
“A ração balanceada entende-se como uma combinação de alimentos em
quantidades específicas com o intuito de satisfazer as necessidades nutricionais de um animal
por um período de 24 horas” (LANA, 2005). Portanto, é necessário o conhecimento das
necessidades de cada espécie animal e também da composição do alimento a ser utilizado,
para garantir uma boa nutrição e melhor conversão alimentar.
Hoje, a aqüicultura representa um dos setores produtores de alimento que mais
crescem no mundo. No contexto internacional, o Brasil se insere como um país com grande
potencial para piscicultura, por possuir um vasto território e ótimas condições climáticas.
Com este crescimento no segmento de alimentos completos e balanceados para a piscicultura
e a exigência por produtos adequados para a alimentação dos mesmos, as indústrias de
alimento devem investir, de forma crescente, na área de nutrição, garantindo a qualidade das
rações.
11
2. HISTÓRICO DA EMPRESA
A Empresa Nicoluzzi Indústria de Rações Ltda., sediada no município de Penha no
Estado de Santa Catarina, tem como foco principal a produção de farinhas de origem animal
(peixe, mista e camarão), mas também atua no setor de rações para aqüicultura e na linha
“Pet”. Atualmente a empresa exporta farinha de peixe e rações, para alguns países do
Continente Africano, como, África do Sul, República de Camarões, Nigéria, Gana e Costa do
Marfim, e também para o Siri Lanka (Ásia) e República Dominicana (América Central).
O processo de produção é baseado na Legislação de Boas Práticas de Fabricação e no
sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, ambos, pertencentes à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Somente no ano de 2010, a empresa produziu cerca de 3.800 toneladas de farinha de
peixe, e exportou mais de 2.350 toneladas. Já na produção da ração, foram mais de 4.350
toneladas de ração produzidas, isto para abastecer o mercado interno.
Figura 2 - Nicoluzzi Indústria de Rações Ltda.
12
2.1 ESTRUTURAS DA FÁBRICA
Nas figuras 2 e 3 estão apresentadas as plantas baixa dos setores de produção de
farinha de peixe e de ração da Nicoluzzi Indústria de Rações. A figura 2 mostra a linha de
produção da fábrica de farinhas de peixe, com suas etapas de produção, do recebimento do
resíduo, até a farinha pronta e encaminhada para o depósito, e na figura 3, a linha de produção
da fábrica de ração, do recebimento da matéria prima ao setor de produção e envio para
depósito.
13
Figura 3 - Planta baixa da do setor de produção de farinhas.
14
Figura 4 - Planta baixa do setor de produção de rações.
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3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Acompanhamento do processo de produção e controle da qualidade de rações, da
recepção de seus insumos até o produto acabado.
3.2. Objetivos Específicos
• Atualizar as fichas de identidade e qualidade das matérias primas;
• Acompanhar o processo de recebimento de matérias primas;
• Realizar as análises bromatológica utilizadas no controle da qualidade das
matérias primas e produto acabado;
• Acompanhar os processos de produção da ração;
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estágio foi realizado na empresa Nicoluzzi Indústria de Rações Ltda. de 21 de
fevereiro a 25 de maio de 2011, totalizando uma carga horária de 272 horas.
Inicialmente foi realizada a revisão e atualização das fichas de identidade e qualidade
de matérias primas, tendo como referência o Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal
de 2009. Na segunda etapa, foi realizado o acompanhamento dos procedimentos de
16
recebimento, inspeção e coleta de matérias primas, tendo, também, como referência o
Compêndio acima citado.
A terceira etapa consistiu na realização das análises bromatológica das matérias primas,
ou seja, a análise da composição química dos alimentos que é um dos principais pontos a
serem observados no contexto da nutrição animal, e a quarta etapa foi o acompanhamento do
processo de produção de rações.
4.1. ATUALIZAÇÃO DAS FICHAS DE IDENTIDADE E QUALIDADE DAS
MATÉRIAS-PRIMAS.
Um dos principais problemas enfrentados pela indústria de alimentação animal, no
Brasil, é representado pelas dificuldades quanto à parametrização das matérias-primas
existentes em nosso mercado (COMPÊNDIO BRASILEIRO DE ALIMENTAÇÃO
ANIMAL, 2009).
Em função do desenvolvimento da produção animal no País, é fundamental conhecer
as características das matérias-primas utilizadas na produção destas rações, nos últimos anos,
tem aumentado muito às exigências das empresas que se dedicam a fabricação e à
comercialização de alimentos para animais, desta forma a situação melhorou sensivelmente
(COMPÊNDIO BRASILEIRO DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 2009).
Os gastos com alimentação representam uma parcela de até 80 % nos custos da criação
animal (ANDRIGUETTO et al., 2002). Sendo assim, é de fundamental importância ter
sempre os padrões de identidade e qualidade sempre atualizados.
A primeira fase do estágio foi dedicada a revisão e atualização das fichas de identidade
e qualidade das matérias primas utilizadas nas formulações das rações. Os parâmetros
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estabelecidos para os ingredientes foram baseados nas informações publicadas na ultima
edição do Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal, de 2009.
Algumas fichas apresentavam valores bromatológicos desatualizados, evidenciando a
importância destas revisões, para garantir uma melhor seleção dos ingredientes utilizados na
dieta animal e, como conseqüência, uma melhor conversão alimentar.
4.2. RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS.
Quando os ingredientes utilizados na fabricação das rações chegam à indústria, uma
série de procedimentos de rotina é realizada. Primeiramente, antes de o produto adentrar a
fábrica, é feito a identificação do mesmo, na portaria. Após essa etapa de identificação, o
responsável pelo setor de controle da qualidade emite a ficha de identidade e qualidade do
produto a ser recebido.
Um funcionário do controle da qualidade é treinado para proceder à avaliação da
carga, onde é analisado, principalmente, o aspecto físico dos produtos. Nesta etapa são
coletadas amostras para as análises de controle da qualidade, que variam de acordo com o
produto recebido.
No caso de recebimento de farinhas de origem animal, elas são avaliadas quanto aos
níveis de peróxido, acidez e umidade. Também são realizadas análises sensoriais como: cor
aparente, odor e aspecto. Para óleos de origem animal são realizadas análises de peróxido e
acidez.
Em matéria prima de origem vegetal, são analisadas ao nível de umidade, ausência de
contaminantes físicos, químicos e biológicos. Nas cargas de milho, são avaliadas algumas
características que depreciam o produto, como: fungos, umidade, produto ardido, carunchos,
odor indesejável e nível de impurezas.
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Os micro-ingredientes que fazem parte da formulação das rações são recebidos em
embalagem apropriada e armazenados em local seco e arejado, garantindo a manutenção de
suas propriedades.
Produtos a granel são recebidos em moegas (Peça de moinho por onde cai o grão na
calha) de e posteriormente enviados para silos específicos, ausentes de pragas, fungos e outros
contaminantes. O transporte de grãos da moega para os silos é feito através de elevadores e/ou
esteiras e roscas transportadoras, equipamentos específicos para essa função.
Após a inspeção física, segue uma amostra para o laboratório, que ira realizar a
avaliação dos parâmetros acima citados, sendo que o produto somente é liberado para
descarga, se estiver conforme. Em casos de não-conformidade o produto é recusado e
devolvido ao fornecedor.
A descarga é liberada, mas a matéria-prima só é liberada para consumo após o
complemento de análise bromatológica. Após a realização das mesmas, é emitido um laudo
com as informações nutricionais do produto, que são enviadas para o setor técnico
responsável que avalia e faz a emissão das dietas para a produção da ração. Após a conclusão
de todas estas etapas, o produto é liberado para o consumo.
A armazenagem constitui uma prática importante para a manutenção da qualidade dos
produtos. Muitos cuidados devem ser levados em consideração quanto ao local de armazenagem,
são eles: temperatura, umidade, presença de insetos ou roedores, fácil acesso, distinção do local,
fluxo de produção, entre outros. Os cuidados durante este período estão intrinsecamente
relacionados com o tipo de produto armazenado e com o tipo de armazém e equipamentos de
armazenagem.
Conhecendo-se as principais características das matérias primas utilizadas, podemos
estudar os fatores físicos (temperatura, umidade, migração de umidade, danos mecânicos) e
biológicos (microorganismos, insetos, ácaros) que afetam a conservação destas. O
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conhecimento da ação desses fatores proporciona uma série de dados que orienta de forma
racional a conservação desses produtos. O armazenamento, quando tecnicamente conduzido,
mantém a composição química dos produtos (carboidratos, proteínas, gorduras, fibras,
minerais e vitaminas) no seu estado natural.
4.3. ANÁLISES BROMATOLÓGICAS
A importância da realização das análises bromatológicas se deve ao fato de que as
matérias primas utilizadas na alimentação animal podem apresentar grande variação em sua
composição, tais como, formas de plantio, estações do ano, tipo de semente, manejo utilizado na
cultura, época de colheita, dentre outros (BRUGNEROTTO, 2009). Os alimentos mais afetados
por tais fatores são os volumosos, sendo essencial a realização de análises nestes alimentos,
assegurando assim, um balanceamento mais adequado ao produto final.
Para Beraldo e colaboradores (2009), a qualidade nutricional a qual o animal é submetido
deve ser a melhor possível, preferencialmente com custos mais baixos e sem perda de nutrientes.
Para efetuar a formulação de rações de qualidade é necessário utilizar matérias primas
que estejam de acordo com os parâmetros exigidos pela legislação. Para isso devem ser
determinados os teores de proteína, lipídios, umidade, fibras, cinzas, acidez, entre outros.
A terceira fase do estágio foi efetuada no laboratório de Controle da Qualidade, onde
são feitas as análises bromatológicas das matérias primas e das rações produzidas pela
empresa. Os procedimentos adotados pelo laboratório são os preconizados pelo Compêndio
Brasileiro de Alimentação Animal – 2009 (SINDIRAÇÕES).
Na tabela 1 estão demonstradas os insumos que são utilizados na produção das rações
para peixes e “pets” , e as análises realizadas.
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Tabela 1: Análises bromatológicas aplicadas aos insumos e rações pelo Laboratório de
Controle da Qualidade da Nicoluzzi Indústria de Rações.
Material
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
UM PB EE MM FB ACIDEZ IP
Milho x x x x
Quirera de Arroz x x x x
Farelo de Arroz x x x x
Farinha de Carne x x x x x x
Farinha de Vísceras x x x x x x
Farinha de Pena x x x x x x
Farinha de Sangue x x x x x x
Farelo de Soja x x x
Óleo de Frango x x
Refinazil x x x x
Protenose x x x x
Ração Peletizada x x x x x
Ração Extrusada x x x x x
Ração em Pó x x x x x
Farinha de Peixe X X X X X X
*UM: Umidade; PB: Proteína Bruta; EE: Extrato Etéreo; MM: Matéria Mineral; FB: Fibra
Bruta; IP: Índice de Peróxido.
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Os procedimentos das análises bromatológicas realizadas no laboratório de
Controle da Qualidade da empresa, estão descritos a seguir:
4.3.1 Umidade
O teor de umidade corresponde à perda em massa sofrida pela amostra quando
aquecida, em condições nas quais a água e outras substâncias voláteis são removidas
(COMPÊNDIO BRASILEIRO DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 2009).
A umidade de um alimento está relacionada com sua qualidade e conservação, sendo
um dos parâmetros mais importantes na avaliação de alguns produtos, como por exemplo, o
milho. Todo o milho que chega à empresa é submetido à análise de umidade. Se apresentar
teor superior a 14 % é devolvido para o fornecedor.
Procedimento
Pesar cerca de 3 a 5 g de amostra e transferir para uma cápsula tarada (seca em estufa
a 105oC por uma hora ou até peso constante). Colocar em estufa pré-aquecida a 105°C, por 6
horas. Esfriar em dessecador e pesar.
Cálculo: Umidade % = (A - B) x100 C
Onde: A = Massa do recipiente com a amostra, em grama.
B = Massa do recipiente com a amostra após secagem, em grama
C = Massa da amostra, em gramas
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4.3.2. Proteína Bruta
O ensaio é baseado na digestão de amostras nitrogenadas com ácido sulfúrico
concentrado, em presença de catalisador (COMPÊNDIO BRASILEIRO DE
ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 2009).
Este método se baseia em três etapas: digestão, destilação e titulação. O nitrogênio da
amostra é transformado em sulfato de amônio por digestão ácida, e em nitrogênio amoniacal
por destilação em meio alcalino. O nitrogênio então é quantificado por titulação em ácido
padronizado.
Procedimento:
Pesar 0,5 a 1g de amostra, acondicionar em papel vegetal (isento de nitrogênio), e
colocar no tubo digestor. Adicionar a mistura catalítica e 20 mL de ácido sulfúrico
concentrado. Levar os tubos para o aparelho digestor de proteína a uma temperatura de
400°C, até a solução adquirir cor verde clara (aproximadamente 3 horas). Após o esfriamento
da amostra, adicionar 50 mL de água destilada.
Em um destilador pré-aquecido colocar o tubo digestor e o erlenmeyer contendo a
solução de ácido bórico a 4 %, em locais específicos. Adicionar a solução de NaOH 50 % ao
tubo digestor e proceder a destilação por cerca de 4 minutos. Depois de concluído a destilação
fazer a titulação da solução coletora do nitrogênio (ácido bórico 4 %) com HCl 0,1M, até o
ponto de viragem do indicador.
O volume titulado fará parte do cálculo que resultará na porcentagem de proteína bruta
contida na amostra.
Cálculo: Proteína Bruta % = (Va – Vb) x M x 6,25 x 0,014 x 100 P
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Onde: Va = Volume de HCl 0,1M gasto na titulação, em mL
Vb = Volume de HCl gasto na prova em branco, em mL
M = Molaridade real da solução em HCl 0,1M
0,014 = Massa milimolar do nitrogênio
P = Massa da amostra em gramas
6,25 = Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16 % de
nitrogênio (100/16 = 6,25)
4.3.3. Extrato Etéreo
Este método determina o total de substâncias lipídicas extraídas com solventes
orgânicos apolares. Esta fração é composta por acilgliceróis, ácidos graxos livres, colesterol,
lecitina, clorofila, alcoóis voláteis, óleos voláteis e as resinas (COMPÊNDIO BRASILEIRO
DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 2009).
São mais conhecidos como "gorduras" e têm a mesma função dos carboidratos, ou
seja, fornecer energia para todas as atividades metabólicas dos organismos que a consomem.
Também são veículos para o transporte de várias vitaminas para dentro das células. São
insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos como éter, clorofórmio, hexano, entre
outros. Solventes utilizados na extração e determinação das gorduras nos alimentos
(FENEMMA, 2000).
Os lipídios estão presentes em vários alimentos, tais como: milho, farinhas de peixe,
carne, farelos, sempre associados a algum antioxidante pela facilidade de deterioração.
24
Procedimento:
Pesar cerca de 2 a 5g do material dessecado, colocar em papel vegetal, e transferir para
um cartucho do Soxhlet, previamente desengordurado. Acondicionar o cartucho com a
amostra seca em balão de vidro previamente seco e tarado. Adicionar éter ao balão até
submergir a amostra contida no cartucho. Acoplar o balão ao bloco aquecedor do aparelho de
“soxhlet”, acionar a temperatura desejada (ponto de ebulição do éter) e deixar em refluxo por
cerca de 2 horas. Em seguida, suspender o cartucho acima do nível do éter por cerca de 30
minutos para que ele possa escorrer o excesso de solvente. Após este período de tempo fechar
a saída do condensador. Levar o balão mais o extrato etéreo para a estufa a 105o C, por uma
hora. Resfriar em dessecador e pesar. Pesar, repetir as operações de aquecimento e
resfriamento, até peso constante.
Os valores obtidos na pesagem devem ser aplicados na fórmula que dará como
resultado a porcentagem de gordura ou extrato etéreo contido na amostra.
Cálculo: Extrato Etéreo % (m / m) = (A – B) x 100
P
Onde: A = Massa do balão com o lipídio, em grama
B = Massa do balão vazio, em grama
P = Massa da amostra inicial, em gramas
4.3.4. Índice de Acidez
A determinação da acidez pode fornecer um dado valioso na apresentação do estado
de conservação de um produto alimentício. Um processo de decomposição, seja por hidrólise,
oxidação ou fermentação, altera a concentração de íons de hidrogênio. Os ácidos orgânicos
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presentes em alimentos influenciam o sabor, odor, cor, estabilidade e manutenção de
qualidade.
O procedimento para a obtenção do índice de acidez é diferente para farinhas e para
óleos vegetais e animais.
4.3.4.1 Acidez em Farinhas
Procedimento:
Pesar 5 gramas de farinha de peixe e misturar a 150 mL de álcool etílico absoluto,
previamente neutralizado, permanecendo em repouso por 30 minutos com agitações
ocasionais de (5 em 5 minutos). Em seguida, filtrar a suspensão em papel filtro qualitativo e
adicionar ao resíduo mais 100 mL de álcool etílico absoluto, permanecendo em repouso por
mais 15 minutos com agitações ocasionais. Após este período, filtrar a suspensão sobre o
mesmo papel filtro e misturar os filtrados. Efetuar a titulação com solução de hidróxido de
sódio 0,1M, usando como indicador a fenolftaleína 1%.
Cálculo: Índice de acidez = (Va – Vb) x MR x 40 P
Onde: Va = Volume de NaOH 0,1M gasto na titulação da amostra, em mL
Vb = Volume de NaOH 0,1M gasto na titulação da prova em branco, em mL
MR = Molaridade real da solução de NaOH
40 = Unidade molar do NaOH (g/mol)
P = Massa da amostra, em gramas
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4.3.4.2 Acidez em Óleos Vegetais e Animais
Procedimento:
Em becker de 250 mL, pesar 5g de amostra e adicionar 100 mL da solução de éter
etílico e álcool etílico, (1: 2). Proceder à agitação até a dissolução completa da amostra.
Adicionar de 4 a 5 gotas de fenolftaleína e titular com solução de NaOH 0,1M, até obter a cor
rósea.
Cálculo: Acidez em acido oléico% (m/m) = (Va – Vb) x MR x 0, 282 P
Onde: Va = Volume de NaOH 0,1M gasto na titulação da amostra, em mL
Vb = Volume de NaOH 0,1M gasto na titulação da prova em branco, em mL
MR = Molaridade real da solução de NaOH
P = Massa da amostra, em gramas
0,282 = 1 mL de NaOH 0,1M equivalente a 0,282 grama do ácido oléico
4.3.5. Índice de Peróxido
O peróxido oxida o iodeto a iodo elementar que, por sua vez, forma com o amido um
complexo de inclusão de cor característica escura (COMPÊNDIO BRASILEIRO DE
ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 2009).
Este procedimento determina a presença de substâncias capazes de oxidar o iodeto de
potássio (KI). Estas substâncias são geralmente consideradas como peróxidos resultantes da
oxidação das gorduras.
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Procedimento:
Em um becker, pesar 10g de amostra, adicionar 50 mL de álcool metílico, 25 mL de
clorofórmio e 20 mL de água deionizada. Agitar a solução durante 30 minutos. Adicionar 25
mL de solução de sulfato de sódio 1,05 %, 25 mL de clorofórmio, e agitar por mais 2 minutos.
Em seguida realizar a filtração da fase inferior, contendo os lipídeos extraídos, em papel filtro,
com uma espátula de sulfato de sódio. Coletar uma alíquota de 20 mL do filtrado.
A esta amostra, adicionar 0,5 mL de solução de Kl saturado, 30 mL da solução de
ácido acético e agitar; deixar em repouso em ambiente escuro por 1 minuto. Adicionar 30 mL
de água destilada e 1 mL da solução de amido 1%. Titular com solução de Tiossulfato de
sódio 0,01N até o desaparecimento da cor azul.
Fazer um branco com a mistura da solução de clorofórmio e solução de amido e
titular.
Cálculo: IP em meq/1000g de gordura = (A – B) x M x F x 1000 P x 2
Onde: A = Valor titulado de Tiossulfato de sódio 0,01N na amostra, em mL
B = Valor titulado de Tiossulfato de sódio 0,01N no branco, em mL
M = Moralidade da solução Tiossulfato de sódio 0,01N.
1000 = conversão para miliequivalente.
P = Massa da gordura extraída na alíquota x 2 (peso do béquer mais gordura –
peso do béquer vazio), em gramas.
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4.3.6. Matéria Mineral ou Cinzas
Cinzas são o resíduo inorgânico resultante da queima da amostra a uma temperatura de
550 a 600ºC, fornecendo dados da quantidade de minerais totais contidos nos produtos de
origem vegetal, animal ou misturas destes (COMPÊNDIO BRASILEIRO DE
ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 2009).
Procedimento:
Pesar em cadinho previamente aquecido em mufla a 650º C, resfriado em dessecador
até a temperatura ambiente e pesado, cerca de 2g de amostra. Começar a incineração da
amostra, aos poucos, em bico de bunsen ou chapa elétrica, procurando aquecer igualmente
todas as faces do cadinho até o produto se transformar em uma massa de carvão e cessar o
desprendimento de fumaça.
Transferir o cadinho para a mufla a 650° C, deixando-o tempo suficiente para a total
destruição da matéria orgânica. Deixar resfriar em dessecador e pesar.
Cálculo: Matéria Mineral ou Cinzas% = (A – B) x 100 C Onde: A = Massa do cadinho com o resíduo, em gramas
B = Massa do cadinho, em gramas
C = Massa da amostra em gramas.
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4.3.7. Fibra Bruta
Fibra bruta é o resíduo insolúvel que se obtém após o tratamento sucessivo da amostra
com ácidos e álcalis diluídos a quente, que representa a fração que contém celulose,
hemicelulose, lignina e suberina dos ingredientes. O teor de fibra bruta esta relacionado à
fração não digerível e, por conseqüência, a energia; entretanto, por si só não representa o
valor nutricional do ingrediente. A fibra bruta tem relação com a qualidade do ingrediente
para processamento e com a densidade (COMPÊNDIO BRASILEIRO DE ALIMENTAÇÃO
ANIMAL, 2009).
Procedimento:
Pesar 3g de amostra, e efetuar a digestão com 100 mL de solução nitroacética, durante
30 minutos, após o início da ebulição. Efetuar a filtragem da solução em cadinho filtrante de
vidro borossilicato, a vácuo. Após esta etapa, secar o cadinho com o resíduo em estufa a
105ºC por 1 hora, e efetuar a pesagem.
Cálculo: Fibra Bruta % = (A – B) x 100 C Onde: A = Massa do cadinho com o resíduo, em grama
B = Massa do cadinho, em grama
C = Massa da amostra em gramas.
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5. PROCESSO DE PRODUÇÃO DE RAÇÕES
A empresa possui três linhas de produção de rações que são: peletizadas, extrusadas e
em pó. As rações peletizadas são aquelas que passam por um processo chamado peletização,
onde o produto é submetido à umidade, temperatura e pressão, em uma matriz peletizadora.
Esta matriz tem a forma de cilindro cheio de furos que dá forma a ração, que é cortada em
péletes de 3 a 5 mm, utilizada principalmente na aquicultura.
Para a produção da ração extrusada, o produto é submetido à alta temperatura,
umidade e pressão, em uma máquina chamada extrusora, onde o alimento passa por uma
variação de pressão, elevando a pressão interna do produto e diminuindo a externa. Esta
variação causa uma expansão da matéria. Este é principal processo utilizado pela empresa e
confere, às rações de peixe, a capacidade de flutuar ao serem jogadas na água. Este mesmo
processo de produção é utilizado na produção de ração pet (para cães).
As rações em pó, provenientes dos dois processos descritos anteriormente, são
trituradas em grandes moinhos, com peneiras de diâmetros padronizados na granulometria
desejada. Este tipo de ração é utilizado principalmente na aquicultura, na fase inicial para
alimentação dos alevinos (filhotes e/ou larvas).
Com todas as matérias primas selecionadas, inicia-se o processamento de produção
das rações para peixes ou cães.
Os grãos in natura são inicialmente submetidos ao processo de moagem, em moinhos
adequados e peneiras de furos específicos para cada tipo de grão. Para referenciar a
granulometria de alguns produtos utilizados, podemos citar como exemplo, o milho, que
inicialmente é moído em peneiras de 2,5 mm, que dividirá o grão em pequenas partículas
facilitando a mistura e deixando-o com tamanho uniforme, facilitando a segunda moagem.
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Os grãos moídos são encaminhados através de roscas transportadoras e elevadores de
correia para silos de armazenagem de produto moído. Em seguida, são pesados
automaticamente através de roscas dosadoras que saem de cada silo diretamente para a
balança de pesagem. O mesmo ocorre com os demais macro-ingredientes, como farinhas
animais e farelos protéicos. Em seguida, são despejados no misturador, onde são
acrescentados os micro-ingredientes, como conservantes, premix vitamínico mineral, entre
outros.
Os produtos ficam no misturador por um período de 5 minutos, sendo encaminhados,
através de roscas transportadoras e elevadores, para um silo de armazenagem situado acima
do moinho, que fará a segunda moagem. A segunda moagem é realizada em moinho com
sistemas de exaustores que proporcionam boa ventilação, auxiliando a moagem. Este processo
é realizado em peneiras de 0,8 mm, produzindo um produto final com granulometria fina e
homogênea, características essenciais aos produtos que serão submetidos ao processo de
extrusão.
Na figura 4 está demonstrado o fluxograma do processo de produção de rações.
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Figura 4. Fluxograma do processo de produção de rações
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5.1. EXTRUSÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Extrusão é o processo de cozimento baseado em alta pressão (34 a 37 atm), umidade
controlada (20 a 30%) e temperatura elevada (125 a 150ºC), gerando um incremento de
digestibilidade em relação à mistura crua, além de resultar em um produto com aspecto final
desejado.
O processo de extrusão tem ganhado espaço na produção de alimentos devido à sua
versatilidade, alta eficiência termodinâmica, baixo custo de operação e baixo espaço por
unidade métrica de produção, apesar de exigir equipamentos de alto custo, que são
compensados pela melhor eficiência alimentar dos produtos produzidos. Além disso, a
indústria de alimentos extrusados para animais possibilitou a utilização de subprodutos
oriundos de indústrias produtoras de alimentos, como frigoríficos, esmagadoras de grãos,
entre outras. Desta forma, criou-se uma cadeia harmônica, transformando, melhorando e
utilizando eficientemente o que antes era visto como produtos sem fim específico e até
mesmo como problemas ambientais. (Yamanaka, Barboza, 2011)
Existe uma enorme variedade de produtos que podem ser utilizados no processo de
extrusão. Porém, devem ser projetados para fornecer um balanço nutricional e características
organolépticas adequadas a um custo que pode ser mais baixo do que outro processo térmico.
5.1.1 A Extrusora
5.1.1.1 Sistema de Alimentação
Esse sistema é essencial no processo de extrusão, e deve ser constante e capaz de
alimentar uniformemente ingredientes secos, líquidos ou mistos. Para armazenagem dos
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ingredientes secos usam-se silos. A porção seca do alimento é adicionada através de um
sistema de rosca alimentadora capaz de fornecer uma vazão uniforme a qualquer velocidade
de extrusão desejada.
5.1.1.2 Pré Condicionador
Local onde se inicia o cozimento da mistura crua através da adição de umidade e calor
(vapor e água). É no pré-condicionador que ocorre a aplicação de grande parte da energia
térmica utilizada no processo de extrusão.
5.1.1.3 Cilindro Extrusor
A mistura pré-condicionada (pré-cozida) é descarregada continuamente diretamente no
canhão extrusor, que possui segmentos de cilindros, denominados de camisas, e roscas.
Através desse conjunto de roscas e camisas, configurado de maneira adequada, é que se aplica
a maior parte da energia mecânica utilizada no processo, que ocorre de forma contínua, onde
os conjuntos de roscas irão transportar e imprimir pressão e cisalhamento ao material contra a
matriz formatadora.
5.1.1.4 Matriz
A matriz possui furos que determinam o tamanho e formato do produto final, bem
como a quantidade de energia mecânica imposta para que o produto atravesse a mesma
através de uma maior ou menor área de saída.
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5.1.1.5. Conjunto de Facas
Este conjunto, que se encontra fixado à matriz e acoplado a um carrinho que lhe dá
sustentabilidade e rotação através de um motor elétrico, corta o alimento no tamanho
desejado.
5.1.1.6 Tubo Pneumático
É um tubo cilíndrico, movido a partir de sistema de exaustores, provocando um
sistema de sucção, que transporta o alimento na granulometria desejada e ainda úmido, para
as esteiras do secador.
5.1.1.7 Secagem e sua importância
Para se obter o cozimento desejado é necessária a adição de umidade à mistura crua,
durante o processo de extrusão. Este produto, que anteriormente encontrava-se com uma
umidade em torno de 10 a 12 %, sai da extrusora com teor de umidade variando entre 20 a 30
%, dependendo da fórmula e/ou da necessidade de umidade no processo, fazendo-se
necessária a secagem deste, aumentando a sua vida útil.
O alimento, ao sair da extrusora, através da matriz, é encaminhado ao secador através
do tubo pneumático, sendo distribuído sobre um conjunto de esteiras que transportará a ração
através de câmaras aquecidas com calor seco, gerado por um sistema de contra corrente entre
conjuntos de radiadores e ventiladores, a temperaturas que podem variar de 90 a 140ºC,
dependendo das características do produto.
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Para melhor controle do processo, todo o conjunto de secagem possui sistemas
automáticos de controle que ajusta e controla todos os parâmetros durante essa etapa,
conferindo ao produto final características desejadas.
Para conferência da umidade total e da atividade de água é necessário o uso de
aparelhos de precisão, os quais, através da leitura, indicam se é necessário aumentar ou
diminuir a velocidade das esteiras, a temperatura interna e o fluxo de ar.
5.1.1.8 Retirada de Finos
Após sair do secador, o alimento cai diretamente sobre uma caixa vibratória que tem
como função principal retirar o excesso de finos que vem com o alimento seco, e transportá-lo
até a torre de aplicação de líquidos. Existe ainda outro sistema de retirada de finos que
antecede o ensaque, garantindo a qualidade final do produto.
5.1.1.9 Aplicador de Líquidos
O aplicador de líquido é em forma de torre de aplicação e rosca homogeneizadora, que
é um processo eficiente e de boa relação custo-benefício. O sistema é composto de um
reservatório acoplado com uma bomba de rotor que transportará os líquidos (óleos, gorduras
e/ou hidrolisados) até o bico aplicador sobre pressão, formando um sistema de névoa
atingindo toda superfície do alimento. Nessa etapa, a limpeza freqüente dos bicos
pulverizadores e da linha confere segurança e qualidade de recobrimento.
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5.1.1.10 Resfriamento
Este equipamento é constituído de dois compartimentos, dispostos um sobre o outro,
separados por um conjunto de comportas. O alimento quente cai na primeira câmara e é
transferido para a segunda câmara, onde fica armazenado por um período de 15 minutos até
resfriar. O sistema é composto por exaustores que provoca a passagem de ar em temperatura
ambiente por entre as partículas do alimento quente. Nesse processo o alimento perde calor
para o ar que é jogado para fora do sistema, retornando a uma temperatura máxima de 4°C,
acima da temperatura ambiente.
5.1.1.11 Ensaque
O ensaque finaliza toda a etapa de produção. O produto final é envasado em
embalagem apropriada e especificamente elaborada de acordo com a composição e
especificações de shelf life do produto. Um ensaque eficiente proporciona a garantia final do
produto, bem como a conservação de todas as características desejáveis do alimento.
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6. CONCLUSÃO
No estágio, foi possível observar que para obter um controle da qualidade eficiente é
fundamental a atualização de métodos e padrões, inspeções de cargas, realização de análises
físico-químicas e microbiológicas das matérias primas e das rações.
Hoje, a aqüicultura representa um dos setores produtores de alimento que mais
crescem no mundo. No contexto internacional, o Brasil se insere como um país com grande
potencial para piscicultura, por possuir um vasto território e ótimas condições climáticas.
Com este crescimento no segmento de alimentos completos e balanceados para a piscicultura
e a exigência por produtos adequados para a alimentação dos mesmos, as indústrias de
alimento devem investir, de forma crescente, na área de nutrição, garantindo a qualidade das
rações. E, para se obter esta qualidade, há a necessidade de maiores cuidados na produção das
mesmas, desde a compra de matérias primas e insumos, até o ensaque e expedição, fazendo
com que chegue ao consumidor final produtos com todas as características físico-químicas e
biológicas desejáveis, preservadas.
O estágio é um período de aprendizado profissional e pessoal, já que nos
proporciona conhecimentos práticos, neste caso da área de Laboratório e Controle da
Qualidade, possibilitando ao aluno, vivenciar a realidade fora da universidade e também por
nos fazer crescer como profissional, pois aprendemos a conviver com tantos outros
profissionais e respeitar seu modo de pensar e de trabalhar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Alimentação Animal. Associação Brasileira da Indústria de Alimentação Animal. Colégio
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Alimentação Animal. São Paulo: SINDIRAÇÕES, 2009.
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NUTRIÇÃO ANIMAL. PALOTINA – PR: Dezembro de 2009.
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Universidade, UFPEL, 1984. 223p.
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