estudo de caso colescistectomia
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Apresentação
O estudo de caso, pode ser definido de várias formas e vem sido aprimorado a
muitos anos por vários professores, especialistas e doutores.
Segundo Coutinho (2003), estudo de caso é uma metodologia de investigação
particularmente apropriada quando procuramos compreender, explorar ou descrever
acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos
fatores. Sendo assim, esse estudo é benéfico pela complexibilidade de pontos
analisados, favorecendo os profissionais, estudantes e também os pacientes.
Para enfermeiros, a principal ferramenta que auxilia no desenvolvimento do
estudo se chama SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem) e engloba 5
(cinco) etapas, que são: histórico de enfermagem, diagnósticos de enfermagem,
planejamento, implementação e por fim, avaliação.
A SAE foi desenvolvida como método específico para aplicação da abordagem
científica ou da solução de problemas na prática. Para sua aplicação, enfermeiros
precisam entender e aplicar conceitos e teorias apropriados das ciências da saúde, além
de desenvolver uma visão holística do ser humano. Esse conjunto de conhecimentos
proporciona justificativas para tomadas de decisão, julgamentos, relacionamentos
interpessoais e ações, como veremos no decorrer do trabalho.
Sumário
Clínica Médica
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
2. Sistematização da Assistência de Enfermagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Estudo de exames e medicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3 Diagnósticos e intervenções de enfermagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3. Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4. Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
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Introdução
O estudo de caso apresentado foi desenvolvido com uma paciente que se
encontrava na clinica médica do Hospital Anchieta em POI de colescistectomia de
evolução crônica que foi diagnosticado após a paciente em questão referir quadro de
dor, habitualmente localizada na parte superior direita do abdómen, é o primeiro sinal
de inflamação da vesícula. Pode intensificar-se quando a pessoa respira profundamente
e muitas vezes estende-se à parte inferior da omoplata direita. A dor pode tornar-se
insuportável e as náuseas e os vómitos são habituais, o mesma foi diagnosticado
através da história clinica, exame físico e exames complementares (CENSONI, 2008).
A colecistite é uma inflamação da vesícula biliar, um pequeno órgão em forma
de saco, localizado no quadrante superior direito do abdómen, sob o lobo direito do
fígado (MICELI, 2007).
Em condições normais, a vesícula funciona como um reservatório de bílis, um
líquido produzido pelo fígado, que contem enzimas que digerem as gorduras. Durante
uma refeição, a bílis passa da vesícula para um canal de excreção, sendo então
conduzida até ao intestino, mais concretamente ao duodeno, onde vai então participar
na digestão (MICELI, 2007).
A colecistite desenvolve-se, geralmente, quando uma pessoa tem litíase
vesicular, isto é, cálculos biliares (“pedras na vesícula”), que são depósitos que se
formam no interior da vesícula a partir do colesterol ou dos pigmentos biliares
existentes na bílis. Se um dos cálculos sai da vesícula e provoca a obstrução do seu
canal excretor, a bílis fica aprisionada no interior da vesícula, o que vai levar à
inflamação da parede, seja por ação direta dos químicos existentes na bílis, seja porque
a estase favorece a infecção bacteriana, constituindo-se assim a colecistite (COTRAN,
2005).
Um bloqueio súbito da excreção da bílis com infecção dá origem a uma
colecistite aguda, contudo, se ocorrerem ataques ligeiros, repetidos, de colecistite
aguda, pode-se desenvolver uma colecistite crônica, que se caracteriza por uma
vesícula com parede espessada e retraída em virtude dos múltiplos episódios de
inflamação e irritação da parede. Eventualmente, numa fase mais avançada, a vesícula
pode estar tão retraída que perde a capacidade de armazenar e libertar a bílis
(COTRAN, 2005).
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Os cálculos biliares podem, por si só, sem que haja inflamação, causar dor
recorrente devido a uma obstrução intermitente, o que é denominado cólica biliar
(COTRAN, 2005).
Estima-se que pelo menos 20% das mulheres e 8% dos homens com idade
superior a 40 anos têm litíase e, logo, o risco de desenvolver uma colecistite
(COTRAN, 2005).
O risco para a formação de cálculos biliares é maior em:
Homens e mulheres com idade superior a 60 anos;
Mulheres grávidas ou que tiveram várias gravidezes;
Mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais ou que fazem terapêutica
hormonal de substituição;
Pessoas obesas;
Pessoas que sofrem súbitas perdas de peso;
Pessoas que têm dietas ricas em gordura.
A colecistite aguda pode apresentar:
Cólica biliar: trata-se de uma dor ou uma sensação de pressão no abdómen
superior, que pode ocorrer no centro ou do lado direito, na região da vesícula e do
fígado. Nalguns pacientes, a dor irradia para trás e para cima, para a zona
interescapular ou para o ombro direito (PENICH, 2003). Tipicamente, surge logo após
as refeições, principalmente quando estas são copiosas;
Febre e arrepios
Náuseas e vómitos
Perda de apetite
Icterícia: coloração amarelada da pele e mucosas, muito visível a nível do olho
Urina escura
Diminuição dos movimentos intestinais.
Os sintomas da colecistite crônica podem incluir qualquer um dos anteriores,
mas, geralmente, esta condição traduz-se por desconforto abdominal ligeiro que vai e
vem, dificuldades de digestão com sensação de enfartamento após as refeições e
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flatulência. Frequentemente, a clínica é tão fruste que é necessário um episódio agudo
para se detectar esta condição (PENICH, 2003).
Na colecistite aguda a cólica biliar pode ceder, após 1 a 5 horas, caso o cálculo
que estava a provocar a obstrução se desloque por si só, mas, geralmente, o doente
continua a referir um desconforto abdominal ligeiro, por cerca 24 horas. Se o cálculo
continuar alojado, a inflamação e a infecção persistem, os sintomas agravam-se e
podem-se desenvolver complicações, que incluem a perfuração da vesícula e peritonite
(PENICH, 2003).
Por esta razão, os pacientes com colecistite aguda são tratados e mantidos num
hospital até que haja uma melhoria significativa (PENICH, 2003).
No que respeito à colecistite crônica, os sintomas podem persistir por vários
anos até que seja feito o diagnóstico da condição (MORAIS, 2008).
O procedimento perante um caso de colecistite aguda passa pelo internamento
do paciente num hospital, sendo-lhe então administrados antibióticos por via
endovenosa e medicações para controlar os sintomas, tais como as náuseas e a dor
abdominal. Assim que a dor ceda, não hajam sinais de infecção e o doente seja capaz
de comer e beber, poderá ir para casa, onde continuará a sua recuperação (MORAIS,
2008).
Mas, cerca de 25% dos pacientes com colecistite aguda desenvolve um novo
episódio no primeiro ano, número este que aumenta para 60% se alargarmos o período
para 6 anos (LIORCI, 2006).
Por esta razão, muitos médicos recomendam que uma pessoa que tenha uma
colecistite deve ser submetida a uma colecistectomia (remoção da vesícula). No
entanto, para diminuir o risco de complicações adicionais durante a cirurgia, é
preferível não operar o doente na fase aguda, adiando-se a operação até que o doente
tenha recuperado totalmente (MORAIS, 2008).
O tratamento da colecistite crônica passa também pela colecistectomia, o que
prevenirá o regresso dos sintomas (LIORCI, 2006).
Frente ao exposto é imprescindível que a enfermagem conheça o processo
fisiopatológico que acomete o cliente com colecistite apoiando-se na avaliação e
observação do quadro clinico, a fim de aperfeiçoar o papel cuidador na assistência do
pós-operatório de colescistectomia. Este estudo consiste em revisar a assistência de
enfermagem ao paciente com colescistite.
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Justificativa
Justifica-se esse estudo pela necessidade da equipe de enfermagem de adquirir
conhecimentos sobre os cuidados necessários em casos de colecistite, auxiliando - os
no melhor aperfeiçoamento de seu trabalho dentro das unidades médicas de saúde.
Nos tempos atuais, é necessário compreender, qual o papel que o enfermeiro,
enquanto membro da equipe, desempenha no plano assistencial dessas pacientes,
avaliando se ele possui capacidade técnica e científica para oferecer o suporte
holístico. Pois, segundo AVANCI, Rita de Cássia et al (2009), o serviço de urgência
desempenha fundamental papel na promoção da saúde, partindo do princípio de que o
cuidado imediato interrompe as novas complicações que podem surgir.
Em cerca de 90% dos casos, a colecistite aguda ocorre quando a saída da
vesícula ou do ducto que sai dela fica obstruída por um cálculo. Um cálculo biliar é
formado na vesícula e constituído de colesterol, cálcio, pigmentos biliares ou uma
combinação dessas substâncias. A menos que a pedra seja expelida, por conta dela
ocorrem inflamação e pressão. Em casos graves, a vesícula aumentada pode não
receber sangue suficiente, resultando na morte do tecido.
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Objetivos
Objetivo geral:
Verificar as necessidades de saúde do paciente no pós cirúrgico de
colescistectomia, contribuindo assim para um bom prognóstico.
Objetivos específicos:
Desenvolvimento de habilidades como enfermeiros frente ao cuidado do
paciente com diagnóstico de pneumonia;
Anamnese da paciente;
Exame físico;
Históricos familiares e sociais;
Histórico medicamentoso para a completa sistematização da assistência
de enfermagem.
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Metodologia
Para elaboração do presente estudo, foram utilizadas informações colhidas pela
paciente e pela técnica de enfermagem do setor, além de dados e evoluções do
prontuário. Foram pesquisadas ainda, informações sobre o processo patológico e
mecanismo de ação das medicações mais utilizadas. As buscas foram feitas através de
publicações científicas como artigos, periódicos e demais sites que puderam contribuir
para formação dos diagnósticos e prescrições de enfermagem.
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Processo de enfermagem
Histórico
Paciente M.F.S.C deu entrada no dia 30/10/2012, proveniente do PSO do
Hospital Anchieta.
Identificação
Nome: M.F.S.C
Endereço: Ceilândia Sul
Profissão: Comerciante
Naturalidade: Brasília
Sexo: feminino
Data de Nascimento: 04/06/1983
Escolaridade: Superior incompleto
Cor: Branca
Estado Civil: Casada
Queixa Principal
Dor abdominal e vômitos.
História da doença atual
Paciente lidava com episódios anteriores de dores abdominais,acompanhada de
dificuldade de digestão e vômitos principio foi tratada com analgesia, porém não
apresentou melhora, após exames complementares foi indicado cirurgia, a mesma foi
encaminhada ao centro cirúrgico utilizando anestesia raquimedular.
Histórico de saúde
Colescistite
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Histórico familiar
Mãe e pai hipertensos.
Histórico de álcool, fumo e drogas
Não é etilista e nem tabagista.
Histórico social
Mora com a esposo e é proprietária boutique.
Exame Físico 30/10/2012
Paciente consciente, orientada, eupneica, afebril, calma, com uma boa
expressão facial, está em jejum Realizado cirurgia eletiva. Aos Sinais vitais:
Temperatura: 36.2 °C, FC: 83 bpm, FR: 16 rpm, PA: 110X60 mmhg.
Ao exame físico, couro cabeludo íntegro, limpo e com ausência de cicatrizes,
mucosa ocular corada, hidratada e pupilas isocóricas, narinas integras e sem desvio
aparente de septo, mucosa oral corada e hidratada, dentição completa, garganta com
pigmentação, mucosas coradas e gânglios impalpáveis, pavilhão auditivo íntegro sem
presença de sujidade ou excesso de cerume, cateter venoso em MSE, sem hematomas,
cicatrizes ou fraturas, mobilidade ativa, sem deformidade e com boa perfusão
periférica, tórax simétrico, e abdômen normotenso, RHA + e com presença de incisões
cirúrgicas, curativo limpo, seco e sem presença de sangue, segundo informação do
próprio paciente, genitália integra e higienizada, membros inferiores sem edemas e
cicatrizes.
Exames Complementares
Hemograma Completo: A contagem de hemácias e índices hematimétricos.
Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é parte de uma contagem
completa de sangue. É também usado para detectar a quantidade de hemácias em um
microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. Os índices hematimétricos fornecem
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importantes informações sobre o tamanho, concentração de hemoglobina e peso da
hemoglobina de uma hemácia média. Tem como objetivos; Fornecer dados para o
cálculo do volume corpuscular médio e da hemoglobina corpuscular média, que
revelam o tamanho da hemácia e o conteúdo de hemoglobina; Dar suporte a outros
testes hematológicos para o diagnóstico ou monitoração de anemia ou policitemia e
auxiliar no diagnóstico e classificação das anemias. PINHEIRO (2009).
Preparação do paciente
Jejum de 4 horas.
Método
Automatizado com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
Valores de Referência:
Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue venoso.
Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue venoso.
Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao
nascimento, diminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e
aumentando lentamente daí em diante.
Os índices hematimétricos testados incluem volume corpuscular médio (VCM),
hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular
média (CHCM).
VCM: 84 a 99mm3.
HCM: 26 a 32 pg.
CHCM: 31 a 36 g/dl.
Coagulograma: O coagulograma completo engloba uma série de provas que
avaliam o sistema de coagulação do sangue, como o tempo de sangramento (TS),
tempo de ativação da protrombina (TAP), tempo de ativação parcial da tromboplastina
(TTPA ou KPTT), tempo de coagulação (TC) e a contagem das plaquetas. Estas
últimas são elementos do sangue, que atuam na formação dos trombos plaquetários.
AMARAL (2003).
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Hepatite B: É uma doença infecciosa inflamatória do fígado causada pelo vírus
da hepatite B (HBV) que afeta algumas espécies de primatas, incluindo seres humanos.
O vírus é transmitido através da exposição a sangue ou fluidos corporais, tais como
sêmen e secreções vaginais, contaminados. O DNA viral também já foi detectado na
saliva, lágrimas e na urina de portadores crônicos. A doença aguda provoca inflamação
do fígado, vômitos, icterícia e, raramente, a morte. Já a hepatite B crônica pode
eventualmente causar cirrose ou mesmo câncer. A infecção pode ser prevenida através
da administração em três doses da vacina contra hepatite B. O exame tem como
objetivo; Rastrear doadores de sangue com relação à hepatite B; pessoas de alto risco
de contração de hepatite B, e auxiliar no diagnóstico diferencial de hepatite
viral. Brunner & Suddarth (2006).
Preparo do paciente:
Jejum de 4 horas.
Método
Fluorimétrico em micropartículas.
Hepatite C: Doença viral com infecções assintomáticas ou sintomáticas. As
hepatites sintomáticas são caracterizadas por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia,
astenia, fadiga, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e
aversão a alguns alimentos e cigarro. A icterícia é encontrada entre 18 a 26% dos casos
de hepatite aguda e inicia-se quando a febre desaparece, podendo ser precedida por
colúria e hipocolia fecal. Pode haver também hepatomegalia ou hepatoesplenomegalia.
Na forma aguda os sintomas vão desaparecendo paulatinamente. Das pessoas
infectadas, 70 a 85% desenvolvem a forma crônica mantendo um processo
inflamatório hepático por mais de seis meses. Destas pessoas, 20% a 30% evoluem
para cirrose e dos cirróticos 1,0% a 5,0% desenvolvem o hepatocarcinoma. A
transmissão ocorre principalmente por via parenteral. São consideradas populações de
risco acrescido: indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados
antes de 1993, pessoas que compartilham material para uso de drogas injetáveis,
inaláveis, tatuagem, "piercing" ou que apresentem outras formas de exposição
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percutânea. A transmissão sexual pode ocorrer principalmente em pessoas com
múltiplos parceiros e com prática sexual de risco acrescido (sem uso de preservativo).
A transmissão perinatal é possível e ocorre quase sempre no momento do parto ou logo
após. A transmissão intra-uterina é incomum. A média de infecção em crianças
nascidas de mães VHC positivas é de aproximadamente 6%, havendo co-infecção com
HIV sobe para 17%. A transmissão pode estar associada ao genótipo e carga viral
elevada do VHC. Apesar da possibilidade da transmissão através do aleitamento
materno (partículas virais foram demonstradas no colostro e leite materno), não há até
agora evidências conclusivas de aumento do risco à transmissão, exceto na ocorrência
de fissuras ou sangramento nos mamilos. Brunner & Suddarth (2006).
Período de Incubação
De 15 a 150 dias.
Período de Transmissibilidade
Inicia-se uma semana antes do início dos sintomas e mantém-se enquanto o
paciente apresentar RNA-VHC reagente.
Complicações
Cronificação da infecção, cirrose hepática e suas complicações (ascite,
hemorragias digestivas, peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia hepática) e
carcinoma hepato-celular.
EAS:
Exame de Rotina da Urina. Na realização do exame, é preciso que a urina seja
colhida desprezando-se a parte inicial. Esse procedimento ajuda a eliminar resíduos e
bactérias eventualmente presentes na urina, o que poderia dar um “falso-resultado” de
infecção. Uma urina normal tem coloração amarela ou amarela clara, neste momento o
laboratorista observa o aspecto (límpido ou turvo) e odores anormais, um cheiro fétido
indica infecções. A presença de sangue na urina dá uma cor de laranja a vermelha, é
um sinal de várias doenças dos rins e do trato urinário e merece muita atenção. A urina
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turva pode ser por presença de bactérias, ou descamações de células em excesso do
trato urinário, podendo indicar infecção. Os medicamentos podem conferir coloração
verde, azul ou laranja - escuro. Em relação ao PH, valores altos podem indicar
presença de cálculos renais, infecção das vias urinárias, especialmente por
microrganismos que utilizam ureia. Valores baixos indicam perda de potássio, dieta
rica em proteínas, infecção das vias urinárias por Escherichia coli, diarréias severas. A
densidade avalia a capacidade do rim de concentrar a urina. Densidade baixa indica
uso excessivo de líquidos por via intravenosa, insuficiência renal crônica, hipotermia,
aumento da pressão intracraniana, diabetes e hipertensão. Densidade alta mostra
desidratação, diarreia, vômitos, febre, diabetes mellitus, glomerulonefrite, insuficiência
cardíaca congestiva, etc. Brunner & Suddarth (2006).
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Estudo Farmacológico
PRESCRIÇÃO MÉDICA
Profenid 100 mg EV 12 em 12 horas
Dipirona SOS
Fernagan 50 mg SOS
Plasil SOS
Tramal SOS
Profenid 100 mg – EV 12/12h
Indicação: Medicamento anti-inflamatório, analgésico e antitérmico, sendo
indicado no tratamento de inflamações e dores decorrentes de processos reumáticos,
traumatismo e de dores em geral. Desta forma, pode ser utilizado nos seguintes casos:
dor, dor de dente, dor de cabeça, enxaqueca, dor abdominal e pélvica, dor reumática,
nevralgia, febre, sintomas de gripe e resfriado, inflamação da garganta, lombalgia,
mialgia, torcicolo, dor articular, dor na perna, contusão, entorses, tendinites, cotovelo
de tenista, lumbago, artralgia, dor pós-traumática, dor ciática, bursite, distensões,
flebite superficial, quadros dolorosos da coluna vertebral, lesões leves oriundas da
prática esportiva, dor varicosa, inflamação varicosa, hematomas (BULASNET, 2011).
Contra Indicação: Pacientes com história de reações de hipersensibilidade, ou
outros tipos de reações alérgicas aos anti-inflamatórios não esteroidais (BULASNET,
2011).
Dipirona – SOS
Indicação: Tratamento das manifestações dolorosas e da febre. Os
efeitos analgésico e antipirético podem ser esperados em 30 a 60 minutos após a
administração e geralmente duram aproximadamente 4 horas (BULASNET, 2011).
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Contra Indicação: Caso de hipersensibilidade conhecida à dipirona
sódica e/ou demais componentes da formulação e/ou a outras pirazonas (BULASNET,
2011).
Fernagan 50mg – IM SOS
Indicação: Tratamento sintomático de todos os distúrbios incluídos no grupo
das reações anafiláticas e alérgicas. Graças à sua atividade antiemética, é utilizado
também na prevenção de vômitos do pós-operatório e dos enjoos de viagens. Pode ser
utilizado, ainda, na pré-anestesia e na potencialização de analgésicos, devido à sua
ação sedativa (BULASNET, 2011).
Contra Indicação: Não deve ser administrado á pacientes com conhecida
hipersensibilidade à prometazina ou outros derivados fenotiazínicos ou a qualquer
componente da fórmula, assim como aos portadores de discrasias sanguíneas ou com
antecedentes de agranulocitose com outros fenotiazínicos, em pacientes com risco de
retenção urinária ligado a distúrbios uretroprostáticos, e em pacientes com glaucoma,
por fechadura do ângulo (BULASNET, 2011).
Plasil – SOS
Indicação: Distúrbios da motilidade gastrintestinal. Náuseas e vômitos de
origem central e periférica (cirurgias, doenças metabólicas e infecciosas, secundárias a
medicamentos). Para facilitar os procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal
(BULASNET, 2011).
Contra Indicação: Na síndrome de Parkinson e outras doenças
extrapiramidais. Em pacientes com antecedentes de hipersensibilidade aos
componentes da fórmula (BULASNET, 2011).
Tramal – SOS
Indicação: dor de intensidade moderada a grave, de caráter agudo, subagudo e
crônico (BULASNET, 2011).
Contra Indicação: Hipersensibilidade ao cloridrato de tramadol; intoxicações
agudas: por álcool, hipnóticos, analgésicos e psicofármacos em geral; pacientes em
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tratamento com: inibidores de MAO, antidepressivos tricíclicos, antidepressivos
inibidores da recaptação da serotonina, neurolépticos e drogas ou situações que baixam
o limiar para convulsões (BULASNET, 2011).
Diagnósticos de Enfermagem
1. Risco para infecção relacionado com incisão cirúrgica
Planejamento de Enfermagem
Controle de infecção;
Cuidado da ferida;
Proteção contra a infecção;
Terapia nutricional.
Implementação
Identificar os fatores de risco que pré disponham o paciente a infecção;
Realizar lavagem das mãos antes e após entrar no quarto do paciente;
Certifica-se que os demais membros da equipe estão seguindo os
procedimentos de prevenção;
Certifica-se se a hotelaria tem mandado quantidade solicitada de roupas e
lençóis limpos;
Manter a porta fechada;
Realizar limpeza da ferida utilizando técnicas corretas de antissepsia e oclusão.
Avaliação
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A temperatura do paciente permanece estável;
Os exames pós operatórios laboratoriais são compatíveis com os valores pré
operatórios;
O sítio de incisão do paciente permanece sem eritema, edema, dor indevida,
calor, odor, drenagem purulenta e outros sinais e sintomas de infecção.
As bordas da ferida estão aproximadas e não há evidência de deiscência.
2. Dor aguda relacionada à distensão dos tecidos intestinais pela
inflamação evidenciada por relatos
Planejamento de Enfermagem
Apoio emocional;
Gerenciamento da dor;
Gerenciamento da medicação;
Posicionamento;
Promoção do enfrentamento do estresse;
Promoção do sono.
Implementação
Avaliar os sinais e sintomas de dor do paciente e administrar analgésico,
conforme a prescrição. Monitorar e registrar a eficácia e os efeitos adversos dos
medicamentos;
Realizar as medidas de conforto para promover relaxamento, como massagem,
banho, reposicionamento e técnicas de relaxamento;
Planejar as atividades com o paciente para proporcionar distração, como leitura,
televisão e revistas, etc;
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Fornecer ao paciente informações para ajudar a aumentar a tolerância á dor, por
exemplo, os motivos para a dor e o intervalo de tempo que ela irá durar;
Manipular o ambiente para promover os períodos de repouso ininterruptos;
Aplicar calor ou frio, conforme prescrito;
Ajudar o paciente a localizar posição confortável.
Avaliação
A quantidade da dor pelo paciente é documentada antes de administrar o
medicamento e 30 a 45 minutos depois disso.
O paciente lista os fatores que intensificam a dor e modifica o comportamento
de acordo com isso;
O paciente realiza as medidas alternativas de controle da dor, como as
aplicações de calor ou frio;
O paciente relata dormir mais de 6 horas por noite;
O paciente diminui a quantidade e a frequência do medicamento analgésico
dentro de 72 horas.
O paciente expressa sentimentos de conforto.
3. Integridade da pele prejudicada relacionada à incisão cirúrgica,
evidenciado pela colescistectomia.
Planejamento de enfermagem:
Controle da infecção;
Posicionamento;
Prevenção da úlcera de pressão;
Terapia nutricional;
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Vigilância da pele.
Implementação
Inspecionar a pele a cada turno de plantão, descrever e registrar a condição da
pele e relatar as alterações;
Realizar o regime de tratamento prescrito para a condição da pele envolvida,
monitorar a evolução;
Fornecer as medidas de apoio, conforme solicitado;
Discutir os fatores precipitantes, caso sejam conhecidos e os efeitos em longo
prazo da ruptura da integridade cutânea;
Supervisionar o paciente e os familiares no regime de cuidado da pele.
Avaliação
A pele do paciente permanece intacta;
As feridas ou lesões do paciente cicatrizam;
O paciente relata sentimento de conforto;
O paciente não vivencia ruptura adicional da pele ou outras complicações;
O paciente lista os fatores precipitantes da ruptura da pele;
O paciente e os membros da família demonstram o regime de cuidados
cutâneos.
4. Risco de nutrição alterada menor que as necessidades corporais,
relacionado à ingestão diminuída e maior necessidade de nutrientes secundários a
cirurgia.
Planejamento de enfermagem
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Aconselhamento nutricional;
Assistência ao ganho de peso;
Gerenciamento de energia;
Gerenciamento da nutrição;
Terapia nutricional.
Implementação
Obter e registrar o peso do paciente no mesmo horário, a cada dia.
Monitorar o balanço hídrico;
Manter os líquidos parenterais;
Fornecer uma dieta prescrita para a condição específica do paciente;
Determinar as preferências alimentares e fornecê-las dentro das limitações da
dieta;
Monitorar os sons intestinais uma vez por turno de plantão.
Avaliação
O paciente permanece no peso especificado ou acima dele;
O paciente não desenvolve reações adversas ás alimentações;
O paciente consome o número especificado de calorias por dia;
O paciente e a família planejam a dieta apropriada para que o paciente a siga
depois da alta.
5. Risco de constipação relacionado aos efeitos medicamentosos, cirurgias,
alteração da dieta e imobilidade.
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Planejamento de Enfermagem:
Gerenciamento da constipação;
Gerenciamento da nutrição;
Gerenciamento hídrico;
Gerenciamento intestinal;
Monitoração hídrica;
Promoção do exercício;
Redução da ansiedade.
Implementação:
Avaliar os sons intestinais e examinar o paciente quanto à distensão abdominal.
Monitorar e registrar a frequencia e as características das fezes;
Registrar a ingestão e a excreção precisamente;
Incentivar a ingestão de 2,5 litros de líquido diariamente, a menos que contra
indicado;
Ensinar o paciente a massagear delicadamente, ao longo do cólon transverso e
descente;
Consultar o nutricionista sobre como aumentar as fibras e o volume da dieta do
paciente;
Incluir um programa de exercício moderado no seu plano de cuidado.
Avaliação:
O paciente não apresenta constipação;
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O paciente tem movimentos intestinais regulares;
O paciente consome uma dieta rica em fibra ou rica em volume, a menos que
contra indicado;
O paciente mantém uma ingestão hídrica de 2,5 litros diariamente;
O paciente expressa compreensão da relação entre constipação e ingestão
dietética, volume e atividade.
6. Risco de gerenciamento ineficaz do regime terapêutico relacionado ao
conhecimento insuficiente a respeito dos cuidados com a lesão, restrição da dieta,
recomendação sobre a atividade, medicamentos, cuidados de acompanhamento de
sinais e sintomas de complicações.
Planejamento de Enfermagem
Apoio á tomada de decisões;
Ensino: Procedimento, tratamento;
Estabelecimento mútuo de metas;
Modificação do comportamento.
Implementação
Discutiras crenças pessoais do paciente sobre a patologia e revisar as
informações relevantes para continuar as explicações sobre os procedimentos;
Educar o paciente sobre a fisiopatologia da doença e explicar a relação entre
fisiopatologia e o regime terapêutico a ser seguido;
Atuar com o paciente e os membros da família para desenvolverem uma rotina
diária para o gerenciamento do regime terapêutico que se adapte ao estilo de vida
deles;
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Corrigir as incompreensões do paciente sobre a susceptibilidade e gravidade do
procedimento;
Proporcionar lembretes verbais para reforçar os comportamentos promotores de
saúde.
Avaliação
O paciente expressa suas crenças pessoais sobre a doença e o regime
terapêutico;
O paciente e os membros da família incorporam, de forma bem sucedida, os
componentes do regime terapêutico nas atividades de vida diária;
O paciente descreve as atividades da vida diária que o ajudam a alcançar as
metas do tratamento;
O paciente declara a intenção de reduzir os fatores de risco para o surgimento
de complicações.
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Considerações Finais
Por meio desse estudo verificou-se que a enfermagem possui crucial
importância nos cuidados aos pacientes acometidos com o quadro patológico de
colecistite, influenciando de forma direta na magnitude da descrição dos sinais e
sintomas considerando que, os cuidados de enfermagem são prestados durante toda
estádia do cliente no hospital desde sua internação até a alta.
O ato cirúrgico, tem grandes vantagens, como a recuperação rápida, podendo o
paciente voltar para casa no dia seguinte do procedimento, retornar as atividades
fisicas precocemente e o resultado estético é bem satisfatório, devido serem feitas
apenas pequenas incisões.
Em relação ao diagnóstico da paciente deste estudo de caso, pode-se concluir
que é muito grande o número pacientes desenvolvem essa patologia. Muitos só ficam
sabendo disso ocasionalmente, quando procuram atendimento médico devido ao
quadro agudo de dor e vômitos,. Em geral, eles se assustam quando tomam
conhecimento desse diagnóstico, porque imaginam que a evolução da patologia pode
ser complicada.
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Referências Bibliográficas
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