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ESCOLA SUPERIOR DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E
SUSTENTABILIDADE
RELAÇÕES ENTRE A FERTILIDADE DO SOLO E A BIOMASSA FLORESTAL
NO CORREDOR ECOLÓGICO DA FAZENDA ROSANELA EM TEODORO
SAMPAIO, SP
Por
MARINA IZABEL GRAVE FERREIRA
NAZARÉ PAULISTA, 2018
ii
ESCOLA SUPERIOR DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
RELAÇÕES ENTRE A FERTILIDADE DO SOLO E A BIOMASSA FLORESTAL NO
CORREDOR ECOLÓGICO DA FAZENDA ROSANELA EM TEODORO SAMPAIO, SP
Por
MARINA IZABEL GRAVE FERREIRA
COMITÊ DE ORIENTAÇÃO
PROF. LAURY CULLEN JR
PROF. CARLOS EDUARDO CERRI
PROF. ALEXANDRE UEZU
TRABALHO FINAL APRESENTADO AO PROGRAMA DE MESTRADO
PROFISSIONAL EM CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL COMO REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM ECOLOGIA
IPÊ – INSTITUTO DE PESQUISAS ECOLÓGICAS
iii
LOCAL, ANO
BANCA EXAMINADORA
NAZARÉ PAULISTA, 20 DE MARÇO DE 2018
___________________________________________
Prof. Dr. Laury Cullen Jr.
___________________________________________
Prof. Dr. Carlos Eduardo Cerri
___________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Uezu
Ficha Catalográfica
Ferreira, Marina
Relações entre a fertilidade do solo e a
biomassa florestal no corredor ecológico da Fazenda
Rosanela em Teodoro Sampaio, SP, 2018. XX pp.
Trabalho Final (mestrado): IPÊ – Instituto de
Pesquisas ecológicas
1. Solos
2. Fertilidade
3. Restauração
I. Escola Superior de Conservação Ambiental
e Sustentabilidade, IPÊ
iv
Dedico esse trabalho a todos que me ajudaram de alguma forma a finalizá-lo até
mesmo quando eu não acreditava que podia.
v
AGRADECIMENTOS
Descrever como foi o caminho até esse momento onde tenho que agradecer por
finalmente terminar esse projeto (digo projeto, pois sempre pareceu isso pra mim), é
incrivelmente difícil. Mas sei que várias lições posso tirar disso e com certeza restou
MUITO aprendizado.
Agradeço ao apoio financeiro da CTG – China Three Gorges, no Projeto
“Desenvolvimento de tecnologias para valoração de serviços ecossistêmicos e do
capital natural em programas de meio ambiente” e por terem disponibilizado as bolsas
de estudo para os alunos de mestrado.
Ao Parque Estadual Morro do Diabo por viabilizar a hospedagem.
Ao proprietário da Fazenda Rosanela, por disponibilizar a área de estudo.
Aos alunos bolsistas que estavam sempre comigo nas coletas ou nas
discussões dos grupos de what's app tirando dúvidas, compartilhando angústias e
dando muita risada: Rapha, Nat, Vitor e Anália.
Aos colegas de turma por serem pessoas incríveis com quem pude compartilhar
vários momentos maravilhosos.
Ao Nivaldo por ter sido nosso guia durante as coletas e ter botado a mão na
massa junto com a gente, sem você nem sei como teria sido essas coletas. Gratidão
demais!
Aos meus orientadores, por tantos ensinamentos, dedicação, confiança e,
porque não, aos puxões de orelha merecidos. Ao Dr. Laury Cullen, por toda dedicação,
sabedoria e palavras de incentivo principalmente, acho que ele sempre acreditava mais
na gente do que a gente mesmo. Ao Dr. Alexandre Uezu por todo o auxílio com a parte
estatística, pela paciência, pela calma ao ensinar e pelo modo sereno que tinha de
cobrar o que era necessário. Ao Dr. Carlos Eduardo Cerri por toda a contribuição que
só um verdadeiro especialista poderia compartilhar.
A equipe do IPÊ que sempre estava super disposta a ajudar em qualquer
problema: Simone, Rose, Ivete, Maria Helena, Cristiana e todos da cozinha e da
manutenção. Meu muito obrigada.
vi
A minha mãe e meu irmão que me apoiaram nas horas mais difíceis, muito
obrigada!
Aos meus amigos que sempre acreditaram que eu era capaz de qualquer coisa
e que sempre me apoiaram em qualquer situação: Mariana, Makeo, Thamires, Danielle,
vocês salvaram minha vida esse ano, espero que saibam disso. Amo vocês.
Aos meus colegas de trabalho do Outback que me apoiaram diversas vezes
quando eu já estava exausta da jornada dupla e achava que não daria conta, vocês me
fizeram acreditar que tudo ia dar certo e não é que deu mesmo? Gratidão!
Ao Erick por me incentivar e acreditar em mim, mesmo quando eu não estava
acreditando mais.
À todos que me apoiaram, enxugaram minhas lágrimas e aguentaram meu
stress e desespero durante toda essa fase, muito obrigada!
7
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... v
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... 9
RESUMO ................................................................................................................ 11
1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 18
4. RESULTADOS ................................................................................................... 27
5.DISCUSSÃO ........................................................................................................ 34
6. CONCLUSÕES ................................................................................................... 37
8. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 39
ANEXO A ...................................................................................................................... 45
RESULTADOS DA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO .................................... 45
ANEXO B ...................................................................................................................... 48
RESULTADOS DA ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO ...................................................... 48
8
LISTA DE TABELAS
TABELA PÁGINA
Tabela 1 - Número de amostras de acordo com a área.................................................22
Tabela 2 – Parâmetros do solo que serão usados como indicadores de sua
qualidade........................................................................................................................23
Tabela 3 - Variáveis da paisagem para os quinze modelos de regressão linear
propostos para altura de dossel e biomassa florestal. x1= PC1 das variáveis físicas do
solo; x2= PC2 das variáveis físicas do solo; x3= PC1 das variáveis químicas do solo;
x4= PC2 das variáveis químicas do solo........................................................................27
Tabela 4 – Melhores modelos de regressão na explicação das variações da Biomassa
e na altura de dossel no corredor ecológico do Pontal do Paranapanema, SP, usando o
critério de informação de Akaike (AIC). As variáveis independentes foram: x1= eixo 1
da PCA com as variáveis físicas do solo; x2= eixo 2 da PCA com variáveis físicas do
solo; x3= eixo 1 da PCA com variáveis químicas do solo ; x4= eixo 2 da PCA com
variáveis químicas do solo. As outras colunas representam: AICc – estimativa da
distância relativa ao modelo “real”; ∆ AIC – diferença relativa ao menor valor de aic;
wAIC – chance do modelo ser selecionado; Razão de evidência – razão relativa ao
maior valor de w AIC......................................................................................................32
Tabela 5 - Importância relativa das variáveis independentes para os quinze modelos
propostos: soma dos wAIC (chance do modelo ser selecionado, que varia de 0 a 1) de
todos os modelos em que uma determinada variável estava presente. Os valores mais
altos expressam maior importância da variável. Para cada variável estão destacados
em negrito os resultados mais elevados. Pontal do Paranapanema, SP.......................33
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA PÁGINA
Figura 1 - Tipos de solos presentes na região de estudo...............................................20
Figura 2 - Mapa das áreas selecionadas para análise de solo e florística.....................22
Figura 3 - Mapa com os pontos de solo e florística selecionados no plantio de
2011................................................................................................................................24
Figura 4 - Mapa com os pontos de solo e florística selecionados no plantio de
2012................................................................................................................................25
Figura 5 - Matriz de correlação entre variáveis químicas do solo. Os valores em
vermelho são os de maior correlação (r ≥ 0.60) e os valores em negrito são os não
significativos...................................................................................................................28
Figura 6 - Estimativas entre pontos pareados no pasto e na área de restauração das
diferenças de atributos químicos do solo. Os intervalos de confiança (barras pretas)
abaixo de zero (linha vermelha tracejada) indicam que no pasto os valores são mais
elevados do que na área de restauração, enquanto valores positivos de ICs indicam o
contrário. Valores de ICs que interseccionam com o zero indicam não haver diferença
entre pasto e áreas restauradas.....................................................................................29
Figura 7 - Distribuição dos pontos amostrais do pasto e das áreas de restauração
segundo os eixos 1 (PC1) e 2 (PC2) de uma análise de componentes principais (PCA),
realizada a partir de atributos químicos do solo.............................................................30
Figura 8 - Estimativas entre pontos pareados no pasto e na área de restauração das
diferenças de atributos físicos do solo. A intersecção dos intervalos de confiança
10
(barras pretas) com o valor zero (linha vermelha tracejada) indica que não há diferença
significativa entre as áreas do pasto e as áreas restauradas.........................................31
Figura 9 - Distribuição dos pontos amostrais do pasto e das áreas de restauração
segundo os eixos 1 (PC1) e 2 (PC2) de uma ánalise de componentes principais,
realizada a partir de atributos físicos do solo.................................................................31
Figura 10 – Variação da a) Altura média e b) Biomassa da vegetação em função do
eixo 1 de uma Análise de Componentes Principais gerado a partir de variáveis
químicas do solo, de pontos das áreas de pasto, adjacente ao local de coleta dos
dados de vegetação.......................................................................................................33
Figura 11 – Variação do eixo 1 de uma Análise de Componentes Principais gerado a
partir de variáveis químicas do solo (de pontos das áreas de restauração), em função
do acúmulo de a)biomassa e b) da Altura média do dossel..........................................34
11
RESUMO
Resumo do Trabalho Final apresentado ao Programa de Mestrado Profissional em
Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável como requisito parcial
à obtenção do grau de Mestre em Ecologia
RELAÇÕES ENTRE A FERTILIDADE DO SOLO E A BIOMASSA FLORESTAL NO
CORREDOR ECOLÓGICO DA FAZENDA ROSANELA EM TEODORO SAMPAIO, SP
Por
Marina Izabel Grave Ferreira
Janeiro de 2018
Orientador: Prof. Dr. Laury Cullen Jr.
Este trabalho consistiu de uma análise das propriedades químicas e físicas do
solo do corredor ecológico localizado na Fazenda Rosanela, em Teodoro Sampaio, SP.
A análise foi feita a fim de avaliar as relações entre o solo e a planta, base para
entendimento dos serviços ecossistêmicos, analisando como a fertilidade do solo afeta
o acúmulo de biomassa florestal e como a restauração florestal afeta a fertilidade do
solo. Os procedimentos adotados incluíram a análise química e física das amostras
coletadas; comparação entre as variáveis da área de restauração e pasto adjacente
através do teste-t pareado; análise de componentes principais; teste de influência das
variáveis químicas e físicas através dos Modelos Lineares Generalizados - GLM, com
distribuição Gaussiana; verificação de modelos que mais se ajustavam através do
Critério de Informação de Akaike - AIC; teste de influência do desenvolvimento das
áreas em restauração sobre as variáveis químicas do solo através de análise de
regressão simples. Os resultados mostram que a fertilidade do solo afeta positivamente
o acúmulo de biomassa florestal, pois provêm os minerais necessários ao
desenvolvimento de uma vegetação; não pudemos concluir se a restauração florestal
12
afeta positivamente a fertilidade do solo, pois devido ao tempo de implantação da
restauração e ao tipo de análise que fizemos, não temos ainda como saber se há
realmente uma influênica da mesma na fertilidade do solo; a granulometria do solo é
um fator importante para a escolha da área para restauração, pois ele não tem
alteração significativa após a restauração.
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1.INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica brasileira tem um dos maiores graus de endemismo e riqueza
de espécies do planeta, porém sofreu uma grande perda florestal devido ao
desmatamento. Atualmente calcula-se que haja apenas 11,4% a 16% de sua cobertura
florestal, sendo que mais de 80% são fragmentos com menos de 50ha. (Ribeiro et al,
2009). No estado de São Paulo a Mata Atlântica ocupa 24,29% do território. Destes,
1,81% são referentes às Floresta Estacional Semidecidual, principal vegetação
ocorrente no interior do estado, considerada uma das formações mais degradadas e
em risco no país, com aproxidamente 4% de sua cobertura original remanescente
(SOS Mata atlântica, 2017; IESB, IGEO/UFRJ, 2007; Ribeiro et al, 2009). Diante deste
cenário torna-se urgente a restauração desse domínio fitogeográfico e a conservação
dos fragmentos ainda pouco afetados (Kageyama, 2003).
A substituição da cobertura florestal natural por áreas agrícolas é muito
preocupante, pois além dos processos erosivos, também há uma enorme extinção de
espécies vegetais e animais (Bensusan, 2008; Barbosa, 2006; Pires et al, 2006
Galindo-Leal et al., 2003; Young, 2003). Segundo Resende, 2006, há uma diminuição
na vegetação ripária, o que causa diversos problemas ecológicos, citando como
exemplo a erosão, a diminuição da diversidade de fauna terrestre e aquática, redução
da produtividade dos solos e aumento da emissão de gases estufa (Teresa et al, 2010;
Resende, 2006; Heartsill-Scalley & Aide, 2003).
Devido às alterações causadas pela ação antrópica a partir da substituição da
cobertura florestal natural pela pastagem, há uma maior dificuldade para a recuperação
do mesmo, pois é necessário reestabelecer as condições anteriores ao distúrbio para
garantir que sejam adequadas à vegetação. Melo et al (2002) mostra que em São
Paulo a principal causa de degradação do solo é a pecuária pois causa
empobrecimento do solo devido a substituição da vegetação nativa que além de
interferir na química do solo, também interfere na fauna do local que necessita de
determinada vegetação para subsistir no ambiente.
14
A recuperação desse domínio fitogeográfico é extremamente necessária uma
vez que, as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ambiental, protegendo a
água e o solo, proporcionando abrigo e sustento para a fauna e funcionando como
barreira para propagação de pragas e doenças nas culturas agrícolas. Além de que
florestas em crescimento fixam carbono, minimizando os impactos do efeito estufa
(Rochadelli, 2013; Brasil, 2012; Cerruto et al, 2009; Silveira et al, 2008; Barbosa, 2006).
A degradação de áreas florestais representa risco também a seus respectivos
solos, reduzindo sua capacidade produtiva, onde as propriedades intrínsecas do novo
uso adotado influenciarão diretamente os processos físicos, químicos e biológicos do
solo, modificando-o e propiciando por muitas vezes sua degradação (Moraes et al,
2010; Melloni et al, 2008; Islam & Weill 2000; Miranda, 1993).
O solo tem ação direta no crescimento das plantas, influenciando na composição
e estrutura da vegetação através da disponibilização de macro e micronutrientes e na
criação de condições favoráveis para o desenvolvimento de raízes de plantas
cultivadas ou presentes em florestas nativas (Castilho et al, 2006).
A matéria orgânica do solo está entre um dos indicadores mais estudados para
avaliar a qualidade do solo, por estar intimamente ligada a várias funções essenciais,
entre elas, é a fonte primordial de carbono no solo (Maia & Parron, 2015).
Devido a suas múltiplas funções nos serviços prestados pelos ecossistemas, a
avaliação da qualidade do solo deve levar em conta um conjunto de atributos físicos,
químicos e biológicos (Maia & Parron, 2015; Prado et al, 2015; Brown et al, 2015).
Portanto, é preciso lançar mão de um conjunto de indicadores que possam representar
bem os diferentes serviços ecossistêmicos promovidos pelo solo. Dentre esses
atributos, a medição da biomassa mostra-se importante, pois fornece estimativas dos
reservatórios florestais de carbono, sendo que cerca de 50% da biomassa é composta
por carbono (Lacerda et al, 2009).
A medição da quantidade de carbono sequestrado também é um indicador
ambiental. As florestas tropicais armazenam grande quantidade de carbono no solo,
15
cerca de 213 a 216 G.ton de Carbono (Lal 2004). Portanto, as emissões de carbono
deste compartimento florestal para a atmosfera podem influenciar diretamente as
mudanças climáticas globais devido ao aumento da concentração de gases de efeito
estufa (GEEs) na atmosfera, causando o aquecimento global (Houghton 1990;
Fearnside 1997; Lal 2004; Houghton 2007). O balanço da concentração de carbono
entre solo, planta e a atmosfera é fundamental para definir os impactos das ações
humanas sobre o clima (Bombelliet et al. 2009).
Para esse trabalho, entre os serviços prestados pelo solo, nos concentramos na
fertilidade do solo e no armazenamento do carbono, avaliando as relações entre o solo
e a planta, base para entendimento dos serviços ecossistêmicos prestados pelo
corredor ecológico da Fazenda Rosanela. Desse modo, analisamos como a fertilidade
do solo afeta o desenvolvimento florestal e como a restauração florestal afeta a
fertilidade e o armazenamento de carbono no solo.
1.1 Referencial Teórico
Serviços ecossistêmicos fornecidos pelo solo
A espécie humana necessita de ecossistemas saudáveis e dos serviços
resultantes do funcionamento dos ecossistemas em equilíbrio para ter uma vida mais
saudável e confortável. Esses serviços garantem o bem-estar para a sociedade
provendo água, solo, ar, fauna e flora (Costanza et al 1997; Ditt et al 2010; Parron&
Garcia, 2015). Porém não se tratam somente dos benefícios à espécie humana, mas
envolvem também diferentes tipos de gestão de ecossistemas, envolvendo práticas de
agricultura sustentável e gestão de paisagens naturais (Cardoso et al, 2015). Esses
serviços chamados ambientais ou ecossistêmicos são divididos em quatro categorias:
suporte, provisão, regulação e cultural (Millennium EcosystemAssessment, 2005)
Os serviços de suporte fornecem a base para a provisão dos demais serviços,
de modo que estes fiquem disponíveis para a sociedade, eles geralmente acontecem
de forma indireta e em longo prazo, como exemplo temos a formação do solo e a
produção primária. Os serviços de provisão são os que proporcionam os produtos que
são diretamente consumidos pelos seres humanos, por exemplo, alimentos, água
16
potável e recursos medicinais. Os serviços de regulação estão relacionados com o
controle natural dos processos ecossistêmicos que beneficiam as pessoas, por
exemplo a regulação da qualidade do ar, regulação do clima e a fertilidade do solo. Os
serviços culturais compreendem os benefícios não materiais que promovem o bem-
estar dos seres humanos, como os valores estéticos, recreação e turismo e valores
educacionais (Parron& Garcia, 2015).
Os solos estão relacionados a provisão de múltiplos serviços ecossistêmicos que
são essenciais ao ser humano, como exemplo, podemos citar: 1. De suporte - a
manutenção da biodiversidade do solo e a ciclagem de nutrientes; 2. De provisão - o
fornecimento de nutrientes e matérias-primas; e 3. De regulação - a manutenção da
qualidade da água, através da infiltração da água no solo, retenção de carbono e
nitrogênio e da redução da lixiviação de nitrato; e equilíbrio do clima, através do
sequestro de carbono (Rachwal et al 2015). A qualidade do solo, foi definida por Doran
e Parkin (1994) como a capacidade de sustentar a produtividade agrícola, manter a
qualidade do ambiente e garantir a saúde humana, animal e vegetal; e ela está
diretamente relacionada aos serviços ambientais provenientes do solo (Palm et al,
2013), sendo estes fortemente influenciados pelos seus uso e manejo (Lal et al, 1999).
Há vários impactos que podem gerar a diminuição da qualidade do solo, como o
processo de erosão, o aumento da temperatura climática, o uso inadequado da terra e
o mau manejo do solo (Parron et al, 2015). O uso inadequado do solo pode gerar
processos erosivos desencadeando vários impactos econômicos e ecológicos, tais
como: a) perda da camada de matéria orgânica e da fertilidade natural do solo; b)
carreamento de sedimentos para a rede de drenagem, causando o assoreamento dos
corpos d´água; c) compactação do solo; d) abertura de sulcos e ravinas, reduzindo a
área disponível para o uso agropecuário; e) emissão de carbono para a atmosfera; f)
necessidade de reposição de nutrientes para garantir a fertilidade do solo (Bertoni e
Lombardi Neto 1992; Pimentel et al 1995). Todos esses fatores alteram de alguma
forma a qualidade do solo e consequentemente os serviços ecossistêmicos prestados
pelo mesmo.
17
No ciclo hidrológico, o solo participa de forma reguladora (Lima, 2008). É dele
que afloram as nascentes que originam os cursos d´água (rios, córregos e ribeirões) e
as represas e lagos. Além da importância da qualidade da água é imprescindível que o
fornecimento seja em abundância e perene afim de garantir este recurso
continuamente. Isso significa que a bacia hidrográfica não deve escoar em um curto
período de tempo toda a água recebida durante as chuvas. Ao contrário, deve absorver
essa água através do solo, armazená-la em seu lençol freático e aos poucos ofertá-la
aos cursos d’água através das nascentes e olhos d’água, mantendo a vazão,
principalmente em períodos de estiagem. Essas condições são influenciadas
diretamente pelas características da bacia hidrográfica (composição, estrutura e textura
do solo, declividade do terreno, precipitação) e pela forma como o ser humano utiliza e
maneja o solo nessas áreas (Lima &Zakia 2008; Chaves & Piau 2006, Calder et al
2007, Van Dessel et al 2008).
O aumento na quantidade de carbono no solo geralmente está relacionado à
redução dos efeitos negativos das mudanças climáticas, mas a presença de carbono
no solo e na biomassa vegetal é também benéfica para outras funções ecossistêmicas
e serviços ambientais (Parron et al, 2015). O carbono orgânico componente da matéria
orgânica do solo é o principal recurso para a comunidade microbiana do solo (Scholes
et al, 2009).
A concentração de carbono no solo depende de vários fatores como o clima, o
tipo e quantidade de vegetação, manejo do uso do solo, tempo de adoção das práticas
de manejo, textura do solo, microorganismos, entre outros. O clima influencia na taxa
de decomposição da matéria orgânica, em locais mais frios e secos essa taxa é menor
ocasionando um maior acúmulo de matéria orgânica do que em regiões quentes e
úmidas (Fritzsons et al, 2015). Ecossistemas florestais com diferentes composições
e/ou estágios sucessionais também apresentam teores de carbono diferenciados. E o
manejo de culturas que reduzem o revolvimento do solo e promovem a proteção
superficial, tendem a aumentar o teor de matéria orgânica no solo. Dessa forma, é
sempre relevante fazer uma caracterização pedológica em uma área para verificar a
18
aptidão do solo e revelar qual o tipo de manejo é mais adequado para diferentes
condições (Rachwal et al 2015).
Características do solo
Os macronutrientes P, K, Ca, Mg e N são altamente absorvidos pelas plantas e
são encontrados na solução do solo. Alguns desses nutrientes podem estar em baixa
concentração ou de forma que as raízes não possam absorvê-los, por isso a
importância do manejo do solo, facilitando a absorção desses nutrientes pelas plantas.
A matéria orgânica concentra a maioria dos macro e micronutrientes e, além disso,
aumenta a fertilidade por proporcionar melhor estrutura ao terreno (Ronquin, 2010).
A capacidade de troca de cátions (CTC) de um solo nos mostra a quantidade
total de cátions retidos à superfície que estão em condição mutável. Ela representa o
grau de capacidade de liberação de nutrientes que favorecem a fertilidade, além de
reduzir ou evitar os efeitos tóxicos da aplicação dos fertilizantes. Quando a CTC
considera todos os cátions permutáveis do solo (Ca2+ + Mg2+ + K+ + H+ + Al3+) ela é
expressa como CTC total. Quando ela não considera o íon H+, ela é expressa como
CTC efetiva.
A soma de bases trocáveis (SB) de um solo representa a soma dos teores de
cátions permutáveis, enquanto a saturação por bases (V%) é a soma das bases
trocáveis expressa em porcentagem de capacidade de troca de cátions (V% = 100* SB/
CTC total). A saturação é um ótimo indicativo das condições gerais de fertilidade do
solo. Um baixo índice de V% significa que há pequenas quantidades de cátions
importantes, então provavelmente o solo estará ácido. Valores de V% entre 50 e 80% e
valor de pH entre 6,0 e 6,5 propiciam um solo de boa fertilidade.
2. OBJETIVOS
Nesse estudo avaliamos as relações entre o solo e a planta, base para
entendimento dos serviços ecossistêmicos prestados pelo corredor ecológico da
19
Fazenda Rosanela, analisando como a fertilidade do solo afeta o desenvolvimento
florestal e como a restauração florestal afeta a fertilidade. A hipótese é de que a
fertilidade do solo afeta positivamente o desenvolvimento florestal e a restauração afeta
positivamente a fertilidade.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Área de Estudo
A área de estudo localiza-se no extremo oeste do estado de São Paulo. O
corredor estudado encontra-se no interior da Fazenda Rosanela.
O Pontal do Paranapanema situa-se na província geomorfológica Planalto
Ocidental de São Paulo que se caracteriza pela presença de colinas amplas, com
declividade baixa (com média de 2,5%) que decrescem em direção aos rios Paraná e
Paranapanema, e interflúvios de 4 km2 (Ponçanoet al., 1981). Na área de estudo as
altitudes variam, e média entre 255 e 597 metros (dados do SRTM), sendo o ponto
mais alto o Morro do Diabo que está a 600m acima do nível do mar.
O solo tem origem de rochas sedimentares do grupo Bauru. Os tipos
predominantes são o Latossolo e o Argissolo que se caracterizam por solos de baixa
fertilidade, pois geralmente são solos ácidos e com porcentagem de saturação por
bases menor que 50% (Figura 1). Devido à concentração alta de areia, apresentam
baixa fertilidade, boa permeabilidade e drenagem excessiva (Duarte e Casagrande,
2006; Cadernos Itesp2 1998). Em decorrência disso, o solo na região é particularmente
susceptível à erosão (Governo do Estado de São Paulo 1999, Oliveira et al 1999).
O clima da região é o tropical úmido - Aw (Sparovek et al 2007, segundo a
classificação de Koeppen), apresenta alternância de períodos seco e frio no inverno,
com temperaturas médias entre 17 e 20oC, podendo chegar a -2°C, e quente e úmido
no verão, com temperaturas chegando a 42oC (Instituto Florestal, 2003). As chuvas
concentram-se entre setembro e março com precipitação média anual de 1.280 mm, e
as médias mensais variando de 37 mm a 204 mm (Colodro et al, 2002).
20
A vegetação é denominada “Floresta Estacional Semidecidual” (Veloso et al.,
1991;IBGE). A devastação das áreas florestais do Pontal do Paranapanema é um fato
recente na história de ocupação da Mata Atlântica, em relação ao que aconteceu em
muitas áreas mais a leste do Estado de São Paulo (Dean, 1998; Uezu e Metzger 2016).
Atualmente no Pontal encontramos fragmentos que variam aproximadamente de 1 a
2.000 ha (Uezu e Metzger 2011). A matriz da paisagem é composta principalmente por
pasto e cana-de-açúcar. Entre as práticas de conservação do solo verificadas na região
estão a construção de barraginhas ao longo das estradas e nas pastagens e o
terraceamento do terreno, com o plantio e cultivo de pastagens em curvas de nível.
3.2 Desenho Experimental
Foram coletadas amostras para um diagnóstico da fertilidade e porcentagem de
carbono. O intuito foi verificar como essas variáveis influenciam a restauração e como
elas podem ser influenciadas pela mesma.
Figura 1 - Tipos de solos presentes na região de estudo.
21
Na avaliação da qualidade do solo nas áreas de restauração do corredor da
fazenda Rosanela, foram consideradas duas áreas nas margens do rio Paranapanema,
sendo uma entre o Parque Estadual do Morro do Diabo e o Ribeirão do Evaristo, que
foi restaurada entre outubro e dezembro de 2011; e outra permeando o Ribeirão do
Evaristo, indo em direção ao Córrego da Varginha, que foi restaurada em maio de 2012
(Figura 2). Ambas áreas têm matriz de pastagem e tiveram o mesmo tipo de manejo na
implantação e a mesma fonte de mudas, porém, ao longo dos plantios observa-se uma
heterogeneidade no desenvolvimento da vegetação, refletido na altura e estrutura da
vegetação nas imagens do Light Detection And Ranging (LIDAR). A fim de verificar o
efeito da qualidade do solo sobre essa diferença na vegetação, para cada uma das
duas áreas escolhidas, categorizamos a área de estudo em cinco classes de altura de
dossel. Dentro dessas classes foram divididos os pontos de coleta de solos.
No total foram coletadas 90 amostras de solo, com amostras para as classes de
pasto e floresta restaurada (Figuras 3 e 4). Esse desenho amostral foi proposto de
forma a poder responder os ojetivos ao qual esse trabalho se propõe.
As amostras de solo foram coletadas de acordo com as classes de altura da
vegetação, sendo quatro pontos centróides amostrais para cada classe de altura
(Figuras 3 e 4). Os pontos centróides foram escolhidos de forma manual no mapa
gerado pelo ArcGIS, e eles foram o ponto central das parcelas de 20m x 20m ao qual
coletamos as subamostras. As amostras foram retiradas a uma distância média de 10
metros para dentro do corredor (amostras do corredor) e 10 metros para fora do
corredor (amostras do pasto).
Foram coletadas 60 amostras de solo do corredor e 30 amostras pareadas no
pasto. Essa diferença no número de amostras do corredor e do pasto se deve a
tendência de maior homogeneidade da área de pasto, devido a homogeneidade das
plantas em toda a extensão de coleta, assim sendo o número de pontos amostrais foi
menor para o pasto. Entretanto no corredor, o uso e manejo da área foi modificado pela
restauração. Dessa forma, para respondermos as perguntas que propusemos,
necessitamos de um número maior de amostras para termos mais dados de
22
parâmetros físicos do solo, assim tendo uma caracterização pedológica mais completa
da área do corredor que estamos analisando (Tabela 1). As amostras pareadas serão
utilizadas para compararmos os atributos do solo anterior a restauração com o atual de
restauração.
Tabela 1 - Número de amostras de acordo com a área.
Análises Pasto Reflorestamento
Análises químicas 30p 30p
Análises Físicas 30p 30p + 30np
Total de amostras 60 90
As amostras pareadas do pasto foram escolhidas de acordo com os pontos de
coleta da área de reflorestamento ao qual passariam por análises de parâmetros
químicos e físicos. Apenas as amostras pareadas entre reflorestamento e pasto foram
analisadas quimicamente. Todas as coletas de solo passaram por análise de
parâmetros físicos. Dessa forma, temos no corredor 60 pontos amostrais e no pasto 30
pontos amostrais.
Figura 2 - Mapa das áreas selecionadas para análise de solo e florística.
23
3.3 Coleta de Amostras
As amostras foram do tipo compostas, coletando-se em cada ponto 5 amostras
simples a uma profundidade de 20 centímetros e distância de no mínimo 5 metros entre
as “subamostras”. As coletas simples foram feitas no centro do quadrado e nos vértices
do mesmo. Cada amostra composta foi homogeneizada e retiramos aproximadamente
400g para encaminhar ao laboratório de análises.
As análises de solo foram feitas pelo laboratório do Departamento de Ciência do
Solo da ESALQ/USP - Piracicaba. O método de análise para fósforo, cálcio, potássio e
magnésio foi por extração pela resina trocadora de íons. A determinação da quantidade
de carbono acima e abaixo do solo foi feita por medição do CAP (circunferência a altura
do peito) das árvores de cada parcela amostral. A metodologia utilizada foi a publicada
no “Sourcebook for Land use, Land-use changeand forestry projects” em 2005 pela
Winrockinternational (Pearson et al, 2005)
Os parâmetros químicos e físicos que serão analisados nesse trabalho estão na
tabela 2.
Tabela 2 – Parâmetros do solo que foram usados como indicadores de sua qualidade.
Tipo de
análise Variáveis Abreviatura Unidade
Química Matéria orgânica M.O. g/dm3
Fósforo P mg/dm3
Soma das bases S.B. mmolc/dm3
Acidez potencial H+Al mmolc/dm3
Capacidade de Troca de Cátions
efetiva C.T.C. mmolc/dm3
Percentagem de saturação por
bases V% %
Cálcio Ca mmolc/dm3
24
Potássio K mmolc/dm3
Magnésio Mg mmolc/dm3
pH (CaCl2) pH ―
Carbono C g.kg-1
Física Argila (<0.002 mm) %
Silte (0.002 a 0.053 mm) %
Areia Fina (0.053mm a 0.2mm) %
AreiaGrossa (0.2 a 2mm) %
Areia total (0.053 a 2 mm) %
Figura 3 - Mapa com os pontos de solo e florística selecionados no plantio de 2011.
25
Análise dos dados
Os dados coletados foram analisados no software R a fim de responder todas as
questões levantadas nesse trabalho. Alguns valores da tabela de análises de solo para
Cálcio e Magnésio foram discriminados da seguinte forma: “Cálcio (Ca) <3” e
“Magnésio (Mg) <1”, portanto eles foram substituídos por 2 e 0 respectivamente para
possibilitar a análise estatística.
As variáveis químicas e físicas do solo foram comparadas entre as áreas de
restauração e o pasto adjacente por meio do teste-t pareado, com todas as variáveis
Figura 4 - Mapa com os pontos de solo e florística selecionados no plantio de 2012.
26
individualmente. Ou seja, foram testadas se as diferenças entre os pares de amostras,
dentro e fora da área de restauração, eram iguais a zero. Para verificarse as variáveis
apresentavam valores distintos, os intervalos de confiança das diferenças foram
plotados em relação ao zero.
A fim de verificar como os pontos amostrais se distribuíam segundo as
características do solo, foram realizadas análises de componentes principais para as
variáveis químicas e físicas separadamente (ACP; McGarigal et al, 2000). Para as
análises posteriores utilizamos os primeiros e os segundos eixos dessas PCAs como
proxis das variáveis químicas e físicas de cada ponto.
A fim de testar a influência das variáveis químicas e variáveis físicas do solo
(variáveis independentes– PC-01 e PC-02 das amostras pareadas coletadas no pasto)
sobre o desenvolvimento da floresta(variáveis dependentes - biomassa florestal e a
altura da floresta)foram utilizados os Modelos Lineares Generalizados – GLM, com
distribuição Gaussiana. Quinze modelos foram gerados (tabela 3), aplicados para cada
variável resposta.
Para verificar quais modelos se ajustavam melhor foi utilizado o Critério de
Informação de Akaike, AIC. Esse método ordena os modelos propostos indicando
aqueles com a maior probabilidade de serem selecionados dentro do conjunto de
dados amostrais, para tanto foram gerados diversos parâmetros: o AICc, que faz a
estimativa da distância relativa de um determinado modelo ao modelo “real”; ∆i AIC,
que apresenta a diferença relativa entre um determinado modelo e o menor valor de
AIC dentre todos os modelos; w AIC, mostra a chance do modelo ser selecionado o
que varia de 0 a 1; e a Razão de evidência, que é a razão relativa de um determinado
modelo ao maior valor de w AIC. Além disso, também foi calculada a importância
relativa das variáveis resposta, somando-se a chance da seleção dos modelos (w AIC)
em que cada variável estava presente (Dal Bello et al, 2010).
27
Tabela 3 - Variáveis da paisagem para os quinze modelos de regressão linear propostos para altura de
dossel e biomassa florestal. x1= PC1 das variáveis físicas do solo; x2= PC2 das variáveis físicas do solo;
x3= PC1 das variáveis químicas do solo; x4= PC2 das variáveis químicas do solo.
Modelos Variáveis
Resposta
md1 x1
md2 x2
md3 x3
md4 x4
md5 x1+x2
md6 x1+x3
md7 x1+x4
md8 x2+x3
md9 x2+x4
md10 x3+x4
md11 x1+x2+x3
md12 x1+x2+x4
md13 x2+x3+x4
md14 x1+x3+x4
md15 x1+x2+x3+x4
Para testar a influência do desenvolvimento das áreas em restauração (variáveis
independentes – biomassa florestal e altura média do dossel) sobre as variáveis
químicas do solo (variável dependente coletada nas áreas de restauração – PC-01 dos
dados químicos) foi utilizada análise de regressão simples.
4. RESULTADOS
Variação dos atributos físicos e químicos do solo
De acordo com os resultados, a fertilidade do solo é baixa. As análises
indicaram que o solo da área estudada é ácido, apresentando valores de pHentre 3,9 e
28
4,8 e a acidez potencial (H+Al) com valores entre 12mmolc/dm e 31 mmolc/dm. Além
disso, os valores encontrados para a saturação por bases estão baixos (4% a 57%), o
que significa uma baixa concentração de cátions importantes, explicando a acidez do
solo.
Existe uma alta correlação entre a maioria dos atributos químicos analisados
neste trabalho (Figura 5). A quantidade de matéria orgânica foi a variável que
apresentou o maior número de correlações altas com outras variáveis, sendo que
apenas para K e pH os índices de correlação ficaram abaixo de 0.60. Já, as variáveis
SB, CTC, V%, Mg e Ca foram as variáveis que apresentaram as maiores correlações (r
≥ 0.8).
pH MO P K Ca Mg H+ Al SB CTC V%
pH 1 0,48 0,45 0,11 0,60 0,66 -0,13 0,68 0,43 0,84
MO 1 0,67 0,35 0,68 0,72 0,60 0,77 0,84 0,65
P 1 0,32 0,54 0,55 0,44 0,61 0,65 0,52
K 1 0,11 0,38 0,27 0,29 0,34 0,27
Ca 1 0,64 0,34 0,95 0,84 0,79
Mg 1 0,34 0,84 0,77 0,86
H+ Al 1 0,39 0,75 0,08
SB 1 0,90 0,90
CTC 1 0,68
V% 1
Figura 5 - Matriz de correlação entre variáveis químicas do solo. Os valores em vermelho
são os de maior correlação(r ≥ 0.60) e os valores em negrito são os não significativos.
Os parâmetros químicos apresentaram diferença entre a área de restauração e
a área de pastagem adjacente. Para a maior parte dos atributos químicos, a área de
pasto tem valores mais elevados comparados aos valores da área de restauração. A
acidez potencial (H + Al) foi a única variável que apresentou valor mais elevado na área
de restauração. Os valores de P, K e CTC não apresentaram diferença significativa
entre as duas categorias de uso do solo (Figura 6). As variações dos atributos químicos
sobre o uso do solo (área de pasto e área de restauração) podem ser ilustradas pelos
29
eixos 1 e 2 da PCA que representam juntos 78% e mostram a separação existente
entre as amostras de pasto e das áreas de restauração (Figura 7).
Figura 6 - Estimativas entre pontos pareados no pasto e na área de restauração das
diferenças de atributos químicos do solo. O intervalo de confiança (barras pretas) abaixo
de zero (linha ermelha tracejada) indicam que no pasto os valores são mais elevados do
que na área de restauração, enquanto valores positivos de ICs indicam o contrário.
Valores de ICs que interseccionam com o zero indicam não haer diferença entre pasto e
área restaurada.
Variáveis químicas do solo
Inte
rva
los d
e c
on
fia
nça
(IC
s)
-20
-15
-10
-50
5
pH MO P K Ca Mg H+Al SB CTC V
30
Figura 7 - Distribuição dos pontos amostrais do pasto e das áreas de restauração
segundo os eixos 1 (PC1) e 2 (PC2) de uma análise de componentes principais (PCA),
realizada a partir de atributos químicos do solo.
A análise das classes de textura do solo mostrou que, dentre as 90 parcelas,
57,7% delas possui solo arenoso; 41,1% possui solo médio arenoso e 1,2% possui solo
médioargiloso. Os resultados obtidos através dos parâmetros físicos mostram que não
há diferença dessas variáveis entre as áreas de restauração e de pastagem. Quando
comparamos esses atributos entre pontos pareados no pasto e na área restaurada,
observamos que o intervalo de confiança das diferenças desses atributos entre os
pontos contém o valor zero (Figura 8), indicando que esses atributos individualmente
também não se diferenciam entre as duas categorias de uso do solo. Os eixos 1 e 2 da
PCA representam juntos 79% (Figura 9) e nota-se que há grande sobreposição dos
pontos entre os dois usos de solo, confirmando essa homogeneidade entre as áreas de
pasto e de restauração.
31
Figura 8 - Estimativas entre
pontos pareadosno pasto e
na área de restauração das
diferenças de atributos
físicos do solo. A
intersecção dos intervalos
de confiança (barras pretas)
com o valor zero (linha
vermelha tracejada) indica
que não há diferença
significativa entre as áreas
do pasto e as áreas
restauradas.
Figura 9 - Distribuição dos pontos amostrais do pasto e das áreas de restauração
segundo os eixos 1 (PC1) e 2 (PC2) de uma ánalise de componentes principais, realizada
a partir de atributos físicos do solo.
Variáveis físicas do solo
Inte
rva
los d
e c
on
fia
nça
(IC
s)
-30
-20
-10
01
02
03
0
Areia Fina Areia Grossa Argila Silte
32
Seleção dos modelos e importância relativas das variáveis
Na seleção de modelos foi observado que os modelos com mais de uma variável
(mais complexos), estão entre os que melhor explicam a variação debiomassa e da
altura de dossel (Tabela 4). De forma geral, os modelos selecionados são compostos
por combinações das variáveis x1 (eixo 1 da PCA das variáveis físicas do solo), x2
(eixo 2 da PCA das variáveis físicas do solo) e x3 (eixo 1 das variáveis químicas do
solo). No entanto a análise de importância relativa das variáveis (Tabela 5) revela que a
variável que melhor explica a biomassa e a altura de dossel é oeixo 1 da PCA com as
variáveis químicas do solo (x3, Figura 10).
Tabela 4 – Melhores modelos de regressão na explicação das variações da Biomassa e
na altura de dossel no corredor ecológico do Pontal do Paranapanema, SP, usando o
critério de informação de Akaike (AIC). As variáveis independentes foram: x1= eixo 1 da
PCA com as variáveis físicas do solo; x2= eixo 2 da PCA com variáveis físicas do solo;
x3= eixo 1 da PCA com variáveis químicas do solo; x4= eixo 2 da PCA com variáveis
químicas do solo. As outras colunas representam: AICc – estimativa da distância relativa
ao modelo “real”; ∆ AIC – diferença relativa ao menor valor de aic; wAIC – chance do
modelo ser selecionado; Razão de evidência – razão relativa ao maior valor de w AIC.
Variável
Dependente Modelos
Variáveis
Independentes AICc ΔAIC wAIC
Razão de
Evidência
Biomassa
md08 x2+x3 515 0 0,23692 1
md11 x1+x2+x3 516 0,915 0,14997 1,58
md01 x1 516 0,955 0,14695 1,61
md06 x1+x3 517 1,716 0,10046 2,36
Altura média da
vegetação
md11 x1+x2+x3 111 0 0,42 1
md08 x2+x3 112 1,03 0,25 1,67
33
Tabela 5 - Importância relativa das variáveis independentes para os quinze modelos
propostos: soma dos wAIC (chance do modelo ser selecionado, que varia de 0 a 1) de
todos os modelos em que uma determinada variável estava presente. Os valores mais
altos expressam maior importância da variável. Para cada variável estão destacados em
negrito os resultados mais elevados. Pontal do Paranapanema, SP.
Variáveis Biomassa Altura do dossel
Eixo 1 da PCAcom variáveis físicas do solo 0,583 0,675
Eixo 2 da PCAcom variáveis físicas do solo 0,572 0,869
Eixo 1 da PCAcom variáveis químicas do solo 0,703 0,917
Eixo 1 da PCAcom variáveis químicas do solo 0,227 0,243
Figura 10 – Variação da a) Altura média e b) Biomassa da vegetação em função do eixo 1
de uma Análise de Componentes Principais gerado a partir de variáveis químicas do
solo, de pontos das áreas de pasto, adjacente ao local de coleta dos dados de
vegetação.
As análises de regressão entre o eixo 1 da PCA (com as variáveis químicas do
solo nas áreas de restauração) e as variáveis biomassa e altura do dossel
apresentaram relações significativas e coeficientes de determinação muito altos (R2=
0.60, p<0.01; R2=0.62, p<0.01; respectivamente), indicando uma grande influência da
biomassa sobre essas variáveis.
34
Figura 11 – Variação do eixo 1 de uma Análise de Componentes Principais gerado a
partir de variáveis químicas do solo (de pontos das áreas de restauração), em função do
acúmulo de a)biomassa e b) da Altura média do dossel.
5.DISCUSSÃO
A principal e mais difícil recuperação a ser feita no solo degradado é qualitativa e
diz respeito ao seu potencial para o desenvolvimento da vegetação, englobando
retenção de água e nutrientes. A capacidade produtiva do solo, no entanto, depende
também de fatores quantitativos que englobam além do solo fértil, fatores climáticos,
por exemplo (quantidade de chuva, quantidade de radiação solar). Os atributos
qualitativos e quantitativos do solo estão presentes em suas propriedades químicas e
granulométricas.
A propriedade química mais importante do solo é a capacidade de troca de
cátions (CTC), responsável pela magnitude da retenção e impedimento da lixiviação de
cátions (Na, K, Ca e Mg) ao longo do perfil do solo, deixando-os próximos ao sistema
radicular. A CTC é tanto mais importante e mais crítica quanto mais arenoso é o solo.
Os solos mais arenosos apresentam menores teores de matéria orgânica e argila e,
consequentemente, menores CTC.
35
A matéria orgânica da camada superficial dos solos (cerca de 20cm) representa
cerca de 70% da CTC, sendo que esta matéria orgânica diminui com a perda da
vegetação. Além da CTC se tornar menor, a formação de agregados e microagregados
pela matéria orgânica também é diminuída (a matéria orgânica funciona como agente
cimentante de partículas de argila e outros colóides do solo), resultando em menor
microporosidade e, consequentemente, menor capacidade de retenção de água.
O Ferro e o Cálcio são atributos que interferem diretamente na elongação das
raízes das plantas, pois suas baixas concentrações impedem o desenvolvimento
radicular, principalmente se o solo apresentar alta concentração de alumínio. A baixa
concentração de Ca pode levar ao insucesso da restauração. Observa-se que os
atributos químicos do solo são uma boa indicação da qualidade do solo, uma vez que
havendo baixa concentração há grandes alterações da qualidade do mesmo.
De acordo com a análise do solo podemos inferir que o solo é ácido e de baixa
fertilidade (Duarte e Casagrande, 2006). Observaram-se que os parâmetros químicos
foram mais elevados na área de pastagem comparado às áreas de restauração
adjacentes. Isso pode ser explicado pelo tipo de análise de solo que foi realizada e pelo
tempo de restauração que a área estudada tem. Existem dois métodos de
quantificação de matéria orgânica mais utilizados nos laboratórios brasileiros, um por
via úmida e um por via seca (Silva et al, 1999). As amostras desse trabalho foram
submetidas ao método por via úmida. Portanto, por ser um processo de oxidorredução,
ele quantifica somente a parte lábil do solo (que é mais instável), não quantificando a
parte estável (húmus).
Em uma vegetação nativa existe um equilíbrio maior da parte lábil com o húmus,
enquanto no pasto existe um desequilíbrio, tendo maior porcentagem de parte lábil do
que de húmus. Portanto, é de se entender o porquê dos resultados terem sido maiores
para pastagem comparados a área de restauração devido ao método de análise
laboratorial, e visto que pelo tempo que tem de restauração, o solo ainda não se
recuperou totalmente dos distúrbios anteriores. Alvarenga (1996) também encontrou
em seu trabalho essa diferença nos atributos químicos, onde ecossistemas que não
36
recebiam nutrientes constantemente apresentaram propriedades químicas esfavoráveis
em relação ao ecossistema original. Esses resultados se repetem em Melloni et al,
2008.
Na estimativa de diferenças entre atributos químicos nas áreas de pastagem e
restauração, observou-se que apenas a acidez potencial teve valor mais alto na área
de restauração. A acidez potencial limita o crescimento das raízes e ocupa espaços
nos colóides possibilitando que os nutrientes livres na solução do solo sejam lixiviados.
Existe diversos fatores para que a acidificação do solo ocorra, entre eles: dissociação
do gás carbônico que está presente no solo, reação dos fertilizantes quando aplicados
no solo, hidrólise do Al³+ que libera H+, decomposição da matéria orgânica, água das
chuvas, erosão do solo, secreções ácidas das raízes das plantas. Devido ao fato do
solo de restauração ter sido revolvido para que houvesse o plantio das mudas, alguns
desses fatores podem ter tido maior influência nessa área do solo e por isso ter uma
acidificação maior, se comparada ao da área de pastagem adjacente.
A concentração de matéria orgânica é um bom indicador das condições de
fertilidade do solo, visto que apresenta alta correlação com todas as outras variáveis
químicas, exceto com o potássio e pH. Se acompanharmos os valores de matéria
orgânica ao longo do tempo, ele vai ter alta correlação com a CTC. Assim, somente
avaliando a matéria orgânica pode-se já ter um diagnóstico preliminar da fertilidade do
solo, pois a partir dele se extrai a CTC, isso resulta em menos análises e em uma
forma mais simples para monitoramento de uma restauração.
Solos que estão sujeitos a muita chuva, por exemplo em áreas tropicais, tem
propensão a ter carência em potássio (Souza et al., 1979), pois o potássio é um
elemento facilmente lixiviado e como já foi dito anteriormente, o solo da área estudada
é bem suscetível a lixiviação, devido a sua estrutura e ao clima da região. Além de que,
a baixa concentração de CTC implica na baixa capacidade de armazenamento de
potássio (Souza et al., 1979) e o efeito do potássio está condicionado à correção da
acidez e à deficiência de outros nutrientes (Vilela et al, 2002). Outra explicação para a
correlação não ter sido significativa para o potássio é de que existe uma competição
37
entre o Ca e Mg e entre Mg e K por sítios de adsorção (Silvia e Ritchey, 1982), assim
podendo ter elevado os outros atributos químicos e diminuído o potássio.
Não houve diferença significativa nos parâmetros granulométricos, o que só
corrobora com o fato de que a granulometria do solo não é alterada pelo tipo de plantio.
Desse modo, onde se tem maior quantidade de areia continuará a ter e onde o solo é
mais argiloso continuará mais argiloso. Não existe um tipo de plantio que consiga
alterar esse parâmetro do solo. Cavenage et al (1999) fez uma análise das
propriedades físicas do solo sob diferentes culturas e mostrou que as análises
granulométricas não tiveram influência do tipo de plantio, porém outros parâmetros
físicos do solo tiveram alteração.
O desenvolvimento da vegetação das áreas de restauração é mais bem
explicado por modelos compostos por diferentes variáveis do solo, indicando a alta
complexidade da relação entre o solo e o processo de restauração. Porém, de acordo
com a importância relativa das variáveis independentes, os atributos químicos são os
que melhor explicam o desenvolvimento da vegetação. O que é corroborado com as
análises de regressão, que mostram que a biomassa tem uma grande influência nas
variáveis químicas estudadas.
6. CONCLUSÕES
De acordo com as análises pode-se concluir que a fertilidade do solo afeta
positivamente o acúmulo de biomassa florestal, pois provêm os minerais necessários
ao desenvolvimento de uma vegetação, e que uma vez que haja um distúrbio no solo,
isso afetará automaticamente o desenvolvimento da mesma. Não pudemos concluir se
a restauração florestal afeta positivamente a fertilidade do solo, pois devido ao tempo
de implantação da restauração e ao tipo de análise que fizemos, não temos ainda
como saber se há realmente uma influênica da mesma na fertilidade do solo. Talvez
com a repetição dessas análises e com a inclusão de análises dos parâmetros físicos
38
do solo (microporosidade, macroporosidade, densidade, entre outros) teríamos uma
resposta melhor para essa pergunta.
Nota-se que a granulometria do solo é um fator importante para a escolha da
área para restauração, pois ele não tem alteração significativa após a restauração.
Portanto, deve-se conhecer muito bem o tipo de solo da área para que o processo de
restauração seja bem sucedido. Como vê-se no caso estudado, o solo é do tipo
arenoso, ácido e com baixa fertilidade, o que já auxilia na escolha do tipo de vegetação
e plantio que será feito na área para que haja uma maior probabilidade de sucesso do
projeto.
39
8. REFERÊNCIAS
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Biodiversity Science and Island Press, Washington, D.C.
45
ANEXO A
RESULTADOS DA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO
Tabela 6. Resultados encontrados da análise granulométrica do solo para cada parcela
amostral. Legenda da primeira coluna: FL: parcelas da restauração onde também foram
feitas análises químicas; S: parcelas da restauração onde foram feitas apenas análises
granulométricas; P: parcelas no pasto adjacente. Os números representam a numeração
das parcelas. Representando as alturas de dossel - MA: Muito Alto; A: Alto; M: Médio; B:
Baixo; MB: Muito Baixo.
PARCELAS 2011 RESTAURAÇÃO AF AG AT
Argila (c/ dispersante) Silte
Classe de Textura
FL_01_MA 400 498 898 76 26 ar
FL_02_B 338 571 909 76 16 ar
FL_03_A 488 401 889 75 36 ar
FL_04_M 472 396 868 99 33 ar
FL_05_M 435 372 807 175 18 md-ar
FL_06_B 498 324 822 151 27 md-ar
FL_07_M 434 374 807 176 16 md-ar
FL_08_A 482 298 780 201 18 md-ar
FL_09_MA 504 364 868 102 30 ar
FL_10_MA 456 420 875 103 22 ar
FL_11_A 463 462 925 50 25 ar
FL_12_MA 498 380 879 100 21 ar
FL_13_M 430 436 866 100 34 ar
FL_14_MB 327 575 902 75 24 ar
FL_15_B 383 494 877 102 22 ar
FL_16_MB 414 486 900 75 25 ar
FL_17_MB 408 494 902 75 22 ar
FL_18_MB 327 569 896 75 29 ar
FL_19_B 455 485 940 38 22 ar
FL_20_A 442 457 899 75 26 ar
S_01_MA 234 630 864 100 36 ar
S_02_A 329 569 898 75 27 ar
S_03_M 453 430 884 100 16 ar
S_04_A 450 384 834 149 17 ar
46
S_05_M 407 394 801 175 24 md-ar
S_06_M 404 371 776 199 25 md-ar
S_07_A 486 370 855 125 20 ar
S_08_MA 468 317 785 199 15 md-ar
S_09_MA 376 430 806 175 19 md-ar
S_10_MA 450 385 835 150 15 md-ar
S_11_A 508 390 898 75 27 ar
S_12_M 363 460 822 149 28 ar
S_13_B 409 524 933 50 17 ar
S_14_B 282 642 924 50 26 ar
S_15_MB 403 522 926 50 24 ar
S_16_MB 342 559 902 75 23 ar
S_17_B 329 614 943 37 19 ar
S_18_MB 269 637 905 75 20 ar
S_19_MB 382 545 926 50 24 ar
S_20_B 404 505 909 75 16 ar
PARCELAS 2011 PASTO AF AG AT
Argila (c/ dispersante) Silte
Classe de Textura
P_01 424 463 888 101 12 ar
P_02 419 480 899 75 26 ar
P_03 485 406 892 88 20 ar
P_04 416 435 851 126 23 ar
P_05 411 406 817 152 31 md-ar
P_06 527 338 864 101 35 ar
P_07 448 309 758 225 18 md-ar
P_08 447 337 784 200 16 md-ar
P_09 524 308 832 150 18 md-ar
P_10 454 415 869 100 31 ar
P_11 434 444 878 100 21 ar
P_12 481 383 864 125 11 ar
P_13 449 415 864 100 36 ar
P_14 378 547 925 50 25 ar
P_15 279 638 917 50 33 ar
P_16 394 510 904 76 21 ar
P_17 489 401 890 75 35 ar
P_18 318 574 892 75 33 ar
P_19 452 452 904 75 21 ar
P_20 384 456 840 150 10 md-ar
PARCELAS 2012 RESTAURAÇÃO AF AG AT
Argila (c/ dispersante) Silte
Classe de Textura
47
FL_01_MA 350 442 792 174 35 md-ar
FL_02_MB 370 463 832 150 18 md-ar
FL_03_A 439 406 845 125 30 ar
FL_04_M 423 385 808 175 17 md-ar
FL_05_B 378 468 846 124 30 ar
FL_06_B 378 373 751 226 23 md-ar
FL_07_MA 459 337 796 174 30 md-ar
FL_08_A 468 358 826 150 24 md-ar
FL_09_MB 329 501 831 151 19 md-ar
FL_10_M 485 327 812 162 26 md-ar
S_1_B 269 461 730 250 20 md-arg
S_10_A 365 380 745 224 31 md-ar
S_2_A 390 424 814 149 36 ar
S_3_MB 378 460 838 150 13 md-ar
S_4_B 337 421 758 225 17 md-ar
S_5_M 353 399 751 224 24 md-ar
S_6_MA 478 322 799 175 26 md-ar
S_7_MA 432 351 782 200 17 md-ar
S_8_M 298 453 751 226 23 md-ar
S_9_MB 452 307 759 225 15 md-ar
PARCELAS 2012 PASTO AF AG AT
Argila (c/ dispersante) Silte
Classe de Textura
P_01 448 423 871 100 29 ar
P_02 393 416 809 176 15 md-ar
P_03 417 359 776 200 24 md-ar
P_04 453 385 838 125 37 ar
P_05 395 400 795 176 29 md-ar
P_06 410 364 774 201 25 md-ar
P_07 372 379 751 226 23 md-ar
P_08 459 360 819 147 34 ar
P_09 428 401 829 150 21 md-ar
P_10 469 349 818 150 32 md-ar
48
ANEXO B
RESULTADOS DA ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO
Tabela 7. Resultados encontrados da análise química do solo para cada parcela
amostral. Legenda da primeira coluna: FL: parcelas da restauração onde foram feitas
análises químicas; P: parcelas no pasto adjacente. Os números representam a
numeração das parcelas. Representando as alturas de dossel - MA: Muito Alto; A: Alto;
M: Médio; B: Baixo; MB: Muito Baixo.
PARCELAS 2011 PASTO
pH CaCl2
M.O. Colorimétrica
(g.dm·³)
P Resina
K Resina
Ca Resina
Mg Resina
H+Al SMP SB CTC V%
P_1 4,5 18 5 1,1 6 5 18 12,1 30,1 40
P_2 4,8 19 6 2 8 7 16 17 33 52
P_3 4,6 13 3 0,8 5 5 16 10,8 26,8 40
P_4 4,6 14 3 0,9 4 6 18 10,9 28,9 38
P_5 4,4 17 4 1 5 5 20 11 31 35
P_6 4,4 18 3 0,8 7 5 22 12,8 34,8 37
P_7 4,5 22 4 1,2 21 7 22 29,2 51,2 57
P_8 4,5 18 3 1,3 11 7 20 19,3 39,3 49
P_9 4,6 24 4 1,6 11 6 18 18,6 36,6 51
P_10 4,4 18 3 1,2 7 4 16 12,2 28,2 43
P_11 4,5 16 4 1,3 9 5 18 15,3 33,3 46
P_12 4,5 17 4 1,1 7 6 18 14,1 32,1 44
P_13 4,5 14 3 0,8 6 5 16 11,8 27,8 42
P_14 4,7 8 3 0,8 4 4 12 8,8 20,8 42
P_15 4,6 12 3 0,9 5 3 13 8,9 21,9 41
P_16 4,5 10 3 0,8 3 2 13 5,8 18,8 31
P_17 4 14 3 1,1 4 6 18 11,1 29,1 38
P_18 4,6 10 2 0,7 4 3 13 7,7 20,7 37
P_19 4,6 10 3 0,7 4 5 13 9,7 22,7 43
P_20 4,4 11 3 0,9 5 4 18 9,9 27,9 35
PARCELAS 2012 PASTO
pH CaCl2
M.O. Colorimétrica
(g.dm·³)
P Resina
K Resina
Ca Resina
Mg Resina
H+Al SMP SB CTC V%
P_1 4,6 18 4 1,4 7 5 18 13,4 31,4 43
P_2 4,6 23 5 1 9 5 25 15 40 38
P_3 4,5 19 5 0,8 9 5 20 14,8 34,8 43
49
P_4 4,6 20 5 0,7 9 6 20 15,7 35,7 44
P_5 4,7 21 6 0,9 9 7 20 16,9 36,9 46
P_6 4,7 26 5 1 14 6 20 21 41 51
P_7 4,6 22 5 1 13 5 22 19 41 46
P_8 4,5 19 5 1,2 11 3 20 15,2 35,2 43
P_9 4,5 20 4 0,8 10 4 20 14,8 34,8 43
P_10 4,4 21 5 1,2 10 5 20 16,2 36,2 45
PARCELAS 2011 RESTAURAÇÃO
pH CaCl2
M.O. Colorimétrica
(g.dm·³)
P Resina
K Resina
Ca Resina
Mg Resina
H+Al SMP SB CTC V%
FL_1_MA 4,2 13 5 1,6 4 3 22 8,6 30,6 28
FL_2_B 4,2 10 3 1,4 2 3 16 6,4 22,4 29
FL_3_A 4,3 13 4 1,5 5 4 20 10,5 30,5 34
FL_4_M 4,1 12 3 1,4 3 3 20 7,4 27,4 27
FL_5_M 4,1 21 4 1,6 3 4 25 8,6 33,6 26
FL_6_B 4,2 22 4 1,4 5 5 31 11,4 42,4 27
FL_7_M 4,4 19 3 1,5 6 5 22 12,5 34,5 36
FL_8_A 4,2 17 3 1,7 5 5 25 11,7 36,7 32
FL_9_MA 4,4 18 5 2,1 9 6 25 17,1 42,1 41
FL_10_MA 4,6 17 5 2,2 10 6 22 18,2 40,2 45
FL_11_A 4,2 13 4 1,7 3 3 18 7,7 25,7 30
FL_12_MA 4,2 13 3 0,9 2 3 18 5,9 23,9 25
FL_13_M 3,9 12 3 1,1 2 2 22 4,1 26,1 16
FL_14_MB 4,2 6 2 0,7 2 0 15 1,7 16,7 10
FL_15_B 4 9 2 1,1 2 2 16 5,1 21,1 24
FL_16_MB 4,1 8 3 0,6 2 0 15 2,6 17,6 15
FL_17_MB 3,9 4 2 0,6 2 0 16 0,6 16,6 4
FL_18_MB 4 5 3 0,5 2 0 15 1,5 16,5 9
FL_19_B 4,1 8 3 0,8 2 2 16 4,8 20,8 23
FL_20_A 4,5 15 4 2,4 4 5 16 11,4 27,4 42
PARCELAS 2012 RESTAURAÇÃO
pH CaCl2
M.O. Colorimétrica
(g.dm·³)
P Resina
K Resina
Ca Resina
Mg Resina
H+Al SMP SB CTC V%
FL_1_MA 4,3 13 4 0,6 6 5 22 11,6 33,6 35
FL_2_MB 4,2 14 4 0,5 6 3 25 9,5 34,5 28
FL_3_A 4,5 12 3 1,3 6 4 18 11,3 29,3 39
FL_4_M 4,6 13 3 1,3 9 6 18 16,3 34,3 48
FL_5_B 4,2 11 3 0,9 4 4 18 8,9 26,9 33
FL_6_B 4,5 14 6 1,1 9 6 20 16,1 36,1 45
FL_7_MA 4,7 15 4 1,2 16 6 20 23,2 43,2 54
FL_8_A 4,5 15 4 0,9 12 4 20 16,9 36,9 46
FL_9_MB 4,4 15 4 0,6 9 4 22 13,6 35,6 38
FL_10_M 4,4 14 4 0,6 11 4 20 15,6 35,6 44
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