entrelinhas - livro ilustrado

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Projeto gráfico de um livro ilustrado, incluindo todas as etapas de concepção, incluindo a criação, desenvolvimento, e produção gráfica das peças. O tema escolhido que norteou o projeto foi "Poesias brasileiras para crianças".

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Poesia nas Entrelinhas

1 ª Edição

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, SP

MOREIRA, Giselle; PEREIRA, Jacqueline; SAYURI, Renata.

Entrelinhas: poesia infantil

Giselle Moreira de Matos Pinto, Jacqueline Hamine Verçosa

Pereira, Renata Sayuri Assato Moricita.

São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

56 p

ISBN 12-3456-789-0

1. Poesia Brasileira. 2. Ilustração I. Título

CDD-123.45

Copyright © do texto Renata SayuriCopyright © das ilustrações Giselle Moreira e Jacqueline Haminee

Projeto Gráfico: Giselle Moreira . Jacqueline Hamine . Renata Sayuri

Revisão: Giselle Moreira . Jacqueline Hamine . Renata Sayuri

Ilustrações: Giselle Moreira . Jacqueline Hamine . Renata Sayuri

Consultoria Pedagógica: Francisca Ione de A. V. Pereira

Consultoria Técnica: Arthur Paiva Rodrigues

Orientação: Denise Zinetti Bitencourt . Élcio Sartori

Impressão e acabamento: Gráfica InPrima

À todas as crianças que irão saborear a magia

das palavras e descobrirão o universo da leituraAs autoras

“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que

pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.”Carlos Drummond de Andrade

“A leitura engrandece a alma.”Voltaire

Agradecemos às nossas famílias, pelo apoio e compreensão,aos nossos namorados, pela dedicação e carinho,

e a todos os nossos amigos que nos apoiaram efizeram tornar possível o projeto deste livro.

Introdução

Introdução Este livro reúne poesias infantis de alguns dos maiores

poetas brasileiros, tais como Cecília Meireles, Mário de Andrade,

Manuel Bandeira e Vinicius de Moraes.

É na infância que iniciamos nossa compreensão do mundo

e também temos nossos primeiros contatos com a literatura. A partir

dos 6 anos de idade, aproximadamente, é que as crianças revelam

um maior interesse pela leitura, essa que é de grande importância

no desenvolvimento de uma pessoa.

O modo como a leitura é apresentada à criança é decisivo,

pois através da linguagem das palavras e da linguagem visual,

podemos estimular o gosto pela leitura e também proporcionar

maior compreensão do texto através de mecanismos como a

interação e outros recursos didáticos.

(Rio de Janeiro, 1901 - 1964)Seus primeiros poemas foram publicados quan-do tinha 18 anos. Professora, jornalista e poeta, seus versos são sensíveis e muito visuais.

(Alegrete, Rio Grande do sul, 1906 Porto Alegre, 1994)Tradutor e poeta, seu livro A rua dos cataven-tos teve excepcional repercussão. Poeta-feiti-ceiro, seus versos descobrem a beleza mágica das coisas.

Biografia dos Poetas

Biografia dos Poetas(Recife, 1886 - Rio de Janeiro, 1968)A doença da turberculose mudou o rumo da sua vida. Deixou os estudos de arquiteto e começou a escrever. Os seus versos estão cheios de musi-calidade, fantasia, ternura e genialidade.

(Rio de Janeiro,1913 - 1980) Na infância mostrou seu talento artístico, tanto o musical como o literário. Poeta e diplomata, renovou a música popular brasileira. É autor de poemas infantis cheios de ternura e humor.

Cecília Meireles

Chovem duas chuvas

Chovem duas chuvas:

de água e jasmim

por estes jardins

de flores e nuvens.

Sobem dois perfumes

por estes jardins:

de terra e jasmins,

de flores e chuvas.

E os jasmins são chuvas

e as chuvas, jasmins,

por estes jardins

de perfume e nuvens.

Cecília Meireles

Chovem duas chuvas

Chovem duas chuvas:

de água e jasmim

por estes jardins

de flores e nuvens.

Sobem dois perfumes

por estes jardins:

de terra e jasmins,

de flores e chuvas.

E os jasmins são chuvas

e as chuvas, jasmins,

por estes jardins

de perfume e nuvens.

Cecília Meireles

Leilão de Jardim

Quem me compra um jardim com flores?

borboletas de muitas cores,lavadeiras e pas-sarinhos,

ovos verdes e azuis nos ninhos?Quem me compra este ca-racol?

Quem me compra um raio de sol?Um lagarto entre o muro e a hera,

uma estátua da Pri-mavera?Quem me compra este for-migueiro?

E este sapo, que é jar-dineiro?E a cigarra e a sua canção?

E o grilinho dentrodo chão?Este é meu leilão!

Cecília Meireles

Leilão de Jardim

Quem me compra um jardim com flores?

borboletas de muitas cores,lavadeiras e pas-sarinhos,

ovos verdes e azuis nos ninhos?Quem me compra este ca-racol?

Quem me compra um raio de sol?Um lagarto entre o muro e a hera,

uma estátua da Pri-mavera?Quem me compra este for-migueiro?

E este sapo, que é jar-dineiro?E a cigarra e a sua canção?

E o grilinho dentrodo chão?Este é meu leilão!

Cecília Meireles

Manuel Bandeira

A Onda

a onda andaaonde anda

a onda?a onda ainda

ainda ondaainda anda

aonde?aonde?

a onda a onda

Manuel Bandeira

A Onda

a onda andaaonde anda

a onda?a onda ainda

ainda ondaainda anda

aonde?aonde?

a onda a onda

Manuel Bandeira

Vi uma estrela tão alta,

Vi uma estrela tão fria!

Vi uma estrela luzindo

Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!

Era uma estrela tão fria!

Era uma estrela sozinha

Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância

Para a minha companhia

Não baixava aquela estrela?

Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda

Responder que assim fazia

Para dar uma esperança

Mais triste ao fim do meu dia.

A estrela

Manuel Bandeira

Vi uma estrela tão alta,

Vi uma estrela tão fria!

Vi uma estrela luzindo

Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!

Era uma estrela tão fria!

Era uma estrela sozinha

Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância

Para a minha companhia

Não baixava aquela estrela?

Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda

Responder que assim fazia

Para dar uma esperança

Mais triste ao fim do meu dia.

A estrela

Manuel Bandeira

Trem de ferro

Manuel Bandeira

Café com pão

Café com pão

Café com pão

Virgem Maria que

foi isto maquinista?

Agora sim

Café com pão

Agora sim

Café com pão

Voa, fumaça

Corre, cerca

Ai seu foguista

Bota fogo

Na fornalha

Que eu preciso

Muita força

Muita força

Muita força

Oô..

Foge, bicho

Foge, povo

Passa ponte

Passa poste

Passa pato

Passa boi

Passa boiada

Passa galho

De ingazeira

Debruçada

Que vontade

De cantar!

Oô...

Quando me prendero

No canaviá

Cada pé de cana

Era um oficia

Ôo...

Menina bonita

Do vestido verde

Me dá tua boca

Pra matá minha sede

Ôo...

Vou mimbora

vou mimbora

Não gosto daqui

Nasci no sertão

Sou de Ouricuri

Ôo...

Vou depressa

Vou correndo

Vou na toda

Que só levo

Pouca gente

Pouca gente

Pouca gente...

Café com pão

Café com pão

Café com pão

Virgem Maria que foi isto maquinista?

Agora sim

Café com Pão

Agora sim

Café com Pão

Trem de ferro

Manuel Bandeira

Café com pão

Café com pão

Café com pão

Virgem Maria que

foi isto maquinista?

Agora sim

Café com pão

Agora sim

Café com pão

Voa, fumaça

Corre, cerca

Ai seu foguista

Bota fogo

Na fornalha

Que eu preciso

Muita força

Muita força

Muita força

Oô..

Foge, bicho

Foge, povo

Passa ponte

Passa poste

Passa pato

Passa boi

Passa boiada

Passa galho

De ingazeira

Debruçada

Que vontade

De cantar!

Oô...

Quando me prendero

No canaviá

Cada pé de cana

Era um oficia

Ôo...

Menina bonita

Do vestido verde

Me dá tua boca

Pra matá minha sede

Ôo...

Vou mimbora

vou mimbora

Não gosto daqui

Nasci no sertão

Sou de Ouricuri

Ôo...

Vou depressa

Vou correndo

Vou na toda

Que só levo

Pouca gente

Pouca gente

Pouca gente...

Café com pão

Café com pão

Café com pão

Virgem Maria que foi isto maquinista?

Agora sim

Café com Pão

Agora sim

Café com Pão

Mário Quintana

Canção da garoa

Mario Quintana

Em cima do telhado

Pirulin lulin lulin,

Um anjo, todo molhado,

Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater:

As molas rangem sem fim.

O retrato na parede

Fica olhando para mim.

E chove sem saber porquê

E tudo foi sempre assim!

Parece que vou sofrer:

Pirulin lulin lulin...

pirulim lu

lin lu

lin pirulim

lulin

lulin

Em cima do telhado

Canção da garoa

Mario Quintana

Em cima do telhado

Pirulin lulin lulin,

Um anjo, todo molhado,

Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater:

As molas rangem sem fim.

O retrato na parede

Fica olhando para mim.

E chove sem saber porquê

E tudo foi sempre assim!

Parece que vou sofrer:

Pirulin lulin lulin...

pirulim lu

lin lu

lin pirulim

lulin

lulin

Em cima do telhado

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho

Não grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve, e o meu amor mais breve ainda ...

Mário Quintana

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho

Não grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve, e o meu amor mais breve ainda ...

Mário Quintana

Ritmo

Na porta

a varredeira varre o cisco

varre o cisco

varre o cisco

Na pia

a menininha escova os dentes

escova os dentes

escova os dentes

No arroio

a lavadeira bate roupa

bate roupa

bate roupa

até que enfim

se desenrola

toda a corda

e o mundo gira imóvel como um pião !

Mário Quintana

Ritmo

Na porta

a varredeira varre o cisco

varre o cisco

varre o cisco

Na pia

a menininha escova os dentes

escova os dentes

escova os dentes

No arroio

a lavadeira bate roupa

bate roupa

bate roupa

até que enfim

se desenrola

toda a corda

e o mundo gira imóvel como um pião !

Mário Quintana

Vinicius de Moraes

O Girassol

Sempre que o sol Pinta de anilTodo o céuO girassolFica um gentilCarrossel.

O girassol é o carrossel das abelhas.

Pretas e vermelhasAli ficam elasBrincando, fedelhasNas pétalas amarelas.

- Vamos brincar de carrossel, pessoal?

- "Roda, roda, carrosselRoda, roda, rodadorVai rodando, dando melVai rodando, dando flor".

- Marimbondo não pode ir que é bicho mau!- Besouro é muito pesado!- Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!- Dona Cigarra fica tocando seu realejo!

- "Roda, roda, carrosselGira, gira, girassolRedondinho como o céuMarelinho como o sol".E o girassol vai girando dia afora...O girassol é o carrossel das abelhas.

Vinicius de Moraes

O Girassol

Sempre que o sol Pinta de anilTodo o céuO girassolFica um gentilCarrossel.

O girassol é o carrossel das abelhas.

Pretas e vermelhasAli ficam elasBrincando, fedelhasNas pétalas amarelas.

- Vamos brincar de carrossel, pessoal?

- "Roda, roda, carrosselRoda, roda, rodadorVai rodando, dando melVai rodando, dando flor".

- Marimbondo não pode ir que é bicho mau!- Besouro é muito pesado!- Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!- Dona Cigarra fica tocando seu realejo!

- "Roda, roda, carrosselGira, gira, girassolRedondinho como o céuMarelinho como o sol".E o girassol vai girando dia afora...O girassol é o carrossel das abelhas.

Vinicius de Moraes

A casa

Era uma casa muito engraçadaNão tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, nãoPorque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na redePorque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipiPorque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmerona rua dos bobos numero zero

Vinicius de Moraes

A casa

Era uma casa muito engraçadaNão tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, nãoPorque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na redePorque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipiPorque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmerona rua dos bobos numero zero

Vinicius de Moraes

Cartela de adesivos

Este livro foi impresso no inverno de 2010

em papel Couché , 150 gramas

Poesia nas Entrelinhas

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