educação ambiental, avaliação e aprendizagem

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Educação Ambiental, Avaliação e Aprendizagem

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFaculdade de Educação

Faculdade de Tecnologia

2015

Wagner da Luz – sujeitowagner@gmail.com

Prof. Dr. Sandro Tonso sandro@unicamp.br

Povoados Saramém e Cabeço, no Estado do Sergipe;

Resgate do sentimento de pertencimento ao meio natural esocial, bem como o trabalho com o conceito de alteridade;

6 visitas dos pesquisadores ao povoado do Cabeço e aopovoado do Saramém, ao longo dos dois anos de trabalho;

Análise das conversas informais, de como as oficinastranscorreram, como as ações individuais e coletivas serealizaram.

Os parâmetros e Indicadores de uma Educação

Ambiental Crítica a partir da construção dos

conceitos de pertencimento, alteridade e potência

de ação.

A pesquisa analisou a Educação Ambiental, distinguindo asvertentes Conservadora e a Crítica;

A Educação Ambiental é um campo muito heterogêneo;

Partimos da perspectiva Crítica, não é qualquer prática deEA que promove avanços significativos para atransformação social e ambiental;

Pesquisa Bibliográfica e Entrevistas.

A Construção de Indicadores e Parâmetros

de Educação Ambiental Crítica

“Nessa visão, educando e educador são agentes sociais que

atuam no processo de transformações sociais; portanto, o

ensino é teoria/prática, é práxis. Ensino que se abre para a

comunidade, com seus problemas sociais e ambientais,

sendo, estes, conteúdo do trabalho pedagógico. Aqui a

compreensão e a atuação sobre as relações de poder que

permeiam a sociedade são priorizados, significando uma

Educação política” (GUIMARÃES, 2003)

O que entendemos por Educação Ambiental?

Capacidade de compreensão, articulação e apropriação individual e coletiva dos conhecimentos

Nível de sensibilização para os assuntos tratados (construção de valores)

Capacidade de intervenção sobre a realidade em acordo com o apropriado e sentido

Particularidades da Avaliação em EA

QUALIDADE?

QUALIDADE e QUANTIDADE;

Formal e Política:

- Qualidade formal ------ métodos, aspectos, técnicas einstrumentos descritos;

- Qualidade política ------ se manifesta através da participação.

- “A falta da qualidade política é a não possibilidade departicipação” (DEMO, 2005, p.3-11).

A dimensão da Qualidade

O ser humano

“concebe mentalmente suas realizações e antes de concretizá-las, apropria-se do que foi produzido e objetiva-se em novasrealizações (...). O processo de avaliação está intrinsecamenterelacionado a esta atividade objetiva/subjetiva de apropriação eobjetivação. O homem está constantemente “avaliando” suasrealizações por meio de um permanente confronto entre orealizado e suas novas necessidades. As contradições entre opensado e o real são uma poderosa fonte de motivação para ohomem estabelecer novos objetivos. Objetivos e avaliação estãoem permanente interação”. (FREITAS, 1995)

Avaliação como atividade humana

...segundo

Freitas (1995), em pares dialéticos de conceitos:

Objetivos/Avaliação

Conteúdos/Métodos

Categorias de análise...

A avaliação precisa da medida, mas nem toda medição é uma avaliação;

A medida dá a extensão de alguma coisa, a avaliação julga o valor dessa coisa e impulsiona na direção de sua melhoria;

“ (...) dizem que a balança dá o peso, mas não diz se o objeto é de ouro ou de prata” (DEPRESBÍTERIS, 2001, p.3).

A Medição

A quantificação compara

o objeto em estudo a unidades previamente estabelecidas(metro, quilo, etc)

A medida da qualidade também é resultado de umacomparação;

“conceitos absolutos”

“A abordagem baseada na comparação de conceitosabsolutos compara fatos, objetos, pessoas com critérios pré-definidos” (DEPRESBÍTERIS, 2001, p.5).

A Comparação

PARÂMETROS

Estabelecem uma faixa demedida aceitáveis ou conjuntode possibilidades para cadaindicador;

Os parâmetros nos permitemmostrar o quanto estamospróximos ou distantes dosnossos objetivos com relaçãoàquele indicador.

Alguns conceitos

TÉCNICASMétodos ou os conjuntos deações utilizadas para a coleta deinformações relevantes para a avaliação.

INDICADORESSão sinais que revelam aspectos eque podem qualificar algo;

Quantitativos ou qualitativos;

Detalham se os objetivos de umaproposta estão sendo bemconduzidos ou se foram alcançados.

Para medir a febre, e avaliar o estadode saúde, nós podemos utilizar um termômetro (técnica);

Para obter a temperatura corporal em graus Celsius (indicador);

Em uma pessoa considerada saudável a temperatura corporal deveestar em torno de 36,5º C, um valor acima deste até 40º indica algumproblema de saúde e valores acima de 40º podem indicar sérios riscospara a vida da pessoa doente (36,5ºC e 40ºC são parâmetros).

- Quais outras maneiras de medir a febre e avaliar a saúde?

Uma metáfora para ilustrar a dinâmica destes

elementos

Algumas técnicas para avaliação:

TÉCNICA NO QUE CONSISTE FUNCIONAMENTO ESTRATÉGIAS

Observação

Obter informações

sobre desempenho

em situações

vivenciadas.

Check-lists pré definidos –

listas de aspectos a serem

observados.

Sistemática, ou seja, com objetivos e

aspectos já definidos

Registros de acontecimentos,

de aspectos significativos sem

definição prévia.

Assistemática, registros livres,

informações e experiências casuais

Projetos

Construção de

projetos a serem

realizados

Desenvolvimento de projetos

que caracterizem objetivos,

definam propriedades

resultados e estratégias para

alcançar processos e

resultados específicos.

Promover projetos com pessoas em

comunidade, construindo

conhecimentos, auxiliando na

resolução de problemas comuns e

avaliando o que se conseguiu em

termos do projeto desenvolvido

Algumas técnicas para avaliação(cont.)

TÉCNICA NO QUE CONSISTE FUNCIONAMENTO ESTRATÉGIAS

Portfólio

Conjunto de todos os

trabalhos realizados

pelos educandos

durante um curso,

disciplina ou projeto.

Dados de visitas, resumos

de textos, relatórios,

anotações e ensaios auto

reflexivos, sobre como a

experiência de

aprendizagem modificou

sua vida.

Oportunidades de documentar, registrar e

estruturar os procedimentos e a própria

aprendizagem para compreender no que é

necessário avançar em termos de

desenvolvimento. Se constituem numa

carta sempre enriquecida com novas

informações.

Mapas

conceituais

Diagramas que

representam relações

entre conceitos.

Material escrito

individualmente ou com a

contribuição coletiva.

Representação escrita em lousa, papel ou

em ambiente virtual, estabelecendo

conexões entre conceitos que vão do mais

geral aos mais específicos.

“Como os conceitos

[Participação, Potência de Ação...] se manifestam na prática educativa?” (Indicadores e Parâmetros)

“Quais as estratégias para perceber essas

manifestações? (Técnicas)

Indicadores – Indícios, Olhar investigativo;Rastros, pistas, representação de um objeto correspondente.

Usamos conjuntos de indicadores.Indicadores não provam, apenas indicam

EXPERIMENTANDO A CONSTRUÇÃO

Indicadores dos conceitos de Pertencimento,

Potência de ação e Alteridade:

CATEGORIA INDICADOR PARÂMETRO

Respeito à alteridade

1. Preocupação com

consequências das ações

sobre o outro/

consideração do outro nas

suas ações, posturas e

falas

É necessário que se considere o outro

não apenas quando este for próximo,

mas também quando for distante e

desconhecido.

2. Abertura ao diálogoDeve haver atenção e respeito à fala de

cada pessoa.

Espaço de diálogo3. Tempo de fala

É desejável que haja igualdade de tempo

de fala entre todas as pessoas, ou seja,

todos os participantes devem ter a

mesma oportunidade de se expressar.

CATEGORIA INDICADOR PARÂMETRO

Espaço de diálogo 4. Distribuição das falas

A alta proporção entre o número de

pessoas que falam e o número total de

pessoas presentes nas reuniões é um

dado positivo.

Ação

5. Apropriação da vontade

da maioria pelo indivíduo

As ações individuais devem promover a

causa do grupo, ainda que inicialmente

esta tenha sido divergente da vontade

do indivíduo.

6. Qualidade da fala

A alta proporção entre o número de

falas com qualidade em relação ao

número total de falas é um dado

positivo.

Como reconhecer o caráter crítico em uma ação

de educação ambiental?

INDICADOR PARÂMETROS

A compreensão sobre as origem ou as causas dos problemas

ambientais.

- Exploração do ser humano contra a natureza, um ser humano ”mal” que agride uma Natureza “boa”.

- Relação ser humano e Natureza é determinada pelas relações sociais e pelos modelos hegemônicos de desenvolvimento

A articulação das diferentes áreas de conhecimento

- Compreensões das questões ambientais a partir de uma especificidade do conhecimento, por disciplinas.

- Entendimentos de que as questões ambientais são o resultado do diálogo entre áreas e disciplinas do

conhecimento.

O papel dos educandos na escolha dos saberes e conteúdos

prioritários

- Adoção de programas, métodos e conteúdos padronizados produzidos por especialistas.

- Ocorre a participação dos educandos na concepção e na construção do planejamento pedagógico.

INDICADOR PARÂMETROS

O valor que se dá à identificação dos educandos com a comunidade

a que pertencem

- Ações desconectadas do contexto local, com foco na mudança de ação individual.

- Aumento do sentimento de pertencimento (ao local e à comunidade cultural) gerado pela ação educativa

A relação dos conteúdos do trabalho pedagógico com a

realidade socioambiental local

- Tem foco em aspectos que não se relacionam com os contextos locais.

- Valoriza conteúdos que se baseiam em aspectos das comunidades envolvidas e sua cultura local e/ou de sua

realidade socioambiental.

INDICADOR PARÂMETROS

A importância que se dá a uma ação de cunho coletivo

- Simples formação ou qualificação individual, desenvolvimento da conscientização e das

responsabilidades individuais sobre questões ambientais.

- Fortalecimento e organização de ações coletivas,tomadas de decisões, criação de acordos coletivos,

reflexões, planejamentos ou ações em grupo .

O papel da Avaliação na ação educativa.

- Processos de simples verificação de aprendizagem como transmissão de conteúdos.

- Avaliação como parte do processo de formação no qual as pessoas têm condições de refletir sobre sua própria

formação, reconhecendo-se como sujeitos do processo.

CARVALHO, Isabel. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias da Educação Ambiental no Brasil. 2º Edição. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2002

DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. Coleção Polêmicas do nosso tempo; v. 25. 8° Edição. Campinas: Autores Associados, 2005.

DEPRESBITERIS, Lea. Avaliação da Aprendizagem na Educação Ambiental – Uma relação muito delicada. In: SANTOS, José Eduardo dos. SATO, Michèle. A Contribuição da Educação Ambiental à Esperança de Pandora. São Carlos: Rima, 2001.

FERRARO, L.A.J. (Org.). Encontros e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Volume 1. 1º Edição. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005

FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico. 3º Edição. Campinas: Papirus, 1995.

GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental. No consenso um embate? 2º Edição. Campinas: Papirus, 2004b.

__________________. Educação Ambiental. Coleção Temas em Meio Ambiente. 2º Edição. Duque de Caxias: UNIGRANRIO Editora, 2003

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TONSO, Sandro; CHABES, Marcos. Lourenço. NAKAMURA, Daniela Soliz. Parâmetros e Indicadores de uma Educação Ambiental Crítica a partir da construção dos conceitos de pertencimento, alteridade e potência de ação. Relatório Final. Iniciação Científica - processo FAPESP 06/02138-6, 2006

TONSO, Sandro; LUZ, Wagner Coelho da. Construção de indicadores e parâmetros de educação ambiental crítica. Relatório Parcial nº1. Iniciação Científica – processo FAPESP 08/0806063-3, 2011a.

______________; ________________________. Construção de indicadores e parâmetros de educação ambiental crítica. Relatório Parcial nº2. Iniciação Científica – processo FAPESP 08/0806063-3, 2011b.

______________; ________________________. Construção de indicadores e parâmetros de educação ambiental crítica. Relatório Parcial nº3. Iniciação Científica – processo FAPESP 08/0806063-3, 2012.

VIANNA, Heraldo Marelin. Construindo o campo e a crítica: o debate. In: FREITAS, Luiz Carlos de. (Org.) Avaliação: construindo o campo e a crítica. Florianópolis: Insular, 2002.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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