dos faraos a fisica quantica (ricardo di bernardi)
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Introduo
Ao longo da Historia, civilizaes se destruram, inundaram-se
cidades e campos, em verdadeiros rios de sangue e lgrimas, em nome de
instituies religiosas que se antagonizaram Sob bandeiras das mais
diversas cores e emblemas, que traduziam significados diversos, mas na
realidade expressavam, acima de tudo, posies de egosmo e orgulho,
exrcitos se trucidaram mutuamente arrastando consigo legies de civis
que, incautos, foram envolvidos ou inocentemente manipulados em seus
sentimentos e emoes religiosas.
O homem tem procurado perceber sempre as diferenas entre
povos e religies, observando apenas as diversidades e pouco
aprendendo sobre o seu semelhante, supervalorizando suas diferenas
at o ponto da incompatibilizao total com as demais filosofias
religiosas O desejo de poder, aliado ao temor da perda de tem criado, ao
longo da histria das civiliza s, os mais absurdos conflitos entre povos
irmos.
Estudando, rapidamente, os chamados livros sagrados, desde o
alcoro com suas interessantes Suras, at a Bblia, passando por
diversas obras do ocidente e oriente, surpreendemo-nos com a
semelhana de determinados conceitos expressos em toda a literatura
pesquisada. Conceitos esses que a cincia moderna, atravs da fsica
quntica, os faz renascer com novo enfoque, mas mesma essncia.
Procurando estabelecer um estudo comparativo sobre a
concepo da Reencarnao, chegamos a concluso de que se no
tivessem os homens, no decorrer dos sculos, criado a torre de Babel
dos interesses pessoais, parece mesmo que a linguagem seria nica...
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Sumrio
Introduo
1. Bramanismo e Reencarnao
2. Jainismo
3. Siquismo
4. Budismo
5. A Religio dos Egpcios Primitivos
6. Zoroastrismo
7. Maniquesmo
8. Judasmo
9. Islamismo
10. Sufismo
11. O Espiritismo
12. A Ordem Rosa-Cruz
13. Teosofia
14. Projeciologia
15. Seicho-No-I
16. Psicanlise
17. Parapsicologia
18. Antroposofia
19. Logosofia
20. Cristianismo
21. Fsica Quntica
22. Fsica Quntica e Reencarnao
23. Concluso
24. Posfcio por Francisco Fialho
25. Referncias Bibliogrficas
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1.BramanismoeReencarnao
Considera-se o Bramanismo, ou como preferem alguns autores,
Hindusmo, a religio mais antiga do planeta Terra. Citemos de forma
condensada os aspectos bsicos desta religio. Brama a causa, o ser, a
essncia do Universo e, segundo o Bramanismo, no possvel
conceitu-lo nem explic-lo, apenas senti-lo. Os primeiros livros
sagrados da religio brmane so os Vedas os quais so completados em
seguida pelos Upanichades. O Bramanismo foi a primeira religio a
conceber a idia da evoluo da mnada ou princpio espiritual incrusta
do em todas as criaturas, no ser humano, j se refere ao Ego. Na viso
brmane, fala-se em trs aspectos do componente espiritual. So eles:
Sat, Ananda e Chit. No reino mineral que surge Sat, ou seja, a
manifestao de Brama significando apenas existncia. Ananda e Chit
s existem em estado latente. No reino vegetal Ananda, que a
manifestao de Brama na fase da sensibilidade, principia o seu
despertar e posteriormente, no transcorrer da evoluo, originar uma
forma superior de manifestao nos animais. No mundo animal h o
incio de Chit que a manifestao de Brama na fase do conhecimento.
No reino humano, segundo as raas e os indivduos, Sat, Ananda e
Chit se evidenciam com maior ou menor expresso. A finalidade da
evoluo desses trs aspectos a identificao do homem com Brama ou
a plenitude da sabedoria.
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O ciclo das Reencarnaes que torna vivel a pretendida
identificao com Brama. O Bramanismo se refere ao lento e incessante
girar da roda dos nasci mentos e mortes, com a passagem pelos trs
mundos: o fsico, o astral e o mental, at que chegue a libertao, O
objetivo de todas as escolas do Bramanismo essa libertao da roda
dos nascimentos e mortes, a qual denomina SANSARA, o que
corresponde as Re encarnaes sucessivas.
Uma palavra snscrita, Carma que significa ao, uma lei
eterna e imutvel, e determina o ciclo das existncias. a lei de e efeito,
demrito, de semeadura e colheita, no sentido de que a colheita depende
obrigatoriamente da semeadura.
A responsabilidade por suas atitudes cabe sempre ao homem,
segundo a lei do carma. Os atos praticados so, efetivamente, a causa,
produzindo efeito idntico. Essa lei explica o destino do homem como
trama por ele prprio urdida, no fala propriamente em castigo ou
recompensa, apenas relata a justa e inexorvel conseqncia de atos
bons ou maus por ele praticados. a lei atuando dentro do mais rgido
esprito de justia.
O carma no prev o envio do indivduo faltoso s penas
eternas (como o inferno por ex.), mas, atravs do ciclo das existncias,
oportuniza-lhe a possibilidade de anular ou atenuar pela ao
construtiva, o mau carma que criou para si prprio. Frente s
adversidades da vida e das injustias aprende o homem a ser generoso e
justo. Vida aps vida, o trabalho regenerador, o burilamento, por assim
dizer, do esprito, vai-se efetuando paulatinamente e na dependncia
nica e exclusiva do esforo da prpria pessoa. Segundo o bramanismo
cabe ao homem encurtar ou prolongar seu perodo de evoluo.
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Na concepo brmane, no h fatalismo no carma, porque ao
homem conferido o livre arbtrio que lhe propicia tomar decises que
permitam seja o carma reduzido e at esgotado precocemente. A
Reencarnao , portanto, a oportunidade renovada de dirigir o ser
humano para os elevados fins de sua criao, ou seja, a identificao
com o Criador.
As escrituras sagradas dos hindus, os Vedas, remontam a
datas muito recuadas. O mais antigo, e o mais importante deles, o
Rigveda, deve ter sido escrito 10.000 anos a.C.
Os Upanishades, palavra snscrita que significa sentar-se ao
lado, so considerados como concluso dos Vedas. Existe na literatura
sagrada do Bramanismo referncia clara e minuciosa sobre as vidas
sucessivas e progressivas. As escrituras hindus no fazem qualquer
meno a regresso ou involuo, ficando esta crena para a mente
crdula e supersticiosa do povo menos esclarecido que interpretou certas
alegorias, como a possibilidade de homens reencarnar em animais.
Referncias mal intencionadas tambm podem ser encontradas em
literaturas que procuram denegrir a imagem do Hindusmo,
correlacionando esta religio com as absurdas reencarnaes em
espcies animais, de espritos humanos.
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2.Jainismo
Logo aps o Bramanismo necessrio que se comente o
Jainismo, por ter o mesmo surgido como um ramo derivado de uma
diversificao dos brmanes. Embora no to antigos quanto os
hindustas, os janas, que o nome atribudo aos partidrios do
jainismo, comearam o seu movimento religioso aproximadamente 600
anos a.C. Caracterizam-se por ser uma rica e influente derivao do
hindusmo (= bramanismo), com o qual se identificam na aceitao da
eternidade da matria e do esprito. Denominam de Draya a matria e
Jiva ao esprito. Ambos possuam a caracterstica da eternidade, no
sentido da inexistncia de princpio e fim para os mesmos.
O fundador deste movimento religioso passou a histria como
mestre Mahavira, e viveu a mesma poca de Buda. Mahavira se tornou
vencedor sobre as misrias da vida, assumindo assim a denominao
Jina. Desta denominao proveio a palavra Jaina, que representa o
partidrio do Jainismo.
No que se refere ao nosso estudo comparativo sobre as
concepes da Reencarnao, conforme os jainas, Jiva (o esprito) tem
sua evoluo atravs dos nascimentos sucessivos e igualmente pela lei
do Carma. Talvez pela contemporaneidade com Buda, h muitos
aspectos semelhantes entre a filosofia de vida dos jainas e budistas. Hoje
os jainas contam a milhes de adeptos, localizados principalmente na
ndia.
Um dos aspectos notrios na filosofia jaina a questo da no
violncia. Os ascetas jainas tem por norma respeitar a todo ser vivente, o
que inclui at os insetos que no eliminam.
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Os templos jainas so famosos pela beleza arquitetnica, sendo
o do monte Abu, riqussimo e considerado como uma das maravilhas da
ndia.
Transcrevemos um trecho do livro Filosofia Jainista, do autor
Dr. Mohan Lai Mehta:
Nossa vida presente nada mais do que um elo da grande
cadeia do circuito transmigratrio. A doutrina do carma perde a
significao se estiver ausente uma doutrina de transmigrao
amplamente desenvolvida. A alma, que passa atravs de vrios estgios
de nascimento e morte, no deve ser tida como uma coleo de hbitos e
atitudes. Ela existe sob a forma de entidade independente, qual todos
esses hbitos e atitudes pertencem. entidade espiritual e imaterial,
mostrando-se permanente e eterna em meio a todas as modificaes.
3.Siquismo
O Siquismo considerado como uma das sete grandes religies
do planeta em termos de nmero de adeptos, sendo muito mais recente
que o Bramanismo e o Jainismo, pois contradio ter sido o Siquismo
fundado por Nanak, nascido em 1469 e falecido 72 anos mais tarde.
Nanak, desde a infncia, apresentava-se como uma criatura
voltada meditao e filosofia. Possua dons de captar telepaticamente
os pensamentos dos presentes, tendo dado inmeras e espontneas com
provaes no decorrer de sua vida.
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A comunidade dos siquis, palavra que significa discpulo,
desenvolveu-se inicialmente ao norte da ndia, na regio do Punjab. Sua
cidade santa denominada Amritsar, onde o quinto sucessor de Nanak
levantou um templo de ouro para o centro das reunies. Os religiosos
siquis tiveram, no sexto sucessor de Nanak, um lder que se notabilizou
pela luta contra as castas na ndia. As castas indianas correspondiam a
camadas sociais hereditrias, cujos membros compunham uma mesma
raa, etnia, profisso ou religio, e se casavam entre si, exclusivamente.
A Inteno de Nanak era reunir, em uma s religio, os
brmanes e muulmanos, aceitando dos primeiros, a doutrina da
Reencarnao e dos segundos, a misso de Maom.
Apesar dos esforos, ocorreram inmeras guerras e rixas com
os muulmanos na ndia, no acontecendo a unio pretendida. Hoje so
diversos milhes de seguidores, em sua maioria radicados no territrio
indiano.
O cdigo de moral dos siquis elevado, tornando seus adeptos
compassivos, tolerantes e benevolentes. No que concerne ao nosso
estudo comparativo, tambm admitem a Reencarnao e o Carma, alm
da identidade do esprito humano com Deus. Para os seguidores do
Siquismo, o ciclo das existncias se realiza pela prpria identificao do
esprito com o meio ambiente, o que determina, aps a morte, um novo
renascimento. Quando o ser humano estiver vivendo na Terra voltado
para a beatitude da eternidade celestial, ficar livre do samsara ou
roda das encarnaes.
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4.Budismo
O Budismo teve seu bero na ndia, propagando- se
celeremente pela China, Tibete, Ceilo, Birmnia e Japo, chegando a
atingir 33% da populao mundial. Com relao a figura de seu
fundador, Gautama, o Buda, e sobre o budismo, h muitas informaes
contraditrias e, sobretudo, tendenciosas que parecem visar denegrir sua
imagem. Uma destas verses atribui a morte de Buda a uma indigesto
por carne de porco, quando Buda era vegetariano e abstmio.
Sidharta Gautama nasceu no sculo VI a.C., filho de um rei
que governava o reino Kapilavasta, nos Himalaias; foi, desde cedo,
instrudo por um sbio chamado Vivamitra.
Gautama demonstrou sempre um elevado potencial intuitivo e
precocemente, apesar do austero controle do seu pai, procurou se
informar sobre as reais condies de vida alm dos muros palacianos.
Decidiu descobrir a causa da dor e da morte e partindo destas idias
iniciais meditou profundamente. Foi quando recebeu a iluminao e
passou a ser Buda, palavra que significa iluminado ou sbio.
O Budismo no distingue castas, cinco so os seus
mandamentos:
No matar;
No roubar;
No mentir;
No faltar a castidade;
No embriagar-se.
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Conforme a concepo budista, o ciclo das existncias que
deve levar ao Nirvana, que no , de forma alguma, conforme muitos
acreditam, a extino de tudo, embora a palavra nirvame que significa
extinguir-se seja a raiz da qual derivou Nirvana. Nirvana ex prime
identificao porque mostra claramente a identificao do esprito
humano com Deus, o que requer a extino da personalidade.
So pensamentos budistas:
Quando o esprito humano se identifica com Deus, deixa de
ser esprito individual, conserva a indestrutvel conscincia de si mesmo
em unidade com todos os seres, no Deus Ab soluto, isto , o Nirvana.
Tal identificao, segundo o budismo, e alcanada libertao
do ciclo de existncias, da srie lenta e sucessiva de reencarnaes.
Disse Buda: Considera-se um brmane, um homem que tem
conhecimento da morte e dos renascimentos de todos os seres, o que
conhece suas vidas pregressas, o cu e o inferno, aquele que chegou ao
fim da corrente dos nascimentos, e dono da sabedoria, tendo realizado
tudo quanto deve ser realizado
Aps muitos anos de isolamento e profunda meditao, as
concluses de Buda so resumidas em quatro verdades nobres e oito
trilhas.
As quatro verdades nobres so:
1- Todo Viver Dor
2- O Sofrimento vem da cobia e do desejo.
3- A Libertao do sofrimento vem da cessao do desejo
4- O Caminho para a supresso do desejo a Senda das oito
trilhas..
As Oito Trilhas so:
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1 - A Crena Reta.
2 - A Resoluo Reta.
3 -O Falar Reto.
4 -A Conduta Reta.
5 -A Ocupao Reta.
6 -O Esforo Reto.
7 - A Contemplao Reta.
8 - A Concentrao Reta.
As Escritas Sagradas do Budismo so denominadas de
Tripitaka, o que significa Trs Cestos. Abordam elas as normas
reservadas aos monges budistas, os sermes atribudos a Buda, as
diversas passagens da biografia de Buda, e os provrbios e mximas que
edificam os valores ticos do homem. Os menciona dos livros apresentam
partes escritas em prosa e outras em verso, constituindo o mais
volumoso acervo de escrituras religiosas que se tem notcia no mundo.
O Budismo, em funo de sua Antigidade e expanso, sofreu
algumas ramificaes, sendo a dicotomizao nas escolas de Hinayana e
Mahayana a principal delas. O conceito da pluralidade das existncias,
ou seja, da Reencarnao, apesar das ramificaes existentes,
permaneceu aceito por todos os budistas.
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5AReligiodosEgpciosprimitivos
Conforme nos informam os estudiosos das religies, no
possvel se designar uma religio egpcia, mas um panteo de deuses
maiores ou menores aos quais eram dedicados cultos especficos em
diversas regies do Egito A crena nos renascimentos era comum nessa
civilizao e, alem da Reencarnao, alguns grupos, ou mesmo a nvel
popular, acreditavam na Metempsicose que, conforme sabemos
corresponderia a noo invertida da Reencarnao, sem seu aspecto
eminentemente evolutivo Segundo a Metempsicose seria possvel
renascer em animais um esprito j evoludo a condio humana Um
retrocesso, portanto Os Egpcios consideravam que o homem, alm do
corpo fsico, tem um corpo espiritual que chamavam de Ka, e uma
essncia espiritual ou esprito Os sacerdotes ou iniciados tinham a noo
de que a salvao no estava no culto exterior, mas no prprio interior do
homem, e diziam: O corao de um homem o seu prprio Deus
Na histria do Egito se destaca a figura de Hermes Trimegisto
que certos autores chamam de filsofo egpcio, O termo Trimegisto
significa trs vezes grande, pela sua erudio nos diversos ramos da
cultura humana. Seus aforismos, mximas ou sentenas de
interpretao difcil, sempre com sentido esotrico, originaram a
designao hermtico. Chama-se, ainda hoje, de hermtico a tudo que
dificilmente interpretado ou de difcil abertura. Cincias Hermticas
equivalem a cincias ocultas ou fechadas a um grupo.
O Livro dos Mortos tem sido atribudo a Hermes Trimegisto. Ele
descreve a viagem da alma aps a morte, atravs de localizaes que so
chamadas de Amenti.
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Consideram-no autor de inmeros tratados religiosos, dos
quais existem Fragmentos, divulgados pelos gregos e romanos, com
provveis alteraes. Nos Fragmentos Hermticos h referncias, no
muito claras, Reencarnao entre as quais citaremos a conversa do
Deus Horus com sua me Isis. Neste dilogo, a deusa diz a Horus para
se livrar da impresso de que as almas se dispersam no esprito
universal e infinito, sem manter sua identidade e sem VOLTAR PARA
SUA MORADA ANTERIOR.
6.Zoroastrismo
Os antigos persas tiveram em Zaratustra ou Zoroastro, o
iniciador desta religio, que conhecida como Zoroastrismo, ou ainda,
como Mazdesmo, Magismo, ou Parsismo.
O nome Zaratustra significa estrela dourada, ou esplendor do
sol. importante salientar que os parsis ou zoroastrianos no eram
adoradores do fogo, como foi divulgado pelos seus adversrios, mas
faziam do fogo o smbolo do Esprito Imortal e Puro. Seus templos no
tm imagens, exceto o fogo para o culto simblico. Possuem um deus
menor chamado Mitra que protege os homens, o qual em torno de 226
a.C., chegou a ser o deus principal, gerando o mitrasmo.
A mais antiga coleo de livros sagrados da Prsia se chama
Zend-Avesta, cujo termo significa comentrio da revelao. Segundo uma
lenda sagrada, os anjos levaram Zoroastro a Ahura-Mazda, que quer
dizer, Senhor, grande sbio, e este revelaram-lhe as leis. Os chamados
sacerdotes do Avesta constituam uma casta hereditria. A funo
sacerdotal j era determinada ao nascimento.
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A lei religiosa controlava rigidamente os lucros advindos do
culto. A luta da fora do bem contra a fora do mal sempre foi um
conceito fundamental para os adeptos do Zoroastrismo. O bem era
representado por Ahura-Mazda, como Ormuz, uma entidade de aspecto
luminoso, distribuidor da luz que ilumina, do fogo que aquece, e da
gua que alivia a sede e fecunda os campos gerando alimento para os
seres humanos. Ormuz servido pelos gnios do ar, do fogo, da gua, do
sol, da lua, e das estrelas. O oponente de Ormuz simbolizado por
Ahrimn, o Senhor dos gnios malignos ou espritos que destroem. H,
na concepo do Mazdesmo, uma constante e perptua batalha entre
Ahrimn e Ormuz, juntamente com seus auxiliares.
No que se refere ao nosso estudo comparativo acerca da idia
das vidas sucessivas, consideramos que a Reencarnao no parte
integrante do credo Zoroastriano ou do Mitrasmo; no entanto, os
modernos parsis, de uma forma pessoal, costumam fazer referncias s
vidas anteriores.
7Maniquesmo
Cr-se ter sido originado na Babilnia atravs do seu fundador
Mani ou Maniqueu. Para os maniquestas, tal qual aos cristos, era
ensinado que todos os homens, seja de qual fosse a raa ou condio,
seria dada a salvao. Religio de carter universalista, portanto. Mani
desejou rever alguns conceitos ou leis do Zoroastrismo. Sua a levou ao
rei da Prsia, Sapor I, no ano 242 d.C., a repeli-lo. Em funo desta
dificuldade, passou Maniqueu a fazer viagens de pregao. Ao retornar
Prsia, tendo insistido em suas idias, foi perseguido e crucificado pelo
clero aos 60 anos de idade.
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A concepo da bipolarizao, o bem e o o mal constitui a
tnica do maniquesmo. O homem tem uma alma luminosa e um corpo
escuro e, no fogo, a chama e fumaa simbolizam o dualismo eterno. No
h imagens nem sacrifcios. As preces podem ser dirigidas ao Sol ou a
Lua como manifestaes da Luz Universal. Os maniqueus admiravam as
parbolas de Jesus e eram pessoas pacficas e tolerantes, o que no
impediu que fossem muito perseguidos pelas outras religies. Santo
Agostinho manifestou muito interesse no estudo do maniquesmo.
No que se refere a expanso desta religio, houve uma
expressiva disseminao pelo Turquesto, ndia e China. No ocidente, em
290 d. C o imperador Deocleciano proibiu suas manifestaes.
Na regio sul da Frana originou-se do maniquesmo uma
poderosa seita, a dos ctaros ou albingenses, palavra que significa
puros. A partir dessa regio, disseminaram-se por diversos pases
europeus. Os albingenses existiram do sculo X at o sculo XIV, quando
foram barbaramente destrudos pela Inquisio Crist.
Para os albingenses, o mundo era uma espcie de local de
purificao, ou pena, onde os seres humanos deveriam retornar vrias
vezes, renascendo a fim de obter a completa reconciliao com o Senhor
dos mundos, haja vista que, acreditavam na Salvao final de toda a
humanidade, atravs das mltiplas oportunidades concedidas pela
Reencarnao.
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8Judasmo
Sabemos que o Velho Testamento de grande importncia para
os judeus. Em que pese esta importncia, este livro poderia ser tambm
considerado uma crnica da existncia histrica do povo hebreu. Como
todas as escrituras ditas sagradas, o Velho Testamento tem um sentido
esotrico, que est na Cabala, palavra que significa receber.
A origem da Cabala no est muito bem esclarecida. Certos
europeus argumentam que as verdades cabalsticas foram ditadas
diretamente por Deus aos Mestres da Grande Loja Branca. Essa Grande
Loja Branca seria uma fraternidade de homens que estaria
espiritualmente muito mais elevada que o comum da humanidade.
Residem, os membros desta fraternidade-. , em vrios planos, inclusive
na Terra. Os mestres da Grande Loja Branca teriam a tarefa de difundir,
tanto quanto possvel, os sentimentos de compaixo e a sabedoria a toda
a humanidade.
Alguns autores consideram que a Cabala est recompilada e
publicada pelo rabino Moiss de Leon, em 1280, no Zohar, cujo texto
original atribudo a Simeo Ben Jochai.
Do Zohar, podemos citar o seguinte trecho:
As almas devem reentrar na substncia absoluta da
qual emergiram. Para chegar a essa finalidade, entretanto,
devem desenvolver todas as perfeies, cujo germe foi
plantado nelas. Se no cumpriram essa condio durante uma
vida, devem comear outra, e uma terceira, e as sim por
diante, at que adquiram a condio que as torne preparadas
para sua reunio com Deus.
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O Talmude outro livro, cdigo civil e religioso dos judeus, que
serve de texto nas sinagogas para ensinar a lei de Moiss, segundo a
tradio oral.
Da Miscelnea Talmdica, do autor Hershon, so as citaes
seguintes:
A maioria das almas estando, presente mente, em
estado de transmigrao, Deus d a um homem aquilo que ele
mereceu numa vida passada em outro corpo... Aquele que
deixa de observar qualquer dos 613 preceitos que lhe so
possveis observar, est fadado a sofrer transmigrao (uma
vez ou mais de uma vez), at que realmente tenha observado
tudo quanto deixou de observar num estgio anterior de ser
(Kitzur Shlu).
Do filsofo judeu Philo, cognominado primeiro telogo, e
estimado o maior da Escola de Alexandria de filsofos, citamos:
O espao est repleto de almas. As que mais prximo
se encontram da Terra descem para se ligar a corpos mortais
e retornam em outros corpos, desejando viver neles.
O Rabino Manasses Ben Israel, nascido em Portugal e fundador
da moderna comunidade judaica da Inglaterra, foi quem conseguiu em
1650 a revogao do dito de Eduardo 1, o qual proibia a permanncia
dos judeus na Inglaterra. Diz Manasses Ben Israel em um de seus livros:
-
A crena ou doutrina da Reencarnao, da transmigrao das
almas, firme e infalvel dogma aceito por toda a assemblia da nossa
igreja, unanimente, de forma que nada exista que ouse negar isso. Na
verdade, h um grande nmero de sbios, em Israel, que adere a essa
doutrina, fazendo dela um dogma, um ponto fundamental de nossa
religio. Estamos por tanto, no dever estrito de obedecer e aceitar esse
dogma com aclamao, pois a verdade dele foi demonstrada,
incontestavelmente, pelo Zohar e por todos os cabalistas.
Se nos detivssemos em uma pesquisa mais alongada,
poderamos obter maior nmero de referncias alusivas a pluralidade
das existncias, ou seja, da doutrina da Reencarnao, no Judasmo.
So inumes os historiadores e filsofos judeus que tecem consideraes
ou se manifestam claramente favorveis a idia das vidas sucessivas.
No deixamos de citar, de forma destacada, o didtico trabalho de Nair
Lacerda em sua obra A Reencarnao atravs dos Sculos. A autora
mostra inmeros depoimentos, tanto na primeira quanto na segunda
parte da obra citada.
Para os estudiosos do judasmo, portanto, a Re encarnao
pode ser perfeitamente aceita com base nas mais diversas fontes da
tradio judaica.
9Islamismo
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O Islamismo, tambm denominado maometismo em funo do
seu fundador o profeta Maom, uma das religies mais importantes do
planeta no que concerne ao nmero de adeptos. Maom nasceu em
Meca, na Arbia Central, pertencia tribo dos Caraichitas, guardadores
do monlito sagrado, a Caaba. Conta-se que Maom era acometido de
transes msticos freqentes, convencendo-se que falava com o anjo
Gabriel, o qual t-lo-ia indicado como apstolo do Senhor.
Al o nico Deus, e Maom o seu Profeta, repetem os
maometanos. Os ensinos de Maom esto no livro sagrado, chamado
Coro ou Alcoro. O Coro contm 114 Suras ou captulos, subdivididos
em versculos. Apesar das guerras entre cristos e maometanos existe no
Coro a Sura nmero 5, a qual fala sobre Jesus como um dos profetas
de Al.
Um famoso escritor, W. Y. Evans-Wentz, disse:
Durante as Idades Negras da Europa, quando os
mouros da Espanha, quase que sozinhos no mundo continental,
mantiveram acesa a tocha do saber, a doutrina do
renascimento estava sendo ensinada pelos grandes filsofos
sarracenos Al Ghazal e Al Batagni, nas Escolas de Bagd, no
Oriente e em Crdoba, na Espanha, no Ocidente Acrescenta
ainda: Na Europa, os discpulos desses grandes mestres
foram Paracelso e Giordano Bruno
Assim como nos livros sagrados de outras regies, o Coro
tambm faz referncias a Reencarnao. Vejamos como no trecho
seguinte percebe-se a idia do renascimento:
E estveis monos, e Ele vos trouxe de volta vida. E Ele far
com que morrais, e vos trar de volta vida, e ao fim vos reunir Nele
prprio. (SURA 2:28)
-
Tambm muito sugestivo o trecho: E Ele mandou as chuvas
l de cima em quantidade apropriada, e traz de volta a vida para a terra
morta, tal como tu sers renascido. (SURA 25: 5-10-6)
10.Sufismo
O Sufismo a religio que corresponde ao aspecto esotrico do
islamismo. Os conceitos de Reencarnao e Evoluo esto muito bem
esclarecidos pensadores sufistas. Kharishnar se refere a esta religio da
seguinte maneira:
A doutrina sufista ensina q cede de Deus, que nada
h fora de universo o espelho em que Deus se reflete, que
Deus a beleza absoluta, da qual as coisas terrenas so
raios, que h um s amor de Deus, e que os demais amores
unicamente como partes deste nico s Deus o verdadeiro
Ser, e que constitui o No-Ser, que a natureza essencial
mente divina do homem pode elevar-se, por iluminao, do
no-ser ao ser, e regressa ao ponto de partida. , de certa
maneira, o mesmo conceito exarado pelo apstolo Paulo: Em
Deus vivemos, nos movemos e somos
No livro persa, Mathnawi, autor Jalalul Din Rumi (1207-1273),
encontramos a conceituao da evoluo da mnada espiritual, ou
princpio espiritual, at sua integrao a Deus:
Morri mineral e converti-me em planta.
Morri planta e nasci animal.
Morri animal e me converti em homem.
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Por que, pois, hei de temer a algum?
Acaso poderei ser menos ao morrer?
Na prxima vez morrerei como homem
para que me possam nascer asas de anjo,
mas tambm da condio de anjo me elevarei,
por que, como ensina o Coro,
tudo perecer, menos a face do Senhor.
Outra vez, tomarei o vo por cima dos anjos
e me converterei no que a imaginao no pode
conceber.
Na verdade, voltaremos a Ele
Muitos poetas persas que no Ocidente foram considerados
notveis escreveram, sob formas lricas ou alegricas, os ensinamentos
sutis. O mais conhecido deles talvez tenha sido Ornar Khayyam que,
alm de poeta foi filsofo, astrnomo e matemtico.
11.OEspiritismo
O Espiritismo no se considera uma religio organizada dentro
de uma estrutura clerical. Neste senti profundamente distinto das
religies tradicionais possuem sacerdotes ou pessoas investidas de
autoridade especial. No possue templos suntuosos.No adota
cerimnias de qualquer espcie, tais como batismo, crisma,
casamentos, etc.
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Ao contrrio da Umbanda, no tem rituais, velas e vestes
especiais. No utiliza qualquer forma de simbologia. No adota
ornamentao para cultos, nem gestos de reverncia, nem sinais
cabalsticos, nem benzimentos, nem talisms, nem defumadores ou
cnticos cerimoniosos (ladainhas, danas ritualsticas).Tambm no
adota bebidas ou oferendas de qualquer espcie.
O culto esprita feito no prprio corao. o culto do
sentimento puro, do amor ao semelhante e do trabalho constante em
favor do prximo. A Doutrina Esprita concebe que somente a prtica das
boas aes e do pensamento equilibrado nos liga a Deus.
Deus a essncia transcendente que permeia todo o universo.
a lei maior, a qual esto subordina das as leis menores da natureza.
A Doutrina Esprita foi revelada pelos espritos superiores,
atravs de mdiuns, e organizada (codificada) por um educador francs,
conhecido por Allan Kardec, em 1857. Surgiu, pois, na Frana, h mais
de um sculo. No deve ser confundida com seitas, religies ou at ritos
afro-brasileiros, que so mais antigos e de origens completamente
distintas.
O Espiritismo no apenas uma religio, mas uma doutrina
com aspecto cientfico e filosfico e de conseqncias religiosas ou tico-
morais.
O Espiritismo, como cincia, estuda e pesquisa, luz da razo
e dentro de critrios cientficos, os fenmenos medinicos, isto ,
fenmenos provocados pelos espritos e que so considerados fatos
naturais. O Espiritismo no aceita o sobrenatural. Todos os fenmenos,
at mesmo os mais estranhos, tm uma explicao cientfica, O
Espiritismo no acredita em milagres. Os fatos existem e so explicveis
pelo conheci mento das leis naturais do mundo fsico e do mundo
extrafsico ou espiritual.
-
O Espiritismo, como filosofia, procura, a partir dos fenmenos
medinicos, dar uma interpretao da vida, respondendo questes, como
de onde viemos, quem somose para onde vamos. Os grandes
porqus ou questes fundamentais da vida so objeto de estudo da
Doutrina Esprita. Toda doutrina que fornece uma interpretao da vida,
uma concepo prpria do mundo, considerada uma filosofia.
O Espiritismo, como religio, prope a transformao moral do
homem, retomando os ensinamentos de Jesus Cristo para que sejam
aplicados na vida prtica de cada pessoa. Procura reviver o cristianismo,
na mais pura e verdadeira expresso de amor e caridade.
O Espiritismo, para os espritas, o consolador prometido por
Jesus. Todo esprita cristo, portanto.
No Evangelho de Joo, captulo XIV, versculos 15 17 e 26,
lemos:
Se vs me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei ao
meu Pai, e ele vos enviar um outro consolador, a fim de que permanea
eternamente convosco. O Esprito da Verdade que o mundo no pode
receber, por que no O v e no O conhece. Mas, quanto a vs, O
conhecereis, porque permanecer convosco e estar em vs. Mas, o
Consola dor, que o Santo Esprito, que meu Pai enviar, em meu nome,
vos ensinar todas as coisas e vos far relembrar de tudo aquilo que eu
vos tenha dito. (Jesus)
A pliade de espritos que se comunicou, via mdiuns, poca
de Kardec, identificou-se como ( Consolador Prometido, no em termos
de sua individualidade, mas no sentido do contedo transmitido passou
a constituir-se a base inicial da Doutrina Esprita, formou-se assim o
alicerce sobre o qual se edificou todo o monumento de centenas de obras
que trazem informaes cientficas, filosficas e religiosas que com pem
esta Doutrina.
-
Apesar de muitas religies fazerem referncia aos anjos que se
comunicam, fazem-se aparecer, orientam e protegem as criaturas,
somente o espiritismo dedica um intenso intercmbio cultural com os
espritos. Os espritos nada mais so que seres humanos desencarnados.
Eles so de todos os nveis culturais, intelectuais ou morais. Agrupam-se
por afinidade gostos e sentimentos, nos planos espirituais. Como c
pensamento e o sentimento so energias que se pro pagam, possuem
uma freqncia vibratria que determina a sintonia com outras energias
do mesmo nvel, assim se constituem as comunidades espirituais. D
mesma forma, como a telepatia o intercmbio entrei energias mentais,
a mediunidade a propriedade que permite a captao destas energias
de outra dimenso, atravs de diferentes tcnicas. Assim, por exemplo:
psicofonia a mediunidade de fala; psicografia, a mediunidade de
escrita; xenoglossia, a mediunidade onde a comunicao se faz em lngua
estrangeira, etc. H uma enorme classificao de tipos de mediunidade e
mais de 600 livros que abordam o assunto, com to dos os detalhes
tcnicos, prticos, etc. Um dos exemplos clssicos de mdium esprita o
caso de Francisco Cndido Xavier que, sem instruo superior,
psicografou mais de 300 livros, sendo alguns de alta complexidade ou
profundidade, no terreno da cincia esprita.
A Doutrina Esprita alerta as pessoas muito crdulas contra as
mistificaes e contra mdiuns, no espritas, que comercializam a
mediunidade ou mesmo iludem o pblico com falsas informaes.
importante se considerar que, para o espiritismo, o fato de uma pessoa
ser mdium e intercambiar com os espritos no significa que seja
esprita, o que requer uma postura tica especfica.
-
O fenmeno da mediunidade viceja em todos os todas as
religies, embora a interpretao ou mesmo a aceitao do fenmeno seja
diferente. A Doutrina Esprita promove e estimula a formao de estudo e
educao da mediunidade, formando mdiuns aptos execuo de suas
tarefas.
O Espiritismo considera que a f sem raciocnio crena cega,
crendice ou superstio. F Inabalvel aquela que pode encarar a
razo, face face, em todas as pocas da humanidade. (Allan Kardec)
A concepo de Reencarnao ensinada pela esprita concebe
os seguintes aspectos:
Os espritos so criados simples e ignorantes, e prprio destino
conforme seu livre arbtrio.
Passando pelos diversos remos da natureza vai experienciando
at atingir a fase humana quando o princpio realmente se torna um
esprito propriamente dito, isto , dotado de livre arbtrio, ou seja, da,
capacidade de optar pelas diversas trilhas que, mais longas ou mais
curtas, simples ou complexas, s acabam levando ao caminho da
evoluo.
Quando a evoluo de um esprito em um deter minado astro
do universo tiver chegado ao pice, poder reencarnar em outro planeta
ou mundo habitado, ampliando seus horizontes culturais e morais.
So consideradas duas asas para se alar o grande vo
evolutivo. A asa do conhecimento e a asa do amor, O progresso nas
sucessivas encarnaes no somente intelectual, mas, sobretudo,
moral.
-
No nos lembramos das encarnaes pretritas devido um
processo natural de defesa psquica. A sabedoria das leis naturais
estabelece um bloqueio s recordaes das vidas anteriores, facilitando a
adaptao do indivduo as circunstncias da vida atual. Exemplificando:
Pais e filhos na vida atual podem estar convivendo sob o mesmo teto com
a finalidade principal de se reconciliarem de situaes mutuamente
embaraosas ou dolorosas em vidas anteriores. Muitas vezes at inimigos
do pretrito aportam em lares comuns para desenvolverem o perdo e o
amor atravs da figura familiar que facilita a aproximao.
Hoje estamos corrigindo equvocos do passado ou tendo
oportunidade renovada de superar deficincias antigas.
Conforme a interpretao esprita, Deus no castiga como no
premia. Deus uma lei imutvel porque perfeita, portanto, no sujeita
a atitudes emocionais.
Existe apenas a conseqncia natural dos atos pratica mos ns
mesmos os causadores dos prprios sofrimentos pela chamada lei da
ao e reao.
Conforme a conceituao esprita, no existe uma em funo
de um rtulo religioso. No adiantara esta ou aquela religio. Tambm
no leva a r conseqncia permanecer orando maquinal mente a misria,
a ignorncia e o sofrimento sobre o semelhante. Como disse Tiago: A f
sem obras morta. Aceitar Jesus, para os espritas,no proclamar
esta aceitao, mas procurar seguir ensinamentos.
Ao invs da frase Fora da Igreja no h salvao, os adeptos
do espiritismo adotam: Fora da caridade no h salvao
-
12.AOrdemRosaCruz
Com referncia Ordem Rosa-Cruz, encontramos na
Enciclopdia Britnica a conceituao de que seus ensinamentos
parecem associar informaes do hermetismo egpcio, do gnosticismo
cristo, do cabalismo judaico, da alquimia e de outras crenas
aliceradas no ocultismo.
O documento historicamente mais antigo que faz aluso a
Ordem Rosa-Cruz aparece no princpio do sculo XVII. Esse documento,
Fama Fraternitatis fala da viagem de Cristian Rosenkreuz, tido como
iniciador da Ordem, Sria, Arbia, Egito e Marrocos, lugares onde teria
adquirido conhecimentos ocultos. Rosenkreuz tendo retornado
Alemanha decidiu fundar o movimento Rosa-Cruz. A sociedade
permaneceu secreta por 100 anos.
H uma corrente que prefere considerar o movi mento como o
renascimento da Ordem existente h milnios atrs, no Egito.
Em 1915, nos Estados Unidos, houve um incremento das
atividades da Ancient Mystical Order Rose-Cross, (AMORC), equivalente
a Antiga Ordem Mstica Rosa-Cruz.
Existem diversos aspectos semelhantes entre a Maonaria e a
Ordem Rosa-Cruz. Na Maonaria h, inclusive, um de seus graus que
recebe a denominao de grau Rosa-Cruz.
No livro, O Conceito Rosa-Cruz do Cosmos, deparamos com a
frase: O propsito da vida no a felicidade e sim a experincia Para o
autor desta obra, Max Heindel, a experincia o conhecimento das
causas que produzem os atos
-
Para a filosofia Rosa-Cruz, o homem se encontra na vida como
numa escola, a escola da experincia. Necessita vida retornar, por
diversas vezes, antes que possa conhecer e dominar todo o mundo dos
sentidos. No existe apenas uma vida terrestre, por mais enriquecedora
tenha sido em aprendizado que possa proporcionar todo esse
conhecimento, e, por isso, a natureza determina que o homem deve
retomar Terra, depois de intervalos de descanso, para prosseguir em
seu trabalho, do ponto em que o interrompeu, assim como uma criana
segue em seu estudo a cada dia escolar, depois de uma noite de sono.
Vemos, portanto, um conceito de Reencarnao bastante ntido
e diretamente vinculado a Evoluo, na concepo da Ordem Rosa-Cruz.
13Teosofia
A Teosofia no se intitula uma religio, tampouco se considera
como seita, denominao inapropriada s suas caractersticas. Isto
porque no possui sacerdotes, hierarquia religiosa, ritos, cerimnias ou
dogmas de qualquer espcie. No se considera tambm a nica
possuidora da verdade.
Segundo seus adeptos a Teosofia debate e estuda os
ensinamentos dos Mahatmas, que seriam os mestres da compaixo e da
sabedoria. Os seus aficcionados no a designam de escola filosfica,
mas, sim, um reflexo da sabedoria de Deus; alis, este significado
etimolgico da palavra teosofia, em grego.
-
Para os tesofos, o apstolo Paulo foi o pioneiro na utilizao
no s da palavra, mas do conceito de teosofia no sentido de sabedoria
de Deus. Assim, no captulo II, versculo 7, da primeira. Carta aos
Corntios lemos: Ensinamos, porm, a sabedoria de Deus, envolta em
mistrio, encoberta, que, antes dos sculos, foi destinada por Deus para
nossa glria...
Conforme Annie Besant, a Sociedade Teosfica tem como ideais
a Fraternidade, a Tolerncia e o Conhecimento. Em seus postulados
bsicos a Teosofia tambm incorpora a Reencarnao, O princpio da
pluralidade das existncias faz parte do seu contexto doutrinrio desde
sua fundao, no final do sculo XIX.
Vejamos, pelo prisma teosfico, como se operam os
renascimentos:
Embora a palingnese ou reencarnao seja habitualmente
compreendida ou estudada mais relacionada aos seres humanos, , na
realidade, um fato inerente a todos os seres vivos. A vida de uma flor,
como o gernio que morre, volta alma-grupo da espcie, depois
reencarna sob a forma de outro gernio. Um canrio que falece por uma
doena volta alma grupo deste gnero de ave, e, mais tarde, renasce
em outro ninho novamente como um canrio.
No caso do homem, no retorna a uma alma grupo em funo
de j ter alcanado, pela evoluo, uma conscincia individual; quando
reencarna, possui as faculdades adquiridas em vidas anteriores sem as
ver reduzidas pela integrao com grupos de outros indivduos.
A Teosofia igualmente ensina que um esprito uma vez tendo se
individualizado e se tornado humano, no pode mais renascer em uma
forma animal ou vegetal.
Isto significa que no aceita a metempsicose.
-
Uma das mais expressivas personalidades da teosofia foi Annie
Wood Besant (1847-1933), tendo deixado diversas contribuies
literrias nesta rea as quais se disseminaram principalmente no meio
cultural interessado em questes espiritualistas.
O resumo filosfico da doutrina teosfica encontrado na obra
O homem: de onde vem e para onde vai, escrita por Annie Besant em
colaborao com Leadbeater.
14Projeciologia
A Projeciologia considera-se um ramo, ou sub campo, ou ainda
uma subdisciplina da Parapsicologia. Apesar de no ser reconhecida
como tal, pela maioria das correntes parapsiclogo da atualidade, esta
a conceituao apresentada pelo Dr. Valdo Vieira, mdico brasileiro,
criador do verbete que designou a nova cincia.
O vocbulo Projeciologia provm da juno de projectio, que,
em latim, significa projeo, e logos, palavra grega que equivale a tratado
ou estudo.
A projetabilidade, ou capacidade de projetar-se uma
faculdade anmica (espiritual), ou condio consciencial, pela qual a
conscincia (esprito) se projeta para fora do corpo humano atravs do
corpo astral (psicossoma ou corpo espiritual) ou, em nvel mais
aprofundado, no s para fora do corpo humano mas, tambm, para fora
do corpo astral atravs do corpo mental como no caso dos seres
desencarnados (espritos) que j no possuem corpo fsico.
-
A capacidade de o indivduo projetar-se para fora do corpo
fsico, segundo o Dr. Valdo Vieira, no constitui dom hereditrio nem
privilgio exclusivo de algum em particular, porque inerente ao ser
humano, seja homem, mulher ou criana ou, at mesmo, um esprito
desencarnado. Todos os seres humanos possuem latentes os rudimentos
da projetabilidade; por isso, essa condio no apresenta nenhuma
conotao patolgica sendo essencialmente fisiolgica ou, mais
propriamente parafisiolgica.
Conforme os projecilogos, os limites das pesquisas
parapsquicas da Projeciologia no so determinados e o seu campo
apresenta forosamente amplo envolvimento com outras disciplinas. Na
verdade, todas as cincias se cruzam com a Projeciologia. Consideram,
tambm, que os cientistas de qualquer campo podem se beneficiar
atravs das vises oferecidas pelas projees conscientes porque estas
lhes facultariam uma percepo extrafsica, ampliando os horizontes
dimensionais da realidade objetiva captada pela conscincia aprisionada
no corpo fsico.
Os Expoentes da Projeciologia fazem questo de enfatizar que
esta cincia nada tem a ver com crena, religio, religiosidade, filosofia,
atesmo, materialismo ou espiritismo. Admitem, no entanto, que o
engajamento maior na projeo consciente acaba tendo contedo social,
poltico e inevitveis conseqncias fisiolgicas.
A chamada Moral Csmica ou Cosmo-tica merece freqentes
abordagens, por parte do Dr. Valdo Vieira, em seu volumoso tratado de
quase 1000 pginas, Projeciologia, publicado em primeira edio em
1986 com distribuio inteiramente gratuita pelo autor.
No que se refere aos conhecimentos sobre Reencarnao, todos
os livros de Projeciologia navegam, com naturalidade, pelos oceanos
desta realidade uni versal. Vejamos algumas referncias.
-
No captulo 31 da obra Projeciologia, o autor comenta sobre
Dejasmo Projetivo, termo oriundo da expresso francesa Dj-vu que
significa j visto. O autor tambm salienta que, alm do j visto h
tambm o j amado, j ouvido, j experimentado, j lido e j
sentido. Explica estas sensaes como, muitas vezes, decorrentes de
lembranas ou impresses colhi das pela conscincia projetada. Neste
mesmo captulo, faz referncia, alm do Dejasmo projetivo, a outro tipo
de Dj-vu: O Dejasmo reencarnatrio, que seriam fenmenos onde a
conscincia encarnada, no estado de viglia fsico habitual, apresenta
lembranas autnticas, retrocognitivas, de outra encarnao,
previamente vivi da pela conscincia. So estados de expanso
consciencial em que os arqutipos, ou arquivos de vi das anteriores, vem
a superfcie da mente atual. O Dejasmo reencarnatrio pode ser
desencadeado por um fato da vida atual (viso, leitura, emoo,
sensao, etc), que faz ressonncia com uma situao semelhante aos
registros conscincias do passado do indivduo,exemplificando, uma
determinada pessoa, em viagem pelo exterior, ao se deparar com uma
construo antiga tem um choque emocional ao considerar j ter vis to
o local e desfilam em sua mente detalhes de uma vida anterior
relacionados com a dita construo.
No captulo 436 de Projeciologia encontramos sob o ttulo,
Projeo Consciente e Reencarnao, as seguintes citaes:
Definio. Reencarnao: forma de sobrevivncia na qual o ego,
ou conscincia, retorna vida humana envergando um corpo de carne e
ossos, depois de ter experimentado a morte biolgica de outro corpo
fsico e passa do um perodo de existncia no plano extrafsico ou
intermisso.
-
Sinonmia: ancoragem espao tempo; conscincia em srie;
conscincia seriada; ECM (extra cerebral memory); memria
extracerebral; metensarcose; metensomatose; palingenesia; pluralidade
das existncias; pluralidade das vidas corpreas; renascimento da
personalidade; transmigrao da alma; vidas sucessivas.
15SeichoNoI
A Seicho-No-I pode tambm ser considerada uma filosofia de
vida. O significado do termo, traduzido da lngua japonesa, equivale a
casa da plenitude.
As enciclopdias definem Seicho-No-I como uma religio
japonesa, fundada por Masaharu Tanigushi, que se caracteriza
principalmente por ser um movimento filosfico-cultural. Seja como for,
passou a adquirir personalidade jurdica como religio em 1945. H na
essncia doutrinria da Seicho-no-i elementos do budismo,
cristianismo, e da psicologia moderna. Sua dou trina ressalta a
supremacia do esprito sobre a matria; pelo esprito deve o homem viver,
contemplar e trans formar o mundo. Para os estudiosos desta filosofia h
um Deus pai, comunicvel, amoroso e poderoso. A cura das doenas
outro ponto doutrinrio, j que as mesmas so consideradas
conseqncias dos erros do pensamento humano. A cura pode ser obtida
pela meditao, instruo e reformulao do pensamento.
O culto aos ancestrais tambm assume significativa
importncia no contexto da religio.
-
Apesar de s existir oficialmente h aproximadamente meio
sculo, , no Japo, a religio que mais tem atrado intelectuais. J em
1978, eram dois milhes de freqentadores em terras nipnicas, e, no
Brasil, no se restringe apenas aos descendentes japoneses, contando
com expressiva receptividade em diversas camadas sociais e at na elite
cultural.
Define-se, tambm, como Movimento de Libertao da
Humanidade da Seicho-no-i, ou filosofia de vida e movimento de
conciliao universal.
O Doutor Tanigushi autor de numerosos livros e tem efetuado
viagens atravs do mundo para expor os princpios de sua filosofia; sua
obra mais difundida a Sutra Sagrada (Kanro No Hoou), estando a
mesma acrescida de cnticos e palavras de meditao para recuperar
sade.
Assim se define um dos princpios bsicos da Seicho-No-I:
A morte do corpo no pode significar a morte do homem. Ele apenas muda de nvel, perdendo sua condio carnal, e passa a viver numa dimenso espiritual.
Depois de determinado perodo nesse plano espiritual retorna
ao mundo terreno, para realizar, numa segunda condio corporal, o que
deixou de realizar na primeira, e essas passagens sucessivas pelo
universo terreno vo permitindo atingir um estado de perfeio que
dispensar, o regresso a um corpo material, por que, ento, j estar
plenamente realizado na esfera puramente espiritual.
-
Fica, pois, nitidamente caracterizada a posio espiritualista-
evolucionista da filosofia Seicho-No-I bem como o enfoque
reencarnacionista como um dos pontos basilares desta moderna religio,
de origem japonesa, que vem conquistando, pelas suas mensagens, cada
vez mais adeptos entre a classe mais intelectualizada, tanto ocidental
como oriental.
(1)-Tem seu culto, sua bblia (Seirnei no Jisso) e sua
mensagem doutrinria.
Razes.
O conhecimento, ou melhor, a aceitao da teoria da
reencarnao, hoje atinge metade da populao terrestre, alm de trazer
implicaes profundas para as criaturas, altera-lhes a filosofia geral,
elimina todo o preconceito racial, os pruridos nacionalistas, e o
chovinismo sexual. s vezes, torna-se uma necessidade vital o
conhecimento ntimo de reencarnaes pessoais anteriores porque nestas
esto as origens de problemas crmicos e a raiz de muitas doenas que
afligem certas pessoas na atualidade, da tendo nascido a terapia de
vidas passadas, ou teraputica reencarnacionista.
Pesquisa. Alm da emergncia espontnea de memrias
reencarnatrias intimamente ligadas a evoluo interna do ser, de
pesadelos recorrentes, da regresso pr-natal hipntica, da meditao
profunda, das tcnicas especiais de massagens, e outros processos, A
projeo consciente constitui mtodo de pesquisa eficaz para o acesso
individual da conscincia encarnada s suas existncias transatas ou
prvias.
-
Sobrevivncia.
A reencarnao evidencia a sobrevivncia do ego aps a morte
do corpo humano, o futuro do ser, atravs de rememoraes de
experincias passadas. A projeo consciente evidencia a mesma
sobrevivncia, atravs de rememoraes interplanos de experincias
atuais. Em ambos os casos ocorrem implicao do fator tempo e a
atuao dos mecanismos de memria.
* Nota do autor: Conforme o ponto de vista expresso pelo autor
mencionado no texto. Ressalvamos que a Terapia de Vidas Passadas tem
suas indicaes e contra-indicaes precisas.
Processos. As reencarnaes pessoais podem ser pesquisadas
pela conscincia projetada atravs da rememorao extrafsica, s vezes
induzidas por amparador, ou executada psicometricamente no plano
extrafsico crosta-a-crosta. Contudo, h encarnado ansioso para
conhecer a sua vida anterior quando foi uma personalidade realizadora,
porque hoje no est realizando o que deveria, numa reao de
compensao parapsicolgica...
No proposio bsica da projeciologia o estudo ou a
pesquisa de vidas anteriores, e apesar disto, fica bastante evidente a
aceitao da Reencarnao por parte dos projecilogos. O captulo
mencionado se estende por diversas pginas detalhando vrios aspectos,
inclusive estudos sobre impresses digitais, etc.
-
O mrito da edificao desta cincia deve-se, sem dvida, ao
ilustre Dr. Valdo Vieira e, a Projeciologia est pronta, e capaz de
oferecer equivalentes cientficos para muitos conceitos religiosos
tradicionais, especialmente no que tange ao modo de comunicao
consciencial: a prece e a evocao, por exemplo, que dependem da
telepatia, podem ter seus resultados confirmados pela conscincia
projetada do corpo humano. A vidncia pode ser vivenciada e sentida
fora do corpo fsico e as colnias espirituais visitadas pela conscincia
projetada. Consideram os adeptos da projeciologia que no s a f cega,
mas at a f raciocinada poder ser substituda pelo conhecimento
pessoal direto, e definitivo, da conscincia projetada extrafisicamente.
Apesar dos indiscutveis mritos da projeciologia, convm
salientar que os mesmos fenmenos j foram estudados por autores do
sculo XIX. A bilocao fsica ou bicorporiedade, termos utilizados pela
cincia esprita, traduzem exatamente o mesmo fato. Os estudos
efetuados na Frana por Allan Kardec (1804-1869) com a designao de
emancipao da alma, embora com terminologia diversa, apresentam o
mesmo contedo fenomnico da Projeciologia.
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16.Psicanlise
A psicanlise um mtodo de investigao psicolgica do
procedimento humano individual e uma orientao teraputica-
psicoterpica que se prope a corrigir os desajustes emocionais
causadores das neuroses e psicoses.
Sigmund Freud, mdico austraco, natural de Viena, foi quem
desenvolveu tanto o mtodo de investigao como os pilares que
sustentam a orientao teraputica da psicanlise. Psiquiatra e
neurologista, professor de neurologia na Universidade de Viena, iniciou
seus trabalhos utilizando hipnotismo mas abandonou esta tcnica para
tentar a sugesto. Foi a partir deste ponto que, celeremente, aprofundou-
se em suas teorias, que culminaram nos mtodos conhecidos como
psicanlise. Seus conceitos, principalmente no tocante Ricardo Di
Bernardi interpretao dos sonhos ou a atribuio de quase to dos os
casos de neurose s represses de desejos sexuais, provocaram grande
impacto e controvrsia no meio cientfico da poca.
Freud, nascido em 1856, desde a ltima dcada do sculo XIX
utilizou o mtodo clnco para o estudo da personalidade humana.
Embora Sigmund Freud fosse quem tivesse desenvolvido o que hoje
consideramos psicanlise, a idia original no foi sua. Essa surgiu na
histria, na mente de um mdico, tambm vienense, Josef Breuer. Foi o
Dr. Breuer que comunicou ao ainda jovem Freud as suas idias sobre o
fenmeno histrico da converso, em que um episdio vivido
conflitivamente pela paciente havia desaparecido de sua memria
consciente e se transformado em memria ou registro corporal.
-
A idia de trazer memria consciente o episdio, e o efeito
teraputico deste fato, acabaram na descoberta de uma estrutura
psquica que passou a ser denominada de inconsciente. Foras mentais,
que representam preconceitos morais, impedem o apareci mento
consciente de memrias e assim surgem conflitos e ansiedades. Segundo
Freud, o procedimento humano tem intensa relao com os instintos
sexuais e a sua no aceitao pela moral de nossa sociedade (re presso).
Esse fato seria o conflito fundamental, motivador das neuroses.
Embora no possamos considerar o pai da psicanlise como
adepto do renascimento, o tema tambm mereceu algumas
consideraes por parte do eminente mdico.
Na obra Pensamentos para Tempos de Guerra e Morte,
podemos extrair o seguinte trecho:
Essas existncias subseqentes no foram, de
princpio, mais que apndices existncia que a morte
levara a um fim; eram existncias ensombradas, vazias de
contedo e pouco valendo. S mais tarde as religies
conseguiram representar esse aps-vida como o mais
desejvel, como o realmente vlido. Depois disso o estender
da vida para trs, para o passado, formar a noo de
EXISTNCIAS ANTERIORES, DA TRANS MIGRAAO DAS ALMAS E DA
REENCARNAAO FOI APENAS COISA CONSEQUENTE, tudo com o
propsito de despojar a morte do seu significado como
trmino da vida. (os destaques so nossos).
No estamos, com a referncia anterior, ingnua mente
acreditando que Freud esteja admitindo a reencarnao mas torna-se
clara a admisso lgica da mesma dentro do contexto da aceitao do
aps-vida.
-
Muitos foram os colaboradores e seguidores de Freud mas CarI
Gustav Jung (1875-1961) destacou-se sobremaneira.
Jung, psiclogo suo, aps se identificar com as bases do
pensamento freudiano passou a estudar o in consciente e, com o passar
do tempo, divergir de algumas opinies de Freud levando-o a separar-se
do mdico vienense. Jung valorizava muito o exerccio constante das
virtudes humanas e chegava a afirmar que a nica forma de
conservarmos a civilizao, ameaada pela desumanidade e pelas foras
do barbarismo se ria pelo desenvolvimento e uso eficaz das virtudes
humanas.
Se Freud apenas tangenciou a questo da Reencarnao e at
relacionou esta teoria com a necessidade humana de encontrar uma
sada lgica ou mecanismo psicolgico de no admitir o trmino da vida,
a posio de Jung parece-nos bem mais explicitada em seus trabalhos.
Jung proferiu uma conferncia intitulada A Respeito do
Renascimento na qual encontramos as seguintes citaes:1
Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de facilitar o acesso aoconhecimentoaquemnopodepagaretambmproporcionaraosDeficientesVisuaisaoportunidadedeconheceremnovasobras.Se quiser outros ttulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, ser um prazer receblo em nossogrupo.
-
Metempsicose: o primeiro dos cinco aspectos de renascimento
com os quais desejo atrair a ateno a metempsicose, ou transmigrao
das almas. De acordo com este ponto de vista nossa vida prolongada no
tempo, passando atravs de diferentes existncias corpreas, ou, de um
outro ponto de vista, uma vida em seqncia, interrompida por
diferentes reencarnaes. No h certeza de ser ou no garantida a
continuidade da personalidade. Pode haver, apenas, uma Reencarnao:
esse conceito de renascimento implica, necessariamente, a continuidade
da personalidade. Aqui, a humana personalidade vista como contnua e
acessvel memria, de forma que, quando algum encarnado, ou
nasce, pode, pelo menos potencialmente, recordar aquele que viveu
atravs de existncias anteriores, sendo essas vidas as dele prprio, isto
, vidas que tinham a mesma forma-EU da vida presente. Via de regra, a
reencarnao quer dizer renascimento num corpo humano.
O renascimento no um processo que possamos, seja como
for, observar. No podemos medir, nem a continuidade do Carma, nem
pesar, nem fotografar tal coisa. Isso fica inteiramente para alm do senso
de percepo.
Temos de nos ver, aqui, como uma realidade puramente
psquica, que nos transmitida indiretamente atravs de declaraes
pessoais. Um fala sobre renascimento. Isso aceitamos como
suficientemente real. Sou de opinio que a psique o fato mais tremendo
da vida humana. O simples fato de pessoas falarem sobre renascimento,
e de haver um tal conceito, significa que um cabedal de experincias
psquicas, designadas com aquele termo, DEVE REALMENTE EXITIR. (O
destaque nosso).
-
O renascimento uma afirmao que deve ser contada entre as
afirmaes primordiais da humanidade. Essas afirmaes primordiais
so baseadas naquilo que ns chamamos de arqutipos. Deve haver
acontecimentos psquicos subjacentes nessas afirmaes, assunto que
psicologia cabe discutir, sem entrar em todas as suposies metafsicas e
filosficas em relao sua importncia.
Jung teve sua autobiografia publicada pstuma mente tendo
recebida a titulao Memria, Sonhos e Reflexes. Desta obra podemos
destacar alguns trechos onde a referncia a reencarnao tambm
nitidamente favorvel.
Minha vida, tal como vivi, muitas vezes pareceu-me
uma histria sem princpio nem fim. Tinha a impresso de ser
um fragmento histrico, um excerto do qual o texto
PRECEDENTE E SUBSEQUENTE ESTAVAM FALTANDO. (Destaque
nosso). Podia bem imaginar que tinha vivido em sculos
anteriores e ali deparado com questes que ainda no era
capaz de resolver. E QUE RENASCERA POR NO TER CUMPRIDO A
TAREFA QUE ME FORA DADA. Quando eu morrer, minhas aes iro
comigo, isso o que eu imagino. Levarei comigo o que fiz.
No entretempo, importante garantir que no chegue ao fim
com as mos vazias.
-
A significao da minha existncia tem uma pergunta
que me endereada. Ou, ao contrrio, eu prprio sou uma
pergunta dirigida ao mundo, e devo comunicar a minha
resposta, por que, de outra maneira, fico dependente da
resposta do mundo. Esta uma tarefa de vida superpessoal,
que cumpro somente com esforo e dificuldade. Minha forma de
fazer a pergunta bem como a minha resposta podem ser
insatisfatrias. Sendo assim, algum que tem o meu carma -
ou eu prprio - tinha de renascer, a fim de dar uma resposta
mais completa.
Pode acontecer que eu no torne a nascer, se o mundo
no precisar dessa resposta, e que no sejam outorgadas
vrias centenas de anos de paz, at que algum se interesse
por esses assuntos e possa, proveitosamente, realizar a
tarefa, seja necessrio, nova mente. Imagino que por algum
tempo um perodo de repouso deva seguir-se, at que o
quinho por mim realizado em minha existncia precise ser
novamente as sumido.
Parece-me provvel que aps a morte existam certas
limitaes, mas que as almas dos mortos iro aos poucos
descobrindo onde fica os limites do seu estado de liberao.
Algures, por ali, deve haver um determinante, uma
necessidade condicionando o mundo, necessidade que procura
colocar um fim no estado do aps morte. ESSE DETERMINANTE
CRIATIVO, ASSIM PENSO, DEVE DECIDIR QUAIS SAO AS AL MAS QUE
DEVEM MERGULHAR NOVAMENTE NO NASCIMENTO. (Destaque nosso).
-
Cari Gustav Jung tornou-se famoso pela criao do conceito do
inconsciente coletivo segundo o qual o ser humano um ser coletivo isto
, um representante de sua espcie num determinado momento de
desenvolvimento, desde os tempos ancestrais. Chamou ateno para os
arqutipos que so imagens primitivas (arquiprimitivas) gravadas na
mente desde a fecundao. Pertencem ao patrimnio comum da
humanidade, encontram-se em todas as mitologias e so expresso do
inconsciente coletivo.
Os enfoques nitidamente espiritualistas bem como as reflexes
acerca das vidas sucessivas, que Jung deixou para seus psteros,
lamentavelmente so pouco conhecidas e difundidas at,
surpreendentemente, ao dialogarmos com psicanalistas alguns deles
desconhecerem ou negarem ser Gari Gustav Jung tambm um
reencarnacionista.
17.Parapsicologia
Assim como o universo fsico vem sendo substitudo pelo
conceito de universo energtico a psicologia moderna vem abrindo
espaos para uma viso cada vez mais aberta ao elemento extrafsico e
transcendente aos sentidos comuns do ser humano.
Na realidade, como a Psicologia est sujeita aos postulados
fsicos das demais disciplinas cientficas, persistem, em maioria, as
posies tradicionalmente rgidas que observam com descrdito, ou
reserva, o surgimento de novas correntes que investigam os fenmenos
paranormais ou mesmo admitem ser a mente um elemento extrafsico
capaz de sobreviver morte biolgica.
-
A Parapsicologia o processo cientfico de investigao dos
fenmenos inabituais, que podem ser de ordem psquica ou
psicofisiolgica. No propriamente uma cincia, conforme ponderaram
os seus pioneiros, pois, se considera uma ramificao ou derivao da
Psicologia. Pretende conquistar para a Psicologia uma rea de fenmenos
ainda desconhecidos pela cincia.
Os mencionados fenmenos inabituais foram designados pela
Parapsicologia como fenmenos paranormais ou ainda fenmenos psi.
Mas vejamos o que so os tais fenmenos de uma forma simplificada:
Se algum, de olhos fechados e vendados, consegue, sob rgido
controle laboratorial, ler uma pgina de uma obra escolhida por um
grupo de cientistas, no um fato comum, ou normal, portanto, trata-se
de um fenmeno paranormal. Assim, a telepatia, a clarividncia, a
premonio, a psicocinesia ou movimentao de objetos pela ao da
mente, so do interesse da Parapsicologia.
A Parapsicologia se fundamenta na pesquisa cientfica de
laboratrio, arduamente realizada, com to dos os rigores necessrios do
controle cientfico, ob tendo resultados que so submetidos a tratamento
ma temtico a fim de que possam ser corretamente aferi dos.
Diversamente disto, o que existe simples empirismo, charlatanismo ou
ingenuidade. As pessoas que se interessam pela Parapsicologia precisam
saber, antes de tudo, que uma disciplina cientfica no admite exibies
do tipo teatral.
O parapsiclogo srio, ou, simplesmente, o autntico estudante
da parapsicologia, jamais dar espetculos em programa de televiso ou,
muito menos, em sales pblicos, shows de ilusionismo ou efetuar qual
quer tipo de demonstrao pelo mtodo de esquina de rua.
-
Como toda nova cincia, ou disciplina cientfica, a
Parapsicologia tem sido vtima de muitos aventureiros que o leigo no
logra distinguir dos investigadores ou estudiosos honestos.
Observa-se, tambm, que interesses pessoais ou de grupos so
freqentemente infiltrados no meio cientfico, isto porque fenmenos
tidos como milagres ou mistrios passam a ser objeto da cincia.
Os parapsiclogos da linha do Prof. Joseph Banks Rhine, que
iniciou seus estudos na Duke University, Carolina do Norte nos Estados
Unidos, encaram os fenmenos como de natureza psicolgica,
consideram a natureza extrafsica da mente, a possibilidade de sua
sobrevivncia aps a morte e inclusive a comunicao, ou transmisso
teleptica aps a morte fsica.
O Prof. Whately Carington, da Universidade de Cambridge,
chegou a formular uma teoria parapsicolgica da existncia post-
mortem.
O Prof. Harry Price, da Universidade de Oxford, sustenta a tese
que a mente humana sobrevive mor te e tem o mesmo poder da mente
do homem vivo de influenciar outras mentes do mundo material.
O Prof. Soal, da Universidade de Londres, realizou com xito
experincias de voz direta, ou pneumatofonia, onde a voz de um
comunicante espiritual ouvida no espao sem a presena de um
mdium.
Louise Rhine realizou inmeras experincias na Duke
University, as quais sugerem a participao de inteligncias
extracorpreas, conforme comentrios do livro O Novo Mundo da Mente
de J. B. Rhine, seu esposo.
-
Ao contrrio dos pesquisadores citados, existem alguns que
seguem a linha de Robert Amadou, que na Frana, refora a posio
catlica segundo a qual os fenmenos so de ordem inferior, relacionados
ao psiquismo primitivo ou animal, portanto, no podem pro var nada a
respeito da alma ou de sua sobrevivncia. Muitos ministros religiosos
talvez preocupados com esta sbita incurso da cincia em terreno
alheio divulgam com veemncia os conceitos desta linha
parapsicolgica.
Na Rssia, Leonid Vassliev considera serem to dos os
fenmenos paranormais como meramente fisiolgicos, exemplificando: Se
uma sensitiva russa colocando as mos sobre um texto consegue l-lo,
com os olhos vendados, deve possuir nas terminaes nervosas dos
dedos estruturas visuais desconhecidas O professor J. Herculano Pires,
do Instituto Paulista de Parapsicologia, publicou atravs da editora
Edicel Ltda um excelente livro, Parapsicologia Hoje e Amanh, no qual
coloca didaticamente todo o histrico, e as perspectivas futuras desta
nova cincia apresentando inclusive as diversas vises das melhores
escolas de Parapsicologia. Como existem muitos livros de autores
comprometidos com outros interesses e de qualidade duvidosa pedimos
escusas, mas, fazemos aqui, sua indicao.
No que diz respeito a questo das vidas sucessivas, a
Parapsicologia muito tem contribudo, ao contrrio do que afirmam
alguns religiosos, para a comprovao da teoria da Reencarnao.
Pesquisadores russos, dentre os quais destaca mos o Prof.
Vladimir Raikov, efetuaram experincias por sugesto hipntica que
denominaram reencarnaes sugestivas Nestes casos os sensitivos se
descreviam, em detalhes, vivendo em outra poca, outra cidade, com
outra personalidade, mas a mesma individualidade.
-
As investigaes sobre Reencarnao, no meio universitrio,
tiveram, ao que parece, no Prof. Dr. Hamendras Nat Banerjee, da
Universidade de Jaipur, provncia de Rajastan, na ndia, o pioneiro que
abriu novos caminhos s pesquisas subseqentes. A partir de 1954,
estabeleceu, o eminente indiano, uma sistemtica rigorosa para a
documentao dos casos registrados. Vrios livros, nos quais apresenta o
resultado de seus trabalhos, foram editados em ingls pela prpria
universidade, alcanando repercusso internacional. O nmero de casos
que compunha o fichrio de suas pesquisas j ultrapassava a 1000, em
1974.
Uma das dificuldades naturais para a aquisio da
respeitabilidade internacional ao seu trabalho esteve sempre ligada ao
fato do mesmo ser dirigido por um indiano. Como a ndia composta por
uma populao de carter iminentemente reencarnacionista e seu povo
considerado mstico, no sentido pejorativo do termo, ocorre,
automaticamente, um preconceito cientfico por parte de outros grupos
pertencentes a diferentes etnias.
Considerando esta adversidade, Banerjee passou a tomar
extrema cautela, por vezes excessiva, com relao as suas concluses,
quando havia oportunidade de definir a Reencarnao como um
fenmeno com provado cientificamente.
Em funo da tendncia preconceituosa, com relao a ndia e
aos indianos, sustentou sempre um posio rigorosamente cientfica
embora chegasse a admitir ser a reencarnao a hiptese mais lgica
para explicar os fenmenos pesquisados.
-
De autoria do Prof. Dr. Ian Stevenson, o livro Twenty Cases
Sugestive of Reincarnation, que foi traduzido para o portugus com o
ttulo correspondente (20 Casos Sugestivos de Reencarnao), apresenta
uma investigao detalhada de duas dezenas de casos escolhidos do seu
arquivo universitrio que, na poca, j continha 600 casos.
Posteriormente, ampliou-se para mais de 2000 casos devidamente
documentados.
Stevenson, tal qual Banerjee, no segue o mtodo do seu colega
russo Raikov, que optou pela regres so de memria utilizando tcnicas
hipnticas. Tanto o investigador norte-americano como o indiano, ao
contrrio de Raikov, preferem o exame dos relatos espontneos de
lembranas de vidas anteriores revela das por crianas. Conforme estes
cientistas, os casos espontneos tm a vantagem da naturalidade,
enquanto alguns sacerdotes tem se especializado em rejeitar qualquer
fenmeno que ateste a existncia dos espritos. Lamentavelmente,
existem sacerdotes que vm usando de truques mgicos para falar e
procurar demonstrar fenmenos paranormais. O ncleo dos mgicos
profissionais de Niteri, atravs da sua revista Mirade Mgica nos
nmeros 9 e 10 de abril e maio de 1965, chega a criticar este fato.
Determinadas atitudes, como a anteriormente mencionada,
tornam cada vez mais difcil a aceitao, por parte da comunidade
cientfica, as provas da Reencarnao obtidas por parapsiclogos. No
entanto, as mesmas esto se avolumando.
18.Antroposofia
O termo Antroposofia significa sabedoria do homem. Conforme
o Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, o termo correto seria
antroposofia embora adote-se comumente a grafia com apenas um s.
-
A Antroposofia teve origem no movimento teosfico que se
ramificou em funo de divergncias conceituais entre alguns de seus
pensadores, com Helena Petrovna Blavatsky. A Sociedade Teosfica,
fundada em 1875, apresentou como expresso maior aquela que
literariamente passaria a histria como Madame Blavatsky, teosofista
russa que obteve iniciao no budismo esotrico durante viagens de
estudo que fez ndia, frica e Amrica.
O fundador da Antroposofia, quando este movimento separou-
se da Sociedade Teosfica, foi o austraco Rudolf Steiner, nascido em
1861 e desencarnado em 1925. Steiner foi estudioso em matemtica e
cincias naturais. Suas teorias sobre educao, usando a arte como
teraputica para deficientes mentais, tiveram resultados significativos.
Realizou vrios trabalhos em diversos setores do conhecimento sendo a
medicina antroposfica e a educao, talvez, os que encontraram maior
receptividade entre os profissionais das reas em questo.
Rudolf Steiner deixou inmeras referncias a re encarnao em
suas obras. Observemos em Reencarnao e Carma: Sua Significao
na Cultura Moderna, o trecho transcrito abaixo.
-
Que significaria a reencarnao para o todo da
conscincia do homem, para o todo de sua vida de sentimento
e de pensamento? As pessoas que pertenceram s pocas
iniciais da civilizao ocidental e a grande maioria das que
vivem no tempo presente agarram-se ainda crena de que a
vida espiritual do homem, aps a morte, inteiramente
separada da sua existncia terrena. O conhecimento da
reencarnao e do carma transforma inteiramente esta idia.
O que est na alma de um homem que passou atravs das portas
da morte tem significao no s para a esfera alm da
terra, mas o prprio futuro da terra depende do que foi a
vida dele, entre o nascimento e a morte. Toda a configurao
futura do planeta, bem como a vida social do homem no
futuro, depende de COMO OS HOMENS VIVERAM EM SUAS
REENCARNAES ANTERIORES. (Desta que nosso). Um homem que
assimilou essas idias sabe: de acordo com o que fui na vida
terei um efeito sobre tudo quanto tem lugar no futuro,
sobre toda civilizao do futuro! O sentimento de
responsabilidade ser intensificado at um ponto que
anteriormente seria impossvel e outras intuies morais
iro seguir-se.
Segundo analista de questes religiosas e filosficas, as teorias
antroposficas teriam alguns fundamentos cristos combinados com
misticismo alemo e forte tempero esotrico. As almas humanas
procederiam de Deus tal qual os raios solares procedem do Sol, tendo
sido aprisionadas pela matria em conseqncia do pecado. A libertao
da alma pode ser favorecida pela prtica de determinados exerccios
espirituais e fsicos. Cristo teria tido outras encarnaes anteriores
dentre as quais como Mitra e Dioniso.
-
A sede do movimento antroposfico se instalou em Basilia e foi
denominada Goetheanum, Devido a ao de populares fanticos, e
adversrios, sua sede foi incendiada em 1922 tendo sido reconstruda
posteriormente.
Para percebermos ainda melhor a viso reencarnacionista de
Rudolf Steiner transcrevemos mais um trecho de uma de suas obras:
PERGUNTA: possvel compreender, de acorda com a lei da
Reencarnao e do Carma, como uma alma altamente desenvolvida pode
renascer numa criana indefesa, no desenvolvida? Para muitas pessoas
o pensamento de que temos de comear vrias vezes, desde a infncia,
intolervel e ilgico.
RESPOSTA: Tal como o pianista deve esperar que o
construtor de pianos faa um em que possa expressar suas
idias musicais, a alma deve esperar com as faculdades que
adquiriu numa vida anterior, que as foras do mundo fsico
tenham construdo os rgos corporais at o ponto em que
possam expressar essas faculdades.
Se a alma simplesmente entrasse no mundo em seu estgio anterior, seria um estrangeiro nele. O perodo de infncia vivido a fim de trazer harmonia entre a velha e a nova condio. Como poderia um dos mais talentosos romanos antigos aparecer em nosso mundo presente, se tivesse simples mente nascido em nosso mundo com os poderes que adquiriu? Um poder s pode ser empregado quando em harmonia com o mundo derredor. O pensamento de que temos de nascer como crianas no , portanto, nem ilgico nem intolervel, pelo contrrio, seria intolervel o nascermos como um homem completamente desenvolvido num mundo em que seramos estrangeiros.
-
19.Logosofia
Carlos Bernardo Pecotche, pensador argentino, foi o fundador
da primeira Escola de Logosofia, em 1930, na cidade de Crdoba,
Argentina. Pecotche, nascido em 1901 e falecido em 1963, naquela
cidade, l desenvolveu seus estudos que posteriormente se disse
minaram pela Argentina, Uruguai e Brasil. Atualmente se encontram
grupos logosficos no s nas Amricas, mas, tambm, em outros
continentes.
A Logosofia uma doutrina tico-filosfica que tem por objetivo
ensinar o ser humano a autotransformao por meio de um processo de
evoluo consciente, libertando assim o pensamento das influncias
sugestivas. Considera que os pensamentos so autnomos e
independentes da vontade individual e que nascem e cumprem suas
funes sob influncia de estados psquicos e morais.
O primeiro Congresso Internacional de Logosofia foi realizado
em Montevidu, em 1960. No Brasil, o primeiro evento internacional
efetivou-se em 1965 atravs da primeira Jornada Juvenil Logosfica
Internacional.
-
Os logsofos, denominao atribuda a pessoas que se dedicam
ao estudo da Logosofia, no se consideram religiosos. Apesar de no
observarmos referncias claras a reencarnao nesta doutrina, h nas
obras de Pecotche, uma expresso que lembra o seu contedo filosfico.
Em diversas obras logosficas detectamos ensinamentos sobre
conhecimentos que o indivduo j trs consigo ao nascer. A herana de
si mesmo, terminologia utilizada pelos autores logosficos, apresenta
caractersticas diferentes dos conceitos reencamacionistas clssicos, pois
no relaciona esta herana com as vidas passadas; no entanto, as
modernas filosofias espiritualistas, que contm a reencarnao como
base de seus raciocnios, consideram que o indivduo embora se
apresente como uma nova persona, a cada nova encarnao, , na
essncia, a mesma individualidade e herda de si mesmo o seu
aprendizado do passado que ficou estratificado a nvel inconsciente.
As principais obras de Pecotche foram:
-Axiomas y Princpios de Logosofia, -Penas Bblicas, -Nueva
Concepcin Politica, -EI Mecanismo de La Vida Consciente, e, -El
Espiritu (Raumsol)
20.Cristianismo
A expresso maior do ensinamento de Jesus Cristo parece ter
sido simbolizada pelas circunstncias do seu nascimento, que, conforme
diz a tradio, teria ocorrido em uma manjedoura. A essncia da
doutrina crist, segundo a exemplificao do seu modelo, deveria se
caracterizar pela simplicidade e humildade.
-
A mensagem do cristianismo, conforme a vivncia de Jesus, foi
um cdigo de fraternidade e de amor a todos os coraes. Segundo
diziam os profetas do Velho Testamento, Jesus revelaria a humanidade a
mensagem de Deus. Assim, aos homens de boa vontade de todo o
planeta trouxe a Boa Nova, que o que significa, o Evangelho.
A palavra do mestre Jesus, mansa e generosa, reunia todos os
sofredores e pecadores indistintamente. Sempre escolheu os ambientes
mais pobres para demonstrar e viver suas lies sublimes, mostrando
aos homens que a verdade dispensava o cenrio suntuoso dos templos,
para fazer-se ouvir em sua misteriosa beleza.
Suas pregaes, nas praas pblicas, visavam atingir a todos,
mas, em especial, aos mais desprotegidos.
Combateu pacificamente todas as violncias oficiais do
judasmo, renovando a lei antiga do olho por olho, dente por dente com
a lio de perdoar os inimigos.
Espalhou o conceito da vida imortal, demonstrando existir algo
alm das ptrias, bandeiras e leis humanas.
Disse Jesus sobre a vida aps a morte fsica: H muitas
moradas na casa de meu pai.
Falou de tudo, mas usava de parbolas que continham ou
encobriam um sentido mais profundo nos seus ensinamentos.
Com referncia a Reencarnao, encontramos nos evangelhos
diversas aluses das quais destacamos as seguintes:
Joo, captulo I versculos de 1 a 20, Mateus, captulo XVI,
versculos 13 a 27, Mateus, captulo XVII, versculos 10 a 13, Marcos,
captulo VI, versculos 14 a 16, Marcos, captulo IX, versculos 11 a
13, Lucas, captulo IX, versculos 7 a 9.
-
Comentaremos alguns destes textos; antes, porm,
observaremos uma curiosidade nos evangelhos de Marcos, captulo VIII,
versculos 27 e 28, e Mateus, captulo XVI, versculos 13 e 14. Saiu
Jesus para as aldeias de Cesrea de Felipe e no caminho interrogou os
discpulos dizendo: Quem diz os homens que eu sou? E eles
responderam: Joo Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos
profetas.
Torna-se muito evidente neste trecho, repetido por dois
evangelistas, como os judeus tinham clara a idia do retorno pela
Reencarnao, De maneira nenhuma poderiam estar confundindo a
pessoa fsica de Jesus com Jeremias, Elias, ou qualquer dos profetas que
ha viam vivido muitos sculos atrs. Os judeus estavam supondo que
Jesus pudesse ser a reencarnao de algum dos profetas. E verdade que
se torna claro nos versculos seguintes que o Mestre no era, de fato
algum destes profetas renascidos, mas, tambm, in contestvel a idia
da Reencarnao presente na resposta dos apstolos, como um conceito
bastante conhecido dos mesmos.
No entanto, onde Cristo daria o seu aval a esta crena? Teria
Ele igualmente se manifestado de forma favorvel a idia do
renascimento? Nas passagens acima mencionadas apenas se pode
concluir que o conceito palngensico foi citado de forma muito natural
pelos judeus, pois inclusive eram diversas as verses de quem Cristo era
a Reencarnao (Elias, Jeremias, etc...)
Apesar da suavidade dos ensinamentos evanglicos do
cristianismo, o mesmo foi convertido em bandeira de separatividade e
destruio. Com exceo dos cristos primitivos que assimilaram
corretamente sob o smbolo do peixe, toda a beleza e profundidade dos
ensinamentos de Jesus, o inverso sucedeu com os continuadores
humanos da doutrina crist.
-
Em nome de Cristo incendiaram e trucidaram, massacrando
esperanas em muitos coraes. Os conceitos de humanidade e pobreza
foram dando lugar, gradativamente, a uma luxuosa hierarquia cujo pice
era personificada pelo Papa, o chefe da Igreja.
Observemos, no cristianismo, as alteraes tanto de forma
como de contedo na seqncia cronolgica abaixo.
At o ano de 70 d.C., Jerusalm centralizava a liderana,
passando posteriormente para Roma at o fim do sculo 1.
Do ano 270 at 370 d foram criados os altares nas igrejas, cada
vez mais suntuosos e com recursos extrados dos fiis.
No ano de 400 d.C., foi institudo o sinal da cruz ao invs do
peixe, alterando um smbolo por outro que expressava mais a morte
fsica e o sofrimento material do que a essncia dos seus ensinamentos.
Em 500 d.C., criou-se o purgatrio.
Em 553 d.C., 02 Conclio de Constantinopla condenou as
opinies de Orgenes, reencarnacionista e grande telogo cristo, e
tambm dos gnsticos, trazendo, esta atitude da igreja, o descrdito ao
princpio da reencarnao.
Apesar de algumas reaes posteriores, como do Cardeal
Nicolau de Cusa que sustentou, em pleno Vaticano, a pluralidade das
vidas e dos mundos habitados, com a concordncia do Papa Eugnio IV
(1431-1447), havia o interesse em se sepultar esse conhecimento. Ento,
ao invs de uma concepo simples e clara do destino, compreensvel
para todos, conciliando a justia divina com a desigualdade das
condies e sofrimentos humanos, comeou a se edificar todo um
conjunto de dogmas que lanam a obscuridade sobre os problemas da
vida, revoltam a razo e acabam afastando o homem de Deus.
-
Em funo da necessidade do domnio e exerccio da
autoridade sobre os fiis, houve uma crescente valorizao do sofrimento
fsico do Cristo, na Cruz, em detrimento do estudo da filosofia crist.
0 2 Conclio de Constantinopla condenou a dou trina da
Reencarnao considerando-a como heresia; passou-se, ento, a
perseguir seus adeptos com uma ferocidade inigualvel. Curiosamente
no havia Papa presente a este Conclio. Alis, aproveitamos a
oportunidade para lembrar que sempre haver a justificativa da ausncia
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