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Post on 11-Apr-2020

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Direitos humanos e

violência

Os problemas

ligados à violência

são numerosos,

complexos e de

natureza distinta.

Violência

Sociologia: causas e efeitos da violência urbana.

Antropologia: ritos e manifestações da violência em diversas comunidades.

Psicologia: a violência como manifestação inata de instintos primitivos.

Direito: legitimidade do seu emprego e sua justificação racional.

A violência está ainda enredada em problemas conceituais

referentes à distinção entre:

Poder X Coação

Vontade consciente X pulsão

Determinismo X Liberdade

A violência é um fenômeno

• Multicausal

• Pluridimensional

• Multifacetado

O que é a violência?

Toda ação cometida ou omitida que implique a morte de uma ou mais pessoas ou que lhes inflige, de maneira intencional ou não, sofrimento, lesões físicas, psíquicas ou morais contra a sua vontade ou com o concurso da mesma.

Questionamentos

• Por que agimos de forma violenta? • Por que somos, em princípio, contra a

violência e, em certas ocasiões, a praticamos?

• Em que situações a violência pode ser praticada?

• Podem existir uma fundamentação racional e uma justificação moral da violência?

“ Por que morrer e matar de raiva, de fome e de sede são

tantas vezes gestos naturais ?”

Caetano Veloso

A violência envolve

Ações

Pessoas

Situações

A Violência

• Horroriza

• Constrange

• Envergonha

• Inquieta

• Aterroriza

• Revolta

A violência e a questão da moralidade

A violência pode ser considerada como um ato moralmente negativo, mas nem todo ato moralmente negativo se caracteriza como violento.

Violência e poder

O poder da violência nem sempre se traduz em violência do poder.

Existem formas de poder que são exercidas de maneira não violenta.

A violência e seus aspectos físicos

Torturas

Agressões

Maus tratos

Homicídios

Lesões corporais

Roubos Mutilações Ferimentos

Sofrimento

Mortes

O problema social da violência

• Fragmentação do espaço urbano;

• Degradação da vida nas grandes cidades;

• Miséria econômica;

• Marginalização social;

• Desemprego.

• Acesso desigual à terra;

• Concentração fundiária;

• Estruturas arcaicas de poder;

• Violação dos direitos civis dos trabalhadores rurais;

• Milícias armadas por latifundiários;

• Precarização das relações de trabalho.

Os fatores socioeconômicos são quase sempre necessários para explicar certos tipos de violência, mas não são suficientes para elucidar a sua origem onto-axiológica.

A desigualdade social é um fator predisponente e, em alguns casos, condicionante da violência, mas tudo depende do contexto, das relações intersubjetivas, dos fatores psicossociais, da estatura moral dos indivíduos, ou seja, o problema envolve dimensões existenciais complexas.

Nosso modo de compreender e definir a violência depende do(a)s:

• Valores sociais

• Regras culturais

• Ordenamentos normativos

• Circunstâncias históricas

O surgimento e o recrudescimento da violência depende do modo como a ela reagimos.

Questionamento

Por que somos tão instáveis em nossas formas de compreensão e em nossas atitudes de reprovação da violência?

Deve-se evitar

A naturalização do fenômeno da violência.

A violência não é diretamente proporcional ao acirramento da luta pela sobrevivência.

Existem muitos atos violentos destituídos de interesse de sobrevivência.

A violência = simples instinto de agressão?

Agressividade

Instinto de combate

Todavia, no homem o instinto de combate ultrapassa o interesse de sobrevivência da espécie.

Os sistemas de controle (direito, moral, religião) e os ritos de inibição (esportes, artes) da agressividade não conseguem suprimir os impulsos hostis e destrutivos dos homens.

Hobbes : Homo homini lupus.

Fatores desencadeadores da

violência

• Perda de referenciais éticos

• Individualismo anárquico

• Segregação social

• Cultura do medo

• Exacerbação dos conflitos

• Enfraquecimento dos laços de sociabilidade.

A adoção de penas draconianas, a ameaça da pena de morte ou a redução do limite etário de imputabilidade também não são suficientes para arrefecer a marcha crescente da violência enquanto fenômeno de sociedade.

Banalização da violência

• Coisificação (reificação) do homem

• Desumanização dos indivíduos

• Perseguição/aniquilamento

• Exclusão/marginalização

• Eliminação de toda qualidade humana superior.

Violência: o que justifica a sua emergência?

• A impotência da razão (crise da racionalidade) ?

• A fraqueza da vontade (moral hedonista)?

• O modelo de civilização?

• O determinismo biológico?

• A nossa insensibilidade aos fenômenos extremos?

Como conter a marcha irrefreável da violência?

• Fortalecendo uma educação em direitos humanos?

• Por intermédio de campanhas conscientizadoras?

• Com o combate ostensivo ao crime organizado?

• Instituindo uma cultura da paz?

Como encontrar respostas ou saídas para o insano, a brutalidade, a selvageria?

O espanto e a perplexidade são as únicas armas que nos restam diante da tragédia, do atroz, do mal radical?

A violência e a questão do mal

O que é o mal?

Qual a sua origem ?

Por que o praticamos?

O mal é uma perversão da razão ou é produto da fraqueza da vontade?

Em face de tantos genocídios, limpeza étnica, massacre de populações civis, tribalismos e intolerância, como acreditar no progresso moral da humanidade?

O mal é uma entidade metafísica, um fato natural ou é produto da decisão humana ?

• Intelectualismo moral socrático ninguém pratica o mal deliberadamente (o mal está ligado à ignorância).

• Kant mal radical liberdade autonomia da vontade decisão consciente.

“O problema da radicalidade é substituído hoje pelo da banalidade do mal.”

(Hannah Arendt)

O mal não é obra de uma força demoníaca ou de um gênio maligno.

O mal pode originar-se de cidadãos comuns, sujeitos normais, pessoas honestas e responsáveis.

Arendt denuncia a normalidade de seus autores. Homens ordinários que se transformam em assassinos cruéis. A ameaça aterradora de indivíduos comuns que se transmutam em diabos com formas humanas.

Mal Ordinário

Como entender e justificar as numerosas zonas sombrias que habitam nosso comportamento ?

Como compreender o problema da existência do mal em um mundo governado por um Deus bom ?

Como aceitar aquilo que não pode ser justificado?

O mal desafia o pensamento porque elimina a medida do humano.

Como instituir uma cultura da paz num mundo onde os fenômenos extremos são sempre possíveis?

Muitas coisas são inquietantes, mas nada é mais inquietante do que o homem.

Obras: Eichmann em Jerusalém Condição Humana Hannah Arendt

Adaptação de: Manoel dos Passos da Silva Costa

Referências

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