dionísio - da hierarquia celeste
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8/14/2019 Dionsio - Da Hierarquia Celeste
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Da Hierarquia Celeste
Pseudo-Dionsio
Fonte: www.fatheralexander.org
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Captulo I
A Luz irradia do Pai. A Luz sa dEle para nos iluminar com os
Seus excelentes dons. Apenas Ela nos restabelece e nos eleva.
Ela que nos converte unidade do Pai segundo as Sagradas
Escrituras: Porque Dele, por Ele e para Ele so todas as
coisas (Rom 11: 36).
Toda a ddiva excelente e todo o dom perfeito vm do alto edescende do Pai das Luzes (Tg 1: 17).
por isso que invocando Jesus, Luz do Pai, atravs do Qual
temos acesso ao Pai, princpio de toda a Luz, elevemos nossos
olhos tanto quanto pudermos at as iluminaes provenientes
das Sagradas Escrituras e iniciemos na medida das nossas foras,
no conhecimento da hierarquia das inteligncias celestes tal
como nos revelam as prprias Escrituras: (O Verbo) era a Luz
verdadeira, que ilumina todo o homem que vem a este
mundo (Jo 1:9).
Os santos que primitivamente regularam os nossos ritos
religiosos, organizaram a nossa hierarquia sagrada segundo o
modelo das hierarquias celestes. Essas hierarquias encontram-
se revestidas na sua descrio de uma variedade de figuras e
formas materiais para que elevemos a nossa compreenso de
forma analgica desses smbolos, s realidades espirituais, das
quais esses smbolos so apenas imagens.
De fato, para ns impossvel a contemplao das hierarquias
celestes sem utilizarmos meios materiais adequados a nossa
natureza para nos guiarmos nessa contemplao. A beleza
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manifesta-se na harmonia das figuras, os aromas agradveis
representam a iluminao intelectual, a luz material
representa a efuso de luz imaterial e a recepo da Santa
Eucaristia manifesta a participao em Jesus.
A nossa prpria hierarquia imita a hierarquia celeste o tanto
quanto possvel enquanto instituio humana, a fim de que ela
entre em colegialidade com o sacerdcio anglico.
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Captulo II
necessrio que elevemos a nossa compreenso a partir das
alegorias com as quais as inteligncias celestes nos so
representadas nas Sagradas Escrituras, a fim de no deduzirmos
como pensaria qualquer pessoa desprevenida, que as
inteligncias celestes tm vrios ps e vrios rostos, que elas se
assemelham ao gado como os bois, que apresentam o aspectoselvagem do leo, o bico curvo da guia, ou ainda, que
possuem asas e penas como as aves. No devemos imagin-las
como rodas inflamadas girando no cu, como guerreiros a
cavalos armados de lanas, nem sob outras formas que as
Sagradas Escrituras nos transmitem atravs de uma variedade
de smbolos reveladores.
Se os telogos aplicaram essa imaginao potica s
inteligncias celestes foi porque tiveram em conta o carter
humano da nossa inteligncia, a fim de nos proporcionarem
um meio de elevao espiritual adaptado a nossa natureza.
Se aceitarmos essas alegorias como figuraes de realidades que
no podemos conhecer nem contemplar, julgaremos que as
imagens usadas pelas Sagradas Escrituras para representar as
inteligncias celestes so inadequadas ao seu objetivo, que os
nomes atribudos aos anjos no correspondem seno muito
parcialmente s realidades que sugerem. Contrapomos, que
para materializar os anjos os telogos deveriam ter utilizado
imagens tanto quanto possvel adequadas ao seu objeto,
utilizando substncias que consideramos como sendo as mais
nobres, ao invs de ligar essas realidades uma multiplicidade
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de figuras retiradas do que poderia ser considerado como
pertencendo s mais baixas realidades terrestres. Assim, a
alegoria seria mais rica de ensinamentos espirituais e no nos
arriscaramos a ofender a dignidade das potncias divinas. Com
efeito, no seramos levados a imaginar que o cu est cheio de
rebanhos de lees, manadas de cavalos, bandos de pssaros e de
outros animais com essas alegorias inadequadas?
Mas se procurarmos a verdade estar claro para ns, que os
autores Sagrados tiveram o cuidado providencial de
simultaneamente dar expresso contida a tudo isso que os
nossos contraditores consideram um ultraje s potncias
divinas e nos pouparo dos riscos de uma ligao excessiva a
tudo que tais smbolos podem ter de baixo e vulgar.
Se necessrio dar figura ao desfigurado, dar forma ao que est
sem forma, no somente porque somos incapazes de
contemplar diretamente essas realidades, mas porque convm
s passagens msticas das Sagradas Escrituras ocultar sob a
forma de enigmas, a santa e misteriosa unidade dessas
inteligncias que no pertencem a esse mundo. Porque nem
todos so santos e como dizem as Sagradas Escrituras: Mas
nem em todos h a cincia (1Co 8:7).
Quanto ao carter inadequado das imagens escritursticas,
necessrio responder a essa objeo afirmando que a revelao
do sagrado se faz de dois modos: o primeiro modo procede por
imagens adequadas ao seu objeto; o segundo modo pelo
contrrio passa pela inadequao das imagens que modela
levada at extrema inacreditibilidade, at o absurdo. por isso
que as Sagradas Escrituras se referem a Trindade sobreessencial
com os nomes de Razo, Inteligncia e Essncia, manifestando
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assim o que convm atribuir a Deus de racionalidade e
sabedoria: designando-A como Substncia que subsiste por si
prpria, como causa verdadeira da existncia de todos os seres,
ou ainda, como Luz e Vida.
Essas designaes so seguramente mais santas e parecem de
algum modo superiores s imagens materiais. Mas na realidade
elas so menos deficientes que as outras se se pretender
significar toda a Verdade da prpria Divindade que est para l
de toda a essncia e de toda a vida e que no se caracteriza por
nenhuma luz, da qual nenhuma razo e nenhuma inteligncia
pode dar uma imagem autntica.
por isso que tambm acontece de celebrar-se nas mesmas
Escrituras a Trindade, representando-A de um modo que no
desse mundo, por imagens que no se Lhe assemelham de
modo algum. Elas descrevem-Na como invisvel, ilimitada e
incompreensvel, no procurando significar o que Ela , mas o
que Ela no .
A meu ver, essa segunda maneira de celebrar a Santssima
Trindade Lhes convm melhor, porque seguindo a tradio
sagrada ns temos razo em dizer que Ela no nada do que
so os outros seres, e ns ignoramos essa indefinvel
Sobreessncia que no se pode pensar nem dizer.
Assim, as negaes so verdadeiras no que concerne aos
mistrios divinos, enquanto que toda afirmao pela positiva
permanece inadequada. Convm mais ao carter secreto
dAquele que permanece em si prprio incomum, no revelar
o invisvel a no ser atravs de imagens sem semelhana com o
seu objeto.
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Portanto, longe de humilhar as legies celestes as alegorias
honram-nas, porque mostram at que ponto essas legies que
no pertencem a este mundo excluem toda a materialidade.
A utilizao de figuras sagradas de natureza mais elevada nos
induziria mais facilmente a erros, porque elas nos levariam a
imaginar as essncias celestes como figuras de ouro, ou como
seres luminosos lanando raios, ou como seres de bela estatura
revestidos de suntuosas vestes repletas de esplendor, ou sob
todas as outras formas do mesmo gnero de que a teologia fez
uso para representar as inteligncias celestes: O que falava
comigo tinha uma cana de ouro de medir, para medir a cidade,
as suas portas e o muro (Apoc 21:15).
Como estivessem olhando para o cu, quando Ele ia subindo,
eis que se apresentaram junto deles dois personagens vestidos
de branco (At 1:10). E, fixando Nele os olhos todos os que
estavam sentados no conselho, viram o Seu rosto como o rosto
de um anjo (At 6:15). Passados quarenta anos, apareceu-lhe
no deserto do Monte Sinai um anjo na chama de uma sara
que ardia (At 7:30). Porque um anjo do Senhor desceu do
Cu, e, aproximando-se, revolveu a pedra e sentou sobre ela. O
seu aspecto era como um relmpago. A sua veste branca como
a neve (Mt 28:2-3).
No importa qual imagem possa servir de ponto de partida
para a bela contemplao, o que importa que possamos nos
apoiar em figuraes materiais para aplicar a esses seres que so
inteligveis e inteligentes as metforas sem semelhana com o
objeto do qual falamos atrs, na condio de nunca
esquecermos a grande diferena existente entre o
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comportamento dos seres inteligentes e o comportamento dos
seres sensveis (esses so privados de razo).
As alegorias sagradas so usadas pelos telogos no somente
para revelarem as ordens celestes, mas tambm para
manifestarem os mistrios de Deus. Ainda que se refiram a Ele
fazendo apelo s mais belas imagens como: Sol de Justia;
Estrela da Manh (Apoc 22:16; Nm 24:17; 2Pdr 1:19), Luz
Radiante (Jo 1:5) e apelo a smbolos de nvel mediano como:
Fogo que queima sem consumir (x 3:2), gua que conduz
plenitude da vida e de metforas vulgares quando se fala por
exemplo de Ungento suave; Pedra Angular (Ef 2:20), mesmo
assim as Sagradas Escrituras fazem ainda uso de figuras animais
quando atribui a Deus qualidades do leo e da pantera ou
quando apresenta-O como um leopardo ou como um urso
que perdeu os seus filhos (Os 13:7).
Finalmente, o apelo metfora mais indigna de todas e que
parece ser a mais inadequada: com efeito, no foi sob a forma
de um vaso de terra que os admirveis intrpretes dos
ministrios divinos nos representaram?
Por tudo isso, vemos que nada h de absurdo, quando os
telogos representam igualmente as essncias celestes por
imagens inadequadas que no apresentam nenhuma
semelhana com o seu modelo original. Talvez no tivssemos
procurado a interpretao espiritual minuciosa dessas santas
realidades, se no tivssemos perturbados pelo carter disforme
das imagens que nas Sagradas Escrituras representam os anjos.
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Captulo III
Hierarquia uma santa ordem, um saber e uma ao to
prxima quanto possvel da forma divina elevada imitao de
Deus na medida das iluminaes divinas. Na sua simplicidade,
na sua bondade, na sua perfeio fundamental, na perfeio
que convm a Deus, comunica a cada ser segundo o seu mrito
uma parte da sua prpria luz. Ela o aperfeioa atravs dainiciao divina, revestido da sua prpria forma, de modo
harmonioso e estvel queles que ela aperfeioou.
A finalidade da hierarquia consiste em conferir s criaturas
tanto quanto possvel a semelhana divina para un-las a Deus.
Deus para a hierarquia, com efeito, o mestre de todo o
conhecimento e de toda a ao. Ela no cessa de contemplar a
Sua divina bondade e dos seus seguidores ela faz imagens
perfeitas de Deus. Tendo recebido a plenitude do Seu
esplendor elas so capazes, seguindo os preceitos da Trindade,
de transmitir essa luz at mesmo aos seres que lhe so
hierarquicamente inferiores.
Assim, quando se fala de hierarquia, se entende por isso uma
certa ordenao perfeitamente santa, imagem do esplendor
divino, tendendo tanto quanto possvel e sem sacrilgio
assemelhar-se quele que o seu prprio princpio. Para cada
um dos membros da hierarquia a perfeio consiste em imitar a
Deus o melhor que puder, tornando-se cooperadores Dele.
Efetivamente, ns somos cooperadores de Deus (1Cor 3:9).
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Se, por exemplo, a ordem hierrquica impe a uns a funo de
receber a purificao e a outros a de purificar; a uns a de
receber a iluminao e a outros a de iluminar; a uns a de
receber o aperfeioamento e a outros a de aperfeioar; cada um
imitar a Deus segundo o modo que convm a sua prpria
funo.
Convm, que os purificados se libertem de toda a impureza e
de toda a dissemelhana; que os iluminados recebam a
plenitude da luz divina e que elevem a sua inteligncia at
atingirem a capacidade de contemplar; que os perfeitos
tenham abandonado toda a imperfeio e tomem parte da
perfeio dos iniciados; e que os iluminadores, com
inteligncias mais transparentes que as outras, difundam essa
luz por todos os lados e por todos aqueles que forem dignos
dela.
Assim, cada escalo da ordem hierrquica na medida de suas
foras eleva-se para a cooperao divina e ao seu redor cada um
revela essa cooperao s inteligncias que amam a Deus,
cumprindo na virtude e sob a ao da Graa o que a prpria
Divindade cumpre graas ao Seu carter sobreessencial.
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Captulo IV
Antes de mais nada, queremos afirmar em primeiro lugar que
foi por bondade que a Divindade criou essa ordem hierarquia,
porque Lhe pertence esse Bem totalmente transcendente a
chamar todos os seres para entrarem em comunho com Ela
na medida da capacidade de cada um. por isso que tudo que
existe tem alguma relao com a Divindade, a Causa Universal,porque sem a participao nEla que a essncia e o princpio
de todo o ser, nada existiria.
, portanto, a esses seres que recebem de forma inicial e
mltipla a participao divina e que revelam ao seu redor de
modo original e mltiplo o mistrio da Divindade, que
atribudo de forma louvvel e sublime o ttulo de seres
anglicos pois eles receberam em primeiro lugar a
iluminao e por intermdio deles que nos so transmitidas
essas revelaes que ultrapassam a todos ns. Como ensina a
teologia, a Lei nos foi transmitida pelos anjos.
Para que ento a Lei? Foi acrescentada por causa das
transgresses, at que viesse a descendncia, a quem tinha sido
feita a promessa, e foi promulgada pelos anjos na mo de um
mediador (Gl 3:19).
Foram os anjos que guiaram os nossos venerveis antepassadosem direo s realidades divinas; tanto nos tempos que
precederam a Lei, como no tempo da Lei; tanto na prescrio a
eles de regras de conduta desviando-os de uma vida repleta de
erros e de pecados, assim como na revelao da interpretao
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da santa hierarquia e das vises secretas dos mistrios que no
so deste mundo; como tambm ainda na revelao das
profecias divinas.
Vs, que recebestes a Lei por ministrio dos anjos e no a
guardastes (At 7:53). Este viu claramente numa viso, cerca
da hora de Noa, que um anjo de Deus se apresentava diante
dele e lhe dizia: Cornlio (At 10:3).
Se argumentar-se que Deus manifestou-Se sem intermediriosa algum santo, que se saiba que nunca ningum O viu e nem
jamais O ver, porque essa verdade provem claramente das
Sagradas Escrituras e a prpria substncia de Deus naquilo
que tem de mais secreto.
Ningum jamais viu a Deus; o Unignito, que est no seio do
Pai, Ele mesmo que O deu a conhecer (Jo 1:18). Que o
nico que possui a imortalidade e que habita numa Luz
inacessvel, O qual no foi nem pode ser visto por nenhum
homem, ao qual seja dada honra e imprio sempiterno.
Amm (1Tim 6:16).
Seguramente, Deus apareceu a certos homens piedosos
segundo o modo que convinha a Sua divindade, revelando-Se
por vises adaptadas medida dos visionrios. A santa teologiatem razo ao chamar viso divina Teofania a essa espcie
de apario, na qual se reflete a semelhana divina segundo o
modo que convm figurao do infigurvel, isto , elevando
espiritualmente os visionrios para as realidades divinas. Com
efeito, atravs dessa viso os visionrios recebem a plenitude da
iluminao divina e uma certa iniciao sagrada em relao aos
mistrios de Deus. Os nossos ilustres antepassados no foram
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iniciados atravs dessas vises, seno por intermdio das
potncias celestes.
H de se cogitar, que a tradio escriturstica afirma que os
mandamentos da Lei foram transmitidos diretamente por
Deus a Moiss. Certamente! Mas se as Sagradas Escrituras assim
se exprimem para que no ignoremos que essas prescries
so a prpria imagem da Lei divina e sagrada. A teologia ensina
sabiamente que essas prescries vieram at ns por
intermdio dos anjos, para que a ordem instituda pelo Divino
Legislador nos ensine que por intermdio de seres
hierarquicamente superiores que se elevam espiritualmente
para o Divino aqueles que Lhe so inferiores.
Porque, se a palavra anunciada pelos anjos ficou firme, e toda
a prevaricao e desobedincia recebeu a justa retribuio que
merecia (Hebr 2:2).
Mesmo ao que concerne ao mistrio divino do amor de Jesus
pelos homens foram os anjos que em primeiro lugar
receberam a iniciao. E foi por intermdio deles que esse
conhecimento desceu at ns.
Foi assim que o divino Gabriel ensinou ao grande sacerdote
Zacarias que o filho que iria ter contra toda a sua esperana,
mas pela graa de Deus, seria o profeta da obra divino-humana,
atravs do qual Jesus operaria para bem do mundo e para a sua
salvao.
Igualmente o arcanjo Gabriel ensinou Santssima Virgem
Maria que nela se cumpriria o mistrio da Encarnao. Um
outro anjo instruiu Jos sobre a verdade dos acontecimentos e
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sobre o cumprimento das promessas divinas feitas a Davi. Foi
um anjo que difundiu a boa nova aos pastores, que eram de
algum modo homens purificados pela vida tranqila que
levavam e afastados das multides, ao mesmo tempo que os
exrcitos celestes transmitiam a toda a terra o clebre cntico
de glorificao Glria a Deus nas alturas, paz na terra aos
homens a quem Ele ama.
Por intermdio dos anjos Jos foi avisado que ele deveria partir
para o Egito e assim novamente quando de seu regresso a
Judia. No falou tambm Jesus a ns como um mensageiro
quando Ele nos comunicava a vontade do Pai?
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Captulo V
Importa agora procurar a razo pela qual os telogos chamam
anjos a todas as essncias celestes indistintamente, enquanto
reservam o termo anglico mais propriamente ordem mais
baixa que subordinada s legies dos Arcanjos, dos
Principados, das Potestades, das Dominaes, essncias das
quais a tradio revela e as Escrituras reconhecem comosuperiores.
Ora, ns afirmamos que em toda a ordenao sagrada as
ordens superiores possuem todas as iluminaes das ordens
inferiores, sem que essas ltimas participem nos privilgios das
que lhe so superiores. por isso que os telogos chamam de
anjos os escales mais altos e mais santos das essncias celestes,
porque eles so reveladores da iluminao divina.
Quando fazemos referncias ordem inferior no seria
adequado designar os seus membros de Principados, Tronos ou
Serafins, porque eles no participam de modo algum das
capacidades das essncias celestes que possuem um nvel
superior. O que podemos afirmar que se todos os anjos
recebem um nome comum isto se sucede tambm pelo fato
das potncias celestes possurem em comum o poder de
permanecerem em harmonia com Deus e de entrarem em
comunho com a luz que vem de Deus.
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Captulo VI
Quais e quantas so as ordens desses seres que vivem no Cu?
Como que cada hierarquia recebe a sua consagrao ou o seu
aperfeioamento? Afirmo que apenas o Princpio Divino
poderia responder exatamente a essas questes. Mas os seres
anglicos no ignoram nem as qualidades que lhes so
prprias, nem a hierarquia sagrada que os rege e que nopertence a este mundo.
impossvel conhecermos os segredos das inteligncias que
vivem no cu, a menos que Deus nos revele por intermdio
dessas mesmas inteligncias, as quais no ignoram a sua prpria
natureza. Portanto, no faremos nada de nossa prpria autoria
e nos contentaremos em expor na medida dos nossos
conhecimentos essas vises anglicas, tal como os santos
telogos as contemplam e tal como eles a ns revelaram.
Os seres anglicos dividem-se em trs ordens e possuem nove
nomes.
A primeira ordem rodeia a Deus de modo permanente e est
unida a Ele constantemente. Ela est em primeiro lugar e no
possui qualquer mediao: so os Tronos santssimos e os
batalhes notveis por seus nmeros de olhos e de asas que
recebem os nomes de Querubins e Serafins. Eles tm umaproximidade de Deus superior a todos os outros. Essa ordem de
trs batalhes formam uma s e constitui a primeira hierarquia
de nvel igual.
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A segunda ordem compe-se de Virtudes, Dominaes e
Potestades constituindo a segunda hierarquia.
A terceira ordem constitui a ltima hierarquia celeste. a
ordem dos Anjos, Arcanjos e Principados.
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Captulo VII
Todos os nomes atribudos s inteligncias celestes designam
capacidades para eles receberem a semelhana divina.
Querubim em hebraico significa aquele que arde. Significa
tambm massa de conhecimento e efuso de sabedoria.
A primeira hierarquia a mais sublime de todas e graas a sua
proximidade com Deus recebe primeiro que as outras as
aparies Dele e os seus nomes revelam o modo como se ligam
a Ele.
Os Serafins tm como qualidades especiais o movimento
perptuo em torno dos segredos divinos, o calor, a
profundidade, o ardor dum constante movimento que no
conhece diminuio, o poder de elevarem eficazmente as suassemelhanas aos que lhes so inferiores, comunicando-lhes o
mesmo ardor a mesma chama e o mesmo calor. Eles tm o
poder de purificarem a evidente e indestrutvel aptido para
conservarem a sua prpria luz, o seu poder de iluminao e a
faculdade de abolirem todas as trevas.
Os Querubins designam aptides a conhecerem e a
contemplarem a Deus, a receberem os mais altos dons da Sua
Luz, a contemplarem na sua potncia primordial o esplendordivino, a acolherem em si a plenitude dos dons que
transmitem sabedoria e a comunic-los em seguida s essncias
inferiores graas a expanso da prpria sabedoria que lhes foi
transmitida.
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Os Tronos, sublimes e luminosos, indicam a ausncia total de
qualquer concesso aos bens inferiores e a tendncia contnua
para os cumes, que sublinha bem o fato de eles nada terem em
comum com o que lhes est abaixo.
Eles indicam a sua infalvel averso a toda indignidade, a
grande concentrao de toda a sua capacidade para se
manterem constante e firmemente perto do Altssimo, a
capacidade de receberem indiferentemente todas as visitaes
da Divindade, o privilgio que tm de servirem de assento a
Deus e o seus zelos em se abrirem aos dons de Deus.
Essa a explicao de seus nomes na medida do que nos
possvel revelar aos homens.
Resta-nos dizer o que entendemos pela suas hierarquias. Que o
objetivo de toda hierarquia imitar constantemente a Deus;
que toda a funo hierrquica consiste em acolher e transmitir
a pureza sem mistura da luz divina e da sabedoria, como j o
dissemos.
Agora proponho-me a mostrar o que as Escrituras revelam das
suas hierarquias.
Esses seres anglicos constituem uma s hierarquia
inteiramente homognea. Devemos pensar que eles so puros
no apenas por estarem livres de todo o pecado e de tudo o que
profano, mas porque eles ignoram toda a imaginaomaterial; porque esto acima de toda a fraqueza; porque a sua
sublime pureza ultrapassa a de quaisquer outras inteligncias
anglicas; porque conservam sem qualquer perda ou
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corrupo a estabilidade perptua do poder que possuem de
estarem em harmonia com Deus.
Eles so igualmente contemplativos. No porque contemplem
intelectualmente smbolos nem porque se elevem
espiritualmente atravs de santas alegorias, mas porque
recebem em toda a plenitude o saber de uma Luz superior
atravs da contemplao desse Ser Sobreessencial e triplamente
luminoso, que est na origem e no princpio de toda a beleza.
Eles tm igualmente o mrito de entrarem em comunho com
Jesus atravs de uma verdadeira proximidade, pois tomam
parte no conhecimento de Suas operaes divinas, uma vez
que lhes foi dada no mais alto grau a capacidade de imitarem a
Deus. Eles entram em contato tanto quanto lhes possvel
com as virtudes, pelas quais Ele exerce a Sua ao divina face
aos homens e manifesta o Seu amor por eles.
Eles so perfeitos no pela iluminao de uma sabedoria que
lhes permitiria analisar a variedade dos santos mistrios, mas
pela plenitude duma deificao, pela cincia superior que
possuem na qualidade de mensageiros das operaes divinas.
diretamente de Deus que eles recebem a iniciao sagrada e
graas a esse poder de se elevarem diretamente at Deus, que
eles devem a superioridade sobre todos os outros seres.
Os telogos mostram claramente que as ordens inferiores das
essncias celestes aprendem de seus superiores tudo o que lhes
concernem s operaes divinas, enquanto que a ordem mais
elevada iniciada por Deus. Eles nos revelam, que certos anjos
so iniciados por aqueles que possuem um nvel mais elevado
que o seu e que aprendem atravs desses, que Deus o Senhor
das potncias celestes, o Rei da Glria, que sob a forma
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humana subiu aos cus. Outros recebem de Jesus Cristo a sua
iniciao sem intermedirios, recebendo dEle antes de todos os
outros a revelao da obra redentora que Ele levou a cabo por
amor aos homens.
Eu sou (responder Ele) O que falo a justia, e venho para
defender e salvar (Is 63:1).
Assim , tanto quanto eu posso conhecer, essa primeira ordem
das essncias celestes, aquela que rodeia a Deus e que se situana Sua vizinhana, aquela que envolve o Seu perptuo
conhecimento. Ela pode no somente contemplar, mas ainda
receber iluminaes e sustentar-se do man divino.
Digna ao mais alto nvel, de entrar em comunho e em
cooperao com Deus, essa primeira ordem assemelha-se tanto
quanto pode bondade dos poderes e das operaes prprias a
Deus.
por isso que a teologia nos transmite os hinos que cantam
esses anjos, onde se manifesta o carter transcendente da sua
sublime iluminao. Se ousarmos utilizar uma imagem
terrena, eles se assemelham voz de uma torrente
tempestuosa quando gritam: Bendita seja a glria do Senhor,
que se vai do seu lugar (Ez 3:12). Outros anjos entoam o hino
clebre e venervel: Santo, Santo, Santo, o Senhor Deus dos
exrcitos, toda a terra est cheia da Sua glria (Is 6:3).
Nessa primeira ordem das essncias celestes esto os lugares
divinos, onde segundo a expresso das Sagradas Escrituras a
Divindade repousa. Essa ordem ensina tambm aos outros
anjos que a Divindade una. Una em Trs Pessoas e que Ela
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exerce a sua Providncia benfeitora desde as essncias que
vivem no cu at as mais baixas criaturas terrenas, pois Ela o
Princpio e a Causa de toda a essncia e Ela que envolve o
universo inteiro de modo sobreessencial num abrao
irresistvel.
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Captulo VIII
Abordaremos agora a segunda ordem das inteligncias celestes
iniciando-nos no conhecimento das Dominaes, Virtudes e
Potestades.
Cada uma dessas denominaes revela a forma prpria de cada
inteligncia anglica de imitar e se configurar a Deus.
O nome das santas Dominaes significa a elevao espiritual
livre de qualquer compromisso terreno tal como convm a
uma entidade incorruptvel e verdadeiramente livre, tendendo
com um firme vigor para o verdadeiro princpio de toda a
Dominao, recebendo ela e os seus subordinados medida das
suas foras a semelhana do Senhor e participando do princpio
constante e divino de toda a Dominao.
No que concerne s santas Potestades o seu nome indica uma
certa vigorosidade corajosa em todos os atos pelos quais se
configuram a Deus. Uma vigorosidade que exclui qualquer
enfraquecimento de foras no recebimento das iluminaes
divinas que lhe outorgada; uma vigorosidade que se eleva
corajosamente at a imitao de Deus e que no abandona a
ascenso forma divina e cujo olhar permanece rigidamente
direcionado para a fonte de toda a potestade Sobreessencial.
Porque essa vigorosidade torna-se imagem da potestade, daqual ela assume a forma, ligando-se a ela com todas as suas
foras para fazer descer sobre as essncias inferiores o seu
processo dinmico e deificante.
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O nome das Virtudes indica que ela tem o nvel igual das
Dominaes e Potestades. Ela disposta harmonicamente e
sem confuso para receber os dons divinos. Ela indica ainda
que o poder intelectual que lhe pertence perfeitamente
ordenado e que longe de abusar do seu poder ela se eleva
harmoniosamente para as realidades divinas, conduzindo na
sua bondade as essncias inferiores e imitando tanto quanto
pode a virtude fundamental, que a fonte de toda a virtude
sem deixar de difund-la na medida de sua capacidade.
Eis como a segunda hierarquia das inteligncias celestes
manifesta a sua identidade com Deus. assim que ela se
purifica, se ilumina e se aperfeioa graas s iluminaes
divinas que lhe so transmitidas pelos membros da primeira
ordem hierrquica.
Essa tradio, que se transmite regularmente de anjo a anjo,
simbolizar a ns essa perfeio que vinda de longe, se
confunde descendo progressivamente do primeiro ao segundo
nvel. Do mesmo modo, as evidentes perfeies das realidades
divinas so mais perfeitas que as participaes nas vises divinas
que se fazem atravs de intermedirios. Assim parece-me que a
participao imediata das ordens anglicas que mais se
aproximam de Deus mais clara que a dos anjos cuja iniciao
mediata. por isso que segundo os termos consagrados pela
nossa traduo as primeiras inteligncias iluminam e purificam
as que tm um nvel (hierrquico) inferior, de modo que essasltimas elevadas por intermdio da primeira at o princpio
Universal e Sobreessencial tomem parte tanto quanto lhes
possvel nas iluminaes e nos aperfeioamentos operados por
Aquele, que o princpio de toda a perfeio.
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A Lei Universal, pela qual as essncias celestes da segunda
ordem participam por intermdio das de primeira ordem nas
iluminaes divinas, instituda pelo Princpio Divino.
Deus no Seu amor paternal pelos homens depois de ter
corrigido Israel para convert-lo e reconduz-lo ao caminho da
salvao, livrou-o em primeiro lugar da barbrie vingativa das
naes, a fim de assegurar o aperfeioamento aos homens
submetidos a Sua providncia e praticou em seguida o ato de
libert-lo de seu cativeiro e de devolv-lo a sua antiga
felicidade. Como diz as Sagradas Escrituras segundo a viso de
um de seus telogos Zacarias (Zac 1:8-17), parece ter sido um
anjo da primeira ordem, daqueles que vivem junto de Deus,
que recebeu do prprio Deus as palavras consoladoras. Foi
enviado ao encontro do primeiro um outro anjo pertencente
aos nveis inferiores para receber e transmitir a iluminao e
que uma vez iniciado na vontade divina, confiou ao telogo a
santa nova de que Jerusalm refloresceria e que multides dehomens a repovoariam.
Um outro telogo Ezequiel declara que essa lei foi santamente
instituda por Deus e que na Sua glria mais elevada do que
qualquer outra, Ele comanda os Querubins.
Estes so os mesmos animais que eu vi debaixo do Deus de
Israel, junto do rio Cobar; e conheci que eram Querubins (Ez
10:20).
Deus no Seu amor paternal pelos homens e querendo punir
Israel para os ensinar ordenou por um ato de justia que os
inocentes fossem separados dos responsveis. o primeiro dos
Querubins que segundo o texto sagrado recebe a santa ordem e
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se reveste de um manto que ca at os ps como smbolo da sua
funo sagrada. Em seguida, somente o Princpio Divino de
toda a ordem prescreve ao primeiro dos anjos que o segredo da
deciso divina seja transmitido queles anjos que usam armas
destruidoras. Lhe ordenado ainda que atravesse toda a cidade
de Jerusalm e marque os inocentes nas suas frontes. Aos
outros anjos Ele ordena: Passai pelo meio da cidade, seguindo-
o, e feri: no sejam compassivos os vossos olhos, nem tenhais
compaixo alguma. O velho, o jovem e a donzela, o menino e
as mulheres, matai todos, sem que nenhum escape; mas no
mateis nenhum daqueles sobre quem virdes o tau; comeai
pelo Meu santurio. Comearam, pois pelos ancios que
estavam diante da casa do Senhor (Ez 9:5-6).
E que dizer ainda daquele anjo que anunciou a Daniel: Desde
o princpio das tuas preces, foi dada esta ordem, e eu vim para
ta descobrir, porque tu s um varo de desejos; toma, pois, bem
sentido no que vou dizer-te e compreende a viso (Dan 9:23).
Ou daquele que recebe o fogo do meio dos Querubins: E (o
Senhor) falou ao homem que estava vestido de roupas de
linho, dizendo: Vai ao meio das rodas que esto debaixo dos
Querubins, enche a tua mo de carves ardentes, que esto
entre os Querubins, e espalha-os sobre a cidade (Ez 10:2).
E ainda daquele que demonstra mais claramente a boa ordem
que preside aos anjos: o Querubim que toma o fogo e o pe nas
mos daquele que estava vestido de roupas de linho (Ez 10:6-7).
Que dizer igualmente daquele que chamou o divino Gabriel e
lhe disse: Ouvi a voz dum homem no meio de Ulai, o qual
gritou e disse: Gabriel, explica-lhe esta viso (Dan 8:16).
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Ou que dizer enfim de todos os outros exemplos fornecidos
pelos santos telogos?
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Captulo IX
Falta-me contemplar a terceira ordem que termina a
hierarquia anglica e que se compe de Principados, Arcanjos e
Anjos. Creio que em primeiro lugar preciso explicar o
sentido desses nomes sagrados.
O nome dos Principados celestes significa que eles possuem naordem sagrada um princpio e uma hegemonia de forma
divina; que eles possuem das potncias de comando da mais
alta convenincia o poder de se converterem inteiramente ao
Princpio que est acima de todo o princpio e de conduzirem
os outros para eles com uma autoridade primordial e de
revelarem o Princpio Sobreessencial de toda a ordem pela
harmonia do seu comando.
Os Santos Arcanjos tm o mesmo nvel que os Principadoscelestes e formam uma nica hierarquia juntamente com os
Anjos.
A ordem dos Arcanjos, graas ao seu lugar intermedirio na
hierarquia, participa nos dois extremos uma vez que ela entra
em comunho com os Principados e com os Anjos. Em um dos
extremos ela participa no sentido de sua converso ao Princpio
Sobreessencial e lhe confere a unidade graas aos poderes
invisveis da harmonizao; no outro extremo ela participa nosentido de tambm pertencer ao nvel dos intrpretes,
recebendo hierarquicamente a iluminao por intermdio das
potncias do primeiro nvel transmitida aos Anjos e por
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intermdio desses transmitida a ns na medida em que cada
um possa receb-la atravs dos segredos divinos.
Como j dissemos, os Anjos terminam e completam a regra
das inteligncias celestes, porque so eles que possuem entre
elas o mais baixo grau da qualidade anglica e se ns os
designamos por anjos precisamente porque por seu
intermdio se manifesta a sua hierarquia mais claramente aos
nossos olhos.
A ordem superior (Tronos, Querubins e Serafins) mais
prxima pela sua dignidade do Santurio Secreto inicia
misteriosamente a segunda ordem, aquela que se compe das
Dominaes, Potestades e Virtudes, que por outro lado
comanda os Principados, Arcanjos e Anjos. A segunda ordem
revela os mistrios menos secretamente que a primeira ordem
mas menos abertamente que a ltima. A funo reveladora
pertence ordem dos Principados, Arcanjos e Anjos. ela que
atravs dos graus da sua prpria ordenao preside as
hierarquias humanas, a fim de que se produzam de modo
ordenado a elevao para Deus, a converso, a comunho, a
unio e ao mesmo tempo o movimento que provem de Deus
que gratifica liberalmente todas as hierarquias e dons e as
ilumina, fazendo com que essas hierarquias humanas entrem
em comunho com essa funo reveladora. Da resulta, que a
teologia reserva aos Anjos o cuidado pela nossa hierarquia
chamando a Miguel o arconte (magistrado da Grcia antiga)do povo judeu e aos outros anjos arcontes de outras naes,
porque: Quando o Altssimo dividiu as naes, quando
separou os filhos de Ado, fixou os limites dos povos segundo
os nmeros dos filhos de Israel (Dt 32:8) (verso dos 70).
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Se nos perguntarmos como que apenas o povo judeu foi
elevado s iluminaes de origem divina? necessrio dizer que
os anjos preencheram de justia a sua funo de vigilncia e
no culpa deles se outras naes se envolveram no culto de
falsos deuses. Foram essas naes, com efeito, que pelos seus
prprios movimentos abandonaram a via da ascenso
espiritual para o divino. Foi medida do seu orgulho e da sua
presuno que elas veneraram os dolos que lhes pareciam
divinos. O povo hebreu testemunha propriamente essa
verdade, pois a ele sucedeu-se o mesmo acidente. Porque as
Sagradas Escrituras dizem: O meu povo calou-se, porque no
teve cincia. Porque tu ( sacerdote) rejeitaste a cincia,
tambm Eu te rejeitarei a ti (Os 4:6).
Nem a nossa vida necessariamente determinada, nem a
liberdade dos seres submetidos Providncia das luzes divinas
priva essas luzes do seu poder de iluminao providencial. Mas
a suficiente assimilao das vises e da sabedoria que porelas transmitida que impede toda a participao nos dons
luminosos da bondade paternal e constitui obstculo a sua
difuso, na medida em que torna as comunicaes desiguais,
pequenas ou grandes, obscuras ou claras, enquanto que a
Fonte Radiante permanece nica e simples sempre idntica a si
prpria e superabundante. assim mesmo entre as outras
naes, naes das quais ns nos elevamos para o oceano
indefinido e generoso dessa Luz Divina, que difunde os Seus
dons sobre todos os seres. para o nico Princpio Universalque os anjos encarregados de cuidar de cada nao elevaram
todos aqueles que os quiseram seguir.
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Lembremo-nos de Melquisedec que teve em si prprio um
grande amor a Deus, do Deus Altssimo e Verdadeiro. Os
conhecedores da Sabedoria Divina no se contentaram em
cham-lo de amigo de Deus, mas chamaram-no de Sacerdote
para indicar claramente aos homens sensatos que o seu papel
no foi somente o de converter-se ao culto do verdadeiro
Deus, mas ainda enquanto grande sacerdote teve a funo de
conduzir a outros na ascenso espiritual, a qual leva nica e
Verdadeira Divindade.
E Melquisedec, rei de Salm, trazendo po e vinho, porque era
sacerdote do Deus Altssimo (Gn 14:18).
No nos esqueamos do fara que aprendeu sob a forma de
viso de um anjo dedicado ao cuidado dos egpcios (Gn 41:1-
7), tal como do prncipe dos Babilnios que aprendeu atravs
do seu anjo particular; a solicitude do poder universal (Dan
12). Ministros do verdadeiro Deus, os anjos foram institudos
como condutores dessas naes para interpretarem as vises
enviadas por Deus sob a forma alegrica, por intermdio de
homens cuja santidade era prxima a dos anjos como Daniel e
Jos; porque no Universo h um s Princpio e uma s
Providncia. No poderamos imaginar que Deus partilhasse o
governo do povo judeu com anjos ou falsos deuses. As
expresses que nos poderiam fazer crer nisso, devem ser
interpretadas segundo um sentido sagrado. Elas no significam
que Deus tenha partilhado o governo da humanidade, mas simque neste mundo em que a Providncia universal do Altssimo
tinha confiado para a salvao de todos os povos com anjos
encarregados de os conduzir a Ele, foi s Israel que converteu-
se Luz e confessou o verdadeiro Senhor. Por isso, para
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mostrar que Israel tinha se devotado ao culto do verdadeiro
Deus as Sagradas Escrituras exprimem-se assim: A poro,
porm, do Senhor o Seu povo (Dt 32:9).
Mas para mostrar que um dos anjos foi designado para a
funo de conduzir esse povo confisso dAquele que o
Princpio nico e Universal, a teologia relata igualmente que
Miguel preside ao governo do povo judeu. Mas Eu te
anuciarei o que est expresso na Escritura da Verdade; e em
todas estas coisas ningum Me ajuda seno Miguel, que o
vosso prncipe (Dan 10:21).
As Sagradas Escrituras nos ensinam assim de modo claro, que
no existe mais do que uma s Providncia para o universo
inteiro. Providncia sobreessencialmente, transcendente a toda
a potncia visvel ou invisvel. Na medida do possvel, todos os
anjos dedicados a cada nao elevam para essa Providncia
aqueles que os seguem de bom grado.
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Captulo X
Concluamos, portanto, que a ordem mais antiga dentre as
inteligncias que envolvem Deus, iniciada nos mistrios pelas
iluminaes que lhe vem do prprio Princpio de toda a
iluminao, recebe purificao, iluminao e aperfeioamento
graas ao Dom das iluminaes mais secretas da Divindade.
Depois dessa e proporcionalmente a sua natureza vem a
segunda ordem, depois a terceira e por ltimo a hierarquia
humana. Todas as ordens se elevam hierarquicamente para o
Princpio fundamental de toda a harmonia. Elas so
reveladoras e mensageiras das que as precedem. Deus as
distinguiu segundo os modos de harmoniosa deificao que
convm em particular a cada uma. Os telogos dizem que os
Serafins trocam mtuos clamores mostrando assim segundo
creio e de modo claro, que os primeiros transmitem aos
segundos conhecimentos teolgicos. Clamavam um para o
outro e diziam: Santo, Santo, Santo o Senhor Deus dos
exrcitos (Is 6:3).
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Captulo XI
Uma vez colocada essas questes convem considerar porque
razo nos acostumamos a chamar igualmente potncias
celestes a todas as essncias anglicas. No podemos dizer
como o fizemos para o termo Anjo, que a ordem das Santas
Potestades a ltima das ordens e que as essncias superiores
participam na iluminao das ordens inferiores e que essasltimas no tomam parte na iluminao das primeiras. Tal
explicao no justificaria a extenso do nome de potestades
celestes a todas as inteligncias divinas dos Serafins, dos Tronos
ou das Dominaes em virtude do princpio segundo o qual as
ordens inferiores no participam nas propriedades das
superiores. Restariam os Anjos e antes deles os Arcanjos, os
Principados e as Virtudes que os telogos subordinam s
Potestades e que recebem freqentemente na linguagem
comum o nome de potestades ou potncias celestes ao mesmo
ttulo que os outros anjos.
Ao usar o nome de potestades para designar todas as essncias
no introduzimos nenhuma confuso nas propriedades de
cada ordem. No seio de todas as inteligncias divinas
distinguimos com efeito trs qualidades: a essncia, a potncia e
o ato. Se nos ocorre design-las indistintamente por essncias
ou potncias celestes importa considerar que o fazemos por
rodeio de palavras e no se trata de atribuir na totalidade s
essncias subordinadas a eminente propriedade das santas
potestades. Como j foi dito, as ordens superiores possuem as
propriedades das inferiores, porque somente uma parte das
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Captulo XII
Vejamos um outro problema que colocado a quem quer que
se envolva no estudo escriturstico minucioso: Uma vez que as
ltimas ordens no participam inteiramente nas ordens
superiores, porque que os grandes sacerdotes da hierarquia
humana recebem nas Sagradas Escrituras o ttulo de anjos do
Senhor Todo Poderoso?
Porque os lbios dos sacerdotes sero os guardas da cincia; da
sua boca se h de aprender a lei, porque ele o anjo do Senhor
dos exrcitos (Ml 2:7; cf.Apoc 2:1).
Creio que o uso desse termo no contradiz as definies dadas
at o momento. Quando se diz que s inteligncias da terceira
ordem falta a inteira potncia, integral e sublime que pertence
s ordens mais antigas, entende-se que elas participam namedida de suas foras numa comunho nica e universal,
harmoniosa e sinttica. Assim , por exemplo, que se a ordem
dos Querubins participa numa sabedoria mais elevada, as
legies formadas de essncias inferiores participam tambm na
sabedoria, mas de forma mais parcial. A participao geral na
sabedoria a caracterstica comum a todas as inteligncias que
vivem em conformidade com Deus.
O que no comum o carter mais ou menos imediato eprimordial dessa participao, grau que se define para cada
essncia na medida de suas prprias capacidades. Essa verdade
pode ser aplicada sem risco a todas as inteligncias divinas,
porque assim como as primeiras ordens possuem as
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propriedades de suas subordinadas, tambm as ltimas
possuem as propriedades das suas superiores, no do mesmo
modo, mas de modo inferior. Eu no vejo inconveniente que
um grande sacerdote da hierarquia humana seja chamado de
anjo pelos telogos, porque ele participa segundo a sua prpria
capacidade no papel de intrprete dos anjos e na medida de
suas possibilidades tende a imitar o seu poder revelador.
Notaremos, que a teologia concede o ttulo de deuses s
essncias celestes e chama tambm deuses aos homens que se
distinguem pelo seu amor a Deus e pela sua santidade: Jac
ps quele lugar o nome de Fanuel, dizendo: Eu vi a Deus face
a face, e a minha alma foi salva (Gn 32:30). E o Senhor disse
a Moiss: Eis que Te constitu deus do fara, e Aro, teu irmo,
ser teu profeta (x 7:1). Eu disse: Sois deuses (Sl 81:6).
Ora, o mistrio divino transcendente; o seu carter
sobreessencial separa-o de todas as coisas e nenhum ser vivo
merece em propriedade ser nomeado do mesmo modo. Toda a
inteligncia que tende integralmente no mximo da sua
potncia para a unio com Deus e que se eleva
incessantemente tanto quanto pode para as iluminaes
divinas imitando o prprio Deus, se isso se pode dizer medida
de suas foras, ento merece bem o ttulo de divina.
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Captulo XIII
Prossigamos o nosso caminho e examinemos porque que se
diz que um dos telogos recebeu a visita de um Serafim.
Notemos que Serafim um anjo da primeira ordem, das mais
antigas essncias celestes, o qual desce para purificar o profeta.
Voou para mim um dos Serafins, o qual trazia na mo umabrasa viva, que tinha tomado do altar com uma tenaz (Is 6:6).
Alguns intrpretes respondem que em virtude da definio j
dada aos nomes que se atribuem em comum a todas as
inteligncias, as Sagradas Escrituras no afirmam que a
inteligncia que desce para purificar o telogo pertence a essa
ordem superior que se situa prxima a Deus, mas que se trata
de um dos anjos que nos so designados a ttulo de ministro
sagrado encarregado da purificao do profeta. Seria um dessesanjos que teria recebido por semelhana o nome de Serafim,
em virtude da operao que realiza apagando pelo fogo os
pecados que as Sagradas Escrituras enumeram e restabelecendo
na obedincia de Deus aquele que tinha sido purificado. Assim,
segundo esse estudo minucioso, as Sagradas Escrituras falando
simplesmente de Serafim no designam uma dessas
inteligncias que se situam nas proximidades de Deus, mas
designam outras das potncias purificadoras que nos so
dedicadas.
Um outro estudioso oferece uma soluo referente a isso para
nos tirar desse embarao. Esse grande mensageiro, que aparece
ao telogo para inici-lo nos segredos divinos, relatou a Deus
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e depois hierarquia primordial a santidade da sua prpria
operao purificadora. O estudioso que assim falava, afirmava
que a potncia divina se difunde por todo lado e penetra todas
as coisas de modo irresistvel, permanecendo misteriosa no
somente pela sua total e sobreessencial transcendncia, mas
ainda pelo mistrio pelo qual envolve todas as suas operaes
providenciais. Portanto, est claro que a potncia divina se
revela a quem quer que seja dotado de inteligncia e que esteja
medida de suas capacidades receptoras.
Tendo doado sua prpria luz s essncias mais antigas, ela usa
em seguida o servio dessas mesmas essncias para transmitir
essa mesma luz de modo harmonioso s essncias de ordem
inferior, segundo a aptido visionria de cada ordem. Por outro
lado, se preferirmos uma expresso mais clara com imagens
mais adequadas temos: a difuso do raio solar atravessa mais
facilmente a primeira matria que mais transparente que
todas as outras. Atravs dessa matria o seu prprio esplendorbrilha de modo mais visvel, mas quando se depara com
matrias mais opacas a sua potncia de difuso se obscurece,
porque as matrias penetradas resistem pela sua prpria
natureza passagem da efuso luminosa e esta resistncia
aumenta progressivamente ao ponto de quase impedir
inteiramente a passagem do raio luminoso.
Pela mesma razo, o calor do fogo transmite-se melhor nos
corpos que so mais aptos a receb-lo e que pelo seumovimento interno de ascenso se aproximam mais da sua
semelhana, mas logo que se aproxima de substncias
refratrias a sua chama permanece sem efeito ou pelo menos
no deixa mais do que um ligeiro trao. O melhor ainda
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dizer: o fogo no atua sobre substncias que no tm afinidade
com ele a no ser por intermdio de corpos j familiarizados,
de modo a fazer o fogo chegar aos objetos inflamveis e
somente em seguida atravs deles aquecer a gua ou outra
substncia rebelde combusto.
atravs dessa lei harmoniosa que rege toda a natureza, que o
Princpio maravilhoso de toda a ordem visvel e invisvel
manifesta originalmente por efuses benfeitoras a chama da
sua prpria luz s essncias superiores, que por seu intermdio
aquelas que vm depois delas participam na luz divina. Com
efeito, essas essncias que confessam Deus em primeiro lugar e
que tendem mais que todas as outras para a virtude divina,
merecem ser as primeiras na imitao divina. So elas que na
sua bondade distribuem generosamente s ordens inferiores
esse esplendor que as penetra, que por sua vez as distribuem s
outras subordinadas. assim que gradativamente a que
precede, distribui seguinte a luz divina que ela prpriarecebeu, a qual se distribui providencialmente sobre todas as
essncias medida das suas capacidades.
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Captulo XIV
O que significam os nmeros atribudos tradicionalmente aos
anjos.
Mas ainda conveniente a meus sentidos refletir sobre essa
tradio escriturstica que atribui aos anjos os nmeros de mil
vezes mil e dez mil vezes dez mil (Daniel 7:10), retornandosobre eles mesmos e multiplicando por eles mesmos os
nmeros mais elevados que ns conhecemos, para nos revelar
claramente que o nmero das legies celestes para ns escapa
de todas as medidas.
Tal , com efeito, a multido desses exrcitos bem-aventurados
que no so desse mundo, que ela ultrapassa a ordem dbil e
restrita de nossos sistemas de numerao material e que s
pode ser conhecida e definida pela sua prpria inteligncia esua prpria cincia que no so desse mundo, mas que
pertencem ao cu e que elas receberam como dom
perfeitamente generoso da Tearquia, pois essa Tearquia
conhece o infinito, Ela a fonte de toda sabedoria, o princpio
comum e supraessencial de toda existncia, a causa que d
classificao de essncia a todo ser, a potncia que contem e o
termo que abarca a totalidade do universo.
[...]
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Captulo XV
Quais so as imagens figurativas das potncias anglicas: o fogo,
a forma humana, os olhos, o nariz, as orelhas, a boca, o tato, as
plpebras, as sobrancelhas, a flor da idade, os dentes, os
ombros, os braos, as mos, o corao, o peito, o dorso, os ps,
as asas, a nudez, a vestimenta, os vus brilhantes, o manto
sacerdotal, os cintos, os bastes, as lanas, os machados, ascorrentes, os ventos, as nuvens, o bronze, o mbar, os coros, os
aplausos, as nuanas das pedras coloridas, a forma de leo,
aquela do boi e da guia, os cabelos, os mantos cavalares, os
rios, os carros, as rodas e a alegria que se atribui aos anjos.
Continuando nossa reta eis o que nos resta dizer. O olho de
nossa inteligncia vai afrouxar, se voc v bem, o esforo pelo
qual ele se ensaiava de maneira anglica nas mais altas vises.
Ns vamos descer de novo aos planos da diviso e da
multiplicidade para a diversidade polimrfica das figuras que os
anjos assumem. Retornaremos em seguida aos nossos passos e
subiremos das imagens para a simplicidade das essncias
celestes. Mas saiba primeiramente (Maurice de Gandillac
acrescenta aqui: somente isso) que as interpretaes sagradas
das imagens figurativas revelam s vezes que as mesmas ordens
das essncias celestes, tanto iniciam quanto so iniciadas, que
aquelas da ltima ordem iniciam e que aquelas da primeira
ordem so iniciadas e que elas possuem todas, como se diz,
potncias superiores, mdias e inferiores, sem que portanto
exegeses (estudos) desse gnero tenham nada de irracional.
Com efeito, pretender que todas juntas, tais ordens sejam
iniciadas por aquelas que as precedem e que essas ltimas
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recebam delas a mesma iniciao, ou ainda, que as superiores
iniciando as inferiores, sejam a seguir iniciadas por aquelas
mesmas que elas iniciaram, seria o puro absurdo e a confuso
total. Mas afirmando-se que as mesmas essncias iniciam e so
iniciadas ns no entendemos por essa afirmao, que elas
iniciam as mesmas que as iniciaram: ns apenas queremos
dizer que cada uma delas iniciada por aquelas que as
precedem e que ao mesmo tempo elas iniciam aquelas que a
seguem.
No h ento nenhuma inconvenincia em afirmar que as
figuraes sagradas que as Escrituras nos apresentam, podem se
atribuir s vezes sem modificao, propriamente e
verdadeiramente, s vezes s potncias primeiras, s vezes s
mdias, s vezes s ltimas. Por exemplo: o poder de se elevar
ao alto por um movimento constante de converso, aquele de
executar em torno de si prprio uma indefectvel revoluo
conservando suas prprias potncias, o poder de participar napotncia providencial comunicando-se processivamente com
as ordens inferiores, tudo isso convem, sem mentir, a todas as
essncias celestes, a algumas todas as vezes (como se disse
muitas vezes) de modo eminente e total, s outras de modo
parcial e inferior.
necessrio que abordemos agora o problema colocado e que
comecemos a elucidao das figuras, procurando o porqu da
Teologia, como se pode constatar, situar as alegorias tiradas dofogo quase acima de todas as outras. Voc notar, com efeito,
que ela no s nos apresenta rodas de fogo ardente (Dan 7:9),
mas ainda animais como brasas de fogo ardente (Ez 1:13) e
homens com semelhana de fogo (Ez 1:27) (Maurice traz
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brilhantes como de fogo). Ela imagina em volta das essncias
celestes mos cheias de brasas acesas (Ez 10:2) e rios de fogo
(Dan 7:10). Ela afirma em outra passagem que os tronos so de
chamas de fogo (Dan 7:9) e invoca a etmologia da palavra
serafins para declarar que essas inteligncias superiores so
incandescentes e para lhes atribuir as propriedades e os
atributos do fogo. No total, quer se trate da alta ou da baixa
hierarquia, sempre para as alegorias tiradas do fogo que vo
suas preferncias. Me parece que de fato, a imagem do fogo
que revela melhor o modo pelo qual as inteligncias celestes se
conformam a Deus. por isso que os Santos Telogos
descrevem freqentemente sob forma incandescente essa
essncia suprasubstancial que escapa a toda figurao e essa
forma que fornece mais de uma imagem visvel daquilo que
ns ousamos chamar de propriedade terquica.
O fogo sensvel , por assim dizer, presente em toda parte e
ilumina tudo sem se misturar com nada, permanecendosempre totalmente separado. Ele brilha com um claro total e
permanece ao mesmo tempo secreto, pois em si ele permanece
desconhecido fora de uma matria que revele sua operao
prpria. No se pode suportar o seu claro nem contempl-lo
face a face, mas seu poder se estende por toda parte e de l onde
ele nasce ele tira tudo para si fazendo dominar (essas duas
palavras faltam em Maurice) seu ato prprio. Por essa
transmutao ele faz dom de si a qualquer um que se aproxime
por pouco que seja: ele regenera os seres por seu calorvivificante (Maurice traz por sua vivificao), ele os clareia
por suas brilhantes iluminaes, mas em si, ele permanece
puro e sem mistura. Ele tem o poder de decompor os corpos
sem sofrer ele mesmo nenhuma alterao. Ele se agita
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vivamente. Ele vive nas alturas, ele escapa a toda atrao
terrestre, ele se move sem cessar, ele se move por si prprio e
ele move os outros. Seu domnio se estende por toda a parte,
mas ele no se deixa prender em lugar algum. Ele no precisa
de ningum. Ele se aumenta insensivelmente, manifestando
sua grandeza em toda matria que o acolhe. Ele ativo,
poderoso, invisvel e presente por toda a parte. Negligenciado,
ele parece que no existe. Mas, sob o efeito dessa frico que
como uma orao, ele aparece bruscamente com todas as suas
qualidades; logo se o ve tomar um voo irresistvel e sem
perder nada de si que ele se comunica jubilosamente em torno
de si. Encontraremos ainda, mais uma propriedade do fogo que
se aplica como uma imagem sensvel s operaes da Tearquia.
Os conhecedores da Sabedoria Divina o sabem bem j que
atribuem figuras incandescentes s essncias celestes, revelando
assim que formas elas assumem e tanto quanto lhes possvel,
a semelhana de Deus.
Mas eles usam tambm para os figurar alegorias
antropomrficas, porque o homem possui uma inteligncia;
porque ele capaz de olhar para o alto; porque ele se mantem
firme e direito; porque sua natureza aquela de um prncipe e
de um chefe; porque se verdade que no plano sensvel os
animais desprovidos de razo tem maiores poderes que os do
homem, no entanto, ele que domina todos pelo
entendimento de sua potncia intelectual, pela soberania de
seu poder racional, pelo carter naturalmente livre eindependente da sua alma.
Quer me parecer ainda mais, que cada parte do corpo humano
pode nos fornecer muitas imagens que se aplicam
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perfeitamente (essas seis ltimas palavras faltam em Maurice)
s potncias celestes. Pode-se dizer que as faculdades visuais
significam sua tendncia a se elevar, em plena claridade, para as
Luzes Divinas assim como a maneira pela qual elas recebem
impassivelmente as iluminaes terquicas com toda
simplicidade ternamente, com flexibilidade, sem resistncia,
em um voo rpido e puro. O discernimento dos odores
significa o poder de agarrar ao mximo as suaves emanaes
que ultrapassam a inteligncia, de discernir da cincia segura
seus contrrios e deles fugir absolutamente. O ouvido significa
o poder de participar na inspirao terquica e dela tirar o saber
que ela contem. O paladar significa a plenitude dos alimentos
intelectuais e a arte de se abeberar (matar a sede) na
fecundidade dos canais divinos; o tato, a arte de distinguir
seguramente o til do nocivo; as plpebras e as sobrancelhas, o
cuidado com o qual elas conservam as vises intelectuais de
Deus; a adolescncia e a juventude a constante florao das
potncias vitais; os dentes, a perfeio com a qual eles dividemo alimento que eles recebem, pois cada essncia intelectual
tendo recebido de uma essncia mais divina, em dom, a
inteleco unitiva, a divide e a multiplica providencialmente
para elevar espiritualmente tanto quanto possa a essncia
inferior (daquela que ela encarregada).
As espduas (ombros), os braos e as mos, representam o
poder de fazer, de agir, de operar; o corao o smbolo de
uma vida conforme a Deus e que espalha em sua bondade suaprpria potncia vital sobre os seres submetidos a sua
Providncia; o peito revela a muralha inexpugnvel (segura) ao
abrigo da qual um corao generoso espalha seus dons
vivificantes; o dorso (costa) figura a reunio de todas as
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potncias que engenharam a vida; os ps, o carter mvel e
rpido desse curso perptuo que os conduz para as realidades
divinas. por isso que as alegorias divinas colocam asas nos ps
das santas inteligncias, pois as asas significam uma rpida
elevao espiritual, uma elevao celeste, uma progresso para
o alto, uma ascenso que libera a alma de toda baixeza; A
ligeireza das asas simbolizam a ausncia de toda atrao
terrestre, o impulso total e puro, isento de todo peso, para os
cimos; o corpo e os ps ns significam desembarao, liberao,
independncia, purificao relativamente a toda suprafluidez
exterior, assimilao mxima divina simplicidade.
Mas como a sabedoria, toda junta una e variada, veste sua
nudez e as representa como portadoras de equipamentos,
necessrio explicar agora, tanto quanto pudermos, as santas
vestimentas e os instrumentos sagrados que se atribuem s
inteligncias celestes.
Eu penso que a toga luminosa e incandescente significa a forma
divina; segundo o simbolismo do fogo, essa potncia de
iluminao que elas extraem da morada celeste que lhes foi
determinada e que o prprio lugar da luz; enfim o carter
totalmente inteligvel da iluminao delas e totalmente
intelectual da viso delas. A toga pontifical significa o poder de
se elevar espiritualmente at os espetculos divinos e msticos e
a consagrar uma vida inteira. Os cintures significam o
cuidado com o qual elas conservam suas potncias genticas; opoder que elas tem de se recolher, de unificar suas potncias
mentais reentrando nelas mesmas, e se dobrando novamente
harmoniosamente (ou facilmente) sobre si no crculo
indefectvel (infalvel) da prpria identidade delas.
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As varas representam o poder real, a soberanidade, a retitude
com a qual elas conduzem todas as coisas a seu acabamento; as
lanas e os machados, sua arte de discriminar o que
estrangeiro, a sutileza, a atividade e a eficcia de suas potncias
de anlise; os equipamentos dos geometras e dos arquitetos,
seu poder de fazer fundao, de edificar e de acabar, e em geral,
tudo que concerne elevao espiritual e a converso
providencial de seus subordinados. Acontece tambm s vezes,
que os instrumentos com os quais os representamos
simbolizam os julgamentos de Deus respeito dos homens,
uns representando as correes disciplinares ou os castigos
merecidos, outros representando o socorro divino em
circunstncias difceis nos incndios, o fim da disciplina ou o
retorno a anterior felicidade, ou ainda o dom de novos
benefcios, pequenos ou grandes, sensveis ou intelectuais. Em
suma, uma inteligncia perspicaz no ficaria embaraada em
fazer corresponder os sinais visveis s realidades invisveis.
Acrescentemos, que os chamamos ventos, para mostrar a
rapidez com a qual elas agitam por toda parte de maneira
quase instantnea, o vai-e-vem do alto para baixo e de baixo
para o alto, pelo que elas elevam suas subordinadas at o cimo
mais alto e pelo que elas inclinam suas superiores a descer
processivamente para se comunicarem com as essncias
inferiores e exercer a Providncia delas para com essas ltimas.
Poder-se-ia dizer tambm que o nome de vento, que significa
um esprito areo, revela a maneira pela qual as intelignciasdivinas vivem em conformidade com Deus; pois esse nome
contem a imagem e a marca da atividade terquica (como foi
mostrado mais explicitamente na Teologia Simblica dando a
exegese dos quatros elementos) graas a seu movimento
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natural e vivificante, graas a indomvel impetuosidade de sua
marcha adiante, graas ao mistrio para ns incognoscvel
(desconhecido) dos princpios e dos fins de seu movimento:
no sabes, (diz a Escritura) donde vem, nem para onde vai (Jo
3:8).
Mas, a Escritura as representa tambm sob a forma de nuvens
(Ez 10:4) para significar assim que as santas inteligncias
contm de um modo que no daqui de baixo, a plenitude da
luz secreta; que tendo recebido em primeira mo e sem
orgulho excessivo a efuso primordial dessa luz, elas a
transmitem a suas subordinadas em segunda mo e de modo
generoso tanto quanto essas ltimas possam receber; enfim
elas possuem uma fecundidade que doa a vida e que faz crescer
os seres e que os aperfeioa derramando sobre eles a chuva da
inteligncia, e chamando por chuvaradas fecundantes para
partos vivificantes o seio que as recebeu.
Se a teologia atribui alm disso s essncias celestes a forma do
cobre e do mbar e aquela das pedras multicores (Ez 8:2; 40:3;
Apoc 21:19-20), porque o mbar que reune em si as formas do
ouro e da prata simboliza por sua vez a pureza incorruptvel,
inesgotvel, indefectvel (infalvel) e intangvel que pertencem
ao ouro e o claro luminoso, brilhante e celeste que pertencem
prata. Quanto ao cobre pelas razes que foram ditas ele
lembra seja o ouro seja o fogo. E no que concerne s formas
multicores das pedras cr-se que elas representam no branco, aluz; no vermelho, o fogo (1da pg.seg.) (essas quatro palavras
faltam em Maurice); no amarelo, o ouro; no verde, o apogeu
da juventude. Para cada espcie voc encontrar assim um
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ensinamento espiritual na exegese simblica das imagens que
ela representa.
A figura do leo (Ez 1:10; Apoc 4:7) deve revelar esse esforo
soberano, veemente, indomvel, pelo qual as essncias celestes
imitam tanto quanto elas podem o mistrio da inefvel
(encantadora) Tearquia, envolvendo intelectualmente os
traos desse mistrio, disfarando-os modesta e misticamente
sobre a via sobre a qual a iluminao divina as eleva.
A figura do boi (Ez 1:10; Apoc 4:7) marca a fora e a potncia, o
poder de escavar sulcos intelectuais para receber as fecundas
chuvas do cu, enquanto os chifres (essas 4 palavras faltam em
Maurice) simbolizam a fora conservadora e invencvel.
A figura da guia (Ez 1:10; Apoc 4:7) indica a realeza, a
tendncia aos cumes, o voo rpido, a agilidade, a prontido, a
engenhosidade em descobrir os alimentos fortificantes, o vigor
de um olhar estendido livremente, diretamente e sem desvio
para a contemplao desses raios, dos quais a generosidade do
Sol terquico multiplica-os.
A figura do cavalo (Apoc 6:2-8) significa a obedincia e a
docilidade. Se eles so brancos, essa limpidez to prxima
quanto possvel da luz divina; se eles so baios (castanho ou
amarelo torrado), o carter misterioso; se eles so de uma cor
entre o branco, o amarelo e a camura, o poder do fogo e sua
eficcia; se eles so pretos com o dorso tendendo ao azul escuro
e o baixo dorso tendendo ao branco, a sntese dos opostos e o
poder de passar de um ao outro, essa adaptao dos superiores
aos inferiores e dos inferiores aos superiores que nasce da
converso de uns e do cuidado providencial dos outros.
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Se ns no tivssemos o desgnio (inteno) de conservar nesse
tratado propores harmoniosas, ns poderamos considerar
cada parte dos animais que acabamos de citar, todos os detalhes
de sua estrutura fsica e ns no estaramos errados de aplicar
esses detalhes s potncias celestes segundo o procedimento
das imagens diferentes (da pg.seg.; ver todo o cap.II). assim
que, para quem quer se elevar do sensvel ao espiritual as
faculdades irascveis (iradas) desses animais ensinam essa
virilidade da inteligncia, da qual a clera o ltimo eco; suas
faculdades concuspiscentes (desejo de bens ou gozo material)
ensinam o desejo amoroso que provam os anjos volta de
Deus; mais sinteticamente todas as sensaes das bestas
privadas de razo e a multiplicidade de suas partes ensinam as
inteleces imateriais das essncias celestes e suas potncias
sem diversidade. Mas para quem sabe raciocinar, esses
exemplos bastam; dizendo melhor, a exegese de uma s dessas
imagens paradoxais esclarece por analogia todos os smbolos do
mesmo tipo.
necessrio examinar ainda o que significa a aplicao
alegrica s essncias celestes dos nomes de rios, de rodas e de
carros (Dan 7:10; Ez 10:2; 2Rs 2:11). Os rios de fogo significam
esses canais terquicos que generosamente no cessam de
escoar seus fluxos sobre as essncias celestes e que conservam
assim sua vivificante fecundidade. Os carros significam essa
comunidade que se liga ao mesmo varo do carro (nota do
tradutor: entenda-se os carros da poca como carroas)essncias de nvel igual. Quanto s rodas aladas que avanam
sem desvio nem inclinao, elas significam o poder de rolar de
maneira reta, em linha reta sobre a via reta e sem desvio, graas
a uma rotao perfeita que no pertence a esse mundo. Mas a
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alegoria sagrada das rodas da inteligncia se presta ainda a uma
outra exegese que corresponde a um outro ensinamento
espiritual. Como diz, com efeito, o telogo, deu-se a elas o
nome de galga que em hebreu significa ao mesmo tempo
revoluo e revelao (Ez 10:13). Essas rodas inflamadas e que
recebem a forma divina tem o poder de rolar sobre elas
mesmas, porque elas se movem perpetuamente em torno do
imutvel bem; elas tm tambm o poder de revelar, pois elas
iniciam nos mistrios; e elas elevam espiritualmente as
inteligncias de baixo, ao mesmo tempo que fazem descer as
iluminaes mais elevadas at as mais humildes.
Resta-nos explicar o que as Escrituras entendem quando elas
falam da alegria das ordens celestes (Lc 15:10). Essas ordens,
com efeito, no saberiam de maneira nenhuma sentir as
volpias apaixonadas que os homens conhecem. O que se quer
dizer por conseqncia que elas participam da alegria divina
por ocasio do retorno de pecadores: elas experimentam umafelicidade calma e verdadeiramente divina, uma felicidade boa e
sem inveja ao vigiar providencialmente e ao salvar aqueles que
se convertem a Deus; uma alegria inefvel (encantadora), a
qual adveio com freqncia tambm a homens santos graas as
visitaes deificantes das iluminaes divinas.
Tais so minhas explicaes concernentes s alegorias sagradas.
Se elas esto distantes de revelar exatamente as iluminaes,
elas ao menos economizaro, eu penso, a humilhao de nosprendermos ao carter imaginativo desses smbolos. Mas se nos
reprovassem o fato de no termos feito meno a todas as
potncias, a todos os atos, a todas as alegorias que as Escrituras
contm relativamente ao anjos, ns teramos o direito de
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justificar algumas de nossas omisses reconhecendo que ns
ignoramos a cincia das realidades que no so desse mundo e
que para nos conduzir a essa cincia nos fizeram falta as luzes
de um iniciador. Quanto a outras omisses concernentes a
questes anlogas quelas que nos tratamos, elas se explicam
pelo duplo cuidado de no estender nosso tratado para outras
medidas e respeitar o nosso silncio a respeito de mistrios que
nos ultrapassam.
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