desperta - sitracom bg · informativo do sindicato dos trabalhadores nas indÚstrias da...
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ANO XIIINº 96JUNHO2012
INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DE BENTO GONÇALVES
DespertaTrabalhador
4º Encontro da Mulherdo Sitracom BG
Dia 15 de Junho de 2012, às 19hAuditório do Sitracom BG
A arte de viver comsaúde e harmonia
Palestra
com a Terapeuta HolísticaFlávia Maria Panizzi Possamai
Após a palestra haveráCoquetel de Confraternização.Ingresso para o Coquetel: R$ 5,00Adquira com o seu Diretor Sindical
ou no Sitracom BG
Promoção:Como levar nosso dia a dia
com motivação e saúde.
Como auto administrar
a depressão, a ansieda-
de, medos, inseguranças,
enxaquecas, insônia, dores
na coluna, dores em geral,
fadiga e estresse.
02
trabalhador
03
Os trabalhadores da construção civil terão cor-reção salarial correspon-dente a 8%, que inclui a inflação do período mais 3,04% de aumento real. A categoria, que tem como data base o dia 1º de maio, conquistou o au-mento após um acordo firmado entre o Sindica-to dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mo-biliário (Sitracom BG) e a Associação das Empresas
A segurança nos can-teiros de obras continua sendo uma das grandes preocupações do Sindica-to dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG). Por isso a equipe de técni-cos em segurança do traba-lho da entidade aposta em uma campanha contínua de conscientização para di-minuir os riscos dos aciden-tes que atingem constan-temente os trabalhadores. “A grande maioria dos aci-dentes ocorrem por falha humana. São situações em que se deixa de seguir as normas de segurança por simples comodidade ou desleixo. O resultado disso é bem conhecido, aciden-tes que matam e deixam sequelas nos operários e nas suas famílias”, analisa o vice-presidente do Sitracom BG, Artêmio Borges.
Semanalmente os técni-cos do sindicato realizam vistorias em diversas obras de Bento Gonçalves e re-
Uma comitiva do Sindi-cato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sitracom BG), juntamente com uma repre-sentação do sindicato pa-tronal local, o Sindmóveis, participou de um encontro com senador gaúcho Pau-lo Paim (PT), para entregar ao parlamentar uma pauta com reivindicações para be-nefício dos trabalhadores das mais diversas catego-rias.
Entre os assuntos elen-cados, destaque para a área de educação. Sitracom BG e o Sindimóveis estão pro-pondo uma alteração no Artigo 21 da Lei 9394 de 1996. A intenção incluir o ensino superior na defini-ção de ensino básico. Desta maneira a redação da lei se-ria: A educação básica é for-
O Centro de Referên-cia Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra) está empenhado na tarefa de fazer com que o Sistema Único de Saúde (SUS) se responsabilize pela saúde do trabalhador. É por isso que vem promovendo uma série de oficinas que visam discutir políticas em âmbito estadual para que o serviço de vigilância em saúde do trabalhador ganhe corpo e produza os resultados es-perados. Uma das etapas destas oficinas foi realizada no Sitracom BG, no dia 5 de junho, e contou com a par-ticipação de profissionais da saúde e sindicalistas.
A intenção do Cerest/Serra é fazer com que o SUS reconheça seu papel e dê pleno suporte à saúde do trabalhador. “Hoje te-
Acordo coletivo garante aumento de 8% para trabalhadores da construção civil
de Construção Civil da Re-gião dos Vinhedos (Ascon Vinhedos).
Para o presidente do Si-tracom BG, Itajiba Soares Lopes, a convenção cole-tiva da categoria teve um resultado positivo, pois garantiu aos trabalhadores a reposição das perdas cau-sadas pela inflação, além de incluir um ganho real. “É muito importante que se destaque esta situação, pois vivemos num tempo
em que nossos companhei-ros deixaram de acumular perdas, como acontecia anteriormente. É claro que ainda não temos os valo-res que seriam realmente suficientes para atender as demandas de todas as fa-mílias, mas gradativamente estamos avançando neste sentido”, observou.
Com a convenção coleti-va os valores a ser repassa-dos aos trabalhadores serão os seguintes:
Serventes - R$ 860,00 para o contrato de experi-ência (60 dias); R$ 900,00 para os dois primeiros me-ses após o encerramento do contrato de experiência e R$ 980,00 após o quarto mês de contrato de traba-lho.
Profissionais - R$ 1.150 para o período do contrato de experiência (60 dias) e R$ 1.325,00 para o período posterior ao contrato de ex-periência.
Além da correção sala-rial, os trabalhadores con-quistaram também o direi-to ao adicional por tempo de serviço (quinquênio) de 4%. Entre as cláusu-las sociais ainda está uma cesta básica para os meses de agosto e dezembro de 2012 e abril de 2013. Os trabalhadores também te-rão o direito de não iniciar férias nas quintas-feiras, sextas-feiras e vésperas de feriados.
Fiscalização busca conscientizar para evitar acidentes de trabalho
Dicas de segurançal Usar EPIs adequados (é obrigação do empregador fornecê-lo).l A partir de dois metros de altura o trabalhador deve usar cinto de segurança. Nunca subestime a altura. l Elevadores não devem ser utilizados para carga e transporte de pessoal. Nunca se de vê utilizar o mesmo para ambos os casos. l Obras devem ser cercadas e isoladas por tapumes. l Guarda-corpos, linha de vida e andaimes adequados devem ser itens obrigatórios para garantir a segurança.l Todo o trabalhador deve estar regularizado e com sua Carteira de Trabalho em dia.l Serras circulares devem ter proteção e betoneiras devem ser aterradas.
gião. Estas vistorias têm um caráter preventivo, voltado principalmente para a se-gurança dos trabalhadores e conscientização dos em-pregadores. Somente no mês de maio foram cerca de 60 visitas a obras. “Em alguns casos, depois da vis-toria e apontadas as irregu-laridades, a situação acaba mudando e as condições de segurança passam a ser se-guidas de forma correta por operários e empregadores. Mas em outros não há mu-dança alguma. Quando isso acontece, temos que notifi-car o Ministério do Trabalho que, por vezes, acaba inter-ditando ou embargando a obra”, esclarece Artêmio.
As averiguações apon-tam para uma situação de descaso constante com os equipamentos de proteção individual (EPIs). “Infeliz-mente é comum encon-trarmos trabalhadores sem capacete, usando chinelos e sem cinto de segurança. Para fugir dos riscos é es-sencial que o operário uti-
lize os EPIs indicados pelas normas de segurança e que os seus empregadores os forneçam”, comentou Vi-cente Kinalski, integrante da equipe de inspeção.
Além disso, ele destaca outros problemas que afe-tam diretamente os operá-rios. “Ainda há muita gente trabalhando em condições precárias. Muitas obras não contam com área de vivência que são banheiros, vestiários, refeitórios ou alojamentos. Muitos traba-lhadores não têm sequer re-gistro formal. Isso gera uma situação degradante e con-tribui muito para aumen-tar o número de acidentes, pois são nesses locais que ocorre o maior número de-les”, disse Vicente.
Perigo nas alturasNa construção civil o pe-
rigo maior está nas alturas. Ainda são comuns obras que não apresentam o de-vido aparato de segurança e colocam os trabalhadores em uma situação de risco
permanente. “Se-manalmente temos encontrado ope-rários trabalhan-do sem cinto de segurança e sem linha de vida em locais sem guarda-corpos. Esta é uma situação que não ajuda em nada o trabalhador. É só esperar para registrar o acidente”, diz o técnico em Seguran-ça, Ricardo Vargas.
Entre os inúmeros pro-blemas encontrados, ele destaca ainda a existên-cia de aberturas em pisos, vãos abertos, escadas sem
corrimão, passarelas ina-dequadas, sem nenhuma proteção, betoneiras sem aterramento elétrico e ou-tros. “O trabalhador tem que estar consciente do ris-co que corre. Basta a que-da de uma altura de dois metros para que aconteça uma morte ou mesmo que o trabalhador fique com sequelas para o resto da vida”, concluiu.
Cerest/Serra quer o SUS atuando naVigilância em Saúde do Trabalhador
O papel da vigilâncial Notificação dos acidentes;
l Análise dos dados;
l Educação para a saúde;
l Apoio às equipes de saúde;
l Estimular a estruturação de serviços de saúde em institui-ções públicas e privadas.
mos a vigilância sanitária, a vigilância epidemiológica e a vigilância ambiental, mas em momento algum se fala na vigilância em saúde do trabalhador. Ou seja, quem está na raiz da produção não tem a devida atenção e está praticamente em es-tado de abandono. O ser humano está desvaloriza-do”, analisa a médica do trabalho Elisa Matana, que integra o Cerest/Serra.
Na ótica do Conselho, as questões ligadas à saúde do trabalhador ainda não ganharam a dimensão que merecem. Ainda falta uma articulação que faça com que o SUS se responsabili-ze por isso. E as tratativas para que o processo mude de rumo não são de hoje. Desde 1998, diversos ór-gãos ligados à área estão
trabalhando e realizando estudos para viabilizar a es-truturação de uma política que atenda os trabalhado-res. Para mudar o quadro, a médica diz que é preciso que se definam as respon-sabilidades. “As esferas fe-deral, estadual e municipal tem que estar alinhadas com as demandas dos tra-balhadores”, comenta Eli-sa.
Atualmente estima-se que mais de 2,3 milhões de trabalhadores no Rio Grande do Sul estejam sem proteção social ou na in-formalidade. Estes formam uma parte da população muito vulnerável, que pre-cisa ser protegida dos ma-les inerentes aos processos produtivos. “Temos muita gente trabalhando em li-xões, homens, mulheres e
crianças expostas a riscos em muitas áreas de traba-lho. Por isso temos que ter uma vigilância que cuide da saúde desta gente”, diz a médica.
Para o presidente do Si-tracom BG, Itajiba Soares Lopes, a implementação do serviço de vigilância em saúde do trabalhador vai
trazer inúmeros benefícios, principalmente para aque-les que sofrem com as do-enças ocupacionais. “Este sindicato apoia a iniciativa do Cerest/Serra em promo-ver a saúde do trabalhador. Temos que contar com um SUS atuante e em defesa dos interesses de quem o mantém”, finalizou.
Sitracom quer mudanças na legislação parabeneficiar trabalhadores e empregadores
mada pela educação infantil, ensino fundamental, ensi-no médio e ensino superior. Segundo o presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes, quando a lei foi cria-da, o Brasil passava por ou-tro momento e o texto não contemplava a necessida-de de um trabalhador mais qualificado intelectualmen-te. “Agora a situação é outra e junto com o Sindimóveis consideramos que é muito importante que as empresas que ajudam o trabalhador a pagar o ensino superior não sejam oneradas por isso”, opinou. Para o representante do Sindmóveis, Gilberto Ber-tarello, a alteração da lei vai proporcionar o surgimento de novas lideranças entre os trabalhadores. “Teremos pes-soas mais capacitadas e que servirão como fonte de inspi-
ração para outros buscarem mais educação”, comentou.
Outra proposta diz res-peito ao Vale Transporte. Ambos os sindicatos querem alterar a lei 7418 de 1985. Desta forma o texto seria: o empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente a parce-
la que exceder a 6% do seu salário base. Exemplifican-do, o desconto seria de 3% e o empregador pagaria a parcela que exceder a este percentual. “Com isso o em-pregador não seria punido pagando mais INSS dos 3% e haveria uma maior valoriza-ção da negociação coletiva”, argumentou o presidente.
A pauta de reivindica-ções também incluiu:
Imposto de Renda – que seja revista a tabelo para o trabalhador, pois a existente é muito prejudi-cial à classe.
Aposentados – que o reajuste seja feito pelo ín-dice do aumento do salário mínimo. Direito a desapo-sentadoria e o fim do fator previdenciário.
Fator previdenciário – retirada do fator no cál-culo da aposentadoria.
Concurso para audi-tores – novos concursos para Auditores do Ministé-rio do Trabalho, tendo em vista o crescente aumento dos acidentes de trabalho. Atualmente são gastos 14 bilhões de reais em aciden-tes de trabalho anualmen-te.
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trabalhador
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Os trabalhadores da construção civil terão cor-reção salarial correspon-dente a 8%, que inclui a inflação do período mais 3,04% de aumento real. A categoria, que tem como data base o dia 1º de maio, conquistou o au-mento após um acordo firmado entre o Sindica-to dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mo-biliário (Sitracom BG) e a Associação das Empresas
A segurança nos can-teiros de obras continua sendo uma das grandes preocupações do Sindica-to dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG). Por isso a equipe de técni-cos em segurança do traba-lho da entidade aposta em uma campanha contínua de conscientização para di-minuir os riscos dos aciden-tes que atingem constan-temente os trabalhadores. “A grande maioria dos aci-dentes ocorrem por falha humana. São situações em que se deixa de seguir as normas de segurança por simples comodidade ou desleixo. O resultado disso é bem conhecido, aciden-tes que matam e deixam sequelas nos operários e nas suas famílias”, analisa o vice-presidente do Sitracom BG, Artêmio Borges.
Semanalmente os técni-cos do sindicato realizam vistorias em diversas obras de Bento Gonçalves e re-
Uma comitiva do Sindi-cato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sitracom BG), juntamente com uma repre-sentação do sindicato pa-tronal local, o Sindmóveis, participou de um encontro com senador gaúcho Pau-lo Paim (PT), para entregar ao parlamentar uma pauta com reivindicações para be-nefício dos trabalhadores das mais diversas catego-rias.
Entre os assuntos elen-cados, destaque para a área de educação. Sitracom BG e o Sindimóveis estão pro-pondo uma alteração no Artigo 21 da Lei 9394 de 1996. A intenção incluir o ensino superior na defini-ção de ensino básico. Desta maneira a redação da lei se-ria: A educação básica é for-
O Centro de Referên-cia Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra) está empenhado na tarefa de fazer com que o Sistema Único de Saúde (SUS) se responsabilize pela saúde do trabalhador. É por isso que vem promovendo uma série de oficinas que visam discutir políticas em âmbito estadual para que o serviço de vigilância em saúde do trabalhador ganhe corpo e produza os resultados es-perados. Uma das etapas destas oficinas foi realizada no Sitracom BG, no dia 5 de junho, e contou com a par-ticipação de profissionais da saúde e sindicalistas.
A intenção do Cerest/Serra é fazer com que o SUS reconheça seu papel e dê pleno suporte à saúde do trabalhador. “Hoje te-
Acordo coletivo garante aumento de 8% para trabalhadores da construção civil
de Construção Civil da Re-gião dos Vinhedos (Ascon Vinhedos).
Para o presidente do Si-tracom BG, Itajiba Soares Lopes, a convenção cole-tiva da categoria teve um resultado positivo, pois garantiu aos trabalhadores a reposição das perdas cau-sadas pela inflação, além de incluir um ganho real. “É muito importante que se destaque esta situação, pois vivemos num tempo
em que nossos companhei-ros deixaram de acumular perdas, como acontecia anteriormente. É claro que ainda não temos os valo-res que seriam realmente suficientes para atender as demandas de todas as fa-mílias, mas gradativamente estamos avançando neste sentido”, observou.
Com a convenção coleti-va os valores a ser repassa-dos aos trabalhadores serão os seguintes:
Serventes - R$ 860,00 para o contrato de experi-ência (60 dias); R$ 900,00 para os dois primeiros me-ses após o encerramento do contrato de experiência e R$ 980,00 após o quarto mês de contrato de traba-lho.
Profissionais - R$ 1.150 para o período do contrato de experiência (60 dias) e R$ 1.325,00 para o período posterior ao contrato de ex-periência.
Além da correção sala-rial, os trabalhadores con-quistaram também o direi-to ao adicional por tempo de serviço (quinquênio) de 4%. Entre as cláusu-las sociais ainda está uma cesta básica para os meses de agosto e dezembro de 2012 e abril de 2013. Os trabalhadores também te-rão o direito de não iniciar férias nas quintas-feiras, sextas-feiras e vésperas de feriados.
Fiscalização busca conscientizar para evitar acidentes de trabalho
Dicas de segurançal Usar EPIs adequados (é obrigação do empregador fornecê-lo).l A partir de dois metros de altura o trabalhador deve usar cinto de segurança. Nunca subestime a altura. l Elevadores não devem ser utilizados para carga e transporte de pessoal. Nunca se de vê utilizar o mesmo para ambos os casos. l Obras devem ser cercadas e isoladas por tapumes. l Guarda-corpos, linha de vida e andaimes adequados devem ser itens obrigatórios para garantir a segurança.l Todo o trabalhador deve estar regularizado e com sua Carteira de Trabalho em dia.l Serras circulares devem ter proteção e betoneiras devem ser aterradas.
gião. Estas vistorias têm um caráter preventivo, voltado principalmente para a se-gurança dos trabalhadores e conscientização dos em-pregadores. Somente no mês de maio foram cerca de 60 visitas a obras. “Em alguns casos, depois da vis-toria e apontadas as irregu-laridades, a situação acaba mudando e as condições de segurança passam a ser se-guidas de forma correta por operários e empregadores. Mas em outros não há mu-dança alguma. Quando isso acontece, temos que notifi-car o Ministério do Trabalho que, por vezes, acaba inter-ditando ou embargando a obra”, esclarece Artêmio.
As averiguações apon-tam para uma situação de descaso constante com os equipamentos de proteção individual (EPIs). “Infeliz-mente é comum encon-trarmos trabalhadores sem capacete, usando chinelos e sem cinto de segurança. Para fugir dos riscos é es-sencial que o operário uti-
lize os EPIs indicados pelas normas de segurança e que os seus empregadores os forneçam”, comentou Vi-cente Kinalski, integrante da equipe de inspeção.
Além disso, ele destaca outros problemas que afe-tam diretamente os operá-rios. “Ainda há muita gente trabalhando em condições precárias. Muitas obras não contam com área de vivência que são banheiros, vestiários, refeitórios ou alojamentos. Muitos traba-lhadores não têm sequer re-gistro formal. Isso gera uma situação degradante e con-tribui muito para aumen-tar o número de acidentes, pois são nesses locais que ocorre o maior número de-les”, disse Vicente.
Perigo nas alturasNa construção civil o pe-
rigo maior está nas alturas. Ainda são comuns obras que não apresentam o de-vido aparato de segurança e colocam os trabalhadores em uma situação de risco
permanente. “Se-manalmente temos encontrado ope-rários trabalhan-do sem cinto de segurança e sem linha de vida em locais sem guarda-corpos. Esta é uma situação que não ajuda em nada o trabalhador. É só esperar para registrar o acidente”, diz o técnico em Seguran-ça, Ricardo Vargas.
Entre os inúmeros pro-blemas encontrados, ele destaca ainda a existên-cia de aberturas em pisos, vãos abertos, escadas sem
corrimão, passarelas ina-dequadas, sem nenhuma proteção, betoneiras sem aterramento elétrico e ou-tros. “O trabalhador tem que estar consciente do ris-co que corre. Basta a que-da de uma altura de dois metros para que aconteça uma morte ou mesmo que o trabalhador fique com sequelas para o resto da vida”, concluiu.
Cerest/Serra quer o SUS atuando naVigilância em Saúde do Trabalhador
O papel da vigilâncial Notificação dos acidentes;
l Análise dos dados;
l Educação para a saúde;
l Apoio às equipes de saúde;
l Estimular a estruturação de serviços de saúde em institui-ções públicas e privadas.
mos a vigilância sanitária, a vigilância epidemiológica e a vigilância ambiental, mas em momento algum se fala na vigilância em saúde do trabalhador. Ou seja, quem está na raiz da produção não tem a devida atenção e está praticamente em es-tado de abandono. O ser humano está desvaloriza-do”, analisa a médica do trabalho Elisa Matana, que integra o Cerest/Serra.
Na ótica do Conselho, as questões ligadas à saúde do trabalhador ainda não ganharam a dimensão que merecem. Ainda falta uma articulação que faça com que o SUS se responsabili-ze por isso. E as tratativas para que o processo mude de rumo não são de hoje. Desde 1998, diversos ór-gãos ligados à área estão
trabalhando e realizando estudos para viabilizar a es-truturação de uma política que atenda os trabalhado-res. Para mudar o quadro, a médica diz que é preciso que se definam as respon-sabilidades. “As esferas fe-deral, estadual e municipal tem que estar alinhadas com as demandas dos tra-balhadores”, comenta Eli-sa.
Atualmente estima-se que mais de 2,3 milhões de trabalhadores no Rio Grande do Sul estejam sem proteção social ou na in-formalidade. Estes formam uma parte da população muito vulnerável, que pre-cisa ser protegida dos ma-les inerentes aos processos produtivos. “Temos muita gente trabalhando em li-xões, homens, mulheres e
crianças expostas a riscos em muitas áreas de traba-lho. Por isso temos que ter uma vigilância que cuide da saúde desta gente”, diz a médica.
Para o presidente do Si-tracom BG, Itajiba Soares Lopes, a implementação do serviço de vigilância em saúde do trabalhador vai
trazer inúmeros benefícios, principalmente para aque-les que sofrem com as do-enças ocupacionais. “Este sindicato apoia a iniciativa do Cerest/Serra em promo-ver a saúde do trabalhador. Temos que contar com um SUS atuante e em defesa dos interesses de quem o mantém”, finalizou.
Sitracom quer mudanças na legislação parabeneficiar trabalhadores e empregadores
mada pela educação infantil, ensino fundamental, ensi-no médio e ensino superior. Segundo o presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes, quando a lei foi cria-da, o Brasil passava por ou-tro momento e o texto não contemplava a necessida-de de um trabalhador mais qualificado intelectualmen-te. “Agora a situação é outra e junto com o Sindimóveis consideramos que é muito importante que as empresas que ajudam o trabalhador a pagar o ensino superior não sejam oneradas por isso”, opinou. Para o representante do Sindmóveis, Gilberto Ber-tarello, a alteração da lei vai proporcionar o surgimento de novas lideranças entre os trabalhadores. “Teremos pes-soas mais capacitadas e que servirão como fonte de inspi-
ração para outros buscarem mais educação”, comentou.
Outra proposta diz res-peito ao Vale Transporte. Ambos os sindicatos querem alterar a lei 7418 de 1985. Desta forma o texto seria: o empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente a parce-
la que exceder a 6% do seu salário base. Exemplifican-do, o desconto seria de 3% e o empregador pagaria a parcela que exceder a este percentual. “Com isso o em-pregador não seria punido pagando mais INSS dos 3% e haveria uma maior valoriza-ção da negociação coletiva”, argumentou o presidente.
A pauta de reivindica-ções também incluiu:
Imposto de Renda – que seja revista a tabelo para o trabalhador, pois a existente é muito prejudi-cial à classe.
Aposentados – que o reajuste seja feito pelo ín-dice do aumento do salário mínimo. Direito a desapo-sentadoria e o fim do fator previdenciário.
Fator previdenciário – retirada do fator no cál-culo da aposentadoria.
Concurso para audi-tores – novos concursos para Auditores do Ministé-rio do Trabalho, tendo em vista o crescente aumento dos acidentes de trabalho. Atualmente são gastos 14 bilhões de reais em aciden-tes de trabalho anualmen-te.
PRESIDENTE: ITAJIBA SOARES LOPES | 1º VICE-PRESIDENTE: ARTEMIO DA COSTA BORGES | SECRETÁRIO GERAL: CARLOS LAERTE ARANGUIZ JOSENDE | 1º SECRETÁRIO: MARIA LISETE MOTTA | TESOUREIRO GERAL: ARSELO JOSÉ ROSSINI | 1º TESOUREIRO: JORCI GIURIATTI | DIRETOR DE EDUCAÇÃO: IVO VAILATTI | SUPLENTES DA DIRETORIA: Juvenil Tavares de Souza, Clademar Verdi, Fernanda Calza, Denise Raquel Quadri, Valdemar John Berndt, Alexandro Giuriatti da Silva, Rivail Louzada Guimarães | CONSELHO FISCAL - EFETIVOS: Lionina Salete Cabral Piegas, Jandir Rimoldi e Maria de Lourdes F. de Oliveira | CONSELHO FISCAL - SUPLENTES: Armindo Ormar Ritter, Darcy Defendi, Paulo João Dal Magro| DELEGADOS JUNTO À FEDERAÇÃO: Efetivos: Ivo Vailatti e Itajiba Soares Lopes | Suplentes: Nei Edison Fernandes e Ivalino Ceriotti
Edição e Fotos: Giovani Nunes | Editoração: Arte & Texto | Impressão: Pioneiro | Tiragem: 3000 exemplares | Distribuição Gratuita
DESPERTA TRABALHADOR | INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DE BENTO GONÇALVES
Rua Candelária, 235 | Bento Gonçalves (RS) | Fone: (54) 3452.2538 | E-mail: sitracombg1@terra.com.br | www.sitracombg.com.br
04
direitotrabalhadordireito do trabalhadordireito
Em recente julgado (março de 2012), o Tribunal Superior do Tra-balho (TST) consagrou seu entendimento de que o dono de obra merece ser responsabilizado juntamente com a empreiteira (toma-dora dos serviços) pelo inadimplemento de obrigações de segurança e saúde no trabalho.
O caso concreto consiste numa metalúrgica que contratou em-presa especializada em montagem de estruturas metálicas para fa-zer a reforma de um galpão, onde ocorreu o acidente que vitimou o empregado, ao despencar de um andaime.
O julgado TST-RR-133500-73.2008.5.04.0511 teve origem na 1ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves, onde já em 1º Grau restou decidido que o dono da obra e o empreiteiro deveriam responder solidariamente pelo acidente fatal ocorrido com um trabalhador, condenando-as o pagamento de uma indenização por dano moral no valor de R$116 mil a cada um dos dependentes do empregado falecido, visto que demonstrada a culpa concorrente entre ambas as empresas.
O Tribunal Regional da 4ª Região manteve a condenação da dona de obra, visto que entendeu que a partir do momento em que a dona de obra contratou a empresa prestadora dos serviços, a qual não cumpriu com as obrigações de segurança e saúde no trabalho e que se esquivou de fiscalizar o cumprimento das obrigações, agiu com culpa e que, portanto, deve ser responsabilizada solidariamen-te.
Concluiu também que o contexto probatório revelou que ambas as empresas concorreram para o resultado alcançado pelo evento danoso que matou o empregado, na medida em que não foram diligentes na observação das normas de segurança e proteção do trabalho que poderiam ter evitado o acidente fatal. Tal fato carac-terizou a denominada culpa in eligendo e culpa in vigilando, pois a dona de obra foi negligente na escolha da empreiteira, assim como foi omissa na fiscalização e supervisão do trabalho que era realizado em seu favor e que determinou morte de trabalhador.
Dessa forma, restou interposto o Recurso de Revista por parte da dona de obra.
Todavia, em que pesem os argumentos esposados, restou man-tida a condenação da dona de obra, haja vista que nos termos do artigo 942 do Código Civil, a responsabilidade é solidária para todos aqueles que concorrem para o ato ilícito causador do dano à vítima, alcançando não só o empregador mas também aquele que contrata os serviços e que foi o real beneficiário dos serviços quando ocorreu o acidente.
Assim, o TST entendeu que a prática de ato ilícito está compro-vada quando não há observância das regras de segurança do tra-balho, razão pela qual, todos devem responder solidariamente pela reparação dos danos morais e materiais decorrentes da morte do trabalhador.
Dessa forma, resta comprovado o fato de que a conduta culposa da tomadora de serviço (dona de obra) não pode restar impune fren-te à inadimplência de obrigações de segurança e saúde no trabalho cometidas pela empreiteira (real empregadora). Além disso, o caso acima exposto pode ser aplicado a quaisquer acidentes de trabalho que gerem danos ou sequelas a trabalhadores.
Maiores esclarecimentos poderão ser obtidos junto ao Departa-mento Jurídico do SITRACOM-BG no horário das 08h às 10h, de se-gunda a sexta-feira, e das 16h às 18h, às quartas e quintas-feiras.
Vanderlei Zortéa/Rosângela CarraroAdvogados
A primeira edição do Fórum Social Empresarial realizado em Bento Gonçalves teve a participa-ção do Sitracom BG. O evento teve como alvo empresas socialmente responsáveis ou com intenção de se tornar e também pessoas sensí-veis aos temas do desenvolvimen-to sustentável e do crescimento responsável.
O sindicalista Arcelo Rossini destacou a importância da partici-pação do Sitracom BG no evento. “Este fórum buscou mostrar as re-lações entre a produção e a respon-sabilidade social. Entendemos que este tema coloca o ser humano em evidência. E sendo assim é claro que o Sitracom BG estará sempre prestando seu apoio”, comentou. O vice-presidente do Sitracom BG,
O auditório da sede do Sitracom BG passou por uma ampla reforma durante o mês de maio. As obras serviram principalmente para re-vitalizar o espaço que comporta confortavelmente cerca de 220 pessoas. “Este espaço era muito bom, mas ficou ultrapassado com o tempo. Agora tivemos a oportu-nidade de fazer algumas melhorias e deixá-lo com um ar de moderni-dade, pronto para ser utilizado nas mais diversas situações”, observou o presidente Itajiba Soares Lopes.
Entre as melhorias, destaque para a nova iluminação, sonoriza-
No próximo dia 07 de julho, o Sitracom BG promove a sua tradicional Festa de São João, no Centro de Lazer. Muita pipoca, pinhão e quentão, além de boa música, estarão
esperando os companheiros trabalhadores e seus familiares.
TST CONFIRMA CONDENAÇÃO DE DONO DE OBRA E EMPREITEIRA A RESPONDER POR
ACIDENTE FATAL COM TRABALHADOR
Sitracom BG no Fórum Social Empresarial
Artêmio Borges, que acompanhou todo o evento, ficou satisfeito com os resultados. “Esta foi a primeira edição do fórum e ficou evidente que os temas abordados são de suma importância para o traba-lhador. Não é possível que hoje as organizações fechem os olhos para a responsabilidade com o ser hu-mano, tanto o trabalhador como a sociedade que gira ao redor do sistema produtivo. É preciso que haja um equilíbrio entre produção e responsabilidade para preservar o mundo”, observou.
O Sitracom BG também teve participação ativa na realização do fórum. Na parte logística, foi res-ponsável pela hospedagem em sua sede de alguns dos principais de-batedores do evento.
Reforma revitaliza auditório do Sitracom
ção, automatização e climatização do ambiente, além de novos sani-tários. “Muitos profissionais parti-ciparam desta reforma, mas é pre-ciso destacar também o empenho de nossos diretores e trabalhado-res do Sindicato, que se dedicaram para a conclusão dos trabalhos”, comentou o presidente.
Com a reestruturação, o auditó-rio poderá ser utilizado por toda a comunidade e entidades para a re-alização de eventos. Contatos para a locação poderão ser feitos atra-vés da secretaria do Sitracom BG ou pelo fone 54 3452.2538.
FESTA DE SÃO JOÃO
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