decreto-lei n.o 457_99 - regulamento de utilização da arma de fogo

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  • 7/25/2019 Decreto-Lei n.o 457_99 - Regulamento de Utilizao Da Arma de Fogo

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    7701N.o258 5-11-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    Artigo 6.o

    As moedas destinadas a distribuio pblica pelo res-pectivo valor facial so postas em circulao pelo Estado,por intermdio e sob requisio do Banco de Portugal.

    Artigo 7.o

    O diferencial entre o valor facial e os correspondentescustos de produo, relativamente s moedas efectiva-mente colocadas junto do pblico, ser afecto nos termosdo artigo 8.o do Decreto-Lei n.o 391/86, de 22 de Novem-bro, com a redaco que lhe foi dada pelo artigo 3.o

    do Decreto-Lei n.o 260/87, de 29 de Junho.

    Artigo 8.o

    As moedas cunhadas ao abrigo deste diploma tmcurso legal, mas ningum poder ser obrigado a receberem qualquer pagamento mais de 20 000$ nestas moedas.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1de Outubro de 1999. Antnio Manuel de OliveiraGuterres Antnio Luciano Pacheco de Sousa Franco.

    Promulgado em 25 de Outubro de 1999.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, JORGE SAMPAIO.

    Referendado em 26 de Outubro de 1999.

    O Primeiro-Ministro, Antnio Manuel de OliveiraGuterres.

    MINISTRIO DA ADMINISTRAO INTERNA

    Decreto-Lei n.o 457/99

    de 5 de Novembro

    O circunstancialismo em que as foras de seguranapodem, ou mesmo devem, utilizar a fora tem vindoa constituir uma preocupao sentida nacional e inter-nacionalmente.

    A Constituio da Repblica estabelece no n.o 2 doartigo 266.o que os rgos e agentes administrativosdevem actuar com respeito pelos princpios da igual-

    dade, da proporcionalidade, da necessidade, da justia,da imparcialidade e da boa f.Assim, pacificamente aceite que tambm os agentes

    da funo policial s podem empregar a fora quandotal se afigure estritamente necessrio e na medida exi-gida para o cumprimento do seu dever.

    Se os princpios mencionados, designadamente os danecessidade e da proporcionalidade, so as balizas dequalquer interveno pela fora, so-no, ainda commaior premncia de acatamento, quando est em causaa utilizao de um dos instrumentos mais sensveis dafora, a arma de fogo.

    S que no basta a mera proclamao de grandesprincpios para que as foras policiais se sintam em con-

    dies de, a todo o momento, poder optar por um deentre os vrios tipos de interveno possveis.

    O presente diploma tem subjacente a preocupaode explicitar e desenvolver condicionantes ao uso dearmas de fogo inerentes aos direitos, liberdades e garan-

    tias constitucionalmente previstas e enfatizar especial-mente a necessidade de salvaguardar a vida humanaat ao extremo possvel, atravs da concretizao deexigncias acrescidas e mais restritivas, de recurso aarma de fogo contra pessoas.

    Salvaguarda-se, por outro lado, o prprio agente naaco policial, que, com um quadro mais claro de pro-cedimentos, v facilitada a adopo, em cada momentocrtico, do comportamento adequado ao desempenhoda sua misso.

    Refira-se, ainda, que, quando qualquer agente policialse v na contingncia de utilizar uma arma de fogopara o cumprimento da misso que lhe est cometida,no deve haver distino de provenincia, tanto maisque frequentemente se trata de actuao conjunta, por

    vezes at no mesmo local e mesma hora.O presente diploma, realizando essa uniformizao

    que visa aumentar a eficcia da aco policial, vem indu-zir, consequentemente, um reforo da relao de con-fiana das polcias com os cidados.

    A medida agora adoptada insere-se no Programa doXIII Governo Constitucional no que se refere moder-nizao dos servios de proteco dos cidados e implementao de solues institucionais e procedimen-tos tendentes a assegurar um controlo mais eficaz documprimento da lei e da defesa dos direitos e interesseslegtimos dos cidados.

    Em concluso, consubstancia-se no diploma emapreo a instituio de um regime uniforme e sistem-tico, regulador do uso de armas de fogo na aco policial,por parte de todas as entidades definidas no Cdigode Processo Penal como rgos de polcia criminal.

    Assim:No uso da autorizao legislativa concedida pelo

    artigo 2.

    o

    da Lei n.

    o

    104/99, de 26 de Julho, e nos termosda alnea b) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituio,o Governo decreta, para valer como lei geral da Rep-blica, o seguinte:

    Artigo 1.o

    Objecto e mbito de aplicao

    1 O presente diploma aplica-se s situaes derecurso a arma de fogo em aco policial.

    2 Para os fins desta lei, entende-se por aco poli-cial a que for desenvolvida pelas entidades e agentesprevistos no nmero seguinte, no exerccio das funesque legalmente lhes estiverem cometidas.

    3 So abrangidas todas as entidades e agentes poli-ciais definidos pelo Cdigo de Processo Penal comorgos e autoridades de polcia criminal, desde que auto-rizados a utilizar arma de fogo de acordo com o res-pectivo estatuto legal.

    4 A utilizao de arma de fogo em instruo oudemonstrao no objecto deste diploma.

    Artigo 2.o

    Princpios da necessidade e da proporcionalidade

    1 O recurso a arma de fogo s permitido emcaso de absoluta necessidade, como medida extrema,

    quando outros meios menos perigosos se mostrem ine-ficazes, e desde que proporcionado s circunstncias.

    2 Em tal caso, o agente deve esforar-se por reduzirao mnimo as leses e danos e respeitar e preservara vida humana.

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    7702 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A N.o258 5-11-1999

    Artigo 3.o

    Recurso a arma de fogo

    1 No respeito dos princpios constantes do artigoanterior e sem prejuzo do disposto no n.o 2 do presenteartigo, permitido o recurso a arma de fogo:

    a) Para repelir agresso actuale ilcita dirigida con-tra o prprio agente da autoridade ou contraterceiros;

    b) Para efectuar a captura ou impedir a fuga depessoasuspeita de haver cometido crime punvelcom pena de priso superior a trs anos ou quefaa uso ou disponha de armas de fogo, armasbrancas ou engenhos ou substncias explosivas,radioactivas ou prprias para a fabricao degases txicos ou asfixiantes;

    c) Para efectuar a priso de pessoa evadida ouobjecto de mandado de deteno ou para impe-dir a fuga de pessoa regularmente presa oudetida;

    d) Para libertar refns ou pessoas raptadas ousequestradas;

    e) Para suster ou impedir grave atentado contrainstalaes do Estado ou de utilidade pblicaou social ou contra aeronave, navio, comboio,veculo de transporte colectivo de passageirosou veculo de transporte de bens perigosos;

    f) Para vencer a resistncia violenta execuode um servio no exerccio das suas funes emanter a autoridade depois de ter feito aosresis-tentes intimao inequvoca de obedincia eaps esgotados todos os outros meios possveispara o conseguir;

    g) Para abate de animais quefaam perigar pessoasou bens ou que, gravemente feridos, no possamcom xito ser imediatamente assistidos;

    h) Como meio de alarme ou pedido de socorro,numa situao de emergncia, quando outrosmeios no possam ser utilizados com a mesmafinalidade;

    i) Quando a manuteno da ordem pblica assimo exija ou os superiores do agente, com a mesmafinalidade, assim o determinem.

    2 O recurso a arma de fogo contra pessoas s permitido desde que, cumulativamente, a respectivafinalidade no possa ser alcanada atravs do recursoa arma de fogo, nos termos do n.o 1 do presente artigo,e se verifique uma das circunstncias a seguir taxati-vamente enumeradas:

    a) Para repelir a agresso actual ilcita dirigida con-tra o agente ou terceiros, se houver perigo imi-nente de morte ou ofensa grave integridadefsica;

    b) Para prevenir a prtica de crime particular-mente grave que ameace vidas humanas;

    c) Para proceder deteno de pessoa que repre-sente essa ameaa e que resista autoridadeou impedir a sua fuga.

    3 Sempre que no seja permitido o recurso a arma

    de fogo, ningum pode ser objecto de intimidao atra-vs de tiro de arma de fogo.

    4 O recurso a arma de fogo s permitido se formanifestamente improvvel que, alm do visado ou visa-dos, alguma outra pessoa venha a ser atingida.

    Artigo 4.o

    Advertncia

    1 O recurso a arma de fogo deve ser precedidode advertncia claramente perceptvel, sempre que anatureza do servio e as circunstncias o permitam.

    2 A advertncia pode consistir em tiro para o ar,desde que seja de supor que ningum venha a ser atin-gido, e que a intimao ou advertncia prvia possano ser clara e imediatamente perceptvel.

    3 Contra um ajuntamento de pessoas a advertnciadeve ser repetida.

    Artigo 5.o

    Comandante da fora

    O recurso a arma de fogo efectuado de acordocom as ordens ou instrues de quem comandar a res-pectiva fora, salvo se o agente se encontrar isolado,ou perante circunstncias absolutamente impeditivas de

    aguardar por aquelas ordens ou instrues.

    Artigo 6.o

    Obrigao de socorro

    O agente que tenha recorrido a arma de fogo obri-gado a socorrer ou tomar medidas de socorro dos feridoslogo que lhe seja possvel.

    Artigo 7.o

    Dever de relato

    1 O recurso a arma de fogo imediatamente comu-nicado aos superiores hierrquicos, comunicao suce-dida, no mais curto prazo possvel, de um relato escrito,se no tiver sido desde logo utilizada essa via.

    2 Logo que tenha conhecimento do recurso a armade fogo e caso deste facto tenham resultado danos pes-soais ou patrimoniais, o superior hierrquico informaro Ministrio Pblico, que determinar se h algumamedida a tomar.

    3 Recebido o relato escrito da ocorrncia derecurso a arma de fogo e caso deste facto tenham resul-tado danos pessoais ou patrimoniais, o superior hie-rrquico anotar a sua posio, comunicando imedia-tamente tudo ao Ministrio Pblico, tambm por escrito.

    4 O agente ou a fora policial envolvido deve pre-servar a rea onde foram efectuados os disparos e osbens atingidos de maneira a evitar que os seus vestgiosse apaguem ou alterem, bem como proceder a imediatoexame dos vestgios dos disparos, no caso de ser detemer a sua alterao ou desaparecimento.

    5 No caso de o recurso a arma de fogo constituirelemento da prtica de um crime, aplicam-se a qualqueragente de autoridade e aos rgos de polcia criminalas regras do Cdigo de Processo Penal respeitantes aosmeios de obteno de prova e s medidas cautelarese de polcia.

    Artigo 8.o

    Explosivos

    As regras constantes do presente diploma aplicam-se,com as necessrias adaptaes, utilizao de meiosexplosivos.

  • 7/25/2019 Decreto-Lei n.o 457_99 - Regulamento de Utilizao Da Arma de Fogo

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    7703N.o258 5-11-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    Artigo 9.o

    Vigncia

    O presente diploma entra em vigor 30 dias aps adata da sua publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16

    de Setembro de 1999. Antnio Manuel de OliveiraGuterres Jaime Jos Matos da Gama Jorge PauloSacadura Almeida Coelho Jos Eduardo Vera Cruz

    Jardim.

    Promulgado em 19 de Outubro de 1999.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, JORGE SAMPAIO.

    Referendado em 21 de Outubro de 1999.

    O Primeiro-Ministro, Antnio Manuel de OliveiraGuterres.

    MINISTRIO DO EQUIPAMENTO,DO PLANEAMENTO

    E DA ADMINISTRAO DO TERRITRIO

    Decreto-Lei n.o 458/99

    de 5 de Novembro

    A Lei n.o 91/97, de 1 de Agosto Lei de Bases dasTelecomunicaes , prev a existncia de um serviouniversal de telecomunicaes, diferindo para momento

    posterior o tratamento especfico desta matria.Face ao calendrio estabelecido para a liberalizaoglobal do sector das telecomunicaes em Portugal,importa, assim, em desenvolvimento da Lei de Bases,definir o mbito do servio universal de telecomuni-caes e estabelecer os regimes de fixao de preose de financiamento que lhe so aplicveis, em confor-midade com o quadro comunitrio traado.

    Desta forma, o presente diploma transpe para aordem jurdica interna disposies da Directivan.o 97/33/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,de 30 de Junho, relativa interligao no sector dastelecomunicaes com o objectivo de assegurar o serviouniversal e a interoperabilidade atravs da aplicao dos

    princpios da oferta de rede aberta (ORA), e da Direc-tiva n.o 98/10/CE, do Parlamento Europeu e do Con-selho, de 26 de Fevereiro, relativa aplicao da ofertade rede aberta (ORA) telefonia vocal e ao serviouniversal de telecomunicaes num ambiente concor-rencial.

    O servio universal, regido pelos princpios da uni-versalidade, igualdade, continuidade e acessibilidade depreos, constitui, num ambiente de plena concorrnciae no contexto da sociedade de informao, a garantiade que todos os cidados podem aceder a um nvelbsico de servios de telecomunicaes de interessegeral, melhorando tambm as condies tcnicas paraas zonas mais desfavorecidas.

    No que respeita ao mbito deste servio, e noobstante o carcter evolutivo que caracteriza este con-ceito, definem-se as prestaes que o integram, a saber,ligao rede telefnica fixa e acesso ao servio fixode telefone, oferta de postos pblicos e disponibilizao

    de listas telefnicas e de um servio informativo, queincluam os nmeros de assinantes do servio fixo detelefone e do servio telefnico mvel.

    O servio universal pode ser prestado por uma oumais entidades, quer distinguindo as prestaes que ointegram, quer repartindo a sua prestao por zonasgeogrficas.

    O regime de preos a adoptar deve garantir a aces-sibilidade do servio universal de telecomunicaes e estabelecido mediante conveno a celebrar entre aadministrao central, representada pela Direco-Ge-ral de Comrcio e Concorrncia, o Instituto das Comu-nicaes de Portugal e o prestador ou prestadores doservio universal.

    criado o fundo de compensao do servio universalde telecomunicaes como mecanismo de repartio doscustos lquidos da prestao daquele servio, quandoexistentes.

    Importa, ainda, conciliar o regime do presentediploma com o decorrente das bases da concesso do

    servio pblico de telecomunicaes, aprovadas peloDecreto-Lei n.o 40/95, de 15 de Fevereiro.Para o efeito, fica inicialmente designada como pres-

    tador do servio universal de telecomunicaes a Por-tugal Telecom, S. A.

    Refira-se que os restantes servios prestados pela con-cessionria mantm-se como prestaes obrigatrias,no podendo, no entanto, ser financiadas nos termosprevistos no presente diploma.

    Igual princpio se aplica a outras prestaes que oEstado entenda deverem integrar o servio universalde telecomunicaes.

    Nos termos do n.o 3 do artigo 17.o da Lei n.o 91/97,de 1 de Agosto, e do n.o 1 do artigo 2.o da Lei n.o 23/96,

    de 26 de Julho, foram ouvidas organizaes represen-tativas dos consumidores.Assim:No desenvolvimento do regime jurdico estabelecido

    pela Lei n.o 91/97, de 1 de Agosto, e nos termos daalnea c) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituio, oGoverno decreta, para valer como lei geral da Repblica,o seguinte:

    CAPTULO I

    Disposies gerais

    Artigo 1.o

    Objecto

    1 O presente diploma define o mbito do serviouniversal de telecomunicaes e estabelece os regimesde fixao de preos e de financiamento que lhe soaplicveis.

    2 O servio universal de telecomunicaes obedeceaos princpios da universalidade, igualdade, continui-dade e acessibilidade de preos.

    Artigo 2.o

    Definies

    Para efeitos do disposto no presente diploma enten-de-se por:

    a) Servio universal de telecomunicaes: ser-vio definido no n.o 1 do artigo 8.o da Lein.o 91/97, de 1 de Agosto;

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