da escola pÚblica paranaense 2008 · 5ª e 6ª séries – grupo 1 masc. e fem. 7ª e 8ª série...
Post on 21-Jul-2020
0 Views
Preview:
TRANSCRIPT
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE GUARAPUAVA
MATERIAL PEDAGÓGICO – PDE 2008/2009 RECREIO ALTERNATIVO
Unidade elaborada pela professora Joscilaine de Souza, da disciplina de Educação Física, município de Guarapuava, NRE de Guarapuava, como parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, tendo como orientadora a professora Flávia Angela Servat – UNICENTRO
GUARAPUAVA
2008
Unidade Temática integrante do Caderno Pedagógico de Educação Física, elaborado em conjunto com os
professores Gilson Brais Caldat, do NRE de Laranjeiras do Sul; Joscilaine de Souza, José Roque Scherer
dos Santos e Valério de Sousa Pinto, do NRE de Guarapuava.
UNIDADE IV
RECREIO ALTERNATIVO
Joscilaine de Souza joscilaine@hotmail.com
Apresentar alternativas para o recreio é uma forma de contribuir para
que o “tempo de recreio” não seja tomado pelo “ócio” e pela indisciplina, é
investir em estratégias que possam subsidiar uma educação integral, é
estimular a participação em atividades esportivas atrativas, que dinamizem sua
real intencionalidade sem condicionar seus participantes, mas permitindo sua
integração com a escola e com a produção cultural do contexto, é recriar,
ressignificar o “tempo livre” e nesse caso específico utilizar-se deste tempo
para trabalhar com atividades esportivas.
E, tendo como premissa que, o esporte também educa e que não está
inserido na educação apenas com a finalidade de servir a fins competitivos,
mas com a ampla função de desenvolver a cultura corporal (DCEs, 2008), de
construir no homem uma nova visão de esporte, de sociedade e de lazer,
visando a formação de valores que contribuam efetivamente para sua
formação, é necessário buscar através de metodologias diferenciadas,
reinventar o esporte escolar, canalizando pedagogicamente seus objetivos para
a contextualização, bem como oportunizar a participação de todos os alunos,
desmistificando e dando novos significados ao esporte e retirando proveito
daquilo que contribui efetivamente para a formação educando. (Coletivo de
Autores, 1992)
O esporte escolar, por sua vez, é um fenômeno que vem sendo
discutido por muitos autores; uns criticam e outros, afirmam que o esporte
desenvolve muitos valores nos praticantes, como: responsabilidade, senso
critico, solidariedade, cooperação, socialização, integração e muitas outras
noções que, se trabalhado de forma adequada, são fundamentais para
formação integral do homem. É preciso, porém, tomar cuidado para que este
não retome a sua “concepção capitalista”, onde a competição é seu principal
objetivo; mesmo que este seja utilizado como uma ferramenta para minimizar
outros problemas, é fundamental que sua pratica não seja encarada como um
fator regulador de comportamentos, mas sim como uma opção de lazer que
possibilita um agir pedagógico sobre o problema da indisciplina, evidenciando
de forma coerente o seu potencial educativo, formativo e social.
Sendo assim, utilizá-lo durante o recreio, não deixa de ser uma forma
de reestruturar seu significado e de tê-lo como aliado no processo educativo.
Portanto a unidade a seguir busca estruturar um trabalho com o esporte
durante o recreio. Os passos a serem seguidos neste processo serão
delineados a seguir e devem ser adaptados ao esporte e ao contexto em que
este for inserido.
É fundamental destacar também, que estas sugestões são as que mais
se adéquam ao contexto que foram desenvolvidas e ao estilo pessoal do
professor de Educação Física; as adaptações são fruto de uma observação e
experiência com os alunos envolvidos, por isso antes de iniciar seu trabalho,
observe, levante dado e busque desenvolver algo que realmente se identifique
com a realidade de sua escola.
“O esporte por si só não é considerado educativo, a menos que seja
“pedagogicamente transformado” (KUNZ, 1989, p.69)
As estratégias de ações a serem utilizadas serão numeradas na
continuidade.
1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Organizar um evento ou um momento diferenciado, é uma maneira de
prever, elaborar e dar condições para uma atividade funcionar; para isso é
necessário que haja um planejamento prévio pois planejar é pré determinar
objetivos a serem atingidos, é ordenar situações, meios de execução, etc.
Segundo Branzin (1989, p.4), é muito importante levar em
consideração os seguintes aspectos: recursos financeiros e humanos, objetivos
a serem atingidos, natureza da atividade, instalações, material, datas e período
de realização, número de inscritos, divulgação, disponibilidade de local e
avaliação.
Sendo assim, é necessário, que seja feito um mural ou que o projeto
seja apresentado e discutido, com a equipe pedagógica e docentes para que
possa haver um comprometimento de todos com o projeto.
Também faz-se necessário elaborar por escrito um projeto com os
seguintes itens:
a) DADOS DA INSTITUIÇÃO
Instituição: Colégio Estadual
Projeto: Recreio Alternativo
Responsável: Professor
b) JUSTIFICATIVA
Justificar a implementação do esporte no recreio é uma forma de
utilizá-lo como pratica pedagógica integrada os objetivos da educação e do
Projeto político pedagógico; é uma maneira de explorar seus diversos sentidos
e de usufruir de sua popularidade para fins educativos, aproveitando o que de
bom é possível tirar de sua pratica.
O esporte (conteúdo estruturante da Educação Física) pode e deve ser
integrado ao recreio, pois é através das relações sociais e culturais que se
busca ressignificar seu sentido, visando o enriquecimento cultural do
praticante, e buscando fazer da desportivização, da técnica e da tática, aliados
para a construção de um legado cultural das praticas esportivas atuais.
Assim, observando a evolução do esporte, seu histórico, sua
aceitabilidade, acredito que é possível ter no atual contexto e dentro de uma
proposta embasada no materialismo histórico dialético, o esporte como aliado
para o trabalho pedagógico. E sendo a escola um espaço de contradições,
articular o esporte de forma a atender a ambigüidade dele exigido é uma
responsabilidade para com a formação do educando.
c) OBJETIVO
GERAL
- oportunizar a pratica de atividades esportivas no recreio com o intuito
de promover o desenvolvimento integral do educando.
ESPECÍFICOS
− Recriar e elaborar “regras” condizentes com a realidade vivida;
− Incentivar a prática de vivencias recreativas, cooperativas,
socializadoras, visando o desenvolvimento da coletividade, da autonomia e a
integração dos alunos;
− Estimular a criação de valores morais e sociais, através do
esporte;
− Proporcionar aos alunos momentos de lazer e descontração;
− Estimular a utilização, conservação do espaço e do material
escolar;
− Auxiliar os alunos na auto-organização e gerenciamento de
responsabilidades;
d) MEDODOLOGIA
O referido projeto será aplicado durante os recreios do 1º semestre de
2008. Envolvera os alunos do período da manhã (5ª a 8ª séries) e terá como
tutores os alunos das 8ª séries e alguns voluntários do Ensino Médio; ao todo
serão envolvidos aproximadamente 250 alunos. Para melhor andamento do
campeonato será dividido em grupos: (sugestão) 5ª e 6ª séries e 7ª e 8ª séries;
será feito desta maneira para evitar que a diferença de idade interfira nos
resultados.
As estratégias de ações a serem utilizadas serão numeradas abaixo:
- Apresentação do projeto a equipe pedagógica;
- Apresentação do projeto aos alunos;
- Instrumentalização dos monitores (8ª séries), através de aulas
expositivas sobre organização esportiva;
- Pesquisa orientada desenvolvida com os alunos para escolha do
esporte a ser contemplado no primeiro momento;
- Inscrições dos alunos na atividade;
- Fórum de regras (onde serão discutidas e elaboradas regras
condizentes com o contexto), participação de alunos, professores e equipe
pedagógica;
- Elaboração de um material escrito para nortear a atividade, contendo
os resultados do fórum;
- Divulgação da organização esportiva a ser utilizada;
- Inicio da atividade alternativa;
- Registro de resultados;
- Realimentação do processo, se necessário;
- Avaliação de resultados (alunos, equipe pedagógica, professores,
funcionários e pais).
e) CRONOGRAMA
Atribuir responsabilidades e determinar o tempo que será utilizado
para o desenvolvimento das atividades. Exemplo:
Data sexo Jogo Monitores 00/00 2ªfeira
Masc. Equipe A – 6ª B X Equipe F - 6ª C João Maria
00/00 3ªfeira
Fem. Equipe A – 5ª A X Equipe D – 5ª C Carlos Gisele
Este cronograma deve ser feito semanalmente ou por quinzenas, e
colocado em edital sempre com dois dias de antecedência
É fundamental que seja distribuído a todos os professores e a equipe
pedagógica um cronograma além do que está em edital, para evitar confusões
e manter todos bem informados.
f) RECURSOS NECESSÁRIOS PARA EXECUÇÃO
- Fixos: quadra poliesportiva
- Humanos: alunos das 8ª séries e se possível alguns voluntários do
Ensino Médio; a cada dia será escalado 2 alunos: 1 aluno para arbitrar o jogo e
1 aluna para fazer as anotações.
- Financeiros: existem duas possibilidades; a primeira é o colégio
financiar as medalhas para premiação, fazendo-se necessário primeiro verificar
como será feito o campeonato e a premiação; pode ser dividido em:
5ª e 6ª séries – grupo 1 masc. e fem.
7ª e 8ª série – grupo 2 masc. e fem.
Então seriam medalhas para 1º e 2º lugar dos dois grupos, masculino
e feminino. O número exato de medalhas depende do esporte escolhido e do
número de jogadores estipulado para o campeonato (exemplo: para futsal a
inscrição de cada equipe pode ser 6 alunos: 5 titulares e 1 reserva).
A outra é solicitar a secretaria de esportes a doação da premiação,
que não deve ser feita com troféu, pois este ficará apenas com um aluno e sim
com medalhas, pois assim cada um receberá a sua.
g) AVALIAÇÕES
A avaliação do projeto pode ser feita de diversas maneiras; através de
reuniões periódicas com os representantes das equipes, onde a conversação
norteará o processo avaliativo; através de questionários ou caixas de
sugestões; com os professores é possível discutir o projeto e sua validade ou
realimentação nas reuniões pedagógicas, onde deve ser solicitado um
momento específico para este fim; com os pais pode ser feito através de
questionários enviados a alguns pais ou na reunião da APMF com seus
membros. Portanto, cabe ao organizador definir juntamente com a equipe
pedagógica como será feita a avaliação.
2. INSTRUMENTALIZAÇÃO DOS MONITORES
Instrumentalizar os alunos para que possam cooperar com o projeto é
uma forma de oportunizar a participação de todos nas atividades, lembrando a
importância de encaminhar cada voluntário para aquilo que lhe é de interesse.
Esta instrumentalização deve primeiramente ter uma base teórica, para
que os participantes possam compreender, assimilar, internalizar conceitos que
possam auxiliar seu “trabalho”; isso pode ser desenvolvido através de aulas
expositivas sobre organização esportiva; as sugestões a seguir são uma base
que permite a compreensão da organização de um evento:
# Campeonatos
São formas de disputa mais longas, onde todos os participantes se
“encontram” em determinado momento; pode ser dividido em etapas, grupos ou
series.
# Torneios
São disputas de curta duração; geralmente são norteados por
eliminatórias; pode ser adaptado as circunstancias e em forma de rodízios;
# Jogos
São competições de curta duração onde são disputadas varias
modalidades ao mesmo tempo.
Para organizar uma competição é necessário saber alguns dados:
quanto tempo há disponível para sua execução; seu objetivo e o número de
participantes; em posse destes dados é mais fácil escolher qual o sistema de
disputa que será utilizado.
Também é fundamental separar as turmas para que as idades e
tamanhos fiquem mais ou menos condizentes entre eles, não é viável colocar
alunos da 5ª série para jogar contra alunos do Ensino Médio, pois eles teriam
uma superioridade física que prejudicaria a equipe dos mais novos. É possível
separar em 5ª, 6ª e 7ª séries num grupo e 8ª e Ensino Médio em outro, ou 5ª e
6ª séries e 7ª e 8ª séries ( depende das turmas que irão participar).
A sugestão de atividades no recreio também deve ser pensada de
acordo com o espaço disponível; de acordo com isso podem ser desenvolvidas
várias atividades ao mesmo tempo, campeonato de futsal, voleibol, tênis de
mesa, xadrez, etc. Portanto o modelo de organização abaixo pode ser utilizado
para diferentes atividades paralelas.
È bom ressaltar também que a participação dos alunos não é
obrigatória; as atividades serão ofertadas e a participação é livre.
Existem ainda várias formas de disputa, mas a princípio abordar-se-á
apenas as mais simplificadas.
RODIZIO
O rodízio pode ser feito de forma diferenciada, as formas existentes
são: simples ou turno, duplo ou turno e returno, grupo ou série.
Será abordado apenas o rodízio simples também conhecido como
todos com todos.
a) todos com todos: é uma forma de organização que todos os
participantes se encontram em determinado momento, seguindo uma tabela de
jogos.
Pode ser em uma única fase ou em jogos de ida e volta; também pode
ser subdividido em grupo, onde os participantes enfrentam apenas os
participantes do mesmo grupo.
Observe uma formação de rodízio todos contra todos:
Modelo para 6 equipes:
1x2 2x3 3x4 4x5 5x6
1x3 2x4 3x5 4x6
1x4 2x5 3x6
1x5 2x6
1x6
Modelo para 9 equipes
Modelo para 10 equipes
Seguindo um destes modelos faz-se a tabela de jogos:
10 EQUIPES
Fórmula para saber o número de jogos, onde:
J= jogos
P= participantes
J= P(P-1) J= 10(10-1) J= 10.9 J= 90 J= 45 2 2 2 2
1x2 2x3 3x4 4x5 5x6 6x7 7x8 8x9 9x10
1x3 2x4 3x5 4x6 5x7 6x8 7x9 8x10
1x4 2x5 3x6 4x7 5x8 6x9 7x10
1x5 2x6 3x7 4x8 5x9 6x10
1x6 2x7 3x8 4x9 5x10
1x7 2x8 3x9 4x10
1x8 2x9 3x10
1x9 2x10
1x10
1x2 2x3 3x4 4x5 5x6 6x7 7x8 8x9
1x3 2x4 3x5 4x6 5x7 6x8 7x9
1x4 2x5 3x6 4x7 5x8 6x9
1x5 2x6 3x7 4x8 5x9
1x6 2x7 3x8 4x9
1x7 2x8 3x9
1x8 2x9
1x9
1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada 4ª rodada 5ª rodada 1x2 1x5 1x9 1x3 1x10 3x4 2x3 3x5 2x9 2x5 5x6 4x10 2x4 4x6 3x6 7x8 6x7 6x8 8x10 7x9 9x10 8x9 7x10 5x7 4x8 6ª rodada 7ª rodada 8ª rodada 9ª rodada 1x4 1x7 1x6 1x8 6x9 6x10 2x7 4x7 5x8 2x8 3x8 5x9 2x10 4x5 4x9 2x6 3x7 3x9 5x10 3x10
5 EQUIPES
1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada 4ª rodada 5ª rodada
1x2 1x5 1x4 1x3 2x4
3x4 2x3 2x5 4x5 3x5
5 folga 4 folga 3 folga 2 folga Folga 1
Ao elaborar os dias de jogos seguir as rodadas, observando sempre o
período que ira acontecer os jogos (1mês, 2 meses, 40 dias, etc); sugere-se
também que se for feito paralelamente o campeonato masculino e feminino,
usar 3 dias da semana para o masculino e 2 dias para o feminino; exemplo:
Dia Sexo Jogo Responsável 00/00 2ª feira
Masculino 1 x 2 João e Maria
00/00 3ª feira
Feminino 1 x 2 Mario e Joana
00/00 4ª feira
Masculino 3 x 4 Etc
00/00 5ª feira
Feminino 3 x 4 Etc
00/00 6ª feira
Masculino 5 x 6 Etc
Também é importante ter um controle de resultados, feito de forma
simples e objetivo; sugere-se algo que os alunos possam compreender:
Valor: Vitória 03
Empate 01
Derrota 00
Jogo Equipe 1 Nome da equipe
Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4 Equipe 5
1 x 2 0 3 - - - 3 x 4 - - 1 1 - Total
As anotações de todos os jogos devem ser feitas e colocadas em
edital; observando que os pontos conseguidos nas competições devem ser
anotados de forma clara para que possam ser somados os pontos ao final do
campeonato. Professor deve sempre ter uma copia original guardada, para
casos imprevistos.
O vencedor do campeonato será aquela equipe que somar o maior
numero de pontos; caso haja empate no número de pontos, sugere-se que seja
feito um jogo extra, onde o campeão será quem vencer, ou deve-se
estabelecer critérios para desempate como: 1º critério: confronto direto; 2º
critério: saldo de gols; 3º critério: número de vitórias e empates; caso não
consiga desempatar cabe ao organizador definir mais alguns critérios ou fazer
o jogo extra.
ELIMINATÓRIA
Os processos de eliminatória podem ser: simples, consolação,
eliminatória dupla e Bagnall Wild (não identificada neste projeto). Abaixo será
abordada a eliminatória mais fácil de ser compreendida pelos monitores.
a) Eliminatória simples: é aquela onde os participantes se
enfrentam e um deles esta eliminado com a derrota; a formação
do emparelhamento segue ordem de sorteio
Exemplo de eliminatória simples:
Participantes 8
Participantes 10
Participantes 12
Participantes 13
b) Eliminatória dupla: é aquela onde os participantes devem jogar
duas vezes, ou seja se perder uma partida ainda tem a chance de
jogar novamente para tentar a vitoria e continuar na competição.
Participantes 08
MISTO
É o sistema de competição que utiliza os dois sistemas de disputa
acima citados, na primeira fase usa o rodízio e na segunda utiliza a
eliminatória; é usado na copa do mundo.
Caso, na escola haja muitas turmas deve-se usar esse sistema pois
num primeiro momento haverá o rodízio todos com todos, dentro dos grupos
que devem ser sorteados, classificando os dois primeiros colocados de cada
grupo que automaticamente serão jogados em uma chave de eliminatória
simples pré estabelecida.
Exemplo:
1ª fase: rodízio simples
Sorteio das equipes
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Grupo E
1 Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4 Equipe 5
2 Equipe 17 Equipe 20 Equipe 7 Equipe 14 Equipe 13
3 Equipe 6 Equipe 9 Equipe 16 Equipe 12 Equipe 18
4 Equipe 10 Equipe 15 Equipe 11 Equipe 8 Equipe 19
Tabela de jogos
5 EQUIPES
1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada 4ª rodada 5ª rodada
1x2 1x5 1x4 1x3 2x4
3x4 2x3 2x5 4x5 3x5
5 folga 4 folga 3 folga 2 folga Folga 1
Organizar a seqüência de jogos, cuidando para não fazer jogos do
mesmo grupo em dias seguidos.
No final desta 1ª fase sairá duas equipes classificadas de cada grupo.
2ª fase: Eliminatória simples
Este é o modelo de chave pré-estabelecida
3. PESQUISA ORIENTADA DESENVOLVIDA COM OS ALUNOS PARA
ESCOLHA DO ESPORTE A SER CONTEMPLADO NO PRIMEIRO
MOMENTO
Neste momento é importante orientar os alunos para que estes
procurem pensar e escolher um esporte que seja condizente com o contexto
onde o projeto será desenvolvido, pois de nada adiantaria a opção, por
exemplo, para natação se não tenho local e tempo disponível para que este
esporte seja abordado, mesmo porque a realidade e as tendências do grupo
que será desenvolvido o projeto variam de acordo com a clientela e as
características locais.
PESQUISA
Projeto RECREIO ALTERNATIVO
Qual o esporte que você gostaria que fosse ofertado durante o recreio de
sua escola?
_____________________________________________________________
4. INSCRIÇÕES DOS ALUNOS NA ATIVIDADE
As inscrições devem ser feitas por escrito e apenas com uma pessoa,
para que não fique muito perdido e ou disperso; é bom centralizar esta fase a
fim de orientar melhor o processo. Modelo para ficha de inscrição:
PROJETO RECREIO ALTERNATIVO – (nome do esporte escolhido)
EQUIPE
SÉRIE
SEXO
ALUNOS (observar o número de alunos de acordo com a modalidade a ser atendida)
1.
2.
3.
4.
5.
5. FÓRUM DE REGRAS
Fórum de regras é o momento onde serão discutidas e elaboradas
regras condizentes com o contexto.
Neste momento é importante que seja feito uma reunião orientada de
acordo com o esporte a ser trabalhado; o futsal será o esporte utilizado como
exemplo.
1ª questão: tempo de jogo
– sugestão: inicia com o apito do arbitro logo após a chegada das
equipes em quadra; término quando der o primeiro sinal que finaliza o recreio.
2ª questão: saída da sala
– sugestão: só será permitida a saída dos participantes do dia 5
minutos antes do horário com a finalidade de lanchar.
3ª questão: entrada na sala de aula
– sugestão: não será permitida a entrada atrasado, pois o tempo entre
o término do jogo e o segundo sinal é suficiente para ir ao banheiro e
recompor-se para assistir aula
4ª questão: vestimenta
- sugestão: não é obrigatório o uso de uniforme; a escola fornece
coletes para distinção das equipes
5ª questão: alteração na tabela de jogo
– sugestão: casos devem ser encaminhados ao coordenador do
projeto; será avaliado e discutido juntamente com os representantes das
equipes envolvidas;
Em caso de necessidade de alteração da tabela devido a questões
climáticas, pedagógicas, etc; a alteração será feita e justificada em edital pelo
coordenador do projeto e o referido jogo será colocado no fim da tabela.
6ª questão: saída antecipada e sem autorização da sala de aula
- sugestão: na primeira vez será advertido verbalmente e registrado o
ocorrido; na reincidência será suspenso de 1 jogo; e se reincidir será eliminado
do campeonato; se for um aluno as penalidades se aplicam a ele, se for a
equipe toda será aplicada a equipe e se esta for suspensa de um jogo perde
automaticamente os pontos do jogo, que fica caracterizado como W x 0.
7ª questão: entradas atrasadas em sala de aula
- sugestão: segue-se a mesma sugestão da saída antecipada
8ª questão: alunos que atrapalham o andamento das partidas
- sugestão: após receber a sumula do jogo com as devidas anotações,
verifica-se quem são os envolvidos; se forem jogadores segue a mesma
conduta acima citada, advertência, suspensão de um jogo e exclusão; se não
forem participantes ativos do campeonato, juntamente com a equipe
pedagógica solicita-se a advertência verbal e escrita do aluno, reincidência
avisa os responsáveis, se ainda persistir tomar providencias cabíveis para
garantir o andamento do campeonato.
9ª questão: confusões e ou brigas
- sugestões: advertência verbal e escrita, registrada em ata própria da
equipe pedagógica e dependendo da gravidade será chamado os responsáveis
e ou a patrulha escolar
10ª questão: substituição de atleta inscrito
- sugestão: só poderá ser substituído um dos alunos inscritos em
casos especiais: transferência; acidentes; atestado médico.
As questões acima são apenas exemplos de dúvidas que podem surgir
e ou devem ser levantadas pelo professor coordenador. E fundamental
destacar também, que estas questões são referentes ao esporte futsal e que,
em caso de outros esportes, questões diferentes surgirão pois as regras e as
características básicas de cada esporte são diferentes.
A participação dos alunos neste evento é muito importante para que
fiquem esclarecidas todas as dúvidas que os mesmos tenham em relação ao
evento. Também a equipe pedagógica deve participar para que as questões
relativas ao andamento do colégio não sofram alterações que possam
prejudicar e ou alterar a rotina.
Deve-se abordar também a questão das punições em casos que lhe
sejam cabíveis, para que possa ficar estabelecido critérios claros e a serem
utilizados em todas as fases e faixas etárias.
6. ELABORAÇÃO DE UM MATERIAL ESCRITO PARA NORTEAR A
ATIVIDADE, CONTENDO OS RESULTADOS DO FÓRUM
Este material será elaborado de acordo com o que for abordado e
decidido no fórum de regras; será como uma ata onde ficam estabelecidas as
regras para o bom andamento do campeonato.
Cabe ao professor ou a um aluno pré-estabelecido como secretário
fazer o registro, digitar e tirar uma cópia para cada equipe participante, a fim de
que todos possam estar cientes das regras/punições estabelecidas pelo grupo
e de seu cumprimento.
7. DIVULGAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ESPORTIVA A SER UTILIZADA
A criação de um edital em local de fácil acesso é algo que irá facilitar a
comunicação com os participantes. Deve ficar claro que o edital será colocado
todas as quinta-feira a noite o edital referente a semana seguinte e todas as
decisões também serão locadas em edital como forma de nota oficial. Colocar
com um dia de antecedência para que todos possam tomar consciência do
edital, do dia que irão jogar e das decisões da organização.
8. INÍCIO DA ATIVIDADE ALTERNATIVA
De acordo com as possibilidades e disponibilidade da escola é
possível organizar um torneio início, com todas as equipes participantes em
sistema de eliminatória simples, com jogos de 5 ou 10 minutos de acordo com
o tempo que tem disponível e com o número de equipes participantes. Caso
seja possível, o torneio início pode ser realizado num sábado durante todo o
dia e também há possibilidade de desenvolver um trabalho interdisciplinar; o
trabalho pode ser desenvolvido com a disciplina de artes e paralelo ao torneio
início fazer uma exposição de trabalhos de artes e ou apresentações de dança,
teatro ou outras sugestões. Enfim, as possibilidades de interdisciplinaridade
são imensas e variadas cabendo aos professores envolvidos discutir e chegar
a um consenso.
9. REGISTRO DE RESULTADOS
O registro de resultados deve ser diário; cabe ao organizador registrar
no mural informativo os resultados do jogo, bem como alguma decisão tomada.
Exemplo:
RESULTADOS/EQUIPES
JOGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 X 2
3 X 4
5 X 6
7 X 8
9 X 10
1 X 3
2 X 4
5 X 7
ETC
TOTAL
10. REALIMENTAÇÃO DO PROCESSO, SE NECESSÁRIO
A avaliação continua é muito importante para o bom andamento
pois faz-se necessário um constante repensar em suas ações para
que estas possam atingir seus objetivos.
11. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS (ALUNOS, EQUIPE PEDAGÓGICA,
PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, PAIS E PROFESSOR PDE)
Uma das ferramentas mais importantes para o êxito de um projeto é a
avaliação contínua. Saber se os objetivos foram atingidos e se as estratégias
estão surtindo o efeito esperado é uma maneira de avaliar as metas do projeto.
Avaliar é coletar dados que permitam observar os resultados obtidos,
as falhas que possam ter ocorrido no processo de implementação e a
oportunidade de reestruturar, realimentar, repensar e ate mesmo reformular as
estratégias a fim de atingir os objetivos propostos.
Algumas maneiras de avaliar são destacadas aqui, mas cabe ao
organizador do projeto, optar pela que mais se adapta a sua realidade; a
análise de dados é feita através de comparações estatísticas do antes e depois
do projeto; a pesquisa é uma forma de avaliação utilizada quando os resultados
não são quantificáveis, ou seja, não pode ser mensurado em números ou
dados específicos; o estudo de caso é feito quando é possível observar os
resultados em grupos limitados mais significativos, que podem servir de
“modelo” para uma avaliação geral.
A avaliação deve ser um processo de fácil compreensão e utilidade,
por isso a forma como esta é feita deve vir de encontro aos objetivos do projeto
e do coordenador. Para que a avaliação seja proveitosa, é preciso enaltecer as
ações metodológicas que tiveram êxito e reelaborar aquilo que não conseguiu
atingir seus objetivos.
A sugestão a seguir, foi escolhida de acordo com o projeto
estabelecido e, pode se for necessário, ser alterada ou pode ser feito outro tipo
de avaliação.
A princípio serão aplicados questionários bimestrais, visando à
realimentação constante do projeto. Os questionários serão diferenciados,
porém todos com objetivo claro de mensurar os resultados da aplicação do
projeto. Portanto será utilizado a analise de dados.
Exemplos de questionários:
Observação: é importante que a avaliação seja feita sem identificação
para que os alunos possam responder com mais segurança as questões.
Também é fundamental que seja respondido por um representante de
cada equipe participante e alunos que não estão participando diretamente;
também se deve tomar o cuidado para que não sejam sempre os mesmos
alunos a responder, mas que a cada avaliação alunos diferentes respondam as
perguntas.
Para os alunos
Pergunta Resposta 1. Você está participando ativamente do projeto?
2. Você acha que estas atividades são: ótimas, boas, ruins?
3. Os alunos têm participado e colaborado com o desenvolvimento das atividades?
4. Você acha que o recreio melhorou, permanece igual ou piorou com as atividades?
5. Quais os pontos positivos deste tipo de atividades durante o recreio?
6. Quais os pontos negativos? 7. O que você sugere de mudanças?
Para as professoras, equipe pedagógica e funcionários
Sugere-se que seja dividido o número de professores que irão
responder as perguntas, sendo que a cada mês devem ser professores
diferentes. A equipe deve ser representada por um integrante a cada mês (
pedagogo, diretor, vice, e outros profissionais lotados na escola); os
funcionários devem ser representados também respeitando o número de
funcionários envolvidos direta e indiretamente, sendo que um ou dois devem
responder ao questionário a cada mês.
Pergunta Resposta 1. Você acha que este projeto está dando certo?
2. Segundo o que você tem observado, estas atividades são: ótimas, boas, ruins?
3. As atividades têm contribuído com a formação dos alunos?
4. Em sua opinião, as atividades esportivas apenas estimulam a competição ou tem outras qualidades que podem ser desenvolvidas através dela?
5. Você acha que o recreio melhorou, permanece igual ou piorou com as atividades?
6. Quais os pontos positivos deste tipo de atividades durante o recreio?
7. Quais os pontos negativos?
8. O que você sugere de mudanças?
Para os pais
Nesta opção, é importante estabelecer quem deve responder as
questões, pois somente estarão aptos a dar sua contribuição aqueles que se
fazem presentes no cotidiano escolar. O questionário pode ser enviado aos
pais pelo aluno.
Pergunta Resposta 1. Você tem conhecimento do projeto de Recreio Alternativo desenvolvido na escola?
2. Você acha que estas atividades são: ótimas, boas, ruins?
3. Seu filho(a) está participando e ou colaborado com o desenvolvimento das atividades?
4. Você acha que estas atividades têm contribuído com a educação escolar de seu filho?
5. Quais os pontos positivos deste tipo de atividades durante o recreio?
6. Quais os pontos negativos?
REFERÊNCIAS
ASSIS de OLIVEIRA, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da pratica pedagógica. 2. Ed. Campinas, São Paulo: Autores Associados, Chancela Editorial. CBCE, 2005. BRACHT, Valter. A criança que pratica esportes respeita as regras do jogo...capitalista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 7(2): 62-68, 1986. BRANZIN, Valter. Organização e modelos de competições desportivas. Rio de
Janeiro: Editora Grupo Palestra Sport, 1989.
CAPARROZ, Francisco E. Entre a educação física na escola e a educação física da escola. Vitória:UFES/CEFD,1997. CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus, 1994. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. DARIDO, Suraya C.; RANGEL, Irene Conceição A. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. FARIA, Eliene Lopes. O esporte na cultura escola: usos e significados. Belo Horizonte: FAE/UFMG, 2001. (Dissertação, Mestrado). GAELZER, Lenea. O recreio na escola de primeiro grau. 2. ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1979. GOELLNER, Silvana V. (org). Educação Física/Ciência do Esporte: intervenção e conhecimento. Florianópolis: Colégio Brasileiro de Ciência do Esporte, 1999. HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000. KUNZ. Elenor. Transformação didático–pedagógica do esporte. Ijuí: Editora UNIJUÍ. 2004. LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1999. MEDINA, João Paulo S. A educação física cuida do corpo... e mente. Campinas: Papirus, 1983.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Física: para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio Curitiba: SEED, 2008. TUBINO, Manoel José Gomes. Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1992.
top related