curso para diplomatas dos estados-membros da cplp 2017 ... · 4. repudiar intervenção na...
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Ministério da DefesaEstado-Maior Conjunto das Forças Armadas
Contra-Almirante ARENTZSubchefe de Política e Estratégia
Curso para Diplomatas dos Estados-Membros da CPLP 2017Fundação Alexandre de Gusmão
SUMÁRIO
➢Propósito
➢Política Nacional de Defesa
➢Estratégia Nacional de Defesa
➢O Atlântico Sul
➢Interesses Estratégicos Brasileiros
➢Desafios X Oportunidades
➢Considerações Finais
PROPÓSITO
Apresentar uma visão sobre os desafios e as oportunidades para os países
membros da CPLP sobre a segurança do Atlântico Sul
SUMÁRIO
➢Propósito
➢Política Nacional de Defesa
➢Estratégia Nacional de Defesa
➢O Atlântico Sul
➢Interesses Estratégicos Brasileiros
➢Desafios X Oportunidades
➢Considerações Finais
Estabelece✓ O quê fazer✓ Objetivos Nacionais de
Defesa
Define
✓ O como fazer✓ Estratégias e Ações
Provê
✓ Publicidade✓ confiança mútua
6
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. garantir o desenvolvimento nacional;
III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
7
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I- independência nacional
II- prevalência dos direitos humanos
III- autodeterminação dos povos
IV- não-intervenção
V- igualdade entre os Estados
VI- defesa da paz
VII- solução pacífica dos conflitos
VIII- repúdio ao terrorismo e ao racismo
IX- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
X- concessão de asilo político8
O Contexto
✓Documento condicionante de mais alto nível doplanejamento de defesa
✓ Política de Estado voltada, preponderantemente, paraameaças externas
✓ Estabelece Objetivos Nacionais de Defesa
POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA
II - Defesa Nacional é o conjunto de atitudes, medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas.
I – Segurança Nacional é a condição que permite ao País apreservação da soberania e da integridade territorial, a realizaçãodos interesses nacionais, livre de pressões e ameaças de qualquernatureza, e a garantia aos cidadãos do exercício dos direitos edeveres constitucionais.
PERCEPÇÃO
AÇÃO
PND – CONTEXTONa Política Nacional de Defesa, são adotados os seguintes conceitos:
POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA
A paz e a estabilidade nas relações internacionais requerem ações integradas e coordenadas nas esferas:
(“3 Ds”)
➢ Desenvolvimento: redução de deficiências estruturais
➢ Diplomacia: conjugação dos interesses conflitantes depaíses
➢ Defesa: dissuasão ou enfrentamento de ações hostis
CONCEPÇÃO POLÍTICA DE DEFESA
POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA
1. privilegiar a solução pacífica das controvérsias
2. apoiar o multilateralismo no âmbito das relações internacionais
3. atuar sob a égide de organismos internacionais, visando à legitimidade e aorespaldo jurídico internacional, e conforme os compromissos assumidos emconvenções, tratados e acordos internacionais
4. repudiar intervenção na soberania dos Estados e defender que qualquer açãonesse sentido seja realizada de acordo com os ditames do ordenamento jurídicointernacional
5. participar de organismos internacionais, projetando o País no concerto dasnações
6. participar de operações internacionais, visando contribuir para aestabilidade mundial e o bem-estar dos povos
(...................)
POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA
I. Garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial
II. Assegurar a capacidade de defesa, para o cumprimento das missõesconstitucionais das Forças Armadas
III. Salvaguardar as pessoas, os bens, os recursos e os interessesnacionais, localizados no exterior
IV. Contribuir para a preservação da coesão e unidade nacionais
V. Contribuir para a estabilidade regional e para a paz e a segurançainternacionais
VI. Contribuir para o incremento da projeção do Brasil junto às nações esua inserção em processos decisórios internacionais
VII. Promover a autonomia produtiva e tecnológica na área de defesa
VIII. Ampliar o envolvimento da sociedade brasileira nos assuntos deDefesa Nacional
OBJETIVOS NACIONAIS DE DEFESA - 2016
POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA
Decorrente da Política Nacional de Defesa
Os objetivos estabelecidos na PND direcionarão a
formulação da Estratégia Nacional de Defesa,
documento que estabelece as ações para a
consecução daqueles objetivos.
POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA
ESTRATÉGIA
SUMÁRIO
➢Propósito
➢Política Nacional de Defesa
➢Estratégia Nacional de Defesa
➢O Atlântico Sul
➢Interesses Estratégicos Brasileiros
➢Desafios X Oportunidades
➢Considerações Finais
ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA
ED-2 Fortalecimento do poder de dissuasão
ED-7 Emprego de ações diplomáticas relacionadas
à Defesa
ED-12 Promoção da cooperação internacional
ED-13 Atuação em organismos internacionais
ED-14 Atuação com base no multilateralismo
Inserção internacional
intensificação da cooperação e do comércio
com países da África, ...
na consolidação da ZOPACAS, e o incremento
na interação inter-regionais, como a CPLP,...
17
ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA
A CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA DE DEFESA
➢ Prevalência da ação diplomática.
➢ Ações do Setor de Defesa:
✓ Contribuem para a diplomacia
✓ Confiança mútua
✓ Laços de amizade
➢ A Defesa Nacional então,
✓ confere substância à sensação de Segurança
✓ atua em consonância com a política brasileira de privilegiara solução pacífica das controvérsias
✓ Respalda as ações diplomáticas
ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA
2. Ações de Diplomacia
➢ Relacionamento internacional de defesa: confiança mútua,
cooperação, laços de amizade
➢ Diplomacia e Defesa:
➢ Ações de natureza distinta
➢ Com o mesmo objetivo
➢ Criação do Departamento de Defesa no MRE
FUNDAMENTOS
ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA
Estratégia de Defesa
20
MREPOLÍTICA EXTERNA
MDPOLÍTICA DE DEFESA
SÃO COMPLEMENTARES E INDISSOCIÁVEIS
Diplomacia Poder Nacional
RELACIONAMENTO COM O MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
Diálogos Político Militar ou 2 + 2
SUMÁRIO
➢Propósito
➢Política Nacional de Defesa
➢Estratégia Nacional de Defesa
➢O Atlântico Sul
➢Interesses Estratégicos Brasileiros
➢Desafios X Oportunidades
➢Considerações Finais
ATLÂNTICO
SUL
Atlântico Sul é definido como a parte compreendida entre o paralelo 16N, a costa
oeste da África, a Antártica, leste da América do Sul e leste da Antilhas Menores,
excluindo-se, portanto, o Mar do Caribe.
Por que o Atlântico Sul é
importante para o Brasil?
A Zona e Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) foi estabelecidaem 1986, por meio da Resolução 41/11 da Assembleia Geral dasNações Unidas. Desde 1986, a Assembleia-Geral aprovou 22resoluções sobre ZOPACAS. A resolução mais recente foi adotada em2015 e enfatizou o papel da ZOPACAS como fórum para interaçãocrescente e apoio mútuo entre os Estados do Atlântico Sul.
ZOPACASPara definição de Atlântico Sul adota-se o critério
geoestratégico utilizado para a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS).
VERTENTE ECONÔMICA - POPULAÇÃO E CENTROS INDUSTRIAIS
- 80% da população a até
200 km do litoral.
- No litoral: 17 Estados e
13 Capitais.
26
Bacia daFoz do Amazonas
Bacia doPará Maranhão
Bacia deBarreirinhas
Bacia do Ceará
Bacia Potiguar
Bacia dePernambucoParaíba
Bacia deSergipeAlagoas
Bacia deCamamu-Almada
Bacia deJequitinhonha
Bacia deCumuruxatiba
Bacia deCampos
Bacia deSantos
Bacia dePelotas
• a produção de petróleo é de mais
de 2,5 milhões de barris/dia e cerca
de 82% provêm do mar;
• 90% das reservas totais de petróleo
estão localizadas no mar;
• 67% das reservas totais de gás
natural estão localizadas no mar;
• são mais de 140 plataformas de
petróleo;
• nas Bacias Petrolíferas vivem, em
regime de rodízio, mais de 40 mil
pessoas, (posicionados entre 80 e 220
km de terra).
VERTENTE ECONÔMICA – EXPLORAÇÃO PETRÓLEO
Trindade e Martin Vaz
590 milhas da costa
Posto Oceanográfico da MB
elevado valor estratégico
Arquipélagos Brasileiros no ATLÂNTICO SUL
Arquipélago de Fernando de Noronha
situado a 180 milhas da costa
é habitada por cerca de 5.000 cidadãos brasileiros
administrado pelo governo de Pernambuco, possuindo um
aeroporto
elevado valor estratégico
Arquipélagos Brasileiros no ATLÂNTICO SUL
Arquipélago de São Pedro e São Paulo
situado a 330 milhas a NE de Fernando de Noronha
extensão da ZEE brasileira, cujo ponto extremo alcança 710 milhas
da costa
instalada uma Estação Científica (ocupada permanentemente)
elevado valor estratégico
•
Arquipélagos Brasileiros no ATLÂNTICO SUL
SUMÁRIO
➢Propósito
➢Política Nacional de Defesa
➢Estratégia Nacional de Defesa
➢O Atlântico Sul
➢Interesses Estratégicos Brasileiros
➢Desafios X Oportunidades
➢Considerações Finais
Entorno Estratégico
Amazônia Azul ( ZEE e PC)
Linhas de Comunicação Marítimas
ZOPACAS
Cooperação com os países da África
CPLP
Golfo da Guiné
Continente Antártico
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Interesses Estratégico do Brasil no Atlântico Sul
Território terrestre
8.500.000 km²de Noronha
Zona Econômica Exclusiva
3.500.000 km²
Plataforma Continental
960.000 km²
A área daAmazôniabrasileira
Metade do territóriocontinentalbrasileiro
ZEE + PC = 4.460.000 km²
Amazônia Azul
Interesses Estratégicos no Atlântico Sul
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A maioria das Marinhas e Guardas-Costeiras dos países
lindeiros ao Atlântico Sul não estão equipadas e
preparadas para garantir a soberania nas suas águas
jurisdicionais.
Tráfego Marítimo de/para
portos do Brasil:
-1600 navios ao dia
- LCM: 95% do comércio
exterior
Órcadas
do Sul
Malvinas
Sandwich
do Sul
Georgia
do Sul
Bouvet
Tristão
da CunhaGough
Ascensão
Santa Helena
Geoestratégia do Atlântico Sul
1 - AdiDefNavAfrSul
2 - AdiDefNavExAerCaboVerde
3 - AdiDefNavExEgito
4 - AdiDefNavExAerEtiopia
5 - AdiDefNavExAerMoç
6 - AdiDefNavExAerNamibia
7 - AdiDefNavExAerNigGana
8 - AdiDefNavExAerAngSTPrincipe
9 - AdiDefNavExAerSenegalBeninTogo
Adidância
GAT-FN
Missão Naval
Cooperação de Defesa na África
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Assessor da MB na União Africana
CONFERÊNCIA DAS MARINHAS DA CPLP
1º em Lisboa - 2008 2ª em Luanda - 2010
3ª no Rio de Janeiro - 2012 4ª em Maputo - 2015
5ª no Rio de Janeiro, em 2018
• A MB e a MP envidarão esforços para prover apoio técnico na
implementação de um sistema de vigilância marítima nas demais
Marinhas e Guardas Costeiras;
• Encorajar as Marinhas e Guardas Costeiras a desenvolver o conceito
de "Marinha de duplo-uso", com vista a evitar a duplicação de custos
e aumentar a eficiência;
• A MB e MP oferecem a colaboração para a arquitetura e a
estruturação de um sistema de gerenciamentodas águas
jurisdicionais;
• Desenvolver e/ou aumentar a troca de informações entre os centros
de controle de tráfego marítimo das Marinhas e Guardas Costeiras;
CONFERÊNCIA DAS MARINHAS DA CPLP
RECOMENDAÇÕES APROVADAS
SEGURANÇA MARÍTIMA NO
ATLÂNTICO SUL
Importância do Atlântico Sul:
descoberta de petróleo no Golfo da
Guiné e em águas na costa oeste da
África
descobertas de petróleo na plataforma
continental do Brasil, particularmente,
na camada do Pré-Sal
ampliação do tráfego marítimo que
cruza a região.
45
Comissão do
Golfo da Guiné
46
ECOWAS - Economic
Community
of West African States
ECCAS - Economic
Community of Central
African States
MOWCA - Maritime
Organisation for
Western and Central
Africa
GGC -
Comissão
do Golfo
da Guiné
Diversos Organismos Internacionais Multilaterais que
atuam no Golfo da Guiné sem coordenação única
Reunião do G7 e Amigos do
Golfo da Guiné (G7 + FoGG)
A insegurança marítima genericamente é dominada pela
pirataria, mas as ameaças no Golfo da Guiné são também:
- pirataria e o roubo armado no mar
- roubo de óleo e carga
- pesca ilegal
- contrabando, tráfico de pessoas, entorpecentes e
armas
Maior incidência: nas ZEE da Nigéria, Benin e Togo.
Muitas atividades ilegais acontecem dentro das 12
milhas náuticas dos países envolvidos.47
Golfo da Guiné
51
Res CSNU nº 2018/11 e 2039/12:
- apoio ao setor marítimo: segurança, construção
de capacidade e operações combinadas
- fortalecimento de seus esforços para combater a
pirataria e assaltos à mão armada no mar
- ampliar cooperação com as organizações da
região e parceiros.
1. parcerias bilaterais entre a MB e Marinhas africanas no combate à pirataria, por
meio de treinamentos e cursos oferecidos no Brasil;
2. participação em diferentes exercícios militares (ATLASUR, IBSAMAR,
OBANGAME EXPRESS);
3. promoção de visitas bilaterais e treinamento de tripulações com a participação
de NaPaOc brasileiros classe “Amazonas” na costa oeste africana;
4. fortalecimento da capacidade de defesa do mar territorial e da ZEE das
Marinhas africanas com o fornecimento de NaPa classe “Grajaú”; e
5. compartilhamento de banco de dados do LRIT e expertise da Área Marítima do
Atlântico Sul (AMAS) no que tange ao controle do tráfego marítimo.
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Atuação da MB no Atlântico Sul
SUMÁRIO
➢Propósito
➢Política Nacional de Defesa
➢Estratégia Nacional de Defesa
➢O Atlântico Sul
➢Interesses Estratégicos Brasileiros
➢Desafios X Oportunidades
➢Considerações Finais
DESAFIOS / OPORTUNIDADES
(in)Segurança Marítima
Interesses extra-região
Vulnerabilidades estruturais
Incremento dos mecanismos de cooperação
Exercícios militares
Ação Diplomática
➢ Segurança Marítima:
✓ Marinhas serão alçadas a um papel cada vez
mais relevante
✓ questões presentes nos oceanos estão ganhando
maiores repercussões
✓ efeito da globalização
➢ Aspecto geopolítico: relevância do mar para o
futuro da humanidade.
➢ Atlântico Sul
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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“Nenhum Estado pode ser pacífico
sem ser Forte.
É muito bom discutir acordos tendo
por trás de si uma esquadra com
credibilidade.”
Barão do Rio Branco
(1845-1912)
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