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“CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE ABRIGOS (CGAT)”

Medidas de atenção à saúde dentro de abrigos temporários

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de JaneiroCorpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

Superintendência OperacionalSuperintendência Operacional

ESCOLA DE DEFESA CIVIL ESCOLA DE DEFESA CIVIL

Edna Maria de QueirozMestre em Defesa e Segurança Civil-UFFCapitão Médica SuOp / CBMERJ

1

As ações de atenção e promoção da saúde são fundamentais às populações afetadas

por desastres e desabrigadas.

Os gestores e agentes dos órgãos

municipais de defesa civil e os gerentes do abrigo

devem conhecer:

As atribuições da esfera administrativa da

saúde, no que tange ao atendimento das populações

em situações de normalidade e em situações de

desastres.

O plano de contingência setor saúde para

situações de desastres naturais.

(Ministério / Secretarias - Superintendência de Vigilância em Saúde).

Cabe ao setor saúde :

(Ministério / Secretarias Estaduais e Municipais / - Superintendência de Vigilância em Saúde)

Avaliar a capacidade instalada dos serviços de saúde para o

atendimento das vítimas imediatas e das pessoas que

deverão procurar assistência médica durante e após uma

situação de desastre (hospitais, unidades de saúde básicas

de saúde, laboratórios etc).

Quantificar os recursos humanos disponíveis nos referidos

serviços, bem como voluntários.

Cabe ao setor saúde

(Ministério/Secretarias Estaduais e Municipais/ Superintendência de Vigilância em Saúde)

Estabelecer os locais que servirão de referência para o

atendimento ambulatorial e hospitalar, bem como o

fluxograma para pacientes graves;

Estabelecer a logística de atendimento pré-hospitalar

(transporte de emergência);

Definir o fluxograma de coleta e análise e resultados de

exames diagnósticos subsidiários;

Cabe ao setor saúde :

(Ministério / Secretarias Estaduais e Municipais / - Superintendência de Vigilância em Saúde):

Monitorar as condições de saúde ambiental nos abrigos:

Avaliar a provisão, o acondicionamento e preparação dos

alimentos;

Fazer o diagnóstico da qualidade da água para consumo

humano fornecido no abrigo.

Identificar as condições sanitárias do abrigo;

Avaliar o destino do lixo e dejetos;

Condições de saneamento do abrigo;

Cabe ao setor saúde :

(Ministério / Secretarias Estaduais e Municipais / - Superintendência de Vigilância em

Saúde):

Identificar áreas potenciais para reservatórios,

proliferação de vetores e abrigos de animais peçonhentos

nos abrigos e suas proximidades;

Conhecer o padrão epidemiológico da localidade e os

agravos que podem assumir caráter epidêmico na

situação do desastre em questão e proceder as ações de

controle e prevenção e tratamento cabíveis.

O gerente do abrigo deve

conhecer a situação de saúde

dos desabrigados para identificar

a demanda de profissionais e

solicitar recursos, quando

necessários.

Triagem de saúde.

Visitas periódicas para a identificação das

necessidades em saúde dos desabrigados com

equipe multidisciplinar (dentistas, enfermeiros,

médicos, nutricionistas).

Vigilância em saúde (epidemiológica) e saúde

ambiental do abrigo (sanitaristas);

Entrevista específica e exame físico

realizados por médicos ou enfermeiros,

disponibilizados pela Secretaria Municipal de

Saúde.

Crianças

Idosos

Gestantes

Portadores de necessidades especiais

Objetivos Identificar as morbidades presentes na

população afetada, para a implementação de

ações terapêuticas e preventivas.

Remoção dos desabrigados com quadros agudos

necessitando de atendimento de emergência:

Traumatismos, queimaduras, sangramentos

contínuos, dores abdominais conseqüentes a

traumatismos, ou não esclarecidas, sangramentos

em gestantes etc.

Avaliação de patologias crônicas e a necessidade

de medicamentos de uso contínuo;

Encaminhamento de casos suspeitos de doenças

infecto-contagiosas para avaliação médica,

exames específicos e cuidados de isolamento, se

necessário.

Identificar casos de doença mental;

Dentre as doenças crônicas: atenção àquelas que

podem causar estigma e dificultar o paciente em

solicitar ajuda (epilepsia, tuberculose, hanseníase,

AIDS etc).

A vacinação em massa em situações

de desastres não é preconizada, pois a

maioria dos surtos infecciosos comuns

nestas situações não são prevenidos pelas

vacinas disponíveis.

Medidas de atenção à saúde no abrigo

VACINAÇÃO

VACINAÇÃO

Vacina contra o tétano

Vacina hepatite A

Vacina para gripe

Vacina contra varicela (catapora)

Medidas de atenção à saúde no abrigo

Promoção da saúde

“Processo de capacitação da

comunidade para atuar na melhoria

de sua qualidade de vida e saúde,

incluindo uma maior participação no

controle do processo”.Carta de Ottawa, 1986.

Participação efetiva e concreta da comunidade na

avaliação das condições de saúde do abrigo e da

população e eleição das necessidades prioritárias;

Tomada de decisões na elaboração e desenvolvimento

de estratégias para alcançar melhor nível de saúde para

o abrigo;

Envolvimento da comunidade nas atividades de

educação e prevenção em saúde.

Atividades de educação em saúde

Realizadas com a coordenação de profissionais de saúde da

SMS, defesa civil e/ou voluntários capacitados;

As campanhas de promoção / educação em saúde devem ser

elaboradas levando-se em consideração o contexto cultural da

comunidade, de forma com que a população se identifique com

os assuntos abordados.

Prevenção de doenças infecto-

contagiosas comuns em

situações de desastres e

aglomeração de pessoas;

Doenças sexualmente

transmissíveis;

Doenças veiculadas por água e

alimentos;

Doenças veiculadas por vetores.

Medidas de promoção da saúde

Folhetos e cartilhas;

Palestras; grupos de discussão;

Vídeos educativos;

“Rádio comunidade”

Revistas e jornais.

• É sempre importante buscar aproveitar os recursos já existentes, bem como, as habilidades pessoais de cada um.

Medidas de promoção da saúde

26

Doenças relevantes em situações de desastres

Demanda natural da população por medidas que

possam minimizar os efeitos e os riscos decorrentes

do desastre.

“Medidas” comuns:

• campanhas" de imunização;

• distribuição de medicamentos profiláticos.

Doenças relevantes em situações de desastres

27

Medicina no Abrigo

• Ferimentos e traumatismos

• Agravamento de patologias crônicas;

• Doenças infecciosas de transmissão por vetores;

• Doenças infecciosas de transmissão por água;

• Doenças infecciosas de transmissão

interpessoal, Doenças respiratórias

• Doenças cutâneas.

28

Doenças relevantes em situações de desastres

Traumatismos

• Atendimento pré-hospitalar – remoção

• Lavar com esponja, degermente e água.

• Na Unidade de Saúde:

• Remoção de tecidos desvitalizados e corpos

estranhos

• Avaliação de fraturas

• Avaliação do risco para o tétano..

29

Doenças relevantes em situações de desastres

TÉTANO

• Desastres facilitam traumatismos e ferimentos.

• O bacilo do tétano - Clostridium tetani- está no ambiente (solo, esterco, superfície de objetos).

30

Doenças relevantes em situações de desastres

TÉTANO

O esquema básico completo é feito com três doses + reforços.

A vacinação em massa contra o  tétano não é uma medida útil.

A profilaxia do tétano será feita mais adequadamente em uma

Unidades de Saúde uma vez que envolve cuidados com o local do

ferimento e depende da história de vacinação.

Vacinação incompleta: pode ser necessária imunização passiva.

31

Doenças relevantes em situações de desastres

TÉTANO

• Verificar estado vacinal de todos os feridos.

• Registro vacinal completo: Indivíduo Imune

• Indivíduo não imune:

1. Avaliação para o risco de tétano depende do

tipo de ferimento: condutas diferenciadas.

2. Ao Posto de Saúde.

32

Doenças relevantes em situações de desastres

• Agravamento das patologias crônicas:

Hipertensão arterial;

Doenças cardiovasculares

Diabetes

AIDS

Doenças Psiquiátricas

• Pacientes idosos.

33

Doenças relevantes em situações de desastres

Doenças infecciosas de transmissão por vetores

Dengue

Febre amarela

34

Doenças infecciosas de transmissão através da água e alimentos (contato ou ingestão)

Gastroenterites agudas (E. coli, Shigella,

Salmonella)

Hepatite A

Hepatite E

Leptospirose

Cólera (Vibrio Cholerae)

Febre tifóide (Salmonella typhi).

Doenças relevantes em situações de desastres

35

Surto de GEA – Abordagem

Prioridade: crianças e idosos.

Soro de Reidratação Oral (SRO) e outros líquidos:

sopas; água-de-arroz; água pura.

Diagnóstico: amostras de fezes de 10 a 20 doentes

NÃO é necessária a confirmação laboratorial de todos NÃO é necessária a confirmação laboratorial de todos

pacientes.pacientes.36

Soro CaseiroAÇUCAR: 2 colheres

de sopa

1 Litro d’água

SAL:1 COLHER

DE CHÁ

37

Doenças relevantes em populações afetadas por desastres

LEPTOSPIROSE

O uso generalizado de antibióticos profiláticos é ineficaz

para evitar ou controlar epidemias de leptospirose.

A quimioprofilaxia está indicada apenas para indivíduos,

como trabalhadores e militares em manobras, que irão se

expor a risco em áreas de alta endemicidade por período

relativamente curto (semanas).

38

Doenças relevantes em populações afetadas por desastres

LEPTOSPIROSE

Diagnosticar e tratar precocemente os casos suspeitos ;

Cuidados com a água e produção de alimentos;

Coleta lixo, condições de saneamento básico;

Prevenção de contato: Utilizar luvas e calçados impermeáveis para:

1. a exposição à água ou à lama,

2. nas enchentes limpeza da residência após uma inundação

3. limpeza de fossas e bueiros.

4. remoção de fezes e urina de animais de estimação.

Empregar hipoclorito de sódio a 2-2,5% (água sanitária), segundo as

recomendações do fabricante, para limpeza de:

1. locais onde são criados animais de estimação.

2. residências, após uma inundação. 39

Doenças relevantes em populações afetadas por desastres

Doenças infecciosas de transmissão interpessoal, passíveis de surto em situações de abrigos temporários

Doença meningocócica

Doenças virais

Conjuntivites infecciosas

Piodermites (Impetigo)

Pediculose (Piolhos)

Escabiose (Sarna)

Tuberculose.

40

Doenças relevantes em populações afetadas por desastres

Surto de MENINGITE

Populações desabrigadas têm maior risco, pela

aglomeração e difícil acesso aos serviços de

saúde.

REMOÇÃO IMEDIATA EM AMBULÂNCIA COM

MÉDICO.

Antibiótico e hidratação antes da remoção.

41

Doenças relevantes em populações afetadas por desastres

Ação da Vigilância Epidemiológica.

Vacinação em massa pode conter o

surto em 2 a 3 semanas (A+C ou

conjugada C).

Profilaxia com antibióticos não está

indicada para surtos em abrigos

(contactantes próximos).

42

Doenças relevantes em populações afetadas por desastres

Informações corretas e adequadas;

Água tratada e alimentos em condições

adequadas para consumo;

Serviços básicos de saúde em funcionamento

pleno;

Medicamentos que eventualmente sejam

necessários;

Abrigo em locais seguros.

43

Cap.BM/Méd/QOS/00 Edna Queiroz 44

CONTATOS

ednadequeiroz@gmail.

com

edna@cbmerj.rj.gov.br

Tel. 7813-9137

2333-3037

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