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CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 1
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA CONCEITOS DE BASE
“Biodiversidade” ou “Diversidade Biológica” é o
conjunto das diferentes formas de vida na Terra (plantas,
animais e micro-organismos) e dos padrões naturais que
constituem.
É o resultado de 3,5 mil milhões de anos de evolução,
modelado por processos naturais e, de forma cada vez
mais intensa, pela actividade humana, nos últimos 10 mil
anos (agricultura) e sobretudo nos últimos 300 anos
(revolução industrial e expansão urbana).
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 2
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA CONCEITOS DE BASE
Estão identificados, actualmente, 1,75 milhões de
espécies, a maioria formada por pequenos seres, como os
insectos.
Estima-se que existam actualmente 14 milhões de
espécies, embora as estimativas variem ente 3 e 100
milhões.
A biodiversidade inclui também as diferenças genéticas
dentro de cada espécie (p.e. variedades de culturas ou
raças de animais).
Os cromossomas, os genes e o DNA determinam a
unicidade de cada indivíduo e de cada espécie.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA CONCEITOS DE BASE
A biodiversidade inclui também o conjunto dos
diversos ecossistemas, como os que ocorrem
nos desertos, nas florestas, nas zonas húmidas,
nas montanhas, nos lagos, nos rios, nas zonas
estuarinas e nas zonas costeiras.
Em cada ecossistema os seres vivos, incluindo
os seres humanos, formam uma comunidade,
interagindo uns com os outros e com o ar, a
água e o solo.
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA CONCEITOS DE BASE
A biodiversidade disponibiliza um largo
conjunto de bens e serviços que sustentam
directamente a vida humana: agricultura,
cosmética, produtos farmacêuticos, papel,
materiais de construção, têxteis, mobiliário,
tratamento de esgotos, etc..
Funções ecológicas essenciais.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA BENS E SERVIÇOS PROVIDOS PELOS ECOSSISTEMAS
• Madeira, combustível e fibras.
• Materiais de construção.
• Purificação do ar e da água.
• Decomposição de resíduos.
• Estabilização e regularização do clima.
• Moderação de fenómenos extremos: cheias, secas,
temperaturas extremas, ventos extremos.
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA BENS E SERVIÇOS PROVIDOS PELOS ECOSSISTEMAS
• Geração e renovação da fertilidade dos solos,
incluindo o ciclo de nutrientes.
• Polinização das plantas, incluindo culturas.
• Controlo de pestes e doenças.
• Manutenção dos recursos genéticos essenciais para
a variedade de culturas, espécies de pecuária,
fármacos.
• Benefícios estéticos e culturais Turismo.
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA BENS E SERVIÇOS PROVIDOS PELOS ECOSSISTEMAS
• Estimativa do volume anual de bens e
serviços proporcionados pela biodiversidade:
16 a 50 biliões (1012) USD
• Volume de negócios mundial da indústria
farmacêutica:
150 000 milhões USD.
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA AMEAÇAS
• Espécies em risco de extinção: 50 a 100 vezes a taxa natural
de extinção, afectando 34 000 plantas e 5 200 animais
(incluindo
1130 24% das espécies de mamíferos e
1183 12,5% das espécies de aves).
• Agricultura baseada na monocultura de um número muito
reduzido de espécies e de variedades.
• Pecuária baseada num número também muito reduzido de
espécies e raças.
• Capturas excessivas de determinadas espécies (p.e. de
peixes).
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA AMEAÇAS
• Alteração dos usos do solo, incluindo a deflorestação e
expansão urbana.
Fragmentação, degradação e perda de ecossistemas.
45% da área de florestas naturais desapareceu, sobretudo
no último século.
Metade dos sistemas costeiros naturais foram destruídos.
Destruição de 100 milhões de hectares por ano.
• Alterações climáticas.
• Degradação da camada de ozono.
• Poluição Emissões de produtos químicos.
• Introdução de espécies exóticas.
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA OBJECTIVOS
A conservação da biodiversidade é uma preocupação comum da
humanidade e é parte integrante do processo de desenvolvimento.
• Conservação da Diversidade Biológica.
• Uso sustentável das suas várias componentes.
• Partilha razoável e equitativa dos benefícios resultantes do uso dos
recursos genéticos.
A conservação tradicional baseava-se na protecção de determinadas
espécies e habitats.
A Convenção reconhece que os ecossistemas, as espécies e os
recursos genéticos estão a serviço do homem, como tal devem ser
usados de forma sustentável.
Aplicação do princípio da precaução nos processos de decisão.
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PRINCIPAIS ASPECTOS
A aplicação da Convenção é responsabilidade dos
Estados:
• Medidas e incentivos para a conservação e o uso
sustentado da diversidade biológica.
• Regulação do acesso aos recursos genéticos.
• Acesso e transferência de tecnologia, incluindo a
biotecnologia.
• Cooperação técnica e científica.
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PRINCIPAIS ASPECTOS
• Avaliação de impacte ambiental.
• Educação e consciencialização do público.
• Disponibilização de recursos financeiros.
• Desenvolvimento de estratégias nacionais e de
planos de acção, integrando as questões da
biodiversidade nos planos sectoriais (florestas,
agricultura, pescas, energia, transportes e
planeamento urbano).
• Relatórios nacionais sobre os esforços de
implementação dos compromissos.
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PRINCIPAIS MEDIDAS
• Identificação e monitorização das componentes da
diversidade biológica.
• Estabelecimento de áreas para a conservação da
diversidade biológica, promovendo o
desenvolvimento dessas áreas compatível com os
objectivos de conservação. (in situ e ex situ)
• Reabilitação e restauração dos ecossistemas
degradados e promoção da recuperação das
espécies degradadas.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PRINCIPAIS MEDIDAS
• Preservação e manutenção do conhecimento
tradicional sobre o uso sustentável da
biodiversidade, com o envolvimento das
comunidades locais
• Prevenção da introdução e controlo e erradicação
de espécies alienígenas que possam constituir
ameaça para a integridade dos ecossistemas, dos
habitats e das espécies.
• Controlo dos riscos dos organismos geneticamente
modificados.
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PRINCIPAIS MEDIDAS
• Promoção da participação do público,
particularmente na avaliação dos impactes
ambientais dos projectos com efeitos sobre a
diversidade biológica.
• Educação da população e consciencialização
da importância da biodiversidade e da
necessidade de conservação.
• Elaboração de relatórios sobre a forma como
estão a ser alcançados os objectivos.
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PARTILHA DE BENEFÍCIOS
• Regulação da bio-prospecção: os países de origem
do material genético utilizado na produção de
produtos patenteados têm de autorizar a bio-
prospecção e têm direito a usufruir de parte dos
benefícios decorrentes da comercialização desses
produtos (transferência de conhecimento e de
tecnologia, formação, partilha dos lucros).
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
PARTES
• 168 Estados assinaram a Convenção em
1992 e 1993.
• 193 Estados ratificaram a Convenção
actualmente (faltam EUA, Sudão do Sul)
(195 Estados-membros das Nações
Unidas).
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
ÓRGÃOS
• Conferência das Partes: revê o progresso alcançado,
identifica novas prioridades, estabelece planos de
trabalho para os Estados-membros, altera a Convenção,
colabora com outros organismos internacionais.
• Corpo Subsidiário de Consulta Científica, Técnica e
Tecnológica.
• Rede de cooperação técnica e científica e de troca de
informação (Clearing House Mechanism).
• Secretariado: sede em Montreal.
PROTOCOLO SOBRE BIOSEGURANÇA
• Desenvolvimento da biotecnologia: organismos
vivos geneticamente modificados (transferência
de genes de umas espécies para outras).
Indústria no valor de biliões de USD.
• Vantagens: melhorar a produtividade agrícola,
redução dos químicos (adubos e pesticidas),
melhorar as condições de produção de
alimentos. Utilização na produção de fármacos.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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PROTOCOLO SOBRE BIOSEGURANÇA
• Efeitos sobre a saúde e o ambiente, incluindo
sobre a biodiversidade em geral desconhecidos
(propagação através da polinização e das
cadeias tróficas).
• Preocupação da opinião pública em certos
países (p.e. União Europeia) e aceitação
generalizada noutros (p.e. EUA, Canadá).
• Protocolo de Cartagena sobre Biosegurança,
assinado em Janeiro de 2000.
PROTOCOLO SOBRE BIOSEGURANÇA
• Regula o comércio mundial de OGM e a libertação
acidental de OGM.
• Os Estados Membros que não queiram importar
OGM ou produtos que contenham OGM notificam
desse facto a Comunidade Internacional através de
um mecanismos de troca de informações instituído
pelo Protocolo (Biosafety Clearing House).
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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PROTOCOLO SOBRE BIOSEGURANÇA
• Introdução deliberada de OGMs no ambiente
(sementes, animais e plantas vivas).
• Os OGM e os produtos que contenham OGM são
claramente identificados (rotulagem).
• Quando um Estado Membro exporta para outro
OGMs para serem introduzidos no ambiente
deliberadamente tem de notificar desse facto o
Estado importador, tem de obter autorização e tem
de monitorizar os respectivos efeitos.
PROTOCOLO SOBRE BIOSEGURANÇA
PARTES
• 103 Estados assinaram o Protocolo em 2000 e
2001.
• 164 Estados ratificaram o Protocolo actualmente.
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Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
• O Protocolo de Nagoya é um acordo complementar à
Convenção sobre Diversidade Biológica que fornece um
quadro jurídico transparente para a implementação
efectiva de um dos três objetivos da CDB: a repartição
justa e equitativa dos benefícios resultantes da utilização
dos recursos genéticos.
• O Protocolo de Nagoya foi aprovado em Outubro de 2010
em Nagoya, no Japão, e entrará em vigor 90 dias após o
quinquagésimo instrumento de ratificação.
Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
O Protocolo de Nagoya vai criar maior segurança jurídica e
transparência para fornecedores e utilizadores de recursos genéticos
através de:
• estabelecimento de condições mais previsíveis para o acesso aos
recursos genéticos e do
• apoio à garantia de repartição de benefícios dos recursos genéticos
quando são exportados do território da parte contratante que fornece
os recursos genéticos
Ao ajudar a garantir a repartição de benefícios, o Protocolo de Nagoya
cria incentivos para a conservação e uso sustentável dos recursos
genéticos e, portanto, reforça a contribuição da biodiversidade para o
desenvolvimento e bem-estar humano.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
O Protocolo de Nagoya aplica-se aos recursos genéticos que são
abrangidos pela CBD, e aos benefícios decorrentes da sua utilização.
O Protocolo de Nagoya abrange também o conhecimento tradicional
associado aos recursos genéticos e aos benefícios decorrentes da sua
utilização.
Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
O Protocolo de Nagoya estabelece obrigações fundamentais para as
suas Partes Contratantes em relação ao acesso aos recursos genéticos,
repartição de benefícios e de conformidade.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
As medidas internas que regulam o acesso aos recursos genéticos são
as seguintes:
• Criar segurança jurídica, clareza e transparência
• Fornecer regras e procedimentos justos e não-arbitrários.
• Estabelecer regras e procedimentos claros para o consentimento
prévio informado em termos mutuamente acordados
• Emitir uma licença ou equivalente quando o acesso é concedido
• Criar condições para promover e incentivar a investigação que
contribua para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.
• Ter devidamente em conta os casos de emergências reais ou
iminentes que ameaçam a vida humana, animal ou vegetal
• Considerar a importância dos recursos genéticos para a alimentação
e a agricultura, designadamente para a segurança alimentar.
Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
Obrigações relativas à repartição de benefícios:
As medidas para a partilha de benefícios a nível doméstico devem
prever a repartição justa e equitativa dos benefícios resultantes da
utilização dos recursos genéticos com a Parte Contratante que fornece
recursos genéticos.
• A utilização inclui a pesquisa e o desenvolvimento sobre a
composição genética ou bioquímica de recursos genéticos, bem
como aplicações subsequentes e a comercialização.
• Os termos da partilha de benefícios devem ser mutuamente
acordados.
• Os benefícios podem ser monetários ou não monetários, como
royalties e a partilha dos resultados da investigação.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
As obrigações específicas para apoiar a conformidade com a legislação
ou requisitos regulamentares da Parte Contratante que fornece recursos
genéticos, e as obrigações contratuais reflectidas em termos
mutuamente acordados, são uma inovação significativa do Protocolo de
Nagoya.
As Partes Contratantes devem:
• Tomar medidas que assegurem que o acesso as recursos genéticos
utilizados dentro de sua jurisdição é realizado de acordo com o
consentimento prévio, e que de comum acordo foram estabelecidos,
como exigido por uma outra parte contratante
• Cooperar em casos de alegada violação de requisitos de outra Parte
Contratante.
Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
• Incentivar disposições contratuais sobre resolução de conflitos em
termos mutuamente acordados
• Garantir uma oportunidade está disponível para recorrer no seu
sistema jurídico quando surgem disputas de termos mutuamente
acordados
• Tomar medidas sobre o acesso à justiça
• Tomar medidas para monitorar a utilização dos recursos genéticos
depois que saem de um país, incluindo com a designação de postos
de controle eficazes em qualquer fase da cadeia de valor: pesquisa,
desenvolvimento, inovação, comercialização ou pré-comercialização
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
Obrigações específicas para apoiar a conformidade com a
legislação ou requisitos regulamentares da Parte
Contratante que fornece recursos genéticos, e as
obrigações contratuais refletidas em termos mutuamente
acordados, são uma inovação significativa do Protocolo de
Nagoya. Partes Contratantes são:
Tomar medidas que assegurem que os recursos genéticos
utilizados dentro de sua jurisdição foram acessados de
acordo com o consentimento prévio, e que de comum
acordo foram estabelecidos, como exigido por uma outra
parte contratante
Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos
Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Decorrentes de sua Utilização
Cooperar em casos de alegada violação de requisitos de
outra Parte Contratante
Incentivar disposições contratuais sobre resolução de
conflitos em termos mutuamente acordados
Garantir uma oportunidade está disponível para recorrer no
seu sistema jurídico quando surgem disputas de termos
mutuamente acordados
Tomar medidas sobre o acesso à justiça
Tomar medidas para monitorar a utilização dos recursos
genéticos depois que saem de um país, incluindo com a
designação de postos de controle eficazes em qualquer fase
da cadeia de valor: pesquisa, desenvolvimento, inovação,
comercialização ou pré-comercialização
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 32
DIRECTIVA AVES
Um grande número de espécies de aves selvagens que
ocorrem naturalmente em território europeu estão em
declínio.
Para inverter esta tendência, a União Europeia (UE) está a
introduzir um sistema geral de proibição de práticas (abate e
captura de aves, destruição de ninhos, recolha de ovos, etc.)
que ameaçam a conservação de espécies de aves.
O regime de protecção instituído também incluir a designação
de zonas de protecção especial (ZPE) de aves ameaçadas
de extinção e espécies migratórias que estão sujeitas a
medidas de protecção e de gestão do habitat.
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Os Estados-Membros da União Europeia (UE) devem
tomar medidas para garantir a conservação e a
gestão de aves que vivem naturalmente no território
europeu, a fim de manter a sua população a um
nível satisfatório, ou para adaptar a sua população a
esse nível.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 33
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Protecção dos habitats
O desaparecimento ou deterioração dos habitats representa
uma ameaça para a conservação das aves selvagens. A sua
protecção é essencial.
Para preservar, manter ou restabelecer os biótopos e habitats
de aves, os Estados-Membros:
• designam as áreas protegidas;
• asseguram a manutenção e gestão dos habitats, de acordo
com as necessidades ecológicas;
• reestabelecem biótopos destruídos e criam biótopos.
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Zonas de protecção especial
Os Estados-Membros devem criar zonas de protecção especial
(ZPE) para as espécies ameaçadas de pássaros e de aves
migratórias (ver anexo I). Essas áreas devem ser situados
nas áreas de distribuição naturais de aves e pode incluir
locais de invernada e nidificação ou pontos de paragem nas
rotas de migração.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 34
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Zonas de protecção especial
Os Estados-Membros devem dar especial atenção às zonas
húmidas, que estão em declínio em toda a Europa. Devem
também criar condições favoráveis para a sobrevivência ou a
reprodução das espécies que ocorrem em zonas de
protecção especial.
Para esse efeito, devem tomar as medidas necessárias para
evitar a poluição ou a deterioração dos habitats e as
perturbações que afectam as aves.
Devem também avaliar o impacto dos projectos susceptíveis de
ter um efeito significativo sobre as zonas designadas e tomar
as medidas adequadas para evitá-los.
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Zonas de protecção especial
As zonas de protecção especial (ZPE), juntamente com as
zonas especiais de conservação (ZEC), sob a Directiva
"Habitats" (Directiva 92/43/CEE), formam a rede Natura 2000
europeia de sítios protegidos ecológica.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Protecção das aves selvagens
Esta directiva estabelece um sistema geral de protecção de
todas as espécies de aves selvagens que ocorrem em
território europeu. Proíbe, em especial:
• a destruição deliberada ou captura de aves selvagens;
• destruição ou dano de ninhos;
• captura ou detenção de ovos, mesmo vazios;
• práticas que deliberadamente perturbam as aves e que põem em
causa a conservação da espécie;
• o comércio e a manutenção de espécies vivas ou mortas, a caça e
a captura dos quais não são permitidas (esta proibição também se
aplica a qualquer parte ou derivado de uma ave).
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Protecção das aves selvagens
Sob certas condições, os Estados-Membros podem derrogar as
disposições previstas para a protecção das aves selvagens.
No entanto, as consequências destas derrogações não deve
ser incompatível com os objectivos de conservação previstos
na directiva.
Os Estados-Membros devem promover a investigação para
efeitos de gestão, protecção e valorização das espécies de
aves selvagens que ocorrem no território europeu.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 36
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Caça
As espécies cujo número, distribuição e taxa de reprodução
permitem que podem ser caçadas.
No entanto, a prática da caça deve respeitar certos princípios:
• O número de aves caçadas não deve comprometer a manutenção
num nível satisfatório da população de espécies que podem ser
caçados;
• espécies não são caçadas durante os períodos de reprodução ou
criação;
• espécies migratórias não são caçadas durante o seu retorno ao seu
local de nidificação;
• Os métodos de abate em grande escala ou não-selectiva de aves
são proibidas.
DIRECTIVA 2009/147/CE – AVES
Caça
A lista de espécies que podem ser caçadas está previsto no
Anexo II (parte A apresenta a lista de espécies que podem
ser caçadas em toda a UE, e parte B da lista das espécies
que podem ser caçadas apenas em determinados países).
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 37
Habitats naturais (Natura 2000)
A União Europeia pretende garantir a biodiversidade pela
conservação dos habitats naturais, bem como da fauna e da
flora selvagens no território dos Estados-Membros.
Para o efeito, é criada uma rede ecológica de áreas especiais
protegidas, denominada “Natura 2000”.
As demais actividades previstas em domínios como o controlo
e a vigilância, a reintrodução de espécies indígenas, a
introdução de espécies não indígenas e a investigação e
educação contribuem para dar coerência à rede.
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
A degradação contínua dos habitats naturais e as ameaças que
pesam sobre algumas espécies constituem uma
preocupação primordial na política ambiental da União
Europeia (UE). A presente directiva, designada Directiva
“Habitats”, visa contribuir para a manutenção da
biodiversidade nos Estados-Membros, definindo um quadro
comum para a conservação dos habitats, das plantas e dos
animais de interesse comunitário.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 38
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
A Directiva “Habitats” cria a rede Natura 2000. Esta rede é a maior
rede ecológica do mundo e é constituída por zonas especiais de
conservação que os Estados-Membros designam à luz da presente
directiva.
Além disso, inclui também zonas de protecção especial instauradas
por força da Directiva “Aves” 2009/147/CE.
Os anexos I e II da directiva contêm os tipos de habitats e as
espécies cuja conservação exige a designação de zonas especiais
de conservação. Alguns deles são definidos como tipos de habitats
ou espécies “prioritários” (em perigo de extinção).
O anexo IV enumera as espécies animais e vegetais que necessitam
protecção particularmente estrita.
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
A designação das zonas especiais de conservação é feita em
três etapas.
Segundo os critérios estabelecidos nos anexos, cada Estado-
Membro elabora uma lista de sítios que abriguem habitats
naturais e espécies animais e vegetais selvagens.
Com base nessas listas nacionais e em concertação com cada
Estado-Membro, a Comissão aprova uma lista dos sítios de
importância comunitária para cada uma das nove regiões
biogeográficas da UE (a região alpina, a região atlântica, a
região do Mar Negro, a região boreal, a região continental, a
região macaronésica, a região mediterrânica, a região
panónica e a região estépica).
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 39
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
No prazo máximo de seis anos após a selecção de um sítio
como sítio de importância comunitária, o Estado-Membro em
causa designa esse sítio como zona especial de
conservação.
Caso a Comissão entenda que foi omitido de uma lista nacional
um sítio com um tipo de habitat natural ou uma espécie
prioritários, a directiva prevê o lançamento de um processo
de concertação entre o Estado-Membro em causa e a
Comissão.
Se a concertação não produzir resultado satisfatório, a
Comissão pode propor ao Conselho seleccionar o sítio como
sítio de importância comunitária.
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
Nas zonas especiais de conservação, os Estados-Membros
tomam todas as medidas necessárias para garantir a
conservação dos habitats e evitar a sua deterioração, bem
como as perturbações significativas das espécies.
A directiva prevê a possibilidade de um co-financiamento das
medidas de conservação pela Comunidade.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
António Gonçalves Henriques 40
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
Incumbe igualmente aos Estados-Membros:
• incentivar a gestão dos elementos da paisagem que
considerem essenciais à migração, à distribuição e ao
intercâmbio genético das espécies selvagens;
• instaurar sistemas de protecção particularmente rigorosos
para determinadas espécies animais e vegetais ameaçadas
(anexo IV) e estudar a oportunidade de as reintroduzir nos
seus territórios;
• proibir a utilização de meios não selectivos de colheita,
captura e abate relativamente a certas espécies vegetais e
animais (anexo V).
Directiva 92/43/CEE
Habitats naturais (Natura 2000)
De seis em seis anos, os Estados-Membros comunicam as
disposições adoptadas em aplicação da directiva.
Com base nesses relatórios, a Comissão elabora um relatório
de síntese.
Os anexos da directiva foram alterados para ter em conta a
diversidade biológica dos países que aderiram à UE em 2004
e 2007. O alargamento veio lançar novos desafios à
biodiversidade, bem como introduzir novos elementos,
incluindo três novas regiões biogeográficas (a região do Mar
Negro, a região panónica e a região estépica).
A rede Natura 2000 representa actualmente cerca de 18% do
território terrestre da UE.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
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