conteúdo porque os cientistas escrevem? porque os cientistas escrevem? organização de um artigo...

Post on 17-Apr-2015

103 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

ConteúdoConteúdo Porque os cientistas escrevem?Porque os cientistas escrevem? Organização de um artigo de pesquisaOrganização de um artigo de pesquisa Outros tipos de publicaçãoOutros tipos de publicação O processo de publicaçãoO processo de publicação Qual revista escolher?Qual revista escolher?

– Aspectos gerais sobre a escolhaAspectos gerais sobre a escolha– Open access journalsOpen access journals– Fatores de impactoFatores de impacto

Como escrever e como ler?Como escrever e como ler?

No Brasil há cerca de 5000 revistas, segundo “Pesquisa FAPESP” 2013, n. 207.

A frase mais emocionante na ciência, aquela que anuncia descobertas novas, não é “eureka!" (descobri!) mas “isso é divertido”...'

Isaac Asimov (1920 - 1992)

Institute for Scientific InformationInstitute for Scientific Information

Eugene Garfield(fundador da Bibliometria e

Cienciometria)Scientometrics is the science of measuring and analysing science. In practice, scientometrics is often done using bibliometrics which is a measurement of the impact of (scientific) publications

A tirania dos fatores de impacto: A tirania dos fatores de impacto: Thomson ScientificThomson Scientific

(antigo ISI)(antigo ISI) É uma base de dados com referências e É uma base de dados com referências e

citações de milhares de revistas (c. 8500; citações de milhares de revistas (c. 8500; 124 nacionais em 2009)124 nacionais em 2009)

Citação das revistasCitação das revistas– Fatores de impacto, índice de imediaticidade, Fatores de impacto, índice de imediaticidade,

meia vida das citações…meia vida das citações…

Inclusão de revistas = Decisão subjetiva do ISIInclusão de revistas = Decisão subjetiva do ISI

Ex. FI da revista X em 2010 Ex. FI da revista X em 2010

Número de artigos Número de artigos publicadospublicados

Citações dos artigos de Citações dos artigos de 2008 e 2009 em 20102008 e 2009 em 2010

20082008 510510 880880

20092009 490490 11001100

totaltotal 10001000 19801980

FI 2010

=> citações/artigos publicados = 1980/ 1000 = 1.98

=> Índice de imediaticidade (2010): artigos publicados e citados em 2010

Alguns exemplos da Ecologia (2010)

Half life: The median age of the articles that were cited in the JCR year. Half of a journal's cited articles were published more recently than the cited half-life. For example, in JCR 2001 the journal Crystal Research and Technology has a cited half-life of 7.0. That means that articles published in Crystal Research and Technology between 1995-2001 (inclusive) account for 50% of all citations to articles from that journal in 2001.

Revista Fat Imp Fator Imed.

Meia Vida

Ecology Letters 15,25 2,48 5,1 TREE 14,45 2,98 8,0 Ecology 5,07 0,72 >10 Ecography 4,42 0,90 5,8 Biological Invasions 3,47 0,39 4,2 Biotropica 2,17 0,52 >10 Austral Ecology 1,82 0,38 6,4 Acta Oeologica 1,46 0,19 7,1

Revista FI Fator Imed.

Meia Vida

Limnology & Oceanography 3,38 0,66 >10 Freshwater Biology 3,08 1,25 8,0 Aquatic Botany 2,09 0,20 >10 Hydrobiologia 1,96 0,54 >10 Aquatic Sciences 1,57 0,38 7,1 Aquatic Ecology 1,43 0,36 6,3 Wetlands 1,24 0,12 7,7

Alguns exemplos da Limnologia (de 2010)

1 51 101 151 201 251 301 351 401 4510

1

2

3

4

5F

ato

r d

e im

pa

cto

1 51 101 151 201 251 301 351 401 4510

5

10

15

20

25

30

Fa

tor

de

imp

act

o

Média = 1,98

29 revistas com iF > 5,0

Mediana = 1,47

Compilação dos FIs para 504 revistas potencialmente utilizadas por ecólogos

Critérios atuais da Área de Critérios atuais da Área de Biodiversidade (CAPES)Biodiversidade (CAPES)

A1: FI > 2,78A1: FI > 2,78A2: FI > 1,92A2: FI > 1,92B1: FI > 0,624B1: FI > 0,624B2: FI < 0,624 (indexadas no ISI ou Scopus)B2: FI < 0,624 (indexadas no ISI ou Scopus)B3: periódicos indexados no ScieloB3: periódicos indexados no ScieloB4 e B5: outrasB4 e B5: outras

25% dos periódicos utilizados pela Área 50% dos periódicos 50% dos periódicos

utilizados pela Áreautilizados pela Área

Critérios atuais da Área de Critérios atuais da Área de Biodiversidade (CAPES)Biodiversidade (CAPES)

A1: TREE, Journal of Ecology, Ecology, Oikos, Oecologia, Freshwater Biology, Biological Invasions

A2: Hydrobiologia, Journal of Vegetation Science, Aquatic Botany

B1: International Review of Hydrobiology, Aquatic Sciences, Austral Ecology, Brazilian Journal of Biology

B2: Brazilian Archives of Biology and Technology, Copeia, Journal of Freshwater Ecology, Acta Scientiarum, Acta Limnologica Brasiliensia

B3: Revista Ceres, Oecologia Brasiliensis, Rodriguesia

B4: Biologia Geral e Experimental, Gaia

B5: Atlântica, Bio

Fatores de Fatores de ImpactoImpacto

Thomson Scientific foi requisitado várias vezes para fornecer os dados para cálculo dos FIs.=> Nunca conseguiram chegar aos mesmos Ifs fornecidos pelo TS!!

Journal of Cell Biology

Impact FactorsImpact Factors

Artigos de revisãoArtigos de revisão

Artigos descrevendo novas metodologiasArtigos descrevendo novas metodologias

Maiores impactos:Maiores impactos:

Artigos de opiniãoArtigos de opinião

Artigos em revistasArtigos em revistas– Com publicação rápida; Com publicação rápida; – Que são mais disponíveis; E que são mais lidas;Que são mais disponíveis; E que são mais lidas;– Que têm autores de auto nível (famosos);Que têm autores de auto nível (famosos);– De autores estadunidenses;De autores estadunidenses;– Que têm maior número de autores;Que têm maior número de autores;– ……..

O fator de impacto de artigos da Argentina, Brasil, Chile e México sem colaborações internacionais foi de 66% do FI das revistas enquanto colaborações elevaram os FIs dos artigos para valores próximos aos das revistas.

O número de citações também pode aumentar em parte por razões aleatórias – há muitos trabalhos bons que não são citados

Há experimentos demonstrando que a popularidade de músicas atrai mais popularidade: efeito bola de neve

1 = número de páginas do artigo 2 = número de autores 3 = tipo de publicação4 = origem do autor correspondente5 = língua nativa dos autores6 = número de artigos do primeiro autor7 = título da revista8 = número de países

Fatores não relacionados à qualidade afetam o número de citações:

…the first and second models explained only about 10% (adjusted R2) …

Em Ecologia aparentemente a qualidade é o que importa!

Fatores de impacto são pouco Fatores de impacto são pouco científicoscientíficos

– Não poderiam ser utilizados para comparar:Não poderiam ser utilizados para comparar: Disciplinas, Disciplinas, Institutos, Institutos, Pesquisadores individuais,….Pesquisadores individuais,….

– Garfield Eugene 2005Garfield Eugene 2005 50% dos artigos no ISI nunca são citados50% dos artigos no ISI nunca são citados Apenas 0,1% dos artigos recebem > 200 citaçõesApenas 0,1% dos artigos recebem > 200 citações

Entre os 100% citados

Publicações em 6 das principais revistas de

ecologia

Esmagadora maioria recebe < 15 citações

Métricas alternativas: SCImago

- Base de dados = Scopus (Elsevier); - Elimina auto-citações das revistas e pondera o valor das citações de acordo com a fonte- Mais democrático e abrangente (c. 16.000 revistas; 206 brasileiras)

Métricas alternativas: Eigenfactor

Base de dados = ISI (balança citações de acordo com a fonte)

0 1 2 3 4 5 6

Im p ac t F ac to r

0

1

2

3

Art

icle

Inf

luen

ce

a

0 1 2 3 4 5 6

Im p ac t F ac to r

0 ,0

0 ,1

0 ,2

0 ,3

0 ,4

SJR

b

0 1 2 3

A rtic le In flu en ce

0 ,0

0 ,1

0 ,2

0 ,3

0 ,4

SJR

c

Juntamente com a WoS, o Engenfactor e o SJR são baseados somente nas citações de

artigos publicados somente em revistas indexadas em bases de dados limitados.

Assim, o verdadeiro impacto dos artigos, cientistas e revistas é certamente

subestimado!

Talvez um dos maiores vieses do fator de impacto das revistas é

que ele pertence à revista, não ao artigo nem ao cientista individual

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Pos ição

0

10

20

30

40

50

60

me

ro d

e cita

çõe

s

Número de citações dos trabalhos publicados nas revistas Ecology e Hydrobiologia no ano de 2010 (junho/2013)

Ecology

Hydrobiologia

CAMPBELL (Editor da revista Nature) - CAMPBELL (Editor da revista Nature) - 20082008

- 89% do FI foi gerado por 25% dos papers publicados (dados de 2005)

- > 50% dos papers recebeu < 20 citações

- Prováveis razões:

- disciplinas cuja característica é o baixo número de citações por paper (e.g., Física)

- disciplinas cujas taxas de citação crescem lentamente (e.g., Geologia)

- um paper pode ser pouco citado por ser “visionário”

1)Número total de citações

2)Número de artigos muito citados

3)Número médio de citações por artigo

4)Fator h (Hirsch, 2005)

Uma alternativa ao IF: o impacto do autor (não da revista na qual ele

publica)

É o número máximo de artigos h publicados por um cientista, no qual cada artigo recebeu h ou mais citações.

Trocando em miúdos…se um cientista tem um índice h = 10, significa que ele tem 10 artigos citados NO MÍNIMO 10 vezes cada um.

Algumas vantagens:

- Computa citações do autor (não da revista);

- favorece os autores que produzem vários artigos influentes ao invés de autores que produzem vários artigos que são rapidamente esquecidos – deixam de ser citados – ou aqueles que produzem poucos artigos influentes.

Kelly & Jennions (2006 – TREE)

Índice H para editores de revistas de Ecologia

Algumas críticas ao uso do número de citações:

- “não sou citado porque trabalho em uma área com poucos cientistas...”

A penetração do cientista não depende da sub-área, mas da contribuição teórica feita através dela

Ex. E. Wilson (sistemata de besouros):

Biogeografia de Ilhas, Sociobiologia

Ex. P. Vanzolini (Herpetólogo):

Teoria dos Refúgios

- muitos cientistas não são citados porque são visionários...

Hummmmm......Quantos exemplos vocês conhecem?

“...um cientista de qualquer idade que quer fazer descobertas importantes, deve estudar problemas importantes.”

Ou seja, se o autor X não é citado, é mais provável que ele esteja estudando um problema que não chama a atenção da comunidade científica ou ele pratica uma ciência de baixa qualidade. G. Volpato

Então, como avançar nas avaliações de cientistas, instituições, PPGs?

Uso de várias métricas, como já vem sendo feito pelos órgãos de fomento no Brasil.

O futuro: novas formas de revisão e de avaliação do impacto

Expandindo as métricas para avaliar a ciência na era da internet

Google Scholar: mais democrático, pois considera as citações de artigos e outros

documentos que aparecem na rede

É um algorítmo baseado nas contribuições que um cientista coloca no seu ResearchGate, nas interações com outros cientistas e no escore

desses cientistas.

Slow Science Moviment

Propõe uma ciência profunda, com tempo para refletir e alcançar elevados

padrões de produção científica

Essa visão tem sido distorcida por várias pessoas no Brasil, servindo como justificativa

para a improdutividade de alguns!

Precisamos dos dois enfoques no Brasil, não apenas fazer uma ciência profunda

Os grandes cientistas não publicaram somente em revistas de elevado FI

top related