contato dialetal: discussÕes iniciais do falar...
Post on 26-Dec-2018
212 Views
Preview:
TRANSCRIPT
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 1
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
CONTATO DIALETAL: DISCUSSÕES INICIAIS DO FALAR PARAIBANO EM SÃO PAULO1
Mikaylson Rocha da Silva (UFPB/PROLING) Almir Anacleto de Araújo Gomes (UFCG/PROLING)
Ramísio Vieira de Souza (UFPB/PROLING)
RESUMO
Este trabalho se propõe investigar o processo de acomodação linguística entre variedades do português brasileiro de falantes paraibanos em São Paulo. Buscamos compreender como os falantes, em contato com outra variedade linguística, assimilam novos traços fonético-fonológicos, lexicais e discursivos, bem como levando em consideração ao estudo da acomodação linguística, se há fatores exógenos que corroborem ao processo de convergência linguística também presentes em atitudes linguísticas positivas em relação à nova variedade. Durante a pesquisa, alguns fenômenos fonológicos nos permitirão verificar os efeitos da acomodação: a (não) palatalização da coronal /s/ anterior às oclusivas dentais surdas e sonoras /t/ e /d/. Serão também analisadas as variáveis estilísticas, sociais e atitudinais dos falantes para compreender a incidência do fenômeno estudado. Acreditamos que a variável atitudinal pode corroborar ao fenômeno estudado, pois, consoante às perspectivas de Fernández (1998), as atitudes negativas podem retardar o processo de acomodação entre dialetos. A metodologia que norteia este estudo é do tipo qualitativa-quantativo e para dar conta do controle quantitativo das variáveis, foi utilizado o programa estatístico GoldVarbX (SANKOFF; TRAGLIAMONTE e SMITH, 2006). Finalmente, para dar forma à discussão proposta que compõe o corpus, a pesquisa está baseada em pilares teóricos que se complementam: a Teoria da Variação Linguística LABOV, (1966; 1972; 1983); LABOV et al, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]), Teoria da Acomodação (GILES et al, 1973; GILES, 1977; GILES et al, 2010 [1991]) e considerações sobre as atitudes linguísticas (LAMBERT, 1967; GILES et al, 2010 [1991]) e COUPLAND (2007).
Palavras-chave: Contato dialetal. Acomodação linguística. Atitudes do falar paraibano.
1 Esse trabalho é uma discussão em andamento do gênero Dissertação de Mestrado, orientado pelo
Professor Dr. Rubens Marques de Lucena, pelo Programa de Pós-graduação em Linguística (PROLING – UFPB).
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 2
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
1. INTRODUÇÃO
Embora haja um número significativo de estudos relacionados à atitude
linguística no âmbito acadêmico internacional (LAMBERT, 1967; GILES et al, 2010
[1991]; FERNÁNDEZ, 1998; COUPLAND, 2007), ainda há certa escassez de trabalhos no
que concerne a esse fenômeno nas variedades do português brasileiro. Nos últimos
anos, contudo, pesquisas como as de Lopes (2012), Chacon (2012), Lima & Lucena
(2013), Martins (2008) e dentre outros pesquisadores, propuseram a analisar o
processo de acomodação linguística em falantes do português brasileiro e avaliações
atitudinais de ouvintes nativos quanto às variações linguísticas de outras comunidades
de fala em que esses sujeitos estavam sendo expostos.
Este trabalho se propõe investigar o processo de acomodação linguística entre
variedades do português brasileiro de falantes paraibanos em São Paulo. Buscamos
compreender como os falantes, em contato com outra variedade linguística, assimilam
novos traços fonético-fonológicos, lexicais e discursivos, bem como levando em
consideração ao estudo da acomodação linguística, se há fatores extralinguísticos e
linguísticos que corroborem ao processo de convergência linguística também
presentes em atitudes linguísticas positivas em relação à nova variedade. Durante a
pesquisa, alguns fenômenos fonológicos nos permitirão verificar os efeitos da
acomodação: a (não) palatalização da coronal /s/ anterior às oclusivas dentais surdas e
sonoras /t/ e /d/. Serão também analisadas as variáveis estilísticas, sociais e atitudinais
dos falantes para compreender a incidência do fenômeno estudado.
O presente trabalho se encaixa na linha de pesquisa da sociolinguística
variacionista em contato dialetal e objetiva compreender a acomodação linguística de
falantes paraibanos residentes em São Paulo há pelo menos 2 (dois) anos. Observamos
à luz da Teoria da Acomodação da Comunicação [CAT] (GILES et al., 1987) e nos
aportes teórico-metodológicos da Teoria da Variação Linguística LABOV, (1966; 1972;
1983); LABOV et al, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]), Teoria da Acomodação (GILES
et al, 1973; GILES, 1977; GILES et al, 2010 [1991]) e considerações sobre as atitudes
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 3
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
linguísticas (LAMBERT, 1967; GILES et al, 2010 [1991]) e COUPLAND (2007) alguns
efeitos da acomodação no que tange à realização da fricativa coronal /S/ em posição
de coda silábica medial. A escola do objeto se deve ao fato da variável ser marca
categoricamente pela (não) palatalização nos dialetos de contato. Acreditamos
também que o prestígio encoberto da variável paulistana pode gerar um reforço
favorável à acomodação.
Para a realização desse estudo lançamos hipóteses de que as atitudes
linguísticas (positivas ou negativas) quanto ao dialeto de contato (falar paulista)
podem justificar a acomodação dialetal do seguimento /s/ em posição de coda medial
anterior as oclusivas surdas e sonoras /t/ e /d/. Esperamos ainda que informantes com
maior tempo de exposição ao dialeto alvo possam apresentar maior expectativa à
acomodação da variável em estudo, assim como informantes com baixo nível de
escolarização possam apresentar uma menor acomodação. No que concerne às
variáveis linguísticas independentes acreditamos que o tamanho da palavra,
tonicidade e o contexto fonológico podem militar decisoriamente no fenômeno de
acomodação linguística.
Temos, portanto, uma clara distinção dialetal:
I) Li[s]ta, ca[s]ta, linguí[s]tica (dialeto paulista)
II) Li[ʃ]ta, ca[ʃ]ta, lingui[ʃ]tica (dialeto pessoense)
Por fim, apesar de nossas hipóteses se verticalizarem mais ao inventário
fonético-fonológico através dos dados obtidos, verificamos o lugar ocupado pela
cultura; a condição sócio-histórica e econômica dos nossos informantes e o
movimento simbólico de menor ao de maior prestígio entre as variedades do
português brasileiro. A relevância dessa pesquisa se dá, sobretudo, em tentar
compreender e desmistificar o juízo de valor atribuído às variedades linguísticas. Será
útil também entender que a acomodação precede um juízo e expectativa do sujeito
quanto ao interlocutor, sendo esse juízo mediado pelas forças exercidas na
comunidade de fala alvo.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 4
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
2. Estudos em Atitudes Linguísticas
Os estudos em atitudes linguísticas se tornaram cada vez mais relevantes, pois
como bem afirmam os autores Lambert (1967), Fernández (1998), Coupland (2007) e
Giles (et al., 2010 [1992]), as atitudes são aspectos psicossociais expressados pelo
indivíduo de maneira positiva ou negativa, e que corroboram para a convergência ou
divergência no processo de acomodação dialetal.
Considerando as atitudes dialetais como expressão da substância social em
resposta às variações de uma língua, Oliva e Serrano (apud LOPES, 2012, p.26)
argumentam que a variação não pode ser vista “como uma mera série de escolhas,
mais ou menos automáticas realizadas pelo falante”, mas como possibilidades em
detrimento ao impacto que essas escolhas acabam gerando no interlocutor. De modo
geral, a variação está basicamente ligada à escolha linguística de um significado
particular (LOPES, 2012).
Essas pesquisas no âmbito acadêmico brasileiro servem como espelhos e
reforços às contribuições de atitudes na sociolinguística, e como fator extremamente
importante à (não) realização da acomodação dialetal. De todo modo, a Teoria da
Acomodação afirma que a convergência e divergência ao dialeto estão condicionadas a
vários fatores sociais, e dentre eles podemos destacar a concepção de prestígio, bem
como às atitudes do falante diante desta concepção.
Diante disso, Giles et al (2010, [1991] apud CHACON, 2012, p.37) argumenta
sobre o valor simbólico que variáveis linguísticas carregam: “tanto a convergência
quanto a divergência podem ser positivas ou negativas [...]” por estarem ligadas a
questões emocionais. “A convergência se refere a uma mudança em direção a uma
variedade de prestígio, enquanto a divergência, a formas mais estigmatizadas ou
menos valorizadas socialmente”.
Giles et al. (2010) e Gerret (2010) argumentam que as atitudes não podem ser
tomadas como “comportamentos”, mas como possíveis promoções a determinados
comportamentos. São, portanto, segundo o autor, aspectos psicossociais de
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 5
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
expectativa do sujeito quanto à forma que ele acha mais conveniente em se dirigir a
outrem. Os autores ainda argumentam que as atitudes podem ser “pessoais” e
“públicas”. Nesse sentido, a fronteira entre o público e o privado não são bem
definidas até mesmo pelo jogo das forças sociais. Acreditamos que as atitudes pessoais
ainda perpassam um fio intersubjetivo coletivo do que se espera do sujeito em
determinados espaços sociodiscursivos.
Giles (2010) e Coupland (2007) levantam uma problemática: se as atitudes são
aspectos não necessariamente comportamentais, como elas, de fato, podem militar na
acomodação, que a priori, é um comportamento linguístico? Os autores explicam que
as atitudes têm níveis, podendo ser mais ou bem monitoradas a partir da percepção do
falante quanto às variedades de uma língua. Falantes mais escolarizados e podem
adotar determinadas atitudes, mas elas não são, necessariamente, o resultado da
acomodação, mas da escolha que ele sujeito faz de maneira quase que sempre
insconsciente.
Em estudos sobre contato linguístico, o pesquisador Marques (2006, p.8) já
afirmava que grupos acomodam traços linguísticos por questões migratórias e de ação
comunicativa, e que o menos problemático é saber quem acomoda a quem, visto que
algumas outras forças interiores e exteriores à língua também militam no processo.
A acomodação pode ocorrer também entre sotaques que diferem de regional mais do que socialmente e pode ocorrer tanto em nível de longa duração (long-term) como em nível de curta duração (short-term). Nos contatos de longa duração, quem se acomoda a quem é menos problemático, visto que, na maioria dos casos onde esse fenômeno está ocorrendo, lida-se com contato entre falantes de diferentes variedades regionais e com indivíduos regionalmente móveis ou grupos de minorias que se acomodam, no long-term, há uma maioria não móvel. O problema então é determinar como os falantes se acomodam, a extensão e por que algumas situações e alguns indivíduos produzem mais, ou tipos diferentes de acomodação do que outros. Sendo assim, a acomodação de longa duração é de considerável interesse para o linguista.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 6
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
Questões atitudinais na língua também podem ser observadas a partir do
“mercado linguístico”, como já argumentava o sociólogo Pierre Bourdieu (1985) ao
dizer que existe um mercado linguístico em que a competência funciona como capital,
que possibilita um sistema de trocas simbólicas dentro do universo social, e essas
trocas são mediadas por valores arbitrários do uso da língua e da localização de grupos
socialmente providos de estratos “dominantes” daqueles “dirigidos”. Assim sendo, o
poder e o controle fazem as pessoas julgar o lugar do outro (aspecto atitudinal),
condicionando o falante a buscar pistas para acomodar o sotaque à região alvo.
Em nossa pesquisa, observamos à luz do discurso de alguns falantes que houve
uma acentuada desconsideração da falar paraibano, e que o discurso do outro no lugar
da cultura dele acabou reforçando uma predileção atitudinal em relação ao sotaque
paulista para nossos informantes (BHABHA, 1990). Diante disso, ainda consoante às
contribuições sociológicos de Bourdieu (1985), observamos indícios de violência
simbólica, aqui entendidas como um mecanismo que faz com que os indivíduos vejam
como “natural” as representações ou as ideias sociais dominantes. A violência
simbólica é desenvolvida pelas instituições e pelos agentes que as animam e sobre a
qual se apoia o exercício da autoridade.
A força intersubjetiva e opressora que obriga (in)conscientemente alguém a
adotar novas posições, podem ser entendidas como violência simbólica. O acúmulo de
bens simbólicos é transcrito e externalizado em habitus (que nada mais é que uma
reprodução do que os indivíduos incorporam dos capitais sociais, culturais, simbólicos
e econômicos). Acreditamos em nossa pesquisa, que o falante paraibano está num
entrelugar sociodiscursivo, representado por questões identitárias linguísticas que
carregaram durante anos e por questões expositivas, de troca e de (algumas vezes)
violência simbólica numa nova comunidade de fala.
Para Fernández (1998, p.179), a atitude linguística é “uma manifestação
da atitude social dos indivíduos, distinguida por estar centrada e referir-se
especificamente tanto à língua como ao uso que dela se faz na sociedade [...]”.
Atitudes por serem norteadas por um comportamento psicossocial, acaba também
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 7
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
forjando comportamentos positivos ou negativos, e, às vezes, também indiferentes
quanto à variação. Giles (1982), Coupland (2007) e também Fernández (1998),
acreditam que uma única variável linguística pode ser objeto de atitudes positivas e/ou
negativas, dependendo do grupo e do lugar em que a interação ocorreu. Também foi
observado na pesquisa de Lopes (2012) que a mesma variável gera expectativas ao
interlocutor, portanto, o estilo de comunicação é preponderante na construção
atitudinal.
Chacon (2012) em sua dissertação de mestrado argumentou o papel
verticalizado do poder e fala, como mecanismos de coerção e (re)direcionamento às
atitudes. Chianca (1999, apud CHACON, 2012, p.41) complementa, afirmando que “o
sotaque desempenha uma função identificadora, permitindo reconhecer sociológica e
culturalmente um sujeito falante”. Na voz das autoras, o sotaque é a materialização da
identidade de um povo/indivíduo, e que devido também às trocas interculturais,
intersubjetivas, favorecem o fenômeno aqui em estudo.
Hall (2006) em seu emblemático estudo sobre Identidade Cultural na
Pós-modernidade, já afirmava o valor linguístico nas práticas sociais:
A identidade torna-se uma "celebração móvel": formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. É definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um "eu" coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas. Se sentimos que temos uma identidade unificada desde o nascimento até a morte é apenas porque construímos uma cômoda estória sobre nós mesmos ou uma confortadora "narrativa do eu (HALL, 2006, GRIFOS NOSSOS).
Como exposto, a língua também obedece às questões de localização, tempo e
espaço, e que para Hall (2006, p.78), as identidades estão embrincadas em circuitos de
cultura, onde os sujeitos produzem e consomem a língua. O resultado desse
compartilhamento é a perda das representações, que para o autor, na pós-
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 8
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
modernidade, as identidades (aqui entendidas como linguísticas) nunca são fixas, mas
são sempre instáveis e em constante modificação.
3. Metodologia
A amostragem utilizada neste trabalho será constituída de 8 informantes
paraibanos que residem há no mínimo dois anos em São Paulo (SP). Após a seleção dos
falantes, elaboraremos um roteiro para a coleta de dados, iniciando com questões
relativas à vida em sua cidade natal, perguntas relativas à infância, à vida escolar e ao
trabalho. Em um segundo momento, realizamos algumas perguntas mais específicas
relacionadas à percepção das diferenças linguísticas entre as duas variantes, para
aferir as atitudes do entrevistado em relação a essa diferença.
Tendo em vista o fato de que o estudo enfoca a acomodação linguística,
trabalhamos com uma variável dependente binária: acomodação x não acomodação.
Serão controladas as seguintes variáveis independentes:
3.1 Variável Dependente:
A escolha da produção do /s/ nessas duas comunidades de fala foi devido à
própria categorização do seguimento, que apesar de diferente, desempenham ainda
funções imbuídas de prestígio social.
a)[S, ʃ]
3.2 Variáveis Dependentes
a) Contexto fonológico precedente: pretendemos com esta variável identificar
os contextos fonológicos precedentes e seguintes que mais influenciarão a
acomodação, controlando-a da seguinte forma: labial, dorsal, coronal, pausa (no caso
do contexto fonológico seguinte) e vogal.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 9
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
Foram controlados os seguintes contextos anteriores:
Vogal labial: [ô, ó, u]
Vogal coronal [ê, é, i]
Vogal dorsal [a]
Vogal nasal [on]
b) Tamanho da palavra
Monossílabo
Dissílabo
Trissílabo
Polissílabo
c) Tonicidade: para os autores Trudgill (1972), Labov (1962) e Camara Jr (1969),
a intensidade e acento podem dar pistas ao falante quanto à estrutura da língua.
Tônico
Átono
3.3 Variáveis Extralinguísticas (Sociais)
a) Tempo de residência em São Paulo: de acordo com Marques (2006), o
tempo de residência é uma variável significativa para a acomodação linguística. Para
esta variável, distribuiremos os informantes em dois grupos: de 2 a 3 anos e mais de 10
anos de permanência no Rio de Janeiro/São Paulo.
b) Contato diuturno com falantes paulistas: partimos da hipótese de que o
contato diário mais intenso com paulistas influenciaria efetivamente a acomodação à
nova variedade. Assim, controlamos como variável independente o fato de o
informante residir ou não com paulistas.
c) Contato com falantes paraibanos: com esta variável, nosso objetivo foi
investigar se o contato com falantes paraibanos influenciaria a progressão da
acomodação. Para isso, separaremos os informantes em dois grupos: falantes com
contato com paraibanos e falantes sem esse contato.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 10
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
d) Idade: a literatura da área já apontou, desde Labov (1966), a importância da
variável idade para os estudos sociolinguísticos. Nesse sentido, lançamos a hipótese de
que será na população mais jovem que encontraremos menor resistência à
convergência da acomodação linguística. Esta variável foi controlada da seguinte
forma: a) 18-30 anos de idade (dentro do conceito de “adulto emergente”, proposto
por Arnett (2007); b) acima de 30 anos de idade.
e) Sexo: Como se percebe no trabalho de Trudgill (1972, apud WARDHAUGH,
2010, p. 207), devido a diferentes circunstâncias sociais, o lugar ocupado pelo sujeito
pode dizer muito sobre a forma como eles falam. Embora no trabalho do autor houve
uma certa relação do determinismo biológico “ser mulher”, sendo associada à
situações mais “formais” e que as mulheres estavam “acostumadas” a ter a imagem
associada ao “correto”. Em nossa pesquisa, não adotaremos visões maniqueístas,
buscaremos entender, apesar do binarismo “sexo”, quais papeis são exercidos por
esses sujeitos no mundo social, e quais são suas atitudes frente à nova realidade
dialetal.
Todos os fatores selecionados foram controlados anterior à pesquisa para que
não houvesse discrepância em peso relativo ao utilizar o programa estatístico Goldvarb
X (SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005), utilizado em pesquisas variacionistas.
Contudo, a coleta será realizada em situações de menor monitoração possíveis, ou
seja, em situações reais/ideias de fala.
4. Discussão e Resultados
Para sabermos se os paraibanos estavam acomodando ao falar paulista, no que
se refere ao fenômeno da não palatalização do /S/ em coda silábica medial antes das
oclusivas alveolares [t] e [d], selecionamos todos os fones produzidos nessa posição
silábica em uma situação que favorecia menor monitoração da fala (no caso as
entrevistas), mesmo em vezes o nome entrevista carregasse certo receio ao
informante.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 11
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
Gráficos 1: acomodação geral do fenômeno da não palatalização da fricativa /s/
anterior às oclusivas vozeadas e desvozeadas /t/ e /d/.
Os dados apontam um favorecimento ao fenômeno da acomodação dialetal de
paraibanos residindo em São Paulo. Incialmente, observamos que, embora os falantes
selecionados nessa pesquisa apresentassem certa quantidade de anos de exposição, o
que conforme a literatura é uma variável extremamente importante no processo de
acomodação dialetal. No entanto, verificamos também, que além do tempo de
exposição, o fator anos de escolarização poderia atenuar o processo de acomodação.
Os anos de escolarização dão ao indivíduo mais acesso às oportunidades e, por
conseguinte, acabam ascendendo a cargos de maior prestígio, por isso alguns
informantes com baixo anos de exposição apresentaram uma taxa quase que igual aos
de maior exposição. A variável anos de escolarização, segundo Labov (1972) pode
sinalizar certo aumento da capacidade do indivíduo em pensar sobre questões
linguísticas, tornando-o capaz de notar distinções dialetais.
A informante 1, que é Bacharelada em Arquitetura e Urbanismo e trabalha na
Cinépolis Brasil, relatou que nos primeiros empregos se sentiu quase que obrigada a
buscar meios de mudar a fala para que pudesse ser aceita nos diversos contextos de
interação humana: universidade e trabalho. Na fala abaixo podemos observar as
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 12
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
atitudes linguísticas da informante e o que o discurso dela revela sobre essa estadia de
6 anos em São Paulo:
Entrevistador (E): O que você acha da sua forma de falar?
Informante 1 (I1): Eu acho que não mudou muito, eu tento não
mudar, apesar de que já tentei disfarçar, por que no trabalho
os meninos pegavam muito no meu pé, meu gerente, até
mesmo as meninas que são mais próximas de mim. É chato,
todo dia eu ia e já pensava “aquele povo vai zoar da minha
fala”. [...] As vezes eu ficava muito chateada, já cheguei a
chorar num seminário na faculdade onde eu terminei
Arquitetura, por que uma vez dois rapazes ficavam “tirando
onda” comigo por conta do meu sotaque, por que sou
paraibana.
(E): Mas você percebe mudança do sotaque da Paraíba para o
de SP?
(I1): Sim, percebo, lá a gente usa muito “tu” “visse” “oxe”
“oxente”, né? Aqui até meu esposo que é pauli[s]ta fala, por
que nossa família é de lá, daí ele também pega um pouco do
falar de lá, e eu o daqui, mas acho que meu sotaque não
mudou tanto.
(E): Você acabou de citar diferenças quanto ao vocabulário,
mas você percebe diferenças na fala propriamente dita? No
som? Algo que você possa comentar?
(I1): Ah, sim, aqui em SP a gente fala mais devagar, também
há palavras que mudam muito o som, tipo – t[ʃ]io, t[ʃ]ia,
t[ʃ]inha, dá um chiado na palavra como se tivesse.... x... ch, sei
lá. Em João Pessoa a gente não fala assim.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 13
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
(E): O que você acha dessa forma de falar aqui em SP que você
mesma citou? Já julgaram sua fala por ser diferente? O que
disseram?
(I1): Eu gosto da fala daqui, acho legal, não é feia não, mas não
é mais bonita do que a de João Pessoa. É apenas uma outra
forma de falar, uma outra cultura, sei la.... um outro estilo. [...]
Já, como te falei, eu engravidei do meu filho, vim para SP por
que meu esposo arrumou um bom emprego aqui. Vim forçada,
com muita raiva. Mas não descontava em ninguém. Terminei
meu curso aqui, estava na metade, e era um estresse em dose
dupla, por que na faculdade tiravam onda de mim, e no estágio
lá no aeroporto também. Até meu filho que tem cinco anos me
policia ... por que aqui as vogais são diferentes de lá, se fala [ê]
em vez de [é], e [ô] em vez de [ó], e eu ainda falo da maneira
como aprendi. O que dizer ao meu filho que está na
alfabetização? Aqui tudo é mais rígido, não há flexibilidade.
Para não confundir a cabecinha dele, eu digo que ambas as
formas são corretas, só que aqui fala diferente, e ele fala como
as pessoas daqui.
É bem notória a necessidade em que a informante 1 passou para tentar ao
menos suavizar o sotaque. Se a educação é, ou deveria ser, um entrelugar do eu com o
outro, considerando as micro e macro culturas, torna-se, então, um lugar de
inflexibilidade quanto às variações linguísticas. Aprende-se na escola, como o filho da
informante, as vogais canônicas; aprende-se também por restrição de uso e não por
possibilidades de usos da língua, conforme foi exposto. Fizemos um breve recorte da
entrevista com a informante 1, que durou certo de 1h e 20 minutos. No entanto, para
efeitos didáticos, desprezamos os primeiros e últimos 10 minutos da entrevista. Das
variáveis levantadas em nossas hipóteses ventiladas, a informante categorizou bem a
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 14
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
palatalização da oclusiva dental /t/ em virtude da vogal alta /i/ no falar paulista.
Acreditamos que isso se deve ao fato desse traço fonético-fonológico ser bem
categórico no falar paulista. O /s/ em posição de coda medial antes de /t/ e /d/ os
informantes [1, 7 e 4] identificaram com ou sem presença de chiado. Observamos
algumas atitudes linguísticas na fala da informante 7:
(E): Você já mudou o seu falar para adaptar-se ao entorno? E
em algum momento já perceberam que você não é daqui?
(I7): “[...] Hoje eu nem ligo mais, podem falar, criticar, zoar,
mangar (como a gente fala lá), que eu não me importo. Eu acho
que mudei um pouco, pois fiz um curso de telemarking assim
que cheguei aqui em São Paulo. Fui telemarking numa empresa
por 2 anos, e como você deve imaginar, a gente precisa mudar
um pouquinho o sotaque, ficar mais padrão. No começo eu
mudava um pouco, pois, dava umas chiadas como em tʃiago
(lembrei agora o nome do meu antigo gerente), eu chegava lá e
dizia: cadê ô t[ʃ[iago? Era estranho, forçava um pouco, por que
eles percebem e já perguntam de onde você é, e quando não,
ficam rindo, e para não te deixar por fora, dizem que acham
LINDO, mas não acham não.”
(E): Os paulistas percebem imediatamente que você não é
daqui? Você acha que as pessoas são julgadas simplesmente
pela forma como elas falam?
(I7): “Percebem que não sou daqui, mas não dizem que sou
paraibana, ao menos no emprego atual, por que como sei que
mudei um pouco, eu “tô” no meio-termo. Alguns perguntam se
sou do Maranhão ou da Bahia, por causa do sotaque mais
suave. Mas da Paraíba não. Daí eu digo – sou da Paraíba! [...] as
pessoas te julgam o tempo todo aqui, principalmente pela
forma de falar, se você fala devagar, se chia mais ou menos, se
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 15
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
tem um “erre” mais puxado, por que até os paulistanos sofrem
preconceito, imagine eu.”
(E): O que você acha do sotaque paraibano? É feia, bonita,
você já parou para pensar? Você já sofreu algum preconceito
pela sua forma de falar, que possa comentar, se quiser, claro.
(I7): “Eu acho bonita. Eu não vejo problema com o sotaque de
lá e o daqui. Quando cheguei aqui eu pensava que eles falavam
o português correto, e eu o errado. Que eu era do ‘mato’ e eles
os ‘civilizados’. A gente pensa isso quando vem, por que a
forma como eles te corrigem parece que você não sabe falar.
Não sei se era preconceito do tipo de dar prisão, mas me senti
excluída geral da turma. No começo eu falava como os
paraibanos, e em todo lugar eu tinha que ouvir correções, ou
piadas, senão perguntas inconvenientes. Nordestinos para
muitos daqui não são ninguém, vêm à SP pegar emprego. [...]
Como estava falando, já me chamaram de Mulher macho sim
sinhô (com um sotaque fingido de lá), e numa discussão já me
chamaram até de barriga verde”....
(E): [...] Hã? O que é barriga verde? Você tem contatos com
paraibanos? Pensa em voltar à PB?
(I7): “barriga verde é tipo, você veio do mato, saiu dele, mas o
mato não sai de dentro de você. Eu não conhecia essa
expressão, parece ser Bahiana, construída aqui para
desmoralizar os nordestinos. Eu não tinha como comprovar, ir
na delegacia dar queixa. Nos primeiros anos a minha vontade
era de voltar. Hoje sou formada, casada com um paulistano,
tenho minha família, meus irmãos e minha mãe vieram
também. Meu emprego aqui é melhor, paga bem, ganho acima
do que muitos paulistas ganham com a mesma função em
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 16
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
outras empresas. Eu não penso em voltar por que lá em João
Pessoa a área de administração é muito restrita e paga pouco, e
hoje não sofro mais tanto como sofria.
(E): Você acha que conforme os anos se passam você estará
mais vulnerável a mudar a sua forma de falar? Ainda acha que
mudaria mais do que já mudou?
(I7): não acho que eu possa mudar mais não, já são 15 anos
morando aqui, eu já me formei, já casei, tô empregada, não
sofro aquelas piadas de antigamente. Acho que posso adicionar
mais palavras daqui, apesar de eu evitar gírias. Mas não sei,
acho que não, não.
Os dados revelam consoante à literatura que, o tempo de exposição favorece
por completo o fenômeno, pois possibilita uma intensa troca em maior tempo. No
caso da informante 7, que está num grupo de tempo de exposição acima dos 15 anos,
também tem mais de 8 anos de escolarização, tem nível superior e especialização. Das
105 ocorrências em sua entrevista, apenas 4 ocorrências marcaram a palatalização do
/s/ em posição de coda silábica, supervalorizando o fenômeno em estudo. Observa-se
aqui também, a violência simbólica sofrida pela falante paraibana durante os primeiros
anos em São Paulo. Acreditamos que, por ter ido muito jovem à SP, aos 15 anos de
idade, fase em que a identidade ainda está em processo de recrudescimento, a falante
deve ter tido necessidade de se integrar em grupos: escola, amigos, cursinhos, etc. O
fator idade nos estudos da variação linguística tem apresentado forte relevância na
sinalização da mudança. Labov (1972) em seus estudos iniciais já mencionava esse
fator social como possível condicionador linguístico. Já Tarallo (1990, 2005) afirma que
a faixa etária pode indicar estabilidade das variantes ou indicar mudança no dialeto de
origem. Martins (2004, p. 62-63), corrobora que a idade é um fator de integração em
grupos, que, jovens são mais vulneráveis à mudança de sotaque, por estar numa fase
de reafirmação identitária.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 17
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
É interessante também o viés de “padrão” das variáveis canônicas. Tudo o que
não estiver dentro dos valores pétreos normativos, simbólicos e normais, são
desviantes, portanto, alvo de rechaço. Bourdieu (2002) já afirmava em seu estudo do
modelo educacional francês que a escola e os demais aparelhos ideológicos do estado
funcionam como instrumento de coerção, para disciplinar e padronizar. Dessa
maneira, falares que não são modelos, são sinalizados por violência dos usuários dele e
dos dialetos distintos a ele.
Corroborando a análise feita na metodologia, os falantes do sexo feminino
obtiveram um percentual de quase 10% acima dos falantes de sexo masculino. A partir
da análise, conclui-se que a variável sexo vem confirmar a hipótese de que os falantes
femininos têm maior consciência do status social das formas linguísticas consideradas
de prestígio (SCHERRE, 1996; LABOV, 1966).
Quanto à escolarização, verificamos que os falantes abaixo dos 2 anos de
escolarização e que não foram à São Paulo tão jovens, e também que não tivera/tem
contato diuturno com paulistas e pouco trânsito com falantes de lá, tiveram um
percentual de 31% das ocorrências, quando inclusas as palatalizações das oclusivas /t/
e /d/. Falantes que tiveram mais anos de escolarização, apresentaram maior militância
quanto à acomodação ao sotaque paulista, num percentual de quase 79% somados os
falantes desse grupo. Com relação à variável escolaridade, pode-se reconhecer que ela
está funcionando como o gatilho de controle, visto que todos os informantes
escolarizados são os que mais produzem o segmento considerado padrão.
A idade pareceu em nossa pesquisa ser uma variável muito conveniente a ser
controlada, pois informantes até 30 nos apresentaram menos ocorrência da
palatalização da fricativa /S/ em posição de coda silábica, enquanto informantes com
mais de 30 anos de idade, palatalizavam mais. Apesar da relação faixa etária e uso
linguístico ser uma preocupação bastante antiga e recorrente nos estudos da língua.
De acordo com Pop (1950, apud CARDOSO, op. cit., p. 50), “o conhecimento da idade
dos falantes observados é indispensável para que se possam comparar as divergências
existentes entre o falar dos jovens e aquele dos idosos, e determinar o seu ponto e
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 18
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
origem.” Entende-se que esse conhecimento possibilita reconhecer o fenômeno da
não palatalização por questões de progresso atitudinal, tempo de exposição, nível de
escolarização e idade.
Alguns trabalhos como os de LUCENA (2004) e SILVA (2004) têm atestado que a
variável faixa etária exerce influência no uso da língua. Nesse sentido, pode-se
reconhecer que as formas variantes ganham significado social por serem
representantes de um determinado segmento social (WARDHAUGH, 2010, p. 07).
Dessa maneira, identificamos uma relação quase que vital dos falantes paraibanos com
a comunidade de fala paulista. Também investigamos os estruturantes sociais e
fonéticos como pistas que viessem facilitar à acomodação ao sotaque paulista.
5. Considerações Finais
Este trabalho definiu-se como uma reflexão qualitativa em atitudes linguísticas
quanto ao processo de acomodação dialetal por paraibanos morando em São Paulo.
Observamos que a mudança linguística está intimamente relacionada às pressões
linguísticas e sociais vivenciadas em distintas esferas sociodiscursivas por esses
falantes.
Estudos como estes aqui (re)visitados já apontavam para que quando a
sociedade é capaz de perceber mudanças linguísticas, começa a atribuir valores
(positivos ou negativos) com relação às formas de variação, sendo essa auto-avaliação
um indicador do contraste de “onde vim” e “onde estou”.
Quanto à formação de preconceito/estereótipos, acreditamos que as atitudes
(aspectos psicossociais) delineiam e acentuam o fenômeno de acomodação. São,
portanto, respostas às diferenças perceptuais de variantes presentes em dialetos
distintos. Questões históricas, culturais, de reafirmação, integração e interação em
grupos, geram também um reforço à acomodação, visto que a língua tem bases
cooperativas, portanto, quanto menos diferenças existirem no ato dialógico, mais
próximos os usuários dessa língua se serão uns dos outros.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 19
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
Referências
BOURDIE, P. ¿Qué significa hablar? Madrid: Ediciones Akal, 1985. __________. BOURDIEU, P. L'économie des échanges linguistiques. In: Langue Française, Paris, n. 34. 1977. BHABHA, H. Dissemination: Time, narrative and the margins of the modern nation." In: The Location of Culture. London. Routledge. 1990. CHACON, K. A. Contato dialetal: análise do falar paulista em João Pessoa. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. 2012. 114 p. COUPLAND, N. Style: language variation and identity. Cambridge: University Press, 2007. FERNÁNDEZ, Francisco Moreno. Principios de Sociolingüística y Sociología del Lenguaje. Barcelona: Ariel Linguística, 1998. GILES, Howard. Accent mobility: a model and some data. Anthropological Linguistics, 15, p. 87-105. 1973. GILES, Howard; COUPLAND, Justine; COUPLAND, Howard. Accomodation theory: communication, context and consequence. Cambridge: Cambridge University Press, 1987. GILES, Howard; COUPLAND, Justine; COUPLAND, Howard. (Eds.) Contexts of accomodation: developments in Applied Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. HALL, Stuart. A identidade cultural na pósmodernidade. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006 LABOV, William. The social stratification of English in New York City. Washington: Center of Applied Linguistics, 1966. _______. Sociolinguistic patterns. Oxford: Basil Blackwell, 1972 _______; et al. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2006 [1968]. LAMBERT, W.E. A Social Psychology of Bilingalism. Journal of Social Issues. 1967. Abstract. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com> Acesso: 11 mar. 2011 LIMA, Izete de Souza. Acomodação dialetal: análise da fricativa coronal /S/ em posição de coda silábica por paraibanos residentes em Recife. Dissertação (Mestrado em Linguística) João Pessoa: UFPB, 2013. 113p. MARTINS, Mariana de Souza. A palatalização de oclusivas dentais em contato dialetal. Dissertação (Mestrado em Linguística). Rio de Janeiro: UFRJ, 2008. 145p. MARQUES, Sandra Maria Oliveira. As vogais medias pretônicas em situção de contato dialetal. Tese de Doutorado em Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: UFRJ, Faculdade de Letras, 2006. TAGLIAMONTE, S. A. Analysing sociolinguistic variation. Cambridge: University Press, 2006.
[Digite texto]
Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 20
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
TARALLO, F. Tempos linguísticos. São Paulo: Ática, 1990. TRUDGILL, P. Sociolinguistics: an introduction. London, 1974. ____________. Dialects in contact. Oxford: Blackew, 1986.
top related