consciÊncia e consciÊncia de si. tenho percepÇÕes inconscientes e realizo aÇÕes inconscientes?...

Post on 07-Apr-2016

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CONSCIÊNCIAE

CONSCIÊNCIA DE SI

TENHO PERCEPÇÕES INCONSCIENTES E REALIZO

AÇÕES INCONSCIENTES?

PERCEBO EVENTOS NO MUNDO SEM ESTAR

CONSCIENTE DE MINHAS PERCEPÇÕES?

PREMISSAS BÁSICAS DA FENOMENOLOGIA

Uma forma mínima de consciência do eu é uma característica constante da experiência consciente

Tal consciência do eu é considerada pré-reflexiva

Isto exclui a hipótese de um estado mental secundário que influencie a experiência

A consciência do eu deve ser entendida como uma característica implícita da experiência primária

HÜSSERL

A consciência do eu não ocorre de forma extraordinária; pelo contrário, é uma característica da dimensão experiencial

“To be a subject is to be in mode of being aware of oneself”

HEIDEGGER

O eu está presente sempre que se está consciente de algo

Toda experiência envolve componentes de self-acquaintance e self-familiarity

Toda consciência é também consciência de si

SARTRE

Toda experiência intencional é caracterizada pela consciência de si

A consciência de si pré-reflexiva é condição necessária para se estar consciente de algo

Uma experiência é sempre implicitamente self-given; isto não é apenas uma qualidade da experiência, mas sim, a própria maneira de ser da experiência

Uma análise ontológica da consciência demonstra que ela sempre envolve a consciência de si

OBJETIVOS DA FENOMENOLOGIA

Demonstrar a relação entre o fenômeno experiencial e a first-personal giveness

Enfatizar a perspectiva de primeira pessoa na análise dos fenômenos conscientes

Reforçar a anterioridade e a importância da corporeidade para o fenômeno experiencial, em relação à capacidade lingüística de considerá-lo próprio

DIFERENTES FORMAS DE COMPREENSÃO DA

CONSCIÊNCIA DO EU

Só se é self-conscious quando se é capaz de usar o pronome de primeira pessoa para se referir a si mesmo. A consciência do eu é adquirida ao longo do processo de desenvolvimento e aquisição da linguagem (Baker)

Para ser self-conscious é necessário reconhecer as experiências como sendo próprias (Cassam)

DIFERENTES FORMAS DE COMPREENSÃO DA CONSCIÊNCIA DE SI

A consciência de si é um fenômeno social, é uma forma de se constituir como objeto na relação com os outros. Não é algo próprio ou que seja adquirido individualmente (psicologia social)

A consciência de si só está presente quando a criança é capaz de se reconhecer no espelho (psicologia do desenvolvimento)

DIFERENTES FORMAS DE COMPREENSÃO DA CONSCIÊNCIA DE SI

A consciência de si exige a capacidade de be aware das experiências como experiências, o que pressupõe o conhecimento dos conceitos de experiência e de objeto (Teoria da mente)

A consciência de si é a capacidade de construir self-narratives (Teoria da narrativa)

CONSCIÊNCIA DE SI PARA A FENOMENOLOGIA

Não se reduz a observar a própria experiência

A consciência de si está presente sempre que se percebe conscientemente um objeto, pois significa conhecer a experiência do objeto

A consciência de si significa simplesmente a manifestação em primeira pessoa da vida experiencial

CARACTERÍSTICAS DA EXPERIÊNCIA PRÉ-REFLEXIVA Toda experiência é experienciada como algo para

alguém Toda experiência é caracterizada por uma

qualidade de pertencimento A experiência é desprovida de qualidades

essenciais; deve ser entendida como singular para aquele que experiencia

Essas propriedades da experiência fazem da consciência de si pré-reflexiva uma característica intrínseca à consciência fenomenal, e não algo distinto desta

CONSCIÊNCIA (INTRANSITIVA) NA

CONCEPÇÃO DAS HIGHER-ORDER THEORIES A distinção entre um estado mental consciente ou

não-consciente reside na presença ou não de um meta-estado mental

O que torna um estado mental consciente é o fato de ser tomado como objeto por um higher-order state (HOP ou HOT), o que representa uma forma de introspecção ou de reflexão (exemplo do blindsight)

A filosofia analítica e a ciência cognitiva são exemplos dessa forma de compreensão

CONSCIÊNCIA (INTRANSITIVA) PARA A

FENOMENOLOGIA Deve ser entendida como uma característica

intrínseca da experiência Não envolve a presença de um higher-order state Resumindo: em contraste com as higher-order

theories que alegam ser a consciência intransitiva uma propriedade extrínseca aos estados mentais que a possuem, a fenomenologia a considera uma característica constitutiva de tais estados mentais

BRENTANO X HÜSSERL

Para Brentano o ato de ouvir uma melodia e de estar aware de ouvi-la compreende um único estado mental; mas é o sujeito aware de dois objetos: a melodia e a experiência auditiva

Hüsserl concorda com a primeira afirmativa, mas não com a segunda. Para ele, a experiência é pré-reflexiva e, portanto, não pode ser tomada como um objeto.

CONSCIÊNCIA DE SIPRÉ-REFLEXIVA

Não é um tipo de percepção interna e nem uma forma de conhecimento conceitual

Não se confunde ou se resume ao conhecimento de primeira pessoa (Sartre: self-consciousness X self-knowledge)

Não é um estado mental adicional acrescido à experiência, é uma característica intrínseca da experiência

É uma característica permanente da consciência, não se referindo a uma atividade reflexiva que toma a própria consciência como objeto

Por negar a existência de um higher-order state, não leva à situação de regressão infinita e a existência de um meta-estado mental

CONSCIÊNCIA DE SI REFLEXIVA

É explícita, tornando um objeto a awareness da lower-order consciousness

Pode ser distinguindo a experiência reflectiva e a experiência refletida, havendo, portanto, uma operação dual que provoca uma cisão do eu

Só é possível a partir da existência anterior da consciência do eu pré-reflexiva

O fato da experiência ser primeiramente pré-reflexiva não elimina a possibilidade reflexiva, o que acaba por transformar a experiência. Este fato traz implicações ao método fenomenológico

QUESTÕES TRAZIDAS PELA REFLEXÃO

Como uma consciência de si cindida pela reflexão pode surgir de uma supostamente unificada consciência de si pré-reflexiva?

Sartre procura responder essa questão atribuindo à consciência do eu reflexiva e à pré-reflexiva características estruturais similares (não disse quais)

A razão para isso seria o fato da consciência de si pré-reflexiva ter uma articulação temporal e uma infra-estrutura diferenciada, o que acarretaria numa identidade do eu dinâmica e diferenciada temporalmente

A dimensão temporal conteria uma fratura interna que permitiria o retorno à experiências passadas, ao mesmo tempo preveniria que coincidíssemos totalmente com ourselves

A reflexão é uma interrupção do fluxo da atividade mental em andamento. Permite distanciamento e separação, e também observação e confrontação. Essa distância reflexiva é o que possibilita o questionamento de nossas atividades mentais

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