como escrever um projeto de pesquisa? roxana … · pretender algum apoio tØcnico ou financeiro...
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COMO ESCREVER UM PROJETO DE PESQUISA?Roxana Cardoso Brasileiro Borges*
SUMÁRIO: 1. Advertência preliminar. 2. Sobre a metodologia depesquisa. 3. Sobre o projeto de pesquisa. 4. O que colocar num projetode pesquisa?. 5. Descrição das partes do projeto de pesquisa. 5.1. Capae folha de rosto. 5.2. Sumário. 5.3. Identificação do projeto. 5.4.Introdução e apresentação. 5.5. Justificativa. 5.6. Problema depesquisa. 5.6.1. Definição e importância do problema. 5.6.2.Delimitando o âmbito da pesquisa: os limites do trabalho a serplanejado. 5.6.2.1. Recortando o objeto da pesquisa. 5.6.2.1. a) Emrelação ao assunto. 5.6.2.1 b). Em relação ao tempo. 5.6.2.1 c). Emrelação ao espaço. 5.6.2.2. Tipos de perguntas-problemas para apesquisa. 5.6.2.3. Requisitos para a formulação da sua pergunta-problema: familiaridade e criatividade. 5.6.2.4. Outros elementos aserem observados na escolha da sua pergunta-problema: aptidão,inclinação e motivação pessoal. 5.6.2.5. A viabilidade da pesquisa:também requer cuidado na formulação da pergunta-problema. 5.7.Hipótese. 5.8. Questões orientadoras. 5.9. Objetivos. 5.10. Revisão deliteratura. 5.11. Teoria de base ou embasamento teórico. 5.12. Sistemaconceitual. 5.13. Estrutura preliminar. 5.14. Metodologia. 5.14.1.Função da metodologia. 5.14.2. Ausência de uniformidade. 5.14.3.Que informações são necessárias?. 5.15. Resultados esperados. 5.16.Cronograma. 5.17. Orçamento. 5.18. Conclusão. 5.19. Referências.5.20. Apêndice. 5.21. Anexos. 6. Formatação. 7. Referências.
1. ADVERTÊNCIA PRELIMINAR
Normalmente, os guias ou manuais não são capazes de ensinar a fazer pesquisa, pois esta se
aprende com a própria prática da pesquisa. Entende-se que mais útil para o estudante é ajudá-
lo a descobrir sua própria forma de pesquisar, oferecendo-lhe sugestões de como proceder em
determinados momentos, apresentando-lhe opções de caminhos que podem ser tomados,
indicando as atitudes que normalmente dão certo e alertando-o sobre as decisões que, na
maioria das vezes, fazem com que o pesquisador iniciante se perca em seu trabalho ou se
desvie de seu curso principal.
* Doutora em Direito das Relações Sociais (Direito Civil) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC/SP-2003), Mestre em Instituições Jurídico-Políticas (Direito Ambiental e Civil) pela Universidade Federalde Santa Catarina (UFSC-1999), Bacharela em Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal - 1996),Professora Adjunta na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, onde leciona no Mestrado, naEspecialização e na Graduação, Coordenadora do Curso de Especialização em Direito Civil da UniversidadeFederal da Bahia, Professora Adjunta na Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Bahia, Professorana Faculdade de Direito da Universidade Católica do Salvador.
Assim, não se busca, neste trabalho, elaborar uma análise da epistemologia da ciência ou das
teorias sobre o conhecimento científico. Este texto é especialmente destinado a quem está
diante de uma pesquisa a ser planejada e que gostaria de ter alguma orientação prática sobre
como proceder.
2. SOBRE A METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia de pesquisa pode ser entendida como um roteiro para a realização de pesquisas
que pretendem ter como resultados conhecimentos novos e relevantes, obtidos a partir de
procedimentos reconhecidos como científicos pela comunidade. Não se trata, propriamente,
de regras ou normas a serem seguidas obrigatoriamente pelo pesquisador, mas de um conjunto
de práticas ou costumes que poderão ajudá-lo a chegar ao final de sua pesquisa obtendo o
reconhecimento de seus pares.
Portanto, o que se vai ver nas próximas páginas não são modelos nos quais o pesquisador
deve se encaixar, mas informações sobre como normalmente as pesquisas reconhecidas têm se
desenvolvido. Não se podem tomar tais costumes acriticamente nem colocar as orientações
metodológicas como fim de uma pesquisa, mas, sempre, como um instrumento.
Assim, as regras ou normas metodológicas são costumes ou práticas que servem para nos
orientar quando resolvermos fazer nossa pesquisa. Como as pesquisas reconhecidas pela
comunidade científica seguem determinados procedimentos, vamos conhecer esses
procedimentos para podermos atingir, também, um bom resultado para nossa pesquisa. Essas
normas não são propriamente estabelecidas por alguém, surgem da prática da pesquisa e da
discussão teórica sobre a metodologia científica, constituindo-se muito mais de costumes ou
práticas reiteradas da comunidade de pesquisadores do que normas impostas por alguém. Se
estas regras ou procedimentos não forem adotados pelo pesquisador, ele corre o risco ou de se
perder em sua pesquisa ou de, ao final desta, não obter o reconhecimento pretendido.
Feitas essas observações preliminares, deve-se preparar para uma atividade que deverá ser
proveitosa, criativa, produtiva e prazerosa que, além disso, poderá atribuir os títulos ou
reconhecimentos desejados e contribuir para o desenvolvimento teórico ou social de um
campo ou setor.
3. SOBRE O PROJETO DE PESQUISA
A função mais importante do projeto de pesquisa é a de projetar o trabalho a ser feito, tanto
em relação ao seu provável conteúdo como em relação às etapas a vencer. Ou seja, sua
principal utilidade é servir ao próprio pesquisador, como planejamento de sua pesquisa. Neste
aspecto, ele é essencial para que o pesquisar se organize e não se perca antes mesmo de
começar a pesquisa.
A monografia/dissertação/tese resulta de uma pesquisa. A pesquisa é uma atividade que
demanda certo planejamento. Se se pretende elaborar uma monografia/dissertação/tese, o
primeiro passo é planejar a pesquisa que levará até ela.
A redação da monografia/dissertação/tese é a última fase de uma pesquisa, na qual o
pesquisador exporá à comunidade científica qual era, inicialmente, seu problema, quais eram
seus objetivos no início da pesquisa, qual resultado foi alcançado e que caminho ele percorreu
até chegar ao resultado ou conclusão. Assim, a monografia/dissertação/tese é um relatório da
pesquisa, devendo, portanto, ser escrita apenas ao final desta.
Portanto, para escrever uma monografia/dissertação/tese, precisa-se, antes, desenvolver uma
pesquisa. E, para desenvolver uma pesquisa, precisa-se planejar como fazê-la, para que haja
eficiência. Esta é a função do projeto: projetar a pesquisa.
O projeto de pesquisa contém informações sobre todos os aspectos da pesquisa a ser realizada,
desde a apresentação da pergunta-problema que se pretende responder ou resolver até
informações sobre os custos da pesquisa.
Além disso, quando se está fazendo pesquisa numa instituição de ensino, em graduação,
especialização, mestrado ou doutorado, há algum momento em que será exigido um projeto de
pesquisa. Este momento pode ocorrer já no curso da graduação, especialização, mestrado e
doutorado, ou, em outros casos, antes do ingresso do estudante nos programas de pós-
graduação, como parte do processo de seleção.
Independente de estar ou não vinculado a alguma instituição de ensino, se o pesquisador
pretender algum apoio técnico ou financeiro para sua pesquisa ou se quiser convidar alguém
para orientá-lo, provavelmente terá de elaborar um projeto de pesquisa.
O projeto de pesquisa pode ser comparado a um cartão de visitas do pesquisador. É através de
projetos de pesquisa que se comunica a outras pessoas (orientador, professores, instituições,
órgãos) sobre a pesquisa que se deseja desenvolver.
Em suma, o projeto de pesquisa pode ser utilizado pelo pesquisador para:
a) ajudar o próprio pesquisador a se organizar em função da pesquisa,
b) obter ingresso em cursos de pós-graduação, sobretudo mestrados e doutorados,
c) cumprir requisito para aprovação em disciplina ou curso.
d) apresentar sua proposta de pesquisa a seu futuro ou atual orientador,
e) apresentar sua proposta de pesquisa a agências de fomento, com o fim de obter
recursos necessários para seu desenvolvimento, como bolsas,
f) obter financiamentos de organizações ou instituições específicas, que não
sejam agências de fomento à pesquisa.
4 O QUE COLOCAR NUM PROJETO DE PESQUISA?
Os projetos de pesquisa não obedecem a padrões rígidos. No entanto, a instituição de ensino
ou organização para as quais se destina podem exigir a observância de algumas normas de
apresentação, tópicos que deve conter, número de páginas.
No projeto de pesquisa, o pesquisador, em geral:
a) planeja o maior número de aspectos da pesquisa que pretende realizar,
b) define o objeto da pesquisa, ou seja, define a pergunta que buscará responder
ou o problema para o qual pretende apresentar solução,
c) define os objetivos internos da pesquisa, deixando claro o que deseja
demonstrar, provar, alcançar,
d) justifica seus objetivos, ou seja, explica por que essa pesquisa merece ser feita,
prevendo as contribuições que poderá trazer para o desenvolvimento de seu campo
de conhecimento e da sociedade,
e) estabelece como o problema será abordado,
f) prevê que técnicas de coleta de dados serão utilizadas,
g) prevê as etapas que a pesquisa terá e como estão programadas no tempo,
h) prevê os custos da pesquisa e qual será a fonte dos recursos necessários para
desenvolvê-la,
i) prevê os resultados que espera de sua pesquisa.
Para fazer um projeto de pesquisa, o estudante ou pesquisador deve ter, em primeiro lugar, um
planejamento da pesquisa que pretende fazer. Esse planejamento requer que o estudante ou
pesquisador já saiba o que deseja investigar, o que pretende alcançar na investigação, por quê
e como. Veja-se como esses planos podem ser transformados num projeto.
Um projeto de pesquisa pode ser composto pelas seguintes partes, explicadas nos tópicos
seguintes:
a) capa,
b) folha de rosto,
c) sumário,
d) identificação do projeto,
e) (apresentação ou introdução),
f) justificativa,
g) problema,
h) (hipótese),
i) objetivos,
j) revisão da literatura,
k) teoria de base,
l) sistema conceitual,
m) estrutura preliminar da monografia,
n) metodologia,
o) resultados esperados,
p) cronograma,
q) orçamento,
r) (conclusão),
s) referências ou bibliografia,
t) apêndices,
u) anexos.
5. DESCRIÇÃO DAS PARTES DO PROJETO DE PESQUISA
Apresentam-se aqui as partes consideradas essenciais a todos os projetos, assim como tópicos
que aparecem em alguns projetos mas que são desnecessários e outros que são impróprios.
Normalmente, são essenciais, nos projetos de pesquisa: capa, folha de rosto, sumário,
justificativa, problema, revisão de literatura, metodologia, cronograma, referências.
Podem ser desnecessários, dependendo do caso, os tópicos: identificação do projeto,
introdução, apresentação, hipótese, objetivos, teoria de base, sistema conceitual, estrutura
preliminar do relatório (monografia/dissertação/tese), orçamento, apêndice, anexos. As
necessidades desses tópicos dependerá do contexto do projeto e do pesquisador.
É imprópria a presença de conclusão.
5.1 CAPA E FOLHA DE ROSTO
A capa e a folha de rosto de um projeto de pesquisa são, em geral, padronizadas segundo as
normas da ABNT ou da instituição, não sofrendo muitas variações. Assemelham-se às capas
de monografias, dissertações e teses, devendo conter informações gerais sobre a pesquisa, tais
como: nome do pesquisador, instituição à qual está vinculado ou à qual pretende se vincular,
título do projeto, local e data.
O título do projeto é a primeira informação importante sobre a essência da proposta do
pesquisador. Deve ser claro, objetivo e fiel ao conteúdo do projeto, explicitando a delimitação
do tema (recorte quanto ao assunto, tempo, espaço, matriz teórica etc.).
5.2 SUMÁRIO
O sumário do projeto de pesquisa tem a mesma função que um sumário de
monografia/dissertação/tese: apresentar suas partes. As partes principais ou títulos contidos no
projeto de pesquisa devem ser indicados no seu sumário, com indicação da página em que o
título inicia.
5.3 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
A identificação do projeto é o campo onde se deve informar:
a) título do projeto (embora isso já esteja na capa),
b) nome do pesquisador (o autor do projeto),
c) endereço, telefone, fax, e-mail do pesquisador (como o pesquisador pode ser
contactado),
d) orientador do projeto (se houver),
e) endereço, telefone, fax, e-mail, titulação do orientador,
f) outros pesquisadores ou técnicos que compõem a equipe ou grupo de pesquisa,
se houver, com respectivos dados,
g) área de concentração ou linha de pesquisa em que o projeto se insere (aplica-se
a projetos vinculados a instituições de ensino),
h) duração do projeto (previsão de quando será seu início e de quando os
resultados da pesquisa serão apresentados),
i) instituições envolvidas no projeto (instituição de ensino ou outra organização),
j) instituição financiadora da pesquisa (agência de fomento, empresa ou outra
entidade).
5.4 INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO
Não é raro encontrar projetos que contenham introdução e/ou apresentação. Não se vê
utilidade nesses tópicos, num projeto de pesquisa, pois, geralmente, as informações neles
apresentadas terão lugar próprio nos tópicos seguintes, como objeto, justificativa, revisão de
literatura.
A menos que haja alguma informação que não seja adequada a estes tópicos, pode ser
conveniente uma apresentação.
5.5 JUSTIFICATIVA
A justificativa tem um papel muito importante no projeto de pesquisa porque, como indica a
própria denominação, é lá que ele vai justificar sua pesquisa, demonstrando que ela é atual,
original, relevante, viável, útil, necessária. Neste tópico se constrói o convencimento de que
esta pesquisa merece ser feita e, se for o caso, merece ser apoiada.
Na justificativa o pesquisador deve deixar claro:
a) por que esse problema merece ser investigado,
b) o que sua pesquisa oferecerá como contribuição para a sociedade e para o
campo de conhecimento em que se insere, ou seja, qual é a utilidade da pesquisa,
sua contribuição teórica e social,
c) qual é a relevância e atualidade dessa pesquisa,
d) qual é sua originalidade,
e) demonstrar sua viabilidade.
A originalidade nos projetos de pesquisa é polêmica. Costuma-se dizer a respeito da
originalidade, que todo trabalho de pesquisa tem algo de original. Outras vezes se diz que
nenhuma pesquisa é totalmente original. Afinal, em que consiste a originalidade de uma
pesquisa? Esta é uma pergunta espinhosa. De fato, quase todo trabalho de pesquisa apresenta
algo de original e, também, praticamente nenhuma pesquisa é cem por cento original. Mas por
quê?
Se se pensar em originalidade como um trabalho que não é idêntico a outro, então toda
pesquisa poderá ser considerada original, ou com certo grau de originalidade. Assim, são
aceitas pesquisas sobre temas já pesquisados, mas que analisam o mesmo objeto a partir de
um novo ponto de vista, estudando-o com base em nova teoria, observando um aspecto que
não foi devidamente estudado nas pesquisas precedentes ou a partir de uma abordagem
metodológica diversa. Essas pesquisas, embora seu tema não seja exatamente original,
apresentam alguma contribuição a mais, pois contribuem para a continuidade de uma reflexão
iniciada por outros pesquisadores e ainda não exaurida.
De outro lado, como normalmente as pesquisas são continuações das que lhes precederam, ou
como se apóiam nas pesquisas já realizadas, pode-se dizer também que quase nenhuma
pesquisa é dotada de cem por cento de originalidade, pois a produção do conhecimento é um
processo feito por continuidades ou acúmulos (e, de vez em quando, algumas
descontinuidades e rupturas também). Por isso, quase toda pesquisa terá que se referir ao
conhecimento anteriormente produzido pelos outros pesquisadores, seja para tomar como
ponto de partida, seja para o criticar.
Na verdade, a originalidade está mais ligada à forma como um tema é abordado do que
propriamente ao tema em si. Na maioria das vezes, não é o tema que é original, mas a
abordagem que se faz sobre ele, o enfoque dado, o percurso realizado.
Quanto à relevância de uma pesquisa, outra polêmica se levanta. Habitualmente se diz que
uma pesquisa deve ter relevância teórica e social. Há momentos em que se diz que a pesquisa
deve ser livre, pura, sem vínculos com a relevância ou atualidade. O ideal é que toda pesquisa
apresente uma relevância teórica e social no seu campo de conhecimento ou setor de
aplicação. Isso significa que o pesquisador, ao propor uma pesquisa, deve estar comprometido
com a transformação teórica de seu campo científico e com a transformação social ou
transformação da realidade na qual ele está inserido.
Mas a relevância é relativa, pois, em certas áreas científicas, algumas pesquisas são
empreendidas sem que tenham, no seu início, objetivamente, uma relevância social, e acabam
por ter como resultado a produção de um conhecimento ou uma tecnologia de relevância
científica e social que não era imaginada no momento em que foi proposta.
Convém refletir sobre a utilidade de informações, no projeto, sobre a vida pessoal e/ou
profissional do pesquisador, ou sobre suas motivações particulares. Elas só devem ser
incluídas no projeto se realmente forem necessárias ou úteis, dependendo do contexto no qual
o projeto for apresentado. Podem complementar a justificativa ou a metodologia.
Sobre a viabilidade, veja-se, abaixo, quando do tratamento sobre o problema de pesquisa.
5.6 PROBLEMA DE PESQUISA
5.6.1 Definição e importância do problema
O objeto ou problema, no projeto de pesquisa, é a pergunta-problema que o pesquisador
pretende responder ou resolver. No tópico objeto de pesquisa ou problema o pesquisador
descreverá o que irá investigar, qual é seu tema, o assunto, qual é a problemática que irá
analisar, problematizando o tema. Em algum momento, é bom que a pergunta-problema seja
apresentada na forma de interrogação.
O passo mais importante do planejamento da pesquisa é formular o problema da pesquisa:
a) O que se vai pesquisar?
b) O que se vai estudar?
c) O que se vai analisar?
d) O que se quer explicar, comparar, criticar?
O problema da pesquisa é a pergunta central que se busca responder realizando a pesquisa. A
pesquisa tem um objetivo que é responder à pergunta central que foi elaborada pelo
pesquisador no início da pesquisa. Se não foi formulada uma questão, a pesquisa está sem
objetivo e o pesquisador, sem rumo. Para não ficar sem rumo na pesquisa, precisa-se, de
início, formular com muita precisão a pergunta que se pretende responder ou o problema que
se quer resolver.
É o problema de pesquisa que guiará o pesquisador em seu trabalho. Se o problema de
pesquisa não for bem formulado, bem delimitado, bem definido, o pesquisador não saberá o
que estará pesquisando. Isso terá como conseqüências para o pesquisador muita leitura feita
sem sentido, tempo perdido, recursos despendidos e ... nenhum resultado.
A formulação do problema de pesquisa é um dos momentos mais importantes do trabalho do
pesquisador. Dele depende todo o desenrolar da pesquisa. De um problema bem formulado,
bem delimitado, bem definido, proposto de forma clara e objetiva, depende o
desenvolvimento da pesquisa.
Nesse momento talvez seja preciso fazer um rápido estudo do tema para poder delimitá-lo
melhor. Isso geralmente pode ser feito através de uma breve pesquisa bibliográfica, chamada
de levantamento bibliográfico ou pesquisa exploratória. É uma revisão do assunto, um
levantamento das possíveis abordagens para a pesquisa, uma busca de enfoques que se podem
dar ao trabalho. Além disso, nesse levantamento, busca-se a certeza de que a pergunta-
problema está bem formulada e que, portanto, pode-se passar para o desenvolvimento da
pesquisa, com a definição do planejamento e o aprofundamento da investigação.
5.6.2 Delimitando o âmbito da pesquisa: os limites do trabalho a ser planejado
Com a formulação do problema se está delimitando o alcance da pesquisa. É neste momento
que se devem estabelecer os limites da pesquisa, até onde se vai pesquisar, qual a quantidade
de informações precisarão ser coletadas, qual a quantidade de leitura que deverá ser feita,
quanto tempo será necessário. É formulando o problema de pesquisa que se estabelecem os
limites da investigação.
Quanto mais amplo for o problema ou quanto mais genérica for a pergunta, mais perto do
impossível se estará se se pretender elaborar uma monografia sobre isso. Como a monografia
é o resultado de uma análise profunda sobre um tema, quanto mais restrito for o problema
formulado, mais facilmente poder-se-á ir direto ao ponto e os riscos de se darem voltas e não
chegar a lugar nenhum será muito reduzido. Se a questão formulada for muito ampla, ter-se-á
que ler, analisar, compreender, criticar e relacionar tantos fatores que, provavelmente, o prazo
expirará sem que tenha começado a fase de redação da monografia.
Os limites para delimitar o tema e formular o problema podem ser em relação ao assunto, ao
tempo e ao espaço.
5.6.2.1 Recortando o objeto da pesquisa
5.6.2.1 a) Em relação ao assunto
Em relação ao assunto, pode-se delimitar o problema “cortando” o assunto que se escolheu
investigar.
Se alguém diz que sua pesquisa será sobre Direito Civil, é necessário informar, informar que
não há aí um tema. Direito Civil é um ramo do direito, um mundo de institutos, categorias,
princípios, teorias. Não se escreve uma monografia sobre Direito Civil, pois Direito Civil não
é um tema, muito menos um problema. Assim, embora esse pesquisador tenha escolhido o
ramo do direito dentro do qual quer pesquisar, ainda definiu pouco. Dentro do Direito Civil há
a Teoria Geral, o Direito das Obrigações, o Direito de Família, o Direito das Coisas, o Direito
das Sucessões ... cada um com princípios próprios, objetivos diversos, categorias e figuras
diferentes. Imagine-se que, dentro do Direito das Obrigações, o pesquisador tenha escolhido
estudar a teoria geral dos contratos. Bem, isso ainda é o assunto, pois é possível redigir um
manual sobre a teoria geral dos contratos, mas não uma monografia. É preciso ainda que o
pesquisador pense sobre que questão ou que problema, dentro da teoria geral dos contratos,
ele pretende analisar. Digamos que ele decida investigar a boa-fé objetiva. Bem, “investigar a
boa-fé objetiva” pode ser um tema, mas ainda não se chegou a um problema de pesquisa, pois
“investigar a boa-fé objetiva” não indica o que se busca na pesquisa, o que se pretende
resolver, explicar, demonstrar, provar ou criticar em relação à boa-fé objetiva.
Esse pesquisador precisa efetuar mais um esforço, precisa formular uma pergunta
interessante, uma pergunta para a qual ainda não foi oferecida resposta ou uma pergunta que
ainda mereça um trabalho de investigação, argumentação, comprovação, divulgação. Imagine-
se que, finalmente, o pesquisador chegue ao seguinte problema: “O Código Civil de 2002
protege a boa-fé objetiva na fase pré e pós contratual?”. Agora, sim, há um esboço de
problema, podendo-se começar a pesquisa propriamente dita, pois, antes, sem um problema
bem formulado, não havia o que investigar, apenas o que explorar.
5.6.2.1 b) Em relação ao tempo
Ainda há um outro critério utilizado para a delimitação do âmbito da pesquisa e formulação
do problema. É o critério temporal. Após a delimitação do tema em relação ao assunto,
selecionando um tópico específico a ser investigado, pode-se delimitar esse tópico também em
relação ao tempo. Utilizando o exemplo acima, delimita-se o tempo ao se expressar no
problema ou na pergunta que a análise será feita a partir das disposições que entraram em
vigor com o novo Código Civil (2003). Ou seja: a pesquisa investigará a realidade a partir de
2003. Assim, não se vai analisar a boa-fé objetiva no Direito Civil de todas as épocas. Ou, se
a fonte principal for documental, como, por exemplo, a jurisprudência, pode-se definir que
serão objeto de análise decisões judiciais a partir de 2003, quando o Código entrou em vigor,
ou a partir de 1988, quando foi publicada a Constituição Federal.
5.6.2.1 c) Em relação ao espaço
Da mesma forma, também se pode delimitar a pesquisa em relação ao espaço. Ao se inserir
no exemplo acima “o Código Civil brasileiro de 2002”, automaticamente revela-se que a
pesquisa estará delimitada no âmbito do direito brasileiro, pois não se pretende analisar a
regulamentação da boa-fé objetiva no direito de outros países. Ou, numa pesquisa
jurisprudencial, restringir a análise às decisões no âmbito do Superior Tribunal de Justiça ou
de outro(s) Tribunal(s).
Quanto mais se especificar o que se vai investigar, mais fácil fica iniciar – e concluir – a
pesquisa, pois já se sabem os limites desta. Assim, não se vai analisar o Direito Civil vigente
no século passado nem estudar a legislação vigente na China ou na França, pois o âmbito de
pesquisa já foi delimitado.
Esse tipo de delimitação a partir de critérios espaciais e temporais é especialmente importante,
sobretudo quando a pesquisa demandar coleta de informações através de formulários,
questionários, levantamentos estatísticos, documentos, estudos de casos. Se não tiver definido
o “recorte da realidade” que se pretende investigar, o desenvolvimento da pesquisa será
dificultado pela desorganização e indefinição.
5.6.2.2 Tipos de perguntas-problemas para a pesquisa
Diante desse tipo de dificuldade, que atinge todos os pesquisadores que nunca fizeram – e
mesmo os que já fizeram alguma – pesquisa monográfica, vejam-se alguns tipos de perguntas
que podem ser formuladas e constituírem problemas de pesquisa.
Podem-se fazer perguntas de definição. As perguntas de definição utilizam-se da expressão
interrogativa “o que é?” ou “o que são?” e exigem do pesquisador a elaboração de uma
definição para um conceito. Exemplo de uma pergunta-problema de definição: “O que é
personalidade jurídica para o direito civil brasileiro?”. Assim, o objetivo da pesquisa é
construir uma definição de personalidade jurídica a partir do direito civil brasileiro.
Podem-se elaborar perguntas que busquem uma relação de causa e efeito entre dois ou mais
fenômenos, ou perguntando pela causa ou perguntando pelo efeito ou dissociando os
fenômenos, como, por exemplo: “o que provoca...?”, “o que causa...?”, “qual é a causa de...?”,
qual é a origem de...?”, “... é mesmo a causa de...?”, “qual é a conseqüência de ...?”, “... é
conseqüência de...?” etc.
Ou perguntar que influência uma coisa tem em outra: “qual é a influência de ... sobre ...”,
“como ... influencia ou determina ...”, “como ... afeta ...”, “em que grau ... provoca ...” etc.
Também se podem fazer perguntas que exigem como respostas uma afirmação ou uma
negação, seguida de uma explicação, como, por exemplo: “Há incidência de autonomia
privada no Direito de Família brasileiro? Sim? Não? Por quê?”.
Ainda podem-se formular perguntas que exijam respostas quantitativas, ou seja, respostas que
demonstrem quantidades de determinado objeto, exemplo: “Quantos tipos de propriedades
existem no direito privado brasileiro? Quais são?”.
Outro exemplo de pergunta é a que busca classificar determinado objeto, como: “A CPMF
pertence a que classe que tributo?”.
Enfim, são inúmeras as formas de problema que podem se encontradas nas pesquisas já
realizadas e infinitas as que podem ser utilizadas para nossa pesquisa. Se for um problema
bem elaborado, ele guiará a pesquisa. Se a pergunta-problema for mal elaborada, mal
definida, mal recortada, poderá haver mais dispêndio de energia e recursos do que o
necessário para chegar à conclusão.
5.6.2.3 Requisitos para a formulação da sua pergunta-problema: familiaridade e criatividade
Para a formulação da pergunta-problema é preciso ter conhecimento prévio do assunto que se
deseja investigar – senão não se consegue sequer formular um problema adequado – e um
pouco de criatividade. Se o pesquisador não tiver familiaridade com o assunto escolhido, não
conseguirá formular uma pergunta que possa levar a uma resposta nova e relevante para seu
campo de conhecimento, pois não conhecerá suficientemente o campo a ponto de identificar
quais são as questões mal resolvidas ou que demandam maior desenvolvimento.
Na prática, pode ocorrer que o problema sofra um leve “acabamento” à medida em que a
pesquisa se realiza. Não significa que o pesquisador esteja sem rumo, mas que ele
simplesmente “aprimorou” a formulação de sua pergunta. Isso costuma acontecer com
freqüência, mesmo com pesquisadores que já têm certa experiência.
5.6.2.4 Outros elementos a serem observados na escolha da sua pergunta-problema: aptidão,
inclinação e motivação pessoal
Não adianta ter elaborado um problema que insinue uma resposta original e relevante, a
respeito de um assunto em relação ao qual se tem familiaridade, se não há atração pela
proposta. Poderá ser uma pesquisa que trará grande contribuição para dado campo de
conhecimento ... se o pesquisador conseguir concluí-la.
Por isso não se deve pensar apenas em realizar uma pesquisa original, ou relevante, ou sobre
um tema “da moda”. Se não houver uma motivação real, envolvimento com o tema, a
pesquisa corre risco de não ser concluída.
É muito mais fácil realizar – e terminar – a pesquisa se, além de gostar do tema, considerar-se
seu estudo útil para o pesquisador, seja em relação a uma carreira que queira seguir ou a um
concurso que queira fazer ou a uma pós-graduação em que queira ingressar ou terminar. Ora,
se além de sentir atração pelo tema, o pesquisador também o considerar útil para si, tanto
melhor para o desenvolvimento da pesquisa, pois haverá motivação para empreendê-la, e para
empreendê-la bem.
Se não gostar do tema, dependendo da disciplina pessoal do pesquisador, talvez até consiga
levar a pesquisa até o fim, mas percorrendo, desnecessariamente, um caminho penoso.
Realizar um trabalho de pesquisa penoso é desnecessário porque é o pesquisador quem
escolhe seu tema, portanto, é livre para facilitar ou para dificultar sua própria vida.
Há algumas questões pessoais que devem ser respondidas, sob o risco de desperdício de
tempo e outros recursos:
a) Por que escolhi este tema? Gosto desse assunto?
b) Tenho facilidade para tratar desse assunto?
c) Tenho inclinação ou tendência por esse tema?
d) Esse tema prende meu interesse?
e) Escolhi porque é um tema da moda?
f) Combina com os assuntos que mais estudei em minha formação?
g) Combina com os assuntos em relação aos quais mais tive êxito?
h) Qual é a motivação que tenho para levar essa pesquisa adiante?
i) Tenho afinidade com os professores que poderão ser meus orientadores?
j) Qual é o papel desse tema em minha formação?
k) Qual é a utilidade desse tema em minha vida profissional?
l) O que posso tirar de bom da experiência de pesquisar esse tema?
5.6.2.5 A viabilidade da pesquisa: também requer cuidado na formulação da pergunta-
problema
Além disso, é preciso verificar se existem técnicas e recursos disponíveis para a coleta das
informações de que o pesquisador precisará. A pesquisa deve ser viável, o que significa que o
pesquisador deve se preocupar com os aspectos práticos da pesquisa, tais como os prazos de
que dispõe, relacionados com seu preparo intelectual e sua experiência de pesquisa; a
bibliografia disponível ou outras fontes de informação; necessidade de equipamentos, viagens
ou outros tipos de serviços.
Assim, ao propor a pergunta-problema, devem ser feitas as seguintes questões:
a) O tempo que tenho para a realização dessa pesquisa me permite pesquisar esse
tema, nessa amplitude, buscando as informações de preciso, tendo tempo para
analisá-las, para redigir a monografia e entregar no prazo estipulado? O tempo de
que disponho é suficiente para a realização da pesquisa que desejo?
b) As informações de que preciso para fundamentar minha pesquisa estão
disponíveis? São acessíveis? Onde estão essas informações? Em livros? Tenho
acesso a essa bibliografia? Tenho esses livros? Que bibliotecas possuem esses
livros? Se tiver de adquirir alguns livros, quantos serão? Quando?
c) Os livros que tratam sobre o tema são livros estrangeiros? Tenho esses livros
nas bibliotecas às quais tenho acesso? Domino os idiomas em que estão escritos?
d) As informações de que preciso não estão apenas nos livros, mas nos relatos das
pessoas? Sei quem são as pessoas que podem me relatar suas experiências? Essas
pessoas estão dispostas a colaborar? Como poderei coletar esses relatos? Através
de entrevistas abertas? Formulários, questionários? Saberei analisar esses dados?
Terei tempo para isso?
e) Precisarei fazer alguma viagem para coletar informações imprescindíveis à
pesquisa? Tenho tempo e dinheiro para isso?
f) Precisarei de materiais, equipamentos ou serviços? São oferecidos em minha
cidade? Terei recursos econômicos para adquiri-los?
g) Terei um professor orientador para este tema?
Ora, não adianta ter, teoricamente, uma excelente pergunta-problema se não existem
condições práticas para que a pesquisa se desenvolva, ou seja, viabilidade. Se isso acontece,
aconselhamos que o problema seja reformulado.
A viabilidade deve transparecer, no projeto de pesquisa, nos tópicos justificativa e
metodologia.
5.7 HIPÓTESE
O problema e a hipótese são os elementos da pesquisa que guiarão o trabalho do pesquisador.
Em sua atividade de pesquisa, o pesquisador buscará demonstrar que sua hipótese é
suficientemente fundamentada para convencer a comunidade científica quanto à sua solidez.
Se, na conclusão da pesquisa, a hipótese tiver sido confirmada, tem-se já não mais uma
hipótese, mas uma teoria. Aquela resposta imaginada pelo pesquisador no início de seu
trabalho foi confirmada, através de demonstração, argumentação, comprovação.
É controverso o cabimento de hipóteses em alguns tipos de pesquisa, como em ciências
humanas e sociais aplicadas. se houver a exigência deste tópico, deve-se colocar como
hipótese a resposta provisória que o pesquisador planeja comprovar/refutar com a pesquisa.
hipóteses são as repostas ou soluções imaginadas pelo pesquisador, que vai buscar provar
através da pesquisa. pode haver hipóteses básicas e secundárias, todas redigidas como
afirmações.
Quando se formula uma pergunta ou conjunto de perguntas a serem respondidas através de
uma investigação, geralmente se imagina qual é a resposta provável. A hipótese é esta
resposta provável ou resposta provisória que o pesquisador, a partir de seu estágio de
conhecimento atual sobre o campo, imagina que será confirmada ao final do trabalho de
investigação. Nas Ciências Sociais, algumas vezes a pesquisa é feita para fundamentar a
resposta que o pesquisador, de início, já imagina adequada para a pergunta que ele formulou.
Pode ser considerada uma teoria provisória, que passará a ser definitiva (tese) ao final da
pesquisa, com sua confirmação, ou será rejeitada nas conclusões da pesquisa.
Se houver formulação de hipótese no projeto, o pesquisador realizará sua pesquisa buscando
todos os elementos que refutem esta resposta provisória (sua hipótese), podendo chegar à sua
confirmação, ao final.
Desta forma, automaticamente à formulação da pergunta (ou problema), o pesquisador, em
grande parte das vezes, já imagina, também, a reposta para essa pergunta. Essa resposta
imaginada deve ser nova (original) e relevante para a comunidade científica da qual o
pesquisador faz parte. Se a resposta não for nova, então não há tanta razão para fazer aquela
pesquisa. Se não for relevante, a comunidade, da mesma forma, também não encontrará razão
para dar atenção àquele trabalho.
A resposta que o pesquisador espera ou imagina deve apresenta alguma novidade, alguma
contribuição para a compreensão de certa realidade, ou então carecerá de motivo para ser
buscada:
a) Por que realizar uma pesquisa, com dispêndio de tempo e dinheiro, se seu
resultado não acrescentará nada ao campo de conhecimento no qual está inserida?
b) Por que gastar tanta energia para demonstrar o que já foi suficientemente
demonstrado por outros pesquisadores?
Se não há respostas razoáveis para essas perguntas, não há o que justifique tal pesquisa. E a
justificativa é o que faz com que as pessoas se convençam de que devem apoiar a pesquisa
(orientadores, agências de fomento, instituições de ensino) e é o que levam outras pessoas a
lerem os resultados do trabalho.
Assim, se a pergunta elaborada não insinuar uma reposta que ofereça novidades e novidades
essas que tenham utilidade para a comunidade científica, há riscos como desinteresse de um
programa de pós-graduação por aquele projeto (e desclassificação ou baixa pontuação no
processo seletivo), falta de apoio durante a pesquisa, falta de crédito ao final da pesquisa e
desestímulo durante o processo de pesquisa.
Ao se tratar de hipóteses, costumam-se classificá-las em hipótese básica e hipóteses
secundárias. A hipótese básica é a resposta principal apresentada para a pergunta-problema.
Em alguns casos, o pesquisador elabora também hipóteses secundárias, que complementam a
hipótese básica, englobando detalhes que não cabem no enunciado principal, mas que
ajudarão o pesquisador a encaminhar suas atividades de forma a não se distanciar do objeto
central da pesquisa.
5.8 QUESTÕES ORIENTADORAS
Em certos casos, para explicitar ainda mais os aspectos que o problema envolve, sugere-se a
elaboração de questões orientadoras. São perguntas intermediárias ou subsidiárias ou
satélites que o pesquisador terá que responder para resolver a questão central, ou o problema.
As questões orientadoras ligam-se diretamente às hipóteses secundárias e aos objetivos
específicos, podendo haver um sentimento de repetição na elaboração e leitura desses tópicos,
o que denota coerência do projeto.
5.9 OBJETIVOS
Nos objetivos o pesquisador poderá desdobrar sua pergunta-problema, anunciando o que ele
visa demonstrar, analisar, atingir, alcançar, provar. Deverá haver muita proximidade entre os
objetivos e o problema, chegando a parecer repetitivo. Se não houver a sensação de repetição,
é porque o projeto não está coerente. Pode haver objetivo geral e objetivos específicos. O
geral liga-se diretamente ao problema e à hipótese básica. Os específicos são desdobramentos
do geral. Recomenda-se a utilização de verbos no modo infinitivo para a listagem, em tópicos,
dos objetivos.
Os objetivos internos a que se refere este tópico do projeto, são aqueles que se referem às
conclusões da pesquisa. Ao iniciarmos uma pesquisa, há uma questão que se quer resolver, a
que se costuma chamar de problema. Assim, essa questão ou problema é o que vai
impulsionar o pesquisador em busca de uma resposta ou de uma solução. O encontro da
resposta para essa questão ou da solução para esse problema é a finalidade interna principal da
pesquisa. Chegar à conclusão significa encontrar a resposta ou a solução da pergunta ou do
problema.
A finalidade interna de nossa pesquisa é chegar a essa conclusão. Podem-se ter como
objetivos internos, por exemplo, a demonstração de alguma característica, a demonstração de
alguma relação entre fenômenos, a demonstração de ausência de relação entre
acontecimentos, a comprovação de uma causa ou de um efeito, a prova de um equívoco ou de
um acerto, a explicação sobre certo evento ou teoria.
Por isso, o objetivo central está diretamente ligado à hipótese básica, se houver, e ao
problema. Pode haver um sentimento de repetição na elaboração desses itens, mas esta
repetição denota coerência no projeto, como exposto. Às vezes o pesquisador é pego numa
armadilha: para evitar a repetição, ele inova no objetivo central, o que torna o projeto
incoerente.
Os objetivos específicos ligam-se diretamente às questões orientadoras, se houver. Eles
revelam etapas intermediárias que devem ser atingidas para se chegar ao objetivo central.
5.10 REVISÃO DE LITERATURA
A revisão da literatura é a parte do projeto de pesquisa em que o pesquisador apresenta qual é
o estágio atual de desenvolvimento daquele tema, em que consistem os conhecimentos atuais
acerca daquele problema, qual é a posição da literatura, o que foi pesquisado e desenvolvido
até esse momento sobre a realidade que ele quer investigar, ou seja, qual é o estado da arte
sobre o tema.
Deve o pesquisador demonstrar o “estado da arte” no seu campo de conhecimento,
descrevendo as principais correntes de pensamento, as principais teorias, como o
conhecimento naquele campo se desenvolveu até o momento e em que consiste o
conhecimento atual sobre o tema.
De certa forma, a descrição do estado da arte, ao mesmo tempo em que pode justificar o
projeto de pesquisa, demonstra o conhecimento que o pesquisador tem do tema proposto.
5.11 TEORIA DE BASE OU EMBASAMENTO TEÓRICO
Na teoria de base o pesquisador descreverá o seu quadro teórico de referência, ou seja, ele
apresentará que em teorias ou idéias pretende se basear para abordar o problema selecionado
como objeto de pesquisa. Ele identificará as teorias ou quadros teóricos de que se utilizará
para analisar sua pergunta-problema, que pensamentos o influenciarão na busca e tratamento
das informações, no uso dos conceitos, na elaboração das definições. Também pode ser
chamada de embasamento teórico. Revela uma opção feita pelo pesquisador, a partir da
revisão da literatura, estando ligada, também, à abordagem metodológica.
É possível que o embasamento teórico seja feito juntamente com a revisão de literatura, sem
um tópico destinado exclusivamente a isso, assim como pode antecipar questões
metodológicas.
5.12 SISTEMA CONCEITUAL
No item sistema conceitual, se o pesquisador já estiver com a pesquisa relativamente
avançada, ele poderá definir as categorias ou conceitos principais a serem utilizados na
pesquisa, como serão operados e quais são suas definições.
É possível que o sistema conceitual componha a teoria de base ou embasamento teórico, sem
a necessidade de um tópico exclusivo para isso. Dependerá da especialidade ou importância
do sistema conceitual no projeto.
5.13 ESTRUTURA PRELIMINAR
O pesquisador deverá apresentar também, no projeto, a estrutura preliminar da
monografia/dissertação/tese. Trata-se do índice provisório da monografia/dissertação/tese a
ser redigida ao final da pesquisa. É comum que este tópico seja exigido em exames de
qualificação de dissertações ou teses.
Tendo formulado a pergunta-problema, deve-se fazer um “mapa” que guiará o pesquisador
através da pesquisa. Nesse mapa tem-se um ponto de partida, que é a pergunta-problema, e
um ponto de chegada, que será a resposta imaginada para aquela pergunta-problema. Mas o
que existe entre o ponto de chegada e o ponto de partida? O que levará o pesquisador da
pergunta-problema à confirmação da resposta que imaginou para ela? Que percurso será esse?
O que será encontrado pelo caminho?
A monografia/dissertação/tese (o texto final) é um grande argumento. Nesse argumento, o
autor (o pesquisador) se propõe a resolver determinado problema ou a responder certa
pergunta e percorrerá inúmeras páginas demonstrando ao leitor (o orientador, os
examinadores, os colegas) que existe uma solução para esse problema ou uma resposta para
essa pergunta. E, durante páginas, o pesquisador estará convencendo (ou tentando convencer)
essas pessoas de que a solução ou resposta encontrada é a única possível ou a melhor de todas
ou a ideal ou a mais atualizada ou a mais completa. E tudo isso se faz manuseando-se
informações. Assim, as informações são a matéria-prima de uma pesquisa e,
conseqüentemente, de uma monografia/dissertação/tese.
É com as informações que se constroem os vários argumentos que formarão o argumento
maior chamado monografia/dissertação/tese. É necessário, portanto, elaborar um mapa de
informações. Esse mapa de informações, na verdade, é um índice. O índice da
monografia/dissertação/tese, a que se chamamos, no projeto, de estrutura preliminar.
Formulada a pergunta-problema, o passo seguinte é a formulação da estrutura preliminar do
futuro texto:
a) Que tópicos, capítulos, itens, subtópicos terá?
b) Como será sua divisão e subdivisão?
c) Que assuntos serão tratados em cada parte, desde a primeira até a última?
d) Em que ordem?
Esse é um poderoso instrumento de orientação na pesquisa. A estrutura preliminar, ao mesmo
tempo em que será sua bússola, será, também, modificada à medida em que a pesquisa for se
desenvolvendo. Isso é natural. À medida que for lendo, analisando e interpretando as
informações que são a matéria-prima da pesquisa, pode-se mudar de opinião quanto à
organização do índice.
A estrutura preliminar levará o raciocínio, passo a passo, até a conclusão, como se fosse uma
escada que, degrau a degrau, leva ao topo. Assim, o índice indica quais degraus precisam ser
percorridos. O mapa indicará por quais caminhos deve-se passar para chegar até o destino (a
conclusão).
Desta forma, a estrutura preliminar é o retrato do mega-argumento (texto da
monografia/dissertação/tese), é um rascunho do que se vai escrever, de forma mais extendida,
na monografia. É uma fôrma ou molde que precisa ser preenchida com uma massa de
informações. É a partir dessa fôrma ou molde de argumentos que se vai buscar as informações
necessárias para preenchê-la.
5.14 METODOLOGIA
5.14.1 Função da metodologia
Na metodologia o pesquisador deverá indicar os métodos de abordagem, os métodos de
procedimento e os métodos e técnicas de pesquisa de que se utilizará para encontrar a resposta
ou solução de sua pergunta-problema. Neste item ele deve prever, por exemplo, se a pesquisa
será qualitativa e/ou quantitativa, se coletará dados através de pesquisa bibliográfica,
documental, entrevistas, onde estão localizadas essas informações, que instrumentos utilizará
para coletá-las, como estas informações serão tratadas.
O rigor metodológico é o que atribuirá “seriedade” ao trabalho produzido pelo pesquisador. A
observância do rigor metodológico vigente na época é que atribuirá cientificidade ao trabalho
do pesquisador.
O rigor metodológico diz respeito à forma como o trabalho foi desenvolvido, ao procedimento
utilizado para atingir determinado resultado ou conclusão. A observância do rigor
metodológico é o que gera a confiança da comunidade científica em relação a determinado
trabalho de pesquisa. A comunidade científica de determinada época “costuma” produzir
ciência a partir de determinados modelos e só reconhece como ciência ou como válido o
conhecimento que for produzido seguindo estes modelos. Se uma determinada pesquisa não
seguir estes modelos, ou seja, se não apresentar rigor metodológico, não será aceita pelos
demais pesquisadores.
Numa pesquisa, o que leva o pesquisador da pergunta-problema à confirmação da resposta
que imaginamos são, como exposto, informações. As informações são o que há de mais
precioso numa pesquisa – depois da genialidade do pesquisador, claro. São as informações e o
tratamento dado a elas que permitirão a comprovação ou demonstração da resposta como
sendo a única cabível para a pergunta-problema formulada.
5.14.2 Ausência de uniformidade
Não há uniformidade quanto ao que deve ser posto neste tópico. Há várias expressões
utilizadas pelos pesquisadores, com uma variedade semântica grande, o que dificulta o
trabalho dos iniciantes.
De uma forma geral, pode-se dizer que a metodologia de abordagem ou o método de
abordagem ou, simplesmente, a abordagem, é a concepção teórica do pesquisador sobre
como tratar o tema. Como dito acima, é possível que isso já seja revelado no embasamento
teórico. A abordagem pode ser, por exemplo: hermenêutica, fenomenológica, dialética,
hipotético-dedutiva, indutiva.
O método de procedimento pode ser, por exemplo: comparativo, histórico, estatístico,
monográfico.
Os tipos de pesquisa podem ser, exemplificativamente: pesquisa de campo, pesquisa
bibliográfica, pesquisa documental.
As técnicas de pesquisa podem ser, de forma exemplificativa: entrevistas, observação,
estatística.
É importante ressaltar que não é obrigatório haver apenas um método de abordagem, assim
como podem ser feitos mais de um tipo de pesquisa, com mais de uma técnica. O tipo de
problema formulado é que vai indicar a necessidade quanto à forma de abordagem, quanto aos
dados necessários para a verificação da hipótese, quanto às técnicas necessárias para coletar
os dados. Não há uma escolha propriamente dita dessas metodologias, pois tudo deve estar
justificado a partir do problema proposto e servir a ele.
5.14.3 Que informações são necessárias?
Deve-se perguntar ao problema e ao mapa, ao índice, à estrutura preliminar. Diante do mapa
ou estrutura preliminar, vêem-se, através dos tópicos (capítulos e subdivisões) ali previstos, as
informações a serem buscadas. É o índice que diz o que deve ser lido, quem deve ser
entrevistado, que dados devem ser coletar. Os títulos que formam os índice são as setas que
apontam os caminhos.
O mapa ou estrutura preliminar indica quais são as leituras a serem feitas para obter as
informações para construir pequenos argumentos que formarão o argumento maior. Em outras
palavras, a estrutura preliminar indica quais são as fontes que para a coleta das informações
necessárias à construção dos tópicos e capítulos que formarão o texto da monografia.
Olhando a estrutura preliminar, a partir do conhecimento que o pesquisador já tem sobre o
assunto, ele deverá anotar, abaixo de cada tópico:
a) Quais são os outros assuntos que terá de abordar,
b) Que autores terá de comentar,
c) Que documentos terá de analisar,
d) Que comparações terá de fazer,
e) Que elementos terá de relacionar,
f) Que relações terá de interpretar,
g) Que livros terá de buscar,
h) Que leis, tratados, biografias, relatos, processos, julgados, terá de conhecer,
i) Com que pessoas terá de conversar,
j) Que pessoas terá de entrevistar,
k) Que órgãos terá de consultar,
l) Que detalhes terá de esclarecer,
m) Que dados terá que analisar.
Depois de respondidas essas perguntas, o pesquisador estará com um mapa bem mais
detalhado do que antes. São essas as informações de que ele precisa para desenvolver sua
pesquisa e escrever sua monografia.
Já se sabem quais são as informações necessárias para preencher o índice e construir os
argumentos de defesa para a resposta. Mas como chegar a essas informações? Começa a fase
da pesquisa usualmente conhecida como coleta de dados. Para que se analisem e interpretem
as informações, é preciso, antes, coletá-las.
Existem diversas formas de coletar os mais variados tipos de informações. São as técnicas ou
tipos de pesquisa: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental,
entrevistas, aplicação de formulários e questionários, estudos de caso, observação sistemática.
Algumas pesquisas são desenvolvidas a partir de combinações de técnicas de coletas de
dados, mas nenhuma prescinde da pesquisa bibliográfica. O pesquisador deve conhecer essas
técnicas de coletas de informações para que possa identificar quais são as mais apropriadas
para sua pesquisa.
5.15 RESULTADOS ESPERADOS
Nem sempre se exige a presença do tópico resultados esperados ou produtos. O pesquisador
deve estar atento às regras da instituição sobre as partes necessárias do projeto. Deve indicar,
neste tópico, se a pesquisa resultará em publicações, em comunicações científicas, em
patentes, em industrializações, ações, intervenções etc.
5.16 CRONOGRAMA
O cronograma é a previsão, em relação ao tempo, das fases de uma pesquisa. É a agenda da
pesquisa, em forma de tabela. O pesquisador prevê quais as semanas ou meses que tem pela
frente e localiza, apontando, em cada período, que etapas da pesquisa serão desenvolvidas. É
a organização do tempo da pesquisa.
Como fazer um cronograma? Elabora-se uma tabela de tempo, com a previsão das semanas ou
meses se tem pela frente e tenta-se imaginar que etapas da pesquisa serão desenvolvidas em
cada momento.
O cronograma, se bem previsto, pode ajudar a imprimir o ritmo correto à pesquisa, sem que o
pesquisador se adiante desnecessariamente e sem se atrasar demais, afinal, sempre há um
prazo para a pesquisa e, muitas vezes, é esse prazo que determina a velocidade do trabalho.
Se não se calcular razoavelmente o tempo que necessário para a pesquisa – não apenas
quantas horas por semana, mas quantas semanas ou quantos meses –, corre-se o risco de
passar muito tempo numa fase da pesquisa, sem avançar, e acabar atropelando etapas
subseqüentes para não perder o prazo, prejudicando o trabalho feito. O pesquisador deve ser
realista nesta previsão.
Vejam-se alguns exemplos de cronogramas:
Exemplo 1:
2007/2008
Fases/meses 03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
01
02
Levantamento de dados populacionaisnos arquivos municipaisEstudo de campo (levantamentofotográfico da área)Confecção de mapas e gráficos
Análise de interpretação dos dados
Elaboração do relatório final da pesquisa(monografia)Apresentação dos resultados da pesquisa(defesa)
Exemplo 2:
Etapas
Meses
05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 05 06 07
Documentação/fichamento X X X X X
Entrevistas X X
Tabulação dos dados X
Análise e Interpretação dos dados X X
Redação da monografia X X X
Revisão X X
Apresentação X
5.17 ORÇAMENTO
O orçamento, também apresentado em forma de tabela, exibe uma estimativa detalhada dos
custos da pesquisa. Devem ser apresentados os tipos de gastos previstos e de quanto serão
esses gastos.
Normalmente é um tópico exigido quando há financiamento da pesquisa por agência de
fomento.
5.18 CONCLUSÃO
Como o projeto é a projeção do planejamento da pesquisa, é uma projeção do que deverá ser
feito, não cabe um tópico para conclusão, já que esta só acontecerá no final da execução da
pesquisa, cujo planejamento é feito no projeto.
Ora, se o pesquisador ainda está planejando a pesquisa, não pode ter, já, a conclusão.
5.19 REFERÊNCIAS
As referências ou bibliografia ou referências bibliográficas do projeto indicam as obras já
consultadas ou a serem estudadas na pesquisa. A diferença é que, enquanto sob o título
bibliografia listam-se livros ou textos literários em papel, citados ou não, sob o título
referências, aceitam-se outras fontes, como as eletrônicas e as documentais, desde que citadas
no trabalho, e sob o título referências bibliográficas devem aparecer as obras literárias em
papel citadas no trabalho.
Devem ser consultadas as regras adotadas pela instituição para elaboração de referências
bibliográficas e de listagem de bibliografia.
5.20 APÊNDICE
No apêndice o pesquisador pode apresentar formulários, questionários ou mapas que já tenha
elaborado, fotos, gráficos etc. Não é um item obrigatório.
5.21 ANEXOS
Os anexos são complementações ao projeto, na forma de textos, documentos, fotos,
formulários etc., similares ao apêndice, mas elaborados por terceiros, desde que considerados
importantes para a compreensão da proposta.
Assim como o apêndice, sua presença não é obrigatória e só deve ocorrer quando realmente
necessária.
6 FORMATAÇÃO
Por fim, o pesquisador deve formatar seu projeto segundo as normas de apresentação escrita
seguidas pela instituição, como as comumente adotadas normas elaboradas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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