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Centro Universitário La Salle – UNILASALLE
Curso de Especialização em Educação Ambiental
IVONE RODRIGUES PALMA
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS USUÁRIOS EM RELAÇÃO AO PARQUE FARROUPILHA
Porto Alegre 2002
Centro Universitário La Salle – UNILASALLE
Curso de Especialização em Educação Ambiental
IVONE RODRIGUES PALMA
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS USUÁRIOS EM RELAÇÃO AO PARQUE FARROUPILHA
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação, Especialização em Educação Ambiental, do Centro Universitário La Salle.
Orientadora: Profa.Ms.Naime S.A.Fattah
Porto Alegre 2002
SUMÁRIOINTRODUÇÃO......................................................................................................................................................5
1 PARQUES URBANOS..................................................................................................................................5 1.1 DEFINIÇÃO:...............................................................................................................................................5 1.2 HISTÓRIA DOS PARQUES: ..........................................................................................................................6
2 CARACTERÍSTICAS.................................................................................................................................11 2.1 PARQUES URBANOS MUNDIAIS: .............................................................................................................12
2.1.1 Central Park: .................................................................................................................................12 2.1.2 Hyde Park: .....................................................................................................................................14
2.2 PARQUES URBANOS BRASILEIROS: .........................................................................................................16 2.2.1 Características dos parques brasileiros: .......................................................................................16 2.2.2 Alguns exemplos de parques urbanos brasileiros:.........................................................................17
2.2.2.1 Parque Do Ibirapuera – São Paulo/SP........................................................................................17 2.2.2.2 Parque do Flamengo – Rio de Janeiro/RJ ..................................................................................19 2.2.2.3 Parques das Mangabeiras - Belo Horizonte/MG........................................................................20 2.2.2.4 Parque Municipal América Renné Giannetti - Belo Horizonte/MG ..........................................20
3 O PARQUE FARROUPILHA....................................................................................................................22 3.1 HISTÓRICO..............................................................................................................................................22 3.2 RECANTOS DO PARQUE...........................................................................................................................26
3.2.1 Recanto Europeu: ..........................................................................................................................26 3.2.2 Recanto Oriental:...........................................................................................................................26 3.2.3 Recanto Solar: ...............................................................................................................................26 3.2.4 Recanto Alpino: .............................................................................................................................27 3.2.5 Recanto Roseiral:...........................................................................................................................27 3.2.6 Minizôo: .........................................................................................................................................27 3.2.7 Auditório Araújo Viana: ................................................................................................................27 3.2.8 Orquidário: ....................................................................................................................................28
3.3 PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO PARQUE ................................................................................30 3.3.1 Conhecendo o Parque Farroupilha: ..............................................................................................30 3.3.2 Conversando com o Verde:............................................................................................................30
4 PERCEPÇÃO ..............................................................................................................................................31 4.1 PERCEPÇÃO GERAL.................................................................................................................................31 4.2 PERCEPÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................................34
5 METODOLOGIA........................................................................................................................................38 5.1 TIPO DE ESTUDO : ...................................................................................................................................38 5.2 POPULAÇÃO-ALVO:.................................................................................................................................38 5.3 AMOSTRA: ..............................................................................................................................................38 5.4 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS E OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS: ......................................................40 5.5 MÉTODO DE COLETA DE DADOS:.............................................................................................................40
6 ANÁLISE DE RESULTADOS ...................................................................................................................41 6.1 PESQUISAS ANTERIORES.........................................................................................................................41 6.2 RESULTADOS OBTIDOS ...........................................................................................................................43
CONCLUSÃO......................................................................................................................................................63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................................66
ANEXOS...............................................................................................................................................................68
ANEXO A.............................................................................................................................................................69
4
ANEXO B .............................................................................................................................................................70
ANEXO C.............................................................................................................................................................71
ANEXO D.............................................................................................................................................................72
ANEXO E .............................................................................................................................................................75
ÍNDICE DE FIGURAS E GRÁFICOS Figura 1 - Vista área geral do Parque Farroupilha ________________________________________________22 Figura 2 - Mapa da região em torno do Parque Farroupilha ________________________________________39 Gráfico 1 – Usuários por Faixa Etária __________________________________________________________43 Gráfico 2 – Usuários por Sexo ________________________________________________________________44 Gráfico 3 – Usuários por Tamanho da Família ___________________________________________________45 Gráfico 4 – Usuários por Grau de Instrução _____________________________________________________46 Gráfico 5 – Usuários por Freqüência ___________________________________________________________47 Gráfico 6 – Usuários por Turno Freqüentado ____________________________________________________47 Gráfico 7 – Usuários quanto à Segurança _______________________________________________________48 Gráfico 8 – Preocupação com o Meio-Ambiente __________________________________________________49 Gráfico 9 – Educação Ambiental no Parque _____________________________________________________49 Gráfico 10 – Uso das Lixeiras do Parque _______________________________________________________50 Gráfico 11 – Programas de Voluntariado _______________________________________________________51 Gráfico 12 – Utilização das Pracinhas de Brinquedos______________________________________________51 Gráfico 13 – Lugares Especiais – Uso Regular ___________________________________________________52 Gráfico 14 – Lugares Especiais – Uso Ocasional _________________________________________________53 Gráfico 15 – Lugares Especiais – “Nunca Usou” _________________________________________________54 Gráfico 16 – Lugares Especiais – “Ouviu Falar” _________________________________________________55 Gráfico 17 – Usuários por Atividades no Parque__________________________________________________56 Gráfico 18 – Nível de Importância das Atividades para a Administração do Parque _____________________57 Gráfico 19 – Aspectos a Serem Melhorados ______________________________________________________58 Gráfico 20 – Equipamentos ou Atividades Desejados ______________________________________________60 Gráfico 21 – Importância do Parque para a Qualidade de Vida______________________________________61
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento da percepção
ambiental de usuários de um parque urbano, podendo este servir como base para
futuros projetos de educação ambiental.
O parque escolhido como base foi o Parque Farroupilha, também conhecido
como Parque da Redenção, que está localizado na zona central da Capital Gaúcha
– Porto Alegre/RS, sendo freqüentado por milhares de pessoas ao ano,
apresentando maior número de visitantes aos finais de semana.
Estando este parque localizado em uma zona estratégica é visitado por
pessoas de vários bairros da cidade, e de diferentes poderes aquisitivos. Como é o
mais antigo parque de Porto Alegre, apresenta uma grande valoração por parte dos
citadinos, sendo premiado recentemente por ser o Parque mais lembrado pela
população.
Mesmo o parque sendo considerado como um lugar público com grande
carinho pela sociedade, podemos observar uma grande degradação na área como:
pichações nos monumentos, falta de cuidado com os gramados, desrespeito com a
vegetação, etc. Para que isso não continue ocorrendo é necessário que os usuários
sejam orientados e conscientizados da necessidade de preservar o parque.
Para a realização deste levantamento foi realizada uma pesquisa com os
usuários do parque, com uma amostra de 546 entrevistas, realizadas no período de
maio e junho de 2002.
6
Esperamos que este trabalho com seu embasamento teórico e análise dos
dados obtidos, nos dê uma visão atual do Parque Farroupilha, seus aspectos
positivos, negativos e os pontos onde pode haver melhorias.
1 PARQUES URBANOS
1.1 Definição:
Entende-se Parque Urbano como uma área verde, com função ecológica,
estética e social, entretanto com uma extensão maior que as praças e jardins
públicos. Áreas verdes define-se como lugares onde há o predomínio de vegetação
arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos.
• Função Ecológica: promover melhorias no clima da cidade, na
qualidade do ar, da água e do solo, devido à presença de vegetação,
do solo não impermeabilizado e fauna mais diversificada.
• Função Estética: diversificação da paisagem construída e
embelezamento da cidade, ressaltando a importância da vegetação.
• Função Social: prover possibilidade de lazer à população, ambiente
para o desenvolvimento de atividades extra-classe e de programas de
educação ambiental, e proporcionar contato com os elementos
naturais, com o objetivo de relaxamento (anti-estresse).
1. Ziggurats: Templo torre; montanha sagrada.
6
1.2 História dos Parques:
Os parques estiveram presentes em toda a história da humanidade. As
primeiras menções sobre jardins, por exemplo, estão na Bíblia, em Gênesis I e II,
onde o "Jardim do Paraíso" é descrito como um parque "que Deus plantou e onde se
cultivavam árvores de todas as espécies, agradáveis para se contemplar e
alimentar".
Os textos mais antigos sobre jardins datam do terceiro milênio a.C., escritos
pelos babilônicos, descrevendo os "jardins sagrados", onde os bosques sagrados
eram plantados sobre os ziggurats1. Entre os mais conhecidos estão os Jardins
Suspensos da Babilônia, considerados como uma das sete maravilhas do mundo,
construído no reinado de Nabucodonosor II, na antiga cidade da Babilônia na
Mesopotâmia, por volta do ano 573 a.C., onde observava-se a supremacia dos
elementos arquitetônicos sobre os naturais.
As características dos jardins egípcios seguiram os mesmos princípios
utilizados na arquitetura deste povo. Eles só surgiram quando as condições de
prosperidade no antigo império permitiram às artes (arquitetura e escultura) um
notável desenvolvimento. De um modo geral, o jardim egípcio desenvolvido de
acordo com a topografia do Rio Nilo era constituído de grandes planos horizontais,
sem acidentes naturais ou artificiais. O jardim regular era símbolo da fertilidade,
sintetizava as forças da natureza e era a imagem de um sistema racional e
arquitetural baseado no monoteísmo.
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Os persas povoaram de jardins o seu Império que se estendia do Helesponto
ao Indo, e teve início no ano 525 a.C. Os jardins dos antigos persas estavam, como
as demais produções artísticas, condicionados à influências estranhas e revelavam,
nos caracteres essenciais da composição, elementos retirados dos jardins gregos e
egípcios, uma espécie de estilo "misto". Os jardins persas procuravam recriar uma
imagem do universo, constituindo-se de bosques povoados por animais em
liberdade, canteiros, canais e elementos monumentais, formando os "jardins-
paraísos" que se encontravam próximos aos palácios do rei.
Os povos do extremo oriente, mais remotamente ainda, já cuidavam de seus
parques irregulares, como exemplo o Jardim da Primavera Perpétua, nas
imediações de Pequim, cópia da natureza, com colinas entrecortadas de arroios,
margens guarnecidas de pedras, como se ali se dispusesse a natureza. Pode datar
de 2.000 a.C. o início das atividades de jardinagem na China. Os parques das casas
dos antigos imperadores não eram mais do que uma porção da paisagem cercada,
onde a tarefa do jardineiro limitava-se a ordenar o já existente.
Acreditava-se que no norte da China havia um lugar para os imortais. Como o
Imperador Wu não conseguiu encontrá-lo na realidade, decidiu então criá-lo na
fantasia. Dessa maneira surgiu o jardim "lago-ilha". No final do século VI, com o
surgimento de um novo imperador, um novo jardim "lago-ilha" foi criado: o Parque
Ocidental, com perímetro de 113 km e contendo 4 imensos lagos cobertos de lótus e
rodeados de chorões. Trabalharam na sua construção 1 milhão de pessoas.
Monumentais palácios de cor vermelha se ergueram no meio das rochas. Este
cenário foi encontrado pelos japoneses em 607 d.C. e, em poucos anos, o Japão
tinha o seu primeiro jardim "lago-ilha". Em 1894, para comemorar os 1100 anos da
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capital Kioto, construiu-se um desses jardins, ficando conhecido como Santuário
Heian. Trata-se de uns dos jardins mais alegres e de melhor traçado do mundo.
Na Grécia antiga encontravam-se parques amenos, bosques cheios de
sombra e silêncio, que convidavam ao repouso e à meditação. As raízes
fundamentais da cultura ocidental se encontram, não há dúvida alguma, na
civilização desenvolvida na Grécia Antiga. O cuidado com as plantas provavelmente
foi fruto do amor à vida em pleno ar livre, obrigando a uma constante aproximação
com a natureza. Os jardins gregos, apesar de fortemente influenciados pelos jardins
egípcios, apresentaram diferenças notáveis em razão da topografia acidentada da
região e o tipo de clima.
Em Roma, após a guerra de Cartago, todo o cidadão rico, possuía o seu
parque ou seu jardim, incentivados pelos parques que existiam na Grécia. Nero,
após o incêndio ocorrido em uma das zonas urbanas mais feias de Roma, construiu
um esplêndido palácio, circundado de parques extraordinários, onde se encontravam
fontes de água doce ou salgada para banho e animais de todas as espécies. Como
características de tais jardins pode-se ressaltar a grandiosidade e a magnificência da
composição, as perspectivas vastas, que empregaram como prioridade, a decoração
pomposa, a valorização para fins exclusivamente recreativos. Os jardins eram
principalmente santuários sociais, onde se desfrutava de proteção frente às
moléstias do sol, vento, poeira e ruído das ruas. A sombra projetada pelas galerias
com arcos reduzia necessidade de arvoredo. As plantas, quando existiam, eram
colocadas em maciços elevados e os pátios se ornamentavam com tanques de
pedra para água, mesas de mármore e estátuas.
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Na Espanha os mais notáveis jardins são obras de árabes, sendo os mais
importantes os de Sevilha e Granada, no século XII.
Na Idade Média houve um retorno à economia rural e a simplicidade de
hábitos concretizou-se neste período. O luxo e o requinte foram abandonados e
criou-se uma nova hierarquia de valores. O verde foi praticamente banido na vida
urbana. O estilo de jardim desenvolvido nesta época constitui-se da mistura
desordenada e fragmentária dos estilos anteriores. A interseção ortogonal das
alamedas e caminhos, nos jardins construídos nos pátios internos das grandes
construções medievais, lembravam a cada momento o símbolo da religião
dominante. O estilo gótico retratava bem os jardins medievais.
A partir do século XV, com a Renascença, houve um movimento geral de
restauração e de progresso das artes, ciências e letras, que se estendeu aos
parques e jardins. Os jardins italianos desta época se inspiraram nos jardins da
Roma Antiga que possuíam muitas estátuas e fontes monumentais. Os jardins eram
tidos como centros de retiro intelectual onde sábios e artistas podiam trabalhar e
discutir no campo, longe do calor e das moléstias do verão da cidade. A vegetação
era considerada secundária e se caracterizava por receber cortes adquirindo formas
determinadas, conhecidas anteriormente nos jardins romanos por topiárias. Em
seguida esta mesma vegetação era distribuída pelos terraços e, no plano mais
elevado do jardim, dominando a composição, se encontrava o palácio.
Pode-se dizer que os jardins franceses tiveram características semelhantes
aos jardins italianos, nesta época. Como características deste estilo, podemos citar a
rígida distribuição axial, a simetria, a perspectiva, o uso de topiárias e a sensação de
grandiosidade. As formas geométricas podiam ser percebidas tanto nos caminhos e
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passeios quanto na vegetação, admitindo-se poucos desníveis. Os principais jardins
foram construídos pelo famoso arquiteto/paisagista de Luiz XIV, André Le Notrê. Sua
obra mais marcante foi o jardim do Palácio de Versalhes.
No reinado de Luiz XV, o estilo francês entrou em decadência devido à busca
exagerada da forma e simetria. De um estilo formal, os jardins passaram a ter uma
maior aproximação com a natureza. Inspiravam-se basicamente nas idéias orientais
do velho império chinês que possuía jardins com acidentes naturais. Tais jardins
ficaram conhecidos como "jardins paisagísticos" e tinham como características
básicas a irregularidade e a falta de simetria nos caminhos, que foram planejados
com maior liberdade. Além disso, não eram encontradas esculturas vegetais, arcos e
monumentos. Esses jardins procuravam imitar a natureza em seu traçado livre e
sinuoso e a água presente se encontrava disposta em lagos ou riachos. Um dos
objetivos deste estilo descrito era que as pessoas percebessem como jardim, toda a
natureza que estava ao seu redor. Este estilo foi utilizado na Inglaterra e em alguns
locais da Europa, por quase dois séculos e depois entrou em decadência, dando
lugar ao estilo misto. Os ingleses acabaram dando origem aos parques e jardins
públicos que tiveram por finalidade refrescar as áreas urbanas.
A evolução dos parques e jardins, em cada povo, tem acompanhado o seu
desenvolvimento cultural. Todos os grandes ciclos da história possuíram os seus
estilos característicos, estes adequando-se às linhas arquitetônicas das construções,
com o luxo ou sobriedade do mobiliário e com a cultura de cada povo e cada época.
2 CARACTERÍSTICAS
Podemos identificar os seguintes estilos existentes nos parques:
• Estilo Clássico: também chamado “jardim francês”, apresenta formas
regulares ou geométricas. Neste estilo o artista contribui com sua
iniciativa pessoal e relega à um plano secundário os elementos da
natureza. As principais características são: terreno uniforme,
distribuídos em terraços regulares, caminhos retos, árvores plantadas
em simetria e fontes e canais dispostos segundo linhas regulares.
Apesar da monotonia geométrica, a variedade é conseguida com a
introdução de ornamentos como estátuas, vasos e bancos.
• Estilo Romântico: também chamado “apaisajado” ou “parque inglês”,
este estilo foi influenciado pelos escritores e artistas do século XVIII,
que preconizavam a volta à natureza. Assim nasceram os parques e
jardins do sentimento e da sensibilidade, onde se procura imitar a
natureza, à qual se subordinam as leis da arte, ao contrário do estilo
clássico ou da inteligência, onde as leis da arte dominam a natureza.
• Estilo Composto: Este estilo é uma combinação dos estilos clássico e
romântico. São jardins de estilo regular mas adaptados à época
moderna. Caracterizam-se por serem pequenos e de caráter íntimo.
Conserva as linhas estruturais do estilo clássico, mas floridos e
vivazes.
12
2.1 Parques Urbanos Mundiais: Estes espaços inicialmente foram criados na Europa com a reformulação das
cidades que estavam deterioradas pelas instalações industriais e a imigração das
populações do campo. Mas isto somente ocorreu porque a burguesia estava se
consolidando como classe afluente e poderosa, e precisava de qualidade de vida
para suas famílias.
No século XIX com a remodelação das cidades que estava ocorrendo na
Europa e na América do Norte, foram criados os bairros de classe média e média
alta, com amplas vias arborizadas, parques de bairro, como Monceaux, Buttes-
Chaumont e dois grandes parques, aproveitando terrenos de castelos, o Bois de
Boulogne e o Bonis de Vincennes. Este modelo de cidade propagou-se por toda
Europa e América, tendo como exemplo a remodelação de Viena.
No século XX, apesar das duas grandes guerras, nas décadas que
intermediaram os dois eventos, desenvolveram-se programas de urbanização em
todo mundo.
Com a urbanização mundial a humanidade se distanciou cada vez mais do
mundo natural e, na sua maioria, vive hoje em ambientes envoltos por concreto,
asfalto e estruturas metálicas. Nestes ambientes urbanos, as grandes urbes, quase
que totalmente artificiais, com pouquíssimos espaços para o natural, torna-se
necessária a existência dos parques urbanos.
Dois dos principais parques urbanos mundiais são o Central Park, localizado
na cidade de Nova York – Estados Unidos, e o Hyde Park em Londres – Inglaterra.
2.1.1 Central Park:
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O Central Park em Nova York foi o primeiro parque público ajardinado nos
Estados Unidos. Comerciantes e ricos proprietários de terras, admiradores dos
parques públicos de Londres e Paris, defendiam que Nova York precisava de um
lugar assim. Um parque público ofereceria para suas famílias uma alternativa
saudável aos típicos salões nova-iorquinos e um lugar para passeio de carruagens.
Depois de três anos de debate sobre o local ideal para o parque, em 1853 o poder
legislativo local autorizou a compra de mais de 700 acres de terra no centro de
Manhattan (com uma nova área adquirida em 1863, o parque conta hoje com 843
acres).
Em 1857, através do primeiro concurso público de paisagismo no país, a
Comissão do Central Park, escolheu, entre 33 projetos apresentados, o projeto
denominado “Greensward Plan”, de Frederick Law Olmsted e Calvert Vaux. Os
paisagistas propuseram a criação de uma paisagem pastoral com elementos da
tradição romântica inglesa. Devido à pressão de críticos locais planejaram também
um sistema de circulação separando o tráfego de carruagens, o passeio de
pedestres e o passeio a cavalo. Projetaram ainda mais de 40 pontes que eliminavam
as passagens de nível entre os desníveis existentes no terreno.
A construção do Central Park foi um dos maiores projetos do século XIX em
Nova York. Mais de 20.000 trabalhadores estiveram envolvidos, reformulando a
topografia do local para criar a paisagem pastoral desejada. Depois de dinamitar
cumes rochosos com mais pólvora do que foi utilizado na Batalha de Gettysburg, os
trabalhadores moveram quase 3 milhões de metros cúbicos de terra e plantaram
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mais de 270.000 árvores e arbustos. O parque foi aberto para uso público no inverno
de 1859.
Antes de 1865, o parque recebeu mais de sete milhões de visitas por ano. Os
cidadãos mais ricos da cidade proporcionavam diariamente uma espécie de desfile
de carruagens. Na primeira década de existência do parque, mais da metade de
seus visitantes chegou ao parque em carruagens, veículos caros que menos de 5%
dos residentes da cidade poderiam dispor. Os pequenos negociantes eram proibidos
de usar seus veículos comerciais para passeios com a família no parque e as
crianças somente podiam praticar esportes nos gramados mediante uma
autorização. Os nova-iorquinos protestaram contra estas regras repetidamente e no
final do século XIX o parque se abriu para uma utilização mais democrática. Desde
então o parque tomou características mais populares com outras atrações e
recantos que atendem a todo o tipo de público.
2.1.2 Hyde Park:
Os parques para os ingleses seriam como nossas praias. Em todos os lugares
da cidade de Londres existem áreas verdes destinadas ao lazer e prática de
esportes. Londres durante o verão pode ser considerada a capital internacional do
verde, com belos parques e árvores em todo o lugar dando a impressão de vida e
uma paz intraduzível.
Londres tem um grande número de praças, parques e jardins. O Hyde Park é
um dos maiores e mais conhecidos da cidade. É o lugar favorito dos londrinos para
15
passear ou praticar esportes após o trabalho. Situado no oeste de Park Lane, entre
Knightsbridge e Bayswater, ele tem 630 acres de gramados e árvores.
Henrique VIII adquiriu a área do Hyde Park por volta de 1536. No passado, o
Hyde Park era usado para caçadas reais. Mais tarde, o parque tornou-se um local
para duelos. No parque pode-se encontrar a estátua de Aquiles, construída em
1822, que foi feita do metal que restou de uma das famosas vitórias do Duke
Wellingtons.
Este é um do maiores parques reais de Londres. Na entrada mais próxima do
Hyde Park Corner estão algumas das Grandes Portas, extremamente
ornamentadas, erigidas em homenagem à rainha mãe.
A casa de repouso de Lady Diana - o palácio de Kensington está no lado
ocidental do parque. O lago Serpentine é encontrado no coração do parque.
O lugar mais famoso do parque é o vértice com a Oxford Street, chamado de
Hide Park Corner, ou ainda, Speaker´s Corner (algo como “esquina dos falantes”)
onde geralmente à tarde, qualquer orador sobe em um pedestal para falar as suas
verdades ou simplesmente criticar. Este lugar, onde há um arco de mármore, era o
local da árvore de Tyburn onde eram feitas as execuções públicas que eram
assistidas por multidões no passado.
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2.2 Parques Urbanos Brasileiros: No Brasil, o início do paisagismo se deu com a inauguração do Passeio
Público, no Rio, em 1783. Este parque foi baseado em modelo importado de
parques Europeus, realizando assim, o sonho da elite brasileira em sentir-se em
Paris.
Nesta época as cidades ainda eram modestas, a população usufruía destes
espaços, parques e jardins, como forma de vitrine. Viam e eram vistos, passeavam
com seus chapéus, luvas e roupas impecáveis.
Com o desenvolvimento econômico do país, também os parques foram
adaptando-se às novas mudanças históricas, culturais e sociais.
No século XX, entre as décadas 20 e 30, com o crescimento dos centros
urbanos, a população solicitou espaços de lazer mais informais, que pudessem ser
freqüentados por pessoas de diferentes classes sociais, podendo praticar esportes,
e tendo praças com brinquedos para as crianças.
2.2.1 Características dos parques brasileiros: ♦ Eclético: Presente no final do século XIX até a década de 20, apresentando o
Estilo Geométrico, com formas geométricas, marcados por grandes eixos tendo
como exemplo os parques Parque do Museu do Ipiranga, em São Paulo e o
Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e o Estilo Romântico que imitava a natureza,
com caminhos sinuosos e plantas que se debruçavam sobre espelhos d’água,
como o Campo de Santana no Rio de Janeiro, o Parque da Luz e o Parque
Trianon em São Paulo.
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♦ Moderno: Nestes parques os caminhos já não são tão rígidos, a flora nativa é
valorizada, e é possível usufruir destes espaços para o lazer, esportes e encontro
com a família proporcionado por recantos com mesinhas e bancos. Como
exemplo, o Parque Ibirapuera em São Paulo.
♦ Contemporâneo: mesmo com a influência do estilo moderno, este estilo teve
maior representação na década de 80. As principais característica são os
desenhos arrojados nos pisos e a presença da preservação ecológica. Como
exemplo, o Parque Burle Marx e o Parque Morumbi, em São Paulo.
2.2.2 Alguns exemplos de parques urbanos brasileiros:
2.2.2.1 Parque Do Ibirapuera – São Paulo/SP Na década de 1920, o local que hoje abriga o parque do Ibirapuera não
passava de uma várzea, utilizada para a engorda do gado que ia para o matadouro
da Vila Mariana.
Em 1926, o prefeito Pires do Rio, antevendo a metrópole na qual São Paulo
se transformaria, decidiu fazer do local uma grande área verde e de lazer. Depois de
muitas brigas judiciais com famílias que reivindicavam a posse do terreno, o projeto
saiu do papel em 1951, sob o comando de Francisco “Ciccillo” Matarazzo. As obras
foram até 1954, ano do IV centenário de São Paulo.
Interligados por uma grande marquise, foram construídos dentro do parque
vários edifícios projetados por Oscar Niemeyer, enquanto a concepção paisagística
ficou a cargo de Roberto Burle Marx e Augusto Teixeira Mendes. Com o tempo, uma
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parte do parque acabou ocupada por entidades como os institutos Dante Pazzanese
e de Engenharia, além da Assembléia Legislativa e do Detran.
O Ibirapuera abriga obras de arte como o Monumento às Bandeiras, de Victor
Brecheret, e o Obelisco dos Heróis da Revolução de 32, de Amadeo Emendabile.
Em 1992 foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico,
Arquitetônico e Turístico do Estado.
Este parque é o mais conhecido e mais freqüentado de São Paulo,
alcançando um fluxo médio de 130 mil pessoas aos domingos. Em dias de grandes
shows na Praça da Paz, então, esse número pode dobrar. Mais do que uma área de
lazer na qual os usuários exercitam-se e buscam um maior contato com a natureza,
o parque é um dos maiores espaços culturais de São Paulo.
Nos seus 1,4 milhão de m² de área interna ao gradil, funcionam o Museu de
Arte Moderna de São Paulo, a Fundação Bienal de São Paulo, que realiza a sua
Bienal de Arte no Pavilhão Cicillo Matarazzo Sobrinho, o Museu de Arte
Contemporânea, mantido pela Universidade de São Paulo, a Pinacoteca no Parque
e o Pavilhão Japonês, obra doada pela colônia japonesa no quarto centenário da
cidade. O parque é também palco de shows todos os domingos, às 11h, na Praça
da Paz. Também estão lá os museus da Aeronáutica e do Folclore, a Escola
Municipal de Astrofísica e o Instituto do III Millenium, que oferecem cursos de
astronomia e informática, respectivamente.
O parque do Ibirapuera possui 150.000 m² de lagos, que atualmente estão
sendo despoluídos pela Sabesp, um milhão de metros quadrados de áreas verdes,
entre gramados, eucaliptais, jardins, bosques com árvores ornamentais, nativas e
exóticas, entrecortados por trilhas e pistas de corrida. Pelo menos 112 espécies de
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aves foram catalogadas no local, como coruja orelhuda, tuim, beija-flor-de-garganta-
roxa, risadinha e biguá, além de aves ornamentais como gansos, patos, marrecos, e
mamíferos, como o gambá.
Em uma área de 48.000 m², funciona o Viveiro Manequinho Lopes,
responsável pela produção de árvores e arbustos utilizados pela administração
pública nas ruas e avenidas da cidade. Manuel Lopes de Oliveira foi o funcionário
público que bem antes da criação do parque, em 1927, tomava conta da área e ali
plantou eucaliptos para drenar o solo alagadiço. Anos depois, implantou o viveiro
que ganhou o seu nome e foi embrião do parque.
2.2.2.2 Parque do Flamengo – Rio de Janeiro/RJ
O parque estende-se do Aeroporto Santos Dumont ao início da Praia de
Botafogo, foi construído em 1965, com uma área de 1.325.590m2. O projeto
paisagístico é de Roberto Burle Marx e os projetos de urbanização e equipamentos
são de Affonso Eduardo Reidy. Apresenta período paisagístico e linha projetual
Moderno, Lazer Interativo e Paisagismo Rodoviário. A concepção do Parque
Flamengo foi inovadora na composição paisagística (modernista/pictórica) e na
utilização em larga escala de espécies da flora nativa brasileira, sob a coordenação
de Roberto Burle-Marx, que empregou também espécies vegetais significativas de
todas as partes do mundo.
Apresenta um jardim monumental composto por plantas do mundo todo, com
maravilhosa vista da Baía de Guanabara, diversas esculturas e espaços de lazer,
destacando-se o Monumento à Estácio de Sá, de Lucio Costa, e o Museu de Arte
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Moderna. Setores esportivos com quadras de futebol, vôlei, basquete, tênis e
campos de futebol soçaite. E também teatro de marionetes, aeromodelismo e
modelismo naval, play-ground, ciclovia, praia do Flamengo, trilhas para caminhadas,
áreas para jogos e estar.
Apresentam locais representativos tais como, o Museu de Arte Moderna
e o Museu Carmem Miranda, de Afonso Eduardo Reidy, o Monumento aos Mortos
da 2ª Guerra Mundial de Marcos Konder Neto e Hélio Ribas Marinho, o Teatro de
Marionetes, de Carlos Werneck .
2.2.2.3 Parques das Mangabeiras - Belo Horizonte/MG
Localizado nas encostas da Serra do Curral, foi projetado pelo paisagista
Burle Marx e inaugurado em 1982. O Parque das Mangabeiras é um dos maiores
parques urbanos do país com matas que ocupam a maior parte dos seus 2.300.000
m2.
Além de funcionar como centro de pesquisa e de educação ambiental, aberto
a toda a comunidade, dispõe de variadas opções de lazer: quadras poliesportivas,
lagos artificiais, recreação infantil, lanchonetes e mata nativa. Para visitar o parque,
existem três opções: o Roteiro das Águas, o Roteiro da Mata e o Roteiro do Sol.
Logo na entrada, uma sala multimídia orienta os visitantes sobre as atrações do
local.
2.2.2.4 Parque Municipal América Renné Giannetti - Belo Horizonte/MG
21
Primeira área de lazer e contemplação da cidade, o Parque Municipal foi
inaugurado em 1897, na antiga "Chácara do Sapo", onde residia o engenheiro Aarão
Reis, responsável pelo planejamento da nova capital. Surgiu inspirado nos parques
franceses da Belle Époque, com roseiras e coreto.
Em meio a 180.000m2 de muito verde, estão mais de 50 espécies de árvores,
onde ficam diversos equipamentos de lazer: quadra de tênis, pista de patinação e de
cooper, aparelhos de ginástica, playground, bar, lanchonete, lagos com barco a
remo e pedalinhos, bosques, trilhas e jardins. Hoje, o espaço funciona também como
centro de educação ambiental. Outras atrações dentro do Parque Municipal são o
orquidário da cidade, o Teatro Francisco Nunes e o Palácio das Artes.
3 O PARQUE FARROUPILHA
Figura 1 - Vista área geral do Parque Farroupilha
3.1 Histórico
O Parque Farroupilha é o mais antigo dos parques de Porto Alegre. Teve
início em 24/10/1807 pelo Governador Paulo José da Silva Gama, quando tinha a
função de conservação do gado que abasteceria os açougues dos arredores. Mais
tarde esta área foi impedida de ser loteada e vendida (em 1826), por Dom Pedro I,
pois estava destinada ao exercícios militares.
Este parque ao longo do tempo teve várias denominações, inicialmente
Potreiro da Várzea ou ainda Campos da Várzea do Portão. Em 1867 Campos do
Bom Fim, pela proximidade da Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim. Os historiadores
apresentam três possibilidades para explicar a origem do nome “Parque da
Redenção”. A primeira seria que, em outubro de 1860, o Brasil esteve envolvido
numa guerra contra o Paraguai, em território inimigo, pela posse de uma ilha que os
brasileiros chamavam de “Redenção”. Ao vencer a batalha os gaúchos
23
comemoraram o feito nos “Campos da Várzea”, o qual passaram a chamar de
“Campos da Redenção” a partir desta data. Outra hipótese é que, durante esta
mesma guerra a cidade de Uruguaiana esteve tomada pelos inimigos e o nome
“Redenção” seria em homenagem à recuperação da cidade. Por último, seria que o
nome foi dado em homenagem à libertação dos escravos do terceiro distrito da
capital, em 1884, sendo que este nome, “Redenção” permanece até hoje como
"apelido".
O primeiro ajardinamento ocorreu por ocasião da Grande Exposição de 1901
no vértice próximo à Praça Argentina. Nesta época já existia na área do parque a
Escola Militar que foi fundada em 1872, e a Escola de Engenharia 1896. O Jornal A
LENTE publicou em 1884 uma charge criticando a dificuldade dos estudantes da
Escola Militar ao se deslocarem desde o portão até o seu estabelecimento de
ensino. Assim foi instalada no parque a primeira estação de transporte coletivo,
carros puxados a burro, da Companhia Carris de Ferro Porto-Alegrense. Seu
itinerário marginava o Campo da Redenção pela Avenida João Pessoa e concluía a
viagem no Arraial Menino Deus.
Após esta primeira valorização, o parque recebeu instalação de equipamentos
para corrida de cavalos em círculos, circo para tourada e o Velódromo da União
Velocipédica (cicltas). Em 1872 foi realizada a primeira corrida de cavalos em
círculo, prática introduzida por Luiz Jacome de Abreu e Souza, e em março de 1899
ocorreram duas grandes corridas promovidas pela União Velocipédica; uma de
Viamão a Porto Alegre e a outra de Belém a Porto Alegre.
24
As touradas eram um dos divertimentos mais atraentes e que mais
mobilizava a elite porto-alegrense do fim de século enquanto que as corridas de
cavalos eram freqüentadas por populares.
Na administração do Intendente José Montaury (1914), ocorreu um plano de
melhoramento e embelezamento da capital, elaborado pelo arquiteto João Moreira
Maciel. Neste plano ele propôs a divisão do parque em nove quarteirões, sendo que
o quarteirão demarcado por ocasião da Exposição de 1901 já se encontrava
ocupado pelo Instituto de Eletrotécnica, o Colégio Júlio de Castilhos (atual
Faculdade de Ciências Econômica e Faculdade de Direito) e a Faculdade de
Medicina.
O primeiro quarteirão, que foi ajardinado no ano de 1927, foi denominado de
Parque Paulo Gama, hoje conhecido como Roseiral.
Na administração do Prefeito Alberto Bins, década de 1930, foi contratado o
arquiteto e urbanista Alfredo Agache para elaborar o anteprojeto de ajardinamento
do Campo da Redenção, no qual recuperou a unidade da área, eliminando o
parcelamento do projeto anterior. Esta unidade foi adquirida através do eixo central,
criando um passeio e o grande lago proporcionando assim a integridade total
parque.
Para as comemorações do centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, foi
instalada uma exposição na área do parque, efetivando assim a ocupação global
deste espaço. No dia 19 de setembro de 1935 o Campo de Redenção recebeu a
denominação de Parque Farroupilha através do Decreto Municipal 307/35.
25
Na área do parque, também foram construídos o Estádio Ramiro Souto e o
Pavilhão Pará, que sitiou a Divisão de Parques e Jardins, até ser destruído pelo fogo
em 1970.
Dos 69 hectares, doados pelo Governador Paulo José da Silva Gama,
permanecem 40,01 como área de parque. Neste espaço encontramos parque de
diversões, passeios de trenzinhos elétricos, passeios de pedalinhos no lago, lojas de
conveniências e lancherias, cafeteria, posto da Brigada Militar, feira ecológica
(sábados), feira de artesanato e brique (domingos), posto de informações e
administração do parque.
Além destes serviços, o Parque apresenta vários locais como: Orquidário,
Mini-Zoológico, Recanto Alpino, Recanto Oriental, Recanto Europeu, Recanto Solar,
Recanto Roseiral, Fonte Luminosa, Espelho d’água, Ilhota, Mercado do Bom Fim,
Auditório Araújo Viana e trinta oito monumentos, entre eles, Monumento ao
Expedicionário, Fonte Francesa, Menino Nú, Gaúcho Oriental, Colônia Hebraica,
Colônia Sírio-libanesa, Alberto Bins e Paulo Gama (Anexo A).
O Parque Farroupilha é visitado por milhares de pessoas, principalmente nos
finais de semanas (400.000/mês). Este parque é considerado um dos principais
pontos turísticos da Capital Gaúcha, sendo premiado recentemente na categoria
“Área Pública” como Parque mais lembrado pela população, Top of Mind 2001 da
Revista Amanhã.
2. Pérgola: Abrigo ou caramanchão nos jardins, feito de madeira ou alvenaria, servindo de suporte à trepadeira; 3. Pagode: Templo pagão entre certos povos asiáticos.
26
3.2 Recantos do Parque
3.2.1 Recanto Europeu: Este recanto simula um jardim europeu, no qual encontra-se a Fonte
Francesa – chafariz de ferro, que foi doada pelo governo da França. Está disposta
no centro de uma área circundada por palmeiras-da-califórnia, que lembram um
oásis.
Apresenta pergolado2 romano, com colunas jônicas, pórtico triangular e
trepadeiras, fazendo parte do conjunto paisagístico árvores ciprestes e arbustos
esculpidos, sugerindo ao visitante a bela paisagem da velha Europa.
3.2.2 Recanto Oriental:
Apresenta um pagode3 contendo uma escultura de Buda e colunas orientais
constituindo o Templo de Buda.
No jardim encontra-se uma miniatura do vulcão Fuji-Yama, montanha sagrada
dos japoneses, lembrando a paisagem do oriente milenar. Existe também um lago
com a forma de um dragão, com pequenas pontes e taquaris no entorno.
3.2.3 Recanto Solar: Neste recanto encontra-se uma grande rosa dos ventos e um relógio solar
muito didático, com esferas de bronze nos pontos cardeais. Assim os visitantes
podem orientar-se em relação ao poente e nascente do sol.
27
3.2.4 Recanto Alpino: O recanto Alpino sugere ao visitante um singular refúgio nas montanhas dos
Alpes, com uma cabana feita de pedras envolta em trepadeiras, árvores e um
pequeno córrego.
3.2.5 Recanto Roseiral: Um grande espaço circular, cujos canteiros estão plantados com diversas
roseiras, e no centro está a fonte “O Menino da Cornucópia”.
3.2.6 Minizôo:
O Mini-zôológico está inserido no parque desde 1927, seu nome Mini-zôo
Palmira Gobbi Dias, homenageia a pioneira em Porto Alegre na luta pela
preservação da vida dos animais.
Em uma área de 2.400m2,, 18 viveiros abrigam cerca de trezentos animais de
várias espécies nativas do Rio Grande do Sul, entre répteis, mamíferos e aves
como: mico-prego, graxaim, coati, garça-moura, jacu-guaçu, marrecão, papagaio-
charão, saracura, gralha, chimango e carcará, entre outros.
3.2.7 Auditório Araújo Viana: Inaugurado em março de 1964, foi projetado pelos arquitetos Moacir Moojen
Marques e Carlos Maximiliano Fayet. Foi construído em substituição ao que havia
sido demolido na Praça Marechal Deodoro.
O nome Araújo Viana foi em homenagem ao compositor Sul-rio-grandense,
que, entre outras obras, compôs as óperas Carmela e o Rei Galaor.
28
Este auditório tem capacidade para 4.500 pessoas sentadas, com
equipamentos para cinema, concertos sinfônicos, de câmera e recitais, canto coral e
solistas. Existem dependências de bastidores para ensaios e camarins.
À esquerda da entrada principal encontra-se uma grande torre ornamental de
24 metros de altura encimada por farol giratório com feixe de luz de grande raio,
visível no céu de toda a cidade.
3.2.8 Orquidário: O orquidário iniciou suas atividades em 1952 com doações de orquidófilos
gaúchos e catarinenses, está localizado próximo ao lago.
Em 1953 o então Orquidário Farroupilha realizou a 1ª exposição Municipal de
orquídeas em conjunto com o Círculo gaúcho de orquidófilos. Neste mesmo ano,
pela lei n.º 1103 de 16 de outubro de 1953 recebeu a denominação de Orquidário
Municipal Gastão de Almeida Santos em homenagem ao diretor da Divisão de
Parques e Jardins, este responsável pelo ajardinamento do parque durante a
exposição do Centenário Farroupilha.
O orquidário conta hoje com cerca de 2.173 exemplares de 86 espécies do
mundo todo, que tem sua origem em subdivisões das plantas, doações de
orquidófilos amadores, doações de Sociedades Orquidófilas e também pelas
apreensões feitas pelo IBAMA.
Os objetivos deste orquidário são de congregar a comunidade orquidófila,
preservação das espécies, proporcionar ensinamentos sobre cultivo e realizar
mostras e exposições florais.
29
Os cursos têm como finalidade divulgar a prática da orquidofilia e
conscientizar da necessidade de preservação destas espécies.
Durante a semana da primavera e aniversário do parque, no mês de
setembro, é realizado no Orquidário Municipal Gastão de Almeida uma mostra floral,
onde são apresentadas as plantas em flor do orquidário e algumas emprestadas por
membros do Círculo Gaúcho de orquidófilos.
30
3.3 Projetos de Educação Ambiental do Parque
3.3.1 Conhecendo o Parque Farroupilha:
Este projeto tem como finalidade proporcionar as crianças que conheçam o
parque brincando, a partir de um jogo com dados. É utilizado mapa estilizado do
parque, com os pontos principais do parque localizados. Neste jogo a criança deve
percorrer todo a parque, iniciando na Administração, passando pelo lago, pelos
recantos, monumentos, auditório, espelho d’água, orquidário, minizôo e a chegada
no recanto Roseiral. (Anexo B)
3.3.2 Conversando com o Verde:
O projeto conversando com o verde tinha como objetivo proporcionar o
conhecimento das espécies de árvores existentes em uma determinada área do
parque. Para isso foi utilizada uma “cartilha” onde constava o mapa do parque e a
listagem com a descrição das espécies. Para a localização das árvores estas eram
numeradas em uma pedra colocada próximo da árvore e cada espécie era
identificada, através de seu número em uma listagem. (Anexo C)
Com este projeto era incentivado o cuidado com as árvores, salientando que
elas são seres vivos, esclarecendo a sua importância, não apenas para o Homem,
mas também para os outros animais. Este projeto não está sendo mais ministrado
no parque.
4 PERCEPÇÃO
4.1 Percepção Geral
Entendemos por percepção a interação do indivíduo com o seu meio. Este
envolvimento se dá através dos órgãos do sentido. Para que possamos realmente
PERCEBER, é necessário que tenhamos algum interesse ao objeto de percepção, e
esse interesse é baseado nos conhecimentos, cultura, ética, postura de cada um,
fazendo com que cada pessoa tenha uma percepção diferenciada para o mesmo
objeto.
Para Jun Okamoto, “sensacionam-se os estímulos do meio ambiente sem se
ter consciência disto. Pela mente seletiva, diante do bombardeio de estímulos, são
selecionados os aspectos de interesse ou que tenham chamado a atenção, e só aí
que ocorre a percepção (imagem) e a consciência (pensamento, sentimento),
resultando em uma resposta que conduz a um comportamento”.
O meio que nos rodeia está em constante modificação, estas são captadas
pelos órgãos do sentido, fazendo com que tomemos conhecimento do que acontece
à nossa volta (mundo exterior).
Como qualquer órgão do corpo humano, os órgãos do sentido também devem
ser estimulados para melhorar seu rendimento. Quando somos treinados podemos
ver algo que outros não vêem, podemos sentir e ouvir outros sabores e sons, que
não sejam os mesmos que todos estão sentindo ou ouvindo.
Os Seres humanos percebem através da visão, tato, olfato, gustação e
audição. Como todos os seres humanos compartilham dos mesmos órgãos do
32
sentido, tem percepções comuns à espécie, mesmo diferindo a sua cultura. Podendo
existir diferentes habilidades conforme a sua cultura.
Conforme Yi-Fu Tuan, “A percepção é uma atividade, um estender-se para o
mundo. Os órgãos dos sentidos são pouco eficazes quando não são ativamente
usados”.
O Homem é um animal predominantemente visual. A visão tem por peça
fundamental a retina que apresenta células cônicas, que distinguem as cores,
células com bastonetes, que captam as impressões luminosas e as formas dos
objetos, células nervosas, encarregadas de transmitirem as sensações e o cristalino
que por meio de acomodações focaliza a imagem. Yi-Fu Tuan, “o campo visual é
muito maior que o campo dos outros sentidos. Os objetos distantes somente podem
ser vistos; por isso temos a tendência de considerar os objetos vistos como
‘distantes’ não provocando nenhuma resposta emocional forte, embora possam estar
bem próximos de nós.”
Com o tato o Homem junta a precisão com a força, proporcionando assim
grande informação do seu meio.
A audição é pouco desenvolvida, pois não sendo necessária para a
sobrevivência do homem, não é estimulada. Tem por peças fundamentais o tímpano,
os três ossículos chamados martelo, bigorna e estribo, e a cavidade em forma de
caracol chamado de labirinto.
Para o olfato é utilizada uma placa nervosa situada internamente no alto do
nariz, com ele podemos atrair lembranças e recordações, mas o homem moderno
está a cada dia perdendo este sentido, deixando de cheirar, e quando sente odor,
33
geralmente, é de mau cheiro. Na identificação do gosto são usada as papilas
gustativas que estão localizadas na língua.
Todos os estímulos são interpretados no cérebro, os órgãos do sentido
recebem os estímulos de luz, som, gosto, cheiro, temperatura, dor, pressão e outros,
e os transmitem ao cérebro, através dos nervos sensoriais. O cérebro decodifica as
mensagens e produz as sensações.
Emmanuel Kant dizia que: “Não vemos a realidade como ela é, mas como nós
somos”.
Poder-se-ia acrescentar que agimos conforme pensamos, ou seja, tão
somente e em conformidade com o universo de nosso pensamento. Utilizamos o
sentido seletivo, segundo interesses, pensamentos, estado da alma, sentido
motivacional, expectativas do futuro e quase sempre atendendo ao sentido do
prazer.
Na nossa cultura o meio ambiente é algo que está muito longe de nós, está
“lá no mato”. Assim esquecemos que o meio ambiente é o que nos rodeia. É o ar
que respiramos, o sol que nos aquece, a chuva que nos proporciona a água e os
animais domésticos que nos rodeiam, não se restringindo à mata e os animais
silvestres.
Não temos, desta maneira, a consciência de preservar a natureza, não
entendendo que, quando estamos protegendo o nosso meio, estamos nos
protegendo, proporcionando que a “vida”, em todos os sentidos, possa existir.
Somente quando estivermos conscientes de que a vida, em toda a sua dimensão,
depende de nós, da nossa percepção dela, saberemos valorizá-la.
34
4.2 Percepção Ambiental
A maioria da população que vive nas grandes cidades do planeta tem pouco
contato com o chamado meio ambiente natural, no qual pode-se interagir com a
natureza, permanecendo, assim, como meros espectadores ou "telespectadores".
Os parques urbanos têm como finalidade proporcionar contato com a natureza,
evitando que as metrópoles se tornem 100% concreto.
Nas urbes, onde existem grandes concentrações de seres humanos, são
poucos ou inexistentes os espaços onde todos possam compartilhar da natureza. Na
maioria das vezes a população vive confinada em habitações que não são
adequadas, resultando, esta situação, na “domesticação” das crianças, que vivem
em espaços insuficientes para seu pleno crescimento físico e emocional. Nesta
“domesticação” a mídia é arma poderosa, pois em quase toda a sua totalidade tem
uma lógica que incentiva a competição em toda e qualquer área da vida, onde
sempre terá a vitória do mais forte, mesmo que este use de qualquer método para
alcançá-la. Assim o consumismo é legal ou até mesmo necessário, pois usa-se de
formas um tanto quanto indesejáveis para manipular seus consumidores. Neste meio
vale tudo para alcançar o sucesso ou estar dentro dos padrões por eles ditados.
Com tantos apelos o Homem muitas vezes deixa de viver a sua história para viver a
vida por eles “vendida”. Morin e Kern, 1995, “Assim a elevação dos níveis de vida
pode estar ligada à degradação da qualidade de vida. A multiplicação dos meios de
comunicações pode estar ligada ao empobrecimento das comunicações pessoais. O
indivíduo pode ser simultaneamente autônomo e atomizado, rei e objeto, soberano
de suas máquinas e manipulado/dominado por aquilo que domina”.
35
Portanto, muitas vezes não percebemos esta natureza que nos rodeia e nos
preocupamos mais com algo que está muito distante, mas que por algum motivo,
quase sempre, a mídia chamou a atenção. Muitas crianças conhecem animais
exóticos como elefantes e zebras, através da TV, e não conhecem uma simples
galinha, ou ainda as plantas da sua casa ou da sua rua.
Assim, acreditamos que a educação ambiental poderá ajudar as pessoas a
perceber mais o seu meio, conscientizando-se da necessidade de preservação.
Esta nova visão do seu meio só poderá se realizar através do conhecimento,
entendimento, integração e sobretudo do respeito pela natureza que os rodeia.
Müller, 1998, “Concebida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da
educação orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente
através de um enfoque transdisciplinar e de uma participação ativa e responsável de
cada indivíduo com a coletividade, a Educação Ambiental se caracteriza por
incorporar as dimensões éticas, sócio-econômicas, políticas, culturais e históricas no
processo de ensino e de aprendizagem”.
Hoje, mais do que nunca existe a necessidade de conscientizar os cidadãos
para uma mudança de paradigma em relação à educação ambiental. Esta
conscientização deve ter como foco principal as crianças.
Leonardo Boff, na palestra “Ética na Educação”. No Seminário Estadual de
Educação Popular, realizado no dia 22 de Maio de 2002 em Porto Alegre/RS,
confirma este novo paradigma ou nova ética, dizendo que a humanidade precisa de
uma nova ética que deve ter a sua centralidade na vida em todas as formas, e não
mais tendo a centralidade na economia. Esta nova ética deve conter:
36
• A Ética do Cuidado: Cuidado com o meio ambiente é igual ao cuidado com a
vida de todas as formas.
• A Ética da Responsabilidade: Agir de forma a não prejudicar absolutamente
nada e ninguém.
• Ética da Compaixão: Deixar que as coisas sejam, para eu me relacionar com
elas e alegrar-se com os outros.
Este novo paradigma é a forma que temos para proporcionar um meio
ambiente sustentável, pois com a postura existente hoje, será difícil que as novas
gerações desfrutem da grande biodiversidade existente no nosso planeta, pois esta
a cada ano vem sendo reduzida consideravelmente. Morin, 1995 “Estamos
irremediavelmente comprometidos na corrida ao cataclismo generalizado? De que
parto esperamos a saída? Ou continuaremos, aos trancos e barrancos, rumo à Idade
Média planetária nos conflitos regionais, nas crises sucessivas, nas desordens, nas
regressões – apenas com algumas ilhotas preservadas?...”.
Esta mudança de atitude deverá começar necessariamente pelas crianças,
porque elas são mais acessíveis, mais abertas para o novo. Devemos proporcionar a
elas acesso ao conhecimento, educação e a ética para que possam perceber e
conscientizar-se de que somente com a participação de todos poderemos ter um
futuro menos destruído.
Devemos proporcionar a estas crianças uma educação que esteja de acordo
com sua realidade e desejos, e acima de tudo mostrando caminhos onde já erramos
e outros nos quais temos mais chance de acertar. Nossas escolas ainda estão no
nível da repetição, onde o novo é visto como algo não confiável, os alunos com isso
37
tornam-se muito dependentes dos conhecimentos ou da vivência, do professor, não
buscando respostas e quase nunca formulando suas próprias questões.
Acreditamos que temos poucos caminhos por onde seguir se desejarmos que
haja realmente uma valoração do meio ambiente:
• O respeito a todo e qualquer ser vivo existente no planeta;
• Diminuição/melhor uso dos recursos naturais;
• Humanização do Seres Humanos, a ética;
• Tecnologia não mais voltada para o poder e sim com a finalidade de
conservar e preservar a nossa “CASA”. Como afirmou Leonardo Boff, na
palestra anteriormente citada, “70% da inteligência mundial é usada na
indústria bélica”.
Para isso, será necessário mostrar aos educadores que o seu papel é muito
importante, disponibilizando dados e conhecimentos, possibilitando assim que eles
comecem a pensar em como repassar as novas informações aos alunos.
Concomitantemente os alunos devem ser questionados sobre o que sabem e o que
gostariam de saber sobre o seu meio, possibilitando novos questionamentos a
respeito do seu habitat.
Os Projetos de Educação Ambiental devem trabalhar com base em dados
referentes à satisfação, insatisfação, julgamento e conduta de seu público alvo,
partindo da realidade desta população. Acreditamos, com isso, que poderá existir
sensibilidade e compreensão à respeito do MEIO AMBIENTE.
5 METODOLOGIA
5.1 Tipo de Estudo :
Trata-se de um estudo descritivo, onde a análise dos dados apresenta os
parâmetros de uma população. Trata-se de uma “fotografia” da situação.
5.2 População-alvo:
Definiu-se como população-alvo os usuários do Parque Farroupilha dos finais
de semana, de ambos os sexos e maiores de 10 anos. Esta população foi escolhida
devido a sua representatividade dentro do universo dos usuários do parque (maior
número de visitantes nos finais de semana).
5.3 Amostra:
A amostra foi construída aleatoriamente a partir de escolha simples. Trata-se
de uma amostra probabilística estratificada, em que o critério estrutural de
construção da mesma, foi através da identificação pontos estratégicos no parque,
resultando numa amostragem que cobre praticamente toda a área do parque.
Assim, a estratificação processou-se através da distribuição dos locais de
entrevistas em 03 pontos (Figura 2):
Ponto A = Expedicionário (Área na Av. José Bonifácio, entre o Monumento do
Expedicionário até a Av. Osvaldo Aranha).
Ponto B = Lago (Área entre o Espelho d’água e o lago, próximo ao Café do Parque)
39
Ponto C = Auditório Araújo Viana (Área ao redor do Auditório Araújo Viana,
compreendendo o recanto Solar, recanto Europeu, Av. Osvaldo Aranha e o Mercado
do Bom Fim).
Figura 2 - Mapa da região em torno do Parque Farroupilha Fonte: Mapa – CENTRO Porto Alegre – VJ Editores – Novembro de 2001
De forma a garantir a representatividade da amostra, procedeu-se à partilha
proporcional, ou seja, ao cálculo da amostra em cada ponto.
Com base na população alvo de aproximadamente 400.000/mês, conforme
dado disponibilizado pela Administração do parque, acreditamos que uma amostra
de 544 usuários será significativa.
40
5.4 Definição de conceitos e operacionalização das variáveis:
a) Tipo de questionário: Anônimo, voluntário, podendo ser preenchido tanto pelo
entrevistador quanto pelo entrevistado;
b) Áreas que contempla:
• Identificação do entrevistado: com perguntas fechadas;
• Sobre o Parque: com perguntas fechadas, simples e objetivas;
• Melhoria no Parque: com perguntas abertas.
5.5 Método de coleta de dados:
A coleta de dados foi realizada através de questionário estruturado com
perguntas fechadas e abertas (Anexo D), no período de maio a junho de 2002,
durante 04 finais de semanas, em dois turnos (manhã e tarde). Foi realizado um
teste de validação do questionário com 10 usuários do parque, no domingo anterior
ao início da pesquisa, sendo que os usuários envolvidos no teste de validação não
participaram da amostra.
Em cada turno foram realizadas entrevistas nos três pontos estabelecidos,
sendo estas realizadas por pessoas qualificadas (nível superior).
6 ANÁLISE DE RESULTADOS
6.1 Pesquisas Anteriores
Na década de 70, foi realizada pela Secretaria Municipal do Meio-Ambiente de
Porto Alegre, uma pesquisa no Parque Farroupilha que tinha como objetivo
determinar o perfil (características sociais e econômicas) dos usuários do parque.
Esta pesquisa foi realizada através de um questionário especial, aplicados por
estudantes do Curso Técnico em Turismo da Escola 1o. de Maio, de Porto
Alegre/RS. As questões existentes neste questionário referem-se ao pesquisado e
ao parque (finalidade do parque e sugestões).
À partir desta pesquisa foram feitas melhorias no parque com base nas
sugestões apresentadas.
Alguns resultados significativos:
• Idade dos pesquisados: 33,6% entre 21 e 30 anos, 30,9%, de 12 à 20 anos.
Concluindo-se que grande maioria dos usuários eram jovens.
• Sexo: cerca de 66,9% dos usuários eram do sexo masculino.
• Deslocamento: 71,7% não necessitavam de nenhum tipo de veículo para se
locomover, chegando no parque à pé. O bairro Bom Fim colaborava com
13,8% dos usuários diários, a Cidade Baixa com 9,7%, e o Centro com
10,5%. Os moradores de bairros distantes compareciam em maior número
somente nos finais de semana, principalmente no Domingo à tarde, e nos
feriados.
• Remuneração: observou-se que 35% dos usuários eram donas-de-casa ou
estudantes, 8,5% funcionários públicos e 7,2% profissionais liberais.
42
• Motivo pelo qual freqüentavam: 40% dos entrevistados iam ao parque para
passear, descansar, distrair-se, contato com área verde e tranqüilidade. Para
trânsito era usado por grande parte das pessoas durante os dias úteis,
principalmente por estudantes e trabalhadores das redondezas.
• Sugestões: verificou-se que 47% dos usuários estavam satisfeitos com as
condições do parque. Os pedidos por melhorias foram desde um campo de
nudismo até restaurantes. Outras sugestões importantes foram mais
equipamentos infantis e de esportes, mais policiamento, e melhor utilização
do auditório para espetáculos ao ar livre (nesta época a Auditório ainda era
aberto).
43
6.2 Resultados Obtidos
Usuários por Faixa Etária
3,3 3,6
20,6
64,3
11,6
56,1
19,021,6
10 - 15anos
16 - 21anos
22 - 50anos
acima de50 anos
Idade
Per
cent
ual
SábadosDomingos
Gráfico 1 – Usuários por Faixa Etária
Dentre a faixa etária dos usuários, pode-se concluir que a sua grande maioria
(56,1% e 64,3%) são adultos ( 22 a 50 anos). À diferença entre a pesquisa realizada
na década de 70, onde a maioria dos usuários eram jovens.
44
Usuários por Sexo
61,3
38,7
59,9
40,1
Feminino Masculino
Sexo
Per
cent
ual
SábadoDomingo
Gráfico 2 – Usuários por Sexo
Quanto ao sexo, na maioria são mulheres, entorno de 60% dos usuários.
Opondo-se a pesquisa anterior que 66,9% eram homens.
45
Usuários por Tamanho da Família
14,9
24,524,923,5
9,7
21,9 20,8
10,07,8
11,9
17,7
12,3
1 pessoa
2pessoas
3pessoas
4pessoas
5pessoas
acimade 5
Per
cent
ual
SábadoDomingo
Gráfico 3 – Usuários por Tamanho da Família
Podemos com esta pesquisa, confirmar que nas últimas décadas vem
diminuindo o número de filhos por casais, assim as famílias na sua maioria tem em
torno de 2 a 4 pessoas. Sendo também significativo o número de pessoas morando
sozinhas.
46
Usuários por Grau de Instrução
20,423,4
41,6
1,92,25,64,8
24,517,7
43,3
2,24,0
4,73,6
1ª à
7ª F
undam.
8ª F
undam.
1ª M
édio
2ª M
édio
3ª M
édio
Sup.Com
pleto
Sup.Inco
mpl.
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 4 – Usuários por Grau de Instrução
Os usuários na sua maioria (41,6% e 43,3%) concluíram o Ensino Médio,
sendo também significante os usuários que cursaram o Ensino Superior (concluíram
ou não).
47
Usuários por Freqüência
8,9
32,3
7,1
44,2
7,412,6
32,9
7,6
40,1
6,9
Uma vezmês
Uma vezsemana
mais umavez mês
mais umavez semana
menos umavez mês
Per
cent
ual
Sábados Domingos
Gráfico 5 – Usuários por Freqüência
Na sua maioria os usuários freqüentam o parque mais de uma vez por
semana, ou ainda uma vez por semana.
Usuários por Turno Freqüentado
49,8
29,233,6
16,4
33,837,2
Manhã Manhã/Tarde Tarde
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 6 – Usuários por Turno Freqüentado
48
Não existe preferência em relação ao turno, os usuários visitam o parque na
sua maioria de manhã e tarde.
Gráfico 7 – Usuários quanto à Segurança
Os usuários sentem-se muito seguros, sendo a grande maioria (68,8% e
61,4%). Somente a minoria sente-se pouco segura no parque.
Nesta questão é necessário esclarecer que estes usuários sentem-se seguros
nos finais de semana e durante o dia.
Usuários quanto à Segurança
25,7
68,8
5,6
33,2
61,4
5,4
Médio Muito Pouco
Per
cent
ual
Sábado Domingo
49
Gráfico 8 – Preocupação com o Meio-Ambiente
A questão ambiental é uma preocupação para quase 100% dos usuários.
Gráfico 9 – Educação Ambiental no Parque
Quase 100% dos usuários nunca participaram de programas de educação
ambiental promovidos pelo parque, por falta de oportunidade.
Participação em Programas de Educação Ambiental no Parque
92,2 96,8
7,83,2
Não Sim
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Preocupação com Meio-Ambiente
1,9
97,8
0,41,8
98,2
0,0
Médio Muita Pouca
Per
cent
ual
Sábado Domingo
50
Gráfico 10 – Uso das Lixeiras do Parque Os usuários na sua maioria (96,3% e 98,9%) responderam que usam as
lixeiras do parque. Quem coloca o lixo fora das lixeiras? Pois ao final do dia, nos
finais de semana, o parque está totalmente sujo.
Uso das Lixeiras do Parque
3,7
96,3
1,1
98,9
Não Sim
Per
cent
ual
Sábado Domingo
51
Gráfico 11 – Programas de Voluntariado
A grande maioria dos usuários está disposta a participar de programas de
voluntariado, na área de educação ambiental e para o melhoramento do parque.
Utilização das Pracinhas de Brinquedos
3,7
33,2
2,58,3
6,3
10,4
5,95,9
14,1
1,5
27,1
15,9
4,75,8
16,2
5,8
Util
izam
prac
inha
s
João
Pes
soa
Inst
ituto
Edu
c.
Pq.
Div
ers.
José
Bon
ifáci
o
Min
izôo
Ram
iroS
outo
Lago
Per
cent
ual
Sábado Domi ngo
Gráfico 12 – Utilização das Pracinhas de Brinquedos As praças existentes no parque são pouco utilizadas. Somente 30% dos
usuários as utilizam, sendo mais usadas a praça da José Bonifácio e a do Lago.
Disponibilidade para participação de Programas de Voluntariado no Parque
23,4
76,6
19,1
80,9
Não Sim
Per
cent
ual
Sábado Domingo
52
Lugares Especiais - Uso Regular
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
CF EF QV QB PE TZ PB BQ AA SR AB RE RA RS RO RS ZO OQ
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 13 – Lugares Especiais – Uso Regular Os lugares mais freqüentados pelos usuários são os recantos, zôo e o
orquidário, salientamos que somente 18% dos usuários costumam freqüentar
regularmente estes lugares (Anexo E).
53
Lugares Especiais - Uso Ocasional
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
CF EF QV QB PE TZ PB BQ AA SR AB RE RA RS RO RS ZO OQ
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 14 – Lugares Especiais – Uso Ocasional
Os usuários, na sua maioria, freqüentam ocasionalmente o pedalinho,
trenzinho, Auditório Araujo Viana e zôo (Anexo E).
54
Lugares Especiais - "Nunca Usou"
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
CF EF QV QB PE TZ PB BQ AA SR AB RE RA RS RO RS ZO OQ
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 15 – Lugares Especiais – “ Nunca Usou”
Entre os lugares mais citados que os visitantes do parque nunca usam, estão
as Escolinhas de Futebol, Brinquedoteca e a Sala Radamés Ignatali. O motivo
principal é o desconhecimento de tais áreas (Anexo E).
55
Lugares Especiais - "Ouviu Falar"
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
CF EF QV QB PE TZ PB BQ AA SR AB RE RA RS RO RS ZO OQ
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 16 – Lugares Especiais – “ Ouviu Falar”
Os lugares que os usuários somente ouviram falar são, principalmente, o
Campo de Futebol e a Associação de Bocha (Anexo E).
56
Usuários por Atividades no Parque
13,4
35,7
76,2
34,231,2
20,8
60,2 64,6
43,737,235,7
23,514,1
66,8
Recre
ação
Passe
io C
achorro
Ativ.co
m fa
mília
Ativ.cu
ltura
is
Contem
plar N
ature
za
Lugares
Esp
eciai
s
Esporte
s
Per
cent
uais
Sábado Domingo
Gráfico 17 – Usuários por Atividades no Parque
Neste caso observamos que as atividades exercidas pelos usuários são bem
diversificadas sendo Recreação e Esportes os mais citados. Entre os esportes a
caminhada é o mais usual.
57
Nível de Importância das Atividades para a Administração do Parque
87,7
0,8
91,8
0,6
86,2
1,2 1,811,3 7,412,4
10,1
87,8
Muito Médio Pouco
Per
cent
ual
Horticultura Manut.Geral Progr.Visitantes Segurança
Gráfico 18 – Nível de Importância das Atividades para a Administração do Parque
Para a grande maioria dos usuários os itens Manutenção da Horticultura,
Manutenção Geral, Programas para Visitantes e Segurança foram classificados
como “Muito Importantes” para a administração do parque. Foi observado que para
os usuários todos esses itens são essenciais para a conservação do parque (Anexo
D).
58
Aspectos a Serem Melhorados
14,1 13,0
4,7
10,8
26,0
2,6
6,7 7,4 5,28,28,2
26,0
11,6 11,9 10,1 10,8
2,2
5,4
Limpez
a
Animais
Manut.G
eral
Ativ.C
ultura
is
Prog.E
duc.Am
bienta
l
Iniciati
vas E
sporti
vas
Per
cent
uais
Sábado Domingo
Gráfico 19 – Aspectos a Serem Melhorados Nesta questão os usuários salientaram as melhorias desejadas:
♦ Para a grande maioria dos usuários o que precisa ser melhorado é a segurança;
neste item, segurança, diz respeito a horários e dias, nos quais os usuários têm
medo de usar o parque, principalmente nos dias de semana onde tem pouca
circulação de pessoas e a noite, além de não estar bem iluminado o parque é
freqüentado por garotos de programa, prostitutas e drogados, ocasionando assim
um risco para os visitantes dentro destes horários.
♦ O item limpeza foi abordado no sentido amplo, desde a limpeza das árvores
impregnadas por parasitas até os monumentos e estátuas. Salientamos também
o item manutenção geral que foi lembrado por muitos dos usuários.
♦ Os animais: Para uma boa parte dos usuários, tem que haver um regulamento
em relação aos animais que circulam pelo parque, pois existem animais
(perigosos) sendo conduzidos sem guia, e encontrados nas praças infantis,
59
principalmente cachorros. Há preocupação por parte dos usuários que trazem os
animais, eles solicitam que seja construído um lugar específico para os cachorros
(cachorródromo).
♦ Outros itens igualmente citados foram que a Administração do parque deveria
preocupar-se em incentivar os esportes, oportunizando campeonatos e também
atividades culturais.
♦ A preocupação em relação ao meio ambiente foi salientada pela maioria dos
usuários, demonstrando no item programas de educação ambiental, que os
mesmos estão dispostos a serem orientados a respeito de como preservar o
parque.
♦ Divulgação: Existe uma carência por parte de alguns usuários em ter um
conhecimento maior a respeito do parque, havendo necessidade de maior
divulgação do mesmo.
60
Equipamentos ou Atividades desejados14,9 14,9
7,1
0,73,3
1,12,62,9 4,1
5,9
1,43,6
0,72,5
5,4
9,7
14,1
7,6
Eq.Esp
ortes
Banheir
os
Bibliote
ca
Banco
s
Per
cent
ual
Sábado Domingo
Gráfico 20 – Equipamentos ou Atividades Desejados Os dois itens mais solicitados foram a volta do bicicletário (bicicletas para
aluguel), e equipamentos de ginástica e musculação.
Dentro do item equipamento para esporte foram solicitadas áreas para skate,
patins, rapel, quadra para vôlei de praia e até onda no lago para surf.
61
Importância do Parque para a Qualidade de Vida
84,4
2,2
83,0
3,2
12,6 11,9
Saúde Física eMental
Lazer Esportes
Per
cent
ual
SábadoDomingo
Gráfico 21 – Importância do Parque para a Qualidade de Vida
Para a grande maioria dos usuários o parque não é apenas um lugar de lazer
ou esporte e sim, um lugar que se encontra tranqüilidade, harmonia, ar puro, verde,
se relaxa do estresse diário, se encontra os amigos, se têm sintonia com a natureza
e se interage com a cultura local. Assim mais de 80% dos usuários responderam a
pergunta “Qual a importância do Parque para a qualidade de vida?”, com metáforas
tais como:
• “...é o quintal da minha casa!”
• “Pulmão da Cidade”
• “...é tudo para mim!”
• “...é vital!”
• “Refúgio para as pessoas”
62
Com relação aos bairros dos quais provêem os usuários do parque, os dados
confirmam a pesquisa anterior. Constatamos que existem representantes de quase
todos os bairros da cidade e também de cidades próximas, sendo que no sábado
foram tabulados 49 bairros diferentes e no domingo 81. Quanto as cidades
identificamos em média 11 cidades diferentes.
CONCLUSÃO
O Parque Farroupilha está presente na vida da capital gaúcha há muito tempo
e tornou-se um “ponto de encontro” de várias gerações ao longo dos anos.
Após tanto tempo de presença em nossas vidas, podemos perguntar:
♦ Quem são, atualmente, os usuários deste Parque?
♦ O que esperam e encontram nele?
♦ Como o percebem?
♦ Como ajudam na sua preservação?
Buscando responder, ainda que parcialmente, algumas destas questões,
surgiu a idéia da realização deste trabalho, cujo objetivo principal é realizar um
levantamento da percepção ambiental em relação ao Parque Farroupilha.
Após o estudo teórico e a análise de dados da pesquisa, constatamos, entre
outros aspectos, que os usuários do parque apresentam um alto grau de valoração
pelo mesmo, se preocupam com o meio ambiente e também demonstram disposição
em ajudar a administração do parque em programas de voluntariado.
Os principais motivos de valoração são: ser o parque mais antigo da cidade
(conforme os próprios usuários, visitado por seus pais e atualmente, por seus netos),
e ser freqüentado, sem nenhum tipo de discriminação, por todos os tipos de
pessoas, independente de classe social, cor, religião ou “tribos”. Desta maneira há
uma perfeita integração entre o parque e seus usuários que o percebem com
carinho e respeito.
64
Observamos que a grande maioria dos usuários está realmente preocupada
com o meio ambiente, preocupação esta que não é somente individual (de bem-
estar próprio), mas também com a coletividade. Existe uma preocupação com a
qualidade de vida e como melhorá-la. Evitar a exposição constante e cada vez maior
a alimentos, água e ar contaminados, e também o stress da vida moderna, tornam-
se questões essenciais a cada dia que passa.
Concretizando esta preocupação e buscando alternativas, os usuários do
Parque, na sua grande maioria, estão dispostos a colaborar em trabalhos voluntários
em Projetos de Educação Ambiental, melhorando o parque e, conseqüentemente, a
qualidade de vida de todos.
Após a coleta e análise dos dados da pesquisa verificamos a possibilidade
do aproveitamento dessas informações não apenas na área ambiental, como
também em outras áreas, devendo haver um novo redimensionamento dos dados
coletados conforme a área.
Observamos, por exemplo, que na área referente à educação, os usuários, na
sua grande maioria, completaram o Ensino Médio (antigo 2º Grau). Também é
significativo o número de usuários que possuem o Ensino Superior completo ou em
andamento. Foram poucos os usuários adultos que não completaram o Ensino
Médio. Devido, possivelmente, a este nível de escolaridade, existe o interesse em
um maior conhecimento dos aspectos culturais, históricos e ambientais do Parque
Farroupilha.
Na área social, observamos a necessidade de uma atenção especial em
relação as pessoas idosas. O isolamento destas pessoas, muitas delas morando
sozinhas, ocasiona uma grande necessidade de comunicação, refletindo-se no
65
tempo das entrevistas com este público, sempre acima da média, e também nos
assuntos abordados, que extrapolavam o âmbito do questionário. Isto justifica a
carência destas pessoas quanto à utilização do seu tempo ocioso, existindo a
necessidade de atividades de convívio social, cultural e, até mesmo, exercícios
físicos, específicos para esta faixa etária.
Concluindo, gostaríamos de salientar um aspecto muito positivo levantado
com este trabalho que é a preocupação demonstrada pelos usuários em relação ao
parque. Isso foi demonstrado pela maneira com que os usuários participaram da
pesquisa, espontaneamente e com satisfação, pois como foi por alguns verbalizado
é através da união das forças, como cidadão participativo, que é possível melhorar o
meio ambiente.
Acreditamos que este trabalho servirá, não apenas como base para futuros
projetos de Educação Ambiental no Parque Farroupilha, mas também como um
primeiro passo para termos dados concretos sobre a percepção em relação ao
mesmo, e com isso, planejar e executar ações neste contexto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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67
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ANEXOS
69
ANEXO A
70
ANEXO B
71
ANEXO C
72
ANEXO D
Questionário sobre o Parque Farroupilha – Redenção
Somente por razões de tabulação, favor fornecer as seguintes informações relativas a você ?
1. Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) 2. Idade : De 10 – 15 ( ) 16 – 21 ( ) 22 – 50 ( ) acima de 50 ( ) 3. Tamanho da sua família : incluindo você, quantas pessoas vivem na sua casa ? (marque uma) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) ou mais, quantos são................? 4. Qual é o bairro que você mora? ............................................... Cidade:........................................................ 5. Educação: • Ens.Fundamental: 1ªsérie ( ) 2ªsérie ( ) 3ªsérie ( ) 4ªsérie ( ) 5ªsérie ( ) 6ªsérie( ) 7ªsérie ( ) 8ªsérie ( ) • Ensino Médio: 1ª série ( ) 2ª série ( ) 3ª série ( ) • Ensino Superior: Completo ( ) Incompleto ( ) 6. Uso do Parque Farroupilha: 6.1. Você habitualmente freqüenta o Parque Farroupilha? Sim ( ) Não ( ) 6.2. Com que freqüência você habitualmente vem o Parque? (Assinale apenas uma) • Uma vez por semana ( ) Mais de uma vez por semana ( ) Uma vez ao mês ( ) Mais de uma vez ao mês ( ) 6.3. Qual o dia da semana em que você freqüenta o parque? • Segunda ( ) Terça ( ) Quarta ( ) Quinta ( ) Sexta ( ) Sábado ( ) Domingo ( ) 6.4. Você freqüenta o parque em que períodos? Manhã ( ) Tarde ( ) 6.5. Quanto você se sente seguro no Parque Farroupilha? • Manhã: Muito ( ) Médio ( ) Pouco ( ) Tarde: Muito ( ) Médio ( ) Pouco ( ) 6.6. Que tipo de atividades você participa quando visita o Parque? (Assinale todas que correspondam) • Recreação ( passear, sentar nos bancos, banho de sol, caminhar) ( ) Passeio com cachorro ( ) • Atividades com a família (piqueniques, levar as crianças a praça de brinquedos) ( ) • Atividades culturais/educacionais (jogos, concertos, shows, teatro, eventos educacionais) ( ) • Contemplar a natureza (animais, árvores, jardins, caminhadas ecológicas) ( ) • Equipamentos Especiais (restaurantes, bares, feira ecológica, brique, minizoológico) ( ) • Esportes/ativos: Corrida ( ) Caminhadas ( ) Bicicleta ( ) Vôlei ( ) Basquete ( ) Outros esportes ( ) 6.7. Você usa as pracinhas do parque? Sim ( ) Não ( ) 6.8. Qual é a praça de brinquedos que você usa ? (marque todas que correspondam ) • Próximo Av. João Pessoa ( ) Próximo Rua José Bonifácio ( ) Próximo ao lago ( ) • Próximo Instituto de Educação ( ) Próximo ao minizôo ( ) • Próximo ao parque de diversões ( ) Próximo a Rua Ramiro Souto ( )
73
6.9.Favor indicar abaixo se você ouviu falar ou usou estes programas ou lugares no parque. ( marque um item em cada)
Usa Usa Nunca Ouviu Regularmente Ocasionalmente Usou Falar • Campo de futebol .............................................. ( ) ( ) ( ) ( ) • Escolinha de futebol ......................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Quadras de vôlei................................................ ( ) ( ) ( ) ( ) • Quadras de basquete.......................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Pedalinhos................ ........................................ ( ) ( ) ( ) ( ) • Trenzinho........................................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Praça de brinquedos.......................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Brinquedoteca.................................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Auditório Araújo Viana...................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Sala Radamés..................................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Associação de bocha........................................... ( ) ( ) ( ) ( ) Recantos: • Europeu........................................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Alpino.............................................................. ( ) ( ) ( ) ( ) • Solar................................................................ ( ) ( ) ( ) ( ) • Oriental............................................................ ( ) ( ) ( ) ( ) • Roseiral............................................................ ( ) ( ) ( ) ( ) • Minizoológico............................................... ( ) ( ) ( ) ( ) • Orquidário......................................... ............ ( ) ( ) ( ) ( ) 7. Programas da administração do Parque: 7.1. Na sua opinião, das atividades mencionadas abaixo, que nível de importância para administração do Parque Farroupilha essas atividades deverá ter.
Muito Neutro Não é Importante Sem opinião Importante
Manutenção da Horticultura: • Cuidar da grama, arbustos e jardins.................................. ( ) ( ) ( ) • Fertilizar e podar as árvores ............................................ ( ) ( ) ( ) • Manter os equipamentos de esporte ................................. ( ) ( ) ( ) • Plantar flores .................................................................... ( ) ( ) ( ) Manutenção Geral : • Limpeza ............................................................................. ( ) ( ) ( ) • Conservação de estátuas e monumentos ............................ ( ) ( ) ( ) • Conservação dos caminhos e passeios................................ ( ) ( ) ( ) • Retirar o lixo....................................................................... ( ) ( ) ( ) • Remover os grafite (pichação) ........................................... ( ) ( ) ( ) • Restauração e manutenção dos bebedouros ....................... ( ) ( ) ( ) • Restauração e recolocação de bancos.................................. ( ) ( ) ( ) • Restauração e recolocação de lâmpadas .............................. ( ) ( ) ( ) Programas para visitantes: • Programas para escolares.................................................... ( ) ( ) ( ) • Programas para adolescentes.............................................. ( ) ( ) ( ) • Criar programas para voluntários....................................... ( ) ( ) ( ) • Proporcionar shows grátis.................................................. ( ) ( ) ( ) • Proporcionar estágios para adolescentes............................ ( ) ( ) ( ) • Apoio aos programas de fim de semana ............................ ( ) ( ) ( )
74
Segurança: • Melhorar iluminação ....................................................... ( ) ( ) ( ) • Melhorar sinalização (placas de orientação) .................... ( ) ( ) ( ) • Aumentar o número de patrulhas de segurança no parque ( ) ( ) ( ) 7.2. Se você fosse o administrador do parque e dispusesse R$ 1.000,00 (Hum mil reais) para administrá-lo
(investir ou mantê-lo), quanto você distribuiria para cada uma destas atividades? ( responda em reais e não em percentagem )
• Cuidado com a vegetação R$................... Manutenção Geral R$................. Segurança R$...................... • Programas para visitantes R$................ O total deve somar R$ 1.000,00 7.3.O que a administração do Parque Farroupilha deveria fazer para o Parque e não está fazendo agora? ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 7.4. Quais equipamentos ou atividades deveriam ser incorporados ao Parque Farroupilha, ou seja ser adquiridos pela administração? ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................................ 8. Se houvesse um programa de voluntários no Parque você gostaria de participar? Sim ( ) Não ( )
75
ANEXO E
TABELA DE REFERÊNCIA DOS LOCAIS - SIGLAS
Campo Futebol CF
Escolinha Futebol EF
Quadras de vôlei QV
Quadras de basquete QB
Pedalinho PE
Trenzinho TZ
Praça de Brinquedos PB
Brinquedoteca BQ
Auditório AA
Sala Radamés Ignatali SR
Associação de Bocha AB
Recanto Europeu RE
Recanto Alpino RA
Recanto Solar RS
Recanto Oriental RO
Roseiral RS
Mini-zôo ZO
Orquidário OQ
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