carta
Post on 27-Mar-2016
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Olá minha querida,
Não imaginas o quanto gosto de ti, verdade. Recebi as fotos; já são suficientes pra
lembrar bons momentos, mas tenho certeza que muito ainda está por vir, peço
também desculpas pela minha aparência nelas que, convenhamos, não é das
melhores.
É engraçado como sentimos falta do outro quando não o temos ao lado. São
muitas as coisas que gostaria de dividir, contar, discutir, e somente a convivência
diária viabilizaria repassá-las todas. Pena não ser possível ver-te quando em vez,
ou então em todos os momentos em que os pensamentos ternos que por ti tenho
afloram. Penso porém que podíamos nos falar mais.
Bom, já que a idéia é contar um pouquinho daqui e de mim, verei o que posso
fazer. Acabo de voltar do cinema, assisti Snatch, com o Brad Pitt, Benício del
Toro, e uma porrada de outros ótimos atores, estou em êxtase. O filme é ótimo,
mistura de recursos utilizados em Pulp Fiction, Face Off, e outros, mas ainda
assim tem um quê de original, sem mencionar Brad Pitt que é atualmente meu
ídolo, queria ser como ele...hehehe.
As novidades, porém, não são tantas. Meu curso anda, quer dizer rasteja, bem
desestimulante. Não vejo nada com que me identifique, apesar do papo furado de
primeira fase e tal, vamos ver o quanto agüento. Meu principal impasse é quanto a
possibilidade de poder estar cursando outra coisa, Produção Cultural talvez, não
sei, sinceramente.
Gostaria muito de uma visita sua, e confio bastante no meu poder de entretê-la por
aqui, ou em qualquer outro lugar. Na rodoviária no Rio, numa praia virgem, no
teatro, ou show do Dave, vai saber, mas é certo que nos divertiríamos e se não,
pararíamos, entreolharíamo-nos e só por isso notaríamos a insatisfação do outro.
Maneiras de entretenimento são infindas àqueles que se conhecem, sabem das
demandas do outro, e usam um pouquinho de imaginação...
Se escrevo de maneira desconcertante, gostaria que soubesses que meu intuito é
único de tocar-te, aproximar-me, mesmo que pouco, de ti. Peço que nunca te
acanhes por receber nada que escrevo, e nunca mesmo te sintas incapaz de me
dar um retorno. Palavras tem poder é verdade, mas podemos expressar o nosso
bem querer das mais singelas maneiras. Teus mornos sorrisos, as espontâneas
gargalhadas, o mistério que teus beijos guardam, quando chegam-me são tão
desconcertantes quanto qualquer palavra que possam deferir meus humildes
lábios.
Fico então por aqui, com a saudade de te fazer sorrir, despeço-me. Beijos singelos
como o amanhecer, o cantar de pássaros, o desabrochar de flores, como os
inúmeros, mas nem por isso menos fascinantes, acontecimentos de cada dia que
passam desapercebidos; espero no entanto que aí, no menor dos cantos, se
alojem os encantos que meus singelos beijos te querem proporcionar.
Saudades de estar junto de ti,
Gabriel.
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