campanha contra os agrotóxicos - cordel
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7/31/2019 Campanha contra os agrotxicos - CORDEL
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I
Vamos tratar de um assuntoTrazendo dele a verdadeMuito mal faz s pessoas
De qualquer sexo ou idade:O uso de agrotxicos
Traz risco Humanidade!
II
Nosso ambiente sofreDe enorme degradaoFaz mais de 500 anosDesde a Colonizao:
Das gentes aos ambientes,Quem perde nossa Nao.
III
A monocultura da canaCom mo-de-obra escrava
Faz ponte entre o latifndioE o agronegcio que arrasa.
Isso ontem como hojeA vida da gente atrasa.
IV
E a parece que o tempoMuito mesmo no andou:
Mudou a forma do dono,Mas no do trabalhador:Desde escravo at colonoOu pequeno agricultor.
abril/2011
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V
preciso ento pensarNos perigos que isso encerra:
Tirar do povo o direito gua, ao ar e terra!Alertar sobre a loucura
Que mata e que nos emperra.
VI
O uso dos agrotxicosNesse contexto recente
Obedece ditaduraDas empresas no Ocidente:
Vem desde a II GuerraE nos destri corpo e mente.
VII
O modelo baseadoNo veneno, monocultura,
Mecanizao pesada,Adubo qumico em cultura
a Revoluo VerdeChamada na agricultura.
VIII
(Aqui uma explicaoDe carter adicional:No se deve esquecerFAO e Banco Mundial
Os grandes difundidoresDessa modernidade fatal.)
IX
preciso esclarecerQue por aqui no BrasilFoi poltica de governo
Utilizar de um ardilPra fazer coro com o mundo
Nessa prtica to vil.
X
Pois na dcada de (19)60Para o crdito acessar
Era o agricultor obrigadoA agrotxicos comprar
(Chamados de defensivosPra seu impacto ocultar.)
XI
Os rumos da agriculturaComearam a mudar:Os alimentos da mesaSe passou a exportar
S a produo camponesaFica pros lados de c.
XII
Mesmo assim ainda obrigadaA tudo de ruim suportar.
A vizinhana dos grandesQuerendo lhe sufocar:Tratores, transgnicos, veneno
So difceis de enfrentar.
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6 XIII
Na produo pra exportarNo se pensa no localA riqueza produzida toda ela global!
Para o povo fcam dvidasE degradao social.
XIV
O contato com o agrotxicoPolui o meio ambienteContamina nossos rios
E destri enormemente
A vida de quem os usaNuma proporo crescente.
XV
Todo tipo de agrotxicoCausa contaminao
Das reas subterrneasAo ar livre sobre o cho:
Audes, rios, riachosTambm sofrem com a agresso.
XVI
No mundo 6 grandes empresasLucram com a permisso
De criar esses venenosSem pensar em soluoPro que fca em conseqncia
De tal contaminao.
XVII
Os dados so alarmantes,As cifras assustadoras:7 bilhes foi o lucro
Em dlares pras agressorasNo ano 2008
Vantagem bem promissora!
XVIII
No ano 20091 milho de toneladas
Despejadas pelos campos,Imagine essa cilada:
5 kg de venenoPor habitante no nada?!...
XIX
No custa ainda lembrar(E isso nunca demais)
Que a produo de alimentosTem 10 mil anos ou mais Mas o uso de agrotxicos
Nem 60 anos faz...
XX
Isso remete a um mercado(Que impossvel consentir!)De produtos que da guerra
Se viu poderem servirPra gerar dinheiro bea,
Vender muito e poluir.
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XXV
Insetos e plantas daninhasNo so o real problema:
A intensifcaoDa monocultura o dilema
Por isso o agronegcio deste cordel o tema.
XXVI
Muitos trabalhadoresJ morreram antes da horaPorque contraram cncerDoena que muito aora
Pelo uso de agrotxicos O que muita gente ignora.
XXVII
Quem se intoxica senteNusea, vmito e mal-estar;
Os agrotxicos causamTambm dor articular Em todo rgo do corpoAlgum sintoma ele d.
XXVIII
Eles tambm contaminamO solo e o lenol fretico
As empresas fabricantesTm um lucro muito prtico.Nessa explorao, vocNo pode fcar aptico!
XXI
So inseticidas, soFungicidas, herbicidas,
Tantos cidas, formicidas,Acaricidas, pois no.
Nemati e rodenticidas,moluscidas e assim vo!
XXII
Reguladores, ainda,E os que inibem o crescimento.
1458 produtosAtivos uns 400
Ingredientes que formamEsse mercado estupendo!
XXIII
preciso, no entanto,No deixar de observar
O crculo viciosoQue se comea a formar:Veneno-praga-venenoBoa coisa no vai dar...
XXIV
Pois desde que o mundo mundoQue os insetos nele esto
E quem derrota um inseto o inseto seu irmo Controle natural se chama
A esse tipo de ao.
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0 XXIX
Pois esse lucro se deveA uma ambio demente:
O veneno cai no rio,Prejudica peixe e gente!
A gua contaminadaDeixa o povo doente.
XXX
Os problemas de sadePodem ter mais de uma razo
Mas no se pode esquecerEssa determinao:
Agrotxicos contaminamTodo o seu raio de ao.
XXXI
E fcam para o EstadoOs problemas de sade
As empresas nesse aspectoNo tomam nenhuma atitude!
O que fazem s dizer:Adoeceu, que se cuide!!!
XXXII
H muita gente l foraQuerendo colocao!
Dizem pro trabalhadorQue faa reclamao.Nem atestado permitem:Parece uma escravido!
XXXIII
Ainda pra completarEsse cenrio terrvel
No podemos no contarUma coisa que incrvel:Esses venenos no pagam
Impostos isso possvel?...
XXXIV
Pois se tudo paga taxaPra se comercializar,
Como que c os agrotxicosEssa regra no se d?
Acontece no BrasilE tambm no Cear.
XXXV
Em consumo de agrotxicoO pas campeo!
E no Estado quem vendeTem do imposto iseno:
No paga ICMSPra comercializao.
XXXVI
As isenes, no entanto,No justifcam seus fns:
H decretos e convniosDispensando PIS, COFINS,IPI, tambm PASEP
E outras coisas afns!...
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2 XXXVII
E sobre as negociadasDvidas do setor?!
Sobre os ombros do BrasilPesam mais do que um trator!So bilhes que o agronegcio
Deve ao Estado-credor...
XXXVIII
Como que, ento, o povoDiante disso no diz nada?!
A populao estPela propaganda enganada?...(Pois conta maior quem paga quem permanece calada!)
XXXIX
Por isso que na ChapadaChamada do ApodiZ Maria protestou
Contra essa agresso ali:Pulverizao area
Matando o povo dali.
XL
Fez um movimento forteContra aquilo que chegou
Em Limoeiro do NorteFoi uma voz que bradouDefendendo o ambiente,
Empresas denunciou.
XLI
Uma lei ele apoiouNa Cmara Municipal Importante passo dado
Nessa luta desigual:Juntou povo e entidades
Para poder ter aval.
XLII
A lei mandava pararCom a pulverizao,
Pois veneno espalhavaSobre a populao:
Homem mulher e meninogua planta bicho e cho!
XLIII
A lei, porm, no durouPela articulao
Do poder do agronegcioCom a elite da regio
Mas foi um grande alvorooConseguir revogao!...
XLIV
O ambientalista lutouContra esse grande mal:
O uso de agrotxicosE a injustia social
Isso a morte lhe causouMas foi deixado um sinal.
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4 XLV
Todo dia 21Se juntam os movimentos
Pra lembrar dessa injustiaAinda sem punimento:De Z Maria, a morte;
Da Chapada, o sofrimento.
XLVI
Como o fato que sabidoDe um jovem trabalhador
Que aos 29 morreuDeixando famlia e dor
Por lidar com agrotxicosNa frma que o empregou.
XLVII
O Brasil o pasQue mais agrotxico usa:
Com a omisso dos governos,Muita empresa dele abusa Porm chegou o momentoDe expressar nossa recusa.
XLVIII
Basta de ser exploradoPelo imperialismo!
Produzir s pra exportarVai nos levar ao abismo O agronegcio segue
A lgica do capitalismo.
XLIX
A nossa soberaniaPrecisa ser respeitada
Quem produz com agrotxicosQuer o seu lucro e mais nada
A segurana alimentarEst muito ameaada.
L
Vamos lembrar que a ChapadaTem uma longa tradioDe histria e resistncia
Escrita na imensido
Do Vale do Jaguaribe,Essa nossa regio.
LI
Desde a Guerra dos BrbarosCom o avano do invasorSobre as terras indgenas
Queria o agressorIgnorar as conquistasDo povo trabalhador.
LII
So conquistas singularesMas que dizem da cultura:
A convivncia com os paresO jeito da agricultura Governos aps governosDestroem essa estrutura.
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6 LIII
Promete-se desenvolvimentoFala-se em emprego e rendaMas traz-se mais sofrimentoFaz que o povo se arrependa
De ter acreditado nissoComo se fosse oferenda...
LIV
Por isso vamos plantarSem veneno e produzir
Alimentos mais saudveisProntos pra consumirCom a agroecologiaSem a vida destruir.
LV
Porque preciso saberO que traz soberania:
o modelo agronegcioOu a agroecologia?...
Essa questo, minha gente,Muit@s de ns desafa!
LVI
O futuro do planetaDepende da humanidade
Precisamos construirVida com mais qualidadeTratar os seres da terraCom menos brutalidade.
LVII
necessrio reverO jeito de produzir
E mudar radicalmenteA forma de consumir
Um mundo mais sustentvelNs devemos construir.
LVIII
No vamos usar venenoNo solo e nas plantaesMas cuidar da naturezaSem fazer devastaesHoje a natureza berra
Vamos preservar a terraPara as prximas geraes.
LIX
Pressionar o agronegcioUsar a legislao
Fazer valer os direitosDa nossa populao
Cobrar o que est escritoDos governos como dito
Pela Constituio.
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8 LX
Necessrio pra esse intento a mobilizao:
Venha fazer movimento!Botar o mundo em ao!Gente junta o fermentoPra mudar esse momento,
Construir outra Nao!
Nopulverizao
PorumBr
asil
livrede
agrotxicos!
Ficha Tcnica
Autor
rogaciano oliveira
Co-autora
gigi castro
Programao grfca
mayara melo
Ilustraes
macos vencius
Finalizao
srgio paulo azevedo
Impressoexpresso grfca e editora
tiragem
10.000 exemplares
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