caderno de tipografia 12
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Cadernos de Tipografia e Design, n
October 11th - November 23th, 2008:
An exhibition with 100 designs by Wim
Crouwel celebrating his 80th birthday and
also celebrating 20 years Nijhof & Lee, at
Vivid Gallery, Rotterdam. The exhibition
will be accompanied by an illustrated
catalogue designed by David Quay.
12
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Cadernos de Tipografia e Design / Nr. 12 / Outubro de 2008 / Pgina 2
Ficha tcnicaOs Cadernos de Tipografia e Design so redigidos,paginados e publicados por Paulo Heitlinger;
so igualmente propriedade intelectual deste
editor. Qualquer comunicao dirig ida ao editor
calnias, louvores, ofertas de dinheiro ou outros
valores, propostas de suborno, etc.
info.tipografia@gmail.com.
Os Cadernos esto abertos mais ampla
part icipao de colaboradores, quer regulares,
quer episdicos, que queiram ver os seus artigos e
as suas opinies di fundidos por este meio.
Os artigos assinalados com o nome do(s) seu(s)
autor(es) so da responsabilidade desse(s)mesmo(s) autor(es) e tambm sua
propriedade intelectual.
Conforme o nome indica, os Cadernos de Tipografia
e Design incidem sobre temas relacionados com
a Tipografia, o typeface design, o design grfico,
e a anlise social e cultural dos fenmenos rela-cionados com a visualizao, edio, publicao e
reproduo de textos, smbolos e imagens.
Os Cadernos, publicados em portugus, e tambm
em brasileiro, castelhano, galego ou catalo, diri-
gem os seus temas a leitores em Portugal, Brasil,
Espanha e Amrica Latina.
Os Cadernos de Tipografia no professam qualquer
orientao nacionalista, chauvinista, partidria,
religiosa, misticista ou obscurantista. Tambm no
discutimos temas pseudo-cientficos, como a Semi-
tica, por exemplo.
Em 2008, a distribuio feita grtis, pordivulgao do PDF posto disposio do pblico
interessado em www.tipografos.net/cadernos
2007,8 by Paulo Heitlinger. All r ights reserved.
80Ser o typefae deign uma garantia de longevida-
de? Se olharmo para a biografia de Wim Crou-
wel, Hermann Zapf e Kurt Weidemann, pare-
e bem que im. Poi todo ele ontinuam de boa
ade e ainda eso acivo na ua profio. am-
bm Adrian Frutiger (j fesejou o oitenta) e G.G.
Lange (a aminho do noventa) pareem provar
que quem deenha tipo, pode viver eternamente!
Comprove-o na pgina dese Caderno.
TemasAdobe lana CS vero .................................. ...............
Epidemia Deign .................................... ..........................
ipografia argentina .......................................................Sreen font em Loul ..................................... ................
Wim Crouwel ................................... ...............
O monge da ipografia...................................................
Kurt , o perpiaz .................................... .........................
Zapf, o diligente ............................... ................................
Book Wonderful! ............................................................
Um lifesyle magazine do ano ..........................
Manurito hebraio na Pennula Ibria .......
Prototipgrafo judeu em Epanha e Portugal ..
Online? San? Qualidade? Inunbulo eImpreo Raro em bibliotea portuguea .... .
O amor de Joo ao livro antigo ........................
XML, dez ano depoi ................................ ...................
Annio ..........................................................................
mailto:info.tipografia@gmail.comhttp://tipografos.net/http://tipografos.net/mailto:info.tipografia@gmail.com -
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A Adobe apresentou a sua nova suite 4, com
nova cara. A empresa californiana
presenteou-nos com muitas novidades:
Adobe Photoshop CS 4 (edio debitmaps)
Aelerao grfia via GPU, zoom mai uave.
Ferramenta Content-Aware Saling:
reompe imagen em tempo real enquanto
o redimenionada, mantendo elemento
vitai da ompoio.Novo painel de ajuse no-desrutivo.
Pintura e ompoie em modelo D,
inluiv om apliao de textura D.
Canva rotativo.
Reuro de auto-alinhamento e auto-
melagem de layer para panorama em
.
Correo de ore melhorada. Melhor
integrao om o Photohop Lightroom. Nova
interfae om aba e janela que oupa da
rea de trabalho.
Bridge CS4 (para que serve?)Com uma performane melhor e agilidade na
tranfernia de imagen para o Photohop.
Illustrator CS4 (edio de vectores)Nova ferramenta Blob, para deenho mai
naturai.
Suporte a projeco om mltipla pgina via
rop de Artboard.
Habilidade de riar gradiente elptio e om
tranparnia.
Melhoria na Smart Guide.
Integrao do Kuler na funionalidade Live
Color.
Modo de iolamento de objeco aprimorado.
InDesign CS4 (paginao e tipografia)Chegada do IDML (InDeign MarkupLanguage), repreentao XML de
doumento do InDeign.
Nova ferramenta Live Preflight paraidentifiao de erro de produo em deign.
Painel de Link peronalizavel.
Exportao de arquivo XFL e integrao
om o Flah CS
Profeional para a adio de interatividade,
animae e navegao.
Nova opo Conditional ext poibilita a
riao de mltipla edie de um memo
doumento, ptimo para a gerao de vere
em outro idioma.Reuro Cro-Referene failita a geso
de doumento om formulrio longo.
Dreamweaver CS4 (edio html, web)Pr-viualizao (Live View) mai preia,
inluiv om tese de interae.
O isema de renderizao WebKit, do Safari.
Novo reuro Related File e Code
Navigator aprimoram o proeo de
trabalhar om ite e digo de doumento
que inluam arquivo CSS externo,
bibliotea JavaSript, fiheiro onecado e/
ou digo erver-ide.
rabalho om esilo CSS aprimorado,
redireionamento automtio para a regra
e parmetro relaionado. Integrao om o
Photohop via Smart Objec.
Flash CS4 Professional (animaes)Novo modelo de animae elimina
neeidade de inero manual de keyframe
e ajuse de tween.
Nova apaidade de tranformao de
objeco D.
Interfae unifiada om outro programa
CS e nova ope de exportao.
Suporte ao XFL para abertura de doumento
do After Effec e InDeign direcamente no
Flah.
Premiere Pro CS4 (edio de video)Vria melhoria no fluxo de trabalho.
Suporte a nova mara e formato de vdeo.
Adobe lana CS verso 4
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Codifiao e exportao de projeco em
maa via Adobe Media Enoder.
Reuro Speeh Searh, para pequia em
vdeo via identifiao de udio.
After Effects CS4 (special effects)Habilidade de realizar bua em linha do
tempo e projeco.
Importao e animao de Layer D do
Photohop.
Integrao mai profunda om o Flah CS
Profeional.
Soundbooth CS4 (edio de audio)Suporte de mltipla faixa.
Reuro para nivelamento automtio de
volume atrav de mltipla entrada e
altifalante.
ese de odifiao MP em tempo real para
ada.
Speeh Searh, para bua de texto em
udio.
Device Central CS4 (bibliotecas)Mai de novo aparelho inludo.
Aeo a bibliotea virtuai om
informae de fabriante de aparelho.
Proeo de tese automatizado via ript.
Poibilitade de exportar proeo em
reen-hot ou video H..
Epidemia Design com enorme prazer que convidamos voc para
fazer parte dessa febre que est tomando conta detodos. Uma epidemia que ir contaminar todos com
o Design. Essa disseminao est contagiando cada
vez mais pessoas, que hoje focam seus olhares no
Centro Drago do Mar de Arte e Cultura -
Fortaleza/Cear, nos dias 05, 06, 07 e 08 de
Novembro.
Datas em que acontecer o Epidemia Design-
evento para disseminar a Cultura do Design e
incentivo novas ideias, conceitos e estmulos para
os profissionais da rea ou reas afins, empresrios e
estudantes de design e reas afins.O Epidemia Design um evento organizado por
estudantes de design da FANOR- Faculdades
Nordeste e apoiado por alguns professores. Porm
busca agregar pessoas de qualquer outra faculdade,
cidade, estado, enfim, qualquer um que sinta a
vontade de ser contaminado.
Se voc possui uma marca ou um produto que tem o
design como diferencial, ento voc poder fazer
parte do bazar. O bazar uma feira onde os
participantes tero um espao cedido pelo evento
para expor e comercializar seus produtos.
O bazar acontecer nos dias 5, 6 e 7 de novembro (
noite), e estar localizado no Espao Mix do Drago
do Mar, local onde acontecer o evento durante a
semana (bazar, exposio e palestras sero l).
Portanto tudo estar concentrado l e qualquer
pessoa, seja ela participante do evento ou no,
poder circular pelo local e adquirir os produtos l
expostos. Para mais informaes acesse o blog do
evento e acompanhe os detalhes:
www.epidemiadesign.blogspot.com
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Tipografia argentina
De Jose Scaglione recebemos a seguinte mensagem:
Griselda Flesler y Rubn Fontana estn trabajando en
forma conjunta con un grupo de colaboradores en la
edicin de un libro que pretende explorar la historia
tipogrfica Argentina en su complejidad, y dar cuenta de
las formas que adopt la prctica tipogrfica, de sus
mltiples cruces con otros campos profesionales y de
las condiciones contextuales que incidieron en ella.
Asimismo intenta establecer un puente entre las
generaciones precedentes que actuaron hasta
comienzos de los aos 50 del siglo xx y el momento
actual, que desde los 80 es regido por la educacin
sistemtica y universitaria de la disciplina.
Para uno de los captulos de ste trabajo estoy
realizando un trabajo de compilacin de tipografas
realizadas por profesionales argentinos. Las fuentes que
se seleccionen sern publicadas en el libro con mencin
de su autor y una breve memoria del proyecto.
Es por este motivo que me gustara convocar a aquellos
diseadores argentinos que hayan diseado tipografas,
aun si estas no fueron publicadas, a que se pongan en
contacto conmigo para coordinar una posiblepublicacin de dichos trabajos en este libro.
Por favor contactarme en forma directa a estas
direcciones de correo para obtener mas informacin
sobre el proyecto.
jose@type-together.com
info@josescaglione.com
Screen fonts em Loul
No INUAF, em Loul, Algarve, Paulo Heitlinger far no
dia 24 do corrente ms, s 19:30, uma apresentao como titulo Dos screen fonts Gtica Rotunda.
Comeando com uma discusso das particularidades
especficas dos screen fonts legibilidade, hinting, font
smooting, bitmap fonts, etc, a retrospectica que se
segue a esta temtica relata as perdas de qualidade
tipogrfica verificadas quando da transio de uma
tecnologia tipogrfica para a prxima.
Seguindo o trajecto histrico da Escrita manual,
Fundio de Tipos e composio manual de caractres
de chumbo, Linotipia, Fotocomposio, e, finalmente, o
Digital Typefacing, Paulo Heitlinger aborda os dficits
registados quando da introduo de novas
tecnologias e a forma como esses problemas foram
superados. As tecnologias do Kerning e Hinting, os
Bitmap fonts, as fontes vectoriais e os potenciais do
formato OpenType sero analizados e demonstrados.
1 Feira do Livro deJaguarina
22 a 26 de Outubro de 2008
Parque Santa Maria, Jaguarina - SP
10:00 s 22:00 h
A 1 Feira Nacional do Livro de Jaguarina nasce como
uma das maiores feiras a cu aberto do Brasil, num
espao de 24 mil m, sendo 5 mil m de rea coberta.
Programado para acontecer entre os dias 22 e 26 de
outubro (quarta-feira a domingo), sempre das
10h00 s 22h00, no Parque Santa Maria, em Jaguarina.O evento tem como grande objectivo social actuar
como disseminador e incentivador da cultura e
educao por meio da literatura em toda a regio.
Pensando na valorizao da cultura brasileira, a
organizao promove o evento com entrada franca.
A Feira reunir diversas actividades culturais
para crianas, jovens e adultos dos mais diversos
segmentos, promovendo a venda de livros, exposies,
workshops, palestras, oficinas, concurso cultural,
apresentaes artstico-culturais com ar tistas derenome nacional, alm de artistas regionais.
http://www.feiradolivrodejaguariuna.com.br
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To celebrate the 80thbirthday of Wim Crouwel
and the 20 years of Nijhof & Lee, Vivid
Gallery in Rotterdam organises the exhibition
80 | 20 | 100
One hundred works by Crouwel will be on
display. For this, Vivid Gallery made a
selection out of the superb Crouwel collection
of Frank Nijhof and Warren Lee. The
exhibition will be accompanied by a fully
illustrated catalogue designed by David Quay.
Wim Crouwel i a deigner, artis, pro-
feor and mueum direcor. Hi long
and rih areer inlude esablihing
a sudio with the indusrial deigner Kho Liang
Ie (www.kholiangie.nl). He wa reponible for
many poser and atalogue of the Van Abbe
Mueum in Eindhoven and the Stedelijk Mueum
in Amserdam from till .
Crouwel ofounded otal Deign, the firs
multi-diiplinary deign sudio in the Nether-
land, whih beame a dominant fore in Duth
graphi deign. Crouwel and hi olleague had
influene on the national and ultural identity
of the Netherland. In Crouwel deigned
the font New Alphabet; he extended the grid to
beome a matrix within whih letterform were
onsruced a unit on a grid.
Beginning in Crouwel sarted teahing
part time at the Delft ehnial Univerity, and
in , he left otal Deign to be a full time pro-
feor. In he beame the direcor of the
Mueum Boijman van Beuningen, Rotterdam
and alo held the Private Chair at Eramu Uni-
verity, Rotterdam (-). Nowaday Crouwel
i sill working a a deigner, primary deigning
important art exhibition like the Vereniging
Rembrandt exhibition in the van Gogh Mueumin Amserdam alo opening in Ocober thi year.
Nijhof & Lee, a buine for new and anti-
quarian book, wa founded by Frank Nijhof
and Warren Lee in . Te hop i ituated in
the Staalsraat in the hisorial entre of Am-
terdam, near the Waterlooplein market and
City Hall/Opera houe. Speialied in book on
fine art, photography and deign the hop ha
beome the peialis in the field of graphi
deign and typography, with a ollecion of newand antiquarian book unique for the Nether-
land. Nijhof & Lee alo arrie a large olle-
tion of poser by Duth graphi deigner of the
eond half of the twentieth entury.
Vivid Gallery
William Boothlaan a
NL- VH Rotterdam
Te Netherland
+ []
Opening hour: ueday - Sunday, - pm
www.vividvormgeving.nl
Wim Crouwel 80 20 100
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O monge daTipografia graphi deigner, typefae deigner, formador
e urador de expoie. Foi direcor do reputa-
do Mueum Boyman-van Beuningen em Roter-
do. Quem viu o filme Helvetia apreiou (ou
no) o eu depoiamento a favor da famoa letra
ua. Fundou o famoo atelier otal Deign.
Hoje, o holand Wilm Hendrik Crouwel (nai-
do em Groningen, ), volta a er alvo de home-
nagen, omo o ao da importante expoio
montada na Galeria Vivid, em Roterdo (pgina
anterior).Para algun, Wim Crouwel, tambm onhe-
ido por Mr. Gridnik, tem esatuto de ulto;
moda dar-lhe j piropo omo o de Papa da ipo-
grafia Moderna. Esa honra o tanto mai
impreionante quanto ao faco que o typefae
deign do famoo holand puramente onei-
tual, aqutio e formal, negando qualquer preo-
upao pela legibilidade e uabilidade rit-
rio que no aosummo a exigir a uma boa
tipografia.
Comparando o eu deign de letra experi-
mentai om o da fina-flor do typefae deign
holand ontemporneo itando nome
badalado omo Frank E. Blokland, Erik van
Blokland, Petr van Blokland, Jelle Boma, Jo
Buivenga, Bram de Doe, Lua de Groot, Jan
van Krimpen, Martin Majoor, Chrisoph Noor-
dzij, Gerrit Noordzij, Peter Matthia Noordzij,Albert-Jan Pool, Jus van Roum, Fred Smeijer,
Gerard Unger verifiamo rapidamente que a
afinidade o pratiamente ...nula.
Wim Crouwel. Foto: Xavier Encinas
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Contudo, e formo pequiar um pouo
mai atr, perebemo que Wim Crouwel mo-
tra uma relao intena om o trabalho expe-
rimental deenvolvido pelo ampeo do movi-
mento vanguardisa De Stijl, Teo van Doeburg
(-). E perebemo tambm que Crou-
wel ontinuou a experimentao onduzida naBauhau no ampo do alfabeto elementare,
amplamente diutido no Caderno de ipo-
grafia Nr. . Ser poi ea a razo da devoo
mosrada por tanto entuiasa da obra dese
experimentalisa, oniderado um do one
do deign holand ontemporneo, onheido
pela ua isemtia abordagem do deenho da
forma da letra, que, e quiermo er impti-
o, nuna deixou de er humorsia e ldia.
Num intereante e eluidativa entrevisa
patente no Youube.om, Crouwel alienta a ua
abordagem onsrutivisa ao deenho de letra,
ignorando a evoluo hisria e onentrado-
e em exerio metdio e formai.
O fanio exerido pelo alfabeto elemen-
tare, por aracre univerai, omposo a
partir do mai imple elemento no eu ao,
bloo recangulare, levou Crouwel a ontinuar
abcdefghijklmnopqrstuvwxyznew alphabet two
Wim Crouwel publicou o seu new alphabet em 1967.
o prottipo realizado na Bauhau por Herbert
Bayer, Joos Shmidt e Alber.
Em , trabalhando para o direcor do
Mueu Stedelijk de Arte Contempornea, Wim
Crouwel no reisiu ao prazer de fazer uma
experinia no esilo do alfabeto elementa-
re. O reultado foi um invulgar poser para umamosra de Deigner Vormgever.
Semelhante tentativa foi o eu new alphabet,
um projeco de , om uma vero digitali-
zada pela fundio londrina Te Foundry.
Wim Crouwel omeou a ua acividade gr-
fia em , e em foi io-fundador da
otal Deign uma agnia de omuniao que
realizou, entre muito outro grande projeco,
a inaltia do Aeroporto Shiphol, em Amser-
do. A otal Deign atingiu grande reputao
pelo eu intranigente empenho pelo Funiona-
limo e pelo Esilo Internaional, o que e tradu-
zia, muita veze, por optar pelo failimo ha-
mado Helvetia.
A riae tipogrfia de Crouwel foram
publiada em formato digital: o New Alphabet,
a fonte Fodor e o Stedelijk Mueum Alphabet, e
ainda a famlia de fontes Gridnik
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
van doesburg archi typeLetras desenvolvidas por Teo van Doesburg, 1919, digitalizadas por The Foundry, 1996.
abcdefghi jk lmnopqrstuvwxyz
sturmblond herbert bayerAlfabeto sturmblond, desenvolvido por Herbet Bayer em 1925, digitalizado
por Paulo Heitlinger, www.tipografos.net/fontes
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Obra-mestra da ar te reducionista ou simplesmente o cmulo dasimplificao, montona e aborrecida? Desenho de selos de
correio de Wim Crouwel.
vormgevers
abcdefghijkklmn
opqrstuvwxyzwim
crouwelA fonte Stedelijk, de Wim Crouwel.
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BibliografiaKee Broo. Wim Crouwel Alphabet. Layout de
David Quay Engel, p. ilu. ISBN: --
-. Em onvera om o hisoriador de arte
Kee Broo, Wim expliou o raionio e a meto-dologia por detr do eu trabalho tipogrfio;
dilogo que originou um intereante livro .
Frederike Huygen, Hugue Boekraad. Wim
Crouwel Mode en module. Deign editorial de
Karel Marten, Jaap van ries. pp / x
mm / paperbak / .. ISBN .
With over olour graphi image and pho-
tograph, and more than a thouand illusra-
tion overall, thi volume i a true graphi deign
dicionary, not jus a a referene for Crouwelwork, or for Duth graphi deign, but for a
whole period of development of modern graphi
deign.
Wim Crouwel, Paul Verhoeven, Derrik de
Kerkhove. Mattmo. Englih, paperbak with
tab, page, illusration, , x , m ,
ISBN ---
Heitlinger, Paulo. Tipografia: origen, forma e
uo da letra. ISBN ---. Dinalivro.
Liboa, .
Curriulo profiional
- Art Aademy Minerva, Groeningen.
- Military ervie.
- Amserdam Arthool IVKNO.
- Deigner with an exhibtion om-
pany, Amserdam.
- Free-lane deigner, Amserdam.
- eaher at the Royal Art Aademy,
Hertogenboh.
- eaher at the Amserdam Art-
hool IVKNO.
- Deignsudio together with interior
deigner Kho Liang le, Amserdam.
- Freelane deigner, Amserdam.
- Co-founder and partner otal
Deign, Amserdam.
- Lecurer ehnial Univerity, Delft
(indusrial deign).- Profeor extraordinary ehnial
Univerity, Delft.
- Lecurer ehnial Univerity, Delft
Wim Crouwel, Visuele Communicatie Nederland,
1969, Stedelijk Museum Amsterdam
- Conultant otal Deign, Amser-
dam
- Full Profeor ehnial Univerity,
Delft.
- Viiting profeor Royal College of
Art , London.
- Direcor of the Boyman van Beu-
ningen Mueum, Rotterdam.
- Private hair Eramu Univerity,
Rotterdam (art and ultural iene).
From on: Free-lane deigner and on-
ultant, Amserdam.
One man exhibition: Stedelijk Mueum, Am-
terdam , Mueum Wiebaden , Deign
Center, Stuttgart ook part in many group
exhibition in the Netherland, and abroad.
Speaker at many ongree, ympoia, and
workhop.
Prmio: Werkman Prize , Duwaer Prize
, Piet Zwart Prize , Stankowky Prize
. Knight of the Order of Leopold II, Bel-
gium. Offier of the Order of Orange Naau.
Offier of the Mos Exellent Order of theBritih Empire. Knight of the Order of the
Duth Lion. Docor Honori Caua, ehni-
al Univerity, Delft
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Logtipo desenhado por Piet Swart para o arquitecto Jan Wils, em 1921.
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aLetra a, fonte new alphabet, desenhada por Wim Crouwel.
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aLetra a, fonte Stedelijk, desenhada por Wim Crouwel.
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aLetra a, fonte Fodor, desenhada por Wim Crouwel.
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aLetra a, fonte Gridnik, desenhada por Wim Crouwel.
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Kurt, o perspicazNotas de Paulo Heitlinger
Mal tinha ido apreentado ao typefae
deigner alemo, iso por volta do ano
, j esavamo ao balo do bar do Edi-
fio do Congreo em Hamburgo, para abo-
rear uma boa erveja. Weidemann onhei-
do no pela ua exelente tipografia e pela
ua oniderae obre a legibilidade, omo
tambm pela ua afiada (m-)lngua e pela ua
inrvel reisnia bebida fermentada.
Kurt Weidemann naeu na Maria (Pria)
em ; j ultrapaou, portanto a bblia idade
de ano. Bom bebedor, apreiador de tudo o
que belo, deenhador grfio, typefae deig-ner e tipgrafo, doente e autor ontemporneo.
Autor do l de fonte Corporate ASE.
Kurt Weidemann. Foto: nike, 2006
Em terminou o Lieu Johanneum em
Lbek. De a fez o ervio militar na
Ria, de a foi priioneiro de guerra. S
em - que Weidemann onegue fazer a
ua aprendizagem profiional omo tipgrafo-
ompoitor.
De at frequenta a Aademia da
Bela Arte em Stuttgart. De - ub-edi-
tor da revisa profiional de arte grfia Der
Druckpiegel.
De at leiona na Aademia da
Bela Arte em Stuttgart. Freelane deigner,
opywriter, ounellor, CI deigner. Dede
d aula na Eola de Geso Emprearial emKoblenz, um esabeleimento privado, de ar-
ter univeritrio. Dede , foi onultor da
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Daimler Benz, dede , foi doente na Aade-
mia de Deign Karlruhe. Em , Weidemann
ganhou o Luky Strike Deign Award.
A Corporate ASE um l de aracre,
uma trilogia de fonte que Weidemann dee-
nhou para ervir omo Corporate ipography da
multinaional Merede-Benz (hoje: Daimler-
Chryler). A ASE foi adoptada por esa multina-
ional a partir de . Weidemann deenhou
esilo de letra. Esa triologia inlui:
A vero A (Antiqua), erifada, para uo em
todo o diplay, annio publiitrio,
revisa de Marketing e outro ampo de
repreentao da mara om a esrela de tr
ponta.
a vero S (Serifloe), em-erifada, reervada para tema mai informativo, em tendnia
repreentativa. Dentro da trilogia ASE, esa
em-erifada a que meno impaco viual
tem; ontudo ontrasa bem om a vero A
a vero E (Egyptienne), de erifa groa, erve
para a doumentao tnia: manuai,
brohura, et. Esa erifa groa tem
inpirao na Claredon.
oda a tr vere tem o memo equeleto,
a mema esrucura interna, e o memo peo
e itlia, pelo que harmonizam bem entre i e
at o interambivei, quando eja neerio
fazer ubsituie.Hoje, a Corporate ASE es
diponivel atrav da Fundio Berthold. www.
bertholdtype.om.
Outra fonte de Kurt Weidemann o a IC
Weidemann, vero omerial (e alargada) da
fonte Biblia. A Biblia foi pela primeira vezuada em .
Digitalizao de uma letra para o
jogo de fontes ASE
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Zapf, o diligenteNotas de Paulo Heitlinger
Por oaio do eu aniverrio, a emprea
Linotype rende homenagem obra de Her-
mann Zapf, e da ua epoa Gudrun Zapf.
Exelente algrafo e empenhado tipgrafo ale-
mo, que deixou vasa obra. A arreira de Her-
mann Zapf omeou quando omprou o livro de
Rudolf KohDa Schreiben al Kunsfertigkeit, e
em breve esava a aprender autodidacimamen-
te.
Com vinte ano, entiu-e eguro para dee-
nhar a ua primeira typefae: a Gilgengart
Fraktur, uma gtia. Mai tarde apereem a
Palatino, a Melior, a Optima, a Comeniu-Anti-
qua. A AMS Euler foi deenvolvida na StanfordUniveritypara ompor expree matemtia
e ientfia. AMS Euler foi deenhada por Her-
mann Zapf, om a ajuda de Donald Knuth, para
a Amerian Mathematial Soiety. It i inten-
ded for etting mathemati text, whih mean
that it bai roman haracer et i omplemen-
ted by Greek, ript and fraktur haracer. AMS
Euler wa deigned uing MEAFON, a font
manipulation program developed by Knuth, a
Stanford omputer ientis, in .
Depoi vieram a fonte Mihelangelo, Sisina,
Hunt Roman e Maroni. Contudo, a ua letra
no tiveram o harme e a elegnia de outra
olue ontempornea, estiamente mai
apelativa e onvinente.
Durante a ua longa arreira, Zapf tambm
foi onultor da Hallmark, produtora degreeting
carda nvel mundial. Da fonte ript de Zapf,alienta-e a Jeanette e a de tipo hanelereo
epeialmente a IC Zapf Chanery,
Fonte: Aldu (), Aurelia (), Edion
(), Kompakt (), Maroni (-, a pri-
Parabns,Hermann Zapf,
por ocasio do seu90 aniversrio!
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meira fonte totalmente digital), Medii Sript
(), Melior (), Nori Sript (), Optima
(), Optima Nova (), Orion (), Palatino
(), Saphir (), Sisina (), Vario (),
Venture (), Linotype Zapf Eential (),
Zapfino (), Zapfino Extra (), IC Zapf
Chanery () IC Zapf International (),
IC Zapf Book (), Zapf Renaiane Antiqua
(-), IC Zapf Dingbat ().
Segundo o autor, a ua riae favorita
o a Palatino, a Optima e a Melior.
Zapf foi o riador de fonte onheida mun-
dialmente, omo a Optima, Palatino, Mihelan-
gelo e Sisina. Contudo, a riatividade de Zapf
no foi brilhante; muita da ua fonte tm
um apeco algo too e torpe. A ua melhore
riae o a letra de inpirao aligrfia
omo a Zapfino, por exemplo.
Alguma fonte omeam a er redeenha-
da. Por exemplo, a Optima, uma famlia de fon-
te em-erifa deenhada por Zapf entre
e . Em , Hermann Zapf, em olabora-
o om Akira Kobayahi, direcor de arte na
Linotype GmbH, redeenhou e riou a variante
Optima Nova. Esa nova famlia de fonte apre-enta a fonte no esilo itlio, autntio (ao on-
trrio da original); aim omo uma rie de fon-
te ondenada, e a Optima Nova itling om
ligadura. Esa fonte omerializada om
outro nome por outra emprea. A Bitsream
omerializa-a om o nome de Zapf Humanis;
a WSI Font om o nome de Optane; a Rubion
om o nome de Opulent; CG Omega; Eterna.
O Manuale TypographycumPequena obra de Zapf, publiada em , o
Manuale Typographicum um exerio e, laro,
um manual de utilizao de tipo e layout. Com
a tr ore nobre da tipografia e o mero uo de
aixa, forma e tamanho, apreenta a his-
ria e a inmera poibilidade e entido que
a arte tipogrfia permite. No propriamente
um livro para er lido, ma im um reuro, uma
ferramenta viual para todo que trabalham ou
que e inteream pela tipografia. O Manuale
uma homenagem ultura oidental, na medida
em que reorre a inmera lngua e tradie
para tentar definir o que a ipografia.
Autobiografia, PDF
download.linotype.om/free/howtoue/
ZapfBiography.pdf
Te Art of Hermann Zapfhttp://www.linotype.om/en//thearto-
fhermannzapf.html
A Marconi, produzida por Zapf para a Hell
em 1973-5, foi uma das primeirissimas
fontes digitais. Marconi was the first
original typeface to be produced with the
Ikarus computer design and digitizationsystem. Ikarus, developed in 1973 by Peter
Karow of URW, was the dominant type
design and production tool well into the
1990s. A Marconi foi criada para o Digiset,
um digital typesetting system produzido
pela empresa alem Dr.Ing. Rudolf Hell
GmbH. Uma fonte para texto corrido, para
aplicao em livros e magazines. As formas
arredondadas da Marconi seguem o
principio da superellipse. Em 1990, a
Linotype AG fusionou com Dr.Ing. Rudolf
Hell GmbH, formando a Linotype-Hell AG
(hoje: Linotype GmbH).
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Book Wonderful!Na Renaena, quando j floria em eplendor a nobre arte da Impreo, alguma
ofiina no Norte da Itlia ontinuavam a produzir preioimo livro aligrafa-
do e iluminado mo, feito por enomenda, em exemplare nio. O reipiente
de um dee arimo exemplare foi o noo venturoo rei Manuel I, que reebeu
a prenda da mo de meradore italiano om interee no omrio da epeia-
ria orientai, monoplio europeu pratiado por Manuel I. Diga-e que hoje impo-
vel equaionar o valor dese livro, que pratiamente j no mudam de propriet-
rio. Se foem poso venda, atingiriam preo de milhe de dlare, em dvida.
A ignora Marilena Ferrari aa-
bou de lanar, valha a omparao
om qualquer outro artigo de luxo,
o Ferrari Tesaroada edie de
livro de luxo. O livro que upo-
tamente o mai aro do mundo,
Michelangelo La Dotta Manousa
ridulo . Euro. A primeira
tiragem dese livro egotou-e era
de um m ap eu lanamento.
O exemplare foram vendido
a biblifilo e oleionadore euro-
peu e ameriano, que no preia-
ram de ir pedir um rdito Cofidipara omprar o livro.
Outro livro da edio - limi-
tada a exemplare - j eso a er
Marilena Ferrari
Um preciosssimo manuscrito do sculo XVI.
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fabriado. Cada unidade leva entre tr e ei
mee a er produzida, em virtude do proeo
manual arteanal om tnia utilizada na
poa do Renaimento italiano.
Publiado pelo grupo editorial FMR (www.gruppofmr.om), por oaio do ano do
inio do trabalho de Mihelangelo no le-
bre freo da Capela Sisina, no Vatiano. O
eplendoroo livro obre a vida e obra do artisa
pea ... quilo. A edio pretende poiionar o
FMR Group a a key player on the world top end
luxury produc market, a a sandard bearer for
Italian producion.
A apa do livro ontm uma rplia em mr-
more da eultura Madonna della Scala, umada primeira obra de Mihelangelo, realizada
quando era adoleente. A reproduo da eul-
tura foi realizada om mrmore de Carrara,
onde Mihelangelo osumava adquirir a pedra
para eulpir a ua estua.
O veludo de eda que obre a apa foi onfe-
ionado em teare antigo. O papel, elaborado de
algodo, foi produzido mo. A enadernao
tambm foi toda feita arteanalmente. A prei-
dente da FMR, Marilena Ferrari, afirma que o
livro da oleoBook Wonderfulrepreentam
uma maneira de reagir ameaa de deaparei-
mento do livro impreo, auada pela Internet
(Bla, bla).
O texto da autoria de um amigo de Mihe-
langelo Buonarotti: o pintor e arquiteco Giorgio
Vaari, onheido plea ua biografia de arti-
ta italiano. Outro exemplare eso desi-
nado a mueu do mundo todo, omo o Prado
em Madrid, que j reebeu um exemplat da obra,
grti. Vrio arteo da rem-riada Officina
dello Splendore trabalharam na realizao do
livro: enadernadore, impreo grfia, ali-
grafia, entre outro.
Michelangelo La Dotta Mano o primeiro
livro da oleo Book Wonderful, da FMR. O
egundo, obre o eultor italiano Canova, er
lanado em Janeiro prximo. Um outro, obre
a rainha Catarina de Mdii, er totalmentealigrafado mo e ter apena ino exem-
plare, que no ero vendido. Para o projeco
Catarina de Mdii, a FMR riou eola de
aligrafo e miniaturisa. O primeiro exemplar
dea obra deve fiar pronto no final dese ano e
ervir omo uma amosra do trabalho de re-
gate da tnia renaentisa deenvolvido
pela editora de livro e revisa de luxo.
A preidente da FMR afirma que ir perorrer
o mundo para mosrar ea obra. Segundo ela, a
iniiativa tem o objecivo de mosrar e preer-
var a origen da produo italiana. A Chai-
rwoman do grupo FMR, Marilena Ferrari, expli-
ou que the objecive of Offiina dello Splen-
dore are far from being a mere learned and no-
talgi elebration of a Renaiane undersood
a the golden age et in time. Te Renaiane i
not jus hisory, but alo preent: it i the matrix
of the modern eonomy of reativity and osen-
tation, it i the raion dtre of Italian produ-
tion, that i to ay the greates expreion of the
reativity and exellene of fine workmanhip.
However, even more o, the Renaiane wa
and ould one again be a way of eeing art and
beauty a virtue put into pracie, an ethial
and aesheti way of eeing thing able to rege-
nerate a oexisene worthy of thi name in on-
temporary oiety.
O que a ignoraFerrari e equee de alien-tar que foi preiamente na Itlia renanen-
tisa que Aldu Manutiu inventou o livro de
bolo, edie ompaca, a bom preo. Um pro-
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jeco demortio, bem longe do ideai invo-
ado pela disinta ignora, que, obviamente,
quer poteniar o eu invesimento no FMR,
atraindo ainda mai milionrio biblifilo e
oleionadore de arte.Alm da ede em Bolonha, na Itlia, a editora
FMR mantem eritrio em Pari, Madrid e
Nova Iorque, onde a obra pode er visa. A nia
livraria da FMR es em Pari, na Galrie Vro-
Dodat. O livro da oleo tero garantia de
ano. A ompoio do papel e do demai
materiai foi penada pelo arteo para reisir
ao tempo, diz Ferrari. O luxuoo papel no on-
tm ido nem derivado de lorina, que au-
am a deteriorao do material om o tempo.Vo aabar por me hamar retino, ma, tenho
que onfear: e tivee dinheiro para gasar em
ben de luxo e osentao, omprava um Ferrari
esaroa, no omprava o livro da ignora Fer-
rari. Deulpem o meu mau goso.ph.
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Revista Contempornea. Capa da
autoria de Jos Pacheco. Julho 1922.
Digitalizao da Hemeroteca
Nacional.
Um lifestyle magazine dos anos 20
Impressa em Lisboa entre 1915 e 1926 pela Imprensa Libnio da Silva, a
revista Contemporneateve como colaboradores Alfredo Pimenta, AlmadaNegreiros, lvaro de Campos, Amadeu Sousa-Cardoso, Antero de
Quental, Antnio Botto, Antnio Ferro, Antnio Sardinha, Aquilino
Ribeiro, Artur Portela, Bernardo Marques, Camilo Pessanha, Carlos
Malheiro Dias, Columbano Bordalo Pinheiro, Drdio Gomes, Eduardo
Viana, Eugnio de Castro, Fernanda de Castro, Hiplito Raposo, Homem
Cristo, Joo Ameal, Jorge Barradas, Leito de Barros, Maria Amlia Vaz de
Carvalho, Mrio de S-Carneiro, Ramalho Ortigo, Reinaldo dos Santos,
Ramn Gmez de la Serna, Stuart Carvalhaes, Teixeira de Pascoaes,
Tefilo Braga, Virglio Correia, entre outros. Um projecto de grande
qualidade, se atendermos ao mbito scio-cultural da poca. O
conhecimento desta interessante publicao portuguesa possvel no
site da Hemeroteca Nacional: http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/
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Revista Contempornea,
Nr.2. Capa, da autoria de
Almada Negreiros. Junho
1922. Digitalizao da
Hermoteca Nacional.
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A produo dos scriptoria judaicos,
especialmente a oficina de Lisboa,
lanou as bases estticas e tecnolgicas
para o rpido desenvolvimento de uma
tipografia hebraica de grande qualidade, na
poca manuelina. Apontamentos de P.H.
emelhana do que aonteera no meio
riso (moseiro, hanelaria, mai
tarde na idade), deenvolveram-e
na omunidade efardita criptoria, ofii-
na dediada pia e iluminura de livro
religioo e filofio. Foi notrio o aperfei-oamento da iluminura hebraia; alguma
eola de opisa insalada em Liboa e
na prinipai idade da Peninula Ibria
Manuscritos hebraicos naPennsula Ibrica
A Lisbon Bible
(imagem da
Biblioteca Britnica)
um dos mais
refinados cdices daEscola portuguesa de
iluminura hebraica,
com oficina em
Lisboa.
Finissimamente
caligrafada e ornada,
terminada em 1482,
ao fim de trs anos
de labor, a Lisbon
Bible um
testemunho da
riqueza da vidacultural que os
Judeus portugueses
tinham desenvolvido
antes da sua expulso
e converso forada
em Dezembro de
1496.
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formaram grande artisa que i lusraram obra
de temtia judaia e outro manurito impor-
tante da poa. Entre o opisa mai impor-
tante enontramo Samuel Iaac de Medina,
Eleazar GagoheSamuel Mua Filho.
Um exemplo dese trabalho aBblia de Abra-
vanel guardada na Bibiotea da Univeridade
de Coimbra; um manurito em pergaminho
atribuvel eola de algrafo de Liboa, da
egunda metade do ulo xv, rarimo, porque
a maioria desa Bblia, na Pennula Ibria,
foram queimada pela Inquiio. No tem olo-
fo (folha onde e inrevem o loal e data) que
no informe da ua data e do nome do eu autor.Ese manurito tem a pgina iniiai intei-
ramente preenhida om erita meria
mirogrfia, de goso mudjar, a tinta asanha
e ouro, emelhante a exemplare ainado pelo
algrafo Samuel Iaac de Medina, datado entre
e , e que e onervam na Palatina de
Parma, em Cininnati e em Oxford. Ma faltam-
lhe alguma aracersia deorativa tpi-
a da eola liboeta (tarja e iluminura de or
malva). em anotae e pertene que a rela-
ionam om a famlia Abravanel, de Liboa e de
Sevilha. , por io, onheida omo a Bblia de
Abravanel.
Na oleo da Bibliotea Naional em Liboa
desaa-e a Bblia hebraia do . XIII, preioo
exemplo da qualidade de exeuo e da deora-o, onheida porBblia de Cervera, iluminada
por Joeph Aarfati, entre e .
A Jewish National e a
University Library em
Jerusalem tm um site
devotado ao Mahzor
Worms, um two-
volume parchment
festival prayerbook
from the 13th century,
featuring Ashkenazi
calligraphy, with
illumination and
decoration in ink and
color. The Mahzor
was in use in the
community of Worms
until the synagoguesdestruction on
Kristallnacht,
November 1938. It was
rescued by the citys
archivist, who hid it in
the cathedral. In 1957,
following legal
proceedings in
Germany, the
manuscript was
transferred to theJewish National and
University Library in
Jerusalem.
http://jnul.huji.ac.il/
dl/mss/worms
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Spanish Hebrew Bible, Solsona, Catalunha, 1384. Tetragrammaton. Este
manuscrito pertence a um grupo de Bblias hebraicas espanholas designadasMikdashyot (Templos do Senhor). A Bblia hebraica era considerada um
substituto do Templo de Jerusalm destrudo, e estes cdices eram geralmente
prefaciados com ilustraes dos utenslios do Templo. Esta Bblia pertenceu a
uma sinagga em Jerusalem e foi, mais tarde, transferida para Alepo, na Sria. BL
Kings MS I, f. 2r The British Library Board.
AhamadaLibon Bible um do mai
refinado die da Eola portu-
guea de iluminura hebraia, om
ofiina em Liboa. Finiimamente aligra-fada e ornada, terminada em , ao fim de
tr ano de lavor, a Libon Bible um te-
temunho da riqueza da vida ultural que o
Judeu portuguee tinham deenvolvido
ante da ua expulo e onvero forada
em Dezembro de .
Samuel ben Samuel Ibn Mua, onhe-ido omo Samuel, o Eriba, opiou o
texto bblio num elegante esilo aligr-
fio om letra quadrada, por enomenda
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de Yoef ben Yehudah al-Hakim. A ump-
tuoa deorae, na quai e misuram
influnia italiana, epanhola e flamen-
ga, foram apliada por um grupo de arte-o epeializado nese ofio.
Samuel ereveu o texto em dua oluna
a linha om um sylu de ana, no ara-
tersio esilo efardita, poiionando a
vogai debaixo da letra hebraia. A pri-
meira palavra, apitular, foi exeutada em
letra de ouro, dentro de um painel filigrano
integrando folhagen multiolorida.
Um egundo eriba ter ompletado a
pgina om o minulo texto inerido namargen uperiore e inferiore, e tambm
entre a oluna; o a nota maortia.
Empregando uma tnia deignada por
mirografia, o eriba ereveu ao longo de
linha urva.
No olofo, Samuel identifia-e omo
endo o eriba, e relata que finalizou a obra
em Kilev , o que orreponde a Novem-
bro/Dezembro de .
Lisbon Bible, Lisbon, Portugal, 1482 / BL Or. MS
2626, Vol. 1, f. 23v / The British Library Board.
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Rabi Elieer oledano, Liboa, .
Prototipografia sefardita
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Perush Ha-Berakoth Ve-Ha-
Tefillot, um incunbulo hebraico
impresso em Portugal. Oficina
de David Abudrahan em Lisboa,
1489. Note a excelente
qualidade e regularidade dos
tipos e a consistncia do
desenho grfico.
Este livro hebraico saiu do
prelo no mesmo ano que o
Tratado de Confissom (Chaves,
Agosto de 1489, o segundo livro
impresso em lngua
portuguesa).
A Vita Christi, o mais
esplendoroso incunbulo
realizado em Portugal, ser
impresso em Lisboa sete anosmais tarde por Valentim
Fernandes, em 1495.
O primeiro incunbulo
hebraico Perush ha-Torah,
foi publicado em 17 de
Fevereiro de 1475 por Abraham
ben Garton.
A implementao da Imprensa chegou a
Portugal 30 anos depois das invenes de
Johanes Gutenberg (cerca de 1455).
O primeiro incunbulo hebraico Perush
ha-Torah , foi impresso em Itlia, em 17 de
Fevereiro de 1475 por Abraham ben Garton.
Ao judeu Samuel Gacon devemos a edio do
primeiro incunbulo portugus, em 1487, na
cidade de Faro. Apontamentos de Paulo
Heitlinger.
Em , exisiam em Portugal era de
omunidade e algun milhare de famlia
judia, na data da hegada de Colombo
Amria haveria mai de judiaria e
dezena de milhar de habitante judeu em olo
portugu. Esimando a populao num total de
um milho, era de do Portuguee era de
ultura judaia. Coniderando que, alm desa
ignifiativa parte da populao er judaia,
tambm exisia uma populao moura, omafinidade lingua e ultura rabe e religio
do Ilo, Portugal era nea poa, em qualquer
Prototipgrafos judeusem Espanha e Portugal
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Do Pentateuco de Faro, o nico exemplar conhecidoest guardado na British Library em Londres. Foi
roubado em Portugal, aquando do saque cidade de
Faro, pelos ingleses, em 1596. (De recordar que, nessa
data, Portugal fazia parte de Espanha). 3.000 livros
foram roubados em Faro, em 1596 por Robert Devereux,
II. Earl of Essex (mais conhecido como playboy da rainha
Elisabeth I). De volta a casa, Robert, conde de Essex,
ofereceu o saque ao seu amigo Thomas Bodley. Estes
livros integraram uma das cinco grandes bibliotecas
histricas do Reino Unido, a chamada Biblioteca
Bodleiana de Oxford - produto da pilhagem do incursor
ingls. O Pentateuco de Faro foi o primeiro livro
impresso em Portugal.
dvida, um pa multi-ultural e multi-tnio,
onde e falava (e algun ereviam) Portugu,
Mirand, Caselhano (no mbito orteo),
Latim, rabe, Hebraio e Ladino.
No ulo xv, Portugal tinha-e tornado o
mai importante entro da ultura efardita.Aolheu temporariamente o bio judeu da
poa, entre o quai Iaac Aboab, o lder epi-
ritual da omunidade judaia da Pennula Ib-
ria, Salomo Ibn Verga, autor de Schbet Yehu-
dah(Vara de Jud, rnia que narra a vida do
Judeu na Pennula), e Abrao Saba, exegeta,
pregador e abalisa.
Se bem que a ofiina tipogrfia judia e
tiveem onentrado na produo interna,
dirigida ao fiei, abemo que alguma ofii-na em Epanha tambm imprimiram para o
pblio riso, em latim ou em linguagem ver-
naular. o ao de impreore hebreu em
Epanha que imprimiam oua e pame! Cer-
tifiado de Indulgnia emitido pelo anto Papa
de Roma.
O Pentateuco de FaroA Protipografia judaia em Portugal, mai que
um mero epidio de importnia eundria,
foi uma ontribuio eenial para o avano
do pa multiultural que Portugal era na poa
manuelina pelo meno, at riminoa expul-
o do Judeu por Manuel I.
A mai importante omunidade judaia
loalizavam-e em Liboa, Leiria e Faro. Foi pre-
iamente em Faro, apital do Algarve, que aiu
do prelo o primeiro inunbulo impreo em
Portugal, um Pentateuco. Segundo o olfone,
ese livro religioo foi onludo em de Junho
de , na ofiina de Samuel Gaon. Esa pro-
duo tinha obviamente omo pblio-alvo a
omunidade judaia em Portugal.
Gaon erviu-e da mema lgia omerial
que Gutenberg: imprimiu o livro religioo que
mai proura tinha na ua repeciva omuni-
dade religioa. E de erteza que o vendeu om
ueo, porque pouo tempo depoi apare-
em em Portugal outro livro impreo emHebraio. Comparando ese inunbulo om
a relativamente fraa ompoie tipogrfi-
a, memo de mesre omo Valentim Fernan-
de, a qualidade tipogrfia pratiada dentro da
omunidade judaia em Portugal era exelente.
Vrio vecore apontam que a tipografia
hebraia portuguea (e tambm a epanhola)
teve a ua origen na Itlia. Antnio Ribeiro
do Santo ereveu na ua Memria obre a
Origen da Tipografia em Portugal no Sculo :
O primeiro Impreore que apparero
entre n ... foro Judeo Esrangeiro, que vie-
ro a Portugal de divera parte de Itlia. A pra-
tia em que esavo o Judeu de multipliarem
o exemplare da Lei para uo de ua Synago-
ga, e do memo partiulare, fazia om que
tambem e multipliaem o impreore da
Nao.
O Doutor Adri Offenberg (urador da Biblio-
theca Roenthaliana, UniveriteitbibliotheekAmserdam) dereve a evoluo: Hebrew pre-
e generally purued a development eparate
from that of the Chrisian workhop, but the
very earlies book in Hebrew an be onneced
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Os Comentrios ao Pentateuco, do sbio Mose ben
Nachmann, foi o segundo incunbulo hebraico impressoem Portugal - desta vez em Lisboa - e publicado por
Rabi Eliezer Toledano. Comentrios ao Pentateuco foi o
primeiro livro impresso em Lisboa. Um exemplar est
exposto em Paris, no Museu da Arte e Histria do
Judasmo daquela cidade.
to the early Latin book printed in Rome by their
material and tehnique.
Analyi of a erie of ix edition how that
they were mos likely printed in Rome in the
period between and . Only the las on-tain the name of the printer, Obadiah, Mana-
eh and Benjamin of Rome.
Printing in Hebrew then pread outh to Reg-
gio in Calabria , in the Spanih dominion, where
the firs dated Hebrew inunable,Rahi Peruh
ha-Torah, wa publihed on February
by Abraham ben Garton; and north to Piove di
Sao near Venie, where two edition were prin-
ted later in the ame year by Mehullam Cu.
Te pre of Abraham Conat, whih beganwork at nearby Mantua about , ha eve-
ral notable feature: he printed work of living
author, and hi producion reveal omething
of the Italian Renaiane tase in book deora-
tion.
Hi wife, Esellina, wa the firs woman to
be involved in the operation of the printing
pre, a one of everal informative olophon
tell u. Later Italian Hebrew printing, from
onward, wa dominated by member of the Son-
ino family, initially at the mall Lombard town
of Sonino. Te variou member of the family
then printed at Naple, Breia, Baro and other
town in easern Italy, ending up finally at Salo-
nia and Consantinople in the thentury.
Like mos other Jewih printer, the Sonino
hiefly produed biblial and rabbinial text
and ommentarie a well a liturgial work,
ome of them illusrated with attracive deora-
tive initial, border and woodut.
Te beginning of Hebrew printing in the Ibe-
rian Pennula i obured by the desrucion
of muh hisorial evidene. One of the earlies
pree ha ix book attributed to it whih ur-
vive in a few fragment only. Te earlies urvi-
ving book ome from the pre of Solomon ben
Moe Alkabiz at Guadalajara in Old Casile,
dating from onward. Hebrew printing then
pread to Hijar in Aragn and to Zamora.Te produc of ome anonymou pree an-
not be eurely loalized, but it i ertain that
printing in Portugal began with the HebrewPen-
tateuchprinted by Samuel Gaconat Faro in .
Later work of the pre urvive only in frag-
ment. Hebrew printing alo took plae at Leiria
and Libon, the pre of Eliezer oledano at the
latter iuing partiularly fine deorated book.
It wa probably a refugee from Spain that
the brother Nahmia produed in Consantino-
ple the firs book printed in the Ottoman empire,
Jaob ben AherArbaah Turimof .
Desaaram-e Eliezar Toledano, Samuel
Gacon, Samuel dOrtae Abrao dOrta, o tr
nome que definem o primrdio da Imprena
em Portugal. Conheemo treze ttulo, aido
de prelo hebraio entre e , que atesam
a vitalidade ultural desa omunidade portu-
guea. Mai de metade do inunbulo impre-
o em Portugal foram omposo em Hebraio!
Eliezer ben AlantansiSob a proteo de Juan Fernndez de Hjar y
Cabrera, esabeleeu-e durante urto epao
de tempo uma olnia efardita em Hjar, dio-
ee de Saragoa, entre e . O tipgra-fo Eliezer ben Alantani, eolsio efardita
oriundo de oledo, trabalhou na ofiina tipogr-
fia que e insalou no aselo do primeiro duque
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de Hjar. Nesa ofiina judaia epanhola impri-
miram-e livro hebraio e riso.
a esa ofiina que e atribue o Pentateuo
em dado de identifiao tipogrfia, publi-
ado em ou . Conheemo uma egundaedio datada nesa ofiina para o ano de ,
imprea por Alantani e editada por Salomn
ben Maimon Zalmati. Nesa edio emprega-e a
mema eradura om motivo florai e animai
que utilizou o protipgrafo aselhano Alono
Fernndez de Crdoba num Manuale Cearau-
gusano, em .
A acividade da ofiina eou om a morte do
Duque de Hjar, em . Eliezer teve que aban-
donar a acividade tipogrfia em Epanha em, quando o Judeu foram expulo dese
pa; fiou em Liboa, onde paou a er onhe-
ido omo Eliezer oledano.
Eliezer foi prototipgrafo que imprimiu o
primeiro livro em Liboa. A ua ofiina li-
boeta produziu entre e vria
obra em Hebraio. O material da ua ofiina em
Liboa era proveniente de Hjar.
Em Liboa, Rabi Eliezer oledano aabou de
imprimir em de Julho de Hidduhe ha-
Torah(aNova da Leiou Comentrio ao Penta-
teuco), obra do bioMoe ben Nahman(
?), um rabi atalo, tambm onheido pelo
nome latino Namnide. Ese Comentrio
ao Pentateucode Moe ben Nachmann foram o
egundo inunbulo hebraio impreo em Por-
tugal.
Conheemo ei inunbulo impreo
por Eliezer Toledano. Imprimiu o Comentrio
Ordem da Orae, de David Abudarham. Em
imprimiu em Liboa o Livro de Orae e
Caminho do Mundo, de Jou Levi, o Livro do
Temor, de Jonah Gerondi, o Segredo da Penitn-
cia, de Ionm ovb, todo formando um volume.
Em deu esampa umPentateuco, na ver-
o de Onkelo e om omentrio de Rahi e, em
, oProvrbio de Salomo. Nese ano impri-
miu tambm Iaa e Jerema, omentrio de
David Kimji e aLei da Matanade Moi benMaimon.
Algun autore defenderam que Elieer Tole-
dano no foi impreor, ma im propriet-
rio de tipografia e editor. Segundo Konrad Hae-
bler, o invesigador alemo que mai intena-
mente esudou a produo de inunbulo, Rabi
Elier provavelmente nuna foi impreor, ma
dava a ilo na ua aa ao tipgrafo emigran-te e enarregava-e do gaso que a impreo
do livro exigia Na ua ofiina grfia trabalha-
ram Judah Gedaliah, Zaqueu, eu filho, e Moi-
, filho de Semtob. Como revior de alguma
obra imprea na tipografia de Eliezer aparee
o nome deJoeph Calphon.
Elieer Toledano teve que abandonar nova-
mente a acividade tipogrfia, quando o judeu
foram expulo de Portugal. povel que tenha
partido para Fez, e a tenha proeguido a uaacividade de impreor ou editor.
O j menionadoJudah Gedaliahfoi um tip-
grafo judeu naido em Liboa; trabalhou na
ofiina de Eliezer Toledano at expulo do
judeu de Portugal em . Depoi foi para Sal-
nia (?), onde fundou a primeira tipografia na
idade om o material trazido de Liboa. Depoi
da ua morte, a ofiina foi ontinuada pelo
filho.
As tabelas astronmicas de Zacuto,auxiliar essencial da navega0 nuticamanuelina
Em Leiria, a ofiina familiar de Samuel e
Abrao dOrta exeutava trabalho de
impreo. Foi dee prelo que aiu a pri-
meira edio imprea doAlmanach Perpetuum
de Zauto, em . Ese Almanachfoi um do
quatro primeiro livro impreo em Portugal
e o primeiro de ariz ientfio, referente no a
tema literrio ou religioo, ma Matemtia
e Asronomia. Qual o ontedo dese ingular
livro, to diferente do outro lanado no mer-
ado livreiro pelo prototipgrafo?
O Almanach reproduz o movimento do
asro por refernia a oordenada asronmi-
a. Prev o momento e oordenada de aon-
teimento elese, a hamada efemride.
A tabela permitiam determinar a poio doasro, determinar o momento do elipe e
fazer divero lulo asronmio e asrol-
gio.
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Moses ben Nahman.
Hiddushe ha-Torah. Impresso
na oficina de Lisboa de Eliezer
Toledano, em 16 de Julho de
1489.GW M25521. Typ.1:230 Heb,
Typ.4:117/118Heb. Imagem:
National Diet Library, Japo.
O Almanach o primeiro livro que ai da
omunidade judaia, ma que no e desina ao
pblio de religio judaia. Impreo em Latim,
a lingua-frana da Europa de ento, ese livro de
ariz ientfio, matemtio e asronmio, de-
tina-e a um merado vaso, tranpondo o hori-
zonte da omunidade religioa do Judeu.
A vero original doAlmanach Perpetuumfoi
erita entre e , data que referida pelo
eu autor na ua introduo. O livro, ou eja a ver-
o tipogrfia, foi impreo em Leiria em ,
tendo ido o ontedo traduzido do Hebraio
para o Latim e do Latim para o Caselhano por
Mesre Jo Vizinho, mdio da orte de Joo II,
asrnomo e dipulo do autor.Vicor Crepo: A urioidade pela determi-
nao da poio do asro na efera elese em
funo do tempo no era meramente ientfia.
Servia eenialmente fin asrolgio, utili-
zando a palavra no entido da previo de aon-
teimento e do omportamento da peoa
em funo do asro. Servia ainda propito
de mediina, agronmio, meteorolgio, reli-
gioo e outro, endo a organizao da tabela
desinada, em muito ao, a atifazer ee
fin.
Ma oAlmanach Perpetuumno diute ee
aunto, fornee apena o dado asronmio
a partir do quai e faziam a epeulae rela-
tiva referida inia. Comprova Fernando
Rei: Redigido em hebraio, ob o ttulo Haji-
bur Hagadol, o Almanach Perpetuum CelesiumMotuum um onjunto de tbua asronmia
de divero tipo e para divero fin, preedida
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Pgina das tabelas do Almanach Perpetuum de Abrao Zacuto,
exemplar existente na Biblioteca Nacional. As tabelas tm mais
de 300 pginas. Escrito entre 1473 e 1478, foi impresso em Leiria
em 1496. Trata-se de um dos primeiros livros impressos em
Portugal e o segundo em Latim.
O facto de ter sido impresso pouco aps a introduo da
Imprensa em Portugal, ilustra a importncia posta na divulgao
da informao neles contida. Os textos traduzidos por Mestre
Jos Vizinho foram os nicos textos no hebraicos sados daoficina do impressor, tambm ele judeu: Abrao Samuel d'Ortas.
A impresso foi co-financiada por Manuel I.
de expliae ou none obre o eu uo.
OAlmanachfoi preparado para o ano raiz
de ( ea a ua poa, omo e diz),
o que ignifia que o nmero inrito
na ua tabela eso alulado paraee ano, ou para determinado perodo
de vrio ano que nele e iniiam, endo
neerio fazer orree quando e
pretendee onheer o valore do ele-
mento tabelado para qualquer ano po-
terior ao perodo fixado na tabela.
Com a primeira quatro tabela ola-
re do Almanach era povel determi-
nar om rigor o lugar do ol na elptia.
Com ese valor, reorrendo a uma quintatabela, era povel obter o valor da deli-
nao do Sol, parmetro neerio ao
lulo da latitude do lugar de oberva-
oquando utilizada a medida da altura
meridiana dee asro.
A tabela eram utilizvei direca-
mente para o ano a . Para o
ano poseriore, era neerio fazer
algun lulo, failitado por uma
outra que Zauto inluiu na obra. O grau
de preio era tal que ela foram utiliza-
da omo bae de divera outra tabela
desinada ao navegante, onde e indi-
avam o reultado do lulo requeri-
do pela tbua de Zauto. A tabela de
Zauto foram um auxiliar eenial para
o bom ueo da navagae portugue-
a.
Abraham bar Samuel Abraham
Zaut (-) foi um judeu
efrdio, rabino, asrnomo,
matemtio e hisoriador que erviu na
orte de Joo II. Naeu em Salamana.
Esudou Asrologia e Asronomia e tor-
nou-e doente desa diiplina na Uni-
veridade de Salamana, e mai tarde na
de Saragoa e Cartagena. ambm e for-
mou em lei judaia e tornou-e rabino.
Quando da expulo do judeu deEpanha em , Zauto refugiou-e em
Liboa, em onequnia da promulgao
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O astrolbio um instrumento nautico, inventado por
Hiparco e usado para medir a altura dos astros acima
do horizonte. Foi utilizado para a navegao martima
com base na determinao da posio das estrelas.
Mais tarde foi simplificado e substitudo pelo
sextante. Era formado por um disco de lato graduado
na sua borda, num anel de suspenso e numa
mediclina (espcie de ponteiro). O astrolbio nutico
era uma verso simplificada do tradicional e tinha a
possibilidade apenas de medir a altura dos astros para
ajudar na localizao em alto mar. O astrolbiomoderno de metal foi inventado por Abrao Zacuto
em Lisboa, ao servio da coroa portuguesa, mediante
melhoria de verses rabes.
do dereto do rei atlio Iabel e Fernando,
que obrigava o Judeu onvero ao Crisia-
nimo ou ao exlio. H notia de que j esa-
ria em Portugal em Junho de . Foi hamado
orte e nomeado Asrnomo e Hisoriador Realpor Joo II, argo que exereu at ao reinado de
Manuel I.
Foi onultado por ese monara aera da
poibilidade de e viajar por mar at ndia,
projeco que apoiou e enorajou. Segundo Ga-
par Correia, um do ronisa do reino, Zauto
teria influeniado tambm na eolha de Vaco
da Gama para hefiar a expedio que aabou
por deobrir o aminho martimo para a ndia.
Viveu em Portugal apena ei ano, uma vezque em Manuel I eguia o exemplo do Rei
Catlio e deretou a expulo do pa de todo
o Judeu que reuaem a onvero imediata
ao Catoliimo. Zauto refugiou-e em une,
no Norte de fria, tendo depoi paado para
a rquia, vindo a morrer em Damao em ano
poserior a .
Zauto publiou ainda a rnia Livro da
Genealogia, que inlui dado autobiogrfio,
e doi tratado asrolgio,Juzo asrolgicoe
Tratado de la Ynfluencia del cielo, ao qual es
anexo o textoDe lo eclipe del Sol y de la Luna.
OAlmanach Perpetuum um livro raro, e por
io Joaquim Benade fz reproduzir em
um exemplar que exise na Bibliotea de Aug-
burg, na Alemanha, e a traduo em Case-
lhano do Cnone(Regra para o eu uo), que
exise na Bibliotea Pblia de vora.
Expulso e pogromas
Ohisoriador David Lande viu na expulo
da omunidade efardita da Pennula
Ibria no ulo um facor prejudiial
para a oiedade e eonomia ibria, anun-
iando o delnio de Portugal e Epanha no on-
erto da nae, ento no auge da ua influnia.
Na (ontrovera) obra A riqueza e pobreza da
nae, Lande relata: Quando o portuguee
onquisaram o Atlntio Sul, esavam na linhada frente da tnia de navegao. A abertu-
ra para a aprendizagem om bio esrangei-
ro, muito dele judeu, tinha trazido onhei-
mento que e traduzia direcamente na aplia-
o prtia, e quando em o epanhi dei-
diram obrigar o eu Judeu a adoptar o Crisia-
nimo ou a air, muito enontraram refgio em
Portugal, ento om uma poltia mai relaxada
fae ao Judamo.
Ma em , a preo da Igreja e de Epanha
levou a oroa portuguea a abandonar esa tole-
rnia. Cera de . judeu foram forado a
um baptimo formal. Em , Liboa viu o eu
primeiro pogroma, que matou doi mil judeu
onvertido; a Epanha j vinha fazendo o
memo dede h duzento ano.
A partir dea data, a vida intelecual, ient-
fia e omerial de Portugal deeu a um abimo
de intolernia, fanatimo e pureza de an-
gue. O delnio foi ontnuo. A Inquiio por-tuguea foi insalada na dada de e quei-
mou o eu primeiro hertio em ; tornou-e
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David Landes nasceu em
1924 em Nova Iorque.
um dos historiadoresda Economia mais
aplaudidos e
criticados da
actualidade.
Doutorou-se em 1953
pela Universidade de
Harvard, onde se tornou
professor em 1964.
Ensinou em Harvard at
se reformar, sendo hoje
professor emeritus deEconomia da
Universidade de Harvard
(Coolidge Professor of
History and Professor of
Economics).
ruelmente efiaz a partir de , ap a unio da oroa portuguea e
epanhola ob a peoa de Filipe II de Epanha.
BibliografiaAlbuquerque, Lu de.Zacuto, Abrao.In:Dicionrio de Hisria de Portugal, Porto,
Figueirinha, , Vol. VI.Zacuto, Abrao , in Diionrio de Hisria do Deobrimento Portuguee, Liboa,
Crulo de Leitore, , Vol. II. Cincia e Experincia no Decobrimento. Liboa, Livro Horizonte, .A Nutica e a Cincia em Portugal. Liboa, Livro Horizonte, .Amzalak, Moe Benabat. A tipografia hebraica em Portugal no culo xv.Coimbra. Impr.
da Univeridade, .Baio, A.Hisria da Expano Portuguea no Mundo. Liboa, Editora tia, .Cantera Burgo, Franio,Abraham Zacut, Madrid, M. Agilar, . d. [].Cantera Burgo, Franio,El Judio Salmantino Abraham Zacut, Madrid, C. Bermejo, [].Crepo, Vicor,Abrao Zacuto e a Cincia Nutica do Decobrimento Portuguee. Revisa
Oeano, , Jan-Mar. , -.Heitlinger, Paulo. Tipografia: origen, forma e uo da letra. Liboa, Dinalivro, .Rodrigue, Manuel Auguso [editor].Pentateuco. reproduo fa-imilada do mai antigo
livro impreo em Portugal (om impreo onluda, no prelo de Samuel Gaon, em
Faro em de Junho de ) - Reedio do exemplar depoitado na Britih Library,London. Faro: Ed. do Governo Civil, . Uma miervel oleo de fotopia, que denehuma maneira dignifia o original a que faz refernia.
Lande, David S. The Wealth and Poverty of Nation: Why Some Are So Rich and Some SoPoor. . ISBN ---.
Monvmenta ivdaica Portvcalenia . (hebr.). Esudo introd. por Manuel Auguso Rodrigue.Peruh Ha-Tora, impreo por Ben Nahman, Moi, -; Elieer oledano, impr.
Liboa: Elieer oledano, Julho .avare, Maria Jo Pimenta Ferro.Judamo e Inquiio. Esudo, .Diaz-Ma, Paloma. Sephardim: The Jew from Spain. Chiago, IL: Univerity of Chiago
Pre, .Watt, Montgomery.A Hisory of Ilamic Spain . Edinburgh: Univerity Pre, .
Zauto, Abrao.Almanach Perpet uum. Liboa, Imprena Naional - Caa da Moeda, .[introduo de L. de Albuquerque].
Almanach perpetuum
sive tacuinus,
Ephemerides z diarium
Abrami zacutti hebrei.
Theoremata autem
Joannis Michaelisgermani ... (1525).
Vrias reimpresses das
tabelas de Zacuto
demonstram o interesse
que continuou a
merecer. Nesta imagem,
uma impresso de 1525,
um exclente scan do
Fundo Antigo da
Faculdade de Cincias da
Universidade do Porto,online em
www.fc.up.pt/fa
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A gua da fonte era utilizada para consumo
domstico e para tinturaria, pois a jusante da
fonte existem tanques onde os tecidos eram
tingidos; naquela poca o fabrico de fardas e
tecidos era uma importante actividade dos
judeus de Castelo de Vide.Nesta cidade existiu uma das mais importantes
Judiarias de Portugal, cujas ruas ainda existem.
A Judiaria desenvolveu-se na encosta da vila
virada a nascente. Da presena judaica restam
alguns testemunhos em que assume especial
relevncia o edifcio onde se julga ter
funcionado a Sinagoga.
Outros edifcios da Rua da Judiaria, da Rua da
Fonte ou da Ruinha da Judiaria mostram a
tradio judaica de marcar simbolos da sua f
nas ombreiras das portas.
O estabelecimento da Inquisio e a publicaodo dito de Expulso dos judeus de Espanha
por Fernando e Isabel, reis catlicos,
contriburam para o crescimento da Judiaria
que mantm o testemunho da presena
judaica, mas tambm o da perseguio do
Santo Ofcio aos Cristo-novos.
Muito prximo da fronteira com Castela, esta
vila alentejana foi um dos locais de acolhimento
das vrias migraes de judeus. Estes entraram
pelo porto seco de Marvo durante os sculos
xiv e xv. Depois de 1496, permaneceram emCastelo de Vide muitas famlias de judeus
convertidos.
Aqui nasceu Garcia de Orta, filho de cristos-
novos e autor de Colquio dos Simples e
Drogas da ndia, uma das mais importantes
obras da cincia mdica e Botnica do sculo
xvi. Garcia de Orta (Castelo de Vide, 1501
Goa, 1568 viveu na ndia no sculo XVI. Autor
pioneiro sobre Botnica e Medicina tropical,
descreveu a Clera asitica pela primeira vez.
Filho do mercador Fernando (Isaac) de Orta e
de Leonor Gomes. Os pais eram judeusexpulsos de Espanha em 1492. Estudou nas
Universidades de Salamanca e Alcal de
Henares, diplomando-se em Artes, Filosofia
natural e Medicina, por volta de 1523.
Regressou ento a Castelo de Vide e ali exerceu
medicina. Em 1525 instalou-se em Lisboa, onde
se tornou mdico de Joo III e onde conheceu o
matemtico Pedro Nunes. Em 1530 tornou-se
professor da cadeira de Filosofia Natural nos
Estudos Gerais em Lisboa.
Castelo de Vide, plo da vida judaica emPortugal
Na imagem, uma fonte de estilo renanscentista no centro
histrico de Castelo de Vide. Construda por volta de 1500 pela
comunidade judaica, logo aps o dito de expulso dos Judeus,
altura em que haveria vrias famlias convertidas em Castelo deVide.
Situada entre a zona da Judiaria e a nova zona dos cristos-novos,
est carregada de smbolos. A cpula foi construda sobre 6
colunas que jogam com as 4 bicas da fonte.
No cimo tem uma tlipa, flor que os Judeus levaram do Paquisto
para a Holanda onde as tornaram num negcio muito rentvel. A
tlipa suportada por duas crianas e na sua base tem uma
caldeira para levar gua, onde, at meados do sculo passado, as
pessoas mais idosas da terra deitavam gua e diziam que era para
no deixar a tlipa secar. Nas colunas esto gravadas cruzes que
representam os baptismos forados a que os Judeus foram
submetidos.
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Curtas notas sobre o esplio e o grau de
digitalizao da Biblioteca Nacional em
Lisboa, a Municipal do Porto, a da Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa e outras.
Compiladas por Paulo Heitlinger.
Biblioteca Nacional, Lisboa
Na oleo de inunbulo da BN, onsi-tuda por era de . exemplare prove-
niente da Livraria do Convento om
desaque para S. Franio de Xabrega e de par-
tiulare (por exemplo de D. Franio Manuel
da Camra) exisem exemplare de grande rari-
dade, algun nio no mundo. Sob esa deig-
nao enontram-e reunida obra imprea e
publiada durante o ulo . Catlogo edita-
do em .
A Bibliotea Naional de Portugal es loa-
lizada em Liboa, om aervo de mbito naio-
nal. Foi riada por alvar de de Fevereiro de
, om o nome de Real Bibliotea Pblia da
Corte, om o objecivo de diponibilizar o aeo
a todo ao eu aervo, na ua grande maioria j
exisente a todo o utente, ontrariando a ten-
dnia da poa europeia de diponibilizar ape-
na para bio e erudito, o teouro manu-
rito e impreo, da ua Bibliotea Real.Mai informao: www.bn.pt/obre-a-bn/ro-
nia--ano.html
O objecivo da Bibliotea Naional dipo-
nibilizar ao pequiadore e ientisa do pa,
a memria ultural que ompe o eu aervo,
deempenhando om desa forma o eu papel
omo dieminadora de onheimento. A ua
funo acual o reultado de uma evoluo e
da onequente adaptao aracersia de
omuniao e informao da oiedade on-
tempornea. O atendidamento ao pblio mui-
Online? Scan? Qualidade? Incunbulose Impressos Raros em bibliotecas
portuguesas
Esta mapa amarelado
caracteriza de forma
perfeita o actual estado das
coisas na BN: tudo
antiquado e amarelado.
Sem dinmica. Sem ateno
s modernas tecnologias de
informao.Planta da Bibliotheca
Nacional de Lisba, Des. pelo
primeiro conservador Eduardo
de Castro e Almeida. A data
de elaborao anterior a
1907, uma vez que foi
parcialmente reproduzido
(folha do 2 pavimento) no
1 volume do Inventrio do
Arquivo de Marinha e
Ultramar, publicado pelaBiblioteca Nacional de
Lisboa, em 1907.
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ta veze defiitrio; a insalae e o funio-
nrio deviam de er urgentemente rejuvenei-
do!
Tipografia Portuguea Sculo uma ole-o inluda na eo de Reervado; foi indivi-
dualizada em , quando da publiao do re-
pecivo Catlogo. onsituda por era de
edie, de autore portuguee e esrangeiro,
impreo em Portugal. Inlui obra de divera
proveninia, endo de desaar a Livraria da
Real Mea Cenria do onvento extinto em
e a Livraria de Franio de Melo Manoel da
Cmara (Cabrinha). Para ompletar esa ole-
o, tm ido adquirida obra em Portugal e noesrangeiro, por e tratar de um fundo priorit-
rio.
Loalizao: Campo Grande, Liboa, Portu-
gal. BN Digital uma oleo de an de p-
ima qualidade, feito em a devida ateno e
reponabilidade, uma vergonha da Internet
portuguea. Online em: purl.pt/index/geral/P/
index.html
Biblioteca Pblica Municipaldo Porto
Fundada em , a Bibliotea oupou a
acuai insalae em . A Bibliotea
es insalada na aa que ervia de Hop-
io do Religioo de Santo Antnio de Val-da-
Piedade Convento de Santo Antnio da Cidade
, ituada na Praa da Cordoaria. , dede ,
esabeleimento muniipal. O eu aervo iniial
reunia fundo bibliogrfio proveniente de
bibliotea de orden religioa e de partiula-
re. uma Bibliotea oniderada, por naionai
e esrangeiro, om a mai numeroa e ria livra-
ria partiular que exisia em Portugal.Segun-
do Alexandre Herulano, ela onsava de .
volume, alm de die manurito.
O dereto que determinou a ua riao man-
dava tambm que lhe foe entregue um exem-
plar de toda e qualquer obra imprea em Por-
tugal. Integrando eenialmente bibliografianaional, a BPMP ontinua a reeber, por Dep-
ito Legal, toda a publiae orrentemente
editada no pa.
A Bibliotea muito prourada pelo eu
fundo epeiai entre o quai e desaa, pelo
eu arcer nio, o de manurito, dede a
Idade Mdia at ao noo dia. Servio di-ponibilizado: leitura preenial de peridio
e monografia, leitura em livre aeo, onulta
de Reervado, pequia bibliogrfia (pre-
eniai ou disnia), emprsimo domiili-
rio, emprsimo interbibliotea, reproduo de
doumento.
Loalizao: Bibliotea Pblia Muniipal do
Porto, Rua D. Joo IV (ao Jardim de S. Lzaro),
- Porto
el. ,Fax ,
e-mail: bpmp@m-porto.pt
Fundo Antigo da Faculdade de Cincias daUniversidade do Porto (FCUP)
OFundo Antigo um aervo de obra maio-
ritariamente publiada anteriormen-
te a . O fundo es ligado hisria da
FCUP, tendo a ua origem na bibliotea da
eola que a anteederam, deignadamen-
te: a Aula de Nutia (), a Aula de Debuxo e
Deenho (), a Aademia Real da Marinha e
Comrio (), a Aademia Politnia () e,
finalmente, a Univeridade do Porto, insituda
em , om a Fauldade de Cinia, Medii-
na, Farmia e Engenharia e que, regise-e, teve
omo primeiro reitor o Gome eixeira, inigne
matemtio e doente desa Fauldade.
A apliao do dereto que insituiu a Real
Bibliotea Pblia do Porto (), permitiu a
valorizao dese eplio ao determinar que o
exemplare dupliado da obra obre inia
matemtia, navegao, omrio, agriultura,
indsria e arte, geografia, ronologia e his-
ria foem doado Aademia Real da Marinha
e Comrio.
O Fundo onsitudo por obra da Cinia
Exaca, embora tenha tambm obra de outra
natureza, por exemplo, artsia. Esa obrarepreentam maro na hisria da inia e te-
temunham algun do momento alto da his-
ria do penamento humano e tambm do deen-
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volvimento da ipografia. Veja, por exemplo, a
Tabelade Zauto reproduzida nese Caderno.
O Fundo tambm pouidor de elemento
vrio pertenente ao arquivo da Aademia
Politnia.A FCUP foi tranferida do eu bero na Praa
Gome eixeira para o Plo do Campo Alegre da
Univeridade do Porto, em , quando a Reito-
ria da UP paou a oupar o edifio mai emble-
mtio da univeridade. No proeo faeado
de tranfernia da FCUP, a grande maioria de
obra mai reente da Bibliotea Geral trani-
tou em para a bibliotea departamentai
num total de era de . volume.
Em , deu-e inio ao Projeco de Informa-tizao, Digitalizao e Divulgao do Fundo
Bibliogrfio Antigo que reebeu o patronio
da Caixa Geral de Depito e om uma durao
ompreendida entre e ..
O objecivo do Fundo Antigo da FCUP o:
Diponibilizao do aervo ao pblio
Digitalizao de obra do aervo e
diponibilizao na net,
Realizao de onfernia, ae de
formao, e expoie em torno na Hisria e
Filoofia da Cinia e do Livro Antigo
Conervao do aervo
O Fundo Antigo da FCUP loaliza-e na Praa
Gome eixeira, no Porto. O utilizadore devem
dirigir-e ala , no pio, durante o horrio
de atendimento.
Na ala de leitura enontram-e loalizada
a obra de refernia omo enilopdia, diio-
nrio, atla e inia doumentai aim omo
toda a obra poseriore a de arcer no
ientfio e ainda obra de profeore da FCUP.
No pio es onentrada a grande maioria da
oleo de peridio. No pio enontram-e
obra de natureza ientfia (matemtia, fia,
qumia e inia naturai) poseriore a e
anteriore a . A ala do pio antiga ala
de leitura onde foi reintroduzido o mobilirio
original desina-e a er epao ultural. No
pio es o epao de reervado.Online: www.f.up.pt/fa
Biblioteca da Faculdade de Letras daUniversidade de Lisboa
Ovaso fundo antigo da Bibliotea da Faul-
dade de Letra da Univeridade de Liboa
onsitudo por livro do ulo xv at
ao ulo . odavia, o trabalho que agora e
publia online refere-e a edie do ulo
e . O material digitalizado, online em http://
www.fl.ul.pt/Bibliotea
No abemo omo foram reunido ese
livro e omo e quando entraram na Bibliotea
da Fauldade. Do legado de Leite de Vaone-
lo apena eso derita alguma da obra
que esavam depoitada na bibliotea, ma no
foi oniderado o reso da oleo. Do muito
livro impreo em Portugal o mai preioo a
Vita Chisi, do prelo de Valentim Fernande (ver-
o digital online!) H obra de msio omoLu de Granada e Santa erea de Jeu e outro
de autore portuguee do ulo omo Ga-
Capitulo primeiro da conceiam de nossa senhora.
Este liuro he do comeo da historea de nossa rede[n]am
que se fez pera consolaao dos que nam sabe[m] latim,
[12 Abril 1552 - 8 Agosto 1554]. Digitalizao de boa
qualidade da Biblioteca Digital da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa.
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Cadernos de Tipografia e Design / Nr. 12 / Outubro de 2008 / Pgina 42
par Barreiro, Jernimo Cardoo e Duarte Nune
de Leo. H obra importante para a hisria de
Portugal omo a Ordenae Manuelinaou o
Esatuto da Univeridade de Coimbra, promul-
gado por Filipe II.Da obra imprea em idade europeia,
fazem parte texto originai e tradue de
autore lio; Cato, Cero, Pndaro, Euli-
de, Plnio, Aristele, Plato e Santo Agosinho,
eritore italiano omo Arioso, Boaio e
Petrara. Outro exemplare o de autore qui-
nhentisa que e notabilizaram pela ua acivi-
dade em univeridade europeia. Entre ese
eso portuguee omo Aire Pinhel, Pedro
Nune, Jernimo Orio e Diogo de eive. A Biblioteca Digitalda Fauldade de Letra
da Univeridade de Liboa tem a ua gnee no
projeco Patrimnio bibliogrfio e doumental
da Fauldade de Letra da Univeridade de Li-
boa, um projeco de onervao, digitalizao
e difuo, que em foi objeco de andida-
tura ao Programa Operaional de Cultura, e uja
aprovao, em Agoso do memo ano, garantiu
o meio finaneiro eeniai ua onretiza-
o.
Integrada na esratgia de deenvolvimento
e modernizao da Bibliotea da FLUL, a Biblio-
tea Digital, onsituda em torno da digitali-
zao da oleo de inunbulo e impreo
raro (ulo e ) umpre, apoiando-e na
moderna tenologia de omuniao, a mi-
o de tornar aevei ese reuro a todo
quanto dele queiram uufruir, nomeadamente
ao invesigadore, garantindo-lhe um aeo e
viibilidade univerai. www.fl.ul.pt/bibliotea/
bibliotea_digital/index.htm
Biblioteca da Ajuda
ABibliotea da Ajuda, em Liboa, poui no
onjunto da vria ee de doumen-
tao de arquivo e bibliotea um total de
era de . unidade insalada em
esante, ompreendendo prateleira, num
total de metro.
Biblioteca Joanina da Universidade deCoimbra
C
onsruda de raiz para albergar a bibliote-
a univeritria, durou a ua onsruo
de a . Apreenta grande unidadede esilo (edifio, deorao e mobilirio), ao
goso barroo. O mobilirio, em madeira ex-
tia, braileira e orientai, foi exeutado pelo
entalhador Franeo Gualdini. Monumento
naional, a tr ala do pio nobre fazem parte
do roteiro habitual de viitante e turisa. Alm
da utilizao protoolar em erimnia da Uni-
veridade, o epao edido om frequnia
para onerto, expoie e outra manifesa-
e ulturai. Conerva-e nesa ala e nodoi pio inferiore, reformado no ano
do ulo para depito e ala de trabalho,
um preioo aervo bibliogrfio onsitudo
por era de . volume enadernado de
obra imprea no ulo , e que
podem er requiitada e onultada no edif-
io novo da Bibliotea Geral.
eoriamente, o objecivo do projeco BGDi-
gital faultar pela Internet, pia digitai de
doumento da Bibliotea Geral, impreo
e manurito. Em prtia, temo aqui outro
exemplo da horripilante qualidade de digitali-
zao pratiada por alguma da mai impor-
tante bibliotea portuguea!
Exeptuando a digitalizae de exempla-
re da tipografia portuguea do ulo XVI, rea-
lizada no mbito do Projeco DEBORA (Digi-
tal Ae to Book of RennAiane UE ele-
mati for Librarie Programm Projec ),
e do manurito e impreo que integraro
projeco da Bibliotea Geral reultante de an-
didatura ao Plano Operaional de Cultura, uja
eolha obedeeu a um plano esabeleido pre-
viamente, a outra pia reultaram de pedi-
do avulo, no obedeendo, portanto, a um
ritrio preio de eleo.
O aeo direco BGDigital poder er feito
no ubatlogo reervado a ese ontedo e,
dede j, na Bae SIIB/UC, ujo regiso biblio-grfio orrepondente obra digitalizada
tero o endereo para aeo ao ontedo ele-
trnio.
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Biblioteca Pblica de vora
Esa importante bibliotea foi fundada em
por Frei Manuel do Cenulo Villa
Boa. A Bibliotea Pblia e Arquivo Di-
trital de vora foi dividida em dua insitui-e autnoma: a Bibliotea Pblia de vora
e o Arquivo Disrital de vora, permaneendo
ambo na dependnia do Insituto de Arquivo
Naionai/orre do ombo.
Fundao Casa de Bragana: Biblioteca deManuel II
E
m Vila Vioa es o Palio Dual, reidn-
ia do Duque de Bragana dede o ulo
. O enorme edifio inpira-e na arqui-tecura renaentisa e tem tr andare. No
interior da inquenta ala podem ver-e pea
de olee de arte e epie bibliogrfia
pertenente a Manuel II, ltimo rei de Portugal.
Ese palio pertene Fundao Caa de Bra-
gana e es tranformado em mueu de arte
deorativa. um intoma da noa debilidade
republiana e demortia o faco da Biblio-
tea dese palio ainda esar na poe de efe-
ra monrquia, tendo o Esado equeido a
neeidade de epropriar o proprietrio reai
e de integr-la no Patri
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