boas práticas em pregão eletrônico - parte 2
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Penalidades
Lei n.º 10.520/02
Art. 7º (...)
Impedimento de licitar e contratar com a União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios e descredenciado no Sicaf,
ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que
se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de
até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em
edital e no contrato e das demais cominações legais.
Penalidades
Lei n.º 8.666/93
Art. 87 (...)
I - advertência;
II – multa;
III - suspensão temporária de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração, por prazo
não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública.
Aplicação subsidiária
Portanto, verifica-se que a sanção disposta no art.
7º da Lei 10.520/2002 não se confunde com aquelas
previstas no art. 87 da Lei 8.666/1993, visto que são
penalidades distintas.(...) Ante essas considerações,
constata-se que não há lacuna na Lei 10.520/2002
em relação à imposição de sanção em certame
realizado na modalidade pregão, de modo que,
acerca desse tópico, mostra-se impertinente a
aplicação analógica ou subsidiária da Lei
8.666/1993. Acórdão 3171/2011, Plenário, rel. Min.
André Luís de Carvalho
Integração das sanções
Quanto à abrangência da sanção, o impedimento de
contratar e licitar com o ente federativo que promove
o pregão e fiscaliza o contrato (art. 7º da Lei
10.520/02) é pena mais rígida do que a suspensão
temporária de participação em licitação e o
impedimento de contratar com um órgão da
Administração (art. 87, inciso III, da Lei 8.666/93), e
mais branda do que a declaração de inidoneidade
para licitar ou contratar com toda a Administração
Pública (art. 87, inciso IV, da Lei 8.666/93). Acórdão
2530/2015, rel. Min. Bruno Dantas
Dever de apurar
Os gestores das áreas responsáveis por conduzir
licitações devem autuar processo administrativo
com vistas à apenação das empresas que
praticarem, injustificadamente, na licitação, na
contratação ou na execução contratual, ato ilegal
tipificado no art. 7º da Lei 10.520/02, sob pena de
responsabilização. Acórdão 754/2015-Plenário,
rel. Min. Ana Arraes
Dolo ou má-fé - TCU
A aplicação da sanção de impedimento de licitar e
contratar com a União, estados, Distrito Federal
ou municípios, em face de irregularidade elencada
no art. 7º da Lei 10.520/02, não depende da
comprovação de dolo ou má-fé. Requer tão
somente a evidenciação da prática injustificada de
ato ilegal tipificado nesse dispositivo legal. .
Acórdão 754/2015-Plenário, rel. Min. Ana
Arraes
Dolo ou má-fé - STF
Ausentes o prejuízo para a
Administração Pública e a
demonstração de dolo ou má-fé do
licitante não há fundamento para
aplicação do art. 7º da Lei n.º
10.520/02. RMOS 31.972/DF
Pesquisa de preço
É da competência da comissão
permanente de licitação, do pregoeiro
e da autoridade superior verificar se
houve recente pesquisa de preço junto
a fornecedores do bem a ser licitado e
se essa pesquisa observou critérios
aceitáveis. Acórdão 2147/2014, rel.
Min. Benjamin Zymler
Correção da planilha
Erro no preenchimento da planilha de
formação de preço do licitante não
constitui motivo suficiente para a
desclassificação da proposta, quando a
planilha puder ser ajustada sem a
necessidade de majoração do preço
ofertado. Acórdão 1811/2014, rel.
Min. Augusto Sherman
Retificação da planilha
A existência de erros materiais ou de
omissões nas planilhas de custos e preços
das licitantes não enseja a desclassificação
antecipada das respectivas propostas,
devendo a Administração contratante realizar
diligências junto às licitantes para a devida
correção das falhas, desde que não seja
alterado o valor global proposto. Acórdão
2546/2015, rel. Min. André de Carvalho
Estudo de caso 1
Em um Pregão Eletrônico promovido pela Escola
Nacional de Administração Pública, cujo objeto era a
contratação de empresa para prestação dos
serviços de agenciamento de viagens nacionais e
internacionais, observou-se durante a fase de
exame preliminar das propostas que 4 (quatro)
empresas apresentaram valor igual a 0 (zero).
Pergunta-se: É admitido classificar as propostas
com base no momento em que as mesmas foram
registradas no sistema eletrônico?
Estudo de caso 2
No âmbito do Pregão Eletrônico n.º 9/2015, realizado
pelo TCU para contratação dos serviços de
manutenção preventiva e corretiva de elevadores, o
pregoeiro constatou ao final da etapa de lances que a
licitante melhor classificada havia ofertado lance final
quase 100% superior ao apresentado em pregão
realizado 3 (três) meses antes para o mesmo objeto, o
qual foi revogado apenas para correção de exigências
documentais. Pergunta-se: Há respaldo legal para
compelir o licitante a reduzir o seu preço?
Estudo de caso 3
O Ministério da Educação realizou pregão eletrônico
para aquisição de equipamentos eletrodomésticos,
fixando no edital de abertura que os interessados
deveriam indicar a marca e o modelo dos bens no
momento do cadastro da proposta. Ocorre que na
fase de aceitação, o pregoeiro observou que a
proposta ajustada ao lance vencedor apontava marca
e modelo diferentes daqueles inicialmente
cadastrados. Pergunta-se: Caberá a desclassificação
da proposta em função da mencionada substituição da
marca/modelo?
Estudo de caso 4
O Superior Tribunal de Justiça lançou edital de pregão
eletrônico para aquisição de televisores, sendo que
por ter natureza divisível e o preço total do item estar
acima de R$ 80.000,00, foi reservada cota de 25% do
objeto para disputa exclusiva entre ME/EPP´s.
Acontece que a cota reservada foi deserta e o sistema
não permitiu a transferência do quantitativo para a
cota ampla. Pergunta-se: O pregoeiro poderá
promover o aproveitamento da cota reservada à
margem do sistema?
Estudo de caso 5
Durante a fase de lances do pregão
eletrônico n.º 85/2015, realizado pelo
Instituto Federal de Mato Grosso, a equipe
de apoio recebeu uma ligação telefônica por
meio da qual um suposto licitante requereu
a exclusão de um lance sob alegação de
que houve erro na digitação. Pergunta-se: O
pregoeiro deverá atender a solicitação?
Estudo de caso 6
Em Pregão para contratar serviços de
gestão arquivística de documentos, no valor
aproximado de R$ 48.850.100,00, a CEF
inabilitou a primeira colocada em virtude do
objeto social não ser compatível com o
objeto da licitação? Pergunta-se: É
necessário que o objeto licitado esteja
descrito expressamente no ato de
constituição da empresa?
Pergunta 1
Marcia Gabellini
Em um pregão eletrônico com vários itens, uma empresa (fornecedor)
participa de vários itens, e em consequência por apresentar o menor
preço terá suas propostas aceitas para vários itens. Quando for
verificar sua habilitação , ou seja, comprovação de patrimônio líquido
não inferior a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação,
quando qualquer dos índices de Liquidez Geral, Liquidez Corrente e
Solvência Geral, informados pelo SICAF e ou documentos
apresentados, for igual ou inferior a 1, como ficará a análise da
habilitação para este fornecedor que terá vários itens adjudicados?
Esta comprovação de 10% será feita com a somatória dos itens
adjudicados para este fornecedor? E quando a licitação não for por
itens e sim por lotes, como podemos proceder para verificação da
comprovação dos 10%?
Pergunta 2
Claudemir Luiz Govaski
Gostaria de saber do professor se o SRP – Sistema de Registro de Preços é a melhor opção de compra de combustível - gasolina, considerando a volatilidade dos preços no mercado. Neste caso, os preços registrados tem validade para 01 ano, os quais podem tanto aumentar como também baixar nesse período. Neste caso a melhor compra não seria contrato de aquisição parcelada pelo maior desconto incidindo mensalmente sobre os preços médios da ANP?
Pergunta 3
Carolina Brozzon
Pode uma empresa licitante de um objeto agrupado igualar seus preços para apenas alguns itens no cadastro de reserva, ou ele necessariamente deve ter todos os preços iguais ao da vencedora?
Quando as demais empresas aceitam igualar seus preços aos da primeira para o cadastro de reserva pede-se a documentação de habilitação para as mesmas fora do sistema? Como se dá o procedimento de convocação das empresas do cadastro de reserva para que haja transparência e ciência das demais empresas?
Pergunta 4
Patrícia Gonçalves
De quem é a responsabilidade pela pesquisa de preços? Qual o embasamento legal?
Como funciona o cadastro de reservas?
SIMPLES NACIONAL
Lei Complementar n.º 123/2006
Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na
condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser
estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-
calendário.
SIMPLES NACIONAL
A adesão ao Simples Nacional não se faz
necessária para que empresas sejam
classificadas como EPP ou ME e tampouco
é imprescindível para que sejam
beneficiadas pela Lei Complementar
123/06.
Acórdão 330/2015-Plenário, rel. Min. Vital
do Rêgo
HABILITAÇÃO – ME/EPP
Art. 43. As microempresas e empresas de pequeno porte, por ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que esta apresente alguma restrição.
§1o Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de 5 (cinco) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da administração pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa. (Redação dada pela Lei Complementar n° 147, de 2014) [...]
HABILITAÇÃO – ME/EPP
Decreto n.º 8.538/2015
Art. 4º A comprovação de regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de contratação, e não como condição para participação na licitação.
§ 1º Na hipótese de haver alguma restrição relativa à regularidade fiscal quando da comprovação de que trata o caput, será assegurado prazo de cinco dias úteis, prorrogável por igual período, para a regularização da documentação, a realização do pagamento ou parcelamento do débito e a emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa.
§ 2º Para aplicação do disposto no § 1º, o prazo para regularização fiscal será contado a partir:
I - da divulgação do resultado da fase de habilitação, na licitação na modalidade pregão e nas regidas pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas sem inversão de fases;
EMPATE FICTO
No caso do portal comprasnet, há uma informação oriunda do banco de dados da RFB indicando o porte da empresa. De qualquer modo, cabe à própria licitante declarar se está apta a usufruir dos benefícios concedidos pela Lei.
Se algum dos concorrentes questionar o enquadramento da licitante beneficiada, cabe ao Pregoeiro promover diligências para sanar a dúvida.
LICITAÇÕES EXCLUSIVAS
Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração pública:
...
I. deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
RESERVA DE COTA
Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art.
47 desta Lei Complementar, a administração
pública:
...
III. deverá estabelecer, em certames para
aquisição de bens de natureza divisível, cota
de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto
para a contratação de microempresas e
empresas de pequeno porte.
RESERVA DE COTA
Caso não haja vencedor da cota
reservada, esta poderá ser adjudicada ao
vencedor da cota principal
Se a mesma empresa vencer a cota
reservada e a principal, a contratação será
pelo menor preço
Na hipótese de SRP, deverá ser
priorizada a aquisição da cota reservada
MERCADO LOCAL OU REGIONAL
• Prioridade de contratação de ME´s e
EPP´s no intervalo de até 10% do menor
preço válido
• Poderá apresentar proposta inferior
àquela considerada vencedora da licitação
• A aplicação do benefício deve ser
motivada, assim como a definição do
percentual
INAPLICABILIDADE DOS BENEFÍCIOS
Não houver, no mínimo, 3 (três) Me´s ou
Epp´s sediadas local ou regionalmente, capazes de cumprir o objeto
O benefício não for vantajoso ou representar prejuízo para ao conjunto ou complexo do objeto
A licitação for dispensável ou inexigível, exceto as hipóteses do art. 24, I e II, da Lei n.º 8.666/93
Reconvocação
Lei n.º 8.666/1993
Art. 48 (...)
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
Aplicação do art. 48, §3º
A administração poderá fixar aos licitantes o
prazo de 8 (oito) dias úteis para a
apresentação de nova documentação ou de
outras propostas escoimadas das causas
referidas neste artigo, a fim de evitar
ocorrências como a detectada no Pregão
Eletrônico 193/09. Acórdão 536/2011 –
Plenário, rel. Min. Aroldo Cedraz
Desistência da Proposta -
PREGÃO Dec. n.º 5.450/2005
Art. 27 (...)
§ 3o O vencedor da licitação que não fizer a comprovação
referida no § 2o ou quando, injustificadamente, recusar-se a
assinar o contrato ou a ata de registro de preços, poderá ser
convocado outro licitante, desde que respeitada a ordem de
classificação, para, após comprovados os requisitos
habilitatórios e feita a negociação, assinar o contrato ou a ata
de registro de preços, sem prejuízo das multas previstas em
edital e no contrato e das demais cominações legais.
Desistência da Proposta -
OUTRAS Lei n.º 8.666/1993
Art. 64 (...)
§2º É facultado à Administração, quando o convocado não
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o
instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos,
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas
condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive
quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato
convocatório, ou revogar a licitação independentemente da
cominação prevista no art. 81 desta Lei.
Aplicação da analogia
O comando contido no art. 64, § 2º, da Lei
8.666/1993, pode ser utilizado, por analogia, para
fundamentar a contratação de licitante
remanescente, observada a ordem de
classificação, quando a empresa vencedora do
certame assinar o contrato e, antes de iniciar os
serviços, desistir do ajuste, desde que o
novo contrato possua igual prazo e contenha as
mesmas condições propostas pelo primeiro
classificado. Acórdão 740/2013, rel. Min.
Benjamin Zymler
Remanescente - dispensa
Lei n.º 8.666/1993
Art. 24 (...)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde
que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e
aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
Inexequibilidade da proposta Lei n.º 8.666/1993
Art. 48 Serão desclassificadas:
(...)
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido
ou com preços manifestamente inexequíveis, assim
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada
sua viabilidade através de documentação que comprove que
os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e
que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a
execução do objeto do contrato, condições estas
necessariamente especificadas no ato convocatório da
licitação.
Análise da exequibilidade
Os critérios objetivos, previstos nas normas
legais, de aferição da exequibilidade das
propostas possuem apenas presunção relativa,
cabendo à Administração dar oportunidade ao
licitante para demonstrar a viabilidade de sua
proposta. Acórdão 2143/2013, rel. Min.
Benjamin Zymler
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