benítez, j. j. - o testamento de são joão

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J.J. Bentez O Testamento deSo Joo 1988- Editorial Planeta, S.A., Crsega, Barcelona (Espanha). Primeira edio: fevereiro de 1988. Segunda edio: maro de 1988. Terceira edio: abril de 1988. Quarta edio: maio de 1988

O presente documento no fruto de minha imaginao. As cruas afirmaes que nele se verte procedem de uma revelao, outorgada ao mundo faz meio sculo e custodiada at hoje pel a denominada Fundao Urantia. Com meu agradecimento dita Fundao, por me haver permit beber em suas para mim sagradas fontes. A Igreja conhece esta revelao mas, obviamen te, silenciou-a e rechaou, de igual modo que os instalados no poder s benzem e fazem seu aquilo que lhes beneficia. Saudao Eu, Joo, s sete Senhoras escolhidas e a seus filhos, a quem amo, segundo a verdade do Engendrado de Deus. Eu, Joo de Zebedeo, a quem o Justo chamou filho do trovo, nascido na Betsaida, depoi s de ter vivido cem anos, sabendo que minha hora chegada, escrevo-lhes desde feso , meus filhos, no sexto ano do governo do imperador Csar Nerva Trajano Augusto, c ujo ltimo e recente triunfo lhe valeu o ttulo do Dcico. Eu, o pior dos pecadoresmeus filhos, minha ltima hora. A no demorar serei reclamado presena do Verdadeiro. Bem sabem que todos meus velhos irmos e companheiros na ve rdade morreram. Eu mesmo sou um cadver, que sobrevive pela graa do Pai e os cuidad os de minha neta, consagrada a este despojo humano h vinte anos. Mas nem a bondad e nem as insnias de minha famlia e de meus muito amados filhos desta Senhora escol hida podem trocar o rumo do que foi planejado pelo Muito alto. Ele me chama, mas nem sequer posso ir aos servios, como no seja prostrado em uma cadeira. , pois, o momento de tomar papel e tinta e confessar meus enganos. J foi escrito por meu fi el e amado discpulo Nathan: Deus luz, nele no h trevas alguma. Se dissermos que esta mos em comunho com ele, e caminhamos em trevas, mentimos e no obramos a verdade. Po is bem, vs, meus filhos, devem ser misericordiosos para com este ancio que, apesar de suas palavras e aparncia, cometeu o mais abominvel dos pecados: caminhar nas t revas e, o que mais escandaloso, deixar que outros cassem no engano. Eu ditei ao Nathan.No faz ainda dois anos coincidindo com a guerra com os dacios que meu bom e ilustre Nathan, imerecido amigo deste Presbtero, concluiu a redao do que vs, meus filhos, destes em chamar o Evangelho de Joo. Meu dever agora lhes acaute lar. Fui eu quem ditou ao Nathan. S eu, portanto, devo carregar com a culpa de qu em, tendo conhecido a verdade, a oculta, dissimula e falseia. Este meu grande pe cado, meus filhos, e daqui, vencido e desejoso de voltar para a luz, rogo ao San to e a vs perdo e misericrdia. Ento, enquanto dirigia a pluma do Nathan, rememorando algumas das coisas que fez e que disse Jesus, tive a ocasio de fugir das trevas que outros, e eu mesmo, consentimos e alimentou, embora bem sabem os cus que s nos guiou a melhor das vontades. Mas o Maligno tem seus prprios planos e este indign o servo do Justo no pode nem quer justificar-se. Queridos: no lhes escrevo para ac rescentar escurido escurido, mas sim para que a palavra do Filho brilhe em seus mu ito amantes coraes, tal e como foi confiada e no como os torpes servos do Senhor ac ordamos pregar. No lhes cause angstia nem naufraga quanto me disponho a lhes confe ssar. Agora sim caminho na luz e a luz s causa de alegria. Seu esprito, reposto da surpresa, saber compreender, retificar e prosseguir na verdadeira mensagem que n os deixou a Palavra. No devo ocult-lo por mais tempo: a verdade foi sepultada. E e u, conscientemente, ao igual a outros irmos em Cristo, contribu com meu silncio e c ovardia a selar sua tumba. Uns e outros, do momento mesmo da partida deste mundo

do Salvador, permitimos que sua doutrina fora maquiada, esquecendo e apagando a tocha de sua luz infinita. No este que conhecem a mensagem que nos legou Nosso S enhor. Temos cansado em graves enganos. E eu, Juan do Zebedeo, como ltimo dos sup erviventes do grupo dos ntimos do Justo, estou obrigado a retificar, em benefcio d a verdade. S ento descansarei em paz. Primeiro engano: o retorno do Professor2 Bem sabem, meus filhos queridos, que tra nscorreram setenta e trs anos da morte por cruz e a gloriosa ressurreio do Verdade iro. Aps, todos, vs e eu mesmo, esperamos sua volta. E a f nessa segunda vinda segu e viva entre as sete Senhoras escolhidas. hora j de despertar realidade. Este, co mo vero, foi um de nossos primeiros e lamentveis enganos. No soubemos interpretar s uas palavras. Confiamos de todo corao em seu iminente retorno carne e isso nos fez imprudentes. escutastes que lbios do bom Pedro que o fim de todas as coisas est p rximo. Mas Simn e quantos compartilhamos esta esperana nos equivocamos. Este, at sen do um assunto de menor fila, deveu envenenar de um principio as que deviam ser f iliais relaes entre os embaixadores do reino, tal e como o prprio Senhor qualificou a seus ntimos. E nossas dissenses que sempre soubemos lhes ocultar foram distancian do aos uns dos outros. Na verdade lhes digo, queridos, que essas posturas irreco nciliveis entre os que vs chamam discpulos do Jesu Cristo se remontam, inclusive, a muito antes da partida do Justo. Jamais souberam delas, mas chegado o momento d as revelar, desentupindo assim a verdade. Em vida dele, alguns dos ordenados por suas prprias mos nos deixamos arrastar pela inveja e a falao. Eu mesmo fui repreend ido pelo Professor em repetidas oportunidades. Mas minha vaidade foi tal que, lo nge de me emendar, cheguei a me proclamar e assim reza no evangelho que veneram c om tanto zelo e amor como o discpulo que Jesus amava, desmerecendo assim a Aquele que ama a todos por igual. Mas esquecerei no momento aquelas antigas e infantis dissidncias para me ocupar do mais grave: o que na verdade lhes concerne, meus fi lhos. A primeira rupturaNossas vergonhosas e at hoje secretas maquinaes que s serviriam p quebrar o amor que nos devamos mutuamente comearam em realidade no histrico momento em que ele, tal e como prometeu, nos deu de presente o Esprito de verdade. Isto, como bem sabem, ocorreu em Jerusalm, durante a festa do Pentecosts. Como resultado daquele sagrado sucesso, Simn Pedro pleno de entusiasmo e de amor p elo Professor rompeu o prudente silncio que nos rodeava, lanando-se s ruas da Cidade Santa, aos caminhos e s aldeias do Israel, proclamando a salvfica realidade da re ssurreio do Jesus. Justamente a nasceria o mais terrvel de nossos enganos. No lhes al armem. Logo o compreendero. O Senhor o tinha repetido uma e outra vez: Esta minha mensagem: o Pai Universal Pai de todos os humanos e, em conseqncia, os homens so ir mos. Esta singela e gloriosa verdade resume e justifica o sentido da vida do Jesus . Mas ns, encabeados pelo Pedro, esquecemo-lo. Aquele supremo poder chegado do cu n o Pentecosts nos fez ressurgir das cinzas do medo e da incerteza. A graa do Esprito limpou nossos coraes e nos proporcionou o valor para proclamar a boa nova. Mas, q ueridos meus filhos, cegos de alegria e necessitados de uma absurda reivindicao do bom nome de Cristo e de seu grupo apostlico, Simn tomou a iniciativa, arejando a n ica notcia que naqueles momentos de xtase nos importava: a ressurreio do Justo. No te ntarei me justificar nem justificar a quantos assim empreendemos a misso de divul gar o novo evangelho. Vs, irmos, e os que venham no futuro, sero nossos juizes. Mas que ningum lhes engane. Este novo evangelho no precisa de muitas palavras, nem ta mpouco de excessivos ritos ou convenincias. Fomos ns quem, involuntariamente, em t ais momentos de euforia, camos no imperdovel engano de substituir a nica mensagem d o evangelho do reino por sucessos limitados e concretos relacionados com a vida do Salvador. Estvamos brios de glria. O Cristo tinha ressuscitado de entre os morto s. Muitos lhe vimos e compartilhamos sua palavra. Isso era quo nico importava. As foras que procuravam sua perdio, e a nossa, tinham resultado esmagadas pela verdade de sua divina presena. O Professor devem compreend-lo estava conosco. No tinha morri do para sempre. E um sentimento de triunfo, de segurana e de poder nos embriagou, apagando todo o resto. Consumidos pelo xtase samos ao mundo e enrouquecemos, proc lamando o que j sabem; o que ento cegava nossa dbil condio de mortais: que Jesus esta va com os seus e que ns fomos seus escolhidos. Seu triunfo, em conseqncia, tambm era o nosso. Quem, em to assinaladas datas, podia meditar sobre outro assunto que no fora o de sua ressurreio? Sentimo-nos transportados a outro mundo; a uma existncia

plena de alegria e de esperana. A chegada do Esprito de verdade foi tempestuosa, c omo profetizou o Justo. E todos rememoramos suas palavras. Mas, como lhes confes sava, meus filhos, aquele momentneo brilho do triunfo sobre nossos inimigos nos c egou. Simn Pedro, enrolando vontades, tomou a iniciativa, pregando o que acabo de lhes revelar. E outros muitos lhe seguimos, nos identificando e nos fazendo cmpl ices do que s era uma parte da verdade. Com o tempo, Pedro se converteria no fund ador de uma nova religio em que vs e eu descansamos que (no posso seguir ignorando-o) nasceu disforme. longe de testemunhar a nica e s verdade, ofereceu s sete Senhoras escolhidas uma plida sombra do que a mensagem divina. Porque sombra o que recebe stes e no a luz. Nosso cristianismo, tal e como se desenvolveu nestes tempos, insg nia que Deus o Pai do Senhor Jesus Cristo. Esta certeza, unida experincia de uma comunho, pela f, com o Cristo ressuscitado, toda nossa bagagem. Diminuda bagagem, p ara falar a verdade, se o compararmos com a grande mensagem que esquecemos!: a p aternidade de Deus sobre toda a Humanidade e a filial relao de seus filhos. Somos culpados. Reconheamo-lo, embora s seja por uma vez e embora isto atraia as crticas dos que veneram aos que j morreram. Equivocamo-nos. Simn Pedro o primeiro. E eu, J uan, com ele. Mas, se lhes escrever e revelo estas coisas, porque ainda esto a te mpo de retificar. formalizamos uma religio a propsito do Jesus, em torno de sua pess oa, a seus milagres e sinais e a muitas de seus ensinos, esquecendo a nica que im porta e pela que ele viveu e morreu: que nos amemos crentes e no crentes na f e na segurana de que Deus nos foi revelado como Pai Universal, no s da Palavra, mas tambm tambm de todos ns, indigna carne mortal. Como lhes vinha referindo, meus filhos, a no demorar, esta foi causa de novas e p rofundas dissenses no seio do flamejante colgio apostlico. Dissipados os primeiros vapores do triunfo (logo que transcorrido um ms desde o Pentecosts), alguns irmos mo vidos sem dvida pela graa do Esprito nos recordaram o perigoso e errneo de tal compor tamento. Lembrana a amargura do Bartolom e seus acesos debates com o Simo Pedro e c om quantos nos empenhvamos em seguir pregando nica e exclusivamente ao redor da fi gura do Professor Ressuscitado, renegando do autntico sentido de sua encarnao. O de sacordo entre os ntimos foi tal que, indevidamente, produziu-se a grande ruptura. Sempre lhes ocultou a verdadeira razo da partida do Natanael s terras orientais d a Filadelfia. Esta que agora lhes confesso foi a nica motivao de sua repentina e pr ecipitada marcha de Jerusalm. Soube que permaneceu um ano com o Abner e Lzaro, dir igindo-se depois s naes situadas alm da Mesopotamia, onde pregou o evangelho do rein o, tal e como ele o entendia. Esta grave diferencia de critrios, que jamais foi r econhecida publicamente, diminuiu nossas foras, reduzindo a seis o grupo inicial dos doze que tanto veneram. E por isso pelo que tambm lhes escrevo: para que seu amor por volta dos doze embaixadores seja fruto da luz e no da cega confuso que ns mesmos propiciamos. A fora da ressurreio nublou nossos sentidos e Simn Pedro, seu ir mo Andrs, Felipe, Mateo Lev, meu irmo Santiago e este agonizante Presbtero que agora solicita sua compaixo se conjuraram para estender a boa nova da volta vida do Pro fessor, fazendo ouvidos surdos a todo o resto. Que o Senhor, em sua infinita mis ericrdia, saiba nos perdoar... O Esprito de verdade: seu significadoConsumada a grande ruptura da que nunca nos rec uperaramos , o ardor e eloqncia do Pedro fizeram o resto. E ns, temerosos s vezes e su preendidos sempre ante o puxador poder de seu verbo sobre a figura do Jesus, ass istimos com vaidade e torpe satisfao humana a um quase milagroso estalo do nmero de crentes no Filho. Esse primitivo ncleo se foi fazendo mais e mais notvel e, de no vo, o calor do triunfo afogou nossas conscincias. Gentis e judeus recebiam a pala vra e o batismo e, aos poucos meses, fomos legio. O que hoje chamamos igreja nasc eu como uma seita dentro do judasmo, limitando e empobrecendo o que j tinha sido c oncebido pobre e limitadamente. Porque todos ns e Pedro mais que nenhum permanecemo s fiis ao que tanto tinha combatido o Senhor: s asfixiantes e inteis normatiza e ri tuais da Lei. Sabem por nossos lbios e cartas: no fomos capazes de renunciar s atad uras das crenas e do sufocante cerimonial de nossos pais porque, simplesmente, tnh amos perdido esse nico e verdadeiro sentido da mensagem crstico. Como vem, queridos filhos, nossos males procedem e procedero sempre dessa nscia renncia na hora de pr oclamar a paternidade de Deus, em benefcio de uma egosta e muitas vezes mesquinha viso do evangelho do reino. Mas antes de prosseguir com a pblica confisso destes nossos enganos, meu dever e d

esejo lhes escrever tambm sobre outro assunto, intimamente vinculado ao nasciment o desta nova religio que hoje chamamos cristianismo e que, de no alterar a tempo s eu rumo, s Deus Todo-poderoso saber no que pode desembocar com o passo dos tempos. .. Muitos de vs, meus filhos devotos, interrogaste-me ao longo destes anos sobre o sentido da chegada do Esprito de verdade. Pois bem, hei aqui minha sincera opin io, no formulada para acender polmicas, a no ser para iluminar a quantos anseiam e p rocuram a paz em Nosso Senhor Jesus. O Filho nico viveu e ensinou um evangelho qu e libera o homem da mais remota das dvidas: no somos filhos do Maligno, a no ser gl oriosos filhos do Pai. Esta foi sua mais apreciada lio que, me permitam que insist a, abandonamos como impulsivos adolescentes, deslumbrados por uma efmera glria. El e nos elevou dignidade de filhos de um Deus, dissipando assim as trevas e a ince rteza que pesavam sobre nossa origem e, o que mais importante, sobre nosso futur o. Filhos queridos!, que pode haver maior honra e alegria que saber-se filhos do Todo-poderoso? E como prometeu em vida, no ficamos rfos. Ao deixar este mundo, o Mestre enviou em seu lugar ao Esprito, destinado a morar em todos e cada um dos homens, reafirmand o assim sua mensagem, gerao detrs gerao. No caiamos de novo no engano de autoproclama nos depositrios exclusivos dessa graa. O Esprito no escolhe. reparte-se e derrama po r um igual entre os mortais crentes ou no , de igual modo que a luz do sol beneficia ao mundo sem regateios nem distines. Deste modo, cada povo, cada nao, cada sociedad e e cada tribo humanos possui e possuir a verdadeira mensagem do Jesus Cristo, po sto ao dia segundo as sempre novas e renovadoras necessidades espirituais de cad a momento e de cada ser humano. Fique bem claro, meus filhos, que a primeira e m ais importante misso do Esprito consiste em personalizar a Verdade. S a inteligente compreenso dessa Verdade nos dar aconteo e nos permitir possuir a mais pura e eleva da forma de liberdade humana. O segundo grande benefcio da chegada do Esprito tambm foi experiente por este, seu irmo. Ao princpio, quando ele foi executado, a trist eza e o desespero se instalaram em nossos coraes. E apesar de hav-lo visto ressusci tado, sua partida deste mundo nos deixou rfos. No sabamos viver sem sua companhia. M as ele enviou ao Esprito e esses sentimentos de abandono e orfandade se extinguir am. de lei pensar que, sem o Esprito de verdade, todos os crentes estariam hoje i ndefesos e condenados solido individual e coletiva. A presena deste Esprito nos emp urrou e assim ser at o fim dos tempos a proclamar e estender a realidade da chama di vina do Pai que pulsa na alma de cada mortal. Em certo modo, o Esprito de verdade , de uma vez, o esprito do Pai Universal e o do Filho Criador. Escrevo-lhes isto, no porque desconheam a verdade, mas sim porque essa verdade lhes foi mostrada pel a metade. Queridos em Cristo: no caiam no engano de confiar em seu intelecto para reconhecer e identificar ao Esprito de verdade, estendido j sobre a Humanidade. E ste Esprito jamais cria uma conscincia de si mesmo. Sua misso outra: consolidar e f azer visvel o esprito do Filho. Desde o comeo, Jesus o disse: O Esprito que lhes envi arei no falar por si mesmo. A prova, portanto, de sua comunho com o Esprito de verdad e no se acha em seu reconhecimento circunstncia que jamais obtero a no ser em uma cre cente, clara e inconfundvel conscientiza da presena viva do Filho no mais profundo de seus coraes. Se gozarem da luz ntima do Jesus, ento tero descoberto ao Esprito qu mora em vs. Mas o Esprito, meus filhos, est em todos. Os que ainda permanecem nas trevas so s atrasados no amor infinito e compassivo do Pai. No sejamos impacientes: a fruta amadurecida por si mesmo e no pelos desejos do hortelano. O Esprito, meus filhinhos, veio para ajudar aos homens a recordar e a compreender os ensinos do Professor e iluminar nossas vidas. O Esprito, meus filhinhos, veio para ajudar aos crentes a que comprovassem a sabe doria da Palavra e o excelso valor de sua vida encarnada. O Esprito, filhinhos, veio tambm para nos recordar que a Palavra vive hoje e sempr e no mais profundo de cada um dos crentes desta e de todas as geraes futuras. Porq ue no esta uma obra de mortais, mas sim de Deus. E o Esprito seu condutor. Ele nos guia para a verdade ltima: a conscincia espiritual de que estamos abocados felici dade. E se me perguntam o que a felicidade, s poderei lhes recordar o que j sabem e foi dado como o mais antigo dos mandamentos: fazer a vontade do Pai. O evangelho do resgateQue ningum lhes engane, meus filhos. Nem sequer ns, os embaixa dores do reino. Eu mesmo lhes tenho escrito que o Filho de Deus se manifestou pa ra desfazer as obras do Maligno. E at sendo assim, no essa a grande verdade. Jesus

viveu plenamente entregue vontade do Pai. Mas o Pai no colrico, a no ser amoroso. Equivocadamente, alguns dos que permanecemos muito perto dele lhes transmitimos um evangelho de cru resgate. O Cristo foi dito viveu, morreu e ressuscitou para en xugar a dvida humana; para nos arrebatar das redes do Diabo. No, meus filhos!, cad a homem, pelo generoso feito de ter sido criado pelo Pai, recebe o inviolvel patr imnio de sua prpria imortalidade. O Justo no deveu resgatar, a no ser a recordar. De us no mata. Deus no culpa. Deus no castiga. Somos ns mesmos, longe da luz, quem culp o, odiamos, aniquilamos ou castigamos. Mas, mesmo assim, a graa da paternidade di vina um esperanzador e inerente direito de cada mortal. Esta a essncia da mensage m do Jesus; uma mensagem que deformamos e sepultou. Agora lhes corresponde a vs r eceb-lo e pratic-lo. E me atrevo a lhes dizer mais, posto que meu fim se adivinha e logo comparecerei ante a justia de quem todo o pode: se lhes empenhassem em ign orar quanto agora lhes revelo (e eu sei que minha mo a guia o Esprito), seguindo n osso desafortunado exemplo e marginando a grande mensagem do Professor, outros, depois que vs, sero igualmente iluminados por esse Esprito e estas verdades, oculta s at hoje, a respeito de que a paternidade de Deus e a fraternidade entre os home ns terminaro por emergir, transformando as civilizaes. Advirto-lhes isso, muito ama ntes filhos em Cristo: nada h mais certo e indestrutvel que o amor do Pai, que a s abedoria da Palavra encarnada e que a fora do Esprito. A ao deste ltimo como o amanh cer: quem poderia det-lo? Ns mesmos devemos reconhecer seu salvfico poder. Apesar d e ter equivocado o caminho, sua fora nos encheu de tal sorte que, a partir do Pen tecosts, cada um dos embaixadores do reino fez mais progressos espirituais em um ms que nos quatro anos de ntima associao com o Justo. , pois, minha obrigao lhes aca lar. Algum dia, por cima inclusive das Senhoras escolhidas, a Humanidade despert ar luz e far sua a grande mensagem do Jesus do Nazaret. meus filhos, tambm vs fostes batizados em esprito. Obrem, portanto, no de boca nem de palavra, a no ser com as obras que inspira a um homem o saber se filho do Pai dos Cus. Mais ainda: trabalh em nessa verdade, aceitando de por vida a vontade de quem lhes criou e vive em vs , como a vela no candelabro. Os frutos do Esprito interior Queridos, foi escrito: no confiem em qualquer esprito, a no ser examinem se os espri tos vm de Deus. Agora sabem que todos os espritos procedem e encerram a Deus. Aque les que se empenham na iniqidade s esto cegos. Vs devem abrir seus olhos ao Esprito q ue mora neles. Basta lhes oferecendo a verdade que ele nos deixou; ser suficiente retirando o vu de seus olhos para que descubram que sua origem, como o nosso, no est na carne ou no barro, a no ser no Pai Universal. O resto coisa do grande instr utor; do Esprito interior que descendeu no Pentecosts. E da mesma forma que me vem agora retificar sobre o escrito em relao ao exame dos espritos que vm de Deus, tambm me disponho a faz-lo sobre outro assunto, estreitamente vinculado a essa histrica presena do Esprito de verdade. Tm-no lido e, inclusive, ouvido de lbios dos prprios e mbaixadores do reino. Entretanto, eu lhes declaro solenemente que muitas desses estranhos e milagrosos sinais e ensinos que foram associadas ao Pentecosts s foram conseqncia de nosso transbordado ardor e sentimento de triunfo sobre as castas sa cerdotais feijes que tinham pretendido lhe aniquilar e nos aniquilar. O descida d o Esprito, meus filhos, no necessita de campainhas, incenso ou ventos tempestuosos . Devem compreender e perdoar a quem assim tem narrado e propalado a vinda do in strutor. Eu, Juan do Zebedeo, fui testemunha daquela assemblia na morada do defun to Elias Marcos e digo verdade ao referir que nada externo nos comoveu. Ningum vi u com os olhos da carne as lnguas de fogo que alguns pretendem, nem tampouco fomo s sobressaltados pelo furaco ou milagrosamente bentos pelo dom de lnguas. Aquele m omento foi muito mais intenso e profundo do que a tradio lhes contribuiu. O Esprito chegou tempestuosamente, sim, mas com o poder da revelao interior: a mais demolid ora de quantas possa conceber o intelecto humano. Pouco depois do meio-dia, os c ento e vinte crentes ali reunidos notamos uma singular presencia em metade da sa la. Repito-lhes isso: ningum viu nada sobrenatural. Mas a fora do Esprito se apoder ou de cada corao, nos enchendo de uma alegria, de uma segurana e de uma confiana com o jamais haja sentido mortal algum. Era o instrutor prometido pelo Jesus. E Pedr o, movido pelo Esprito, elevou-se, confessando em pblico o que cada um j adivinhava

para si: que aquele renascimento espiritual s podia ser obra da terceira pessoa da Deidade. E impulsionados por essa fora, a assemblia se dirigiu ao Templo, onde anunciamos a judeus e gentis quanto j sabem. E foi nosso ardor, e no o dom de lngua s, o que abriu as portas do triunfo e da nova era. Lstima que to formidvel e nobre impulso s fora aproveitado pelos embaixadores para pregar nica e exclusivamente a respeito da Ressurreio e da vida encarnada do Professor, desatendendo a maravilhos a essncia de sua mensagem universal... Olhem, meus filhos, que no me canso de repe ti-lo. Olhem que podem acreditar que muito o andado desde o Pentecosts e, entreta nto, ao lhes desvelar estes trgicos enganos, fcil intuir que apenas se tivermos ap ertado nossos lombos e disposto a impedimenta. Agora comeam a reconhecer que equivocamos o caminho. Eu mesmo, ao lhes escrever s obre o Sedutor, cheguei a dizer: Tudo o que se excede e no permanece na doutrina d e Cristo, no possui a Deus. que permanece na doutrina, esse possui ao Pai e ao Fi lho. Se algum vier a vs e no portador dessa doutrina, no lhe recebam em casa nem lh e sadem, pois o que lhe sada se faz solidrio de suas ms obras. Agora, meus filhos, as susto-me ante minha prpria necedad. Somos ns aqueles que um dia fomos ordenados pel a graa do divino Jesus os primeiros que deveramos nos proclamar sedutores e anticri stos, posto que no permanecemos em sua doutrina, a no ser na nossa. Mais ainda: ne nhum mortal, pela indisputvel verdade de ser filho do Pai Universal pode ser tach ado em justia de sedutor ou feto do Maligno. Todos possumos a Deus, me deixem que volte sobre meus passos e que retifique, posto que ainda estou a tempo. Todos cre ntes e pagos levamos a luz da Divindade. S por isso merecem nosso respeito e amor e s por isso devemos acolh-los e saud-los. Que conheam um dia sua autntica origem e de stino nossa coisa, sim, mas, sobre tudo, do Esprito de verdade que se derramou pa ra todos e cada um dos homens. Como lhes mencionei, a principal misso deste Esprit o consiste em iluminar Humanidade sobre o amor do Pai e a misericrdia do Filho. E m conseqncia, quais somos ns para premiar, castigar ou julgar? Faamos bem nosso trab alho, proclamando a verdade e deixemos ao grande Instrutor o como e o quando de cada revelao pessoal. Esses frutos do Esprito chegam sempre. Mas em cada ser humano so distintos, de acordo com suas circunstncias, personalidade e desejo de perfeio. Em minha j dilatada existncia, queridos filhos, aprendi a ser paciente. A verdade da mensagem do Justo se move por si mesmo; nunca pelas pressas do homem. No esquea m que ele vive agora, desde o Pentecosts, em cada um de ns e o faz em forma de espr ito instrutor, revelando-se na experincia individual de cada ser humano. Recordem sempre. Recordem que ele, no ns, o portador de toda graa e misericrdia. Um novo evangelho de fE posto que me proponho lhes legar meu ltimo testemunho, just o ser que, antes de continuar com outras no menos importantes revelaes, saia tambm ao encontro de uma grave duvida, suscitada entre alguns dos muito amantes filhos d esta, minha querida Senhora de feso. Perguntam-lhes, no sem razo, se a verdade e a retido podem vencer algum dia em um mundo como o nosso, desarmado pela iniqidade, a calnia, a mentira e a inveja. que a f e o amor triunfaro sobre a maldade? A respo sta, embora proceda deste desprezvel despojo humano, afirmativa. E no unicamente a voz da experincia a que vos fala, a no ser, sobre tudo, a desse esprito instrutor que me honrou com sua divina presena. So a vida, morte e ressurreio do Professor as melhores prova de quanto lhes escrevo. O sinal e demonstrao eternos de que a verda de, a bondade e a f prevalecero e sero justificadas por toda a eternidade. Sabem qu e, ao p da cruz, algum se mofou do Jesus, dizendo: Vejamos se Deus lhe libera. A tm a mais clara das respostas. O dia da crucificao amanheceu escuro. Mas o da ressurreio foi radiante e mais, se couber, o do Pentecosts. conhecestes muitas religies. Pois bem, eu lhes digo que aquelas que procuram afanosamente liberar o homem das car gas prprias da vida so religies nascidas na desesperana. Notar, filhos queridos, que s procuram e anseiam o aniquilamento, bem pelo sonho, o descanso ou a morte. Ess as no so religies de vida. a do Jesucristo glorioso uma religio que enaltece a vida, nos enchendo de f, esperana e amor. Nisto sabemos que lhe conhecemos. No lhes afli jam, portanto, ante o turvo presente deste mundo em crise. A verdade j germinou. Deixem que cresa. Uma e outra vez lhes lamentam ante os duros reversos do destino . E eu lhes pergunto: no padeceu o Justo golpes mais severos que os seus? Eu fui testemunha de exceo: o Professor fez frente s dvidas, iniqidade e ao desprezo com um arma indestrutvel: a f na vontade de seu Pai. Jesus no fugiu jamais as contrarieda des da vida. Confrontou-as e domin, incluindo o amargo clice de sua morte. E olhem

que nunca lhe vimos refugiar-se na religio para liberar-se da vida e de suas ata duras. Repito-lhes isso: a religio do Engendrado de Deus no foge da vida, por mais que criamos em outra existncia futura e eterna. A religio que ele praticou e a que me referirei breve com maior ateno goteja paz e alegria porque supe o descobrimento de uma nova existncia espiritual. Uma forma de ser e de conceber a vida que a en obrece. No confundam a religio do Cristo com a adormidera de falsos deuses. Toda r eligio que narcotiza ao povo religio humana, no divina. Nisso, justamente, distingu imos a religio da Palavra: em que seu desejo de progresso espiritual fonte inesgo tvel. Esta a grande alavanca que move e mover ao mundo. S as almas que conhecem a v erdade melhor ainda: que a buscam esto capacitadas para conduzir ao resto dos mor tais. S esses podem ostentar com orgulho o ttulo de progressistas e dinmicos. Agora Deus quem procura o homemfoi escrito que quem confessa ao Filho, possui tambm ao Pai. E eu acrescento, meus doces filhos, que quem proclama ao Justo Jesucrist o j foi meio doido pelo Esprito de verdade. E a liberdade se instalar em seu corao. D esde o Pentecosts, Jesus tem quebrado com as fronteiras e com as limitaes humanas. Sua bandeira azul e branca a bandeira da liberdade. Mas ns, os que tivemos o priv ilgio de lhe servir em vida, no soubemos lhe servir em esprito. A chegada do Instru tor que no foi outra coisa, como j fiz meno, que um divino presente do Professor a ca da mortal tinha uma misso que os ntimos no souberam intuir em to histrico momento. He aqui outro dos graves enganos que, at hoje, tampouco fomos capazes de reconhecer . Este Esprito de verdade se pulverizou com o fim de animar aos crentes a trabalh ar mais intensa e ilusionadamente na proclamao do evangelho do reino. Mas ns torpes e cegos entendemos que semelhante experincia formava parte do prprio evangelho e a deformao da mensagem primitiva do Jesus acusou um novo e duro golpe. Durante anos, por causa desta cegueira espiritual, todos vs aprendestes e aceitou que o Esprito de verdade descendeu nica e exclusivamente em benefcio dos onze embaixadores do r eino. No foi assim. Os cento e vinte homens e mulheres reunidos aquele dia no lar dos Marcos recebem, todos, a luz do Esprito. Mas o Santo Instrutor fez outro tan to com o resto dos mortais: crentes ou pagos. E cada alma recebeu os talentos jus tos, de acordo com seu amor verdade e sua prpria aptido para compreender as realid ades espirituais. Esta a autntica religio: a que libera os homens das presses sacer dotais ou das castas, achando sua manifestao mais pura no mais sagrado do prprio ho mem: seu corao. meus filhos, quantos e quo graves enganos esto suportando por causa da soberba e d ebilidade humanas? por que no soubemos manifestar com simplicidade e verdade o qu e em realidade sups a vinda do Esprito Instrutor? longe do que tm lido e escutado, a irrupo do Esprito de verdade no Pentecosts trazia consigo um tesouro: uma religio n em antiga nem nova, nem conservadora nem reformadora. Uma religio em que ningum po dia dominar: nem os velhos nem os jovens. Uma religio cimentada na mensagem que a lguns dos ntimos esquivam intencionadamente. De hav-lo seguido, de ter sido fiis ao evangelho do Justo, o trabalho de expanso do Esprito Instrutor seria hoje uma rea lidade diferente, muito mais universal e esplndida. Sem nos dar conta, a acolhida dispensada naquela manh do Pentecosts a nossos ardorosos sermes, por parte de home ns que representavam a raas e religies to dspares, foi j, meus irmos, um muito vivo s nal do carter universal da religio do Jesus. Mas ns no soubemos entend-lo assim. No s nta saudades, irmos, se o mundo lhes aborrecer. adulteramos uma mensagem, empobre cendo-o com nossa miopia. O que nasceu destinado a todos os homens vive mal agor a em sete comunidades que se autoproclaman escolhidas pelo Filho nico. Pode conce ber-se maior desatino! O Esprito de verdade me dita que o evangelho do reino no po de nem deve identificar-se nunca com raa, cultura ou idioma concretos. Mas, o que fizemos ns, escolhido-los? Eu lhes direi isso: do muito mesmo dia do Pentecosts n os empenhamos em encarcerar o evangelho, limitando-o e subjugando-o s tradies e nor mas judias. Todos os nefitos se viram obrigados a aceitar nossas condies. E a unive rsalidade da mensagem crstico posto de manifesto pelo Esprito de verdade foi aborta da do primeiro momento. Compreendem agora minha angstia e tormentosos remorsos? Q uais fomos ns para retificar os sagrados planos do Instrutor? E apesar disso, fiz emo-lo. Sabem, inclusive, que Pablo do Tarso padeceu multido de dificuldades com seus irmos de Jerusalm, precisamente porque se negava a aceitar que os gentis paga ssem o tributo da submisso s leis judaicas. Na verdade lhes digo, irmos, que nenhum a religio que se tenha por revelada poder estender-se pelo mundo se cair no grave

equvoco de deixar-se impregnar por uma cultura nacional ou se fizer suas prticas r aciais, econmicas ou sociais estabelecidas com antecedncia. Escrevo-lhes tudo isto para que minha alma descanse em paz e no se consuma no fogo dos remorsos do que, conhecendo a verdade, optou por escond-la, inclusive a um passo da morte. Se dis sermos: o Esprito Instrutor foi nossa coisa, enganamo-nos. A proclamao do Pentecosts hei-lhes isso dito, teve um destino universal. Ao tempo que o Esprito descendia sobre os cento e vinte o fazia igualmente sobre os campos e cidades, rompendo c om as formas, rituais, templos e costumes de todos os tempos e naes. Queridos irmos : desde esse dia, j no necessrio procurar o deserto para receber a graa e a luz do E sprito de verdade. Ele encheu o mundo. Impregnou a natureza e a ns, filhos do Pai, deu-nos novas armas para estender a boa nova. Umas armas me escutem com ateno que n ada tm que ver com o poder terrestre dos homens. Desde o Pentecosts, a religio do J esus rompeu para sempre com as foras fsicas que conhecem. Os novos educadores da H umanidade vs, meus filhos, e quantos possam acontecemos devem compreender que essas armas do Instrutor so sempre de natureza espiritual: as nicas indestrutveis. A con quista e proclamao da nova ordem, desta religio do Justo, deve ser indulgente; resp eitando conscincias e crenas e sem desmentir a ningum. Partiro pelo mundo com uma nic a bagagem: o do amor e a boa vontade. S com o bem podero vencer ao mal. Separem-vo s de vs a fcil inclinao a julgar e condenar. Respondendo ao mal com o mal retrocedero aos velhos costumes de nossos pais, que ignoravam a venturosa mensagem crstico d a paternidade de Deus. Se todos os seres humanos for irmos, por que amaldioar, men osprezar ou procurar a destruio de quem leva nosso mesmo sangue espiritual? Ou que so capazes de prescindir de seus filhos, pais e maridos ou algemas porque mais d e uma vez equivoquem suas palavras ou feitos? luz do Esprito de verdade, seus fil hos e os gentis de terras remotas so uma mesma coisa: o fruto do amor do Pai. Vo p elo mundo com o af de triunfar, mas faam com a moeda do amor. O dio se desmorona a nte um sorriso amoroso; ante um silncio pormenorizado e ante uma resposta favorvel , que no humilhe ou machuque. Irmos: que odeia desgraado. No somem novas angstias a eu atormentado corao. Muito ao contrrio: escutem seus raciocnios e, embora resultem r idos e inaceitveis para vs, tratem de faz-los seus. Sempre h um ponto de verdade na verdade de outros. Olhem que lhes escreve um arrependido. Olhem que no procuro j a vaidade das honras, nem a recompensa temporria da admirao dos homens. Sou um homem que viveu na mentira e que morre proclamando a verdade. O Professor nos ensinou que sua religio jamais passiva. A boa nova toda uma avent ura pessoal. Aqueles que a faam sua podero enfrentar-se ao medo e s trevas das dvida s. Para isso est a f viva e valente na verdade. Devem ser homens inquietos, sempre atentos, no a suas prprias necessidades, a no ser s de outros. A misericrdia e o amo r faro o resto. Nunca lhes encadeiem a ritos e cerimoniais que no tenham nascido d o amor. A religio que ele nos ensinou no precisa de tetos, cnones nem hierarquias. Vive no esprito humano como o suco que nutre s novelo. esse esprito que mora em cad a um de ns seu nico e verdadeiro templo. E a ns, individualmente, corresponde-nos d espertar e fazer despertar a outros a esta esperanzadora luz. Mas, me permitam q ue insista: removam os alicerces espirituais de seus irmos com o exemplo e as boa s obras; nunca com a recriminao e a condenao. A Verdade no patrimnio dos que lhe co cemos. A Verdade ele e, desde o Pentecosts, ele se instalou sem regateios nos mai s humildes e nos capitalistas. Queridos filhos, que importante resulta esta sing ela realidade! Todos estamos tocados pelo dedo muito amante do Pai. Inclusive os idlatras, os sanguinrios ou os que lhes perseguem. hora j de olhar a Deus cara a c ara e no como ao Eterno dos Exrcitos. chegada a hora de proclamar sua paternidade sobre todos ns, esquecendo o equivocado conceito de um Jehov colrico e justiceiro. Sempre tememos ao Todo-poderoso porque, simplesmente, no lhe conhecamos. Jesus do Nazaret nos tem descoberto e insone a autntica face do Pai: um Deus to amoroso que , no s nos concede a imortalidade, mas tambm, alm disso, capaz de instalar-se no mai s ntimo de cada mortal. Olhem que digo verdade porque no sou eu quem escreve. ele quem conduz minha pluma. E eu vos manifesto que a sombra radiante do Pai Univers al viaja at o corao de cada menino, quando este adota sua primeira deciso moral. No s fomos criados diretamente pelo Pai: alm disso, forma um tudo com a carne e o espri to que nos sustentam. Escutem, pois, sua voz. Basta olhando para dentro. Basta g uardando silncio. Basta ficando em suas mos, tal e como o Professor nos ensinou. A t a chegada do Santo Instrutor os homens se perderam em escuras e difceis buscas d

o grande Deus. Desde o Pentecosts merc ao do Esprito , essa busca contnua, mas ilu pela mensagem do Justo: agora Deus quem procura o homem. E o faz, como lhes digo , de dentro e no desde temveis e justiceiros tabernculos. Vs mesmos, ao longo destes setenta anos, fostes testemunhas da grande mudana exper ienta em muitos dos crentes. A fora do Esprito de verdade tal que os homens so capa zes hoje de perdoar toda sorte de injrias pessoais e de suportar em silncio as mai s abominveis injustias. Sabem de irmos em Cristo que encararam perigos em nome e em benefcio da f e que desafiaram a dor e a morte, respondendo clera e o dio com o amo r e a tolerncia. Esta a grande lio que ele nos legou e que eu, apesar de meus pecad os, atrevo-me a solicitar de vs. Pouco a pouco, com o passo dos tempos, sobre a c ruel face deste mundo s ficar um ganhador: Jesus do Nazaret, o Justo, o Filho nico e Engendrado de Deus. E esse triunfo se produzir, no pela dialtica ou o poder dos h omens, mas sim pelo Esprito, capaz de iluminar todas as mentes com o grande princp io crstico: Deus nosso pai. Em conseqncia, se todos formos irmos, que sentido tem gu errear?, que vontade a Humanidade com a tirania de uns irmos sobre outros?, que j ustificao pode manter o dio?, que existe algo mais rentvel e benfico que a mtua con na e a solidariedade? Mas os ntimos tm sido os primeiros em incumplir este formoso e lgico princpio. No lhe s falamos que Pai e da mensagem de fraternidade. Ao menos, no o fizemos como ele nos aconselhou: dando absoluta prioridade paternidade de Deus. As mulheres: outro engano que devemos repararAo esquecer a essncia da mensagem do J esucristo e pregar to somente em torno de sua pessoa, milagres e ressurreio, camos e m um poo sem fundo, habitado pelo pior dos devoradores: o engano. me permitam que , em nome dessa justia que procede do Justo, vos abra de novo meu cansado corao e c onfesse outro grave pecado, alimentado sem piedade por quantos nos chamamos filh os do Todo-poderoso e que est desembocando em uma penosa realidade que, vs, meus q ueridos filhos, devem reparar e retificar sem demora. Conhecem sobradamente qual foi a condio e estado da mulher na comunidade que nos h meio doido viver. Ainda ho je, apesar da luz derramada no Pentecosts, permanece alheia, escravizada e relega da em virtude de mesquinhos e sempre equivocados conceitos religiosos, econmicos e sociais. Ns, os embaixadores do reino, assistimos em vida do Jesus com grande es cndalo por nossa parte a audaz e aberta reivindicao que o prprio Professor fez dos di reitos das mulheres. Sabem, embora muitos de ns o tenhamos oculto, que ele permit iu e respirou a presena, junto aos doze, de outro nutrido grupo de hebrias, que co mpartilhou os ensinos, alegrias e tristezas da predicacin e da vida pblica do rabi no. Simn Pedro e alguns de ns fomos admoestados pelo Jesus ao pretender as ignorar ou as desprezar. Apesar disso, escrito est pelo grande Saulo: A mulher oua a instr uo em silncio, com toda submisso. No permito que a mulher ensine nem que domine ao ho mem. Que se mantenha em silncio. Porque Ado foi formado primeiro e Eva em segundo lugar. Pois bem, eu lhes digo que Pablo e que todos quantos assim falamos e obrou no somos dignos de fazer nossa a palavra do Jesucristo. A partir do Pentecosts, n o reino do Pai no pode haver primeiros e segundos. Na fraternidade que herdamos, a mulher no menos nem mais que o homem, a no ser igual. Recordem que entre aqueles cento e vinte discpulos que recebemos o dom do Esprito, uma boa parte eram mulher es. E o Instrutor descendeu sem excees, enchendo de graa, por um igual, a vares e fme as. Os fariseus podem seguir dando graas ao Cu por no ter nascido mulher, leproso o u gentil. Mas, entre ns e no novo reino, semelhante atitude no tem justificao. A mul her reflexo do homem, tm lido nas cartas do Pablo. Tambm foi escrito que a mulher deve cobrir-se quando ora ante Deus e que sua cabeleira lhe foi dada a modo de vu . Torpes palavras, a meu entender, que s demonstram estreiteza de esprito e um foro so esquecimento dos ensinos do Professor. o Pai quem cria, com idntica liberdade e amor, a mulheres e homens. A mulher no procede do homem, nem este daquela. Ambo s nascem, ao unssono, do amor do Pai. Se a presena do Esprito de verdade marcou um novo tempo e a alegria de uma religio sem barreiras nem discriminaes, por que este empenho em separar e menosprezar a nossas irms? Eu lhes direi isso: estamos viven do uma parte do novo evangelho, esquecendo o tudo. Queridos: observem que minhas palavras, uma e outra vez, fluem impregnadas por um repetitivo lamento. Ao no re speitar a mensagem primitiva de Cristo, os enganos se acontecem em cascata. Esta mos equivocando o caminho. Os homens no podem pretender o monoplio do servio religi oso. Elas, nossas irms, foram igualmente bentas pelo Esprito. Elas podem e devem

proclamar a boa nova ao mundo. Elas souberam que Professor, com idntica intensida de que os homens (mais inclusive que ns, que lhe abandonamos das tristes horas do prendimiento no Getseman). Elas tm o direito e a obrigao de dirigir-se s assemblias de participar das cerimnias. Tanto uns como outros somos ramos de uma mesma rvore . Todos recebemos idntica luz, idntica chuva e idntico vento. Permaneam alerta e ret ifiquem sua atitude. De prosseguir nesta cega discriminao e nscia superioridade par a as mulheres, a igreja que agora nasce acrescentar escurido escurido e, algum dia, o mundo a julgar com idntica medida. No h famlias santase da mesma forma que chamo sua ateno sobre o perigoso engano que abate sobre todos aqueles que marginam mulher, meu dever sair ao passo de outra no menos lamentvel e errnea crena, que vai ganhando terreno nos coraes de muitos dos rentes das sete Senhoras escolhidas. Ao princpio foi uma muito humana e lgica admi rao. Agora, ano detrs ano, comeou a transformar-se em motivo de venerao e de quase do ntia adorao. possvel que muitos de vs, filhos queridos, tomem estas palavras como in evitvel conseqncia de uma senilidade centenria. Mas eu lhes repito que minha mente p ermanece clara e serena e minha mo segue os ditados do Esprito. E guiado pelo amor que vos professa vos lembrana que no bom santificar nem render culto a ningum que no seja Deus. Vi com meus prprios olhos como muitas das comunidades de crentes ven eram famlia terrestre do Jesus, havendo pouco menos que divinizado a Mara, sua me. Saibam que Mara e um dos irmos do Professor formavam parte daquele grupo de cento e vinte discpulos que foi repleto pelo Esprito de verdade. Mas eles no receberam ma is que o resto. Nenhum dom especial foi outorgado famlia humana do Justo. No h, por tanto, famlias santas. S o Pai santo. A lembrana e o respeito para a memria dos que nos precederam so prticas elogiables e benficas. Mas no caiam na tentao de santificar aos que tiveram algo que ver com o Professor. Repito-lhes isso: ningum santo. Sab em que no so minhas palavras, mas sim do prprio Engendrado de Deus. Seu natural desconhecimento da personalidade da me do Jesus, das circunstncias que a rodearam e o inevitvel passado do tempo esto forjando nas comunidades de crente s uma imagem to distorcida da Mara que me assusta pensar at onde pode chegar este a montoado de despropsitos e de falsas notcias. Este Presbtero que lhes escreve sim c onheceu a me do Senhor. E embora o que me disponho a lhes relatar possa lhes pare cer duro e desrespeitoso, entendo que assim me submeto e lhes submeto verdade. No fala com sinceridade quem assegura que a esposa do Jos foi um permanente e valio so respaldo espiritual na misso de seu primognito. Ao igual a ocorresse conosco, s eus ntimos associados, sua me tampouco compreendeu em vida a excelsa misso do Profe ssor. S depois de sua morte e ressurreio, e merc luz do Esprito, comeou a intuir qu era na verdade e por que tinha encarnado em seu ventre. E sua tristeza foi tal q ue, depois da partida do Jesus, decidiu retirar-se a Galilea, morrendo ao ano, vt ima da melancolia e da desolao. Mara, como muitos de ns e de seus parentes, tinha fo rjado em sua mente uma idia terrestre e revolucionria de seu filho. Jesucristo era o ansiado Mesas das Escrituras. Um Mesas libertador, que poria fim dominao de Roma, elevando nao judia fila e posio que sempre mereceu. Apesar das explicaes e do echao do Justo para tais pretenses, sua me de carter teimoso e obstinado viveu empenh da em dito ideal. E esta nada grata situao seria motivo de choques e enfrentamento s entre ambos e de mais de uma lgrima. A famlia do Jos e Mara riscou ambiciosos plan os para o Jesus. J desde sua misteriosa concepo, o anncio do anjo de Deus a Mara e a seu parente da Judea, Isabel, foi tomado como um signo premonitorio. E ambas as mulheres, com o incondicional apoio do Zacaras e as reservas do Jos, reuniram-se e m diferentes oportunidades, desenhando em seus coraes o futuro do libertador e de seu brao direito, Juan, mais tarde chamado o Anunciador. Queridos, abram os olhos realidade. O Professor foi um incomprendido, inclusive para os sua na carne. El e amou profundamente a sua famlia, mas no foi capaz de lhes fazer ver qual era na verdade seu destino. Mara no podia entender as filiais relaes de seu primognito com o Pai dos cus. Aquela atitude do Jesucristo, refirindose a Deus como seu Pai, valeu -lhe srias reprimendas e a incompreenso e o repdio de quantos lhe conheciam. E sua me no foi uma exceo. Mara no era uma mulher total, nem to espiritual e devota de seu lho como muitos de vs pretendem. Teria sido muito de desejar que, entre os testem unhos escritos e orais que hoje circulam pelas comunidades de crentes a respeito da vida e ensinos do Professor, algum se tivesse atrevido a contar esse, para mu itos, escuro captulo da existncia terrestre do Senhor. Mas tambm nisto fomos covard

es e interessados. Por desgraa, eu, Juan, sou o ltimo dos superviventes daquele sa grado tempo e, embora me empenhasse em semelhante tarefa, pressinto que nem sequ er chegaria a inici-la. Asseguro-lhes, meus filhos, que ao esquecer os trinta pri meiros anos da vida do Justo obscurecemos e de que forma! muitas das razes e dos org enes de seus ensinos e de seu singular comportamento ao longo de seu predicacin pb lica. A Histria, implacvel, julgar-nos por isso. E o far com razo e sabedoria. Sabem de sobra que a trajetria de qualquer ser humano indivisvel. Forma um tudo, desde s ua mais longnqua infncia at o momento da morte. por que, ento, perguntaro-lhes com lg ca, no lhes foi oferecida tambm essa parte da vida do Professor? Poderia me justif icar e justificar a quantos assim atuaram, alegando falta de tempo ou, o que ser ia pior, uma carncia de informao. Nada disto certo. Muitos dos ntimos e prximos ao J sus conhecamos de antigo seus anos de juventude. E uma vez mais, de mtuo acordo, e stimamos que no convinha escurecer com debilidades e servides humanas a imagem de uma famlia que velou pela Palavra. Nscios e cegos! que a figura do Santo poderia s er empanada por homem mortal algum? Muito ao contrrio, o fiel conhecimento da ver dade tivesse engrandecido, se couber, sua condio humana, situando e centrando a qu antos lhe acompanharam em vida em seu justo e legtimo lugar, sem falsos pudores n em disfarces. Como vem, amados em Cristo, tenho motivos para o desgosto e para p rosseguir com esta carta-testamento que, assim o desejo, s nasce ao amparo da ver dade. Jesus no era o Mesas que todos esperavam4 E posto que j o mencionei, me deixem agora que me estenda sobre essa falsa imagem que todos, incluindo a este Presbtero, che gamos a nos formar sobre o Jesus do Nazaret e seu novo reino. Isto sim lhes foi irradiado com lealdade e rigor: quando o Professor foi feito prisioneiro e justia do, seus ntimos, sem excees, cremos morrer de tristeza e desespero. Simplesmente, fu gimos, perdendo toda esperana. E seus conselhos e recomendaes se dissiparam naquela s jornadas de aparente fracasso individual e coletivo. De algo, entretanto, serv e-nos to cruel e amarga experincia. O Professor se disse ento foi um profeta rico em palavras e prodgios ante Deus e seu povo, mas em modo algum podia ser o Mesas libe rtador. No fugaz transcurso de uma noite e de uma manh, o acariciado trono do Dav id se derrubou com estrpito e ns com ele. Todos os embaixadores embora no queiramos reconhecer acreditvamos na iminente restaurao do reino do Israel sobre a Terra. Para ns s era um reino terrestre. Foi mister, como lhes digo, que fora sepultado e res suscitasse de entre os mortos para compreender que no lhe tnhamos compreendido. Su a presena nos devolveu a esperana, nos abrindo os olhos a um reino espiritual e a um Cristo Deus. antes de partir, ele nos tirou at as saias do monte dos Olivos, n os recomendando que permanecssemos em Jerusalm at ser dotados do poder do Esprito e nos assegurando que logo retornaria. Essa promessa seria fonte de graves transto rnos, de no poucas confuses e de atitudes extremas que ainda hoje padecem. E o Espr ito descendeu sobre o mundo e a boa nova, embora empobrecida e manipulada, foi p roclamada com fora e arrojo. Realmente convm reconhecer que fomos discpulos de um P rofessor vivo e triunfante e no de um lder morto e esquecido. O rabino se instalou em nossos coraes. Era uma presena real e lhe vivifiquem. Mas, meus queridos filhos , arrastados pelo ardor, tomamos a promessa de volta do Senhor como algo iminent e. Era lgico assim o cremos ento que Jesus retornasse breve para concluir a excelsa m isso de instaurar o reino. Em realidade, s tinha ido ao Pai com o fim de preparar nossos respectivos tronos. Como possvel conceber pensamentos to pueris? Entretanto , assim foi e assim foi durante anos. Vs sabem bem, posto que permanece escrito e , inclusive, em sua simplicidade, qualificam-no de palavra de Deus. Simn Pedro, S antiago e Pablo, entre outros, encarregaram-se de recordar s sete Senhoras escolh idas que a vinda do Jesucristo est prxima; que esses dias ltimos sero difceis; que o Juiz est j s portas; que o fim de todas as coisas est prximo e que, como eu mesmo ref eri, so muitos os anticristos que apareceram e que, conseqentemente, chegada a ltim a hora. Ves palavras! Ves iluses que s originaram catstrofes e rixas! Um belo mas utpico intentoQuem lhes escreve nestes ltimos dias de sua vida no o faz c om amargura nem desalento. S com a serenidade de to dilatada experincia. E dia detrs dia, transbordante de amor e de triunfo, aquela incipiente comunidade de fiis se guidores do Professor se refugiou no Templo de Jerusalm, orando, pregando e procl amando que a Parusa tinha sido anunciada. E esta cega esperana arrastou a um novo engano: o plano e as riquezas foram postos ao servio da assemblia. Quem mais tinha

, mais oferecia. E o povo inteiro elogiou o belo gesto de uns homens e mulheres que, espera do retorno de seu Senhor, foram capazes de desprender-se de terras, dinheiros e patrimnios, em benefcio dos mais pobres e necessitados. Aquela massa i nicial de crentes tinha um s corao, uma s voz e um nico objetivo: compartilh-lo tudo esperar em paz a iminente chegada do Filho. Ns, boa parte dos ntimos, fomos os di retos responsveis por este enfebrecido movimento. Enrouquecemos ante as multides, proclamando os fatos da vida, morte e ressurreio do Professor, atemorizando s gente ante a pronta segunda vinda do Verdadeiro. E o evangelho do reino no me canso de insistir nisso foi substitudo por um evangelho sobre e a propsito do Jesus. O Crist o comeava a ser o credo, centro e final da nova e deformada religio que comeava a g erminar em Jerusalm. Ele tinha ressuscitado. Estava vivo. Tinha vencido ao Malign o. Muitos lhe tnhamos visto e escutado suas palavras. Tinha-nos agradvel seu Esprit o. No demoraria para retornar. Estas realidades e nosso profundo amor pelo Senhor provocaram o nascimento de uma doutrina em que Deus era o Pai do Jesucristo, es quecendo a antiga e autntica mensagem: que Deus o Pai de todos os homens. Certame nte, embora estas primeiras comunidades se apresentaram ante os povos como uma e logiable manifestao de amor fraterno e de boa vontade, tinham nascido viciadas. De vo ser sincero uma vez mais: aquele amor desinteressado entre os membros do que c om o tempo seria chamada igreja surgiu como conseqncia de uma ardente paixo pelo Jes us, mas nunca pelo reconhecimento do grande princpio que ele tinha revelado: a fr aternidade entre os mortais. Desta forma, no de outra, filhos queridos, germinou no Israel a comunidade de irmos que lhes precedeu. Em efeito, chamvamo-nos irmos e irms. Nossa saudao era o beijo da paz. Reunamo-nos em pblico, partamos o po como ele s tinha ensinado. Orvamos e celebrvamos o jantar da lembrana, batizando ao princpio no nome do Jesucristo. S vinte anos mais tarde se comeou a batizar no nome do Pai, do Filho e do Esprito de verdade. Em realidade, nada pedamos aos conversos: s a ce rimnia simblica do batismo. A organizao administrativa que agora conhecem e padecem chegaria depois, quando os homens levados por sua natural inclinao e sepultado para sempre a mensagem do Jesus resolveram hierarquizar o amor. Naquele tempo s fomos a fraternidade de Cristo, sem chefes e sem mais disciplina que um intenso zelo p ara a memria do Senhor. Era um segredo a vozes que o Professor retornaria a Jerus alm antes de que passasse aquela gerao. E movidos por esta slida convico lanamos a o a lamentvel aventura: a partilha de todos nossos bens. Jesus jamais tinha propici ado um gesto semelhante. Entretanto, seguros de seu retorno e de que seramos reco mpensados com acrscimo, pobres e ricos puseram seus pertences ao servio da comunid ade. Os resultados finais desta bem-intencionada experincia de amor fraterno fora m calamitosos. As semanas e os meses passaram e os recursos da fraternidade se e sgotaram. Jesus no dava sinais de vida. No retornava. E a impacincia fez presa nos irmos; em especial, nos que mais tinham doado. Muitas famlias se viram de repente na runa, com suas fazendas hipotecadas e suas filhas entregues escravido. Os choqu es, rixas e deseres amiudaram e a situao se fez to dramtica que os crentes da Antioqu se viram na triste necessidade de efetuar coletas com o fim de paliar a fome de seus irmos de Jerusalm. Assim concluiria uma das primeiras e mais amargas iniciati vas do recm estreado colgio apostlico do Jesus. As primeiras perseguiesApesar desta crtica situao a que ningum quis referir-se at o, bem por pudor ou porque se perdeu no esquecimento , as comunidades de crentes s eguiram crescendo e estendendo-se dentro e fora do Imprio. Isso conduziria um nov o e triste problema. Ante o vigoroso impulso de nossas assemblias, os saduceos se elevaram indignados, propugnando a destruio do que qualificaram como semente de um a ordem blasfema. A permanente insistncia em nossos discursos a respeito da ressur reio do Professor e da vida eterna que nos aguarda todos depois da morte feriu sua nscia teologia, mobilizando s castas sacerdotais. Os fariseus, por sua parte, rea giram com moderao, dado que nossos costumes e ritos no se apartaram da Lei mosaica. Mesmo assim, o poder dos saduceos se deixou sentir e muitos dos dirigentes das comunidades de crentes assentadas no Israel foram encarcerados e perseguidos. S a providencial interveno do rabino Gamaniel deveu sufocar o que parecia o primeiro grande desastre dos seguidores do Jesus. Dirigindo-se aos saduceos, advertiu-lhe s: lhes abstenha de tocar a estes homens. lhes deixem em paz. Se seu trabalho pro vier dos homens, ele sozinho morrer. Mas, se proceder de Deus, nunca podero destru i-lo.A perseguio cessou e as comunidades viveram um curto mas intenso perodo de paz n

o que o evangelho a propsito do Jesus se estendeu sem maiores dificuldades e com ex trema rapidez. A grande ruptura com o judaismoNosso grande pecado o esquecimento da verdadeira men sagem do Jesus do Nazaret Humanidade no demoraria para revolver-se contra ns mesmos . Durante aqueles seis primeiros anos, a pesar do fracasso da partilha dos bens e dos primeiros encarceramentos, nem os ntimos do Jesus, nem tampouco os irmos que comeavam a despontar como lderes nas diferentes comunidades, quisemos escutar as vozes dos mais sensatos, que nos recordavam insistentemente o engano de nossas c olocaes. E tudo continuou seu curso at que no ano 790 da fundao de Roma (seis depois da morte e ressurreio do Senhor), um preclaro grupo de crentes gregos procedentes da Alejandra se transladou a Jerusalm. Eram alunos de Rodam e, merc a seu valor e s abedoria, fizeram grandes converses entre os helenistas da Cidade Santa. Entre aq ueles se encontrava Esteban. Pois bem, foi escrito que, depois da lapidao do Esteb an, desencadeou-se uma furiosa perseguio contra os fiis crentes em Cristo. Dizem ve rdade quem assim conta. Entretanto, as autnticas motivaes desta segunda perseguio no oram confessadas. Esteban e o resto dos gregos chegados da Alejandra no comparti lhavam nossa forma de fazer, sempre amparada sob as normas e rituais judeu s. mais de uma vez se enfrentaram ao Simn Pedro e aos discpulos que nos empenhvamos em pregar nica e fundamentalmente em torno da figura do Senhor, renegando da gra nde mensagem de fundo. E fiis a sua filosofia, os gregos se lanaram s ruas de Jerus alm, denunciando esta servido dos crentes em Cristo religio mosaica e proclamando o grande princpio da paternidade universal de Deus e a conseqente fraternidade entr e os mortais. Aquilo foi um escndalo para prprios e estranhos. Entretanto, devemos reconhecer que a razo lhes assistia. Em um desses fogosos discursos, como j sabem , Esteban resultou lapidado e os saduceos, implacveis, reiniciaram os encarcerame ntos e perseguies. Nunca vi tanto desconcerto e desolao entre os irmos. Os mais fugir am s montanhas e os que nos ocultamos na Cidade Santa, transcorridos alguns dias, celebramos uma assemblia que, filhos queridos, resultaria tristemente histrica. E steban tinha sido o primeiro mrtir da nova religio. Todos o reconhecemos. No obstan te, nenhum dos pressente teve o valor de aceitar que ele e o resto dos gregos es tavam na verdade e que ns tnhamos errado na filosofia do reino. E em vez de repens ar e retificar o rumo, nossos esforos se centraram na busca de uma frmula que nos permitisse sair da crise. E os sagrados pilares da mensagem do Professor foram d efinitivamente arruinados e abandonados, em benefcio da sobrevivncia e do que j tod os chamvamos a religio do Jesus. As discusses pareciam no ter fim. Mas, ao ms da mort e do Esteban, a assemblia alcanou a compreender que s ficava uma alternativa: terei que separar-se dos no crentes. E a fraternidade de Cristo deixou de ser uma seit a incrustada no judaismo, para erigir-se na igreja do Ressuscitado. Pedro foi o encarregado de organiz-la e Santiago, o irmo do Jesus, resultou designado como seu primeiro chefe. Tinham transcorrido seis anos da morte do Justo. O primado: assunto humanoRecordem que, faz anos, eu, Juan, Presbtero de feso, escrev ia que muitos sedutores tinham sado ao mundo. Eu sou um deles. E o sou, no porque tenha atacado e renegado do Jesucristo, mas sim por meu silncio. Hora , pois, de r omper essa cumplicidade. Para falar a verdade, quanto tm lido e ouvido em torno d a designao divina do Simn Pedro para ocupar o primado das Senhoras escolhidas s resp onde vontade dos homens e aos interesses de quantos, naquele tempo, participamos e consentimos em tais maquinaes, mais prprias de fracos mortais que da sabedoria d o Engendrado de Deus. Sei que quanto lhes estou refiriendo duro de acreditar e m ais difcil ainda de aceitar. Mas eu sei que a verdade brota de meu esprito e que o Todo-poderoso sustenta minha mo. No lhes escandalizem portanto ante o lido e o qu e ainda subtrai por confessar. As sete Iglesias que hoje se estendem pelo crculo no surgiram por rpido desejo do Jesus do Nazaret, mas sim pela debilidade de seus embaixadores, ansiosos de poder alguns e desconfiados os mais. S quando os crente s comearam a ser legio, esquecido j a grande mensagem crstico, embarcamo-nos na huma na aventura de consolidar e fortificar entre muros, ritos e normas o que tinha n ascido livre, como mxima expresso da busca da perfeio espiritual. E me permitam que siga abrindo meu corao e que confesse em pblico o que faz anos consome meu esprito. Possivelmente devamos rogar para que o Professor no retorne jamais. Porque, de fa z-lo, possivelmente sua clera incendeie primeiro aos seus, que no souberam guardar e fazer guardar sua excelsa mensagem. Os que lhe conhecemos em vida sabemos que

o Professor jamais sujeitou sua vontade s cadeias do rigorismo da lei mosaica, ne m aceitou passar pelo olho das organizaes que pem freio maravilhosa potestad da lib erdade espiritual. E ns, que nos autoproclamamos sua igreja, temos cansado no mes mo desvario dos que lhe condenaram e executaram. Olhem que ningum lhes engane com falsas justificaes. Se o Professor tivesse desejado uma igreja, ele mesmo se teri a posto frente dos milhares de homens e mulheres que lhe seguiram. No era uma igr eja o que Jesucristo ansiava e apregoava. Sua misso era e imensamente mais nobre, universal e singela: fazer ver quo mortais estamos irremisiblemente ligados pelo s laos da fraternidade. Que Deus nosso Pai, a todos os efeitos. Isto, meus filhos , inscreve-se na alma atravs do Esprito de verdade; no pelo poder dos homens. Nem s equer pela sempre falsa santidade de uma igreja que leva o nome do Ressuscitado. Eu mesmo, e outros antes que eu, temos escrito em favor da natureza divina do p rimado e das Iglesias s que pertencem. Tudo obedeceu a puras razes e interesses hu manos. Era mister nos justificar e o fizemos. O mal parece. Agora so vs quem deve retificar e retomar o autntico evangelho do reino. Nisso empenho este meu ltimo fle go. Uma dolorosa e inevitvel disporaMas ainda tenho muito que lhes escrever e o tempo ap ressa. Formalmente constituda a igreja do Jesucristo, as perseguies das castas sace rdotais se multiplicaram, dando lugar a uma dolorosa e inevitvel dispora. Empurrad os pelas circunstncias, dezenas de fiis crentes se propagaram pela Gaza e Tiro, ca minho da Antioqua e, de ali, para a Macednia, Roma e todos os limites do Imprio. E com eles viajou a nova religio. E conhecestes deste modo que, entre esses forados peregrinos, achava-se uma parte importante dos doze. vista da tradio lgico presumir que homens como Mateo Lev, Simn o Zelote, Natanael e outros partiram para terras longnquas, obrigados em boa medida pela ameaa dos encarceramentos. No esta toda a v erdade. Infelizmente, nesta contnua cerimnia da confuso a que lhes submetemos, a au tntica razo da marcha destes embaixadores do reino lhes foi exausta. Como podero de duzir por vs mesmos, a difuso de dita razo no podia interessar aos que formvamos part e da recm estreada igreja. E, uma vez mais, foi deformada de mtuo acordo. Essa razo que moveu a alguns de nossos irmos a separar do primitivo colgio apostlico no foi ou ra que a que j lhes apontei e repito sem cessar: com grande viso e lealdade optara m por proclamar o evangelho, tal e como ele nos tinha ensinado, fundamentando su a doutrina na mensagem da paternidade de Deus e a fraternidade dos homens. O res to Iglesias, ritos, leis e a predicacin a propsito do Jesus no lhes interessava. E a a impossibilidade de uma reconciliao, optaram por uma discreta e silenciosa retir ada de Jerusalm. Aos olhos da comunidade, foram as perseguies e o zelo por levar a palavra de Deus a outros povos o que motivou o xodo de discpulos como Mateo, Simn o Zelote, Bartolom e Tomam. Ns, os que escolhemos o caminho da igreja, sim conhecamo s a verdade. Mas, covardes e interessados, ocultamo-la. E agora, se me permitirem isso, queria dedicar uma amorosa lembrana a cada um des tes irmos. Todos, suponho, mortos faz anos. Com isso cumpro igualmente o sagrado dever de lhes informar a respeito dos lugares aos que lhes conduziu a fora do Espr ito Instrutor. Andrs, o irmo do PedroApesar de ter ostentado em vida do Professor a chefia dos doze e de hav-lo feito com tanta dignidade como eficcia, Andrs soube passar a um segund o discreto plano depois da morte e ressurreio do Justo. A partir do Pentecosts acei tou de bom grau que os irmos crentes lhe designassem como o irmo do Simn Pedro, per dendo assim sua antiga e bem merecida autoridade. A ele se deveu, em grande medi da, a eficaz organizao da nascente igreja que presidiu Pedro. No lhes descubro nenh um secreto se lhes confessar que parte de meu evangelho, assim como outros que c irculam entre os fiis das Senhoras escolhidas, sustentaram-se nas notas e lembrana s que chegasse a escrever Andrs em torno dos ensinos, sucessos e pensamentos do J esucristo. Infelizmente, depois de sua morte, irmos que no merecem este ttulo manip ularam, enviesado e corrigido estes escritos originais do Andrs, convertendo-os e m uma vida do Professor que pouco ou nada tem que ver com a realidade. Sei que, depois de uma intensa predicacin por terras de Armnia, sia Menor e Macednia, Andrs fo i detido e crucificado no Patras. E contam seus amigos que aquele valente discpul o demorou dois dias em morrer. Pedro: fundador da igrejaNingum pode duvidar da grande valia do Simn Pedro. Desde o Pentecosts, inclusive antes, ele nos respirou a proclamar a boa nova. No possvel ne

gar seu valor e f no Professor. Como j lhes anunciei, foi Pedro quem na verdade ci mentou a nova igreja, muito antes, inclusive, de que Pablo se convertesse na gra nde tocha iluminadora. Ele alcanaria o primado porque, tacitamente, todos delegam os em sua coragem e excelente verbo. Entretanto, hora j de desvelar seus enganos, que tanta escurido propiciaram e seguem propiciando. Desde o comeo tambm sabem , Simn se empenhou em convencer aos judeus da natureza messinica do Jesus. Para ele no ha via a menor duvida: o Professor foi o autntico Mesas, o legtimo sucessor do trono d o David. E at o momento de sua morte, em sua mente se confundiram esses trs concei tos: Jesucristo como Mesas Libertador, Jesucristo como Redentor e Jesucristo como Filho do Homem, revelando a Deus. Nenhum de ns foi capaz de clarificar sua fogos a e irrefletida vontade. Depois de abandonar Jerusalm, Simn Pedro viajou incansave lmente desde Corinto a Mesopotamia , levando seu ministrio a todas as Iglesias, incl usive s fundadas pelo Pablo. A ele se deve essa outra vida do Jesus, narrada pelo Marcos trinta e oito anos depois da morte do Justo. Com exceo das notas do Andrs, foi Juan Marcos quem ps por escrito a primeira, mais curta e singela das histrias em torno dos sinais e vida pblica do Professor. Nela, como sabem, bebemos todos o utros. E embora no ignoram que Marcos viveu tambm algumas das cenas narradas em se u evangelho, o justo proclamar que, na verdade, este evangelho deveria levar o n ome do Simn Pedro. Ele foi seu indutor e inspirador. Sendo jovem, Juan Marcos se uniu ao Pedro e, posteriormente, ao Pablo. E embora todos sabamos da resistncia do Jesus a pr por escrito seus ensinos, Marcos terminou por acessar aos requeriment os do Simn Pedro e da igreja de Roma. Os irmos necessitavam de um testemunho escri to e, com a ajuda do Pedro, o jovem Marcos foi ordenando um primeiro rascunho. A provado este pelo prprio Simn Pedro, Marcos iniciaria sua definitiva redao pouco dep ois da crucificao de seu amigo e professor. Este evangelho foi concludo trinta e oi to anos depois da morte e ressurreio do Jesucristo. Por desgraa, a quinta e ltima pa rte deste evangelho se perdeu e outras mos insensatas cobriram sorte lacuna com a crescentados e postios que nenhum dos ntimos do Professor poderamos reconhecer. Outros ensinos do Pedro seriam recolhidas anos depois nos escritos do Lucas. Ent retanto, toda sua fora e vigoroso estilo ficaram refletidos na primeira de suas c artas, dirigida aos que vivem na Disperso. Hoje, morto Pedro e depois das tendenc iosas e injustas correes introduzidas por um dos discpulos do Pablo em dita epstola, a primitiva mensagem do Simn ficou desvirtuado. Sua imagem, entretanto, perdurar na memria dos crentes, ao igual de seu muito amante algema, entregue s feras na ar eia de Roma o mesmo dia da martirizacin de seu marido. Natanael desapareceuPouco lhes pode dizer este Presbtero de feso do bom e tido sauda des Bartolom. Foi um dos irredutveis defensores da autntica mensagem do Professor. E apesar de sua ternura e excelente bom humor, que antigamente soube velar pela segurana de todas nossas famlias, terminaria por enfrentar-se com firmeza ao Pedro e aos que lhe secundamos. A morte de seu pai, pouco depois do Pentecosts, animou -lhe a abandonar definitivamente Jerusalm, encaminhando seus passos s terras do Ti gris e do ufrates. Minha ltimas notcias disto faz j mais de trinta anos lhe faziam pe as longnquas fronteiras da ndia onde, suponho, ter morrido. Natanael, por fortuna p ara ele, nunca quis arrolar-se em hierarquias nem estruturas. Pregou e levou o l egado do Jesus at o Oriente, sem atar-se s humanas disciplinas do Iglesias ou leis . Junto ao Zelote e ao Mateo Lev, foi todo um exemplo de integridade e valentia. O Justo o ter acolhido em seu seio. Mateo Lev e seu discpulo IsadorSei por seu bom amigo e discpulo, Isador, que o public ano de Deus encontrou a morte na Lysimachia (Tracia), por causa das intrigas de alguns judeus, que conspiraram e delataram aos romanos. Tampouco Mateo se sentiu agradado com a idia de pregar um evangelho apoiado to somente na figura do Profes sor. E antes de cair no pecado de escndalo, sua proverbial humildade e tolerncia l he impulsionaram a sair de Jerusalm, levando a Palavra at o norte. Foi visto em Sr ia, Capadocia, Galatia e Tracia onde, segundo seu fiel Isador, foi executado. En tre as Senhoras escolhidas da sia existe a crena generalizada de que o evangelho q ue leva o nome do Mateo obra de punho e letra do Lev, o publicano. A verdade outr a. Embora as notas e lembranas sobre a vida do Engendrado de Deus, que serviram d e pedra angular para a confeco de tal evangelho foram, em efeito, trabalho direto do Mateo Lev, a redao em grego coisa de seu aluno, Isador que, modestamente, silenc iou sua identidade. Mateo escreveu suas notas pouco depois da crucificao do Senhor

. Possivelmente os irmos mais velhos recordem como aqueles escritos em aramaico d o Lev foram copiados e distribudos dez anos depois da morte do Jesus e pouco antes do autoexilio do publicano. Hoje, depois de tanto tempo, foi impossvel a localiz ao de uma s das cpias em aramaico de to precioso e justo manuscrito. Ficam, isso sim, e devemos dar graas ao Cu por isso, os cilindros do Isador, escritos na cidade de Bolota ao cumprir o ano quarenta e um da partida do Jesucristo. Isador, como po ssivelmente sabem, escapou com vida do cerco do Tito a Jerusalm, levando consigo as notas do publicano e as quatro quintas partes do tambm chamado evangelho do Ma rcos. Com tudo isso disps e redigiu o que na atualidade conhecem como o evangelho do Mateo. Simn Zelote, o fogoso nacionalistaMinha lembrana tem que ser igualmente ntimo para o Simn, a quem todos chamvamos o Zelote. Quo difcil foi a vida deste honrado e em ocas ies irrefletido nacionalista e patriota judeu! O Professor lhe amou como ao resto , mas fracassou em seu intento por lhe convencer de que o novo reino nada tinha que ver com suas ideais e esperanas polticos. A morte do Senhor lhe separou de ns. Viveu afastado de tudo e de todos durante alguns anos at que, informado da formao d a igreja do Jesucristo, apresentou-se de improviso em Jerusalm e, com sua habitua l sinceridade, reprovou-nos o que qualificou de traio mensagem. Simn Pedro jamais s impatizou em excesso com o Zelote e a discusso foi amarga e intil. Por ltimo, desal entado ante o comportamento de seus velhos companheiros, vimo-lhe partir para a Alejandra, pregando a sua maneira a paternidade universal de Deus. Alguns crentes g regos lhe acompanharam anos mais tarde pelo Nilo. E em solitrio remontou o grande rio, entrando no corao da frica. Faz muitos anos que no sei nada dele. Nenhum dos i rmos soube me dar razo. Mas o corao me dita que seus restos repousam ali onde foi co nduzido pela fora do Esprito Instrutor: nas difceis selvas que se perdem ao sul da Nubia. Judas e Santiago do AlfeoForam a simplicidade e assim lhes recordar. Poucos homens serviram ao Professor com tanta entrega e renncia como os gmeos do Alfeo. Eles sab iam de seu escasso verbo e, conscientes de que sua misso tinha concludo com a marc ha do Justo, no reclamaram honras nem hierarquias. depois do Pentecosts, com a mes ma discrio com que tinham vivido aqueles quatro anos ao lado do Jesus, assim se re tiraram de novo s bordas do mar do Tiberades, trabalhando em excesso-se em um pouc o to importante ou mais , queridos filhos, que a predicacin do novo reino: o dirio exe mplo do trabalho bem feito. Judas e Jacobo morreram junto a sua lancha e suas re des. Tomam Ddimo, o grande pensadorMinha notcias sobre o irmo Tomam se perdem na ilha de M alte. Escreve-lhes um ancio que, apesar de seus pecados e debilidades, jamais dei xou de amar a seus amigos e companheiros. De todos fui recebendo pontuais cartas e testemunhos at que a morte, como no caso do Ddimo, foi-lhes sumindo no silncio. Tomam deixou pouco depois do Pentecosts. Este notvel pensador, de cujas dvidas apre ndemos todos, lutou tambm em favor da reunificao espiritual do primitivo colgio apos tlico. Mas, ao no obt-lo, escolheu o caminho do apostolado individual. Durante anos viajou pelo norte da frica, Chipre, Sicilia e Giz, batizando no nome do Jesus. O s tentculos do Maligno, encarnado na Besta romana, alcanaram-lhe quando pregava em Malte e ali mesmo foi sentenciado e executado. Logo me reunirei com ele. Apesar de meus esforos no me foi possvel conhecer quo escritos estava preparando em torno dos ensinos do Professor. Deus Todo-poderoso queira que esse jornal chegue mos po das e generosas. Felipe, o intendenteMinha lembrana amorosa tambm para o curioso Felipe, a quem conhe cia desde minha juventude na Betsaida. Morreu igualmente martirizado, tal e como lhes contou, vtima do dio e da cegueira dos mesmos judeus que nos encarceraram e perseguiram desde o Pentecosts. Sabida era sua eficcia como intendente. Esse mesmo praticamente resultou de grande utilidade na reorganizao dos embaixadores do rein o. Muitas das normas da nova igreja foram obra dela. Felipe partiu em seguida, c heio de zelo, para as terras da Samara, proclamando o evangelho entre os impuros. Sua esposa, como ocorresse com o Pedro, foi outra digna propagadora da verdade, permanecendo com grande valor e audcia ao p da cruz em que foi executado o velho e ntimo intendente. E quando as foras de seu marido comearam a debilitar-se, ela pr oclamou a voz em grito a boa nova, at que a ira dos judeus se lanou contra sua pes soa, lapidando-a. Suponho-lhes inteirados, meus filhos, do grande trabalho reali

zado por Leoa, a filha maior do Felipe, que chegaria a ser a clebre profetisa do Hierpolis. Santiago Zebedeo, meu querido irmoNo serei eu, Juan do Zebedeo, quem elogia meu prpri o sangue. Santiago, meu irmo, foi um homem atormentado, desejoso de paz e de amor . No foi comprido nem largo em vaidades. Mas bem parco e silencioso em suas aprec iaes, embora sempre justo e, como bem sabem, queridos filhos, leal ao Professor at o ponto de saber apurar o clice do sofrimento. Quatorze anos depois da crucificao d o Jesus, Santiago correu sua mesma sorte, enfrentando-se ao martrio com a integri dade que tinha caracterizado sua vida. At tal ponto estou na verdade que seu acus ador, ao comprovar a fora moral de meu irmo sob a espada do Herodes Agripa, caiu f ulminado pela graa do Esprito, correndo a unir-se aos discpulos do Cristo que com t anta sanha tinha aoitado. Eu tambm perdoei a seus verdugos e o Todo-poderoso me co ncedeu a graa de resgatar viva de meu irmo da grande tribulao de sua solido, fazend minha esposa, de acordo com as sagradas leis judias. H vinte anos, uma de minhas netas cuida amorosamente deste despojo humano que no se cansa de solicitar seu a mor e perdo. Judas IscarioteNo posso resistir o impulso de meu esgotado corao. Tambm devo lhes fal r do traidor. Tambm Jesus do Nazaret lhe amou. E tambm devemos faz-lo ns, por muito penoso e antinatural que isso nos parea. Amados filhos: em alguma ocasio chegastes at mim, me interrogando sobre os tristes sucessos que nos tocou viver e que prec ipitaram ao posedo pelo Maligno ao fundo da Gehena. Muitas e confusas verses sobre a grande traio foram chegando at meus ouvidos, fruto, certamente, da ignorncia e do rancor. Eu repetirei a verdade, no pelo af de me enfurecer com o irmo cansado a que m o Pai (estou seguro) perdoou , mas sim para que vs saibam a que ateneros e jamais esqueam as palavras do Justo em sua mensagem de despedida: ... olhem que lhes avi so contra os perigos do isolamento social e fraternal. Escrevo-lhes isto para que, no futuro, jamais lhes deixem arrastar pelo desesper o, por muito grave e funesta que possa lhes parecer sua conduta. antes de julgar (e melhor ser que jamais caiam em semelhante temeridade) convm a todo homem de be m o informar-se com pontualidade e pacincia sobre aquilo que tem ante si e que, n a maioria dos casos, foi maquiado pela precipitao ou a maledicncia dos homens. Resu lta singelo condenar. Elaborar um julgamento honesto e meditado, em troca, traba lho de gente prudentes e consideradas. O que pde mover ao Judas, o Iscariote, a v ender ao Senhor? meus filhos, que ningum lhes engane. Muitos irmos das sete Iglesi as puseram por escrito que foi a cobia o que transtornou ao embaixador perdido. E eu lhes digo que no. Outros, que igualmente desconhecem a verdade, tentam ao Tod o-poderoso com dardos envenenados por um rancor que o prprio Professor teria abom inado. mister conhecer primeiro a forte e singular personalidade do traidor para alcanar a compreender sua verdade. No foi o ouro nem a prata o que lhe levou em s egredo at a guarida do supremo sacerdote e dos que fazia tempo tratavam de perder ao Engendrado de Deus. Mais ainda: no criam quanto lhes dizem sobre as trinta mo edas. Embora as recebesse, aquela bolsa no foi motivo de satisfao para o Judas, mas sim de grave insulto e desonra. O Iscariote viveu sempre em solido, alimentando sua alma no com os princpios da fraternidade, a no ser com a peonha do ressentimento e da desconfiana. E o Professor no se livrou de semelhante conduta. Judas jamais lhe perdoou que no tivesse atuado em favor de seu primeiro e adorado professor: J uan, o Batista. Da morte do Anunciador, sua associao com o Cristo foi uma permanen te luta em que todos perdemos. Mil vezes foi oferecida a mo aberta do Jesucristo e mil vezes foi rechaada, consumido por um dominante sentimento de vingana. Se Jud as Iscariote tivesse aceito nossa amizade, ao igual ao fizeram os no menos insegu ros Tomam ou Bartolom, sua enfermidade teria tido padre. Mas, longe de confiar su as misrias ao Jesus ou a quantos lhe rodevamos, descansou em si mesmo e o monstro da inveja, do cimes, da vingana e da solido terminou por lhe devorar. Agora, passad os setenta anos da morte do Senhor, estou seguro que, sem o Judas, as castas sac erdotais teriam completo igualmente seu papel de sanguinrios executores. Judas s f oi uma triste pedra no caminho. Judas foi um homem tmido, que no soube remontar su a prpria insegurana. A solido, meus filhos, pode conduzir a um grau tal de insociab ilidad que, a pesar do amor de outros, transforme ao indivduo em um crcere inexpug nvel, em que ningum pode entrar nem sair. Judas, alm disso, foi sempre um mal perde dor. Desconfiem daqueles que jamais foram maltratados pela vida. Sua obsesso ganh

ar e a sabedoria por definicin-germina sempre no sofrimento e no fracasso. O Iscar iote no soube ou no pde aprender que as contrariedades e decepes formam parte do suce der dos acontecimentos. Aqueles que culpam sempre a outros de suas prprias frustr aes correm o risco de esquecer que s so seres humanos. E Judas o esqueceu. Nenhum do s ntimos soube reagir com valentia e nobreza no torvelinho do prendimiento e do e xecuo do rabino. Entretanto, nosso amor pelo Jesus do Nazaret nos manteve unidos. O Iscariote padeceu o grande infortnio de no saber amar. Isso, queridos em Cristo, foi o que na verdade lhe perdeu. Amem, meus filhos, amem sempre, embora a trist eza e os fracassos sejam seus permanentes horizontes! Foi a falta de amor o que lhe precipitou para a desconfiana e o ressentimento. Quando tudo estava aparentem ente perdido, ele tratou de justificar seu fracasso individual com a desero. Penso u que os capitalistas lhe perdoariam e aceitariam de novo no crculo do que, no fu ndo, jamais tinha sado. Se se tivesse crdulo ao Professor ou a qualquer de ns, se t ivesse sabido aceitar sua prpria e natural condio de mortal, com seus defeitos e li mitaes, Judas no teria provado a amarga sorte do desespero. Mas Deus imensamente mi sericordioso e este Presbtero tem a certeza de que sua alma foi perdoada e acolhi da na luz. Tomem boa nota da lio que nos proporcionou o Iscariote. Fujam do isolam ento. Procurem consolo e amizade, embora seja entre as prostitutas e deserdados da fortuna. Desde no faz-lo, seus enganos se multiplicaro, enredando-se no corao como uma serpente. Os solitrios como Judas bebem dia a dia o veneno do ressentimento, rechaando toda justia, toda caridade, toda alegria e toda opinio que no nasa de sua prpria escurido. Como criem que pde sentir um homem de semelhantes caractersticas qu ando, a sua vez, viu-se trado pelos sacerdotes do Caifs? As honras e o reconhecime nto pblico que ele procurava ficaram reduzidos a ouro. Mas o ouro jamais pode enc her o poo sem fundo da frustrao. Os perigos desta nova religio5 Apesar de nossos enganos, pergunto-me como possvel q ue esta nova igreja do Jesucristo continue seu avano, propagando-se como um ocean o de azeite mais frente, inclusive, do Imprio. Santa condio a do Esprito Instrutor, filhos queridos, que capaz de extrair o bom do mau. Enquanto a Palavra foi rechaa da pelo judaismo, tal e como foi profetizado, outros povos, sedentos de amor e d e esperana, tm-na feito dela. Quem diz que est na luz e aborrece a seu irmo, est aind a nas trevas. Faz anos que minha pluma escreveu esta verdade e agora me vejo na triste obrigao de recordar-lhe a meu prprio povo. Os judeus dizem conhecer e possui r a Deus, ao nico, ao Todo-poderoso, mas nos negam a compreenso e, ainda pior, per seguem-nos e assassinam em nome dessa Suprema Bondade. E eu lhes digo: cuidem de no cair no mesmo pecado. A Verdade no como uma moeda; se acaso, como um tesouro, repleto de moedas, do que cada qual retira segundo suas necessidades. Todos goza mos de uma parte da Verdade. Por isso, irmos, no pretendam monopolizar a Palavra, caindo nas mesmas trevas dos que lhes martirizam. Deixem que o Esprito guie seus passos. No caiam na tentao das pressas. Cada homem tem seu momento e oportunidade. Ningum ficar sem seu alimento espiritual. Mas mantenham os olhos bem abertos. Esta civilizao pag que lhes abre agora os braos est necessitada de algo que ns, desde o P ntecosts, menosprezamos. Olhem que lhes enfrentam a uma civilizao velha e cansada d e guerrear. Olhem que seus sbios e filsofos no foram capazes de encher o vazio de t antas e to falsas religies. Observem, queridos embaixadores do reino, que as almas destes povos no judeus se consomem na insatisfao espiritual. Eles veneram seu pass ado e esto orgulhosos de sua arte, de sua cincia e de suas conquistas. To somente h um captulo em suas vidas que permanece virgem e necessitado de luz: eles ignoram que so filhos por direito prprio do grande Pai Universal. este, no outro, a mensagem que esperam de vs. Se lhes empenharem em convert-los a uma nova religio que esquea e ste sagrado princpio, tudo ter sido em vo. Este perigo se abate j sobre muitas das S enhoras escolhidas da sia, empenhadas em proclamar as maravilhas do Jesus. No a vida do Professor o que encher seus coraes, a no ser a mensagem que deu sentido a essa vida. Vejo com tristeza como esta religio que propagam com tanto ardor e zelo comeou a g uerrear com outras confisses, em um absurdo e estril empenho por dominar e prevale cer, como se a Verdade pudesse impor-se pela fora. Encadeados a seus rituais corr em o risco de lhes fazer iguais a eles. Filhos muito amantes, no prometam a ressu rreio. Esse um direito inato em tudo mortal. No procurem uma nova ordem social ou e conmica, porque ento sero identificados com tal ou qual poder terrestre. O reino do

Pai Universal no exige nem limita: s recorda e convida. Ainda esto a tempo: procla mem a excelsa verdade da fraternidade entre os homens e deixem que seja o amor d o Pai o que faa o resto. A felicidade, a ordem social e a liberdade humana no se a cham sujeitos religio. No confundam o bem espiritual, fruto da experincia pessoal, com sua verdade. De continuar assim, cegados por uma verdade que nasceu disforme , o futuro da recm estreada igreja do Jesucristo ser tormentoso e incerto. Vejo-lh es abocados a cruentas batalhas e, o que pior, a vergonhosos compromissos terres tres com outras religies e foras humanas. Alguns de seus chefes e mais preclaros i rmos seguindo em parte a bem-intencionada mas equivocada doutrina do Pablo comearam a posicionar-se publicamente em todos os aspectos da vida social e dos costumes dos povos e naes nos que formaram e assentou novas comunidades crists. Pois bem, es te meu testemunho: fujam de tais julgamentos. Jesus do Nazaret transmitiu um avi so espiritual. Nunca ditou normas a respeito dos rituais religiosos, da educao, da medicina, da arte, da magia, da lei, da sexualidade, do governo dos homens ou d a poltica. por que ns, agora, em seu nome, vamos pronunciar nos e a tomar posies em relao a realidades humanas to particulares de cada raa ou de cada cultura? A Verdade , filhos queridos, hei-lhes isso dito, mltiplo e, conseqentemente, boa. Limitem se us atos e palavras singela e vital expresso e difuso desse aviso espiritual da fra ternidade e da paternidade de Deus. Ser o Esprito de verdade quem faz o resto, dir igindo cada corao e cada comunidade para o autntico e definitivo bem comum. Correm um grave perigo: este Cristianismo como os irmos da Antioqua batizaram nova religio de Cristo ameaa convertendo-se em todo um revolucionrio e nova ordem social (muito louvvel em ocasies), mas que nada tem que ver com os desejos do Justo. E sei por e xperincia que toda ordem social leva implcita a runa dos anteriores e o perigo das mais nefastas tentaes humanas: as do poder e a ambio. O Esprito ilumina minha alma e vejo uma igreja corrompida, sanguinria e autoritria, que, em nome de um Deus, todo bondade e misericrdia, trar o luto, a confuso e a discrdia entre os homens. isto o que pregou e nos encomendou o Professor? No lhes deixem deslumbrar pelo puxador xito de suas proclama. O Imprio necessita de qualquer ideal que sacuda as adormecidas vontades de seus cidados. E Jesus do Na zaret, em efeito, um dos mais formosos e esperanados ideais que homem algum possa conceber. Mas esto vendendo um ideal equivocado. O prprio Jesus, em vida, encarre gou-se de corrigir a quantos quisemos lhe imitar: Cada homem tem sua prpria existnc ia. Cada qual deve viv-la, segundo seu momento e circunstncias. No bom imitar a ning um. Nem sequer ao Justo. No alimentem, portanto, as famintas almas dos homens com a inimitvel existncia de Cristo; no prometam a salvao eterna, porque todos estamos sa lvos. Alimentem melhor o esprito humano com a nica luz que convida ao progresso e esperana: com a realidade da paternidade de Deus. O dia que o Imprio e que todos o s imprios da Terra sejam conscientes de sua origem, natureza e invarivel destino d ivino, nossa misso e a de seus sucessores se cumpriu. Aproveitem, sim, a calorosa acolhida dos gregos e do resto das naes, mas no deixem que a excelsa mensagem crsti co se consuma e desaparea, absorvido pela capitalista e ardilosa filosofia helnica . Pablo do Tarso foi um excelente propagador da nova religio. A ele se deve bem sa bem a fundao e organizao de muitas das Iglesias que hoje elogiam ao Senhor. Mas Pablo no conheceu o Jesus e fez de seu mini

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