bases da economia - o valor

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economia, o valor das coisas

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o valor das coisas

anotações sobre economia(claudio manoel duarte)

#conceitos

• do grego, oikonomía (oikos - casa, moradia; e nomos - administração, organização, distribuição). do latim, oeconomìa (disposição, ordem, arranjo).

• estudo do processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços (riqueza) (Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill).

• a ciência das trocas ou das escolhas - a economia lidaria com o comportamento humano enquanto condicionado pela escassez dos recursos: a economia trata da relação entre fins e meios (escassos) disponíveis para atingi-los. (Lionel Robbins)

• a economia seria a ciência da ação humana proposital para a obtenção de certos fins em um mundo condicionado pela escassez. (Mises)

#do nomadismo ao cultivo fixo

• o ser humano nômade  coletava (insumos) em diferentes lugares para sobreviver

• estabelecimento em locais fixos: cultivo do solo, as colheitas, criação de animais, atividades artesanais…

• o ser humano começa acumular (produz mais do que precisa) - surgindo as primeiras formas de organização economica (produção/circulação dará em consumo, a partir da troca)

• A mercadoria surge quando um produto é destinado ao consumo, não mais do produtor.

• O produtor produz mais do que sua necessidade. A mercadoria é a necessidade do outro – e isso gera o comércio (a troca de valores)

#o que forma a economia

• Necessidades Humanas. Bens e Serviços. Recursos Produtivos ou Fatores de Produção. Agentes Econômicos. Mercado. Preços. Renda e Riqueza.

• A Nova Economia foca em sustentabilidade e em tecnologia – não mais usar os recursos atuais da melhor forma, mas buscar saídas, via tecnologias, para a manutenção desses recursos de forma auto sustentável – o consumo pagando o investimento

#indicadores econômicos

• medidas de desempenho do desenvolvimento de uma ecomia: crescimento  da  produção;  (des)valorização  da  moeda  e  aumento/declínio  de  preços;  taxas de  conversão  de moedas;  taxas de remuneração. 

• PIB (produto interno bruto)  - PIB  de  uma  economia  é igual ao  valor  dos  bens  e  serviços  produzidos  num  país  (num período  de  tempo específico).

• Há elementos de natureza formativa e cultural (subjetivos) que, associados ao desenvolvimento econômico, denota o progresso de uma região.

• Educação e distribuição de bens/riquezas (acesso aos produtos) - elementos chaves hoje para indicar o progresso.

#mão de obra qualificada

• progressão intelectual=qualidade processual=produção mais competitiva

#organização econômica

• Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista)

• Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista)

• Na Economia de Mercado (onde o próprio Mercado tem força de reação e organização), há sistemas de concorrências: 1- Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo); e 2 - Sistema de concorrência mista (com interferência governamental, acordos)

#a demanda compra

• O preço é uma lei do Mercado - ao comprador é reservado apenas o direito de comprar ou não; comprar muito ou pouco – ser a demanda

#campos da economia

• Microeconomia (agronomias familiares, microempresas), Macroeconomia (sistema financeito, economia açucareira…), Economia Industrial (automobilística, eletrodomesticos…), Economia do Setor Público (saude, educação, habitação, cultura…), Economia Empresarial (todas as áreas, baseadas em empresas)

#outras aplicações

• Economia do Meio Ambiente, Economia da Cultura, Economia da Educação, …

#o bem

• um bem, material ou não, tem demanda porque tem utilidade e a utilidade é a capacidade desse bem em satisfazer uma necessidade

#bens podem ser

• livres - existem em quantidade ilimitada e sua utilização depende de pouco esforço (ou nenhum) e não tem ordem econômica (o ar, o mar, a luz solar…). Preço zero

• econômicos - são os bens fruto do esforço humano para sua apropriação ou produção. Preço maior que zero

#bens econômicos têm 2 naturezas

• Bens Materiais – tangíveis, com peso, altura, cor, volume, qualidade técnica.

• Bens Imateriais (incluindo serviços) são intangíveis, não materiais

#destinos dos bens

• O Bem material tem ainda dois destinos: bens de consumo (alimentos, roupas, móveis, cigarro) e bens de capital (bens que viabilizam outros produtos: computadores, máquinas)

#os bens são produzidos pelas forças

produtivas (marx)

• os fatores de produção são: recursos naturais; mão de obra, equipamentos/máquinas

• há, hoje, outras forças - mais subjetivas - que são também bases da produção: know-how/conhecimento, capital social, capital cultural

#entre a renda e a riqueza

• Um proprietário de um fator de produção recebe remuneração por sua utilização no processo produtivo

• O valor integral dos bens que constituem o patrimônio é a riqueza

 #se as necessidades do ser humano são ilimitadas, há escassez de bens e serviços

• o consumidor só consumirá até o limite de sua renda ou até o limite da oferta

#o mercado é a tríade produção/circulação/

consumo

• O comércio está entre a circulação e o consumo, quando está

• Nem todo produto é consumido via comércio (troca de valores), mas todo produto circula em mercado para ser consumido

#a palavra valor

• é a utilidade do objeto – água

• é o poder de compra – pedra preciosa

• nem todo objeto de grande utilidade tem valor de compra; nem todo objeto com valor altissimo de compra tem utilidade fundamental

#quando possui utilidade

• “as mercadorias recebem seu valor de troca de duas fontes: a escassez (para o caso da não reprodução livre, quadros e vinhos raros, p.ex.) e da quantidade de trabalho necessária para a sua reprodução” David Ricardo (1823)

#sobre a escassez

• aquilo que tem demanda e a demanda pode implicar em sua ausência (falta). Quanto mais demandado o produto material, mais escasso, portanto mais “útil”, mais caro.

#há escassez no imaterial?

• Os bens simbólicos não são regulados pela escassez, no mercado; os bens materiais, sim.

• As empresas controlam a escassez (material) e seu lucro.

• A cópia do bem material custa caro – a cada cópia, gasta-se os mesmos insumos (investimento)

• Mas a cópia do bem material gera lucros porque sua circulação é controlada.

• A indústria pode gerar escassez (falsa): do telefone celular ao último modelo de smartphone

• A publicidade (convencimento, sedução) é a arma da falsa escassez

• A cópia do bem imaterial tem custo (quase) zero, digitalmente, e o lucro de 100% não chega às empresas (quando elas perdem o controle da circulação)

• Os bens imateriais, com custo zero na reprodução digital, interessam às empresas que perderam o controle da circulação desses produtos em rede digitais.

• As empresas criminalizam os “livres circuladores”, mas não deixam de fabricar as máquinas que replicam, que copiam (gravadores de DVD etc).

#a cópia do imaterial em bits

• O imaterial copiado não gera mais-valia (lucro acumulado, além dos investimentos) quando a circulação é descontrolada, quando a demanda não está sob controle dos produtores

#delimitando o valor

• preço X quantidade

• preço X quantidade = oferta

• preço X quantidade = oferta X demanda

#a reprodução seriada

• As indústrias respondem às demandas com mais ofertas. Eis a produção em série que a revolução industrial proporcionou.

• A cópia material – reprodutibilidade industrial – responde à demanda

• Os produtores mantem o controle das ofertas

#tipos de mercadorias

• as elásicas aos preços – a indústria determina produzir mais ou não (sapatos, roupas, informática). Quantidade pode ser alterada, se há demanda.

• as inelásticas aos preços – a indústria tem menos poder de decisão, - os fatores ambientais determinam a produção (agricultura, pesca…). Quantidade não pode ser facilmente alterada/aumentada, mesmo havendo demanda.

• Uma tempestade fora de época pode gerar escassez dos produtos (inelásticos), elevando seu preço, pois a demanda continuaria a mesma para pouca oferta!

#os preços

• os produtos elásticos tem preços calculados pelo 1 - custo de produção e 2 – margem de lucro: custo mais 5 a 10%, pelo menos.

• esse acréscimo chamamos de mark-up, que gerará a mais-valia das empresas. O comprador tem pouco poder de decidir, como demanda, principalmente em cenários de monopólio

• Os preços dos inelásticos (agricultura) é determinado pela oferta (mais produtos à época ou não) - o consumidor tem mais poder de escolha.

• Os preços políticos são determinados pela pressão entre mercados estatais (governos), que definem regras/acordos internacionais ou regionais, entre compradores e vendedores. O petróleo, por exemplo.

• Os preços de produtos padronizados dependem da qualidade da material-prima, olhado sob a ótica das especificações técnicas (o aço, o vidro, o mármore, por exemplo).

• Os preços de produtos não padronizados incorpora elementos subjetivos agregados pelo marketing. A calça jeans comum tem preço mais baixo do que uma outra de grife. A função é a mesma, mas a agregação dá um novo valor

o tênis conga vale menos que o puma ?

#lei do mercado

• as formas de organização empresarial determinam normas, através dos monopólios (ausência de competição), oligopólios (2, 3 competidores) e concorrências (vários)

• quanto mais concentração, menos disputa pela demanda; menos ofertas

#outras leis

• monopsônico é quando há um único comprador no Mercado - uma única fábrica de charutos que compra o tabaco de vários pequenos produtores.

• no mercado oligopsônico há muitos vendedores e poucos compradores. Vários pequenos vendedores de materias-primas brigam pelos poucos compradores.

• Nesses casos, os compradores determinam os preços.

#valor e preço

• Valor é o preço relativo. O preço é a expressão do valor.

• A teoria do valor diz que um carro X de luxo custa Xs números de carros populares.

• Se o preço do carro X de luxo estiver alto, é porque ele não tem esse valor.

• A moeda é a unidade de medida dos preços.

• Esse carro vale tantos reais; vale tantas libras; vale tantos pesos argentinos

#a teoria do valor

• a teoria do valor-trabalho se aplica às mercadorias elásticas – essas que podem ter sua quantidade de produção alterada, as industriais – e significa calcular o valor das coisas pelo tempo de trabalho para produzi-las.

• Custo de produção + mark-up.

• a teoria valor-utilidade elege o comprador como o aquele que vai definir o valor das coisas.

• Ele compra se achar útil. E pagará o preço se achar justo para sua utilidade.

• Um alicate tem sua utilidade e vale tal preço e o comprador – necessitando - compraria. Mas não compraria um segundo alicate igual, pois ele não teria mais função, portanto sua utilidade não existe para esse mesmo comprador.

#mudanças crescentes que afetam a cadeia da produção

• desindustrialização da economia – busca-se ninchos e não grandes mercados; produz-se conteúdos líquidos e não só os sólidos

• perda da importância de serviços e produtos padronizados – busca-se o diferente para nichos.

• A diferença é quase, em si, o produto (surge o valor agregado como o foco dos bens)

• novos fluxos financeiros e de rede – busca-se as formas de transferências mais rápidas, confiáveis e fáceis: novas moedas, consumer-to-consumer (Mercado livre, Mercado Pago, E-bay, Compras Coletivas)

• o glocal, como expressão do local globalizado por seus interesses universais – busca-se tecnologias de acessibilidade global aos produtos locais

#criatividade

• (com inovação, tecnologia e diferença) é hoje o demarcador dos novos campos da economia de serviços, produtos líquidos e de bens materiais

• "O homem é um animal que consegue fabricar ferramentas, falar e criar símbolos. Só ele ri; só ele sabe que um dia morrerá; só ele tem aversão a copular com a sua mãe ou a sua irmã.; só ele consegue imaginar outros mundos em que habitar, chamados religiões por Santayana, ou fabricar peças de barro mentais a que Cyril Connolly chamou arte. Considera-se que o homem possui, não só inteligência, como também consciência; não só tem necessidades, como também valores, não só receios, como também consciência moral; não só passado, como também história. Só ele — concluindo à maneira de grande sumário — possui cultura." Geertz, Clifford em A Transição para a Humanidade.

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