avaliação psicológica no tratamento da dor adrianna loduca profa. faculdade de psicologia da puc...
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Avaliação Psicológica Avaliação Psicológica no tratamento da Dorno tratamento da Dor
Adrianna LoducaAdrianna Loduca
Profa. Faculdade de Psicologia da PUC – SPProfa. Faculdade de Psicologia da PUC – SP
Coordenadora de grupo de pesquisa no Coordenadora de grupo de pesquisa no
Centro de Dor HCFMUSPCentro de Dor HCFMUSP
Psicóloga do Centro de Funcionalidade e Dor (CFD – Pacaembu) Psicóloga do Centro de Funcionalidade e Dor (CFD – Pacaembu)
DORDOR
SENSAÇÃO REAÇÃO
Como o paciente descreve a sua dor?
1°passo
Ai! Ainda vai doer muito?
Eu não agüento
mais!
Calma! Não dói tanto assim, vai?
Adesão ao tratamentoÉ a atitude e o comportamento de seguir
corretamente orientações em relação a medicações, mudanças em estilo de vida, ou como recomendações sobre medidas
preventivas. (Straub, 2005)
Nível de adesão a tratamentos médicos
• existem diferentes graus de adesão e não adesão o que dificulta estimativas.
• 60% dos doentes seguem corretamente o tratamento indicado – 3 em cada 5 doentes. (DiMatteo,1994)
Fatores que interferem na adesão• variáveis do doente
• variáveis da comunicação equipe – doente
• variáveis do regime de tratamento
Obstáculos ao Tratamento
Presença de inúmeros elementos estressores
depressão, crenças, medo, catastrofização e evitação
Comportamento doloroso e incapacidadeComportamento doloroso e incapacidade Estratégias passivas x ativas de enfrentamentoEstratégias passivas x ativas de enfrentamento
Variáveis do doente
Fatores sociodemográficos
• não são uma boa medida;
• existem poucas pessoas rigorosamente aderentes, as pessoas não são constantes em termos de comportamento;
• há pouca diferença entre as taxas de adesão das mulheres e dos homens;
• pessoas com menos de 60 anos ou com mais de 80 anos apresentam menor adesão.
(Thomas, 1995; Prochaska, 1994)
Variáveis do doente
Conceitualização de Doença
• identificar a doença: rótulos - relato de sintomas;
• linha do tempo: tratamento – cura;
• conseqüências percebidas: medo - ameaça / perda;
• determinar a causa: naturais, emocionais, estresse, envelhecimento – protela busca por tratamento.
(Leventhal, 1997)
Variáveis do doente
Vulnerabilidade
• otimismo irrealístico ou pessimismo acentuado;
• mudança de atitude no decorrer da vida:
- mito da invencibilidade (adolescente),
- esteriótipos da idade – maturidade = declínio inevitável
não se procura prevenção;
(Leventhal, 1997)
Variáveis do doente
Comportamento de Saúde Adotado
• teorias sem estágio
• teorias com estágio
(Leventhal, 1997)
Variáveis do doente - teorias sem estágio
1. Modelo de crenças de saúde (Strecher e Rosenstock, 1997)
2. Teoria de ação racional (Ajzen e Fishbein, 1980)
3. Teoria do comportamento planejado (Millstein, 1996)
4. Teoria da disposição (Russell, 1998)
Define que as pessoas são racionais e entram em um processo de pesar prós e contras
de praticarem determinado comportamento que poderia afetar a sua saúde
Variáveis do doente - teorias sem estágio
• Meta: antecipar a probabilidade de mudança de comportamento
• Enfatiza três crenças sobre percepção do adoecimento: vulnerabilidade,
gravidade e benefícios e barreiras.
(Leventhal, 1997)
atitude depende da ponderação de riscos e benefícios
1. Modelo Transteórico – cognitivo, afetivo, comportamental – contexto sócio-cultural
2. Psicodrama – matriz de identidade
• Sustenta que o doente progride de forma não linear através de estágios
(comportamentos e intenções de ações futuras)
Variáveis do doente - teorias com estágio
1. Modelo Transteórico – cognitivo, afetivo, comportamental – contexto sócio-cultural
2. 5 estágios
Meta: conscientização, substituição de comportamento, administração com reforço
Modelo Transteórico
Estágios de Prontidão para Mudança
DeterminaçDeterminaçãoão
DecisãoDecisãoRecaídaRecaída
(Prochaska e diClemente, 1986)
uma vez despertada a prontidãouma vez despertada a prontidãopouquíssimo mais precisa ser feitopouquíssimo mais precisa ser feito……
Psicodrama
Padrões de Convívio com a Dor:
identificar o quanto o indivíduo encontra-se subjugado a dor
4 estágios
Meta: romper com o papel de sofredor retomada da identidade
Eu=Dor
Eu Dor
Eu
caótico dependência
repulsa
Dor
Dor
Eu
integração
DOR
Fico desesperadoporque esta dor
me domina. Eu só dor! Quando estou
sem dor consigo fazer as coisas
mas quando ela vemnão posso fazer
mais nada.
Quero desistir do tratamento e jogar os remédios fora!
Apesar da dor tenho procurado levar minha vida.
projeto de vida ameaçado
(evolução e perdas - doença)
situação externa que ameaça a integridade física e / ou psíquica
(tratamento, equipe)
exacerba conflitos emocionais anteriores
Pré-existente
Existencial
Circunstancial
FOCO DE SOFRIMENTO
FRIDA KAHLO FRIDA KAHLO 1907-19541907-1954
consagrada pintora mexicanaconsagrada pintora mexicana
aos 18 anos sofreu um acidente: 32 aos 18 anos sofreu um acidente: 32 cirurgias e 29 anos de dor constantecirurgias e 29 anos de dor constante
sua obra é a legitimação de sua dor _ sua obra é a legitimação de sua dor _ reinventada, traduzida e confirmada reinventada, traduzida e confirmada em ato (discurso e imagens)em ato (discurso e imagens)
“...quase assassinada pela vida”
“...pintar completou minha vida”
A coluna quebrada, A coluna quebrada, 19441944
“Anos. Esperando com a
angústia guardada, a
coluna partida e o imenso olhar, sem caminhar,
pelo grande caminho.
Movendo minha vida
enclausurada em aço.
Diego!”
Freud aos 83 anos já havia feito 33 cirurgias (1923-1939). Sofria de
câncer no maxilar há 16 anos.
“Agora a minha vida não passa de permanente
tortura. Esta tortura não tem mais sentido”
A seu pedido o médico injetou-lhe 2 gramas de morfina e repetiu a dose 12 horas depois. Freud
caiu em coma e não despertou mais.
SIGMUND FREUD1923-1939
• pai da Psicanálise
• médico austríaco
Contexto da AvaliaçãoContexto da Avaliação
Conhecimento sobre o problema e tratamento Conhecimento sobre o problema e tratamento (paciente e família)(paciente e família)
Avaliar a qualidade de vida (percepção sobre o estado Avaliar a qualidade de vida (percepção sobre o estado físico, emocional e social)físico, emocional e social)
Verificar as causas da dor (diagnóstico clínico, Verificar as causas da dor (diagnóstico clínico, tratamento ou outra dor) e sintomas associadostratamento ou outra dor) e sintomas associados
Identificar o estado psicológico do paciente e da Identificar o estado psicológico do paciente e da família e seus recursos de enfrentamentofamília e seus recursos de enfrentamento
Grau de EstresseGrau de Estresse
Locus de Locus de controle: interno externocontrole: interno externo
Capacidade de AdaptaçãoCapacidade de Adaptação
Incapacitação: física , psicossocial ou totalIncapacitação: física , psicossocial ou total
Estratégias eficientes ou não (foco;contexto)Estratégias eficientes ou não (foco;contexto)
Contexto da AvaliaçãoContexto da Avaliação
PROCESSO DE ENFRENTAMENTOPROCESSO DE ENFRENTAMENTOEVENTOEVENTO
ESTRESSANTEESTRESSANTE Recursos externos concretos, apoio Recursos externos concretos, apoio social, outros eventossocial, outros eventos
Avaliação e Avaliação e interpretação interpretação
do eventodo evento
dano ou dano ou perdaperda
recursos e recursos e escolhasescolhas
Resposta de Resposta de EnfrentamentoEnfrentamento
(problema;emoção)(problema;emoção)
Recursos internos: Recursos internos: personalidade; personalidade; enfrentamento enfrentamento
usualusualRESULTADORESULTADO
projeto de vidaafetividade
cogniçãoautoimagem
HISTÓRIA DA DOR - HISTÓRIA PESSOAL
ENTREVISTA
cotidiano
RETRATO DA DOR - Dê um nome para sua dor - Quantos anos ela tem? - O quê você sente quando olha para ela? - Como é conviver com ela? - Alguém ou algo pode ser feito para diminuir a sua dor? - E você pode fazer alguma coisa? -
Retrato da Dor
Teve algum momento na sua vida que tivesse
sido igual ou pior do que esta dor?
Não precisa estar relacionado com doença, pode ser qualquer coisa
que se assemelhe ao seu sofrimento atual.
- 28,5%: sensação (abelha, relâmpago, alicate etc.);
- 62% : sofrimento (medo, bicho, medusa, diabo etc.) ;
- 9,5% : sensação + sofrimento (incapacidade, dor alucinante)
Representação gráfica da dor
Masc., 74 a.
fibromialgiaNome para dor: Minha
Inimiga
A dor tem 40 anos. A dor é tudo de ruim, ela é a maldade o sadismo. Eu
me sinto meio derrotado, brigando comigo. Eu acho que com a boa
vontade dos médicos e o empenho deles vão me
indicar o caminho correto
Fem., 35 a.SDM
Nome para dor: IncapacidadeQuando eu olho
para o desenho eu sinto frustração,
limitação, incapacidade,
tristeza e raiva. Ela tem seis anos. Só os medicamentos podem me ajudar
e gostaria de algum
que não tivesse tantos efeitos
colaterais
Rotina Diária
- Escrever, numa folha de papel, de forma resumida, as atividades e movimentos que você realizou a cada dia da semana (manhã, tarde e noite). - Dar uma nota para sua dor de 0 a 10 ( 0 = sem dor e 10 = dor insuportável) para cada período do dia durante a semana. Se a intensidade da sua dor variou durante o mesmo dia anote todas as mudanças, se possível especificando quando isto ocorreu e se você atribui algum motivo. - Procure registrar também como estava o seu humor (triste, alegre, apático, irritado...) durante a semana, especificando se houve mudança dentro de um mesmo dia ou não. Exemplo: DIA DA SEMANA ATIVIDADES/
DOR/HUMOR Segunda - Feira Fiquei deitada a manhã
toda (nota:7- triste). A tarde fiz fisioterapia e senti um pouco de dor durante os exercícios. A noite assisti TV. nota da dor: 08 humor: desânimo
Diário de Dor
Fem, 48 a
“Prefiro antes, não tinha tempo para dor.Foi uma mudança radical.
Hoje tenho o tempo mais dividido, tenho tempo de olhar mais prá mim, mas não queria.”
Rotina
Lista de Incômodos
Descreva até 20 situações que te incomodam no dia a dia.Entenda por incômodo experiências que te aborreçam,preocupam ou que te deixem com medo ou raiva. Procuredar uma nota de 0 a 100 para o quanto cada situação teperturba.
Exemplo:
Eu tenho medo de assalto 100%Eu me preocupo com a minha saúde 80%
Lista de Incômodos
identificar elementos
estressores
Outros questionários
CSQ – Coping Strategies Questionnaire (Rosentiel e Keefe, 1983)
QEED- Questionário de Estratégias de Enfrentamento da Dor (Portnoi, 1999)
CSQ – 50 questões 7 categorias ( 6 cognitivas e 1 comportamental) – distração ou desvio de atenção, reinterpretação da sensação dolorosa, auto afirmação de enfrentamento, ignorar sensações de dor, rezar e
esperar, catastrofização e aumento do nível de atividades diárias.
Outros questionários
Brief version of the Survey of Pain Attitudes (Tait e Chibnal, 1997)
Inventário de Atitudes frente a Dor (Pimenta, 2001)
7 domínios – controle, emoção, incapacidade, dano físico, medicação, solicitude e cura médica
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