aulas de cultura e identidade brasileira - colonização do brasil

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Aulas de Cultura e Identidade Brasileira - Colonização do Brasil

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COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL

Período Pré-colonial (1500-1530)

Colônia de Exploração = Pau-brasil

Decisão de colonizar o Brasil.

Montagem da estrutura colonial no Brasil

¨ Núcleo de povoamento (ocupação).

¨ Montagem da “indústria” açucareira.

¨ Sistema de Capitanias Hereditárias.

Contrabando e Pirataria

Núcleo de povoamento

Indústria Açucareira

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias

O Governo Geral

A atividade açucareira

ESTRUTURA

Latifúndio Capital Holandês Mão-de-obra escrava Produção em larga escala Fiscalização rígida Comércio controlado

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias

Sesmaria foi um instituto jurídico português que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção: o Estado, recém-formado e sem capacidade para organizar a produção de alimentos, decide legar a particulares essa função. Este sistema surgira em Portugal durante o século XIV, com a Lei das Sesmarias de 1375, criada para combater a crise agrícola e econômica que atingia o país e a Europa, e que a peste negra agravara.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias

Quando a conquista do território brasileiro se efetivou a partir de 1530, o Estado português decidiu utilizar o sistema sesmarial no além-mar, com algumas adaptações.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias

A partir do momento em que chegam ao Brasil os capitães-donatários, titulares das capitanias hereditárias, a distribuição de terras a sesmeiros (em Portugal era o nome dado ao funcionário real responsável pela distribuição de sesmarias, no Brasil, o sesmeiro era o titular da sesmaria) passa a ser uma prioridade, pois é a sesmaria que vai garantir a instalação da plantation açucareira na colônia.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias

A principal função do sistema de sesmarias é estimular a produção e isso era patente no seu estatuto jurídico. Quando o titular da propriedade não iniciava a produção dentro dos prazos estabelecidos, seu direito de posse poderia ser cassado.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias

É na distribuição das terras que está a origem do sistema sesmarial, uma forma que se difundiu pelo sul de Portugal a partir do século XIII e que se converteu em verdadeira política de povoamento, estendendo-se às suas colônias. A instituição de um conselho municipal implicava na necessidade da distribuição de suas terras pelos moradores.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias Para coibir pretensões territoriais desmesuradas,

generalizou-se nessa época a utilização de uma variante do antigo instrumento greco-romano da enfiteuse, que ficou conhecida como sesmaria. O que singularizava as sesmaria do tradicional contrato enfitêutico era que, ao contrario da obrigatoriedade do pagamento de um foro, o que se exigia era o cultivo da terra num tempo determinado. Buscava-se, com isso, garantir o uso produtivo da terra e o sucesso do esforço de povoamento.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias Desde o principio o sistema sesmarial era a

obrigatoriedade de cultivar o solo num determinado prazo, sob pena de cancelamento da concessão. É deste período que se entende o início de um processo agrícola com a implantação do plantation, Plantation foi um sistema agrícola amplamente utilizado durante a colonização européia na América.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias Nesse período de expansão do capitalismo

mercantilista, utilizava-se em larga escala, a mão de obra escrava, este sistema agrícola se desenvolveu no período colonial e é usado até hoje em grandes latifúndios, principalmente em plantações de cana de açúcar e café.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias Nas conquistas, entretanto, as sesmarias

incorporaram uma exigência adicional: o pagamento do dízimo à Ordem de Cristo, o que na realidade queria dizer pagamento à própria Coroa. Mais do que um imposto cobrado dos que recebiam as terras, o dízimo era a justificativa mesmo do processo de conquista. O dizimo era um ônus sobre a produção e incidia sobre a agricultura e a pecuária coloniais.

As Sesmarias e as Capitanias Hereditárias Era, na realidade, um tributo eclesiástico, que

deveria ser pago inclusive por quem não possuísse terra, já que como cristão, todos os produtores deveriam contribuir para a propagação da fé. A arrecadação do dizimo criou no Brasil um eficiente esquema de delegação de poderes que deu origem, por sua vez, a um engenhoso sistema de regionalização da cobrança.

A administração das capitanias O donatário constituía-se na autoridade máxima

dentro da própria capitania, tendo o compromisso de desenvolvê-la com recursos próprios, embora não fosse o seu proprietário.

O vínculo jurídico entre o rei de Portugal e cada donatário era estabelecido em dois documentos: a Carta de Doação, que conferia a posse, e a Carta Foral que determinava direitos e deveres.

A administração das capitanias Pela primeira, o donatário recebia a posse da

terra, podendo transmiti-la aos filhos, mas não vendê-la. Recebia também uma sesmaria de dez léguas de costa. Devia fundar vilas,distribuir terras a quem desejasse cultivá-las, construir engenhos. O donatário exercia plena autoridade no campo judicial e administrativo para nomear funcionários e aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres.

A administração das capitanias Adquiria alguns direitos: isenção de taxas, venda

de escravos índios e recebimento de parte das rendas devidas à Coroa. Podia escravizar os indígenas, obrigando-os a trabalhar na lavoura ou enviá-los como escravos a Portugal até o limite de 30 por ano.

A administração das capitanias A Carta Foral tratava, principalmente, dos

tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e ao donatário. Se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-brasil e de especiarias. O donatário podia doar sesmarias aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se assim colonos.

Colonização dos EUA x Colonização do Brasil

Existe uma diferença básica entre a colonização do EUA e a colonização do Brasil: Para os EUA foram famílias com o propósito de fundar

um novo lar. No início da colonização foram enviados para o Brasil

degredados cujas penas foram perdoadas em troca de permanecerem no país a fim de evitar que as riquezas fossem pilhadas por marinheiros de outras nações.

Colonização dos EUA x Colonização do Brasil

Nos EUA, principalmente no norte, estabeleceram-se colônias de povoamento, formada principalmente por grupos religiosos que buscavam evadir das perseguições e guerras que ocorriam na Inglaterra, especialmente no século XVII, e famílias que emigravam em procura de melhores condições de vida. Nesta dimensão estabeleceu-se o povoamento com base na propriedade rústico familiar, e no uso do trabalho familiar ou livre.

Colonização dos EUA x Colonização do Brasil

No Brasil, por sua vez, a colonização dirigia-se a atender aos interesses da coroa portuguesa e seu estrato aristocrático-mercantil, e assim se deu através da grande propriedade monocultora escravista, com produção voltada para exportação para Portugal.

Colonização dos EUA x Colonização do Brasil

Por culpa disso também, nos EUA proliferaram formas de autogoverno, em que os próprios colonos formavam assembléias com grande autonomia da Inglaterra e estabeleciam suas próprias decisões, enquanto no Brasil este tipo de representação era restrito às câmaras municipais.

Nas câmaras municipais brasileiras prevaleciam os interesses dos grandes proprietários de terreno (homens bons), que conseguiam se selecionar e controlavam os núcleos da colonização, ou seja, as vilas, e depois a coroa portuguesa passou a assumir papel cada vez mais incisivo na gestão lugar, minando o poder destas câmaras.

Colonização dos EUA x Colonização do Brasil

Entre 1500 e 1700, 100 mil portugueses se deslocaram para o Brasil, a maioria dos quais fazia parte da iniciativa privada que colonizou o País: grandes fazendeiros ou empresários falidos em Portugal que, através da distribuição de sesmarias, tentavam se enriquecer facilmente e retornar para Portugal. Dedicaram-se principalmente à agricultura, baseada no trabalho escravo, inicialmente efetuado por indígenas, mas sobretudo por escravos africanos.

Colonização e imigração portuguesa

No século XVIII aportaram no Brasil 600 mil portugueses, atraídos pela exploração de ouro que estava ocorrendo em Minas Gerais. Já não eram exclusivamente fazendeiros e agricultores, ganharam caráter urbano e se dedicaram principalmente à exploração do ouro e ao comércio.

Colonização e imigração portuguesa

Um mito recorrente é de que os portugueses vieram explorar o Brasil e depois retornaram para Portugal. Em contrapartida, nas Treze Colônias, os colonos ingleses foram com suas famílias tentar uma vida melhor. Seria esta a grande diferença entre a colonização do Brasil e a dos Estados Unidos.

Colonização e imigração portuguesa

Durante muito tempo, os livros didáticos afirmaram que a América Anglo-Saxônica é rica porque foi uma colônia de povoamento, e entre os colonos figurava a elite britânica. A América Ibérica seria pobre porque foi uma colônia de exploração, povoada por degredados e criminosos. Tal tese está em decadência. Quem de fato povoou o Brasil não foram os degredados, mas a elite portuguesa.

Colonização e imigração portuguesa

É verídico que alguns portugueses vieram explorar o Brasil e retornaram com as riquezas para Portugal, daí a origem dos termos brasileiro e mineiro, que designavam os portugueses que se enriqueceram na colônia e retornaram para a Metrópole. Porém, a grande maioria dos colonos permaneceu em definitivo no Brasil. É factível analisando a população do Brasil de 1872.

Colonização e imigração portuguesa

Em torno de 80% dos brasileiros eram de origem portuguesa, dentre os quais havia uma população branca de 3,7 milhões, em sua esmagadora maioria de ascendência lusitana, pelo fato de que a entrada em massa de italianos e outros imigrantes só se deu a partir de 1875. Os mestiços, aqueles de origem mista entre portugueses, índios e africanos, eram 4,1 milhões. Os negros africanos perfaziam "somente" 1,9 milhões.

Colonização e imigração portuguesa

No século XIX o Brasil tornou-se independente, dando fim a colonização portuguesa no País, embora a imigração de portugueses continuasse a crescer gradativamente. No final desse século, o fluxo de imigrantes portugueses cresceu rapidamente, sendo superado apenas pelos italianos. Entre 1870 e 1950, cerca de 1,4 milhão de portugueses desembarcaram no Brasil, em sua maioria camponeses que passaram a se dedicar ao comércio.

Colonização e imigração portuguesa

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