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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO
23.04 a 29.06 7º ANO
ABRIL
SEMANA PROGRAMAÇÃO
1ª 23 a 27
AULA 1: ENTENDIMENTO DE TEXTO “Combate ao trabalho infantil”
MAIO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
2ª 30/ABR a 4/MAI AULA 2: GRAMÁTICA Acentuação / Verbo: modo indicativo
3ª 07 a 11
AULA 3: PRODUÇÃO DE TEXTO Exploração do herói “Menino de cidade”
4ª 14 a 18 AULA 4: ENTENDIMENTO DE TEXTO “Menino de cidade”
5ª 21 a 25
AULA 5: GRAMÁTICA Verbo e acentuação
6ª 28/MAI a 1/JUN AULA 6: PRODUÇÃO DE TEXTO Entrevista
JUNHO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
7ª 4 a 8 (5ª,6ªferiado)
AULA 7: ENTENDIMENTO DE TEXTO “O homem que teve de cuidar de casa”
8ª 11 a 15 AULA 8: GRAMÁTICA Verbo e acentuação
9ª 8 a 22
AULA 9: PRODUÇÃO DE TEXTO Entrevista / Argumentação
10ª 25 a 29 AULA 10: ENTENDIMENTO DE TEXTO “O tema de minha poesia sou eu”
AULA EXTRA: PRODUÇÃO DE TEXTO
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA: 1 ENTENDIMENTO DE TEXTO
Combate ao trabalho infantil em Maceió
No dia 18 de dezembro de 2001, o telejornal Hoje, veiculado pela rede Globo de Televisão, transmitiu uma notícia a respeito do combate ao trabalho infantil, cuja transcrição você vai ler a seguir.
Apresentadores do telejornal: Carlos Nascimento e Carla Vilhena Repórteres: Beatriz Azevedo, de Maceió, Alagoas, e Luís Carlos Braga, de Brasília Pessoas entrevistadas: Edivaldo, de 12 anos aproximadamente, um menino de 9 anos e José Gomes, coordenador da fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de Alagoas. Carlos Nascimento (Imagem do apresentador, que começa a dar a notícia) — Hoje, no dia
Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, fiscais foram para as principais avenidas de Maceió.
Voz em off da repórter Beatriz Azevedo (Imagem de fiscais do trabalho andando pela praia) —
Os fiscais do trabalho foram às praias de Maceió. Em Ponta Verde, uma das mais movimentadas
da capital, encontraram Edivaldo vendendo queijo para pagar o aluguel da casa onde mora.
Edivaldo (Imagem de um garoto de uns doze anos , aparentando timidez, carregando uma forma
de queijo) — Minha mãe paga aluguel, 60... 80 real de aluguel e “nói” não tem esse dinheiro. Aí,
tem dinheiro eu e meu irmão aqui na praia.
Voz em off da repórter (Imagem do mesmo menino andando na praia sob o sol) — O menino
passa horas debaixo do sol e ganha dois reais por dia de trabalho. Os auditores anotaram o
endereço do fornecedor do produto, que vai ser multado.
(Imagem de um garoto pequeno, alegre, carregando uma bandeja) — Este garoto de 9 anos
comercializa produtos para sustentar os oito irmãos. (A repórter pergunta ao menino) — Esse
dinheiro que você tá... vai ganhar, é pra quê?
Menino (Imagem do menino que responde rapidamente à repórter e sorri) — “Mo” pai!
Voz em off da repórter (Imagem de um quadro com números e datas, fornecidos pelo Ministério
do Trabalho) —Em 1995, o Ministério do Trabalho identificou em todo o país 1 742 000
menores entre 5 e 15 anos irregularmente no mercado de trabalho. Em 4 anos, o número de
casos identificados caiu para 1 020 000, o que ainda é muito. (Imagens de crianças pequenas
trabalhando com folhas de fumo) Há dois anos, a repórter Beatriz Castro mostrou três crianças
que trabalhavam como gente grande na rotina pesada de uma plantação de fumo. (Imagens de
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crianças alegres em uma sala de aula) Seis meses depois, elas voltaram a estudar como milhares
de crianças da zona rural de Arapiraca.
Repórter Beatriz Azevedo (Imagem da repórter falando ao microfone. Há uma praia ao fundo) —
A fiscalização tem reduzido o número de crianças que trabalham em Alagoas. Em 95 eram mais
de 80 mil meninos e meninas. Este ano são 30 mil, mas a informalidade ainda dificulta a ação dos
fiscais.
José Gomes (fiscais do trabalho) (Imagem do fiscal sendo entrevistado) — Um dia a criança tá
num canto, outro dia tá noutro. Isso dificulta bastante esse tipo de trabalho.
(Os apresentadores Carlos Nascimento e Carla Vilhena aparecem juntos, conversam entre si e se
dirigem ao público)
Carlos Nascimento (Imagem do apresentador conversando com a apresentadora que está ao
seu lado e dirigindo-se também ao público) — É... o trabalho infantil que deve ser combatido é
esse, proibido por lei. E também a exploração da criança, não é? Não tem cabimento que a
criança deixe de estudar para ir trabalhar.
Carla Vilhena (Imagem da apresentadora respondendo ao apresentador) — É, e aliás, pôr
crianças na escola é o único caminho para que elas possam melhorar de vida, com essa formação
educacional e profissional. E, a partir de agora, as escolas de formação profissional sem fins
lucrativos vão poder encaminhar alunos entre 14 e 18 anos para o mercado de trabalho. A
profissão de aprendiz foi regulamentada hoje pelo Ministério do Trabalho.
Carlos Nascimento (Imagem do apresentador dirigindo-se a um repórter que não está no
estúdio) — Por isso nós voltamos agora a Brasília, com Luís Carlos Braga, quais são as
vantagens dessa regulamentação para as empresas e também para os jovens que querem
começar a trabalhar?
Repórter Luís Carlos Braga (Imagem do repórter que responde ao apresentador e dirige-se ao
público) — Olha, Nascimento, os aprendizes vão ter a carteira de trabalho assinada e vários
outros direitos trabalhistas. E as empresas que contratarem esses aprendizes vão poder reduzir a
contribuição ao fundo de Garantia. E, segundo o governo, tudo isso vai permitir a contratação de
um milhão de jovens no ano que vem.
(Telejornal Hoje, Rede Globo de Televisão, 18/12/2001. Transcrição)
VOCABULÁRIO
Em off: fora das vistas dos espectadores.
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1) Segundo o telejornal, quando é o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Infantil?
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2) A) Na cidade de Maceió, capital de Alagoas, que fato marcou esse dia?
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B) Que os fiscais do trabalho procuravam?
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3) Que causou a redução do número de crianças que trabalham em Alagoas?
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4) A matéria tinha por objetivo transmitir uma informação principal, que só é dada após as
entrevistas com os meninos e o fiscal do trabalho. Qual?
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5) Os apresentadores Carlos Nascimento e Carla Vilhena comentam os fatos que estão
noticiando, mostrando claramente sua opinião sobre eles. Que opinião é essa? Que falas
permitem chegar a essa conclusão?
CARLOS: _______________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
CARLA:_________________________________________________________________
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6)
a) Ficamos sabendo que o menino Edivaldo vende queijo na praia. É possível pensar que
ele tenha pouco estudo, ou mesmo que não freqüente a escola? Justifique.
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b) A notícia “Combate ao trabalho infantil em Maceió” apresenta, principalmente em
alguns trechos, uma linguagem informal, parecida com a que usamos no dia-a-dia. Veja:
“Esse dinheiro que você tá...vai ganhar, é pra quê?
“[...] a repórter Beatriz Castro mostrou três crianças que trabalhavam como gente
grande[...]”
Reescreva os trechos acima, utilizando uma linguagem mais formal, como se eles
fossem ser publicados em um jornal impresso.
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________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________
c) Os autores do texto assistiram ao noticiário, gravaram a notícia e registraram-na por
escrito, para que você pudesse lê-la. Assim, o que escreveram representa o que foi
falado. Você já deve ter percebido que a linguagem que empregamos ao falar é diferente
da que usamos quando escrevemos. Identifique, nos trechos abaixo, algumas expressões
comuns na língua falada:
“É... o trabalho infantil que deve ser combatido é esse, proibido por lei. E também a
exploração da criança, não é?”
________________________________________________________________________
“Bom, Braga, quais são as vantagens dessa regulamentação para as empresas e também
para os jovens que querem começar a trabalhar?”
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 1º PERÍODO AULA: 2 GRAMÁTICA
ACENTUAÇÃO E VERBOS
Leia o texto e responda:
Brincando com as palavras A língua portuguesa serve para a gente falar, contar casos, conversar, escrever ou ler cartas e livros, criticar, cantar, fazer discurso, falar besteira, falar sabedoria, mandar recados e tudo o mais. No Brasil, todo o mundo conhece a língua portuguesa. Tanto é verdade que a gente pode sair por aí, viajar para o norte, para o sul, para o lado que quiser e sempre vai ser entendido e entender o que as pessoas estão falando. Mesmo as pessoas que infelizmente ainda não aprenderam a ler e a escrever sabem falar a língua portuguesa, e isso já ajuda muito. Partindo da nossa língua, é possível inventar outras línguas. São línguas secretas, línguas de brincadeiras, mas que podem ser muito úteis e divertidas. Por exemplo, às vezes alguém precisa mandar uma mensagem secreta, um recado para ser lido e compreendido apenas pela pessoa que irá recebê-lo. Nessas horas uma língua inventada pode ser importante. Línguas inventadas servem também, pura e simplesmente, para brincar e se divertir um pouco.
(AZEVEDO, Ricardo. Armazém do folclore. São Paulo: Ática, [s.d.]. p. 22)
GRAMÁTICA
1- Leia o enunciado abaixo sobre modos verbais e responda ao que se pede:
Observe as frases abaixo, relacionando-as ao modo verbal e à noção que exprimem.
( a ) “Vire à direita, Zero.”
( b ) “Numa poção que torne as estátuas à prova de pombos!”
( c ) “O que pôs nela?”
( ) modo indicativo ( ) exprime apenas uma possibilidade
( ) modo subjuntivo ( ) exprime noção de ordem
( ) modo imperativo ( ) exprime noção de certeza
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2. Leia as frases:
a) Atena oferecera-lhe um escudo brilhante, por isso venceu a górgona.
b) Abandonou o Olimpo e viveu feliz em Argos .
c) Quando participavam dos jogos, dormiam em tendas.
d) Ele se preparava para a derrota, quando se lembrou da sacola.
A) Em qual delas a forma verbal destacada expressa a noção de:
ação interrompida por outra ação? ____________________________________________
ação ocorrida antes de outra ação? ___________________________________________
ação contínua, que se repete? _______________________________________________
ação concluída? __________________________________________________________
B) Diga em que tempo e modo estão os verbos:
Oferecera _______________________________________________________________
abandonou _____________________________________________________________
dormiam _______________________________________________________________
preparava ______________________________________________________________
3. Complete as frases a seguir, empregando, no futuro do presente ou do pretérito, os
verbos indicados:
a) Se eu enfrentasse Medusa, ____________________ (perder) na certa.
b) Se eu for à Grécia, ____________________ (recordar) tais mitos.
4. Escreva ao menos um verbo em cada uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e
particípio).
Infinitivo: ________________________ Gerúndio: ____________________________
Particípio: ________________________
A que conjugação pertencem os verbos encontrados? ___________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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5. a) Complete as lacunas, no trecho abaixo, com os verbos e tempos pedidos, no modo
indicativo:
Ela ____________________ (mexer – pretérito perfeito) com meus sentimentos.
____________________ (achar – presente) que nunca antes ____________________
(acontecer – pretérito mais-que-perfeito) algo semelhante.
A menina ____________________-se (chamar – pretérito imperfeito) Ana. Era
bonita, ____________________ (falar – pretérito imperfeito) e ____________________
(vestir-se – pretérito imperfeito) muito bem.
b) Complete a história, selecionando os tempos verbais adequados:
A festa ____________________ (estar) chata, mas, depois que a
____________________ (conhecer), melhorou o meu astral. Porém,
___________________ (ficar) muito nervoso. Acho que foi amor à primeira vista.
Eu nem desconfiava, mas não a ____________________ (ver) mais, pois, no fim de
semana, ____________________ (embarcar) para Madri. Entretanto, soube, desde o
início, que aquela garota ____________________ (escrever) uma das páginas de minha
história.
Questiono-me e sempre me ____________________ (questionar): “Por que as coisas
_____________ (ter) de acontecer desse jeito?”
6- Leia e compare estas duas frases:
O mecânico pretende consertar os defeitos que o motor do carro apresenta.
O mecânico pretende consertar os defeitos que o motor do carro apresente.
a) Em que modo verbal está cada uma das formas verbais destacadas?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
b) Os modos empregados estabelecem uma diferença de sentido entre as frases? Qual é
essa diferença?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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7- Você lerá agora um trecho do livro “Macunaíma”, de Mário de Andrade.
Esse livro causou muita polêmica.
Neste trecho há uma explicação sobre a origem das etnias, isto é, dos povos.
Então Macunaíma enxergou numa lapa, bem no meio do rio, uma cova cheia
d’água. Abicaram. O herói, depois de muitos gritos por causa do frio da água, entrou na
cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada. Quando o herói saiu do banho
estava branco, louro e de olhos azuizinhos. A água lavara o pretume dele.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre se atirou na poça. Porém a água já estava
muito suja da negrura do herói e, por mais que Jiguê esfregasse feito maluco, atirando
água pra todos os lados, só conseguiu ficar da cor do bronze novo.
Maanape então é que foi se lavar. Mas Jiguê esborrifara toda a água para fora da
cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés
e das mãos. Por isso ficou negro, bem filho da tribo dos Tapanhumas, só que as palmas
das mãos e dos pés dele ficaram vermelhas, por terem se limpado na água santa.
Vocabulário
lapa – rochedo
abicaram – aproximaram-se
pretume – cor negra
Adaptado para fins pedagógicos.
8) Observe os verbos destacados no parágrafo a seguir para completar os espaços do
texto.
Então Macunaíma enxergou numa lapa, bem no meio do rio, uma cova cheia
d’água. Abicaram. O herói, depois de muitos gritos por causa do frio da água, entrou na
cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada. Quando o herói saiu do banho
estava branco, louro e de olhos azuizinhos. A água lavara o pretume dele.
a) O tempo verbal que mais aparece nesse trecho é o pretérito
____________________________ do modo _________________________. No entanto,
na frase “Mas a água era encantada”, o verbo destacado está conjugado no pretérito
____________________________________ do modo _______________________,
tempo que indica uma ação _________________________________.
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b) Que diferença de sentido ocorre entre “a água era encantada” e “a água foi
encantada”?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
9) Observe os verbos do parágrafo a seguir para completar os espaços do texto:
Maanape então é que foi se lavar. Mas Jiguê esborrifara toda a água para fora da
cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés
e das mãos. Por isso ficou negro, bem filho da tribo dos Tapanhumas, só que as palmas
das mãos e dos pés dele ficaram vermelhas, por terem se limpado na água santa.
a) O verbo “esborrifara” está no pretérito ____________________________________ do
modo ____________________. Esse tempo é usado para indicar uma ação anterior a
outra ação no passado.
b) No texto, a ação de “esborrifar”, no passado, aconteceu antes de outra ação, também
no passado. Qual é essa outra ação?
________________________________________________________________________
10) Transcreva do texto da primeira página:
a) um verbo no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: _______________________________
b) um verbo no Presente do Indicativo: ________________________________________
c) um verbo no Infinitivo: ___________________________________________________
d) um verbo no Particípio: __________________________________________________
e) um verbo no Gerúndio: __________________________________________________
f) Há entre as formas nominais dos itens c, d e e uma que diz o jeito como o personagem
fez algo. Que forma nominal é essa? Comprove transcrevendo a passagem do texto.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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11) Os oráculos e previsões são muito comuns nos mitos. Uma vidente consultada conta
esse fato usando, assim, verbos no futuro. Continue a fala da vidente, escrevendo
adequadamente esses verbos.
Então Macunaíma enxergará numa lapa, bem no meio do rio, uma cova cheia
d’água. Abicarão. O herói, depois de muitos gritos por causa do frio da água, entrará na
cova e se lavará inteirinho. Mas a água será encantada. Quando o herói sair do banho
estará branco, louro e de olhos azuizinhos. A água lavará o pretume dele.
Quando Jiguê ___________________ (perceber) o milagre se
_________________ (atirar) na poça. Porém a água já ________________ (estar) muito
suja da negrura do herói e, por mais que Jiguê esfregue feito maluco, atirando água pra
todos os lados, só _____________________ (conseguir) ficar da cor do bronze novo.
Maanape então é que ______________ (ir) se lavar. Mas Jiguê
______________________ (esborrifar) toda a água para fora da cova.
__________________ (ter) só um bocado lá no fundo e Maanape
______________________ (conseguir) molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso
_________________ (ficar) negro, bem filho da tribo dos Tapanhumas, só que as palmas
das mãos e dos pés dele _________________ (ficar) vermelhas, por terem se limpado na
água santa.
12- Justifique a acentuação gráfica das palavras: Jiguê:__________________________________________________________ Macunaíma:_____________________________________________________
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA: 3 PRODUÇÃO DE TEXTO
Menino de cidade Paulo Mendes Campos
Papai, você deixa eu ter um cabrito no meu sítio? Deixo. E porquinho-da-índia? E ariranha? E macaco? E quatro cachorros? E duzentas
pombas? E um boi? Um rinoceronte? Rinoceronte não pode. Tá bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno do estado do Rio, sem maiores perspectivas
imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio, como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda, e ele, que nasceu no Rio e, de má vontade, vive nessa cidade sem animais.
Aliás, ele mesmo desmente que o Rio seja uma cidade sem bichos, possuindo o dom de descobri-los nos lugares mais inesperados. Se entra na casa de alguém, desaparece ao transpor a porta, para voltar depois de três segundos com um gato ou cachorro na mão. A gente vai andando por uma rua em Copacabana, ele some e ressurge com um pinto em flor. É chegar na Barra da Tijuca, e daí a cinco minutos, já apanhou um siri vivo.
Localiza eletronicamente todos os animais da redondeza, anda pela rua em disparada, cumprimenta aqui um papagaio, ali um ganso, mais adiante um gato, incansável e frustrado.
Não distingue marcas de automóvel, em futebol não vai além de Garrincha e Nilton Santos, mas sabe perfeitamente o que é um mastiff, um boxer, um doberman. Dá informações sobre as pessoas de acordo com os bichos que possuam: aquele é o dono do Malhado, aquela é a dona do Lord... Ao telefone, pergunta por patos, gatos, e outros cachorros, centenas, milhares de cachorros, cachorros que prefere aos companheiros, cachorros que o absorvem na rua, na escola, na hora das refeições, cachorros que costumam latir e pular em seus sonhos, cachorros mil.
Sua literatura é rigorosamente especializada: livros coloridos sobre bichos. Engatinha mal e mal na leitura, mas fala com uma proficiência um pouco alarmante a respeito de répteis, batráquios etc. Filho de mãe inglesa, confunde fork e knife, mas sabe o que é seal e walrus. Se pede um pedaço de papel é para desenhar a zebra ou a baleia.
É claro que sua frustração causa pena. Por isso mesmo, há algum tempo, ganhou como consolo um canarinho-da-terra. Um dia, como lhe dissessem que iam dar o passarinho, caso continuasse a comportar-se mal, correu para a área e abriu a porta da gaiola.
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Deram-lhe um bicudo, mas o bicudo morreu de tanto alpiste. Ganhou, mais tarde, uma tartaruga, pequenina e estúpida, que recebeu na pia do banheiro o nome de Henriqueta. Nunca qualquer outro quelônio deu tanto serviço. Foi ao dentista na cidade, e, ao voltar, disse ao pai, pela primeira vez, uma palavra horrível: estou desesperado. Tinha perdido a tartaruguinha no lotação.
Ficou o vazio em sua vida. O alívio era ligar o telefone interurbano para a avó e indagar pelos patos que “possuía” em outra cidade. Ou fazer uma visita à futura mãe de Poppy, este é um poodle que deverá nascer daqui a meio ano, prometido de pedra e cal para ele.
Outro expediente: caçar borboletas, mariposas, grilos, alojar carinhosamente os insetos nas gaiolas vazias, chamar-lhes pelos nomes dos antigos bichos mortos ou desaparecidos.
Um tio deu-lhe outra vez um canário, o carinho foi demais, o passarinho morreu. Não há nada a fazer, por enquanto, e ele dedicou-se à arte de desenhar bichos. De vez em quando, ainda se anima e entra em casa afogueado, mostrando alguma coisa invisível nas mãos: “Olha que estouro de grilo!”
Mas os grilos e as borboletas legais morrem ou saem tranqüilamente das gaiolas, e ei-lo novamente de mãos e alma vazias.
Deu um jeito: arranjou alguns pires sem uso e plantou sementes de feijão. O banheiro está cheio de brotos verdes, tímidos. E ele já sabe que possui uma fazenda.
Fonte: Mello, M. A., org. 2003. Nossas palavras. RJ, José Olympio.
Vocabulário: Perspectivas: expectativas, esperanças Batráquios: nome geral dos sapos, rãs e pererecas Desmentir: declarar que alguém não diz a verdade Absorver: ocupar inteiramente Proficiência: capacidade, competência Quelônio: nome geral das tartarugas Lotação: antiga denominação dos ônibus urbanos Indagar: perguntar Prometido de pedra e cal: prometido de verdade, com força Expediente: forma de resolver um problema Afogueado: animado, com muita disposição
1) Quais são as características típicas de um herói?
________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2) Quais são as situações mais comuns enfrentadas por um herói?
________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3) Como normalmente acabam as histórias que envolvem heróis?
________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
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Transforme o personagem do texto lido num herói. Para isso, você deve criar um
problema (que na verdade é o problema do desmatamento ou do aquecimento global, que
enfrentamos hoje). Você também deve incluir vilões. Crie um final triunfal! Use 3
parágrafos: um para a descrição dos personagens, outro para a descrição do conflito, e o
último para o grande desfecho.
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA: 4 ENTENDIMENTO DE TEXTO
Menino de cidade
Paulo Mendes Campos Papai, você deixa eu ter um cabrito no meu sítio? Deixo. E porquinho-da-índia? E ariranha? E macaco? E quatro cachorros? E duzentas
pombas? E um boi? Um rinoceronte? Rinoceronte não pode. Tá bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno do estado do Rio, sem maiores perspectivas
imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio, como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda, e ele, que nasceu no Rio e, de má vontade, vive nessa cidade sem animais.
Aliás, ele mesmo desmente que o Rio seja uma cidade sem bichos, possuindo o dom de descobri-los nos lugares mais inesperados. Se entra na casa de alguém, desaparece ao transpor a porta, para voltar depois de três segundos com um gato ou cachorro na mão. A gente vai andando por uma rua em Copacabana, ele some e ressurge com um pinto em flor. É chegar na Barra da Tijuca, e daí a cinco minutos, já apanhou um siri vivo.
Localiza eletronicamente todos os animais da redondeza, anda pela rua em disparada, cumprimenta aqui um papagaio, ali um ganso, mais adiante um gato, incansável e frustrado.
Não distingue marcas de automóvel, em futebol não vai além de Garrincha e Nilton Santos, mas sabe perfeitamente o que é um mastiff, um boxer, um doberman. Dá informações sobre as pessoas de acordo com os bichos que possuam: aquele é o dono do Malhado, aquela é a dona do Lord... Ao telefone, pergunta por patos, gatos, e outros cachorros, centenas, milhares de cachorros, cachorros que prefere aos companheiros, cachorros que o absorvem na rua, na escola, na hora das refeições, cachorros que costumam latir e pular em seus sonhos, cachorros mil.
Sua literatura é rigorosamente especializada: livros coloridos sobre bichos. Engatinha mal e mal na leitura, mas fala com uma proficiência um pouco alarmante a respeito de répteis, batráquios etc. Filho de mãe inglesa, confunde fork e knife, mas sabe o que é seal e walrus. Se pede um pedaço de papel é para desenhar a zebra ou a baleia.
É claro que sua frustração causa pena. Por isso mesmo, há algum tempo, ganhou como consolo um canarinho-da-terra. Um dia, como lhe dissessem que iam dar o passarinho, caso continuasse a comportar-se mal, correu para a área e abriu a porta da gaiola.
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Deram-lhe um bicudo, mas o bicudo morreu de tanto alpiste. Ganhou, mais tarde, uma tartaruga, pequenina e estúpida, que recebeu na pia do banheiro o nome de Henriqueta. Nunca qualquer outro quelônio deu tanto serviço. Foi ao dentista na cidade, e, ao voltar, disse ao pai, pela primeira vez, uma palavra horrível: estou desesperado. Tinha perdido a tartaruguinha no lotação.
Ficou o vazio em sua vida. O alívio era ligar o telefone interurbano para a avó e indagar pelos patos que “possuía” em outra cidade. Ou fazer uma visita à futura mãe de Poppy, este é um poodle que deverá nascer daqui a meio ano, prometido de pedra e cal para ele.
Outro expediente: caçar borboletas, mariposas, grilos, alojar carinhosamente os insetos nas gaiolas vazias, chamar-lhes pelos nomes dos antigos bichos mortos ou desaparecidos.
Um tio deu-lhe outra vez um canário, o carinho foi demais, o passarinho morreu. Não há nada a fazer, por enquanto, e ele dedicou-se à arte de desenhar bichos. De vez em quando, ainda se anima e entra em casa afogueado, mostrando alguma coisa invisível nas mãos: “Olha que estouro de grilo!”
Mas os grilos e as borboletas legais morrem ou saem tranqüilamente das gaiolas, e ei-lo novamente de mãos e alma vazias.
Deu um jeito: arranjou alguns pires sem uso e plantou sementes de feijão. O banheiro está cheio de brotos verdes, tímidos. E ele já sabe que possui uma fazenda.
Fonte: Mello, M. A., org. 2003. Nossas palavras. RJ, José Olympio.
Vocabulário: Perspectivas: expectativas, esperanças Batráquios: nome geral dos sapos, rãs e pererecas Desmentir: declarar que alguém não diz a verdade Absorver: ocupar inteiramente Proficiência: capacidade, competência Quelônio: nome geral das tartarugas Lotação: antiga denominação dos ônibus urbanos Indagar: perguntar Prometido de pedra e cal: prometido de verdade, com força Expediente: forma de resolver um problema Afogueado: animado, com muita disposição
1) [...] “vive nesta cidade sem animais.” Qual informação que o narrador dá que contradiz
essa afirmação?
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2) No 8º parágrafo, o narrador usa dois adjetivos para se referir ao menino. Quais são
eles e porque o menino é assim caracterizado? Explique.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3) Escreva dois argumentos que comprovem que o menino tinha como único interesse os
bichos.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4) Copie do texto dois exemplos que comprovem que nem sempre o amor do menino
pelos animais era positivo para eles.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5) Que o menino fez para que sentisse que morava mais próximo da natureza?
________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6) Explique o título do texto, crie outro e justifique sua escolha.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 1º PERÍODO AULA: 5
GRAMÁTICA - VERBO
1. Leia as frases:
a) João comia seu lanche, quando ela o abraçou.
b) Ele cantava no bar e bebia com os amigos.
c) Antônio levou flores e agradou a namorada.
d) Maria esquecera o fogo ligado e o feijão queimou na panela.
A) Em qual delas a forma verbal destacada expressa a noção de:
ação interrompida por outra ação? ____________________________________________
ação ocorrida antes de outra ação? ___________________________________________
ação contínua, que se repete? _______________________________________________
ação concluída? __________________________________________________________
B) Diga em que tempo e modo estão os verbos:
comia __________________________________________________________________
cantava ______________________________________________________________
levou _________________________________________________________________
esquecera ______________________________________________________________
2. Complete as frases a seguir, empregando, no futuro do presente ou do pretérito, os
verbos indicados:
a) Se eu conseguisse estudar toda a matéria, ____________________ (tirar) boas notas.
b) Se eu for eleito para o cargo, ____________________ (colocar) ordem na casa.
19
3. Transcreva, deste parágrafo do texto, um verbo empregado em cada uma das formas
nominais (gerúndio, infinitivo e particípio):
“E os ciclopes se retiraram. Ulisses não pôde deixar de sorrir quando viu que os havia enganado dando um nome trocado, mas não atinara ainda de que maneira ele e os companheiros iriam escapar.”
a) Infinitivo:______________________________
b) Gerúndio: _____________________________
c) Particípio: _____________________________
A que conjugação pertencem os verbos encontrados?
a) ______________________________________________________________________
b) ______________________________________________________________________
c) ______________________________________________________________________
4. a) Complete as lacunas, no trecho abaixo, com os verbos e tempos pedidos, no modo
indicativo:
Então eu_______________________ a noite inteira no fim de semana. (trabalhar - futuro do pretérito)
Eu já _____________________ o começo da velhice. (sofrer - pretérito imperfeito)
“Que me conste, ainda ninguém___________________ o seu próprio delírio.” (relatar- pretérito perfeito)
Ela _________________________ a felicidade quando você voltar.
(encontrar- futuro do presente)
Nós _______________________ fora todo o tempo. (estar- presente)
Paulo ____________________ com os amigos comemorando seu aniversário.
(beber – pretérito mais -que- perfeito)
20
b) Complete as lacunas, selecionando os tempos verbais adequados:
“O importante era não ser preso logo. Gim se ____________________ (espremer)
contra um vão da porta, os policiais ____________________ (parecer) correr em frente,
mas, de repente, eles _____________________ (ouvir) os passos,
___________________ (retornar) e _____________________ (dar) a volta pelo beco.
Gim __________________ (pular) fora rápido, em saltos leves.
–– Pare ou a gente _________________ (atirar), Gim!
‘Está bom, vamos ver, atirem!’, pensava ele, e já ______________ (estar) fora do
alcance dos tiros, a grandes passadas na beirinha dos degraus de pedra, quando
________________ (despencar) pelas vielas tortas da cidade velha. Acima da fonte
________________ (saltar) a balaustrada da rampa e então _________________ (ficar)
embaixo da arcada que _____________________ (amplificar) os passos."
(Ítalo Calvino)
Amplificar – Tornar mais amplo ou maior.
5- Justifique a acentuação das palavras abaixo:
Vintém:____________________________________________________
Revólver:___________________________________________________
Tórax:______________________________________________________
Rápido:_____________________________________________________
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NOME: NÚMERO:
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ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA: 6 PRODUÇÃO DE TEXTO - ENTREVISTA
Combate ao trabalho infantil em Maceió
No dia 18 de dezembro de 2001, o telejornal Hoje, veiculado pela rede Globo de Televisão, transmitiu uma notícia a respeito do combate ao trabalho infantil, cuja transcrição você vai ler a seguir.
Apresentadores do telejornal: Carlos Nascimento e Carla Vilhena Repórteres: Beatriz Azevedo, de Maceió, Alagoas, e Luís Carlos Braga, de Brasília Pessoas entrevistadas: Edivaldo, de 12 anos aproximadamente, um menino de 9 anos e José Gomes, coordenador da fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de Alagoas. Carlos Nascimento (Imagem do apresentador, que começa a dar a notícia) — Hoje, no dia
Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, fiscais foram para as principais avenidas de Maceió.
Voz em off da repórter Beatriz Azevedo (Imagem de fiscais do trabalho andando pela praia) —
Os fiscais do trabalho foram às praias de Maceió. Em Ponta Verde, uma das mais movimentadas
da capital, encontraram Edivaldo vendendo queijo para pagar o aluguel da casa onde mora.
Edivaldo (Imagem de um garoto de uns doze anos , aparentando timidez, carregando uma forma
de queijo) — Minha mãe paga aluguel, 60... 80 real de aluguel e “nói” não tem esse dinheiro. Aí,
tem dinheiro eu e meu irmão aqui na praia.
Voz em off da repórter (Imagem do mesmo menino andando na praia sob o sol) — O menino
passa horas debaixo do sol e ganha dois reais por dia de trabalho. Os auditores anotaram o
endereço do fornecedor do produto, que vai ser multado.
(Imagem de um garoto pequeno, alegre, carregando uma bandeja) — Este garoto de 9 anos
comercializa produtos para sustentar os oito irmãos. (A repórter pergunta ao menino) — Esse
dinheiro que você tá... vai ganhar, é pra quê?
Menino (Imagem do menino que responde rapidamente à repórter e sorri) — “Mo” pai!
Voz em off da repórter (Imagem de um quadro com números e datas, fornecidos pelo Ministério
do Trabalho) —Em 1995, o Ministério do Trabalho identificou em todo o país 1 742 000
menores entre 5 e 15 anos irregularmente no mercado de trabalho. Em 4 anos, o número de
casos identificados caiu para 1 020 000, o que ainda é muito. (Imagens de crianças pequenas
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trabalhando com folhas de fumo) Há dois anos, a repórter Beatriz Castro mostrou três crianças
que trabalhavam como gente grande na rotina pesada de uma plantação de fumo. (Imagens de
crianças alegres em uma sala de aula) Seis meses depois, elas voltaram a estudar como milhares
de crianças da zona rural de Arapiraca.
Repórter Beatriz Azevedo (Imagem da repórter falando ao microfone. Há uma praia ao fundo) —
A fiscalização tem reduzido o número de crianças que trabalham em Alagoas. Em 95 eram mais
de 80 mil meninos e meninas. Este ano são 30 mil, mas a informalidade ainda dificulta a ação dos
fiscais.
José Gomes (fiscais do trabalho) (Imagem do fiscal sendo entrevistado) — Um dia a criança tá
num canto, outro dia tá noutro. Isso dificulta bastante esse tipo de trabalho.
(Os apresentadores Carlos Nascimento e Carla Vilhena aparecem juntos, conversam entre si e se
dirigem ao público)
Carlos Nascimento (Imagem do apresentador conversando com a apresentadora que está ao
seu lado e dirigindo-se também ao público) — É... o trabalho infantil que deve ser combatido é
esse, proibido por lei. E também a exploração da criança, não é? Não tem cabimento que a
criança deixe de estudar para ir trabalhar.
Carla Vilhena (Imagem da apresentadora respondendo ao apresentador) — É, e aliás, pôr
crianças na escola é o único caminho para que elas possam melhorar de vida, com essa formação
educacional e profissional. E, a partir de agora, as escolas de formação profissional sem fins
lucrativos vão poder encaminhar alunos entre 14 e 18 anos para o mercado de trabalho. A
profissão de aprendiz foi regulamentada hoje pelo Ministério do Trabalho.
Carlos Nascimento (Imagem do apresentador dirigindo-se a um repórter que não está no
estúdio) — Por isso nós voltamos agora a Brasília, com Luís Carlos Braga, quais são as
vantagens dessa regulamentação para as empresas e também para os jovens que querem
começar a trabalhar?
Repórter Luís Carlos Braga (Imagem do repórter que responde ao apresentador e dirige-se ao
público) — Olha, Nascimento, os aprendizes vão ter a carteira de trabalho assinada e vários
outros direitos trabalhistas. E as empresas que contratarem esses aprendizes vão poder reduzir a
contribuição ao fundo de Garantia. E, segundo o governo, tudo isso vai permitir a contratação de
um milhão de jovens no ano que vem.
(Telejornal Hoje, Rede Globo de Televisão, 18/12/2001. Transcrição)
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a) Para o texto acima, elabore um parágrafo introdutório, expondo o assunto da
entrevista.
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b) Elabore, agora outro parágrafo introdutório, apresentando o menor Edivaldo, de 12
anos aproximadamente.
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
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ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA: 7 ENTENDIMENTO DE TEXTO
O homem que teve de cuidar da casa (Lenda escandinava)
Era uma vez um homem muito rabugento e mal-humorado, que nunca achava certo nada que a mulher fizesse em casa. Uma tarde, na época de secar o feno, ele chegou em casa reclamando que o jantar não estava pronto, o bebê estava chorando e a vaca não tinha sido recolhida ao estábulo. — Eu trabalho o dia inteiro – ele resmungou – e você fica só aqui cuidando da casa. Bem que eu queria essa moleza para mim. Eu ia aprontar o jantar na hora, palavra! — Amorzinho querido, não fique zangado – disse a mulher. — Amanhã, vamos trocar nossos trabalhos. Eu saio com os ceifeiros, corto feno, e você fica aqui, cuidando da casa. O marido achou que daria certíssimo. — É, eu ganho um dia livre – ele disse — Faço todos os seus afazeres em uma ou duas horas e durmo o resto da tarde. Assim, na manhã seguinte bem cedo, a mulher pendurou a foice no ombro e partiu com os ceifeiros. O marido ficou, incumbido de fazer todo o trabalho doméstico. Em primeiro lugar, lavou umas roupas e começou a bater manteiga. Mas depois de bater um pouquinho, lembrou que tinha que pendurar as roupas para secar. Saiu para o quintal e mal tinha acabado de estender suas camisas quando viu o porco correndo para dentro da cozinha. Voou para a cozinha para tratar do porco, temendo que estragasse a manteiga. Mas logo que entrou, viu que o porco tinha derrubado a batedeira. Lá estava ele, grunhindo e chafurdando no creme, que escorria pelo chão da cozinha inteira. O homem ficou tão louco de raiva que se esqueceu das camisas no varal e partiu para cima do porco. Conseguiu agarrá-lo, mas o porco já estava tão lambuzado de manteiga que lhe escapuliu dos braços e saiu porta afora. O homem correu para o quintal, decidido a pegar o porco de qualquer jeito, mas estacou apavorado quando viu o bode, parado bem debaixo do varal, mordendo e mascando as camisas. O homem espantou o bode, trancou o porco e tirou do varal o que sobrava das camisas. Em seguida, foi à leiteria, pegou creme bastante para encher de novo a batedeira e recomeçou a bater, pois tinham que ter manteiga para o jantar. Quando já tinha batido um pouco, lembrou que a vaca ainda estava fechada no estábulo, sem ter comido nem bebido nada a manhã toda; e o sol já estava alto. Matutando que o pasto ficava muito longe para levar a vaca até lá, decidiu colocá-la em cima da casa, pois o telhado, como se sabe, era coberto de capim. A casa ficava perto de um morro íngreme e ele achou que, estendendo uma tábua larga da lateral do morro até o telhado, levaria facilmente a vaca para cima.
25
Mas não podia abandonar a batedeira, pois lá vinha o bebê engatinhando pela casa. “Se eu deixar a batedeira”, ele pensou, “a criança com certeza vai estragar tudo.” Assim, ajeitou a batedeira às costas e saiu carregando-a. Aí, pensou que era melhor dar água à vaca antes de levá-la para o telhado e pegou um balde para tirar água do poço. Porém, quando se debruçou na borda do poço, o creme escorreu para fora da batedeira, por cima dos ombros, pelas costas, e caiu todo no poço! Agora já estava quase na hora do jantar e ele nem ao menos tinha feito a manteiga! Então, logo que colocou a vaca no telhado, achou melhor ferver o mingau. Encheu o caldeirão de água e pendurou-o sobre o fogo. Quando acabou, imaginou que a vaca pudesse cair do telhado e quebrar o pescoço. Então, subiu na casa para prendê-la. Amarrou uma ponta da corda em volta do pescoço da vaca e a outra ele passou pelo buraco da chaminé. Voltou para dentro da casa e amarrou a ponta da corda em torno da cintura. Tinha que se apressar, pois a água agora começava a ferver no caldeirão e ele ainda tinha que moer a aveia. Começou a moer bem rápido! Mas, quando ele estava bem empenhado, a vaca acabou caindo do telhado e na queda arrastou o homem pela chaminé, suspenso pela corda! Ele ficou entalado, bem apertado. E a vaca ficou balançando ao lado da casa, entre o céu e a terra, sem conseguir subir nem descer. Enquanto isso a mulher, lá no campo, estava esperando, esperando o marido chamá-la para jantar. Por fim, achou que já tinha esperado demais e foi para casa. Quando chegou lá e viu a vaca pendurada tão insolitamente, correu para cima e cortou a corda com a foice. Mas logo que cortou, o marido despencou da chaminé! Quando ela entrou na cozinha, encontrou-o de cabeça para baixo, enterrado no caldeirão de mingau. — Que bom que você voltou – ele disse, depois que ela o pescou. — Preciso lhe dizer uma coisa. Então ele pediu desculpa, beijou-a e nunca mais reclamou de nada.
(BENNETT, William J. (org.) O livro das virtudes. Rio de Janeiro,
Nova Fronteira, 1995.)
Vocabulário Chafurdar: mergulhar, atolar. Íngreme: difícil de subir. Insólito: incrível, extraordinário. 1) O ambiente onde se passa a história é o rural. Justifique essa afirmativa.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2) O marido compara o trabalho dele com o da mulher. Que ele acha da atividade dela?
Responda, utilizando apenas um substantivo presente na fala dele.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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3) Que proposta a mulher fez após a reclamação do marido?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4) Como o marido se saiu nos afazeres domésticos? Comprove sua resposta com três
exemplos do texto.
1-
________________________________________________________________________
2-
________________________________________________________________________
3-
________________________________________________________________________
5) O décimo parágrafo do texto termina desta maneira: “... e o sol já estava alto.”.
a) A que período do dia se refere essa passagem?
________________________________________________________________________
b) Substitua adequadamente essa frase por outra, levando em conta o parágrafo em que
a frase aparece.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6) Como o marido tratou a mulher quando ela chegou a casa? Comprove sua resposta
com uma frase do texto.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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NOME: NÚMERO:
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ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 1º PERÍODO AULA: 8 GRAMÁTICA – VERBO – ACENTUAÇÃO
TEXTO
Leia o texto a seguir:
À primeira vista
Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei
Quando chegou carta abri
Quando ouvi Prince dancei
Quando o olho brilhou entendi
Quando criei asas voei
Quando chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei me perdi
Quando vi você me apaixonei
(Chico César – CD “Aos Vivos”)
1) Transcreva do texto “À primeira vista” o que se pede:
a) dois verbos da 1ª conjugação.
____________________________________________________________________
b) um verbo da 2ª conjugação.
____________________________________________________________________
c) um verbo da 3ª conjugação. ____________________________________________________________________
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2) Verbo irregular é aquele que se afasta do modelo de conjugação, apresentando alterações no radical ou nas desinências. a) Transcreva dois verbos irregulares do texto “À primeira vista” ________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
b) Transcreva dois verbos regulares do texto “À primeira vista”.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3) Na 10ª linha do texto “À primeira vista”, foi empregada a forma verbal tava.
a) Na variedade padrão, como seria a forma equivalente a tava?
____________________________________________________________________
b) A que verbo pertence essa forma verbal?
____________________________________________________________________
c) Essa forma verbal é regular ou irregular?
___________________________________________________________________
4) Considerando os verbos dancei e tremi, escreva suas estruturas, indicando radical,
vogal temática (se houver) e desinência.
Dancei__________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Tremi___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5) Complete a cruzadinha com os verbos:
1-
2-
3-
4-
5-
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1) Os homens __________ os deuses. (verbo adorar) 2) Eros _____ ao encontro de Psiquê amanhã. (verbo ir) 3) Afrodite_______ os mortais com seu poder. (verbo encantar) 4) Os mortais __________ o fogo. (verbo querer) 5) Psiquê _________ ajuda de Zeus. (verbo buscar) 6) Leia o trecho e transcreva o que se pede:
“Ao deparar com a beleza de Psiquê, hesitou, sentindo fraquejar, entregando seu coração
ao deslumbramento que aquela simples mortal lhe provocara. Quando disparou a temida
flecha, a confusão de sentimentos era tão grande, que ele mesmo sentiu-se
transpassado. Aparentemente, o projétil fora desviado pelo destino, fazendo-o voltar-se
contra o próprio atirador.”
a) Dois verbos no infinitivo:
____________________________________________________________________
b) Um verbo no gerúndio:
____________________________________________________________________
7) Leia o enunciado abaixo para responder às questões a, b e c:
Os humanos estão cultuando a beleza de Psiquê.
a)Transcreva a locução verbal presente no enunciado:
____________________________________________________________________
b) Qual é o verbo principal e qual é o verbo auxiliar dessa locução? Transcreva-os:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
c) Que forma verbal simples poderia substituir toda a locução, sem provocar prejuízo ao
sentido do enunciado?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
30
8. Leia esta tira:
Observe as frases abaixo, relacionando-as ao modo verbal e à noção que exprimem.
( a ) “Arrependa-se!”
( b ) “O que faria se soubesse que o mundo iria acabar em 72 horas?”
( c ) “Eu compraria tudo a crédito!”
( ) exprime apenas uma possibilidade ( ) modo indicativo
( ) exprime noção de ordem ( ) modo subjuntivo
( ) exprime noção de certeza ( ) modo imperativo
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
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ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA: 9 PRODUÇÃO DE TEXTO - ENTREVISTA
O pequeno príncipe do rap
Garoto de 15 anos apresenta programa de rap em rádio comunitária de favela em Belo Horizonte.
“Boa tarde para vocês. Está começando o ‘Uai Rap Soul’. Liga aí para você
escolher a música, e a gente trocar uma idéia.” É assim que, às 18h de todo sábado,
Misael Avelino dos Santos Filho, 15, inicia o programa “Uai Rap Soul”, transmitido do
estúdio da rádio comunitária Favela FM, localizado na favela Nossa Senhora de Fátima,
uma das vilas que formam o aglomerado da Serra, na zona sul de Belo Horizonte (MG).
Ele faz isso há nove anos, desde o lançamento do programa, idéia dele e de seu
pai, fundador da Favela FM. Misinha, como é conhecido, nem se apresenta mais. Todos
já conhecem sua voz. O programa tem uma das maiores audiências entre os jovens da
Grande BH, segundo a rádio.
[...]
Na favela, Misinha conhece a responsabilidade da fama. Ele assiste a programas
eleitorais para poder comentar sobre campanhas políticas durante o “Uai Rap Soul”.
“Lembre sempre que o melhor a fazer é votar conscientemente”, repete entre um rap e
outro. Neste ano, ele vai votar pela primeira vez.
[...]
Com atitude e consciência, como define, Misinha comanda o programa de rádio por
duas horas. “Não basta apenas falar, é preciso também fazer”, diz, referindo-se ao
trabalho social feito pela rádio junto à comunidade.
Quando o assunto é escola, porém, o garoto é contraditório. Se, durante o
programa, Misinha fala da importância do estudo para mudar a sociedade, ele foi
reprovado em 2000 e quase não compareceu às aulas de matemática no ano passado, o
que fez com que seu pai o afastasse do “Uai Rap Soul” durante os dias de semana.
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Isso não diminuiu a familiaridade que Misinha tem com o programa. Ele opera o
som, atende telefone, fala com o público, seleciona as músicas e entrevistas convidadas.
E nada é programado. Misinha escolhe as músicas conforme o público pede e também de
acordo com a conversa que está tendo com os ouvintes.
(Folha de S. Paulo, 14/1/2002. Folhateen.)
1) Cite características que justifiquem o texto ser classificado como entrevista citada.
________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________
2) Que fatos apresentados no texto são interessantes e justificam sua publicação?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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3) Quantos anos tinha Misinha quando começou a exercer a profissão de radialista e que
levou-o a isso?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4) Que faz o radialista para tornar-se um profissional responsável?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5)
A) Embora buscando ser politicamente correto em sua profissão, o garoto Misinha é
incoerente em sua vida pessoal. Que atitude do garoto confirma essa declaração?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
B) Que fez o pai ao constatar a incoerência do filho?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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Produção Escrita
Reflita sobre sua resposta 5.B e responda se você concorda ou não com a atitude do pai
de Misinha, apontando dois argumentos a favor de seu posicionamento. (Exemplo:
Concordo, pois…. Discordo, porque…)
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA:10 ENTENDIMENTO DE TEXTO
Leia a seguir uma entrevista com o poeta Manoel de Barros cujos poemas revelam uma
linguagem inovadora e muito criativa.
O tema da minha poesia sou eu mesmo
A natureza nunca mais foi a mesma depois de passar por suas frases. O poeta
pantaneiro Manoel de Barros, que está lançando um novo “ajuntamento”(coletânea) de
versos e vida, o Livro sobre nada (Editora Record - 1996) , se considera acima de tudo
um “fazedor de frases”: “A frase para ser boa precisa ser uma coisa ilógica, o ilogismo é
muito importante pois a razão diminui a poesia”, ensina. Inimigo de entrevistas, quanto
mais por telefone, Manoel de Barros, considerado por muitos o maior poeta brasileiro vivo,
concordou em conversar com o caderno Ideias, por telefone, de sua casa em Campo
Grande, Mato Grosso do Sul, onde vive a quatro horas de sua fazenda de criação de
gado e costuma sair à tarde para “desenferrujar” e bicar umas pingas com amigos.
Com simplicidade, o autor de livros como Compêndio para uso dos pássaros
(1960), Arranjos para assobio (1982), Livro de pré-coisas (1985) e O guardador de
águas (1989) falou sobre paixões literárias, o gosto pelo lazer e por programas divertidos
na televisão, como Os trapalhões e até o mexicano Chaves e lembrou até um duvidoso
passado no Partido Comunista. “Mas nunca fui habituado a grupos, não podia mesmo
durar muito naquele partido. Hoje, conquistei o ócio, o que é muito importante para o
poeta”, comemora.
André Luís Barros - O senhor só ficou famoso como um grande poeta depois dos 70
anos. Isso foi algo planejado ou aconteceu por acaso?
Manoel de Barros – Isso é negócio do meu temperamento. Nunca tive projeto, só livro.
Também nunca achei que precisasse me isolar no Pantanal para compor melhor. Sou
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pantaneiro, nasci aqui, só podia viver e escrever mesmo sobre as coisas daqui. Mas
nunca tive preocupação em aparecer muito, ser uma pessoa conhecida, isso é sincero
mesmo. Eu queria só fazer poesia. Sou tímido por temperamento, é possível que só seja
poeta por causa disso. Sou um ser abúlico, tenho minhas contradições e tento me
encontrar através da poesia. É claro que sucesso é bom, ser amado, admirado pela
poesia é bom, quem disser que não, está mentindo. Fui descoberto de repente, as
pessoas começaram a me perceber. Nunca na minha vida fui de participar muito de
grupo.[...]
[...]
ALB – O seu trabalho é mais fragmentado, repartido.
MB – Cada vez mais. O próprio mundo está obrigando a gente a se fragmentar. É uma
falta de unidade, o homem moderno não tem mais as grandes unidades, como Deus. A
gente não tem crença em mais nada, aliás, toda a arte deste século é fragmentada,
ninguém defende mais uma maneira de pensar, hoje. O homem não acredita mais nem
em ideologia, as religiões estão se fragmentando, o protestantismo está se dividindo, o
cristianismo também.
ALB – Até que ponto a despreocupação com o dinheiro é importante para o poeta?
MB – Levei vários anos até conquistar o ócio, isso é importante para o poeta, ele não
pode ter a cabeça virada só para coisas a resolver. Fiquei muitos anos arrumando minha
vida, saldando dívidas. Há oito anos, cheguei aqui pra Mato Grosso, tomei pé aqui. Agora
estou vagabundo, tenho direito a isso. Herdei uma fazenda, em campo aberto, terra nua,
sou fazendeiro de gado, vaca, não sou “o rei do boi, do gado”, mas vivo bem. Este é o
meu caso: enquanto estava tomando pé da fazenda não escrevi uma linha.[...]
ALB – Qual é o tema do poeta?
MB - O tema do poeta é sempre ele mesmo. Ele é um narcisista, pensa em si mesmo:
expõe o mundo através dele mesmo. Ele quer ser o mundo, e pelas inquietações dele,
desejos, esperanças, o mundo aparece. Através de sua essência, a essência do mundo
consegue aparecer. O tema da minha poesia sou eu mesmo e eu sou pantaneiro. Então,
não é que eu descreva o Pantanal, não sou disso, nem de narrar nada. Mas nasci aqui,
fiquei até os oito anos e depois fui estudar. Tenho uma bagagem da infância, tudo o que a
gente é mais tarde vem da infância. Nesse último livro meu, Livro sobre nada, tem muitos
versos que vieram da infância. Tem um poema que se chama “A arte de infantilizar
formigas”. Num vídeo que fizeram sobre mim, o rapaz chega uma hora que pergunta:
“Escuta aqui, o senhor escreveu que formiga não tem dor nas costas. Mas como é que o
senhor sabe?”. Outro rapaz me escreveu do Rio, diz que frequenta às aulas de um
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professor muito inteligente em energia nuclear, física, poesia e romance, e ele fez a
pergunta, que é um verso meu: “Professor, por que a 15 metros do arco-íris o sol é
cheiroso?”. O professor, que tinha estudado Einstein e outros autores, disse: “Essa
pergunta não vou responder, é absurda”. Creio que a poesia está de mãos dadas com o
ilógico. Não gosto de dar confiança para a razão, ela diminui a poesia.
[...]
ALB - Hoje, o senhor lê que autores?
MB – Já li muita coisa séria, além dos escritores, li filosofia, Nietszche, Kant, Walter
Benjamim, Adorno, essas coisas. Mas hoje estou lendo mais porcaria mesmo, quero
descansar a cabeça. E estou com a vista meio ruim. Vejo também muitas coisas
engraçadas na TV, o Didi e o Dedé (Os trapalhões), o Chaves, sabe quem é? Aquele
chato mexicano. E escuto muita música. De tarde, saio para tomar umas pingas,
enquanto meu fígado não arrebentou. Mas às vezes sofro aqui nessa cidade. A poesia faz
da gente uma espécie de mito, e as pessoas acabam fazendo da gente uma imagem
diferente da realidade. Tem gente aqui que pensa que eu vivo isolado, sozinho, sem
amigos, falam que eu sou intratável. Não sou isolado, não.
ALB – Como nasceu seu amor pelo trabalho da linguagem?
MB – Sempre tive uma preocupação com a palavra, com as frases. No colégio interno, os
padres me deram o Padre Antônio Vieira para ler. Ele era um grande frasista, se
preocupava com a ressonância verbal interna das frases. Em linguagem, ele muitas vezes
não era tão católico assim. Depois que comecei a ler o Vieira, não parei mais de prestar
atenção nas frases. Sou um fazedor de frases. Que é o verso? É uma frase, uma unidade
rítmica, que tem como característica ser ilógica. O ilogismo é muito importante para o
verso.
(Texto adaptado para fins pedagógicos. Caderno Ideias. Jornal do Brasil.
Entrevista concedida a André Luís Barros/ fev de 2008.)
Vocabulário:
Abúlico: perturbação mental caracterizada pela ausência ou diminuição da vontade.
Compêndio: resumo.
Frasista: que faz frases de sua língua com grande criatividade.
Ilógica: que não tem coerência.
Ilogismo: o que não tem lógica, incoerente.
Ócio: folga, lazer, desocupação.
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1) Estudamos em nossas aulas que a entrevista é texto resultante de um encontro
previamente marcado entre duas pessoas. Sendo sua natureza um texto oral, a entrevista
sofre modificações quando passa ao registro escrito. Nela encontramos um entrevistado e
um entrevistador.
a) Quem é o entrevistador no texto?
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b) Observe bem o título da entrevista (texto I). É comum o título apresentar o entrevistado e
dar uma dica do assunto que será tratado. É possível verificar essas informações no título
apresentado? Justifique sua resposta.
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c) Volte ao texto e explique que tipo de pergunta predomina no texto.
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d) No texto de introdução, o jornalista explica como conseguiu essa entrevista. Assinale com
um X a alternativa que explica por que há uma ocorrência maior desse tipo de perguntas.
( )a) O jornalista estava com muita pressa e fez uma série de perguntas breves.
( ) b) O jornalista queria saber sobre alguns aspectos da vida do poeta e fez muitas
perguntas.
( ) c) O jornalista realizou a entrevista por telefone e quis ser bem objetivo aos assuntos
que perguntava ao poeta.
( ) d) O jornalista realizou a entrevista por etapas e a transcrita aqui foi uma delas.
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2) Toda entrevista apresenta um texto de introdução do entrevistado e do assunto que será tratado. a) No primeiro parágrafo do texto de introdução, apresenta-se o poeta Manoel de Barros que é considerado por muitos o maior poeta brasileiro vivo. Que julgamento sobre si mesmo faz o poeta? __________________________________________________________________________
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b) No segundo parágrafo do texto inicial, o jornalista apresenta outras características desse grande poeta. Que assuntos também foram enfocados na entrevista? __________________________________________________________________________
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3) I - Assinale a alternativa na qual Manoel de Barros revela a maior conquista do poeta e da
sua poesia:
( ) a) Herdei uma fazenda, em campo aberto, terra nua, sou fazendeiro de gado.
( ) b) Conquistou o ócio, o poeta não pode ter a cabeça virada só para coisas a resolver.
( ) c) Enquanto estava tomando pé da fazenda, escrevi algumas linhas e publiquei
alguns livros.
( ) d) Consegui ler os poemas do Padre Antônio Vieira.
II - Assinale as alternativas que explicam as influências que modelam a poesia de Manoel
de Barros.
( ) a) Ter um lastro da infância, tudo o que a gente é mais tarde vem da infância.
( ) b) O tema do poeta é o narcisismo.
( ) c) Creio que a poesia está de mãos dadas com o ilógico, a razão diminui a poesia.
( ) d) A poesia se faz a partir das viagens do poeta.
4) Volte à sexta pergunta e transcreva duas informações que confirmem o gosto pela
simplicidade.
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5) Em certa parte da entrevista, o poeta afirma que a poesia anda de mãos dadas com o
ilógico, isto é, não se pode explicar a poesia a partir da razão. Que exemplo ele cita para
explicar essa afirmação? Transcreva-o do texto.
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6) Na última pergunta do texto, o jornalista investiga o jeito inovador de escrever desse poeta.
a) De quem ele recebeu forte influência?
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b) Como ele define sua poesia?
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Ensino Fundamental Nível II – LÍNGUA PORTUGUESA
NOME: NÚMERO:
___/___/2012 F-7_______
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA 2º PERÍODO AULA EXTRA
PRODUÇÃO DE TEXTO – ENTREVISTA
Leia, com bastante atenção, as informações que seguem sobre um escritor bastante
conhecido atualmente.
Drauzio Varella – 67 anos
É um médico oncologista e escritor brasileiro, conhecido por popularizar a medicina
em seu país, através de programas de rádio e TV.
Um dos fundadores da Universidade Paulista (UNIP) e da Rede Objetivo.
Ensinou Física e Química durante muitos anos.
Em 1986, iniciou campanhas nas rádios com o intuito de esclarecer a população
sobre a AIDS e métodos de prevenção.
Trabalhou na Jovem Pan e depois na 89 FM de São Paulo.
Drauzio Varella também é um premiado escritor, tanto de ficção para adultos
quanto para crianças.
Lançado em 1999, o livro Estação Carandiru, que conta sobre seu trabalho com os
presidiários do Carandiru, virou best-seller e recebeu o Prêmio Jabuti na categoria
"não-ficção".
Em 2003, a obra ganhou as telas do cinema num filme do diretor Hector Babenco.
Seu outro livro, Nas ruas do Brás, foi agraciado na Feira Internacional do Livro de
Bolonha, na Itália e também na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2001, na
categoria "revelação de autor de literatura infantil".
Transforme as informações a respeito de Dráuzio Varela em uma introdução de uma
entrevista. Especifique também qual será o foco (assunto) abordado.
Escreva um parágrafo, reúna as informações mais importantes. Coloque um título bem
interessante.
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