arnis na terra do jiu jitsu e da capoeira -...
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ARNIS NA TERRA ARNIS NA TERRA ARNIS NA TERRA
DO JIUDO JIUDO JIU---JITSU JITSU JITSU
E DA E DA E DA
CAPOEIRACAPOEIRACAPOEIRA
ARNIS NA TERRA ARNIS NA TERRA ARNIS NA TERRA
DO JIUDO JIUDO JIU---JITSU JITSU JITSU
E DA E DA E DA
CAPOEIRACAPOEIRACAPOEIRA
Mestre Dada Inocalla Mestre Dada InocallaMestre Dada InocallaMestre Dada Inocalla
C omo a arte que ele vem
ensinando há décadas, o Sr.
Herbert Villafria Inocalla – mais
popularmente conhecido no Brasil
como Mestre dada – é em seu
cotidiano uma pessoa de fala mansa
e despretensiosa que, no momento
certo, se transforma em um guerreiro
grisalho com movimentos rápidos e
exatos que desmentem a sua idade.
Mestre Dada, que vem do Município
de Labo, Camarines Norte no leste
das Filipinas, é o progenitor das artes
marciais Filipinas (FMA) no Brasil,
um país conhecido por seu amor às
artes marciais, talvez perdendo
apenas para o futebol, e que
produziu inúmeros campeões no
UFC/MMA.
A embaixada das Filipinas visitou o
respeitado "punong guro" em sua
academia chamada Magka-Isa no
bairro Asa Norte, em Brasília, para
uma entrevista.
Embaixada das Filipinas: Quando
chegou no Brasil e por que você
decidiu ficar?
Mestre Dada: Quando eu estava
estudando na Mapua (em Manila),
eu comecei a fazer ioga e decidi me
tornar um monge como meu irmão.
Fui então para a Índia e Nepal para
treinar. Depois fui para a Europa e
depois para a Argentina, onde
permaneci durante algum tempo
como um monge da Ananda Marga.
Um brasileiro me encontrou na
Argentina e convidou-me para vir
para o Brasil. Cheguei em Porto
Alegre, Brasil, em 1974. Eu gostei dos
uma academia de artes marciais, a
"Magka-Isa" (que significa unir
pessoas) para unir a mente e corpo,
as emoções e o espírito, para se
tornar um.
Como foi durante seus primeiros
anos no Brasil? Qual foi a
primeira reação dos brasileiros às
FMA?
Para ganhar a vida, ensinei aulas de
karatê aos brasileiros, tendo treinado
com o mestre filipino Orlando
Gonzales, antes de me tornar um
monge. Naquela época, havia muito
poucas escolas de Karate em Brasília.
Comecei com o Karate e Tai-chi, das
brasileiros, eles foram amigáveis.
Tendo conhecido minha esposa no
Brasil, deixei a vida de monge e me
instalei em Brasília em 1976. Abri
culturas japonesa e chinesa, mas
decidi ensinar Arnis após um
encontro com Grandmaster (Remy)
Presas no Canadá. Depois tive três
estudantes franceses de karate aos
quais pedi para me ajudar a montar
minha própria academia. Os
brasileiros não sabiam nada sobre
FMA. Começou lentamente. Em
seguida, o número de alunos foi
gradualmente aumentando até que
tive que dar aulas o dia inteiro
e também à noite.
Jiu-jitsu e Capoeira são
muito populares entre os
brasileiros. Como você os
‘seduziu’ a experimentar
FMA?
FMA é complementar; cai bem
com outras disciplinas.
Também falo com os
brasileiros sobre a realidade.
Por exemplo, como eu observo,
jiu-jitsu cria ‘memória muscular’ para
pegar o adversário e o levá-lo ao
chão. Eu lhes digo que isso funciona
na escola e no ringue, mas não na
rua. Há muitos praticantes de jiu-
jitsu, que foram mortos por ladrões.
Eu pessoalmente sei de alguém que é
um mestre de jiu-jitsu, mas tornou-
se cadeirante porque lutou com
ladrões e levou um tiro. Digo-lhes
também: briga de rua é "bater e
correr". Como no costume filipino,
eles têm que pensar sempre que seus
adversários têm uma lâmina na mão.
Precisa pensar assim para não se
tornar uma vítima na rua onde
passamos um bom período do dia ou
da noite.
Quando ensinamos FMA para
brasileiros, é uma abordagem
holística. Treinamos a mente e o
corpo. Também dizemos-lhes que a
primeira e melhor opção é evitar a
violência. Então nós os ensinamos a
usar as palavras mágicas "Desculpe-
me", "Obrigado", "Por favor", para
que a chance de entrar em uma
briga seja minimizada.
Quão frequentemente você viaja
pelo Brasil dando seminários?
Algum convite de organizações
militares?
A maioria dos nossos seminários são
para organizações militares no Brasil
como a guarda presidencial, Força
Nacional, Polícia Federal, guardas de
prisão, polícia civil, exército, etc. e
suas famílias. Não dizemos que as
FMA são melhores que as artes
marciais brasileiras ou qualquer
outra disciplina em que foram
treinados, mas lhes dizemos que na
rua é diferente. A luta na academia é
diferente da luta no ringue e as duas
são diferentes da luta nas ruas. FMA
é muito prático e eficiente nas ruas.
Os policiais brasileiros não têm
treinamento contra facas e armas
semelhantes. O Brasil não tem a
“cultura da lâmina”. Muitos
brasileiros morrem a cada ano
atingidos por faca de cozinha. Saber
usar e se defender contra facas e
bastões é uma grande vantagem,
você já está seguro. Os brasileiros
viram a simplicidade e a eficácia das
FMA.
Quantas escolas FMA existem
no Brasil? Onde os
brasileiros que ensinam FMA
são formados?
No Rio Grande do Sul, temos
quase 15 escolas (Porto Alegre,
Santa Maria, caixas, Gramado,
Canela, etc.). No Rio de Janeiro
temos duas escolas, em São
Paulo cerca de 10. Estas escolas
ensinam outras artes marciais, e têm
uma classe à parte para FMA. Agora
também existem escolas no Brasil
que ensinam a outros sistemas de
Pekiti Tirsia Kali como FMA.
Normalmente, outros instrutores
brasileiros (que lecionam outras
disciplinas) nos convidam para dar
palestras em seminários em suas
cidades ou para treiná-los a ensinar
FMA em suas escolas.
Você usa palavras filipinas com
seus alunos. Esta é uma prática
comum entre as escolas FMA fora
das Filipinas?
Nós filipinos somos multiculturais,
temos palavras em inglês e espanhol,
além dos dialetos. Então decidi voltar
à nossa própria língua oficial e a uso
ao ensinar meus alunos. Por estar
familiarizado com algumas palavras
de Tagalog, os estudantes tornam-se
curiosos e estudam outras palavras e
frases como "Magandang umaga
po" (Bom dia); começam a conhecer
as Filipinas, além do FMA. Assim
promovemos não só as artes
marciais, mas a tradição, a cultura e
até o turismo das Filipinas.
Na sua opinião, porque é que não
há praticamente nenhum
praticante FMA no MMA?
O FMA já é "artes marciais
misturadas" em si. Chris Weidman
que derrotou o lendário campeão
brasileiro Anderson Silva praticava
FMA. Eliminar as mãos e as pernas é
comum em FMA, por isso não era
uma surpresa quando Weidman
quebrou a perna do Silva.
Por que o FMA é muito popular
em filmes de ação de Hollywood?
Você e seu irmão Shishir também
atuaram em filmes, certo?
Visita à Embaixada das Filipinas em Brasília. R-L: Master Dada Inocalla, Ambassador Jose D.R. Burgos,
Master Shishir Inocalla and Consul Eric P. Valenzuela
É simples e eficaz, com armas –
algumas das quais improvisadas – ou
com as mãos vazias. Até filmes
coreanos estão usando FMA e a faca
karambit.
Meu irmão Shishir, que também
leciona FMA no Canadá, apareceu
em muitos filmes e shows de TV em
Hollywood. Seu maior sucesso foi o
papel do Michelangelo das
Tartarugas Ninja (em 1992). Através
de FMA, eu também atuei em um
filme brasileiro, intitulado "Ratão".
Durante a audição, perguntaram-me
se eu poderia usar um bambu como
arma. Eu disse que sim e mostrei.
Mas eu disse a eles que é
impraticável porque o bambu é
muito longo, então dei uma
demonstração do Sinawali
(movimento enviesado com dois
bastões) e eles adoraram.
Qual é o futuro de FMA no Brasil?
O futuro de FMA no Brasil é
brilhante. Eu e o meu irmão viajamos
recentemente em todo o Brasil para
fazer seminários, treinamentos e
“exames de faixa”. É bom porque
complementamos as artes marciais
dos brasileiros. Ao mesmo tempo,
promovemos a cultura e o turismo
das Filipinas. Todos os anos,
enviamos estudantes brasileiros para
as Filipinas.
A propósito, se você não se
importa, quantos anos tem agora?
Tenho 65 anos. ◊
Nota:
Ex UFC campeão Chris Weidman treina
sob Ray Longo que por sua vez foi
treinado pelo famoso Filipino-americano
Texto completo da entrevista está disponível em www.philembassybrasilia.org.
ACADEMIA MAGKA-ISA
Bloco F - Loja 06, SCLRN 704
- Asa Norte, Brasília-DF -
CEP: 70730-536
Phone: +55 61 3326-1132
https://sites.google.com/
site/academiamagkaisa
Crédito de todas as fotos:
Academia Magka-Isa.
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