arcadismo geral e brasil

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ARCADISMO

LITERATURA DO BRASIL COLONIAL

Século XVIII - Século das Luzes Progressivo descrédito das monarquias absolutas;

decadência da aristocracia feudal;

crescimento do poder da burguesia;

Revolução Industrial inglesa; Revolução Francesa.

ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO

Iluminismo: O uso da razão como meio para satisfazer as necessidades do homem. Os movimentos pela independência do Brasil, como a Inconfidência Mineira, por exemplo, inspiraram-nas nas idéias iluministas.

Laicismo: Estado e igreja devem ser independentes, e as funções do Estado, como a política, a economia, a educação, exercidas por leigos.

PENSAMENTO DA ÉPOCA

Liberalismo: ideologia política que defende os sistemas representativos, os direitos civis e a igualdade de oportunidades para os cidadãos.

* três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário

* Constituição * Todos estão sob a lei Empirismo: corrente filosófica que atribui à experiência sensível a origem de todo conhecimento humano.

MONTESQUIEU

Criticou os costumes

de seu tempo e

defendeu, como

meio para garantir

a liberdade, a

divisão do poder

político em três

partes:

LEGISLATIVO,

EXECUTIVO e

JUDICIÁRIO.

VOLTAIRE

“Posso não

concordar com

nenhuma das

palavras que

você diz, mas

defenderei até a

morte o direito

de você dizê-

las”.

ROUSSEAU

Mito do Bom

Selvagem: o

homem nasce

bom, a

sociedade é

que o

corrompe.

Na pintura e escultura:

Temas clássicos:

romanos ou gregos

Figuras vistas de

longe

Expressões frias e

neutras

Equilíbrio na

distribuição dos

elementos

O nome dessa escola

é uma referência à

Arcádia, região

bucólica do

Peloponeso, na

Grécia, tida como

ideal de inspiração

poética.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO

1) BUSCA DA SIMPLICIDADE

A fórmula básica do Arcadismo pode ser representada assim:

Verdade = Razão = Simplicidade

Mas se a simplicidade é a essência do movimento - ao avesso da confusão e do retorcimento barroco - como pode o artista ter certeza de que sua obra é integralmente simples? A saída está na imitação (que significa seguir modelos e não copiar), tanto da natureza quanto dos velhos clássicos.

2) IMITAÇÃO DA NATUREZA

Ao contrário do Barroco, que é urbano, há no Arcadismo um retorno à ordem natural. Como na literatura clássica, a natureza adquire um sentido de simplicidade, harmonia e verdade. Cultua-se o "homem natural", isto é, o homem que "imita" a natureza em sua ordenação, em sua serenidade, em seu equilíbrio, e condena-se toda ousadia, extravagância, exacerbação das emoções.

O bucolismo (integração serena entre o indivíduo e a paisagem física) torna-se um imperativo social, e os neoclássicos retornam às fontes da antiguidade que definiam a poesia como cópia da natureza.

3) IMITAÇÃO DOS CLÁSSICOS

Processa-se um retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação anti-barroca do movimento. O escritor árcade está preocupado em ser simples, racional, inteligível. E para atingir esses requisitos exige-se a imitação dos autores consagrados da Antiguidade, preferencialmente os pastoris. Diz um árcade português:

O poeta que não seguir os antigos, perderá de todo o caminho, e não poderá jamais alcançar aquela força, energia e majestade com quem nos retratam o formoso e angélico semblante da natureza.

3) AUSÊNCIA DE SUBJETIVIDADE

A constante e obrigatória utilização de imagens clássicas tradicionais acaba sedimentando uma poesia despersonalizada. O escritor não anda com o próprio eu. Adota uma forma pastoril: Cláudio Manuel da Costa é Glauceste Satúrnio, Tomás Antônio Gonzaga é Dirceu, Silva Alvarenga é Alcino Palmireno, Basílio da Gama é Termindo Sipílio. Quando o poeta declara seu amor à pastora, o faz de uma maneira elegante e discreta, exatamente porque as regras desse jogo exigem o respeito à etiqueta afetiva. Assim, o seu "amor" pode ser apenas um fingimento, um artifício de imagens repetitivas e banalizadas.

QUANTO À FORMA QUANTO AO CONTEÚDO

Vocabulário simples Pastoralismo

Frases na ordem direta Bucolismo

Ausência quase total de figuras de linguagem

Fugere urbem (fugir da cidade)

Manutenção do verso decassílabo, do soneto e de outras formas clássicas

Aurea mediocritas (vida simples)

Elementos da cultura greco-latina (deuses pagãos)

Convencionalismo amoroso (pseudônimos)

Idealização amorosa

Racionalismo

Idéias iluministas

Carpe diem (viver o presente)

CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

Delegação poética de um estado pastorilSou pastor: não te nego; os meus montadosSão esses que aí vês; vivo contenteAo trazer entre a relva florescenteA doce companhia de meus gados.

Oposição cidade x campoJá me enfado de ouvir este alaridoCom que se engana o mundo em seu cuidado;Quero ver entre as peles e o cajadoSe melhora a fortuna de partido

Paráfrase dos textos clássicos.Faz a imaginação de um bem amadoQue nele se transforme o peito amante;Daqui vem que a minha alma deliranteSe não distingue já do meu cuidado.

Evoca o célebre soneto de Camões, que assim se inicia:

Transforme o amador na cousa amada,Por virtude de tanto imaginar;Não tenho logo mais que desejar,Pois em mim tenho a parte desejada.

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA

POESIA LÍRICA

Marília de Dirceu Duas tendências coexistem nas liras de Gonzaga:

a contenção e o equilíbrio neoclássicos, com a utilização de todos os lugares-comuns do Arcadismo: um pastor, uma pastora, o campo, a serenidade da paisagem principal.

o emocionalismo pré-romântico, na expressão pungente da crise amorosa e, posteriormente a prisão, da crise existencial do poeta. O sujeito lírico é o pastor Dirceu, que confessa seu amor pela pastora Marília. Eis a convenção neoclássica realizada, Mas é evidente que nos pastores se projeta o drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria Dorotéia. A todo momento a emoção rompe o véu da estilização arcádica, brotando, dessa tensão, uma poesia de alta qualidade.

A obra se divide em duas partes:

1ª parte: contém os poemas escritos na época anterior à prisão de Gonzaga. Nela predominam as composições convencionais: o pastor Dirceu celebra a beleza de Marília em pequenas odes anacreônticas. Em algumas liras, entretanto, as convenções mal disfarçam a confissão amorosa do amor: a ansiedade de um quarentão apaixonado por uma adolescente; a necessidade de mostrar que não é um qualquer e que merece sua amada; os projetos de uma sossegada vida futura, rodeado de filhos e bem cuidado por sua mulher etc.

2ª parte: escrita na prisão da ilha das Cobras. Os poemas exprimem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Nesta segunda parte, encontramos a melhor poesia de Gonzaga. As convenções, embora ainda presentes, não sustentam o equilíbrio neoclássico. O tom confessional e o pessimismo prenunciam o emocionalismo romântico..

POESIA SATÍRICA

Cartas Chilenas são poemas satíricos, em versos decassílabos brancos, que circularam em Vila Rica poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independência do Brasil.

São uma coleção de treze cartas, assinadas por Critilo e endereçadas a Doroteu, residente em Madri.

Ele é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica) e narra os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís daCunha de Meneses, governador de Minas até a Inconfidência Mineira).

BASÍLIO DA GAMA

O Uraguai (1769) Basílio da Gama

Modelo camoniano

· cinco cantos · sem divisão estrófica · versos decassílabos brancos (sem rimas)

· dez cantos · estrofes de oitava rima · esquema de rimas ABABABCC

O Uraguai é um poema épico escrito por Basílio da Gama em 1769, conta de forma romanceada a história da disputa entre jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e europeus (espanhóis e portugueses) nos Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul.O poema épico trata da expedição mista de portugueses e espanhóis contra as missões jesuíticas do Rio Grande, para executar as cláusulas do Tratado de Madrid, em 1756. Tinha também o intuito de descrever o conflito entre ordenamento racional da Europa e o primitivismo do índio.

FREI JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO

O Caramuru (1781) O poema de Santa Rita segue

o modelo camoniano: organização em dez cantos; estrofes de oito versos; esquema de rimas: ABABABCC. A estrutura é a tradicional: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo. O tema – a colonização da Bahia no século XVI

Caramuru é um poema épico do frei Santa Rita Durão, escrito em 1781.O poema conta a história de Diogo Álvares Correia, o Caramuru, náufrago português que viveu entre os índios. O livro alude também a sua esposa, Catarina Paraguaçu, como visionária capaz de prever as futuras guerras contra os holandeses.O livro segue a inspiração de Luís Vaz de Camões, utilizando-se de mitologia grega, sonhos e previsões, mas ainda assim tem grande valor por incluir informações sobre os povos indígenas brasileiros O livro relata toda a trajetória de Caramuru, assim relatando com mais intensidade muitos fatos da história brasileira.

DELACROIX – A VITÓRIA COMANDA O POVO

www.profaxavier.blogspot.com

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